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Boletim j

Manual de Procedimentos
Temática Contábil e Balanços
Fascículo No 05/2015

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// Contabilidade Geral Veja nos Próximos


Limite de ativo de benefício definido, requisitos de custeio (funding) Fascículos
mínimo e sua interação sob a ótica do ICPC 20. . . . . . . . . . . . . . . . 01
CPC 16 (R1) - Estoques - Observações gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

a CPC 25 - Provisões, passivos


// Demonstrações Financeiras contingentes e ativos
contingentes
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Composição e divul-
gação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 a Demonstração dos Fluxos de
Caixa (DFC) - Exemplificação
do método direto
a Os objetivos da empresa
© 2015 by IOB | SAGE

Capa:
Marketing IOB | SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão:


Editorial IOB | SAGE

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Temática contábil e balanços : limite de ativo de


benefício definido, requisitos de custeio.... --
11. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS -
SAGE, 2015. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2345-0

1. Balanços contábeis 2. Empresas -


Contabilidade I. Série.

15-00250 CDD-658.15
Índices para catálogo sistemático:
1. Administração financeira : Empresas 658.15
2. Análise de balanços : Empresas :
Administração financeira 658.15
3. Balanços : Empresas : Administração
financeira 658.15

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer
meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
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Temática Contábil e Balanços

a Contabilidade Geral
Limite de ativo de benefício definido, - ITG 20, de 21 de novembro de 2014. No âmbito da
Comissão de valores Mobiliários (CVM), a aprovação
requisitos de custeio (funding) mínimo se deu por meio da Deliberação CVM nº 731/2014.
e sua interação sob a ótica do ICPC 20
Nota
SUMÁRIO
A terminologia custeio utilizada tem o mesmo significado da palavra
1. Introdução financiamento utilizada na versão atual do Pronunciamento CPC 33 e da pa-
2. Questões propostas pela ICPC 20 lavra funding utilizada na atual versão da IAS 19 emitida pelo International
3. Disponibilidade de restituição ou redução nas Accounting Standards Board (IASB).
contribuições futuras
4. Benefício econômico disponível como restituição 1.1 Importância do funding
5. Funding mínimo sobre o benefício econômico
Os requisitos de custeio (funding) mínimo existem
disponível como redução nas contribuições futuras
6. Quando funding mínimo pode originar um passivo em muitos países para melhorar a garantia da promessa
7. Exemplos ilustrativos de benefício pós-emprego feita aos participantes de
plano de benefício a empregados. Esses requisitos
1. INTRODUÇÃO normalmente estipulam o valor ou nível mínimo de
O item 64 do Pronunciamento Técnico CPC contribuições que devem ser feitas ao plano durante
33 - Benefícios a Empregados limita a men- determinado período. Portanto, um requisito
suração de ativo de benefício definido de custeio (funding) mínimo pode limitar
A ICPC 20, a capacidade da entidade de reduzir
líquido ao que for menor entre o supe- objeto deste texto, se
rávit do plano de benefício definido e contribuições futuras.
aplica a todos os benefícios
o teto de ativo. definidos pós-emprego e Além disso, o limite na mensu-
outros benefícios definidos ração de ativo de benefício definido
Por sua vez, o item 8 do CPC 33
de longo prazo aos pode fazer com que o requisito de
define o teto de ativo como o “valor
empregados custeio (funding) mínimo seja one-
presente de quaisquer benefícios
econômicos disponíveis na forma de res- roso. Normalmente, um requisito para
tituições provenientes do plano ou de reduções fazer contribuições ao plano não afetaria a
nas contribuições futuras para o plano”. mensuração do ativo ou passivo de benefício definido.
Isso se deve ao fato de que as contribuições, quando
Nesse diapasão, surgiram questões sobre pagas, se tornarão ativos do plano e, portanto, não
quando as restituições ou reduções nas contribuições há passivo líquido adicional. Contudo, o requisito de
futuras podem ser consideradas como disponíveis, custeio (funding) mínimo poderá originar um passivo
particularmente, quando existir requisito de custeio se as contribuições exigidas não estiverem disponíveis
(funding) mínimo. para a entidade uma vez que tenham sido pagas.

Diante de tal fato, o Comitê de Pronunciamentos 1.2 Aplicação


Contábeis (CPC) editou e aprovou a Interpretação A ICPC 20, objeto deste texto, se aplica a todos os
Técnica ICPC 20 - Limite de Ativo de Benefício Definido, benefícios definidos pós-emprego e outros benefícios
Requisitos de Custeio (Funding) Mínimo e Sua Interação. definidos de longo prazo aos empregados.

O referido documento foi recepcionado pelo Para a finalidade da ICPC 20, os requisitos de
conselho Federal de Contabilidade por meio da NBC custeio (funding) mínimo são quaisquer requisitos

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para custeio (funding) de plano de benefício definido do superávit ou a divulgação da base utilizada para
pós-emprego ou outro de longo prazo. determinar o valor do benefício econômico disponível.

4. BENEFÍCIO ECONÔMICO DISPONÍVEL COMO


2. QUESTÕES PROPOSTAS PELA ICPC 20
RESTITUIÇÃO
Possivelmente, para tornar o tema mais didático,
4.1 Direito a uma restituição
a ICPC 20 propôs algumas questões com o intuito
de esclarecer o tema. As questões propostas são as Uma restituição estará disponível à entidade
seguintes: somente se a entidade tiver um direito incondicional
a essa restituição:
a) quando as restituições ou reduções nas con-
a) durante a vigência do plano, sem assumir que
tribuições futuras devem ser consideradas
os passivos do plano devem ser liquidados
como disponíveis de acordo com a definição
para obter a restituição (por exemplo, em algu-
de teto de ativo do item 8 do Pronunciamento
mas jurisdições, a entidade pode ter um direito
Técnico CPC 33;
a uma restituição durante a vigência do plano,
b) como um requisito de custeio (funding) mínimo independente de os passivos do plano serem
pode afetar a disponibilidade de reduções nas liquidados); ou
contribuições futuras; b) assumindo a liquidação gradual dos passivos
c) quando um requisito de custeio (funding) míni- do plano ao longo do tempo, até que todos os
mo pode originar um passivo. membros tenham deixado o plano; ou
c) assumindo a liquidação plena dos passivos do
3. DISPONIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU plano em um único evento (ou seja, como en-
REDUÇÃO NAS CONTRIBUIÇÕES FUTURAS cerramento do plano).
A entidade deve determinar a disponibilidade de
Um direito incondicional a uma restituição pode
restituição ou redução nas contribuições futuras de
existir qualquer que seja o nível de custeio (funding)
acordo com os termos e condições do plano e quais-
de um plano no final do período das demonstrações
quer requisitos estatutários na jurisdição do plano.
contábeis.
O benefício econômico, na forma de restituição
Se o direito da entidade a uma restituição de
ou redução nas contribuições futuras, ficará dispo-
superávit depender da ocorrência ou não de um ou
nível se a entidade puder realizá-la em algum ponto
mais eventos futuros incertos não totalmente dentro
durante a vigência do plano ou quando os passivos
do seu controle, a entidade não tem um direito incon-
do plano forem liquidados. Em particular, esse bene-
dicional e não deve reconhecer o ativo.
fício econômico pode ficar disponível mesmo se não
for imediatamente realizável no final do período das 4.2 Mensuração do benefício econômico
demonstrações contábeis.
A entidade deve mensurar o benefício econômico
O benefício econômico disponível não depende disponível como restituição como o valor do superávit
da forma como a entidade pretende usar o superávit. no final do período das demonstrações contábeis
A entidade deve determinar o benefício econômico (sendo o valor justo dos ativos do plano menos o valor
máximo que ficará disponível a partir das restituições, presente da obrigação de benefício definido) que
reduções nas contribuições futuras ou a combinação a entidade tem direito de receber como restituição,
de ambas. A entidade não deve reconhecer benefí- menos quaisquer custos associados. Por exemplo, se
cios econômicos de combinação de restituições e a restituição estiver sujeita a imposto que não seja o
reduções nas contribuições futuras com base nas imposto sobre a renda, a entidade deverá mensurar o
premissas que forem mutuamente exclusivas. valor da restituição líquida do imposto.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC Ao mensurar o valor da restituição disponível
26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis, a no encerramento do plano - item 11(c) -, a entidade
entidade deve divulgar informações sobre as principais deve incluir os custos para o plano da liquidação dos
fontes de incerteza na estimativa ao final do período passivos do plano e da restituição. Por exemplo, deve
das demonstrações contábeis que tenham risco sig- deduzir honorários profissionais se eles forem pagos
nificativo de causar ajuste relevante no valor contábil pelo plano em vez de serem pagos pela entidade,
do ativo ou passivo líquido reconhecido no balanço e os custos de quaisquer prêmios de seguro que
patrimonial. Isso poderia incluir a divulgação de quais- possam ser necessários para garantir o passivo no
quer restrições sobre a atual capacidade de realização encerramento.

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Se o valor da restituição for determinado como o para serviço futuro porque a entidade efetuou
valor total ou uma proporção do superávit, em vez de um pré-pagamento (ou seja, pagou o valor an-
um valor fixo, a entidade não fará nenhum ajuste do tes de ser obrigada a fazê-lo); e
valor temporal do dinheiro, mesmo se a restituição for b) o custo do serviço futuro estimado em cada pe-
realizável somente em data futura. ríodo de acordo com o item 4, menos as contri-
buições de requisito de custeio (funding) míni-
4.3 Benefício econômico disponível como redução mo estimado que seriam exigidas para serviço
na contribuição futuro nesses períodos se não houvesse pré-
Se não houver requisito de custeio (funding) -pagamento, conforme descrito na alínea (a).
mínimo para contribuições relativas a serviço futuro,
o benefício econômico disponível como redução em A entidade deve estimar as contribuições referen-
contribuições futuras é o custo de serviço futuro para tes a um requisito de custeio (funding) mínimo para
a entidade para cada período ao longo do que for serviço futuro levando em conta o efeito de qualquer
mais curto entre a vida esperada do plano e a vida superávit existente determinado, utilizando-se a
esperada da entidade. O custo de serviço futuro para base de custeio (funding) mínimo, mas excluindo
a entidade não inclui valores que serão assumidos o pré-pagamento descrito em “a”. A entidade deve
pelos empregados. usar premissas consistentes com a base de custeio
(funding) mínimo e, para quaisquer fatores não espe-
A entidade deve determinar os custos de serviço cificados por essa base, premissas consistentes com
futuro usando premissas consistentes com aquelas aquelas utilizadas para determinar a obrigação de
usadas para determinar a obrigação de benefício benefício definido e com a situação existente no final
definido e com a situação existente no final do período do período das demonstrações contábeis, conforme
das demonstrações contábeis, conforme determi- determinado pelo Pronunciamento Técnico CPC 33. A
nado pelo Pronunciamento Técnico CPC 33. Portanto, estimativa deve incluir quaisquer mudanças previstas
a entidade não deve assumir nenhuma mudança nos como resultado do pagamento pela entidade das con-
benefícios a serem fornecidos por um plano no futuro tribuições mínimas quando forem devidas. Contudo,
até que o plano seja alterado e deve assumir uma a estimativa não deve incluir o efeito das mudanças
força de trabalho estável no futuro, exceto se a enti- esperadas nos termos e condições da base de custeio
dade fizer uma redução no número de empregados (funding) mínimo que não estiverem substantivamente
cobertos pelo plano. Nesse último caso, a suposição promulgadas ou contratualmente pactuadas no final
sobre a força de trabalho futura deve incluir a redução. do período das demonstrações contábeis.

5. FUNDING MÍNIMO SOBRE O BENEFÍCIO Quando a entidade determina o valor descrito em


ECONÔMICO DISPONÍVEL COMO REDUÇÃO “b”, se as contribuições futuras referentes a um requi-
NAS CONTRIBUIÇÕES FUTURAS sito de custeio (funding) mínimo para serviço futuro
excederem o custo de serviço futuro de acordo com
A entidade deve analisar qualquer requisito de
o Pronunciamento Técnico CPC 33 em dado período,
custeio (funding) mínimo em determinada data para
esse excedente deverá reduzir o valor do benefício
as contribuições necessárias para cobrir:
econômico disponível como redução em contribui-
a) qualquer defasagem existente por serviço ções futuras. Contudo, o valor descrito no item 20(b)
passado com base no custeio (funding) míni- nunca poderá ser inferior a zero.
mo; e
b) serviço futuro. 6. QUANDO FUNDING MÍNIMO PODE ORIGINAR
As contribuições para cobrir qualquer defasagem UM PASSIVO
existente com base no custeio (funding) mínimo em Se a entidade tiver uma obrigação em requisito de
relação aos serviços já recebidos não afetam as custeio (funding) mínimo de pagar contribuições para
contribuições futuras para serviço futuro. Elas podem cobrir uma defasagem existente com base no custeio
originar um passivo de acordo com o item 5, adiante. (funding) mínimo em relação aos serviços já recebi-
Se houver requisito de custeio (funding) mínimo dos, deverá determinar se as contribuições pagáveis
para contribuições relacionadas a serviço futuro, o estarão disponíveis como restituição ou redução nas
benefício econômico disponível como redução nas contribuições futuras após serem pagas ao plano.
contribuições futuras é a soma de: Na medida em que as contribuições devidas não
a) qualquer valor que reduza as contribuições estejam disponíveis após serem pagas para o plano,
de requisito de custeio (funding) mínimo futuro a entidade deve reconhecer um passivo quando

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surgir a obrigação. O passivo deve reduzir o ativo de de custeio (funding) mínimo pagáveis não estiverem
benefício definido líquido ou deve aumentar o passivo totalmente disponíveis
de benefício definido líquido, de forma que nenhum
EI3. Uma entidade tem um nível de custeio (funding)
ganho ou perda seja esperado como resultado da
com base no requisito de custeio (funding) mínimo (que
aplicação do item 64 do Pronunciamento Técnico
é mensurado de forma diferente daquele exigido no
CPC 33 quando as contribuições forem pagas.
Pronunciamento Técnico CPC 33) de 77% no Plano
B. De acordo com os requisitos de custeio (funding)
7. EXEMPLOS ILUSTRATIVOS
mínimo, a entidade deve aumentar o nível de custeio
A seguir, reproduzimos os exemplos ilustrativos (funding) para 100% imediatamente. Como resultado,
trazidos pela ICPC 20. O documento esclarece que a entidade tem uma obrigação estatutária no final do
os exemplos acompanham, mas não fazem parte da período das demonstrações contábeis de pagar contri-
ICPC 20. buições adicionais de $ 300 ao Plano B. As regras do
“Estes exemplos acompanham, porém não fazem plano permitem a restituição máxima de 60% do supe-
parte da ICPC 20. rávit, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 33, para
a entidade, e a entidade não está autorizada a reduzir
Exemplo 1 - Efeito do requisito de custeio (funding) suas contribuições abaixo de um nível especificado que
mínimo quando houver superávit conforme o Pronun- possa ser equivalente ao custo de serviço, conforme o
ciamento Técnico CPC 33 - Benefícios a Empregados e Pronunciamento Técnico CPC 33. As avaliações no final
as contribuições mínimas de custeio (funding) pagáveis de ano do Plano B estão definidas abaixo.
forem totalmente restituíveis à entidade Valor justo dos ativos 1.000
EI1. Uma entidade tem um nível de custeio (funding) Valor presente da obrigação de benefício definido de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 33 (1.100)
com base no requisito de custeio (funding) mínimo (que Déficit (100)
é mensurado de forma diferente daquele exigido no
Pronunciamento Técnico CPC 33) de 82% no Plano Aplicação de requisitos
A. De acordo com os requisitos de custeio (funding)
EI4. O pagamento de $ 300 mudaria o déficit
mínimo, a entidade é obrigada a aumentar o nível de
conforme o Pronunciamento Técnico CPC 33 de $ 100
custeio (funding) para 95% imediatamente. Como resul-
para um superávit de $ 200. Desse valor de $ 200,
tado, a entidade tem a obrigação estatutária no final
60% ($ 120) é restituível.
do período das demonstrações contábeis de contribuir
com $ 200 ao Plano A imediatamente. As regras do EI5. Portanto, das contribuições de $ 300, $ 100
plano permitem a total restituição de qualquer superávit elimina o déficit conforme o Pronunciamento Técnico
à entidade no final da vigência do plano. As avaliações CPC 33 e $ 120 (60% de $ 200) está disponível como
no final de ano do Plano A estão definidas abaixo. benefício econômico. Os $ 80 restantes (40% de $
200) das contribuições pagas não estão disponíveis
Valor justo dos ativos 1.200
para a entidade.
Valor presente da obrigação de benefício definido de (1.100)
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 33 EI6. O item 24 desta Interpretação [item 6 acima]
Superávit 100 requer que a entidade reconheça um passivo na
medida em que as contribuições adicionais pagáveis
Aplicação de requisitos não estiverem disponíveis a ela.
EI2. O item 24 da ICPC 20 (item 6, acima) exige que EI7. Portanto, o passivo de benefício definido
a entidade reconheça um passivo na medida em que as líquido é de $ 180, compreendendo o déficit de $ 100
contribuições devidas não estiverem totalmente disponí- mais o passivo adicional de $ 80 resultante dos requi-
veis. O pagamento das contribuições de $ 200 aumen- sitos do item 24 desta Interpretação (item 6 acima).
tará o superávit conforme o Pronunciamento Técnico Nenhum outro passivo é reconhecido em relação à
CPC 33 de $ 100 para $ 300. De acordo com as regras obrigação estatutária de pagar contribuições de $ 300.
do plano, esse valor será totalmente restituível à entidade
sem nenhum custo associado. Portanto, nenhum passivo Resumo
é reconhecido para a obrigação de pagar as contribui- Valor justo de ativos 1.000
ções, e o ativo de benefício líquido é $ 100. Valor presente da obrigação de benefício definido de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 33 (1.100)
Exemplo 2 - Efeito de requisito de custeio (fun- Déficit (100)
ding) mínimo quando houver déficit conforme o Efeito do teto do ativo (80)
Pronunciamento Técnico CPC 33 e as contribuições Passivo de benefício definido líquido (180)

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EI8. Quando as contribuições de $ 300 forem EI15. Entretanto, o superávit não é restituível,
pagas, o ativo líquido reconhecido na demonstração embora um ativo possa estar disponível como redu-
da posição financeira será $ 120. ção nas contribuições futuras.
Exemplo 3 - Efeito de requisito de custeio (fun- EI16. De acordo com o item 20 da ICPC 20 [item
ding) mínimo quando as contribuições pagáveis não 5, acima], o benefício econômico disponível como
estiverem totalmente disponíveis e o efeito sobre o uma redução nas contribuições futuras é a soma de:
benefício econômico disponível como redução nas a) qualquer valor que reduza as contribuições
contribuições futuras de requisito de custeio (funding) mínimo futuro
EI9. Uma entidade tem um nível de custeio (funding) para serviço futuro porque a entidade efetuou
com base no requisito de custeio (funding) mínimo (que um pré-pagamento (ou seja, pagou o valor an-
é mensurado de forma diferente daquele exigido no tes de ser obrigado a fazê-lo); e
Pronunciamento Técnico CPC 33) de 95% no Plano C. b) o custo do serviço futuro estimado em cada pe-
Os requisitos de custeio (funding) mínimo exigem que ríodo de acordo com o item 4, menos as contri-
a entidade pague contribuições para aumentar o nível buições de requisito de custeio (funding) míni-
de custeio (funding) para 100% ao longo dos próximos mo estimado que seriam exigidas para serviço
três anos. As contribuições são exigidas para sanar futuro nesses períodos se não houvesse pré-
o déficit com base no requisito de custeio (funding) -pagamento, conforme descrito na alínea (a).
mínimo (defasagem) e para cobrir serviço futuro. EI17. Neste exemplo, não existe pré-pagamento
EI10. O Plano C também tem um superávit, con- conforme descrito no item 20(a) [item 5, acima]. Os
forme o Pronunciamento Técnico CPC 33 no final do valores disponíveis como redução em contribuições
período das demonstrações contábeis de $ 50, que futuras ao aplicar o item 20(b) [item 5 Acima]estão
não pode ser restituído para a entidade sob nenhuma definidos abaixo.
circunstância. Contribuições
Custo de serviço
mínimas Valor disponível
EI11. Os valores nominais de contribuições exigi- conforme
Ano necessárias para como redução na
Pronunciamento Técnico
das para atender aos requisitos de custeio (funding) CPC 33
cobrir serviço contribuição
futuro
mínimo em relação à defasagem e ao serviço futuro
1 13 15 (2)
para os próximos três anos estão definidos abaixo.
Contribuições Contribuições 2 13 13 0
Contribuições totais
necessárias necessárias para
Ano para requisito de custeio 3 13 11 2
para sanar a cobrir o serviço
(funding) mínimo
defasagem futuro
4+ 13 9 4
1 135 120 15
2 125 112 13
EI18. Assumindo a taxa de desconto de 6%, o
3 115 104 11 benefício econômico disponível como redução nas
contribuições futuras é, portanto, equivalente a:
Aplicação de requisitos (2)/(1.06) + 0/(1.06)2 + 2/(1.06)3 + 4/(1.06)4
EI12. A obrigação presente da entidade em rela- + … + 4/(1.06)50 + ... = $ 56.
ção aos serviços já recebidos inclui as contribuições
Assim, de acordo com o item 64 do Pronunciamento
necessárias para sanar a defasagem, mas não inclui
Técnico CPC 33, o valor presente do benefício econô-
as contribuições mínimas necessárias para cobrir
mico disponível das reduções de contribuição futura
serviço futuro.
está limitado a $ 56.
EI13. O valor presente da obrigação da entidade,
EI19. O item 24 da ICPC 20 [item 6, acima] requer
assumindo a taxa de desconto de 6% ao ano, é apro-
que a entidade reconheça um passivo na medida em
ximadamente $ 300, calculado como segue:
que as contribuições adicionais devidas não estejam
[$ 120÷(1.06) + $ 112 ÷ (1.06)2 + $ 104 ÷ (1.06)3]. totalmente disponíveis. Portanto, o efeito do teto de
ativo é de $ 294 ($ 50 + $ 300 - $ 56).
EI14. Quando essas contribuições forem pagas
para o plano, o superávit, conforme o Pronunciamento EI20. A entidade deve reconhecer o passivo
Técnico CPC 33 (ou seja, o valor justo dos ativos menos de benefício definido líquido de $ 244 no balanço
o valor presente da obrigação de benefício definido), patrimonial. Nenhum outro passivo é reconhecido
aumentaria de $ 50 para $ 350 ($ 300 + $ 50), com os em relação à obrigação de fazer contribuições para
demais elementos permanecendo inalterados. cobrir a deficiência de custeio (funding) mínimo.

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Resumo Aplicação de requisitos

Superávit 50
EI26. De acordo com os itens 20 e 22 da ICPC 20
(item 5, acima), no início de 20X1, o benefício econô-
Ativo de benefício definido líquido (antes de considerar
o requisito de custeio (funding) mínimo) 50 mico disponível como uma redução nas contribuições
Efeito do teto de ativo
futuras é a soma de:
(294)
Passivo de benefício definido líquido (244) a) $ 30, sendo o pré-pagamento das contribui-
ções de requisito de custeio (funding) míni-
EI21. Quando as contribuições de $ 300 forem mo; e
pagas para o plano, o ativo líquido reconhecido no
balanço será de $ 56 ($ 300 - $ 244). b) $ zero. As contribuições de requisito de cus-
teio (funding) mínimo estimado exigidas para
Exemplo 4 - Efeito de pré-pagamento quando serviço futuro seriam de $ 75 se não houves-
um requisito de custeio (funding) mínimo excede a se pré-pagamento. Essas contribuições exce-
cobrança de serviço futuro esperado dem o custo do serviço futuro estimado ($ 50);
portanto, a entidade não pode utilizar qualquer
parte do superávit de $ 35 observado no item
EI22. Uma entidade é obrigada a custear o Plano
EI23 (ver item 22) [item 5, acima].
D de modo que não ocorra déficit com base no cus-
teio (funding) mínimo. A entidade é obrigada a pagar EI27. Supondo a taxa de desconto de 0%, o valor
contribuições de requisito de custeio (funding) mínimo presente do benefício econômico disponível como
para cobrir o custo do serviço em cada período deter- redução nas contribuições futuras é igual a $ 30.
minado com base no custeio (funding) mínimo. Assim, de acordo com o item 64 do Pronunciamento
Técnico CPC 33, a entidade reconhece o ativo de
EI23. O Plano D tem um superávit, conforme o benefício definido líquido de $ 30 (porque esse valor
Pronunciamento Técnico CPC 33, de $ 35 no início de é inferior ao superávit, conforme o Pronunciamento
20X1. Este exemplo presume que a taxa de desconto Técnico CPC 33, de $ 65).”
e o retorno esperado sobre os ativos são de 0%, e que
o plano não pode restituir o superávit à entidade em N
nenhuma circunstância, mas pode utilizar o superávit
para reduções de contribuições futuras.

EI24. As contribuições mínimas exigidas para


cobrir serviço futuro são de $ 15 para cada um dos
próximos cinco anos. O custo do serviço esperado,
conforme o Pronunciamento Técnico CPC 33, é de $
CPC 16 (R1) - Estoques - Observações
10 em cada ano. gerais
SUMÁRIO
EI25. A entidade efetua o pré-pagamento de $ 1. Introdução
30 no início de 20X1 referente aos anos 20X1 e 20X2, 2. Aplicação e exceções
aumentando seu superávit no início de 20X1 para 3. Algumas definições e esclarecimentos importantes
$ 65. Esse pré-pagamento reduz as contribuições 4. Mensuração de estoque
futuras que ela espera fazer nos próximos dois anos, 5. Critérios de valorização de estoque
6. Valor realizável líquido
conforme abaixo:
7. Reconhecimento como despesa no resultado
8. Divulgação
Contribuição Contribuição
Custo de serviço
de requisito de de requisito de
Ano
conforme o
custeio (funding) custeio (funding) 1. INTRODUÇÃO
Pronunciamento Técnico
mínimo antes do mínimo após o
CPC 33 A questão fundamental na contabilização dos
pré-pagamento pré-pagamento
20X1 10 15 0 estoques refere-se ao valor do custo a ser reconhe-
20X2 10 15 0 cido como ativo e mantido nos registros até que as
respectivas receitas sejam reconhecidas.
20X3 10 15 15
20X4 10 15 15
O Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1), objeto
20X5 10 15 15
deste testo, orienta acerca da determinação do valor
Total 50 75 45 de custo dos estoques e sobre o seu subsequente

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reconhecimento como despesa em conta de resul- Notas


tado, incluindo qualquer redução ao valor realizável (1) Nesse caso, as alterações desse valor devem ser reconhecidas no
resultado do período em que tenha sido verificada a alteração.
líquido, assim como sobre o método e critérios usados
para atribuir custos aos estoques. (2) Os operadores (broker-traders) de commodities são aqueles que
compram ou vendem commodities para outros ou por sua própria conta. Os
estoques referidos nesta letra “b” são essencialmente adquiridos com a fina-
As regras constantes do Pronunciamento Técnico lidade de venda no futuro próximo e de gerar lucro com base nas variações
dos preços ou na margem dos operadores. Quando esses estoques são
CPC 16 (R1) foram recepcionadas, no âmbito da mensurados pelo valor justo menos os custos de venda, são excluídos ape-
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio nas dos requisitos de mensuração do Pronunciamento Técnico CPC 16(R1).
da Deliberação CVM nº 575/2009, posteriormente
alterada pela Deliberação CVM nº 624/2010 e, no 3. ALGUMAS DEFINIÇÕES E ESCLARECIMENTOS
âmbito do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), IMPORTANTES
por meio da Resolução CFC nº 1.170/2009, posterior- Os seguintes termos são usados neste texto, com
mente alterada pela Resolução CFC nº 1.273/2010. os significados especificados:

2. APLICAÇÃO E EXCEÇÕES a) estoques são ativos:


a.1) mantidos para venda no curso normal
As orientações aqui tratadas aplicam-se a todos
dos negócios;
os estoques, com exceção dos seguintes:
a.2) em processo de produção para venda;
a) produção em andamento proveniente de con- ou
tratos de construção, incluindo contratos de a.3) na forma de materiais ou suprimentos a
serviços diretamente relacionados (o tema é serem consumidos ou transformados no
objeto do Pronunciamento Técnico CPC 17 - processo de produção ou na prestação
Contratos de Construção); de serviços;
b) instrumentos financeiros (o tema é objeto dos b) valor realizável líquido é o preço de venda es-
Pronunciamentos Técnicos CPC 38 e 39, que timado no curso normal dos negócios deduzi-
tratam de instrumentos financeiros); e do dos custos estimados para sua conclusão
c) ativos biológicos relacionados com a ativida- e dos gastos estimados necessários para se
de agrícola e o produto agrícola no ponto da concretizar a venda;
colheita (o tema é objeto do Pronunciamento c) valor justo é aquele pelo qual um ativo pode
Técnico CPC 29 - Ativo Biológico e Produto ser trocado ou um passivo liquidado entre par-
Agrícola). tes interessadas, conhecedoras do negócio
As regras aqui tratadas também não se aplicam à e independentes entre si, com ausência de
mensuração dos estoques mantidos por: fatores que pressionam para a liquidação da
transação ou que caracterizem uma transação
a) produtores agrícolas e florestais, de produtos compulsória;
agrícolas após colheita, de minerais e produ- d) valor realizável líquido refere-se à quantia líqui-
tos minerais, na medida em que sejam men- da que a entidade espera realizar com a ven-
surados pelo valor realizável líquido de acor- da do estoque no curso normal dos negócios;
do com as práticas já estabelecidas nesses
setores; Nota
O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade es-
Notas pera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor
justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado entre
(1) Quando tais estoques são mensurados pelo valor realizável líquido,
compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é
as alterações nesse valor devem ser reconhecidas no resultado do período
um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por
em que tenha sido verificada a alteração.
isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor
justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda.
(2) Os estoques referidos nesta letra “a” devem ser mensurados pelo
valor realizável líquido em determinadas fases de produção. Isso ocorre, por
exemplo, quando as culturas agrícolas tenham sido colhidas ou os minerais
e) estoques compreendem bens adquiridos e
tenham sido extraídos e a venda esteja assegurada pelos termos de um con- destinados à venda, incluindo, por exemplo,
trato futuro ou por garantia governamental ou quando exista um mercado
ativo e haja um risco baixo de fracasso de venda. Esses estoques devem ser
mercadorias compradas por um varejista para
excluídos apenas dos requisitos de mensuração, objeto do Pronunciamento revenda ou terrenos e outros imóveis para re-
Técnico CPC 16 (R1).
venda. Os estoques também compreendem
b) comerciantes de commodities que mensurem produtos acabados e produtos em processo
seus estoques pelo valor justo deduzido dos de produção pela entidade e incluem maté-
custos de venda. rias-primas e materiais aguardando utilização

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no processo de produção, tais como compo- mente, com o volume de produção, tais como mate-
nentes, embalagens e material de consumo. riais indiretos e certos tipos de mão de obra indireta.
No caso de prestador de serviços, os esto-
ques devem incluir os custos do serviço, tal 4.3.2 A
 locação de custos fixos indiretos -
como descrito adiante (subitem 4.5), para o Critérios
qual a entidade ainda não tenha reconhecido
a respectiva receita). A alocação de custos fixos indiretos de fabrica-
ção às unidades produzidas deve ser baseada na
4. MENSURAÇÃO DE ESTOQUE capacidade normal de produção.

Os estoques devem ser mensurados pelo valor A capacidade normal é a produção média que se
de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o espera atingir ao longo de vários períodos em circuns-
menor. tâncias normais. Com isso, leva-se em consideração,
para a determinação dessa capacidade normal, a
4.1 Custos do estoque parcela da capacidade total não utilizada por causa
de manutenção preventiva, de férias coletivas e de
O valor de custo do estoque deve incluir todos os
outros eventos semelhantes considerados normais
custos de aquisição e de transformação, bem como
para a entidade.
outros custos incorridos para trazer os estoques à sua
condição e localização atuais.
O nível real de produção pode ser usado se apro-
ximar-se da capacidade normal. Como consequên­
4.2 Custos de aquisição cia, o valor do custo fixo alocado a cada unidade
O custo de aquisição dos estoques compreende pro­duzida não pode ser aumentado por causa de um
o preço de compra, os impostos de importação baixo volume de produção ou ociosidade.
e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao
Fisco), bem como os custos de transporte, seguro, Os custos fixos não alocados aos produtos
manuseio e outros diretamente atribuíveis à aqui- devem ser reconhecidos diretamente como despesa
sição de produtos acabados, materiais e serviços. no período em que são incorridos.
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes devem ser deduzidos na determinação 4.3.3 Períodos de alto volume de produção
do custo de aquisição.
Em períodos de anormal alto volume de produ-
ção, o montante de custo fixo alocado a cada unidade
4.3 Custos de transformação
produzida deve ser diminuído, de maneira que os
Os custos de transformação de estoques incluem estoques não sejam mensurados acima do custo.
os custos diretamente relacionados com as unidades Os custos indiretos de produção variáveis devem ser
produzidas ou com as linhas de produção, como alocados a cada unidade produzida com base no uso
pode ser o caso da mão de obra direta. real dos insumos variáveis de produção, ou seja, na
capacidade real utilizada.
Também incluem a alocação sistemática de cus-
tos indiretos de produção, fixos e variáveis, incorridos 4.3.4 Processo de produção que resulta em mais de
para transformar os materiais em produtos acabados. um produto fabricado simultaneamente

Os custos indiretos de produção fixos são Um processo de produção pode resultar em mais
aqueles que permanecem relativamente constantes de um produto fabricado simultaneamente.
independentemente do volume de produção, tais
como a depreciação e a manutenção de edifícios e Este é, por exemplo, o caso quando se fabricam
instalações fabris, máquinas e equipamentos e os produtos em conjunto ou quando há um produto prin-
custos de administração da fábrica. cipal e um ou mais subprodutos.

4.3.1 Custos indiretos Quando os custos de transformação de cada


produto não são separadamente identificáveis,
Os custos indiretos de produção variáveis são devem ser atribuídos aos produtos em base racional
aqueles que variam diretamente, ou quase direta- e consistente.

05-08 TC Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 05 - Boletim IOB


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Essa alocação pode se basear, por exemplo, no A negociação pode efetivamente conter um
valor relativo da receita de venda de cada produto, elemento de financiamento, como, por exemplo, uma
seja na fase do processo de produção em que os diferença entre o preço de aquisição em condição
produtos se tornam separadamente identificáveis, normal de pagamento e o valor pago. Essa diferença
seja no final da produção, conforme o caso. deve ser reconhecida como despesa de juros durante
o período do financiamento.
A maior parte dos subprodutos, em razão de sua
natureza, geralmente é imaterial. Quando for esse o 4.5 Custos de estoque de prestador de serviços
caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor
realizável líquido e este valor é deduzido do custo do Na medida em que os prestadores de serviços
produto principal. Como resultado, o valor contábil tenham estoques de serviços em andamento, devem
do produto principal não deve ser materialmente mensurá-los pelos custos da sua produção.
diferente do seu custo.
Esses custos consistem principalmente em mão
de obra e outros custos com o pessoal diretamente
4.4 Outros custos envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pes-
soal de supervisão, o material utilizado e os custos
Outros custos que não de aquisição nem de
indiretos atribuíveis.
transformação devem ser incluídos nos custos dos
estoques somente na medida em que sejam incorri-
dos para colocar os estoques no seu local e na sua Os salários e os outros gastos relacionados com
condição atuais. as vendas e com o pessoal geral administrativo não
devem ser incluídos no custo, mas reconhecidos
como despesa do período em que são incorridos.
Por exemplo, pode ser apropriado incluir no
custo dos estoques gastos gerais que não sejam de
produção ou os custos de desenho de produtos para O custo dos estoques de prestador de serviços
clientes específicos. não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais
não atribuíveis que são frequentemente incluídos nos
preços cobrados pelos prestadores de serviços.
Como exemplos de itens não incluídos no custo
dos estoques e reconhecidos como despesa do pe-
ríodo em que são incorridos, temos: 4.6 Custo do produto agrícola colhido proveniente
a) valor anormal de desperdício de materiais, de ativo biológico
mão de obra ou outros insumos de produção; Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 29 -
b) gastos com armazenamento, a menos que se- Ativo Biológico e Produto Agrícola, os estoques que
jam necessários ao processo produtivo entre compreendem o produto agrícola que a entidade
uma e outra fase de produção; tenha colhido, proveniente dos seus ativos biológicos,
devem ser mensurados no reconhecimento inicial
c) despesas administrativas que não contribuem
pelo seu valor justo deduzido dos gastos estimados
para trazer o estoque ao seu local e condição
no ponto de venda no momento da colheita. Esse
atuais; e
passa a ser o custo dos estoques naquela data.
d) despesas de comercialização, incluindo a
venda e a entrega dos bens e serviços aos
clientes. 4.7 Outras formas para mensuração do custo
Outras formas para mensuração do custo de esto-
Nota
que, tais como o custo-padrão ou o método de varejo,
Pronunciamento Técnico CPC 20 - Custos de Empréstimos identifica as
circunstâncias específicas em que os encargos financeiros de empréstimos podem ser usadas por conveniência se os resultados
obtidos são incluídos no custo do estoque. se aproximarem do custo.

4.4.1 E
 lementos financeiros constantes nas O custo-padrão leva em consideração os níveis
compras a prazo normais de utilização dos materiais e bens de con-
sumo, da mão de obra e da eficiência na utilização
A entidade geralmente compra estoques com da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente
condição para pagamento a prazo. revisto à luz das condições correntes.

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As variações relevantes do custo-padrão em rela- localização geográfica dos estoques (ou nas respec-
ção ao custo devem ser alocadas nas contas e nos tivas normas fiscais), por si só, não é suficiente para
períodos adequados de forma a se ter os estoques de justificar o uso de diferentes critérios de valoração do
volta a seu custo. estoque.

O método de varejo é muitas vezes usado no 5.1 Peps


setor de varejo para mensurar estoques de grande
quantidade de itens que mudam rapidamente, itens O critério Peps pressupõe que os itens de estoque
que têm margens semelhantes e para os quais não é que foram comprados ou produzidos primeiro sejam
praticável usar outros métodos de custeio. vendidos em primeiro lugar e, consequentemente,
os itens que permanecerem em estoque no fim do
O custo do estoque deve ser determinado pela período sejam os mais recentemente comprados ou
redução do seu preço de venda na percentagem produzidos.
apropriada da margem bruta. A percentagem usada
deve levar em consideração o estoque que tenha tido
5.2 Custo médio ponderado
seu preço de venda reduzido abaixo do preço de
venda original. É usada muitas vezes uma percenta- Pelo critério do custo médio ponderado, o custo
gem média para cada departamento de varejo. de cada item é determinado a partir da média pon-
derada do custo de itens semelhantes no começo de
um período e do custo dos mesmos itens comprados
5. CRITÉRIOS DE VALORIZAÇÃO DE ESTOQUE ou produzidos durante o período. A média pode ser
O custo dos estoques de itens que não são nor- determinada em base periódica ou à medida que
malmente intercambiáveis e de bens ou serviços pro- cada lote seja recebido, dependendo das circunstân-
duzidos e segregados para projetos específicos deve cias da entidade.
ser atribuído pelo uso da identificação específica dos
seus custos individuais.
6. VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO
A identificação específica do custo significa que O custo dos estoques pode não ser recuperável
são atribuídos custos específicos a itens identificados se esses estoques estiverem danificados, se se tor-
do estoque. narem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus
preços de venda tiverem diminuído.
Este é o tratamento apropriado para itens segre-
gados para um projeto específico, independente- O custo dos estoques pode também não ser recu-
mente de eles terem sido comprados ou produzidos. perável se os custos estimados de acabamento ou os
Contudo, quando há grandes quantidades de itens custos estimados a serem incorridos para realizar a
de estoque geralmente intercambiáveis, a identifica- venda tiverem aumentado.
ção específica de custos não é apropriada. Em tais
circunstâncias, um critério de valoração dos itens que A prática de reduzir o valor de custo dos esto-
permanecem nos estoques deve ser usado. ques (write down) para o valor realizável líquido é
consistente com o ponto de vista de que os ativos
O custo dos estoques que não sejam os tratados não devem ser escriturados por quantias superiores
anteriormente deve ser atribuído pelo uso do critério àquelas que se espera que sejam realizadas com a
Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (Peps) ou pelo crité- sua venda ou uso.
rio do custo médio ponderado. A entidade deve usar
o mesmo critério de custeio para todos os estoques
6.1 Critérios para redução dos estoques ao valor
que tenham natureza e uso semelhantes para a enti-
realizável líquido
dade. Para os estoques que tenham outra natureza
ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de Os estoques devem ser geralmente reduzidos
valoração. para o seu valor realizável líquido item a item.

Por exemplo, os estoques usados em um seg- Em algumas circunstâncias, porém, pode ser
mento de negócio podem ter um uso para a entidade apropriado agrupar unidades semelhantes ou relacio-
diferente do mesmo tipo de estoques usados em outro nadas. Pode ser o caso dos itens de estoque relacio-
segmento de negócio. Entretanto, uma diferença na nados com a mesma linha de produtos que tenham

05-10 TC Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 05 - Boletim IOB


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finalidades ou usos finais semelhantes, produzidos e 6.1.3 Materiais e outros bens de consumo
comercializados na mesma área geográfica e que não
possam ser avaliados separadamente de outros itens Os materiais e os outros bens de consumo
dessa linha. mantidos para uso na produção de estoques ou na
prestação de serviços não serão reduzidos abaixo do
Não é apropriado reduzir o valor do estoque com custo se for previsível que os produtos acabados aos
base em uma classificação de estoque, como, por quais eles devem ser incorporados ou os serviços em
exemplo, bens acabados, ou em todo estoque de que serão utilizados sejam vendidos pelo custo ou
determinado setor ou segmento operacional. acima do custo.

Os prestadores de serviços normalmente acumu- Contudo, quando a diminuição no preço dos


lam custos relacionados a cada serviço para o qual produtos acabados ou no preço dos serviços pres-
será cobrado um preço de venda específico. Portanto, tados indicar que o custo de elaboração desses
cada um desses serviços deve ser tratado como um produtos ou serviços excederá seu valor realizável
item em separado. líquido, os materiais e os outros bens de consumo
devem ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em
tais circunstâncias, o custo de reposição dos mate-
6.1.1 Estimativas do valor realizável líquido riais pode ser a melhor medida disponível do seu
valor realizável líquido.
As estimativas do valor realizável líquido devem
ser baseadas nas evidências mais confiáveis disponí-
veis no momento em que são feitas as estimativas do 6.2 Valor realizável líquido - Nova avaliação nos
valor dos estoques que se espera realizar. períodos subsequentes

Essas estimativas devem levar em consideração Em cada período subsequente, deve ser feita
variações nos preços e nos custos diretamente uma nova avaliação do valor realizável líquido.
relacionados com eventos que ocorram após o fim
do período, à medida que tais eventos confirmem as Quando as circunstâncias que anteriormente
condições existentes no fim do mesmo período. provocaram a redução dos estoques abaixo do custo
deixarem de existir ou quando houver clara evidên-
As estimativas do valor realizável líquido também cia de aumento no valor realizável líquido devido à
devem levar em consideração a finalidade para alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia
a qual o estoque é mantido. Por exemplo, o valor da redução deve ser revertida (a reversão é limitada
realizável líquido da quantidade de estoque mantido à quantia da redução original) de modo que o novo
para atender a contratos de venda ou de prestação montante registrado do estoque seja o menor valor
de serviços deve ser fundamentado no preço do entre o custo e o valor realizável líquido revisto.
contrato. Se os contratos de venda dizem respeito Isso ocorre, por exemplo, com um item de estoque
a quantidades inferiores às quantidades de estoque registrado pelo valor realizável líquido quando o seu
possuídas, o valor realizável líquido do excesso deve preço de venda tiver sido reduzido e, enquanto ainda
basear-se em preços gerais de venda. mantido em período posterior, tiver o seu preço de
venda aumentado.

6.1.2 Provisões
7. RECONHECIMENTO COMO DESPESA NO
Podem surgir provisões resultantes de contratos RESULTADO
firmes de venda superiores às quantidades de esto-
ques existentes ou de contratos firmes de compra Quando os estoques são vendidos, o custo
em andamento se as aquisições adicionais a serem escriturado desses itens deve ser reconhecido como
feitas para atender a esses contratos de venda despesa do período em que a respectiva receita é
forem previstas com base em valores estimados reconhecida.
que levem à situação de prejuízo no atendimento
desses contratos de venda. Tais provisões devem ser A quantia de qualquer redução dos estoques
tratadas de acordo com o Pronunciamento Técnico para o valor realizável líquido e todas as perdas de
CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos estoques devem ser reconhecidas como despesa do
Contingentes. período em que a redução ou a perda ocorrerem.

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A quantia de toda reversão de redução de esto- O prestador de serviços pode ter trabalhos em
ques, proveniente de aumento no valor realizável andamento classificáveis como estoque em elabo-
líquido, deve ser registrada como redução do item em ração.
que for reconhecida a despesa ou a perda, no período
em que a reversão ocorrer. 8.2 Valor do estoque baixado - Denominação
O valor do estoque baixado, reconhecido como
Alguns itens de estoques podem ser transferidos
despesa durante o período, o qual é denominado fre-
para outras contas do Ativo, como, por exemplo,
quentemente como custo dos produtos, das merca-
estoques usados como componentes de ativos imobi-
dorias ou dos serviços vendidos, consiste nos custos
lizados de construção própria. Os estoques alocados
que estavam incluídos na mensuração do estoque
ao custo de outro ativo devem ser reconhecidos como
que agora é vendido.
despesa durante a vida útil e na proporção da baixa
desse ativo.
8.3 Custos indiretos de produção eventualmente
não alocados aos produtos e valores anormais
8. DIVULGAÇÃO de custos de produção
As demonstrações contábeis devem divulgar: Os custos indiretos de produção eventualmente
a) as políticas contábeis adotadas na mensura- não alocados aos produtos e os valores anormais de
ção dos estoques, incluindo formas e critérios custos de produção devem ser reconhecidos como
de valoração utilizados; despesa do período em que ocorrem, sem transitar
pelos estoques, dentro desse mesmo grupo, mas de
b) o valor total escriturado em estoques e o valor forma identificada.
registrado em outras contas apropriadas para
a entidade; As circunstâncias da entidade também podem
c) o valor de estoques escriturados pelo valor admitir a inclusão de outros valores, tais como custos
justo menos os custos de venda; de distribuição, se adicionarem valor aos produtos.
Por exemplo, uma mercadoria tem valor de venda
d) o valor de estoques reconhecido como despe- maior na prateleira do supermercado do que no
sa durante o período; depósito de distribuição dessa entidade. Assim, o
e) o valor de qualquer redução de estoques re- custo do transporte do centro de distribuição à loja
conhecida no resultado do período de acordo de venda deve ser considerado como parte inte-
com o item 7; grante do custo de colocar o estoque em condições
de venda; consequentemente, deve afetar o custo da
f) o valor de toda reversão de qualquer redução mercadoria.
do valor dos estoques reconhecida no resulta-
do do período de acordo com o item 7;
8.4 Formato para a demonstração de resultados
g) as circunstâncias ou os acontecimentos que
conduziram à reversão de redução de esto- Algumas entidades adotam um formato para a
ques de acordo com o item 7; e demonstração de resultados que resulta na divulga-
ção de valores que não sejam os custos dos estoques
h) o montante escriturado de estoques dados reconhecidos como despesa durante o período. De
como penhor de garantia a passivos. acordo com esse formato, a entidade deve apresentar
a demonstração do custo das vendas usando uma
classificação baseada na natureza desses custos,
8.1 Classificação dos diversos itens de estoque
elemento a elemento.
A informação relativa a valores contábeis regis-
trados nas diferentes classificações de estoques e a Nesse caso, a entidade deve divulgar os cus-
proporção de alterações nesses ativos é útil para os tos reconhecidos como despesas item a item, por
usuários das demonstrações contábeis. natureza: matérias-primas e outros materiais, eviden-
ciando o valor das compras e da alteração líquida nos
estoques iniciais e finais do período; mão de obra;
As classificações comuns de estoques são mer-
outros custos de transformação etc.
cadorias, bens de consumo de produção, materiais,
produto em elaboração e produtos acabados. N
05-12 TC Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 05 - Boletim IOB
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a Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Fluxos de Caixa 2.1 O que estabelece o método direto?
(DFC) - Composição e divulgação De acordo com o método direto, as informações
sobre as principais classes de recebimentos brutos e
SUMÁRIO de pagamentos brutos podem ser obtidas:
1. Introdução
2. Divulgação de fluxos de caixa das atividades a) dos registros contábeis da entidade; ou
operacionais b) ajustando as vendas, os custos das vendas
3. Divulgação dos fluxos de caixa das atividades de (no caso de instituições financeiras, os com-
investimento e de financiamento
ponentes formadores da margem financeira,
4. Divulgação dos fluxos de caixa em base líquida
5. Fluxos de caixa em moeda estrangeira
juntamente com as receitas com serviços e ta-
6. Juros e dividendos rifas) e outros itens da demonstração do resul-
7. Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro tado referentes a:
8. Investimentos em controladas, coligadas e b.1) mudanças ocorridas no período nos es-
empreendimentos em conjunto toques e nas contas operacionais a rece-
9. Aquisições e vendas de controladas e outras unidades
ber e a pagar;
de negócios
10. Transações que não envolvem caixa ou equivalentes b.2) outros itens que não envolvem caixa; e
de caixa b.3) outros itens cujos efeitos no caixa sejam
11. Componentes de caixa e equivalentes de caixa fluxos de caixa decorrentes das ativida-
12. Outras divulgações
des de financiamento e de investimento.
1. INTRODUÇÃO A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de
Discorreremos, neste procedimento, sobre caixa líquido das atividades operacionais deve ser
a composição e a divulgação da Demonstração fornecida obrigatoriamente caso a entidade use o
dos Fluxos de Caixa (DFC), tendo como base o método direto para apurar o fluxo líquido das ativida-
Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) do Comitê de des operacionais.
Pronunciamentos Contábeis, cujas disposições foram
recepcionadas pela Resolução CFC nº 1.296/2010 e 2.2 O que estabelece o método indireto?
pela Deliberação CVM nº 641/2010.
De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa
líquido das atividades operacionais é determinado ajus-
2. DIVULGAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DAS
tando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de:
ATIVIDADES OPERACIONAIS
a) mudanças ocorridas no período nos estoques
A entidade deve divulgar os fluxos de caixa das
e nas contas operacionais a receber e a pagar;
atividades operacionais, utilizando:
b) itens que não afetam o caixa, tais como depre-
a) o método direto, segundo o qual as principais ciação, provisões, impostos diferidos, variações
classes de recebimentos e pagamentos bru- cambiais não realizadas, resultado de equiva-
tos são divulgadas; ou lência patrimonial em investimentos e participa-
b) o método indireto, segundo o qual o lucro líqui- ção de minoritários, quando aplicável; e
do ou prejuízo é ajustado pelos efeitos: c) todos os outros itens cujos efeitos sobre o cai-
b.1) das transações que não envolvem caixa; xa sejam fluxos de caixa decorrentes das ativi-
b.2) de quaisquer diferimentos ou outras dades de investimento ou de financiamento.
apropriações por competência sobre
recebimentos ou pagamentos operacio- 2.2.1 Apresentação do fluxo de caixa líquido e
nais passados ou futuros; e conciliação entre lucro líquido e o fluxo de
caixa líquido
b.3) de itens de receita ou despesa associa-
dos com fluxos de caixa das atividades Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das ati-
de investimento ou de financiamento. vidades operacionais pode ser apresentado conforme

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o método indireto. Nesse caso, serão mostradas as 3. DIVULGAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
receitas e as despesas divulgadas na Demonstração DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO E DE
do Resultado do Exercício (DRE) e as mudanças FINANCIAMENTO
ocorridas no período nos estoques e nas contas ope-
A entidade deve apresentar separadamente
racionais a receber e a pagar.
as principais classes de recebimentos brutos e de
pagamentos brutos decorrentes das atividades de
A conciliação deve apresentar, separadamente, investimento e de financiamento, exceto quando os
por categoria, os principais itens a serem reconcilia- fluxos de caixa forem apresentados em base líquida,
dos, à semelhança do que deve fazer a entidade que conforme veremos adiante.
use o método indireto em relação aos ajustes ao lucro
líquido ou prejuízo para apurar o fluxo de caixa líquido
das atividades operacionais. 4. DIVULGAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EM BASE
LÍQUIDA
Além das principais classes de diferimentos, Os fluxos de caixa decorrentes das atividades
provisões e de outros ajustes ao lucro líquido, essa operacionais, de investimento e de financiamento
conciliação deve demonstrar, no mínimo, as mudan- podem ser apresentados em uma base líquida nas
ças ocorridas no período nos recebíveis relativos situações em que houver:
às atividades operacionais, nos estoques, assim
como nos pagamentos vinculados às atividades a) recebimentos e pagamentos de caixa em fa-
operacionais. vor ou em nome de clientes, quando os flu-
xos de caixa refletirem mais as atividades dos
clientes do que as da própria entidade. Exem-
2.2.2 Outras recomendações importantes plos de recebimentos e pagamentos referen-
tes a esse caso:
Recomenda-se às entidades fornecerem outros
detalhes dessas categorias de contas que sejam a.1) movimentação (depósitos e saques)
relevantes. em contas de depósitos à vista em um
banco;
Por exemplo, alterações nas contas a receber a.2) fundos mantidos para clientes por uma
de clientes em razão da venda de mercadorias, companhia de investimento; e
produtos ou serviços poderiam ser apresentadas a.3) aluguéis cobrados em nome de terceiros
separadamente das mudanças em outros recebíveis e pagos inteiramente aos proprietários
operacionais. dos imóveis;
b) recebimentos e pagamentos de caixa referen-
Além disso, se o método indireto for utilizado, tes a itens cuja rotação seja rápida, os valores
os montantes de juros pagos (líquidos dos valores sejam significativos e os vencimentos sejam
capitalizados) e os valores do Imposto de Renda e de curto prazo. Exemplos de recebimentos e
da Contribuição Social sobre o Lucro pagos durante pagamentos referentes a esse caso (adianta-
o período devem ser informados de forma detalhada mento e reembolso):
em notas explicativas.
b.1) pagamentos e recebimentos relativos
No caso do Imposto de Renda, da Contribuição aos cartões de crédito de clientes;
Social sobre o Lucro e dos demais tributos, bem como b.2) compra e venda de investimentos; e
no caso dos encargos com INSS e assemelhados, b.3) outros empréstimos tomados a curto
devem ser claramente destacados os montantes prazo, como, por exemplo, aqueles com
relativos à tributação da entidade. vencimento em 3 meses, ou menos,
contados a partir da respectiva contra-
O pagamento dos valores retidos na fonte de tação.
terceiros e apenas recolhidos pela entidade é paga-
mento classificado conforme sua origem, como, por
4.1 Instituição financeira
exemplo, o recolhimento dos valores retidos da mão
de obra é classificado como parte das despesas Os fluxos de caixa decorrentes das seguintes
operacionais, ou do imobilizado construído com tal atividades de uma instituição financeira podem ser
mão de obra etc. apresentados em base líquida:

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a) recebimentos e pagamentos de caixa pelo investimento e de financiamento e inclui as diferenças,


aceite e resgate de depósitos a prazo fixo; se existirem, caso tais fluxos de caixa tivessem sido
b) colocação de depósitos ou sua retirada de divulgados às taxas de câmbio do fim do período.
outras;
c) adiantamentos e empréstimos de caixa feitos a 6. JUROS E DIVIDENDOS
clientes e a amortização desses adiantamen- Os fluxos de caixa referentes a juros, dividendos e
tos e empréstimos. juros sobre o capital próprio recebidos e pagos devem
ser apresentados separadamente.
5. FLUXOS DE CAIXA EM MOEDA ESTRANGEIRA
Os fluxos de caixa decorrentes de transações em Cada um deles deve ser classificado de maneira
moeda estrangeira devem ser registrados na moeda uniforme, de período a período, como decorrentes
funcional da entidade, convertendo-se o montante em de atividades operacionais, de investimento ou de
moeda estrangeira à taxa cambial na data de cada financiamento.
fluxo de caixa.
O valor total dos juros pagos durante o período é
Nesse caso, os fluxos de caixa de controlada no divulgado na DFC, quer tenha sido reconhecido como
exterior devem ser convertidos para a moeda funcio- despesa na DRE, quer tenha sido capitalizado, como
nal da controladora, utilizando-se a taxa cambial na decorrente de atividades de investimento.
data de cada fluxo de caixa.
6.1 Como classificar os juros pagos e recebidos e
Os fluxos de caixa denominados em moeda os dividendos e juros sobre o capital próprio
estrangeira devem ser divulgados de acordo com o recebidos?
Pronunciamento CPC 02 (R2) - Efeitos das Mudanças
nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Os juros pagos e recebidos e os dividendos e juros
Contábeis. sobre o capital próprio recebidos são comumente
classificados como fluxos de caixa operacionais em
Observa-se que a taxa média ponderada de instituições financeiras. Todavia, não há consenso
câmbio para um período pode ser utilizada para sobre a classificação desses fluxos de caixa para
registrar as transações em moeda estrangeira ou para outras entidades.
a conversão dos fluxos de caixa de controlada no
exterior se o resultado não for substancialmente dife- Os juros pagos e recebidos e os dividendos e
rente daquele que seria obtido se as taxas de câmbio os juros sobre o capital próprio recebidos podem
efetivas das datas de cada fluxo de caixa fossem ser classificados como fluxos de caixa operacionais
usadas para esses fins. porque eles entram na determinação do lucro líquido
ou prejuízo.
Lembra-se que o Pronunciamento CPC 02 (R2) não
permite o uso da taxa de câmbio da data do balanço Alternativamente, os juros pagos e os juros e
patrimonial para conversão da DFC de controladas ou dividendos e os juros sobre o capital próprio recebi-
coligadas no exterior. dos podem ser classificados como fluxos de caixa
de financiamento e fluxos de caixa de investimento,
5.1 Ganhos e perdas não realizados respectivamente, porque são custos de obtenção de
recursos financeiros ou retorno sobre investimentos.
Ganhos e perdas não realizados resultantes de
mudanças nas taxas de câmbio de moedas estran-
6.2 Alternativas dispensadas aos dividendos e aos
geiras não são fluxos de caixa.
juros sobre o capital próprio pagos
Todavia, o efeito das mudanças nas taxas cam- Os dividendos e os juros sobre o capital próprio
biais sobre o caixa e equivalentes de caixa, mantidos pagos podem ser classificados como fluxo de caixa
ou devidos em moeda estrangeira, é apresentado na de financiamento porque são custos da obtenção de
DFC a fim de reconciliar o caixa e equivalentes de recursos financeiros.
caixa no começo e no fim do período.
Alternativamente, os dividendos e os juros sobre o
Esse valor é apresentado separadamente dos capital próprio pagos podem ser classificados como
fluxos de caixa das atividades operacionais, de componente dos fluxos de caixa das atividades ope-

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racionais a fim de auxiliar os usuários a determinar a 8. INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS,


capacidade de a entidade pagar dividendos e juros COLIGADAS E EMPREENDIMENTOS EM
sobre o capital próprio utilizando os fluxos de caixa CONJUNTO
operacionais.
Quando a contabilização do investimento baseia-
6.3 Recomendação sobre o tratamento a ser -se no método da equivalência patrimonial ou no
dispensado aos juros e dividendos método de custo, a entidade investidora fica limitada a
apresentar, na DFC, os fluxos de caixa entre a própria
O Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) encoraja entidade investidora e a entidade na qual participe
fortemente as entidades a classificarem os juros, (por exemplo, coligada ou controlada), representados,
recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o por exemplo, por dividendos e por adiantamentos.
capital próprio recebidos como fluxos de caixa das
atividades operacionais e os dividendos e juros sobre A entidade que contabiliza seu investimento
o capital próprio pagos como fluxos de caixa das em uma entidade de controle conjunto, utilizando
atividades de financiamento. a consolidação proporcional, deve incluir em sua
demonstração consolidada dos fluxos de caixa sua
Observa-se que alternativa diferente deve ser parte proporcional nos fluxos de caixa da entidade
seguida de nota evidenciando esse fato. controlada em conjunto.

7. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Já a entidade que contabiliza tais investimentos


SOBRE O LUCRO usando o método da equivalência patrimonial deve
Os fluxos de caixa referentes ao Imposto de Renda incluir, em sua DFC, os fluxos de caixa referentes a
e à Contribuição Social sobre o Lucro devem ser seus investimentos na entidade de controle conjunto
apresentados separadamente como fluxos de caixa e as distribuições de lucros e outros pagamentos ou
das atividades operacionais, a menos que possam recebimentos entre a entidade e a entidade de con-
ser especificamente relacionados com atividades de trole conjunto.
financiamento e de investimento.
9. AQUISIÇÕES E VENDAS DE CONTROLADAS E
Os impostos sobre a renda resultam de transa- OUTRAS UNIDADES DE NEGÓCIOS
ções que dão lugar a fluxos de caixa classificados
Os fluxos de caixa totais decorrentes da obten-
como atividades operacionais, de investimento ou de
ção e da perda de controle de controladas ou outros
financiamento na DFC.
negócios devem ser apresentados separadamente e
classificados como atividades de investimento.
Embora a despesa com impostos possa ser
prontamente identificável com as atividades de inves-
A entidade deve divulgar, no total, com respeito
timento ou de financiamento, torna-se às vezes impra-
tanto à obtenção quanto à perda do controle de con-
ticável identificar os respectivos fluxos de caixa dos
troladas ou outros negócios que ocorreram durante o
impostos que podem, também, ocorrer em período
período, cada um dos seguintes itens:
diferente dos fluxos de caixa da transação básica.
a) o montante total pago para obtenção do con-
Portanto, os impostos pagos são comumente trole ou o montante total recebido na perda do
classificados como fluxos de caixa das atividades controle;
operacionais. Todavia, quando for praticável identi- b) a parcela do montante total de compra ou de
ficar o fluxo de caixa dos impostos com uma deter- venda paga ou recebida em caixa e em equi-
minada transação, da qual resultem fluxos de caixa valentes de caixa;
classificados como atividades de investimento ou de
financiamento, o fluxo de caixa dos impostos deve ser c) o saldo de caixa e equivalentes de caixa das
classificado como atividade de investimento ou de controladas ou outros negócios sobre os quais
financiamento, conforme apropriado. o controle foi obtido ou perdido; e
d) o valor dos ativos e passivos (exceto caixa e
Quando os fluxos de caixa dos impostos forem equivalentes de caixa) das controladas e ou-
alocados em mais de uma classe de atividade, o valor tros negócios sobre os quais o controle foi
total dos impostos pagos do período também deve obtido ou perdido, resumido pelas principais
ser divulgado. classificações.

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A apresentação separada dos fluxos de caixa Tais transações devem ser divulgadas nas notas
resultantes da obtenção ou da perda de controle de explicativas às demonstrações contábeis, de modo
controladas ou outros negócios, em linhas específicas que forneçam todas as informações relevantes sobre
da demonstração, juntamente com a apresentação essas atividades de financiamento e de investimento.
separada dos valores dos ativos e passivos adquiri-
dos ou alienados, possibilita a distinção desses fluxos Muitas atividades de investimento e de financia-
de caixa dos demais decorrentes de outras atividades mento não impactam diretamente os fluxos de caixa,
operacionais, de investimento e de financiamento. embora afetem a estrutura de capital e de ativos de
uma entidade.
Nota-se que os efeitos dos fluxos de caixa decor-
rentes das vendas não devem ser deduzidos dos A não inclusão dessas transações é consistente
efeitos decorrentes das aquisições. com o objetivo da DFC, visto que tais itens não envol-
vem fluxos de caixa no período corrente. Exemplos de
Nota transações que não envolvem o caixa ou equivalente
A entidade de investimento, conforme definido na NBC TG 36 - De- de caixa são:
monstrações Consolidadas, não precisa aplicar os itens “c” ou “d” deste tópi-
co a investimento em controlada que deva ser mensurado ao valor justo por
meio do resultado.
a) a aquisição de ativos com assunção direta do
respectivo passivo ou por meio de arrenda-
9.1 Aspectos relevantes da obtenção e da perda de mento financeiro;
controle de controladas b) a aquisição de entidade por meio de emissão
de ações; e
O valor total de caixa pago ou recebido como
montante transferido para obtenção ou perda do c) a conversão de dívida em capital.
controle de controladas ou outros negócios deve ser
11. COMPONENTES DE CAIXA E EQUIVALENTES
apresentado na DFC, líquido do saldo de caixa ou
DE CAIXA
equivalentes de caixa da controlada ou outra unidade
de negócio adquirida ou alienada. A entidade deve divulgar os componentes de
caixa e equivalentes de caixa e deve apresentar uma
Os fluxos de caixa decorrentes de mudanças no conciliação dos valores em sua DFC com os respecti-
percentual de participação em uma controlada que vos itens divulgados no balanço patrimonial.
não resultem na perda do controle devem ser classifi-
cados como caixa das atividades de financiamento, a Em vista da variedade de práticas de gestão
menos que a controlada seja detida por entidade de de caixa e de produtos bancários, a entidade deve
investimento, conforme definido na NBC TG 36, e deva divulgar a política que adota na determinação da
ser mensurada ao valor justo por meio do resultado. composição do caixa e equivalentes de caixa.

As mudanças no percentual de participação em O efeito de qualquer mudança na política para


uma controlada que não resultem na perda de controle, determinar os componentes de caixa e equivalentes
tais como compras ou vendas subsequentes de instru- de caixa, como, por exemplo, mudança na classifi-
mentos patrimoniais da controlada pela controladora, cação dos instrumentos financeiros previamente con-
devem ser tratadas contabilmente como transações siderados como parte da carteira de investimentos
de capital (ver NBC TG 36), a menos que a controlada da entidade, deve ser apresentado de acordo com o
seja detida por entidade de investimento e deva ser Pronunciamento Técnico CPC 23 - Políticas Contábeis,
mensurada ao valor justo por meio do resultado. Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.

Portanto, o fluxo de caixa resultante é classificado 12. OUTRAS DIVULGAÇÕES


da mesma forma que outras transações entre sócios
ou acionistas, como atividade de financiamento. A entidade deve divulgar, em nota explicativa,
acompanhada de um comentário da administração,
os saldos de caixa e equivalentes de caixa que não
10. T
 RANSAÇÕES QUE NÃO ENVOLVEM CAIXA OU
estejam disponíveis para uso pelo grupo.
EQUIVALENTES DE CAIXA
Transações de investimento e financiamento que Existem diversas circunstâncias em que os saldos
não envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa de caixa e equivalentes de caixa não estão dispo-
não devem ser incluídas na DFC. níveis para uso do grupo. Entre os exemplos estão

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saldos de caixa e equivalentes de caixa em poder de entidade daqueles retidos na fonte de tercei-
controlada que opere em país no qual se apliquem ros e apenas recolhidos pela entidade.
controles cambiais ou outras restrições legais que
impeçam o uso geral dos saldos pela controladora ou 12.2 Aumentos na capacidade operacional e
outras controladas. itens necessários para manter a capacidade
operacional
12.1 Informações adicionais A divulgação separada dos fluxos de caixa que
Informações adicionais podem ser importantes representam aumentos na capacidade operacional e
para que os usuários entendam a posição financeira e a dos fluxos de caixa necessários para manter a capaci-
dade operacional é útil para permitir ao usuário deter-
liquidez da entidade. A divulgação de tais informações
minar se a entidade está investindo adequadamente
em nota explicativa é recomendada e pode incluir:
na manutenção da sua capacidade operacional.
a) o valor de linhas de crédito obtidas, mas não
utilizadas, que podem estar disponíveis para fu- A entidade que não investe adequadamente na
turas atividades operacionais e para satisfazer manutenção de sua capacidade operacional pode
compromissos de capital, indicando restrições, estar prejudicando a futura lucratividade em favor
se houver, sobre o uso de tais linhas de crédito; da liquidez corrente e da distribuição de lucros aos
b) o valor dos fluxos de caixa de cada uma das proprietários.
atividades operacionais, de investimento e de
financiamento, referentes aos investimentos 12.3 Divulgação dos fluxos de caixa por segmento
em entidades de controle conjunto, contabi- A divulgação dos fluxos de caixa por segmento
lizado mediante o uso da consolidação pro- permite aos usuários obter melhor entendimento da
porcional; relação entre os fluxos de caixa dos negócios, como
c) o valor dos fluxos de caixa que representam um todo, e os de suas partes componentes, e a dis-
aumentos na capacidade operacional, separa- ponibilidade e variabilidade dos fluxos de caixa por
damente dos fluxos de caixa necessários para segmento.
apenas manter a capacidade operacional;
d) o valor dos fluxos de caixa decorrentes das 12.4 Valor dos fluxos de caixa por ação -
atividades operacionais, de investimento e de Divulgação vedada
financiamento de cada segmento industrial, As demonstrações contábeis não devem divulgar
comercial ou de serviços e geográfico; o valor dos fluxos de caixa por ação. Nem o fluxo de
e) os montantes totais dos juros e dividendos e caixa líquido, tampouco quaisquer de seus compo-
juros sobre o capital próprio, pagos e recebi- nentes substituem o lucro líquido como indicador de
dos, separadamente, bem como o montante desempenho da entidade, como a divulgação de um
total do Imposto de Renda e da Contribuição fluxo de caixa por ação poderia sugerir.
Social sobre o Lucro pagos, nesse caso des-
tacando os montantes relativos à tributação da ◙

05-18 TC Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 05 - Boletim IOB

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