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TEXTOS E TAREFAS
O raciocínio jurídico não visa apenas o conhecimento do Direito, mas a sua aplicação através de uma
decisão (concretização da norma geral no caso concreto
Funções da retórica:
Persuasão
Heurística/hermenêutica
Raciocínio dedutivo – exprimem-se através de argumentos; não são meras operações lógico-formais,
porque implicam também aspectos valorativos (dimensão prático-axiológica da normatividade jurídica)
Aristóteles – o raciocínio dedutivo é «um discurso do qual, dadas certas premissas, alguma conclusão
decorre necessariamente dela, diferente dessas premissas, mas nelas fundamentada».
A diferente natureza das premissas é o que marca a diferença entre o
RACIOCÍNIO ANALÍTICO/DEMONSTRATIVO e o RACIOCÍNIO DIALÉTICO
Tópica jurídica / retórica jurídica / tópico-retórica jurídica teorias relativas ao modo de argumentar dos
juristas e ao tipo de argumentos que
Efeitos da retórica
Docere – função: ensinar, instruir, explicar, transmitir conhecimento
Delectare – intenção de agradar, de atrair a atenção, a adesão do ouvinte
Movere – intuito de comover o auditório, para o prdispor a aceitar as posições do orador
Géneros retóricos
Oratória deliberativa ou política / baseado no ethos e no movere/ apoiado em argumentação de carácter
mais emotivo, centrada no exemplo
dirigem-se aos membros de uma assembleia que se procura persuadir, ou dissuadir, através da
utilização de argumentos e exemplos relativamente a situações futuras.
Visa utilidade e solucionar situações.
Oratória demonstrativa ou exortiva (epidíctica) recorre à amplificação ou atenuação emotivas /
pathos / desvalorização da racionalidade /procura delectere
dirigido à assembleia com o intuito de louvar ou censurar.
Visa o presente (mas pode evocar o passado ou conjeturar o futuro)
Objecto: virtude e o vício /beleza ou fealdade
Recorre à ampliação ou atenuação
Oratória judicial ou forense / o mais racional / silogismo dialético e entimema / prevalece o docere
Dirige-se a um juiz, ao tribunal ou jurados
Envolve confronto/controvérsia / ideias contrapostas acerca de factos ou situações verificadas no
passado
Fim: justo e injusto
Apoiado em entimemas
O processo retórico
1. Inventio (invenção) – o orador procura os argumentos e outros meios persuasivos adequados ao
tema que pretende abordar /descoberta/ criação;
2. Dispositivo (disposição) – o orador ordena as ideias e argumentos (organiza internamente o
discurso)
3. Elocutio (elocução) – construção do texto ou das ideias a expor pelo orador;
4. Actio (acção) – apresentação do discurso – leitura, declamação em que os recursos oratórios
como a entoação, os gestos, as alterações fisionómicas do orador ganham especial relevância.
Inferências modais
Juízos apodíticos – tem de ... é absolutamente /necessariamente
Juízos assertórios – cinge-se à realidade – é um arguido
Juízos problemáticos – é possível que ...
Virtudes do estilo – são as práticas que o autor ou orador deve adoptar e cultivar a fim de aprimorar a
qualidade dos seus discursos
Correcção – o domínio da língua na qual o discurso é elaborado; em evitar vícios de linguagem,
erros gramaticais e erros de ortografia ou pronúncia;
Clareza – A capacidade de ser compreendido pela audiência;
Evidência - A capacidade de mostrar factos e indícios que provem ou corroboram a sua posição;
Propriedade – O discernimento de escolher o nível de estilo adequado a cada situação. O estilo
apropriado para uma aula, por exemplo, não será o mesmo estilo adequado num tribunal o num
funeral;
Ornamentação – A capacidade de formular um discurso bonito e elegante, digno de ser lembrado
e reproduzido».
Virtudes do discurso
Clareza – «pressupõe a compreensibilidade intelectual do discurso»
Vernaculidade - «correcção do idioma utilizado, evitando-se plebeísmos, estrangeirismos, neologismos,
arcaísmos ou incorrecções (barbarismos) que sejam contrários ao que o auditório reconhece como norma
linguística corrente».
«Por outro lado, para reforçar a complexidade de todas as coisas simples, a realidade do outro lado do
espelho, a Retórica sobrevaloriza dois valores: a necessidade (aptum) e o ornato (ornatos). A
necessidade será o esforço para adequar a utilidade da causa à opinião do auditório. O ornato é o efeito
do belo, através da linguagem, como elemento de persuasão».
Maria Luísa Malato e Paulo Ferreira da Cunha – Manual de Retórica & Direito, p. 141 a 143