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Metalurgia

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mestre
Fabio Alves – Eng. Metalurgista, M.Sc.
fabiopalves@gmail.com
slide 2

Sumário
1. Os Materiais
2. Ligações Químicas
3. Sistemas Cristalinos
4. Ligas Metálicas
5. Difusão
6. Formação de Grãos
7. Diagrama de Equilíbrio
8. Curvas de Resfriamento
9. Tratamentos Térmicos e Termoquímicos
Os Materiais
• bons condutores térmicos e elétricos
• alta densidade
• resistência mecânica e tenacidade,
Como fabricar? Metais • estabilidade dimensional
Custo? • Problemas: Custo, estabilidade
química, peso
Desempenho?

Compósitos

Polímeros Cerâmicos

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Estrutura e Propriedade

Ligações Estrutura
Propriedades
Químicas Cristalina

“são uniões estabelecidas entre


átomos para formarem as moléculas,
que constituem a estrutura básica de
uma substância ou composto.”

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Estrutura Cristalina
Introdução

Cristal deriva do
grego krustallos, gelo
puro.

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Sistemas Cristalinos

 Os metais no estado sólido apresentam estrutura


cristalina, isto é, os átomos que o constituem são
dispostos de uma maneira organizada e periódica. Existe,
assim, uma disposição típica dos átomos que, se
reproduzindo, constitui a estrutura cristalina de um dado
metal. Esta disposição típica chama-se célula unitária.

 Considera-se os átomos como esferas e que estes vibra


em torno de suas posições de equilíbrio, definidas pela
célula unitária.

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Sistemas Cristalinos

 Dos 7 sistemas cristalinos podemos


identificar 14 tipos diferentes de células
unitárias, conhecidas com redes de
Bravais.

 Cada uma destas células unitárias tem


certas características que ajudam a
diferenciá-las das outras células unitárias.

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Sistemas Cristalinos
Sistema Cúbico

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Sistemas Cristalinos
CÚBICO DE CORPO CENTRADO (CCC)
 São exemplos de metais com estrutura cúbica de corpo
centrado: Fe (temperatura ambiente); Ti (altas
temperaturas); Cr; Mo; Nb, V, W (em qualquer
temperatura).

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Sistemas Cristalinos
CÚBICO DE FACE CENTRADA (CFC)
 São exemplos de metais com estrutura cúbica de face
centrado: Fe (altas temperatura); Ni, Al, Cu, Pb, Au, Ag.

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Sistemas Cristalinos
CÚBICO DE FACE CENTRADA (CFC)

Os planos e direções mais compactos de uma dada estrutura cristalina formam os


chamados sistemas primários de deslizamento. Estes são os sistemas que serão
inicialmente acionados num processo de deformação plástica.

Planos supercompactos: 4 (CFC)

Planos supercompactos: 0 (CCC)

Célula unitária CFC

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Sistemas Cristalinos
HEXAGONAL COMPACTO (HC)
 São exemplos de metais com estrutura hexagonais
compactos: Zn, Sn, Mg.

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Sistemas Cristalinos
Direções Cristalográficas

Direção [...]
Família de direções < ... >

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Sistemas Cristalinos
Planos Cristalográficos

(hkl) – plano
{hkl} – família de planos

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Ligas Metálicas

 “As ligas metálicas são materiais com propriedades


metálicas que contêm dois ou mais elementos químicos
sendo que pelo menos um deles é metal.” (fonte: wikipédia)

 A estrutura cristalina (rede) de um metal puro é,


teoricamente, uniforme em todas as direções.

 Os átomos de outros elementos, sejam impurezas ou


elementos de liga, podem acomodar-se na estrutura
cristalina de um dado metal formando uma solução
sólida.

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Ligas Metálicas
Soluções
 Chama-se matriz à estrutura cristalina do metal
considerado, que é denominado solvente. Os outros
elementos, cujos átomos estão na solução sólida, são
denominados solutos.

 Os átomos solutos podem estar em solução sólida


substitucional, quando ocupam posições dos átomos da
matriz na estrutura cristalina, ou em solução sólida
intersticial, quando ocupam interstícios na estrutura
cristalina.

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Ligas Metálicas
Soluções Sólidas

Solução Sólida Intersticial Solução Sólida Substitucional

Ex.: C, N, O no aço Ex.: Cr, Ni, Mo no aço

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Ligas Metálicas
Soluções Sólidas
 Os átomos em solução provocam uma distorção na
estrutura cristalina, ou seja, o afastamento dos átomos
de sua posição de equilíbrio.
 Os átomos que se encontram nesta região de distorção
possuem, portanto, um nível energético mais elevado
que os átomos que constituem as porções perfeitas da
rede cristalina.
 Assim como nas soluções em fase líquida, as soluções
sólidas também apresentam um limite de solubilidade,
isto é, valores máximos para o teor de soluto na matriz.

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Ligas Metálicas
Soluções Sólidas
 Na solução sólida intersticial, os átomos do soluto
ocupam posições na estrutura cristalina onde há um
maior espaço para sua acomodação.

 A estrutura CFC apesar de mais compacta tem maior


possibilidade que a estrutura CCC de dissolver átomos
intersticiais (carbono, nitrogênio) devido ao maior
tamanho interstícios.

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Defeitos Cristalinos
Classificação
 Os defeitos podem ser oriundos do processo de
nucleação e crescimento ou provocados pela presença
de outros elementos na estrutura.

 Os defeitos podem ser classificados em:


Defeitos pontuais;
Defeitos lineares;
Defeitos de superfície (ou
bidimensionais ou planares);
Defeitos volumétricos.

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Defeitos Cristalinos
Defeitos Pontuais

lacunas intersticial Substitucional (pequeno)

Schottky (iônicos)
Substitucional
(grande) Frenkel (iônicos)
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Defeitos Cristalinos
Defeitos Lineares
Os cristais podem apresentar defeitos alinhados e
contínuos em sua estrutura, dando origem às
imperfeições de linha.
 Os defeitos de linha, também chamados de
discordâncias são defeitos que causam a distorção da
rede cristalina em torno de uma linha e caracterizam-se
por envolver um plano extra de átomos.
 Podem ser produzidos durante a solidificação, na
deformação plástica de sólidos cristalinos ou ainda como
resultado da concentração de vacâncias.
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Defeitos Cristalinos
Defeitos Lineares

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Defeitos Cristalinos
Defeitos de Superfície
 Os cristais também apresentam defeitos que se
estendem ao longo de sua estrutura, formando
superfícies e denominados de defeitos de superfície
(planares ou bidimensionais).
Contornos de grão

Superfícies de contato associadas aos contornos de grão


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Defeitos Cristalinos
Defeitos de Superfície
 As maclas são um tipo especial de contorno de grão. Os
átomos de um lado do contorno são imagens especulares
dos átomos do outro lado do contorno

 A macla (“twin”) ocorre num plano definido e numa


direção específica, dependendo da estrutura cristalina

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Defeitos Cristalinos
Defeitos de Superfície
 As falhas de empilhamento ocorrem quando, em uma
pequena região do material, há uma falha na seqüência
de empilhamento dos planos compactos.

HC: ABABA...
CFC: ABCABC...
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Defeitos Cristalinos
Defeitos Volumétricos

Inclusões Poros

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Difusão

 O que é difusão? É o fenômeno de transporte de material


por movimentação atômica.

 É um fenômeno dependente de temperatura e tempo.


A difusão intersticial é muito mais rápida que a
difusão substitucional (por lacunas).
 A força motriz para difusão é a
existência de um gradiente de
concentração.
 A movimentação dos átomos
se dá no sentido de equalizar a
solução sólida, minimizar o
gradiente.

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Difusão
Exemplo de Aplicação
 Ex.: cementação.

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Formação de Grãos
Nucleação
 No estado líquido os átomos que constituem os metais
não se dispõem de forma ordenada, isto é, não possuem
estrutura cristalina.
 Durante o resfriamento lento e contínuo, quando o
metal líquido atinge a temperatura de solidificação, há a
formação de algumas partículas sólidas (núcleos).

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Ea
estrutura?

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Formação de Grãos
Conceito de Grão
 Como a diminuição da temperatura, os núcleos formados
crescem e novos núcleos são formados. O crescimento de
cada núcleo individualmente gera partículas sólidas
chamadas de grãos.

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Formação de Grãos
Conceito de Grão
 Todos os grãos têm a mesma estrutura cristalina.

 Grão: Interior (ordenado) x Contorno (desordenado).

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Formação de Grãos
Tamanho de Grão
 O tamanho de grão depende do processamento e
influencia em várias propriedades.

 T ambiente e T baixas : ↓ TG ↑ res. mecânica

 T elevadas: ↑ TG  ↑ resistência (fluência).

Padrão ASTM para tamanho de grão


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Processamento de Metais
Metais e Ligas

Processos Processos
Metalúrgicos Mecânicos

Conformação
T>Tf T<Tf Usinagem (forjamento,
estampagem,
laminação)

Sinterização
soldagem Fundição (metalurgia
do pó)

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Processamento de Metais

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Recristalização
 Recuperação: ocorre um
alívio de parte das tensões
internas.

 Recristalização:
(temperatura entre1/3 e 1/2
da temperatura absoluta de
fusão, em K ) Nucleiam
novos grãos no material com
a forma anterior à
deformação e as
propriedades mecânicas
voltam aos valores originais

 Crescimento de grãos:
Após a recristalização estar
completa, os novos grãos
continuarão a crescer,
prejudicando as propriedades
mecânicas.

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Processamento de Metais

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Processamento de Metais
Fundido Forjado

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Diagrama de Equilíbrio
Introdução
 Os diagramas de fase, também chamados diagramas de
equilíbrio, são representações gráficas das fases
presentes em um sistema em função da temperatura,
pressão e composição.
 São obtidos em condições de equilíbrio e são usados
para entender e prever o comportamento dos materiais

Diagrama de fases (pressão-temperatura) da água


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Diagrama de Equilíbrio
Introdução
 Os diagramas de fase utilizados em metalurgia
apresentam as fases em equilíbrio a uma dada
temperatura e à pressão atmosférica normal.

 É aplicável quando o resfriamento é lento e contínuo


(equilíbrio estável).

 Apresenta limitações na previsão de fases obtidas em


situações fora da condição de equilíbrio

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Diagrama de Equilíbrio
Conceitos
 Em metais puros a fusão se dá numa
temperatura bem definida e em ligas,
numa faixa de temperatura onde se
distingue o início e o término da fusão.

Curva de resfriamento Curva de resfriamento ideal


ideal sem de metal puro com
transformação de fase transformação de
solidificação

Substâncias Liga
puras binária

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Diagrama de Equilíbrio
Solubilidade
 Nas soluções sólidas, os átomos em maior quantidade
são chamados de átomos “solvente”, enquanto os
átomos “soluto” são aqueles que são dissolvidos.

 A capacidade de uma dada fase em dissolver um


elemento de liga ou impureza tem um limite. Esse limite
é chamado de limite de solubilidade. Uma vez excedido
este limite, precipita-se uma nova fase, mais rica nos
elementos de liga ou impurezas que não foram
dissolvidos.

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Diagrama de Equilíbrio
Solubilidade
 O limite de solubilidade corresponde a concentração máxima que
se pode atingir de um soluto dentro de um solvente.
 O limite de solubilidade depende da temperatura. Em geral, cresce
com a temperatura.

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Diagrama de Equilíbrio
Fases

Fases de Equilíbrio
 Suas propriedades ou características não mudam com o tempo.
 Geralmente, as fases sólidas são representadas nos diagramas
por letras gregas.

Fases Metaestáveis
 Suas propriedades ou características mudam lentamente com o
tempo, ou seja, o estado de equilíbrio não é nunca alcançado.
No entanto, não há mudanças muito perceptíveis com o tempo
na microestrutura das fases metaestáveis.

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Diagrama de Equilíbrio
Classificação
• isomorfo
• eutético
• peritético
• monotético
Diagramas de Sistemas Binários
• eutetóide
• peritetóide
• sintético
• com fases intermediárias

• Sistemas ternários
Diagramas de Sistemas Ternários
• pseudobinários

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Diagrama de Equilíbrio
Classificação

Esquema ilustrativo dos diversos sistemas representados nos diagramas de fase.


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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
 Nos sistemas isomorfos, os dois componentes formam
uma única solução sólida em qualquer composição.

Diagrama Cobre - Níquel.


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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Interpretação do Diagrama

Diagrama Cobre - Níquel.


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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Interpretação do Diagrama
 Fases presentes: Para uma coordenada qualquer do diagrama, verifica-se
quais fases estão presentes.

Ponto A  apenas fase alfa


Ponto B  fase alfa e fase líquida

Diagrama Cobre - Níquel.


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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Interpretação do Diagrama
 Composição de cada fase: Para uma coordenada qualquer do diagrama,
verifica-se quantas fases existem.
Uma fase  composição lida diretamente do gráfico.
Duas fases  Usa-se o método da linha de conexão (tie-line)

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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Interpretação do Diagrama
 Determinação das frações de cada fase: Para uma coordenada qualquer do
diagrama, verifica-se quantas fases existem.
Uma fase  100 % da própria fase.
Duas fases  Regra da Alavanca

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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Interpretação do Diagrama

 Determinação das frações de cada fase: Para uma coordenada qualquer do


diagrama, verifica-se quantas fases existem.
Uma fase  100 % da própria fase.
Duas fases  Regra da Alavanca

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Diagrama de Equilíbrio
Isomorfos
Condições de equilíbrio e não equilíbrio

Resfriamento lento (equilíbrio) Resfriamento fora da condição de equilíbrio

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Diagrama de Equilíbrio
Eutéticos
 Nos sistemas eutéticos ocorre a reação eutética, onde
um líquido se transforma em dois sólidos ou no sentido
contrário, no caso da fusão.
Reação eutética: L  (sólido 1 + sólido 2)

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Diagrama de Equilíbrio
Eutéticos

Eutético: L  Solido 1 + Sólido 2

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Diagrama de Equilíbrio
Eutéticos

α primária rica em chumbo


(regiões globulares escuras)

No interior de uma estrutura


eutética lamelar

composta de fase β rica em


estanho (regiões claras) e fase α
rica em chumbo (regiões escuras).

Micrografia de uma liga de Pb-Sn

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Diagrama de Equilíbrio
Eutéticos
fase  - clara
fase  - escura (rica Pb)
(rica Sn)

Eutético vem do grego e


significa “de fusão mais fácil”
Diagrama Pb-Sn.

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Diagrama de Equilíbrio
Eutéticos
Formas típicas apresentadas por compostos eutéticos

A C

B D

Eutéticos típicos: (A) lamelar, Al-Cu (33,2%) x 800; (B) acicular, Al-Si (12,3%) x 500; (C)
globular, Cu - Cufi (3,6%) x 500; (D) gráfico, Pb - Bi (56.3%) x 800.
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Diagrama de Equilíbrio
Eutetóide

Reação eutetóide: sólido 1  (sólido 2 + sólido 3)

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Diagrama de Equilíbrio
Diagramas Ternários
 Os sistemas ternários possuem três componentes,
exigindo uma representação tridimensional.

Diagrama ternários
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Diagrama de Equilíbrio
Diagramas Ternários

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Diagrama de Equilíbrio
Diagramas Pseudobinários

Diagrama Fe-Cr-NI

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Diagrama de Equilíbrio
Alotropia ou Polimorfismo
 É a mudança de uma estrutura
cristalina dependendo da
temperatura e pressão.

 Alotropia significa "maneira


diferente“ (do grego “allos”,
outro, e “tropos”, maneira).

 Geralmente as transformações
polimorficas são acompanhadas
de mudanças na densidade e
mudanças de outras
propriedades físicas.

Ferro

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Diagrama Fe-C
Conceitos
 O diagrama de equilíbrio é
aplicável quando o
resfriamento é lento e
contínuo (equilíbrio
estável).

 No entanto, apresenta
limitações na previsão de
fases obtidas em situações
fora da condição de
equilíbrio.
Curvas de Resfriamento
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Diagrama Fe-C
Conceitos

Sistema estável ferro-grafita Sistema metaestável ferro-carboneto de


ferro

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Diagrama Fe-C
Fases
 Indica, em peritética
função da
temperatura e
%C, quais as
fases (líquido, α, eutética
γ, δ e Fe3C) que
se encontram em
equilíbrio. eutetóide

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Diagrama Fe-C
Fases
 A estrutura CCC, embora menos compacta que a
estrutura cúbica de face centrada, possui menor
capacidade de dissolver o carbono, pois os seus
interstícios na rede cristalina são menores.
 A austenita (CFC) é capaz de dissolver até 2% de
carbono.
 As microestruturas previstas no diagrama Fe-Fe3C são
resultantes de reações que dependem de difusão no
estado sólido e, portanto, só poderão ser obtidas por
resfriamentos lentos.

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Diagrama Fe-C
Fases
 Ferrita (α): Solução sólida de carbono em ferro CCC. A solubilidade
máxima do carbono é de 0,022% na temperatura eutetóide (727
oC). Na temperatura ambiente a ferrita consegue dissolver apenas
0,008%C. Possui características magnéticas.

 Austenita (γ): Solução sólida de carbono no ferro CFC. A


solubilidade máxima do carbono é 2,11% na temperatura eutética
(1148 oC). A austenita dissolve mais carbono do que a ferrita
porque a estrutura CFC tem interstícios maiores, apesar de serem
em menor número do que na CCC. Não são magnéticas.

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Diagrama Fe-C
Fases
 Ferrita (δ): Solução sólida de carbono no ferro CCC, que ocorre
em temperaturas mais elevadas do que a austenita. A solubilidade
máxima do carbono é um pouco maior do que na ferrita α (0,09%
contra 0,022%) porque ocorre em temperaturas maiores, onde a
agitação térmica dos átomos é maior.

 Cementita (Fe3C): Carboneto de ferro, de estrutura ortorrômbica,


muito duro e frágil. O %C em peso da cementita é 6,67%. É um
composto intermetálico metaestável, embora a velocidade de
decomposição em ferro α e grafita seja muito lenta

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Diagrama Fe-C
Fase x Constituinte
 Os constituintes podem ser compostos por uma única
fase ou pela combinação de várias.
CONSTITUINTES ≠ FASES

 Perlita (α + Fe3C): estrutura lamelar de cementita (Fe3C) em


matriz ferrítica.

Perlita

Detalhe de um grão de perlita


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slide 72

Diagrama Fe-C

Ferros Fundidos

Aço Hipoeutetóide Aço Eutetóide Aço Hipereutetóide


Diagrama Fe-C

A B C

microestruturas obtidas pelo resfriamento lento


A) Hipoeutetóide B) Eutetóide C) Hipereutetóide

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Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural: Transformação Eutetóide
 Inicialmente, tem-se apenas a
fase γ.
 Em uma temperatura
imediatamente abaixo da
eutetóide, toda a fase γ se
transforma em perlita (ferrita+
Fe3C).
 Estas duas fases tem %C muito
diferentes. Esta reação é rápida.
Não há tempo para haver grande
difusão de carbono.
 As fases se organizam como
lamelas alternadas de ferrita e
cementita.
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 74
Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural: Transformação Hipoeutetóide
 Inicialmente, tem-se apenas a
fase γ.
 Em seguida, começa a surgir fase
α nos contorno de grão da fase γ.
 A uma temperatura
imediatamente acima da eutética,
a fase α já cresceu, ocupando
completamente as fronteiras da
fase γ.
 Em T< T(eutetóide), toda a fase γ
se transforma em perlita (ferrita
eutetóide+ Fe3C). A fase α, que
não muda e é denominada ferrita
pro-eutetóide.
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Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural: Transformação Hipoeutetóide

ferrrita
Ferrita

perlita
Perlita

Microestrutura de aços
hipoeutetóides
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 76
Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural: Transformação Hipereutetóide

 Inicialmente, tem-se apenas a fase γ.


 Em seguida começa a surgir fase
Fe3C nas fronteiras de grão da fase
γ.
 O %γ cai com a temperatura. Em
uma T~T(eutetóide), a concentração
da fase γ é 0.77wt% C (eutétóide).
 A uma temperatura imediatamente
abaixo da eutetóide toda a fase γ se
transforma em perlita. A fase Fe3C ,
que não muda, é denominada
cementita pro-eutetóide.

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Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural: Transformação Hipereutetóide

Perlita

Cementita

Microestrutura de aço hipereutetoide (1,4%C) resfriado lentamente: colônias de perlita e


cementita delineando os contornos da austenita prévia. Aumento: 500X

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Diagrama Fe-C

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Diagrama Fe-C
Evolução Microestrutural

Hipoeutetóide Eutetóide Hipereutetóide

Resumo das microestruturas obtidas pelo resfriamento lento

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Curvas de Resfriamento
Limitação dos diagramas de fase para a
previsão de fases em condições
diferentes das condições de equilíbrio.

“diagramas que incorporam transformações de


fase em função do tempo e da temperatura de
processamento” Fora do equilíbrio

diagrama de transformação
isotérmica ou diagrama TTT
(temperatura – tempo –
transformação)

diagrama de resfriamento
contínuo ou diagrama CCT
(“continuous cooling
transformation)

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Curvas de Resfriamento

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Curvas de Resfriamento

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 88


Curvas de Resfriamento

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Curvas de Resfriamento

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Curvas de Resfriamento

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Curvas de Resfriamento
CCT x TTT

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Curvas de Resfriamento
Curvas TTT
 Em relação a formação da perlita por transformações
isotérmicas, é possível a obtenção das perlitas denominadas
de perlita grosseira e perlita fina.

 A espessura das camadas de ferrita e cementita na estrutura


lamelar da perlita dependem da temperatura de formação.

 Em temperaturas imediatamente abaixo da temperatura


eutetóide (727 oC) há a produção de camadas relativamente
espessas, tanto para a ferrita como para a cementita, numa
microestrutura denominada de perlita grosseira.

 Com a diminuição da temperatura, existe a redução da


espessura das camadas, originando a perlita fina.
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Curvas de Resfriamento
Curvas TTT
 Ttransf logo abaixo da TE  Ttransf bem abaixo da TE
 T maiores: difusão é mais rápida  T menores: difusão é mais lenta
 Perlita é grosseira.  Perlita fina

Perlita Grosseira Perlita Fina


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Curvas de Resfriamento
Curvas TTT
+ grosseira + fina
Ttransf ~ TE Ttransf <<TE

Microestrutura da perlita em função da isoterma mantida:


(a) 655ºC, (b) 600ºC, (c) 534ºC e (d) 487ºC. A morfologia da estrutura composta
pelas 2 fases (ferrita e cementita) é a mesma, mas o espaçamento entre elas
diminui com o decréscimo da temperatura da isoterma.
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Curvas de Resfriamento
Fatores de Influência
 Teor de carbono - quanto maior o teor de C, até a percentagem de
0,8%, mais para a direita ficará deslocada a curva TTT.

 Teor de elementos de liga - quanto maior os teores de elementos


de liga, com exceção do Co, mais para a direita ficará deslocada a
curva TTT.

 Tamanho de grão e homogeneização da austenita - quanto maior


o tamanho de grão da austenita e quanto mais homogêneo for o
grão mais deslocada para a direita ficará a curva TTT.

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Curvas de Resfriamento
Fatores de Influência

0,40%C-1,0%Mn + 0,8%Cr + 0,8%Cr + 0,3%Mo + 1,8%Ni

Influência da composição química (elementos de liga)

Os elementos de liga, via de regra, deslocam as curvas TTT para a direita, ou


seja, eles retardam as reações difusionais.

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Curvas de Resfriamento
Fatores de Influência

Amostra A Amostra B
Influência do tamanho de grão na transformação da austenita

As transformações difusionais, em geral, ocorrem nos contornos de grão. Sendo


assim, quanto maior a disponibilidade de contornos de grão maior será o
favorecimento de reações difusionais (formação de ferrita, perlita e cementita).
Na amostra B (menor TG) a formação de fases difusionais é favorecida, já na
amostra A (maior TG) as reações difusionais são menos favorecidas.

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Curvas de Resfriamento
Curvas CCT
 Um diagrama de transformação isotérmica (curva TTT) é válida
apenas para condições de temperatura constante, que deve ser
modificada para transformações que ocorrem à medida em que a
temperatura é constantemente mudada.
 No entanto, a maioria das aplicações (tratamentos térmicos,
soldagem, fundição) para aços envolvem resfriamento contínuo de
uma amostra até à temperatura ambiente. Ou seja, não é mantida
uma temperatura constante para as transformações. Para prever as
transformações ocorridas nessa situação utiliza-se as curvas CCT
(“Continuous Cooling Transformation”).
 Os fatores que influenciam as curvas CCT são os mesmos das
curvas TTT (%C; elemento de liga e tamanho de grão).

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 99


Curvas de Resfriamento
Curvas CCT

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 100


Curvas de Resfriamento
Curvas CCT

 A (FORNO) = Perlita grossa

 B (AR) = Perlita + fina (+ dura


que a anterior)

 C (AR SOPRADO) = Perlita + fina


que a anterior

 D (ÓLEO)= Perlita + martensita

 E (ÁGUA)= Martensita

Curva CCT para um aço eutetóide

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 101


Curvas de Resfriamento
Curvas CCT
Curvas de resfriamento para
a formação de 100% de
martensita.

Curvas de resfriamento para


a formação de 100% de
perlita.

TRC = Taxa de
Resfriamento Crítico

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 103


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes
 Como foi apresentado anteriormente, as microestrutura
obtidas de um resfriamento fora das condições de
equilíbrio não podem ser previstas pelo diagrama de
equilíbrio.
 Dessa forma, serão apresentadas as microestruturas dos
aços em condições de não-equilíbrio. As microestruturas
mais comuns são: martensita e bainita.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 104


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: BAINITA
 Descrita como ripas de ferrita com carbonetos entre as
ripas ou no interior das mesmas.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 105


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: BAINITA

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 106


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: BAINITA

 Bainita Superior: ripas de ferrita com


carbonetos entre as ripas. Os
Microestrutura da Bainita contendo finíssimas carbonetos podem ser intermitentes
agulhas das fases (microscopia eletrônica)
ou contínuos, dependendo do teor de
carbono.
 Bainita Inferior: lentículas de ferrita
com carbonetos no interior da ferrita
(com orientação determinada).

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 107


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: MARTENSITA
 É uma solução sólida supersaturada de carbono (não se
forma por difusão).
 Fase metaestável (não aparece no diagrama de
equilíbrio) , muito dura e frágil, de estrutura tetragonal
de corpo centrado (TCC). Apresenta microestrutura em
forma de agulhas.

Micrografia de martensita (agulhas) e austenita não-


Micrografias de um aço temperado transformada (regiões claras) após resfriamento rápido
(agulhas de martensita) (têmpera) para o aço ao carbono.
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 108
Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: MARTENSITA
 Transformação da γ (CFC)  α (CCC).

 Na transformação martensítica, γ (CFC)  M (TCC –


Tetragonal de Corpo Centrado).

Expansão de
2 a 3%

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 109


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: MARTENSITA
 A martensita ocorre entre as temperaturas Mi e Mf.
Essas temperaturas diminuem com o teor de elementos
de liga em solução sólida na austenita.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 110


Curvas de Resfriamento
Microestruturas Resultantes: MARTENSITA

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 111


Resumo

AUSTENITA

Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera)

Perlita Bainita Martensita


(α + Fe3C) +
(α + Fe3C) (fase tetragonal)
fase pró-eutetóide

reaquecimento
Pode ser:

Martensita Revenida
Ferrita ou cementita
(α + Fe3C)

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 115


Tratamento Térmico

 Os tratamentos térmicos promovem transformações de fase


que ocorrem nos metais no estado sólido, através dos quais é
possível uma grande alteração nas propriedades mecânicas
em muitas ligas, sem modificação das suas composições
químicas.

 Tratar termicamente um aço significa aquecê-lo em


velocidade adequada, mantê-lo em temperatura por um
tempo suficiente para que ocorram as transformações e
resfriá-lo em um meio adequado de modo a adquirir as
propriedades desejadas.
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 116
Tratamentos Térmicos

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 117


Tratamento Térmico

 Recozimento Pleno
Recozimento  Esferoidização
 Recozimento para Alívio de Tensões
 Normalização

Têmpera e Revenido

 Austêmpera
Trat. Térmicos Especiais  Martêmpera
 Recozimento Isotérmico

Trat. de Endurecimento  Têmpera Superficial


Superficial  Trat. Termoquímicos

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 118


Tratamentos Térmicos

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 119


Tratamento Térmico
Temperabilidade
 “Capacidade do aço em endurecer por transformação
martensítica, como resultado de um tratamento térmico
de têmpera.”
 Todos os EL aumentam a temperabilidade, exceto o
Cobalto.

ENSAIO JOMINI – Ensaio para se avaliar a temperabilidade dos aços


Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 120
Tratamento Térmico
Ensaios de Temperabilidade: Ensaio Grossmann
Totten, 2006

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 121


Tratamento Térmico
Ensaios de Temperabilidade: Ensaio Grossmann

Totten, 2006

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 122


Tratamento Térmico
Ensaios de Temperabilidade: Ensaio Jominy
Totten, 2006

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 123


Tratamento Térmico
Temperabilidade

Curvas de temperabilidade de alguns aços em função da


distancia da extremidade temperada (velocidade de
resfriamento a 700 oC)

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 124


Tratamento Térmico
Temperabilidade
 Fatores que influenciam na temperabilidade:
 Composição química;

 Tamanho de grão;

 Homogeneidade do aço no campo austenítico.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 125


Tratamento Térmico
Temperabilidade
 Quanto mais elementos de liga em solução sólida na
austenita maior a temperabilidade do aço, pois os
coeficientes de difusão dos diversos elementos
decrescem. Dessa forma, as reações difusionais são
retardadas.

Como avaliar a temperabilidade de diferentes aços?

Carbono equivalente

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 126


Tratamento Térmico
Recozimento Pleno
 Estrutura constituída de ferrita e perlita grosseira (aços
hipoeutetoídes).
 É usado para regenerar a estrutura, de modo a diminuir
a dureza aumentar a ductilidade, aliviar tensões internas
causadas por tratamento anterior e refinar o grão.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 127


Tratamento Térmico
Esferoidização
 Para os aços de baixo e médio carbono, a estrutura ideal
do ponto de vista de usinabilidade é a perlita grosseira
obtida pelo recozimento pleno. Para aços de alto carbono
é preferível a estrutura "esferoidita" onde os carbonetos
encontram-se na forma de glóbulos.

Tratamento térmico de
esferoidização

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 128


Tratamento Térmico
Esferoidização

Evolução microestrutural no aço :: perlita em esferoidita

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 129


Tratamento Térmico
Temperabilidade

 Aço com 0,5%C ferrita-perlita esferoidita


submetido a (dureza 200 HB) (dureza 160 HB)
diferentes condições
de resfrimanento
(com e sem
reaquecimento).
 Diferentes
morfologias são
martensita Martensita revenida
responsáveis por
(dureza 500 HB) (dureza 200 HB)
diferentes
propriedades.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 130


Tratamento Térmico
Alívio de Tensões
 Aquecimento uniforme da peça de maneira que o limite
de escoamento do material fique reduzido a valores
inferiores às tensões residuais. Nesta condição, as
tensões residuais provocam deformações plásticas locais
diminuindo de intensidade.
 Para impedir mudanças na microestrutura ou dimensões
da peça, a temperatura é mantida abaixo da temperatura
crítica.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 131


Tratamento Térmico
Alívio de Tensões

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 132


Tratamento Térmico
Normalização
 A normalização consiste no aquecimento acima da zona
crítica (acima da linha A3 ou da linha Acm) durante um
determinado tempo para completa homogeneização da
austenita, seguido de um resfriamento ao ar.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 133


Tratamento Térmico
Normalização
 Obtenção de uma microestrutura mais fina e uniforme.

 Confere maior uniformidade à estrutura das peças que


serão submetidas ao tratamento de têmpera e revenido.

 Aumenta um pouco a dureza e a resistência mecânica do


aço (TG e EL em solução sólida na ferrita).

 Após a normalização as lamelas da perlita estão mais


próximas, tendo-se a perlita fina.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 134


Tratamento Térmico

perlita grossa

perlita fina
Normalização e recozimento de um aço
eutetóide

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 135


Tratamento Térmico
Têmpera
 A têmpera (“Quenching”) consiste no aquecimento
acima da zona crítica durante o tempo necessário para
uma completa homogeneização da austenita, seguido de
um resfriamento rápido.
 Tem por objetivo aumentar a dureza do aço e, em
conseqüência, sua resistência mecânica

Severidade de têmpera (H) em função dos meios


de resfriamento
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 136
Tratamento Térmico
Revenido
 Consiste em aquecer o material a temperaturas bastante
inferiores à temperatura crítica (200 a 700oC), permitindo
uma certa acomodação do sistema cristalino e, como
conseqüência, a diminuição da dureza e o aumento da
tenacidade da peça (conferir tenacidade e aliviar tensões
no aço temperado).
 A estrutura resultante chama-se de martensita
revenida.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 137


Tratamento Térmico
Revenido

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 138


Tratamento Térmico
Têmpera & Revenido

Martensita

Revenimento

Martensita
Têmpera Revenida

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 139


Tratamento Térmico
Têmpera & Revenido

Têmpera
Revenido

Martensita
Revenida
Martensita

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 140


Tratamento Térmico
Austêmpera
 A austêmpera, também denominada têmpera bainítica
ou tempera de fase intermediária, substitui o tratamento
térmico de têmpera e revenido.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 141


Tratamento Térmico
Austêmpera
 A transformação acontece em temperaturas mais
elevadas que a têmpera, o que resulta em menores
tensões internas (menor ocorrência de deformação e
trincas).
 Limitação: necessidade de controle da velocidade de
resfriamento (“restrita” à peças pequenas).

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 142


Tratamento Térmico
Martêmpera
A martêmpera, também chamada têmpera
interrompida, visa diminuir as deformações pelas tensões
devidas ao resfriamento rápido.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 143


Tratamento Térmico
Recozimento Isotérmico
 Proporciona uma microestrutura mais uniforme que o
recozimento pleno.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 144


Tratamento Térmico
Envelhecimento

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 145


Tratamento Térmico

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 146


Tratamento Térmico

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 147


Tratamentos de Endurecimento Superficial

Têmpera Superficial

“sem alteração de  por chama;


composição química”  por indução;

Trat. Termoquímicos

“COM alteração de
composição química na  cementação;
superfície”  nitretação;
“são os tratamentos que visam o  cianetação;
endurecimento superficial dos aços,
pela modificação parcial da sua  carbo-nitretação
composição química e aplicação
simultânea de um tratamento térmico”  boretação
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 148
Tratamentos Termoquímicos
Cementação
 Tratamento pelo qual o carbono é difundido do meio
ambiente para a peça, através da sua superfície externa.
 Aços com baixo teor de carbono adquirem uma camada
superficial com alto teor de carbono, usualmente endurecida
por um tratamento térmico posterior.
 A espessura da camada comentada depende do tempo e da
temperatura de tratamento.
 Usualmente é convencionado um valor de dureza (por
exemplo 550HV) como o limite da camada cementada.
 Após a cementação, a peça é tratada termicamente para
refinar o grão e conseguir as propriedades desejadas.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 149


Tratamentos Termoquímicos

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 150


Tratamentos Termoquímicos
Nitretação
 É a difusão de nitrogênio do ambiente
para a peça, obtendo-se uma superfície
dura, resistente ao desgaste e com maior
resistência à corrosão.

 A espessura da camada nitretada é


pequena, da ordem de décimos de
milímetro.

 A nitretação é realizada na faixa de 500


a 600°C, havendo a difusão do nitrogênio
pela ferrita.

 Os tempos de tratamento são longos,


variando de 12 a 120 horas.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 151


Tratamentos Termoquímicos
Nitretação

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 152


Tratamentos Termoquímicos
Cianetação
 Consiste na difusão simultânea do carbono e do
nitrogênio pela imersão num banho de cianetos em
temperaturas da ordem de 750 a 900C, tendo-se,
portanto, a presença de austenita.

 O tempo de permanência é, geralmente, de 15 a 90


minutos e a espessura da camada, normalmente, inferior
a 0,3mm.

 A cianetação é chamada também de carbo-nitretação


líquida.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 153


Tratamentos Termoquímicos
Carbonitretação & Boretação
 A carbonitretação consiste na difusão simultânea do
carbono e nitrogênio em peças tratadas numa atmosfera
carburizante, contendo cerca de 3 a 8% de NH3 e em
temperaturas de ordem de 800 a 900oC.

 Na boretação tem-se a introdução de boro a partir do


carboneto de boro (B4C) no estado sólido, em
temperaturas de 800 a 1050oC.

 O boreto de ferro formado na superfície do aço resulta


numa dureza elevada.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 154


Mecanismo de Endurecimento

O que são mecanismos de endurecimento? Obstáculos a


movimentação das discordâncias que provocam um
aumento da resistência mecânica do metal.
 O endurecimento pode ser adquirido pelos seguinte
mecanismos:
Encruamento;
 Solução sólida;
 Precipitação (ou dispersão);
 Refino de grão;
 Transformação de fase.
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 165
Mecanismo de Endurecimento
Solução Sólida
 Distorção na rede provocada por átomos de soluto.
 Estes átomos, para minimizar a energia do material,
procuram lugares onde se acomodam mais facilmente,
como junto às discordâncias.

Efeito de elementos de liga em cobre


Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 166
Mecanismo de Endurecimento
Solução Sólida

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 167


Mecanismo de Endurecimento
Encruamento
 Materiais encruados são aqueles que são “trabalhados a
frio” (cold worked) ou seja conformados mecanicamente
(ou deformados plasticamente) em uma temperatura
inferior à temperatura de recristalização.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 168


Mecanismo de Endurecimento
Encruamento

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 169


Mecanismo de Endurecimento
Refino de Grão
 Os contornos de grão são regiões que apresentam
distorção na rede atrapalhando a movimentação das
discordâncias.

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 170


Mecanismo de Endurecimento
Precipitação
 O material exibe uma segunda fase, isto é, região com
composição e características distintas, dispersa na matriz
 distorção na rede.
 As discordâncias vão ter dificuldade em se movimentar
através destas partículas (ex: carbonetos)

Interação dos precipitados com os átomos da matriz. (A) Pcp coerente, maior
endurecimento e (B) Pcp incoerente, menor endurecimento
Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 171
Mecanismo de Endurecimento
Precipitação

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 172


Mecanismo de Endurecimento
Transformação de Fase
 Endurecimento promovido através de tratamento
térmico em que há a formação de constituintes mais
resistentes.

revenida

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 173


Referências

Engº Fabio Alves Metalurgia Básica slide 179


fabiopalves@gmail.com

“A dúvida é o principio da sabedoria”.


Aristóteles

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