Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/346838557
CITATION READ
1 1
2 authors:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Design firms management and strategies for the design value improvement View project
Guidelines for scope of work in corporate office building design View project
All content following this page was uploaded by Silvio Burrattino Melhado on 09 December 2020.
RESUMO
Sistemas contratuais alternativos têm sido introduzidos em diversos países em substituição às soluções
tradicionais, consideradas onerosas, lentas e potencialmente conflituosas. No design-build, uma única
organização se responsabiliza pelas atividades de projeto e construção, oferecendo ponto único de contato
para o cliente.
Este trabalho discute as limitações dos sistemas contratuais tradicionais e a tendência de flexibilização na
contratação dos fornecedores de arquitetura e engenharia. Em seguida, analisa a demanda de uma base de
conhecimentos sobre o design-build no Brasil e caracteriza as suas variações, potenciais benefícios,
fatores críticos de sucesso e obstáculos para a sua difusão, por meio de revisão bibliográfica e estudos
exploratórios.
ABSTRACT
Alternative delivery systems have been introduced in several countries instead of traditional methods,
potentially expensive, lengthy and adversarial. The design-build is characterized by its single point of
responsibility, since the design-builder is responsible for both design and construction services under one
contract.
This paper discusses the traditional solutions and analyzes some trends on project delivery systems for
the next years. Afterwards, it emphasizes the demand of additional research and criticism on contractual
methods adopted in Brazil. At last, design-build variations are described and critical success factors for
its implementation are analyzed by literature review and exploratory studies.
1
Etapa anterior à construção, na qual a construtora realiza verificações de construtibilidade e análises de
valor, propondo alternativas técnicas e econômicas para ajustar o projeto e o orçamento, ratificando o
preço fixo ou preço máximo garantido (PMG) acordado com o cliente.
confiança dos clientes, o conflito de interesses com as gerenciadoras, as restrições legais
e a carência de competências em gestão e coordenação de projetos nas construtoras
(GRILO, 2002).
2
Uma das variações do design-build.
3.4. Variações do design-build
O sistema integrado pode empregar estruturas organizacionais lideradas por um
construtor, um projetista ou por uma joint venture. As vantagens da liderança do
construtor consistem em: foco na construtibilidade; emprego do fast-track; controle
físico e financeiro; e análise das implicações do projeto no cronograma e orçamento. As
vantagens do controle do projetista envolvem: desenvolvimento de projetos complexos
com verificações de construtibilidade; concepção protegida; qualidade do projeto
arquitetônico e técnico; dados de entrada do cliente conduzidos ao projetista
(MOLENAAR; GRANSBERG, 2000).
Os contratos de design-build apresentam variações conforme o volume de informações
fornecido para os concorrentes durante a solicitação das propostas (MOLENAAR;
GRANSBERG; 2000): design-build direto (0 a 10% do projeto); design-build com
critérios de projeto (5% a 25% do projeto); design-build com estudo preliminar (20 a
35% do projeto); e novação (35% ou mais do projeto).
O turnkey assemelha-se ao design-build. O cliente incumbe um agente do projeto e da
construção. O agente assume o papel do cliente, estabelece contratos e toma decisões
relativas ao projeto. O cliente, em geral, formula o programa e transfere a
responsabilidade para o construtor, não se envolvendo até a entrega do
empreendimento.
O turnkey originou diversas modalidades contratuais, tais como o BOT, DBFO e PFI3 ,
nos quais os investidores respondem pelo financiamento, projeto, operação e
manutenção da benfeitoria durante um período preestabelecido, após o qual se transfere
o empreendimento para o governo. De acordo com Building Services (1995), contratos
inovadores têm sido largamente empregados no Reino Unido, com o objetivo de
permitir a injeção de recursos privados na construção de penitenciárias, postos de saúde
e hospitais da rede pública.
3
Build, Operate and Transfer; Design, Build, Finance and Operate; e Private Financing Initiative.
3.6. Requisitos para o sucesso do design-build
Retherford (1998); Molenaar; Gransberg (2000) e Beard et al. (2001) relacionaram
fatores críticos de sucesso (FCS) para o design-build: planejar o empreendimento de
forma detalhada antes da seleção do construtor; qualificar as equipes antes da
concorrência; assegurar suporte gerencial e fornecer autonomia para as equipes; atingir
um consenso sobre a qualidade desejada nas fases iniciais; obter sugestões do construtor
durante o projeto; suplantar procedimentos e relacionamentos tradicionais; desenvolver
programas e critérios de desempenho sucintos; remunerar os concorrentes de forma
justa; balancear os riscos e as responsabilidades entre o cliente e o construtor; apontar
árbitros independentes; empregar contratos de preço global em concorrências de preço;
contratar logo após a seleção; e proibir o emprego de conceitos adotados por
concorrentes mal sucedidos.
O cliente necessita de um representante para desenvolver estudos de viabilidade, obter
aprovações, elaborar o programa, preparar o projeto conceitual e as especificações, e
administrar a construção (BEARD et al., 2001). Embora os custos possam ser
aumentados, em decorrência da duplicação da equipe de projeto, os resultados podem
ser vantajosos.
Os requisitos do cliente devem permitir a conformidade das propostas sem inibir
soluções criativas por parte dos proponentes. O estabelecimento de critérios de
desempenho proporciona flexibilidade ao construtor, assegurando a compreensão dos
requisitos de forma mensurável e objetiva. No Brasil, a carência de normas de
desempenho constitui um empecilho para a definição quantitativa dos requisitos do
cliente, o que pode prejudicar a compreensão equalizada por parte dos concorrentes.
As barreiras culturais representam um fator crítico para a implementação do design-
build. Alguns profissionais resistem a sua adoção, devido a uma pressuposta perda de
autoridade. A contratação de profissionais por construtoras tem sido vista como uma
degradação da profissão no Reino Unido. O Royal Institution of Chartered Surveyors
(RICS) e o Royal Institute of British Architects (RIBA) opunham-se à contratação dos
seus membros por construtoras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEARD, J.; LOULAKIS, M.; WUNDRAM, E. Design-build: planning through
development. New York: McGraw-Hill, 2001.
BUILDING DESIGN & CONSTRUCTION. Low Bidders needn’t apply. September, 1998.
Disponível em: <http://www.findarticles.com./cf_0/m3024/n9_v39/21154032/print. jhtml>
Acesso em: 02/02/01.
BUILDING SERVICES. Design-build: happy marriage or unholy union? September, 1995,
pp. 29-31.
CONSTRUÇÃO MERCADO. A voz do contratante. Entrevista de André Kissajikian.
Concedida a Mariuza Rodrigues. N.º 5, dezembro, 2001, pp. 16-22.
CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE. Task force 133 – Design-build. Construction
Industry Institute, Austin, TX, 1996.
FRIEDLANDER, M. Design-build soluctions. In: Journal of Management in Engineering,
nov./dez. 1998, pp. 59-64.
GRILO, L. M. Gestão do processo de projeto no segmento de construção de edifícios por
encomenda. São Paulo. 370 p. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, 2002.
NDEKUGRI, I.; TURNER, A. Building procurement by design and build approach. Journal of
Construction Engine ering and Management, Vol. 120, n.º 2, Junho, 1994, pp. 243-256.
MULVEY, D. Project delivery trends: a contractor’s assessment. Journal of Management in
Engineering, Nov./Dec., 1998, p. 51-54.
RETHERFORD, R. Project delivery and the U.S. Department of State. In: Journal of
Management in Engineering, Novembro/dezembro, 1998, pp. 55-58.
SONGER, A.; MOLENAAR, K. Project characteristics for successful public sector design-
build. Journal of Construction Engineering and Management, Vol. 123, n.º 1, Março, 1997,
pp. 34-40.
THE UNIVERSITY OF READING DESIGN-BUILD FORUM REPORT. Designing and
building a world-class industry. Centre of Strategic Studies in Construction, University of
Reading, Reading, UK, 1996.
AGRADECIMENTOS
Verticon Engenharia; Método Engenharia; Serplan Desenvolvimento Imobiliário e
Comercial; Racional Engenharia; Bross Consultoria; U. S. Equities Realty; Hochtief do
Brasil; Construtora Toda do Brasil; Ícaro de Castro Mello Arquitetura; Zarvos
Engenharia; Meta Gerencial Projetos e Obras; Planservice; Grafite Arquitetura; BKO
Engenharia; Edison Musa Arquitetura; José Arduin Arquitetura; BlochSó Arquitetura e
Urbanismo; Barbosa e Corbucci Arquitetos Associados; Luongo & Associados;
Carvalho e Silveira Arquitetura; Evolução Empreendimentos Imobiliários e
Construções; Piratininga Arquitetos; Escritório Técnico Julio Neves; Batagliesi &
Associados; Ruy Ohtake Arquitetura e Urbanismo e Rocco Associados.