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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL E SUSTENTABILIDADE EM
CANTEIROS DE OBRAS
DE ARACAJU
MARÇO - 2008
São Cristóvão – Sergipe
Brasil
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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL E SUSTENTABILIDADE EM
CANTEIROS DE OBRAS
DE ARACAJU
MARÇO - 2008
São Cristóvão – Sergipe
Brasil
iii
_____________________________________________
Prof. Dr. José Daltro Filho – Orientador
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Profª Drª Débora de Góis Santos – Co-orientadora
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Profª Drª Maria Augusta Mundin Vargas – membro interno
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Profª Drª Nelma Mirian C. de Araújo – membro externo
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
v
_____________________________________________
Prof. Dr. José Daltro Filho – Orientador
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Profª Drª Débora de Góis Santos – Co-orientadora
Universidade Federal de Sergipe
vi
_____________________________________________
Patrícia Menezes Carvalho – Autora
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Prof. Dr. José Daltro Filho – Orientador
Universidade Federal de Sergipe
_____________________________________________
Profª Drª Débora de Góis Santos – Co-orientadora
Universidade Federal de Sergipe
vii
caminho.
viii
AGRADECIMENTOS
Agradeço com muita sinceridade a todos que contribuíram para a elaboração deste
trabalho.
Aos meus pais que não pouparam esforços para a minha formação.
Ao Prof. Dr. José Daltro Filho pela dedicação e paciência na orientação e confiança no
meu trabalho.
À Profª Drª Débora de Góis Santos pelas valiosas contribuições e discussões sobre a
construção civil.
À Nair pela disponibilidade sincera e apoio eficiente nas minhas atividades da M&C
Engenharia e elaboração dos gráficos desse trabalho.
A todos que fazem parte da M&C Engenharia pela compreensão e apoio durante as minhas
ausências.
À Corina Figueiredo, pela tradução do resumo deste trabalho para a língua inglesa.
ix
A todos os trabalhadores dos canteiros pesquisados por terem tornado este trabalho viável.
Ao engenheiro Gustavo Lima pelas informações sobre as obras financiadas pela CAIXA
em Aracaju.
À Brígida Maria dos Santos, engenheira da ADEMA, pelas informações sobre a atuação
deste órgão na gestão de RCC em Aracaju.
A todos meus familiares e amigos pelo apoio e incentivo sempre presentes e paciência nas
minhas ausências.
x
RESUMO
ABSTRACT
The civil construction business has characteristics of large natural resources consuming
and residues generator besides of employing a great number of people who have low
educational levels and qualifications which contribute to the unsustainability of the society.
The great amount of the residues created at the building sites, its inadequate destination
and its enourmous potential to recycling have motivated the CONAMA 307/02 resolution,
which is the legal basis for this studying paper. Because of all these factcs, this study aims
to evaluate the wastes generated in activities of construction managing (RCC) based on the
current legislation and its contribution to the sustainability of the civil works. An
exploratory and descriptive research was made throughout the study of two building
sites placed in Aracaju/SE making use of observation instruments, photographic record and
also interviews. The survey concluded that the building sites did not take the reduction,
reutilization and recycling of RCC as a priority so that they were generated beyond the
limit presenting rates of 239,55 kg/m2 and 216,92 kg/m2that are higher than the ones found
in the literature; on the top of that 95% of RCC taken from the building sites have an
unknown destination. It has been concluded, therefore, that the handle of the
generated RCC did not contribute to the sustainability of the works and also that they did
not follow the legislation which has contributed to the city environmental degrating and to
the increase of the cleaning municipal expenses. It was also observed that the construction
industries have the tendency to adapt to those surpervised legislations which reinforce the
importance of the environmental public policy and its instruments to the business
improvment and to the city sustainability.
SUMÁRIO
Página
NOMENCLATURA xv
LISTA DE FIGURAS xvii
LISTA DE GRÁFICOS xviii
LISTA DE TABELAS xix
LISTA DE QUADROS xix
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 01
CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS 05
CAPÍTULO 6 – METODOLOGIA 78
6.1 – QUESTÕES DE PESQUISA 80
6.2 – CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS E OBRAS 80
PESQUISADAS
6.3 – LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE O 81
GERENCIAMENTO DE RCC ADOTADO NOS CANTEIROS DE OBRAS
6.3.1 – Levantamento de informações sobre o total de resíduos gerados 81
nos canteiros de obras
6.3.2 – Levantamento de informações sobre resíduos gerados por 82
serviço
6.4 – LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE A VISÃO 82
AMBIENTAL DAS EMPRESAS PESQUISADAS
6.5 – LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE AÇÕES 84
SUSTENTÁVEIS ADOTADAS NO EMPREENDIMENTO PESQUISADO
6.6 – TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 84
APÊNDICE 159
Apêndice A – Modelos de formulários utilizados na pesquisa de campo nos 160
canteiros “A” e “B”
Apêndice A.1 – Quantificação de saída de resíduos do canteiro de obra 161
Apêndice A.2 – Quantificação de resíduos por serviço executado 162
Apêndice B – Modelos de formulários de entrevistas aplicadas na pesquisa 163
de campo
Apêndice B.1 – Entrevista sobre a visão ambiental do empresário da 164
construção civil
Apêndice B.2 – Entrevista sobre a visão ambiental do colaborador da 167
construção civil
Apêndice C – Cálculo de indicador de massa de resíduo gerado por área 168
construída para os canteiros “A” e “B”
Apêndice D – Cálculo de indicador de volume de resíduo gerado por área de 170
serviço executada e por área construída para os canteiros “A” e “B”
Apêndice E – Resultado das entrevistas com os colaboradores dos canteiros 172
“A” e “B”
xv
NOMENCLATURA
Siglas
ACV – Análise do Ciclo de Vida
ADEMA – Administração Estadual do Meio Ambiente
CAIXA – Caixa Econômica Federal
CARE - Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju
CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente
ELAGEC - Encontro Latino-americano de Gestão e Economia da Construção
EMURB – Empresa Municipal de Urbanização
EMSURB – Empresa Municipal de Serviços Urbanos
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FGV – Fundação Getúlio Vargas
FIES – Federação das Indústrias do Estado de Sergipe
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
ISO – International Organization for Standardization
LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
ONU – Organização das Nações Unidas
ONG – Organização Não-Governamental
ORSE - Programa de orçamento de obras e serviços de engenharia
PAC - Programa de Aceleração de Crescimento
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat
PDCA - Trata-se do ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, dividindo a gestão em quatro
principais passos: P (plan -planejamento), D (do – fazer), C (check – verificação) e A
(action – ação)
PIB – Produto Interno Bruto
PIGRCC – Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
PGRCC – Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
PMGRCC - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
xvi
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 – Introdução 2
1 – INTRODUÇÃO
A questão ambiental se mostra desafiadora para o homem do século XXI por trazer
em seu bojo problemas relacionados ao modo de produção e à desigualdade de acesso ao
consumo, difundidos na sociedade. Na verdade, a crise ambiental não se apresenta como
“problema”, mas como “conseqüência” do modelo econômico adotado, baseado no lucro e
acumulação de bens, e que não tem promovido o desenvolvimento social.
Dessa forma, a problemática ambiental pode ser entendida de maneira mais ampla,
envolvendo a economia e o setor produtivo, e o desenvolvimento social a ser promovido
como resultado da riqueza gerada. Esta problemática resulta no desenvolvimento
sustentável, que, em breves palavras, pode ser entendido como o desenvolvimento
alcançado com o equilíbrio dos aspectos econômicos, sociais e ambientais, de forma que
possibilite o atendimento às necessidades das próximas gerações.
geração está distribuída em 65% para os pequenos geradores e 35% para as construtoras,
consideradas grandes geradores. Além disso, a maioria dos RCC têm disposição
inadequada em depósitos irregulares ou bota-foras, produzindo efeitos negativos no
orçamento municipal, com despesa de R$ 6,05/ano.hab, e na degradação ambiental da
cidade.
Dessa forma, a pesquisa foi realizada com foco nos RCC retirados de obras de
edificação residencial, executadas por empresas construtoras formais de Aracaju. Não tem,
portanto, a pretensão de esgotar o assunto sobre geração, manejo e destinação de RCC e
sobre a sustentabilidade da obra, mas trazer informações importantes a fim de contribuir
como suporte para a tomada de consciência e de decisão do setor produtivo e para o
aprofundamento de outros estudos que objetivem a sustentabilidade da construção civil.
OBJETIVOS
Capítulo 2 – Objetivos 6
2 – OBJETIVOS
2.1 – GERAL
2.2 – ESPECÍFICOS
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Capítulo 3 – Conscientização Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 8
Segundo Rousseau (2005), o primeiro sentimento que o homem teve no estado natural
foi o da sua existência e o primeiro cuidado foi o da sua conservação, tal como os animais,
sendo que os instintos foram os guias para que se perpetuassem, através do aproveitamento
dos alimentos da natureza e da reprodução da espécie. Com o surgimento de dificuldades
para suprir suas necessidades básicas, o homem desenvolveu meios para sobrepujar os
obstáculos da natureza, através da sua capacidade de aperfeiçoamento. Sendo assim, os
primeiros e lentos progressos habilitaram o homem a obter outros mais rápidos, surgindo
as comodidades que se tornaram necessidades. A partir de então, houve mudanças na
forma de viver do homem: de errante para fixo; de solitário para a formação de grupos; do
instinto para os sentimentos; de independente para dependente; de indolente para
desenvolver o amor próprio, a estima pública e a consideração.
Não se pode dizer que a crença de que o progresso científico é bom para a
humanidade seja uma interpretação unânime. Segundo Rubano & Moroz (2004), o
racionalismo empírico do século XVIII defende a idéia de que o progresso é alcançado
através do conhecimento e seu acúmulo levará, por sua própria direção interna, à obtenção
de uma sociedade cada vez melhor. Essa concepção foi bem aceita por alguns filósofos da
época, porém Rousseau coloca em questionamento o elo entre acúmulo de conhecimento
racionalmente adquirido e o progresso da sociedade.
Segundo Bernardes & Ferreira (2003), até o século XIX, a compreensão das
relações entre a sociedade e a natureza, vinculada ao processo de produção capitalista,
considerava o homem e a natureza como pólos excludentes, sendo a natureza concebida
como um objeto e fonte ilimitada de recursos disponíveis para o homem. Essa concepção
baseou o desenvolvimento de práticas no processo de industrialização, onde a acumulação
se realizava por meio da exploração intensa dos recursos naturais, com efeitos perversos
para a natureza e a humanidade.
Nesse mesmo sentido, Camargo (2003) afirma que a degradação dos recursos
naturais vem ocorrendo desde a Revolução Industrial, durante os séculos XVIII e XIX,
sendo provocada pela atuação humana, com o estabelecimento de uma economia
industrializada localizada no espaço urbano, utilizando técnicas de produção altamente
consumidoras de energia e matérias-primas e elevado padrão de consumo.
Sendo assim, no século XX, houve uma grande transformação na percepção que os
seres humanos tinham da natureza e dos problemas ambientais, havendo o despertar de
uma consciência ambiental e da necessidade de equilíbrio entre as ações humanas e o meio
ambiente (Camargo, 2003).
Fica, assim, evidenciado que a questão ambiental pode ser um fator limitante para o
desenvolvimento econômico e agravante das questões sociais. Segundo Camargo (2003), a
crise ambiental é complexa e representa apenas uma das facetas de uma crise mais geral da
sociedade humana, que incorpora também as dimensões econômicas, sociais, políticas e
culturais.
Em 1992, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, também conhecida como CNUMAD, Rio-92 ou Eco-
92, onde foram estabelecidas pela primeira vez as bases para alcançar o desenvolvimento
sustentável em escala global, resultando nos seguintes documentos oficiais: Declaração do
1
Trata-se do Encontro de Founex, realizado em junho de 1971, que fez parte do processo de preparação para
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972.
Capítulo 3 – Conscientização Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 16
Segundo o autor, a Agenda 21 trata da agenda de trabalho para o século XXI, com
definição de metas a serem alcançadas nas próximas décadas, de forma a enfrentar os
problemas identificados como prioritários, sendo um plano de intenções cuja
implementação depende da vontade política dos governantes e da mobilização da
sociedade.
Leff (2000) ressalta, contudo, que não existem níveis de investimento que consigam
regenerar ecossistemas com elevado grau de degradação e nem quantificar o custo para o
restabelecimento de certos valores e identidades culturais.
Estudos sobre a sustentabilidade na construção civil brasileira têm sido feitos com
base nas suas dimensões econômica, ambiental e social, sendo também essas as adotadas
para esse texto. As dimensões espacial e cultural são também abordadas indiretamente,
através das outras priorizadas.
Segundo a CBIC (1998), não se pode pensar em desenvolvimento para um país sem
inserir a construção civil, indústria do bem estar da sociedade e da qualidade de vida, já
que produz soluções de urbanismo e edificações, indispensáveis ao bem estar e à evolução
da sociedade.
Como impactos sociais da construção civil podem ser citados a informalidade das
empresas e dos profissionais; a invasão de áreas com habitações sem licenciamento,
proporcionando uma vida indigna aos moradores; a realização de trabalhos sem contrato; a
existência de trabalhadores sem capacitação profissional; o trabalho infantil; a contratação
de fornecedores que não pagam tributos ou encargos; o desrespeito às normas técnicas; a
existência da não conformidade intencional (toda não conformidade de material que é
conhecida e não é combatida); e a concorrência desleal (Cardoso, 2007).
3
Segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em conjunto com a Câmara Brasileira da
Indústria da Construção, é possível definir toda a complexa cadeia de atividades ligadas à construção,
também chamada de Macrossetor da Construção, formada por indústria associada à construção, construção
civil e serviços associados à construção. (O Macrossetor da Construção – FGV e CBIC – 2002).
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 26
O déficit habitacional, outro impacto social que está ligado à invasão de áreas
urbanas e inadequação de moradias, atingiu o índice de 7,832 milhões de domicílios no
Brasil, em 2005, o que representou um déficit relativo (relação entre a falta de moradia e o
número de domicílios) de 14,7%. Em termos absolutos, o estado de São Paulo é o campeão
com um déficit de mais de 1,5 milhão e, em termos relativos, os valores maiores estão no
Maranhão, Pará, Amazonas e Piauí. A evolução dos dados mostra que o déficit absoluto
vem aumentando no país, surgindo, no período 1993 – 2005, a carência de cerca de 1,6
milhão de habitações (FGV, 2006).
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 27
Verifica-se que a construção civil teve avanços nas questões sociais, principalmente
motivados pelas normas de segurança e dos sistemas de gestão da qualidade, porém muito
ainda se pode fazer para que o desenvolvimento econômico promovido pelo setor tenha
reflexos mais positivos na melhoria de vida dos trabalhadores, o que possibilitará que os
mesmos contribuam com desenvolvimento, qualidade e produtividade desejados pelas
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 28
empresas. Nesse contexto, insere-se a cadeia de impactos sociais gerados pela disposição
inadequada de RCC, tais como a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos
como transporte, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, etc. (Costa &
Nóbrega, 2007), pouco estudada e com poucas informações.
O consumo de recursos não renováveis do setor pode ser apresentado pelos dados
de uso de aproximadamente 2.000 kg de matérias não renováveis por indivíduo, a cada
ano, consumo médio incluindo obras de edificações, estradas e pontes (Moretti, 2005); de
consumo de mais que 50% do total de recursos naturais extraídos (Espinoza et al., 2006); e
de consumo de aproximadamente 40% da energia global (PNUMA apud Gerolla, 2007). A
dimensão desse consumo mostra, com clareza, a importância de introduzir o conceito de
sustentabilidade no setor.
visão econômica e gerencial, já que a lucratividade das empresas passou a ser ameaçada
pelos altos índices de desperdício que eram embutidos no preço de venda do produto final.
escopo foi ampliado e o “H” passou a ser de Habitat, inserindo as áreas de saneamento e
infra-estrutura (Ministério das Cidades, 2007).
Entretanto, Figueiredo & Andery (2007) advertem que a adoção de um SGQ não é
suficiente para garantir que a construtora resolva todos os seus problemas. É necessário
que seja dada a devida importância à continuidade e ao acompanhamento dos processos,
através do envolvimento da direção da empresa e da motivação e participação dos
colaboradores nas metas globais, sendo esse o caminho mais seguro para que o SGQ
alcance os resultados pretendidos.
Não se pode constatar que o setor da construção civil possui uma consciência
ambiental. O que se percebe é a busca de tecnologia mais limpa ou de ecoeficiência que
diminua os custos e atenda às exigências legais e dos clientes, sendo que o ganho
ambiental é uma conseqüência dessas ações. Nesse sentido, o despertar da questão
ambiental está bem próximo ao uso de novas tecnologias, às discussões mundiais e
nacionais sobre meio ambiente, à internalização das externalidades, à aplicação de
legislações ambientais e à conscientização da sociedade, sendo o setor quase que obrigado
a se posicionar em resposta a todos esses estímulos e exigências.
Essa mesma idéia é apresentada por Costa & Nóbrega (2007) quando afirmam que
a preocupação maior das empresas construtoras em reduzir a quantidade de resíduos é
diminuir os desperdícios com materiais, reduzindo seus gastos na obra. Essas empresas não
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 34
colocam a questão ambiental como uma prioridade e sim uma conseqüência, pois
reduzindo os resíduos, os benefícios ambientais são obtidos.
%
100 100
90 80
80 80
70
60
50
40
30
14
20
15 5
10 0,2 0,8
5
0 0
Concepção Projeto Construção Uso e operação Adaptação e
reuso
Fase do empreendimento
Quanto ao custo da construção sustentável, John (2004) afirma que a mesma não é
necessariamente mais cara, uma vez que um projeto adotando conceitos de sustentabilidade
não é mais caro, que a aplicação do conceito de redução de desperdício de materiais e de
gestão de resíduos pode reduzir significativamente custos de construção e que a fase de
operação do edifício é mais barata, por reduzir consumo de energia e água, apesar de
alguns materiais serem mais caros.
Concepção
Projeto
Uma medida simples que a construtora pode intensificar nesse sentido é a entrega e
apresentação do manual do proprietário e do síndico, contribuindo para a melhoria do
desempenho ambiental da edificação, podendo inclusive abordar claramente a
sensibilização dos usuários para a questão da sustentabilidade, já bastante debatida pela
mídia.
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 44
Demolição
Segundo Pinto (1999), os resíduos de demolição representam uma menor parte dos
RCC gerados no Brasil, em função da urbanização recente. Em contrapartida, nos países
desenvolvidos, os resíduos provenientes de demolições são muito mais freqüentes.
energia e de água, é que tem movido o cliente a valorizar ações ambientais desenvolvidas
por algumas construtoras.
Segundo Blumenschein (2004), a busca para ganhar mercados tem sido uma força
propulsora de novos produtos e processos, tanto na cadeia de insumos, quanto na de
processos, sendo esse um dos papéis da sociedade na sustentabilidade da construção civil.
O PBQP-H pode ser citado como exemplo de programa que disseminou a qualidade
pelo uso do poder de compra, principalmente através da Caixa Econômica Federal
(CAIXA), que exige a certificação das empresas construtoras para o acesso a
financiamentos de empreendimentos.
Certificação ambiental
O selo norte-americano, no entanto, não leva em conta problemas comuns nas obras
brasileiras como, por exemplo, a formação de entulhos, já que os EUA adotam sistema de
construção racionalizada, com muito pouca geração de resíduo no canteiro. Por essa razão,
a criação de um selo brasileiro vem sendo defendida por entidades do setor (Moura, 2007).
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 47
Para os usuários, os ganhos com a certificação são de longo prazo, pela redução no
consumo de eletricidade e água, embora isso ainda não seja reconhecido como fator
decisivo na valorização de um imóvel na sua compra; e a garantia de um imóvel que possui
tecnologia do futuro, minimizando o risco de desatualização com normas e regulamentos
vindouros e rigorosos, que podem inviabilizar economicamente o uso do edifício (Ceotto,
2007b).
Destaca-se que a certificação tem o foco na construção formal, sendo que os 77%
das construções que são autogeridas no Brasil não são atingidas. Olhando desse ponto de
vista, o impacto da certificação é pequeno. Dessa forma, é preciso combinar sistemas de
certificação que premiem a inovação e o avanço tecnológico que é uma carência do setor,
com medidas concretas que criem condições de alterar a construção comum. Um exemplo
de sucesso é a introdução no mercado de bacia sanitária de 6 litros, acessível a todos os
consumidores, independentemente de seu porte (John, 2007).
Capítulo 4 – A construção civil e a sustentabilidade 49
Ainda, conforme Pereira (2000), o estado pode fazer uso de estratégias no trato com
as questões ambientais através de instrumento de comando e controle que são os mais
usados e englobam leis, normas e regulamentos, como legislação ambiental e normas
técnicas, que definem as responsabilidades dos diversos atores, tendo a fiscalização como
marco regulatório e entrave de execução; auto-regulação que busca atingir a qualidade
ambiental através de mecanismos de mercado como, por exemplo, selo verde, análise de
ciclo de vida, certificação ISO 14000, auditorias ambientais; instrumentos econômicos,
entendidos como o conjunto de mecanismos que afetam os custos-benefícios dos agentes
econômicos; e macropolíticas com interface ambiental como política energética,
tecnológica, educacional, regional e urbana.
Segundo Faria et al. (2007), as políticas públicas nacionais sobre gestão de RCC
são a Resolução CONAMA 307/02 (da qual se tratará detalhadamente adiante), o PBQP-H
e o Plano Integrado de Gerenciamento. A Resolução foi editada com o propósito de alterar
o cenário de grande geração de resíduo na construção civil, que compromete a vida útil dos
aterros sanitários, responsabilizando os geradores pela adequada destinação dos RCC,
assim como os municípios pela elaboração do respectivo Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduo da Construção Civil.
A partir de julho de 2004, os resíduos da construção civil não podem ser dispostos
em aterros de resíduos domiciliares, áreas de "bota fora", encostas, corpos d`água, lotes
vagos e áreas protegidas por Lei (Brasil, 2002).
A visão da construção civil como uma cadeia onde os elos se interligam facilita o
entendimento da necessidade de articulação entre os diversos envolvidos para que os
objetivos em comum sejam alcançados. Nesse sentido, Blumenschein (2004) afirma que o
conceito da indústria da construção anteriormente era vinculado ao processo produtivo em
si, hoje considera seus vários setores, agentes, processos e produtos, facilitando a
identificaçao dos problemas e gargalos, bem como as oportunidades para a cadeia
produtiva.
OBRA SUSTENTÁVEL
Capítulo 5 – Obra sustentável 57
5 – OBRA SUSTENTÁVEL
Este capítulo tem como objetivo caracterizar o canteiro de obra sustentável, uma
das fases do ciclo da construção sustentável, enfatizando-se as recomendações para a
diminuição dos impactos da execução da obra. Em seguida, descreve-se as fases do
gerenciamento de RCC no canteiro de obra formal, como uma ação gerencial que contribui
para a sustentabilidade da obra e a interdependência existente entre esse gerenciamento e a
gestão municipal.
Deterioração da qualidade do ar
Poluição de águas subterrâneas
Alteração da qualidade de águas superficiais
Água
Aumento da quantidade de sólidos na água
Alteração de regimes de escoamento
Alteração dinâmica de ecossistemas locais
Biótico
Recomendações ambientais
Nesse trabalho serão levantadas informações sobre ações que podem reduzir os
impactos ambientais do canteiro de obra, focando principalmente o planejamento da obra e
a redução de perdas de materiais, considerados fatores imprescindíveis para a redução
desses impactos.
Planejamento da obra
Ainda conforme o autor, para se definir uma perda como inevitável, deve-se basear
no estabelecimento de critérios que variam entre empresas, a depender do nível de
tecnologia, da capacitação do pessoal, do padrão da obra, etc., sendo que as perdas,
principalmente as com altos índices, e o retrabalho podem ser evitados através de ações
simples, de melhoria do gerenciamento da produção dos serviços e de projetos.
Com base nos resultados das pesquisas realizadas, conclui-se que: as perdas físicas
de materiais possuem índices elevados; são variáveis de obra para obra; os materiais
básicos usados na moldagem e produção intermediárias apresentam os maiores valores de
perda; materiais usados na estrutura apresentam valores mais baixos que os de
revestimento; ocorrem grandes perdas de argamassa no revestimento; os sistemas prediais
apresentam perdas não desprezíveis; o levantamento de perdas nos processos produtivos é
mais esclarecedor que no nível da obra (Souza, 2005).
Falta de planejamento
Comprometimento da
durabilidade da obra
Aumento da necessidade de
manutenção
secundário, cuja utilização, em função da origem e tratamento, cobrem desde um aterro até
um concreto” (Cassa et al., 2001, p.23).
controlados são requeridos para a produção de agregado para uso em concreto com elevado
fator de desempenho (Pinto, 1999).
No caso dos resíduos classe B, têm sido aproveitados na construção civil os ciclos
de reciclagem desses tipos de resíduos já existentes nos municípios onde existem
cooperativas e catadores, favorecendo e fortalecendo a inclusão social.
Recomendações sociais
Para a minimização dos impactos sociais do canteiro de obra, algumas ações são
previstas, como: melhoria das condições de hospedagem e alimentação nos canteiros de
obras, de segurança do trabalho e de treinamento dos trabalhadores (Moretti, 2005),
reparação imediata de danos causados ao bem comum, como calçadas e vias de circulação
de veículos, cuidados para evitar a perfuração de redes enterradas, cuidados para impedir
que as rodas de máquinas e equipamentos sujem as vias externas, fornecimento de
equipamentos de proteção adequados ao trabalhador e busca pela diminuição de
incômodos à vizinhança por ruídos, vibrações e poluição do ar (Araújo & Cardoso, 2007).
Capítulo 5 – Obra sustentável 67
Recomendações gerenciais
5
Trata-se do ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, dividindo a gestão em quatro principais passos: P (plan -
planejamento), D (do – fazer), C (check – verificação) e A (action – ação).
Capítulo 5 – Obra sustentável 68
maior parte da madeira consumida, com adoção de fôrmas metálicas e plásticas que podem
ser recicladas, uso de madeira de reflorestamento, exigência de embalagens otimizadas
(paletes ou em pacotes), evitando desperdício, incentivo em forma de aumento de
remuneração para os profissionais que atingem as metas ambientais da empresa, incentivo
à adoção de processo de sustentabilidade dos fornecedores, adoção de um programa de
qualificação de parceiros (Blanco, 2007); cuidados com o armazenamento de materiais,
tomando especial cuidado com os produtos tóxicos, inflamáveis e perigosos; incorporação
de critérios de sustentabilidade na aquisição de bens e contratação de serviços, dando
preferência às que não trabalhem com mão-de-obra informal, que estejam em dia com suas
obrigações tributárias e fiscais, que valorizem a saúde, segurança e condições de trabalho e
que respeitem o ambiente, compra de madeira somente de empresas que possam
comprovar sua origem (Araújo & Cardoso, 2007).
Uma vez que o SGQ com base nos requisitos do PBQP-H e ISO 9001 está pautado
na melhoria contínua dos processos da empresa e na satisfação do cliente, a gestão da obra,
incluindo gestão de projeto e planejamento, de canteiro, de aquisição de material, de
execução e contratação de serviços, de contratação e treinamento da mão-de-obra, de
equipamentos e manutenção e dos resíduos da obra, é seu principal foco de atuação, por se
Capítulo 5 – Obra sustentável 69
tratar do processo mais crítico da construtora, podendo ser, então, um disseminador das
ações sustentáveis.
Conclui-se que para uma empresa que possua objetivos estratégicos de atuação no
mercado da construção sustentável a existência de um SGQ alinhado com esses objetivos
pode ser uma ferramenta de gestão poderosa para que se alcance a sustentabilidade da
obra.
Estudos mostram que entre 15% a 30% da massa dos RCC de cidades brasileiras
são resultantes da atuação da construção formal (Pinto, 2005). Porém, Blumenshein (2004)
ressalta que, apesar dos pequenos geradores serem os maiores contribuidores para a
situação de grande volume de RCC e da irregularidade de sua disposição, são as empresas
construtoras as que mais podem contribuir com o setor, por serem o elo da cadeia
produtiva com maior potencial catalisador e disseminador de comportamentos.
Os resíduos classe A podem ser reutilizados para aterro de terrenos, desde que as
orientações da gestão pública sejam obedecidas, ou enviados a recicladores para a
produção de agregado reciclado ou ainda armazenados para utilização futura.
Os resíduos classe C podem ser depositados em aterros para futura reciclagem, após
desenvolvimento de tecnologia que a viabilize técnica e economicamente. Os classificados
como perigosos (D) devem ser depositados, aguardando solução específica e recomenda-se
a sua disposição em aterros de resíduos perigosos (Marcondes & Cardoso, 2005).
Dessa forma, durante a execução da obra e na sua finalização, podem ser levantadas
as quantidades por tipo de resíduo e total gerada, com a possibilidade de avaliação da
melhoria de serviços que gerem resíduos em demasia e de criação de indicadores a serem
acompanhados pela empresa. Além disso, pode ser feita uma análise comparativa do custo
previsto e realizado com a remoção de resíduo, com a adoção de medidas corretivas, caso
necessário, usando essa informação para o orçamento das próximas obras.
Capítulo 5 – Obra sustentável 74
Para que a solução adotada no canteiro de obra possa se tornar uma rotina na
construtora, faz-se necessário que seja formalizado um procedimento descrevendo os
passos para a implantação do gerenciamento de resíduos. Caso a empresa possua um SGQ,
o gerenciamento de resíduo pode ser inserido no mesmo. Dessa forma, cria-se a cultura do
tratamento adequado do RCC.
Transporte interno
Registro da destinação
Quantificação de RCC
Melhoria contínua
Por outro lado, alguns autores alertam para a motivação restrita e o processo muitas
vezes descompromissado de implantação do gerenciamento de resíduos que estão
comprometendo resultados mais efetivos. Marcondes & Cardoso (2006) constataram que
com a obrigação de realizar o gerenciamento de resíduos gerados durante a execução da
obra, a maioria das empresas paulistas vem implantando um plano de ação de pequena
abrangência e de atuação isolada. Schneider et al. (2007) afirmam que o gerenciamento de
RCC adotado por empreendedores de Bento Gonçalves está baseado na redução de custos
e que a falta de uma estrutura baseada em preceitos ambientais acarreta geralmente na
ineficiência das ações tomadas. Andery & Corrêa (2006) ressaltam a necessidade de
adoção de ações mais sistêmicas e que atuem preventivamente em detrimento de
programas que se restringem à diminuição das perdas visíveis nos canteiros de obras.
Marcondes & Cardoso (2005) questionam se a motivação para o gerenciamento de RCC
em canteiros de obras baseada no atendimento à legislação, na redução de custos de
disposição e na melhoria da imagem corporativa, podem trazer resultados perenes para a
empresa.
O gerenciamento de RCC é composto por uma fase interna ao canteiro de obra que
depende da iniciativa e do comprometimento da empresa e uma externa que depende da
gestão municipal de resíduos sólidos, sem o qual o processo não se completa.
Marcondes & Cardoso (2005) citam algumas ações públicas que favorecerão o
gerenciamento de RCC, como licenciamento de área de transbordo e triagem (viabilizando
reciclagem), abertura do mercado público para materiais reciclados, regulamentação da
fiscalização da destinação de RCC e incentivos ao desenvolvimento do mercado produtor e
consumidor de produtos com reciclados produzidos a partir de RCC.
Segundo Pinto (2005), as soluções para a gestão de RCC nas cidades são
viabilizadas através da integração e atuação de agentes como órgão público municipal,
controlando e fiscalizando o transporte e a destinação dos resíduos; os geradores,
observando os padrões de destinação final, previstos na legislação; e os transportadores,
destinando o RCC aos locais licenciados e devolvendo comprovantes de destinação. Mais
Capítulo 5 – Obra sustentável 77
uma vez depara-se com a necessidade de integração entre os agentes envolvidos com o
gerenciamento de RCC.
METODOLOGIA
Capítulo 6 - Metodologia 79
6 – METODOLOGIA
Para alcançar o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa que pode ser
caracterizada como exploratória-descritiva, com adoção de delineamento na forma de
estudo de caso, método observacional, comparativo e monográfico. Foram utilizados
instrumentos como levantamento em documentos, entrevistas, registro fotográfico e
planilhas para a coleta e tratamento de dados.
Sendo assim, em março de 2007, foram selecionados os dois prédios que possuíam
menor quantidade de serviço executado de cada canteiro, onde seriam quantificados os
Capítulo 6 - Metodologia 80
resíduos por serviço, além da manutenção do acompanhamento geral, que já vinha sendo
feito, das fases de gerenciamento de RCC adotadas nos canteiros.
gerados nos canteiros e preenchido para todas as retiradas de RCC, através de observação e
das informações fornecidas pelos almoxarifes das obras. Esse mesmo formulário também
foi usado para registrar o transportador, a destinação final e a devolução de registro da
destinação.
foi realizada entrevista estruturada com os empresários de todas as empresas que estavam
executando obras com a mesma tipologia das pesquisadas, totalizando oito entrevistas.
n = z2 . P . Q . N_
Er2 (N-1) + z2 . P . Q
Sendo:
A pauta elaborada para a realização das entrevistas e da observação foi baseada nas
informações coletadas na pesquisa bibliográfica sobre recomendações sustentáveis a serem
adotadas para as fases da construção sustentável que foram pesquisadas.
A quantificação total do RCC retirado de cada canteiro de obra foi realizada através
da conversão das unidades de volume em massa levantadas no preenchimento do
formulário “Quantificação de Saída de Resíduos do Canteiro de Obra”, utilizando-se
valores de peso específico existentes na literatura, conforme Quadro 7.7. A área utilizada
para o cálculo do indicador de massa de resíduo gerado por área construída foi informada
pelo engenheiro de uma das obras. O Apêndice C apresenta o cálculo desse indicador. Os
valores encontrados foram comparados com os existentes na literatura e também
contribuíram para a interpretação dos resultados do gerenciamento de RCC.
A totalização dos resíduos gerados por serviço foi feita através da conversão das
unidades de massa em volume levantadas no preenchimento do formulário “Quantificação
de Resíduo por Serviço Executado”, da mesma maneira descrita no item anterior e está
apresentada no Apêndice D. A área por serviço executado foi levantada com base na
especificação da obra e no projeto arquitetônico e a área total foi a mesma usada na
quantificação total de saída de resíduo.
Aracaju, capital do Estado de Sergipe, possui uma área de 181,80 km2 e conta
atualmente com uma população de 520.303 habitantes (IBGE, 2007) e densidade
demográfica de 2.861,95 hab/km2.
Empresa
Característica
"A" "B"
Tempo de existência 25 anos 19 anos
(1)
Porte Médio Médio
Edificações (residencial
Edificações (residencial
Área de atuação e comercial) e
e industrial)
Saneamento
Local de atuação Estado de Sergipe Estado de Sergipe
Certificação PBQP-H (nível A) PBQP-H (nível A)
Quantidade de empreendimentos já
(2) 6 1
executados com a tipologia pesquisada
Total de unidades habitacionais já
1.024 _
executadas com a tipologia pesquisada
Data de início da implantação do SGQ 1999 2002
Data da primeira certificação no nível A do
2005 2005
PBQP-H
Quantidade de obras onde foi implantado o
3 1
gerenciamento de resíduos
(1) Porte das empresas definido pelo número de funcionários situado no intervalo de 100 a 499
(2) Inclui a obra pesquisada
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 91
A empresa “A” executou 8 blocos de apartamentos com três quartos e 4 blocos com
dois quartos, totalizando 11.738,40 m2 de área construída. A empresa “B” executou 7
blocos de apartamentos com três quartos e 5 blocos de apartamentos com dois quartos,
totalizando 11.552,07 m2 de área construída. A execução da área comum e da infra-
estrutura foi dividida entre as duas construtoras.
O canteiro possuía uma única entrada para material e pessoal das duas obras e o
armazenamento dos materiais era realizado separadamente, no canteiro de cada obra, sendo
feito, prioritariamente, nas proximidades dos locais da execução dos serviços, em depósitos
fechados ou baias, de acordo com o material e, posteriormente, alguns apartamentos e a
casa de lixo foram utilizados para esse fim. O transporte interno de material foi realizado
com carrinho-de-mão, caminhão munck, retro-escavadeira e guincho foguete (transporte
vertical).
O Quadro 7.3 apresenta as ações citadas pelas empresas como desenvolvidas nos
canteiros de obras para a não geração e redução da geração de RCC.
Quadro 7.3 - Principais ações citadas pelas empresas para a não geração e
redução da geração de RCC nos canteiros de obras pesquisados
Empresa Ação
Elaboração de procedimento de execução de serviço
"A" Treinamento dos envolvidos
Acompanhamento através de formulário de verificação de serviço
"B" Cuidados na seleção de pessoal para a obra
Figura 7.3 - Correção dos dois vãos de janela, para adequação de altura de
peitoril, no canteiro “A”.
Na verificação final realizada pela empresa, antes da vistoria feita pelo cliente,
foram registradas não-conformidades referentes ao revestimento cerâmico, necessitando
trocar aproximadamente 25 placas por apartamento, totalizando 4.800 placas de 34 x 34
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 99
cm (Figura 7.4), que foram repostas pelo fabricante; pintura; arremate nas caixas elétricas;
revestimento em gesso; porta; e tranca da janela. Na vistoria realizada pelos clientes, foram
detectados problemas referentes a retoques de pintura e rejunte do revestimento cerâmico.
exceção das solicitações realizadas pelos clientes na vistoria, que foram relativas a
retoques de pintura e rejunte do revestimento cerâmico.
(a) (b)
Figuras 7.5 - Quebra da laje para instalação de ralo (a) e realização da
reposição do concreto (b), no canteiro “B”.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 102
(a) (b)
Figura 7.8 - Quebra de alvenaria revestida para assentamento de tubulação
hidráulica (a) e de execução de instalação hidráulica (b), no canteiro “B”.
(a) (b)
Figura 7.9 – Detalhe de quebra de alvenaria revestida para assentamento de
caixa elétrica (a) e quebra de alvenaria revestida para correções na instalação
elétrica, no canteiro “B”.
Perda de material
mesmos com relação aos materiais que apresentaram maiores índices de perda durante a
execução da obra.
(a) (b)
Figura 7.10 - Tipos de calhas utilizadas nas obras (a) e o momento de quebra
de suas faces para transporte e uso (b), nos canteiros “A” e “B”.
A análise dos dados QMT, PMI e QMC fornecidos pelas empresas pesquisadas,
bem como de QMR levantadas pelas fichas de controle de entrada e saída de materiais,
existentes nos respectivos almoxarifados, apresentou inconsistências que revelaram a
impossibilidade de cálculo dos índices de perda.
(a) (b)
Figura 7.11 - Perda de material no canteiro de obra da empresa “A”, na
aplicação de gesso (a) e no armazenamento do bloco cerâmico (b).
(a) (b)
Figura 7.12 – Carga de caminhão (a) e de pallet com bloco cerâmico (b),
caracterizando o manuseio excessivo e perda de material, nos canteiros de obras
pesquisados.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 107
(a) (b)
Figura 7.13 – Transporte vertical (a) e descarga de bloco cerâmico (b),
caracterizando o manuseio excessivo e perda de material, nos canteiros de obras
pesquisados.
como aterro das vias do condomínio, apesar da necessidade de retirada de parte desse
material quando do nivelamento das vias para a pavimentação; reutilização de material
proveniente de escavação; reutilização de placas cerâmicas para marcação do nível de
revestimento; reutilização de embalagens de tinta, saco de cimento e pó de serra para a
vedação de fôrma e passagem de tubulações, respectivamente, na execução de lajes;
reutilização de saco de cimento também para armazenamento de peças pré-moldadas nas
obras; sacaria em geral (cimento e gesso). Madeira e pó de serra segregados no canteiro da
empresa “A” foram reutilizados como fonte energética nos fornos de uma cerâmica.
Exemplo da reutilização de material nos canteiros é apresentado na Figura 7.15.
(a) (b)
Figura 7.15 - Reutilização de material nos canteiros pesquisados, resíduo
classe A (a) e saco de cimento e pó de serra (b).
Classificação
Armazenamento Identificação do Localização do
CONAMA Resíduo Segregação
inicial dispositivo dispositivo
307/02
Bombona /
Bloco / tijolo Na execução
Empilhamento
A Sem identificação Apartamentos em serviço
Concreto /
Na execução Empilhamento
argamassa
Empilhamento /
Placa cerâmica Na execução Sem identificação Apartamentos em serviço
Caixa da própria
Dispositivo
Embalagem de papel Proximidades da
específico para saco
(saco de cimento, Na execução Sem identificação betoneira / Apartamentos
de cimento /
gesso, etc) em serviço
Empilhamento
Embalagem de Pavimentos em serviço
Na execução
papelão Dispositivo de Identificação (dispositivo de madeira) /
madeira / Bombona "Papel" ou "Plástico" Em frente aos edifícios
Embalagem plástica Na execução (bombonas)
Empilhamento / Apartamentos em serviço
Madeira Na execução Sem identificação
Saco de cimento / Bancada de serra
Apartamentos em serviço
Serragem Na execução Caixa de madeira Sem identificação
/ Bancada de serra
B
Aço Na execução Laje em serviço /
Balde Sem identificação
Prego Na execução Bancada de armação
Metal (embalagem Devolução no
Na execução - Sem identificação
de tinta) almoxarifado
Pavimentos em serviço
Dispositivo de
Eletrodutos e Identificação (dispositivo de madeira) /
Na execução madeira / Bombona
conduítes "Plástico" Em frente aos edifícios
/ Empilhamento
(bombonas)
Pavimentos em serviço
Dispositivo de
Identificação (dispositivo de madeira) /
Tubos PVC Na execução madeira / Bombona
"Plástico" Em frente aos edifícios
/ Empilhamento
(bombonas)
Empilhamento /
Gesso Na execução Saco do próprio Sem identificação Apartamentos em serviço
gesso
C
Manta asfáltica Na execução Empilhamento
Espuma Sem identificação Apartamentos em serviço
Na execução Empilhamento
poliuretânica
Ferramenta de Devolução no
Na execução - Sem identificação
pintura almoxarifado
D Embalagem de
Devolução no
espuma Na execução - Sem identificação
almoxarifado
poliuretânica
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 111
A segregação inicial de RCC no canteiro “A” é apresentada nas figuras 7.16 a 7.19.
(a) (b)
Figura 7.16 - Segregação inicial de resíduos no canteiro de obra da empresa
“A”, placa cerâmica no saco de cimento (a) e papelão no dispositivo de madeira (b).
(a) (b)
Figura 7.17 - Segregação inicial de resíduos no canteiro de obra da empresa
“A”, bombona com resíduo de bloco cerâmico (a), madeira empilhada e no saco de
cimento (b).
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 112
(a) (b)
Figura 7.18 - Segregação inicial de resíduos no canteiro de obra da empresa
“A”, madeira e pó de serra empilhados no apartamento (a) e saco de gesso
empilhado (b).
(a) (b)
Figura 7.19 - Segregação inicial de resíduos no canteiro de obra da empresa
“A”, metal no balde (a), bloco cerâmico e argamassa empilhados no pavimento (b).
Classificação
Transporte Armazenamento Identificação do Localização do
CONAMA Resíduo
interno final dispositivo dispositivo
307/02
Dependendo da
Retro-escavadeira /
Solo Empilhamento Sem identificação disponibilidade do
Caminhão
canteiro
Carrinho-de-mão / Entre os blocos 2 e 3 / 3 e
Bloco / tijolo "Resíduo de
A balde / jogado pela Baia / Caçamba 4 (baia) / Em frente aos
cascalho" (para as
Concreto / janela / guincho estacionária blocos em execução
baias)
argamassa "foguete" (caçamba estacionária)
Identificação
Cerâmica Carrinho-de-mão Caixa em madeira Próximo ao almoxarifado
"Cerâmica"
Embalagem de
papel (saco de Próprio Proximidades da
Fardos amarrados Sem identificação
cimento, gesso, colaborador betoneira
etc)
Embalagem de Identificação
Bag Próximo ao bloco 6
papelão Próprio "Papel"
Embalagem colaborador Identificação
Bag Próximo ao bloco 6
plástica "Plástico"
Entre os blocos 4 e 5
Próprio Identificação
Madeira Baia (proximidades da central
colaborador "Madeira"
de fôrma)
B Entre os blocos 4 e 5
Identificação
Serragem Carrinho-de-mão Ensacado, na baia (proximidades da central
"Madeira"
de fôrma)
Aço Próprio
Caixa de madeira Sem identificação Bancada de armação
Prego colaborador
Metal
(embalagem de Carrinho-de-mão Almoxarifado Sem identificação Almoxarifado
tinta)
Eletrodutos e Próprio
conduítes colaborador Identificação
Bag Próximo ao bloco 6
Próprio "plástico"
Tubos PVC
colaborador
Jogado pela janela Caçamba
Próximo aos blocos em
Gesso / Saco do gesso / estacionária Sem identificação
serviço
Carrinho-de-mão específica
C Próprio Caçamba
Manta asfáltica
colaborador / estacionária, Próximo aos blocos em
Sem identificação
Espuma Balde / Carrinho- misturado com serviço
poliuretânica de-mão outros resíduos
Ferramenta de
Caçamba
pintura Próprio
estacionária, Próximo aos blocos em
D Embalagem de colaborador do Sem identificação
misturado com serviço
espuma almoxarifado
outros resíduos
poliuretânica
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 115
(a) (b)
O transporte externo adotado foi definido pelo tipo de destinação dos resíduos e
buscando a diminuição de custos. O papelão, plástico e metal, que foram doados à CARE,
e os sacos de cimento e gesso, madeira e pó de serra, que foram doados a uma cerâmica,
eram transportados pelos respectivos destinatários, sem custos para a empresa. Os outros
tipos de resíduos foram transportados por prestadores de serviços com caminhão
basculante ou poliguindaste, sendo o último para a retirada de caixas coletoras ou
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 116
Classificação
CONAMA Resíduo Transporte externo Destinação final
307/02
Solo Caminhão basculante/ poliguindaste Reaproveitamento em outra obra
Bloco / tijolo
A Aterro da Terra Dura / Descarga em
Concreto /
Caminhão basculante / poliguindaste terreno na proximidade da obra /
argamassa
Destinação desconhecida
Cerâmica
Embalagem de papel
Poliguindaste / Caminhão do Cerâmica / Aterro da Terra Dura /
(saco de cimento,
fornecedor de bloco cerâmico Destinação desconhecida
gesso, etc)
Embalagem de
papelão
Caminhão da CARE CARE
Embalagem plástica
Aço
Caminhão da CARE CARE
Prego
Eletrodutos e
Caminhão da CARE
conduítes CARE
Tubos PVC Caminhão da CARE
Uma das destinações finais, dita como “desconhecida”, foi identificada nas
proximidades da obra e é apresentada na Figura 7.22.
O transporte externo foi feito pelas mesmas empresas terceirizadas, contratadas pela
empresa “A”, e por veículos da própria empresa para o Aterro da Terra Dura ou local
desconhecido.
Sendo assim, observa-se que apenas ações pontuais de segregação de RCC foram
realizadas para viabilizar uma pequena reutilização e os resíduos foram misturados, até
mesmo o metal que foi coletado nas lajes, não sendo implementado o gerenciamento dos
resíduos no canteiro “B”. A disposição inicial de RCC no canteiro “B” é apresentada na
Figura 7.23; seu transporte interno, na Figura 7.24; e seu armazenamento final, nas Figuras
7.25 e 7.26.
(a) (b)
Figura 7.23 - Disposição inicial de resíduos no canteiro de obra da empresa
“B”, empilhamento de resíduos misturados (a) e segregação de pó de serra (b).
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 119
(a) (b)
Figura 7.24 - Transporte interno de resíduos no canteiro de obra da empresa
“B”, carrinho-de-mão (a) e resíduos lançados pela janela (b).
(a) (b)
Figura 7.25 - Armazenamento final de resíduos no canteiro de obra da
empresa “B”, baia para resíduo de madeira (a) e empilhamento de resíduos
misturados (b).
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 120
(a) (b)
A Prefeitura ainda não elaborou o PIGRCC, não existindo áreas licenciadas para
transbordo e triagem de RCC, nem para a reciclagem de resíduo classe A. O local indicado
pela mesma para o descarte desses resíduos é o Aterro da Terra Dura, mesmo destino dos
resíduos domiciliares, não existindo cobrança de taxa para esse descarte. O RCC que chega
ao aterro é utilizado para a cobertura das células destinadas ao recebimento dos resíduos
domiciliares e para o reforço do acesso e pátios de trabalho do aterro.
Em atendimento às exigências que vêm sendo feitas pelo Ministério Público para a
solução dos problemas de destinação dos resíduos sólidos dos municípios de Aracaju,
Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro, o diretor da EMSURB
entrevistado acredita que a construção de um novo aterro, mais próximo que o da Terra
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 122
Dura, que prevê a existência de uma recicladora de RCC, trará grandes benefícios para a
gestão municipal, porém ainda não se tem a data para a implantação desse aterro.
Para a reutilização de RCC fora do canteiro de obra, como aterro de áreas externas,
por exemplo, a entrevistada da ADEMA entende que essa é uma atividade de engenharia
que deveria ser licenciada pela EMURB, responsável pelo uso e ocupação do solo. Quanto
a esse aspecto, os entrevistados da EMSURB entendem que deve ser emitida uma licença
para essa atividade e o encaminhamento sugerido é que seja feita uma solicitação de
autorização à EMSURB, informando o local, volume a ser recebido e a maneira como será
realizado o descarte, com o consentimento do proprietário do terreno.
exceção do mês de janeiro, quando ainda foram retirados resíduos dos serviços do canteiro
“B”.
Ao término das obras, foram totalizados os tipos de resíduos retirados dos canteiros
e essa tipificação ficou comprometida pelo fato de a maioria dos resíduos terem sido
misturados no armazenamento final, sendo, portanto o indicador calculado para o resíduo
total retirado dos canteiros de obras.
Para facilitar o tratamento dos dados, foram transformadas as unidades dos resíduos
de bloco cerâmico, papel, madeira, gesso e resíduo misturado, utilizando-se de
informações de peso específico (kg/m3) existentes na literatura, como fator de conversão.
O Quadro 7.7 apresenta os valores de peso específico usados.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 125
Peso específico
Material 3
(kg/m )
(1)
Bloco Cerâmico 1.300
(1)
Argamassa de gesso 1.250
(2)
Papel 47,5
(2)
Madeira 350
(3)
Resíduo misturado 1.235
Com os dados em quilograma, obteve-se a massa total dos resíduos retirados dos
canteiros “A” e “B” que, divididas pelas respectivas áreas de construção (m2) de cada obra,
resultou no indicador de geração de resíduo em massa por metro quadrado, para cada obra.
Nesse cálculo não foi incluído o valor de 5.848,00 m3, referente à limpeza e nivelamento
iniciais do terreno.
O cálculo da geração de resíduo por metro quadrado, dos canteiros de obras “A”e
“B”, são apresentados no Apêndice C e a Tabela 7.1 traz os respectivos indicadores de
forma resumida.
Tabela 7.1
Indicador de massa de resíduo gerado por área construída para os canteiros
“A”e “B”
Esses valores também podem ser comparados com o adotado por Pinto (1999), de
150 kg/m2 para edificações executadas por processos convencionais, com os valores
levantados por Pucci (2006), em duas obras da mesma construtora, executadas em São
Paulo, sendo prédios residenciais multifamiliares de alto padrão, um com 20 pavimentos
(5.453 m2), aplicando plano de gestão de resíduos, gerou 156,70 kg/ m2 e o outro, com 16
pavimentos (4.307 m2), sem aplicar a gestão de resíduos, gerou 238,50 kg/ m2, e com os
levantados por Silva & Simões (2007), em três canteiros de obra de pequeno porte, no
setor comercial, industrial e de reforma, onde foram implantadas as recomendações da
Resolução CONAMA, de 95,20 kg/ m2, 100,50 kg/ m2 e 684,00 kg/ m2, respectivamente.
Verifica-se, portanto, que o índice de geração de resíduo por metro quadrado tem
uma grande variação, conforme descrito na literatura, e que são valores que apontam para a
necessidade de maior cuidado por parte das construtoras com a redução da geração de
resíduo, uma vez que o foco apenas na busca de destinação adequada para o RCC traz uma
contribuição pequena para o meio ambiente e para a competitividade da empresa.
Indicador de geração
Indicador de geração
(volume / área de
(volume / área
serviço executada -
Serviço Tipo de resíduo construída - m³/m²)
m³/m²)
Empresa Empresa Empresa Empresa
"A" "B" "A" "B"
Montagem de armadura na
Metal (1) 0,000003 0,000003 0,000003 0,000003
laje
Montagem de instalações
Tubos de PVC 0,000094 0,000180 0,000094 0,000180
(tubulação) na laje
Revestimento de paredes e
Gesso 0,005753 __ 0,015300 __
tetos com gesso
Revestimento cerâmico
Placa cerâmica e argamassa de rejunte 0,000406 __ 0,000556 __
em paredes e pisos
Madeira 0,001053 0,000828
Cobertura __ __
Telha cerâmica 0,000466 0,000367
Revestimento de fachada
Argamassa de chapisco e reboco 0,005717 0,007200 0,005299 0,006673
com argamassa
(1)
Metal referente ao arame recozido, uma vez que a armadura era recebida no canteiro já cortada e
dobrada.
Esses índices podem ser úteis para a quantificação de resíduo a ser gerado nesses
tipos de serviços e obra, principalmente na elaboração do projeto de gerenciamento de
resíduos ou planejamento de custo com a retirada de resíduo da obra. É importante que os
índices dos serviços restantes possam ser calculados em outros estudos, de forma a se
viabilizar a quantificação dos resíduos para toda a obra.
O resíduo gerado no canteiro “B” foi totalmente encaminhado para deposição final
no Aterro da Terra Dura ou local desconhecido. No canteiro “A”, parte dos resíduos de
papelão, plástico e metal foram encaminhados para reciclagem e parte dos resíduos de
madeira, pó de serra e papel foram reutilizados, em fornos do fornecedor de bloco
cerâmico da empresa. O volume de resíduos classe B, provenientes do canteiro “A”, que
foi reutilizado ou reciclado foi de 31.101,30 kg, de um total de 2.811.950,90 kg de resíduos
gerados, sendo, portanto, 1,11% do resíduo gerado no canteiro “A” destinado para
reutilização ou reciclagem. Este valor é inferior ao de 6,9% apresentado por Daltro Filho et
al. (2005) como o percentual de resíduo classe B gerado em canteiros de obras de empresa
de médio porte.
Foi verificado que o baixo índice de reutilização e reciclagem externas aponta para
o desperdício da oportunidade de contribuição dos canteiros “A” e “B” com a melhoria
ambiental da cidade.
Observa-se que uma pequena parte do resíduo gerado nos canteiros tem sua
destinação comprovada e conhecida, reforçando a possibilidade de contribuição dos
canteiros de obras pesquisados com aterros executados sem a autorização dos órgãos
competentes ou bota-foras, comprometendo a sustentabilidade da obra, poluindo e
degradando ambientalmente a cidade.
Dessa forma, foi verificado que o gerenciamento de resíduo, ferramenta com forte
potencial para contribuir com a sustentabilidade da obra no atendimento às questões
ambientais e gerenciais, não foi implementado nos canteiros pesquisados de forma a se
alcançar esse objetivo.
As entrevistas realizadas com oito empresários, que executam obras com a mesma
tipologia pesquisada, definiram o perfil das empresas como de médio porte (87,5%) e de
grande porte (12,5%), de acordo com o número de funcionários e classificação apresentada
no Apêncide A, sendo que todas possuem o certificado do PBQP-H, nível A, e nenhuma
definiu indicador ambiental no SGQ, nem possui sistema de gestão ambiental.
O transporte é feito por empresas terceirizadas, sendo que 75% das empresas
utilizam empresas transportadoras de entulho (caminhão poliguindaste com caixa coletora),
associada ao serviço de caçambeiros avulsos (retro-escavadeira com caminhão basculante).
A destinação da maior parte (62,5%) dos resíduos oriundos das etapas construtivas
de alvenaria, concreto, gesso e ferramenta de pintura é desconhecida, podendo ser também
feita em aterros de lotes ou no Aterro da Terra Dura. Já o descarte do papel está distribuído
em 50% desconhecido, 12,5% queimado, 12,5% doado e 12,5% em aterros de terrenos. O
maior índice de reciclagem citado foi 75% do papelão e plástico doados à CARE. O metal
é doado à CARE (37,5%) e os 62,5% restantes estão divididos entre venda a “ferro velho”,
doação aos colaboradores, descarte no Aterro da Terra Dura e aterros de lotes, ou
desconhecida. A madeira é doada à indústria de bloco cerâmico (25%), bem como 12,50%
do pó de serra, e o restante de resíduo desses materiais tem destinação desconhecida.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 132
Considera as
exigências dos órgãos
37,5
ambientais como um
entrave à produção
Segue a legislação
100
ambiental
Conhece a legislação
ambiental referente a 87,5
construção civil
0 20 40 60 80 100 120
A comparação dessas informações com às levantadas por Daltro Filho et al. (2005),
apresenta uma evolução na ampliação do conhecimento da Resolução CONAMA 307/02,
na elaboração e implantação de gerenciamento de RCC, na destinação alternativa de
resíduos classe B à CARE e indústria cerâmica e no controle de comprovação de
destinação, não havendo alterações com relação ao transporte de RCC.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 133
30
25 25 25 25
25
20
% EMPRESAS
15
10
0
Muito grave Grave Pouco grave Sem gravidade
GRAVIDADE
A maioria das empresas atribuiu uma grande importância aos recursos naturais para
suas atividades, sendo que 50% se disseram dispostas a adquirir matéria-prima de baixo
impacto ambiental, mesmo a custo mais elevado, apesar de 75% dos entrevistados
considerarem que seus clientes atribuem pouca importância a atividades socioambientais
desenvolvidas pelas construtoras. O conhecimento sobre a possibilidade de uso do
agregado reciclado foi citado por 62,5% dos entrevistados. Esses dados estão resumidos no
Gráfico 7.3.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 134
0 10 20 30 40 50 60 70 80
O perfil traçado, pela pesquisa, dos colaboradores do canteiro “A” foi o seguinte:
21,43% de pessoal administrativo; 57,14% de profissionais; 21,43% de ajudante e
servente; 94% do sexo masculino; 6%, feminino; 40,3% com faixa etária de 18 a 29 anos;
32,9% com faixa etária de 30 a 39 anos; 26,8% com faixa etária acima de 39 anos.
Observa-se uma permanência maior dos colaboradores na empresa “A”, uma vez
que 37,9 % dos entrevistados trabalham na empresa por um período maior ou igual a 12
meses, sendo esse valor para a empresa “B” de 1,5%. Além disso, para a empresa “A”,
30,3% dos entrevistados permanecem por um período de até 3 meses, sendo esse
percentual de 43,9% para a empresa “B”. O Gráfico 7.4 mostra os dados do tempo de
permanência dos colaboradores nos canteiros pesquisados.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 136
50
43,9
45
40 37,9
% COLABORADOR
35 31,8
30,3
30
25 22,7
20
16,7
15,1
15
10
5
1,5
0
Até 3 meses De 3 a 6 meses De 7 a 12 meses Mais que 12
meses
TEMPO
100
89,3
90
80
% Colaborador
70
60
50
38,9
40 31,5
30 20,4
20
7,1 9,2
10 3,6
0
0
1 2 3 4 ou mais
Nº de Obras
contribuído para a menor geração de entulho que aconteceu nesse canteiro em relação ao
“A”.
O fato da empresa “A” executar a obra com equipes mais treinadas e que
trabalharam em obras da mesma tipologia, executadas pela construtora, não foi suficiente
para se obter uma menor geração de resíduos que na obra da empresa “B”. A explicação
para isto pode residir na constatação, conforme já citado anteriormente, de que a falta de
quantificação dos resíduos retirados no mês de janeiro de 2008 e em finais de semana
foram representativas na quantificação geral de seus resíduos.
Apesar dos colaboradores afirmarem que o resíduo polui a cidade e que pode
provocar problemas de saúde na população, não se pôde concluir que os mesmos percebem
a importância da destinação adequada dos resíduos da obra onde estão trabalhando.
Capítulo 7 – Análise de dois canteiros de obras de Aracaju 139
As ações sociais que podem contribuir para a sustentabilidade das obras, citadas
pelas empresas, foram: preferência pela contratação de serviços e materiais a fornecedores
formais; uso de cadastro das concessionárias para evitar a perfuração de redes existentes;
execução dos serviços mais incômodos durante o horário normal de trabalho, apesar de não
terem sido desenvolvidas ações mais efetivas para a diminuição do incômodo à vizinhança;
cuidados e atendimento à legislação sobre segurança do trabalho e desenvolvimento de
treinamentos, sendo esse último aspecto mais desenvolvido e estruturado no canteiro “A”.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Capítulo 8 – Conclusões e Recomendações 142
8 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Os índices de volume de resíduo gerado por área de serviço executado e por área
construída para os serviços de execução de alvenaria, montagem de armadura e de
instalações na laje, revestimento interno em gesso, revestimento cerâmico, cobertura e
revestimento argamassado em fachada foram calculados para os canteiros pesquisados e
poderão ser utilizados para o cálculo de geração de resíduo para esse tipo de obra. O valor
de resíduo gerado por serviço pode ser utilizado pelas empresas no PGRCC a ser
apresentado ao órgão ambiental e na previsão de custo com transporte de RCC retirados
das obras.
Por outro lado, o conhecimento sobre a legislação ambiental não foi suficiente para
conscientizar os empresários pesquisados com relação à gravidade dos danos ambientais
causados pela construção civil, uma vez que 50% dos entrevistados classificaram como
pouca ou nenhuma, a gravidade desses impactos.
Esse fato pode ser reforçado pelo dado de que nenhuma das empresas entrevistadas
possui indicadores ambientais, planejamento estratégico ou projeto específico que
contemple critérios de sustentabilidade, dificultando a adequação dos canteiros de obras.
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Yazigi, W. A técnica de edificar. 4a ed. São Paulo: Editora Pini, 2002. 256 p.
APÊNDICE
Apêndice 160
EMPRESA: MÊS:
RESÍDUOS
STATUS
PREENCHI -
DATA Papel(saco Resíduo Resíduo TRANSPORTADOR DESTINO
MENTO DO
OBS
Madeira Pó Serra Papelão Plástico Metal Bloco Concreto Gesso Gesso Cerâmica
cimento, misturado misturado
(m3) (sacos) (Kg) (Kg) (Kg) (m3) e arg (m3) (Kg) (m3) (Kg) REGISTRO
gesso) (m3) (m3) (kg)
TOTAL
161
Apêndice
APÊNDICE A.2 - QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS POR SERVIÇO EXECUTADO
Empresa: Bloco:
162
Apêndice 163
169
Apêndice 170
(1)
Quantidades coletadas na unidade Kg e transformadas segundo o quadro 7.7 e as seguintes informações:
Metal: 7.850 kg/m3, conforme NBR 6118:2003
Plástico: 30 kg/m3, conforme Pucci R. B. (2006)
Placa cerâmica e argamassa de rejunte:2.100 kg/m3, conforme Pucci R. B. (2006)
Telha cerâmica: 1.780 kg/m3, conforme informação do fornecedor do serviço de cobertura
(2)
As áreas construídas dos blocos de 03 e 02 quartos são 1.011,59 m² e 826,31 m², respectivamente.
171
Apêndice 172
APÊNDICE E – RESULTADO DAS ENTREVISTAS COM OS COLABORADORES DOS CANTEIROS "A" e "B"
I. IDENTIFICAÇÃO
3-Função:
Função "A" (%) "B" (%)
Administrativo 21,43 47,06
Profissional 57,14 35,29
Ajudante e servente 21,43 17,65
total 100,00 100,00
5-Sexo:
Sexo "A" (%) "B" (%)
Masculino 94,00 100,00
Feminino 6,00 0,00
total 100,00 100,00
6-Local de nascimento:
Estados "A" (%) "B" (%)
Sergipe 70,49 75,41
Alagoas 14,75 13,11
Bahia 6,56 4,92
Rio de Janeiro 0,00 3,28
São Paulo 1,64 1,64
Paraná 3,28 1,64
Pernambuco 1,64 0,00
Paraíba 1,64 0,00
total 100,00 100,00
7-Tempo na obra:
Tempo na obra "A" (%) "B" (%)
Até 3 meses 38,30 43,70
De 3 à 6 meses 25,00 34,40
De 7 à 12 meses 26,70 21,90
Mais que 12 meses 10,00 0,00
total 100,00 100,00
8-Situação na obra:
Situação na obra "A" (%) "B" (%)
Funcionário 76,70 64,10
Subcontratado 23,30 35,90
total 100,00 100,00
Apêndice 174
9-Tempo na empresa:
Tempo na empresa "A" (%) "B" (%)
Até 3 meses 30,30 44,00
De 3 à 6 meses 16,70 31,80
De 7 à 12 meses 15,10 22,70
Mais que 12 meses 37,90 1,50
total 100,00 100,00
11-Faixa etária:
Faixa etária "A" (%) "B" (%)
18 – 24 anos 22,40 26,90
25 – 29 anos 17,90 11,90
30 – 39 anos 32,90 34,30
40 – 49 anos 16,40 19,40
50 – 64 anos 10,40 7,50
total 100,00 100,00
12-Grau de instrução:
Grau de instrução "A" (%) "B" (%)
Analfabeto 12,60 4,50
Ensino Fundamental 67,20 70,20
Incompleto:
Ensino Fundamental 6,20 11,90
Completo:
Ensino Médio Incompleto 6,20 1,50
Ensino Médio Completo 7,80 10,40
Ensino Superior Completo 0,00 1,50
total 100,00 100,00
Apêndice 175
Curso profissionalizante?
Curso profissionalizante "A" (%) "B" (%)
Sim 10,40 18,20
Não 89,60 81,80
total 100,00 100,00
13-Estado civil:
Estado civil "A" (%) "B" (%)
Solteiro 34,30 38,80
Casado 32,80 32,80
Divorciado 3,00 3,00
Viúvo 7,50 0,00
Outros 22,40 25,40
total 100,00 100,00
Citação:
"A" : treinamentos sobre qualidade e segurança do trabalho
"B" : treinamentos sobre segurança do trabalho e orientações dos encarregados
Citação:
"A" : separação dos resíduos dos serviços
"B" : separação para reaproveitamento
Apêndice 176
16-Na obra em que você está trabalhando, os vários tipos de resíduos (papel, plástico,
madeira, metal, gesso, alvenaria e concreto) são separados?
"A" (%) "B" (%)
Sim 89,60 68,70
Não 10,40 31,30
total 100,00 100,00
Citação:
"A" : cobrança feita pelos técnicos e mestre, reuniões
"B" : cobrança pelos superiores
18-Você sabe em que local do canteiro deve ser colocado o entulho que é produzido
durante a execução do seu serviço?
"A" (%) "B" (%)
Sim 79,10 77,60
Não 20,90 22,40
total 100,00 100,00
Citação:
"A" : bombona, dispositivos, baia, caixa coletora, bag
"B" : baia, caixa coletora, empilhado no canteiro, perto do local de serviço
Citados:
"A" : CARE, Terra Dura, terreno baldio
"B" : aterro, outras obras, terreno atrás da rodoviária, terreno baldio
Apêndice 177
20-Na sua opinião, o entulho que sai do canteiro de obra representa um desperdício de
material?
"A" (%) "B" (%)
Sim 50,80 60,60
Não 49,20 39,40
total 100,00 100,00
Citados:
"A" : desinteresse dos colaboradores, inevitável, existe reaproveitamento, eficiência na execução
do serviço
"B" : poderia ser reaproveitado, reaproveitado em terrenos baldios ou outras obras, inevitável, o
resíduo não serve para nada
21-Qual a contribuição que você poderia dar para que se produzisse menos entulho na
obra?
Citados:
"A" : treinamento, reaproveitamento do material, executar bem o serviço e manter a limpeza no
local do trabalho
"B" : reaproveitamento de material e RCD, evitar desperdício de material, executar o serviço
corretamente
Citação:
"A" : poluição, sujeira, descarte inadequado de resíduo, recolhimento pela prefeitura, destinação
adequada
"B" : poluição, destinação inadequada
Apêndice 178
Citados:
"A" : atração, poeira, doença, compromete a drenagem, destinação imadequada, material tóxico,
o RCD é reaproveitado e reciclado
"B" : poeira, pela destinação inadequada, prejudica a saúde e o meio ambiente, porque existe a
limpeza do entulho