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Contrato de trabalho:

Teorias contratuais:
o Acontratualista: desprezam a existência de um contrato (negam o ajuste a
autonomia da vontade). As duas principais correntes são:
i) Teoria institucionalista: (ao ingressar na instituição, o empregado estaria
automaticamente vinculado as regras)
ii) Teoria da relação de emprego (não se preocupam com o contrato pois
entendem que a aceitação pelo empregado do ingresso na empresa basta para
a existência de uma relação de emprego)

o Contratualista: entendem que sempre há um contrato, defendem a sua


essencialidade.

TÍTULO IV
DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito
ou expresso, correspondente à relação de emprego.

CLT adotou a teoria contratualista ao afirmar que o (CLT Art. 442) Contrato individual
de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Aqui o contrato de trabalho é sinônimo de contrato de emprego.

Requisitos: Contrato individual


Expresso ou tácito
Correspondente a relação de emprego
Subordinação
Habitualidade
Onerosidade
Pessoa física
Pessoalidade

Complementando o contrato, temos as regras do artigo 443 da CLT.

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser


acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para
prestação de trabalho intermitente.

Requisitos:
 Tácito: verdade real basta.

 Expresso: com manifestação de vontade.

 Verbal: ausência de formalidade (atenção a dificuldade de prova)

 Escrito: embora não se exija forma específica o contrato pode assumir a forma
escrita, mas atenção: alguns contratos de trabalho devem necessariamente ser
escritos (ex: trabalho intermitente)

 Prazo indeterminado: é a regra, princ. continuidade da relação de emprego.


(Contrato de trato sucessivo.)

 Prazo determinado: com prazo final pré-estabelecido, exceção ao princípio da


continuidade da relação de emprego.

CLT art. 443


§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato
de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da
execução de serviços especificados ou ainda da realização
de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.  

 Termo prefixado: dia, mês e ano


 Execução de serviço: evento (acontecimento) é certo, mas sem data
definida.
 Acontecimento suscetível: condição, previsão aproximada.

Exigência para validade:

§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se


tratando:                     
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
predeterminação do prazo;                    
b) de atividades empresariais de caráter
transitório;                   
c) de contrato de experiência.     

Serviço esporádico (natureza ou transitoriedade de serviço): excesso de


demanda, substituição de funcionário afastado, contratação de vendedor em
época festiva.
Atividade transitória: o empregador tem carater transitório, são
empreendimentos que só funcionam transitoriamente. Ex: fábrica de ovos de
Páscoa, loja de árvores de natal.
Contrato de experiência: contrato a termo, expresso, anotado na CTPS,
preferencialmente formal, mas não necessariamente escrito.
Só nessas condições é que o contrato por tempo determinado é válido.
Prazo:
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não
poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a
regra do art. 451.

Art. 445. Parágrafo único. O contrato de experiência não


poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Possibilidade de prorrogação:

Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que,


tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez
passará a vigorar sem determinação de prazo.

Rescisão:

Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o


empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será
obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se


poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser
obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse
fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a
que teria direito o empregado em idênticas condições.

Cláusula assecuratória de rescisão antecipada: nesse caso paga-se a multa de


40% sobre os depósitos do FGTS e aviso prévio, além das demais verbas
rescisórias.

Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que


contiverem cláusula asseguratória do direito recíproco de
rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se,
caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os
princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo
indeterminado.

Atenção a divergência:

Dec 99.684/90 art. 14:


Art. 14. No caso de contrato a termo, a rescisão antecipada,
sem justa causa ou com culpa recíproca, equipara-se às
hipóteses previstas nos §§ 1° e 2° do art. 9°,
respectivamente, sem prejuízo do disposto no art. 479 da
CLT.
Art. 9º - Ocorrendo despedida sem justa causa, ainda que
indireta, com culpa recíproca por força maior ou extinção
normal do contrato de trabalho a termo, inclusive a do
trabalhador temporário, deverá o empregador depositar, na
conta vinculada do trabalhador no FGTS, os valores
relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e, ao
imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais cabíveis.
§ 1º - No caso de despedida sem justa causa, ainda que
indireta, o empregador depositará na conta vinculada do
trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento
do montante de todos os depósitos realizados na conta
vinculada durante a vigência do contrato de trabalho
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros, não sendo permitida, para este fim a dedução dos
saques ocorridos.
§ 2º Ocorrendo despedida por culpa recíproca ou força
maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de
que trata o parágrafo precedente será de vinte por cento.

Durante os contratos por tempo determinado não ocorre suspensão nem interrupção.
A estabilidade, nos contratos por tempo determinado, só vale durante o período do
contrato.
A doutrina entende que a estabilidade impede a dispensa imotivada, contudo, ao fim do
contrato por prazo determinado não ocorre dispensa ou pedido de demissão, mas
rompimento natural do contrato.
Exceção criada pela jurisprudência:

Súmula 378 TST


ESTABILIDADE PROVISÓRIA.ACIDENTE DO
TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991.
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por
tempo determinado goza da garantia provisória de emprego
decorrente de acidente de trabalho prevista no n no art. 118
da Lei nº 8.213/91.

Súmula 244 TST


GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade
provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na
hipótese de admissão mediante contrato por tempo
determinado.

 Trabalho intermitente: alternância de períodos trabalhados com inativos, há


imprevisibilidade do trabalho.
CLT. art. 443 CLT. § 3º Considera-se como intermitente o
contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente
do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto
para os aeronautas, regidos por legislação própria.

CLT. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve


ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o
valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor
horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais
empregados do estabelecimento que exerçam a mesma
função em contrato intermitente ou não.

§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de


comunicação eficaz, para a prestação de serviços,
informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias
corridos de antecedência.
§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de
um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no
silêncio, a recusa.
§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação
para fins do contrato de trabalho intermitente.
§ 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a
parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra
parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por
cento) da remuneração que seria devida, permitida a
compensação em igual prazo.
§ 5º O período de inatividade não será considerado tempo à
disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar
serviços a outros contratantes.
§ 6º Ao final de cada período de prestação de serviço, o
empregado receberá o pagamento imediato das seguintes
parcelas:
I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - décimo terceiro salário proporcional;
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais.
§ 7º O recibo de pagamento deverá conter a discriminação
dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas
no § 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 8º O empregador efetuará o recolhimento da contribuição
previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no
período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do
cumprimento dessas obrigações.
§ 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a
usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias,
período no qual não poderá ser convocado para prestar
serviços pelo mesmo empregador.

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