Você está na página 1de 342

vee

~1~
Aleatha Romig
#1 Insidious

Série Tales from the Dark Side

Insidious Copyright © 2015 Aleatha Romig

~2~
SINOPSE
Desejos obscuros... segredos mortais... decepções tortuosas...
Nada é exatamente como parece em INSIDIOUS, o novo thriller erótico
da autora best-seller Aleatha Romig.

Quando um homem poderoso está disposto a arriscar tudo para


sua própria satisfação, apenas uma mulher pode vencê-lo em seu
próprio jogo: sua esposa. Ou então ela pensa...

‘Vamos começar com você me chamando de Stewart. Formalidades


parecem desnecessárias’.

Stewart Harrington é rico, lindo e um dos homens mais poderosos


de Miami. Ele sempre consegue o que quer. Qualquer coisa está
disponível a ele pelo preço certo.

Até mesmo eu.

Ser a esposa de um magnata vem com todas as regalias, mas ser


Sra. Stewart Harrington vem com algumas exigências especiais. Eu
aprendi a manter uma parte de mim trancada enquanto meu marido
me observava submeter às suas necessidades. Mas quanto mais ele
exige de mim, mais iludido ele fica e essa é a minha vantagem. Então eu
continuo cumprindo suas fantasias e seguindo suas regras, porque ele
não sabe que o jogo que ele está jogando, é realmente o meu jogo. E
ganhar é tudo, certo?

~3~
A SÉRIE

Série Tales from the Dark Side – Aleatha Romig

~4~
PRÓLOGO
Passado
APREENSIVA, A PACIENTE se sentou contra a mesa de exame
coberta de papel e levantou seu vestido delicado. Seus olhos foram entre
a enfermeira e seu marido, enquanto ela esperava o gel ser aplicado em
sua barriga já crescida. Arrepios percorreram sua carne exposta quando
o líquido frio escorreu para sua pele. Fazendo uma oração silenciosa,
ela fechou os olhos.

— Com casos de alto risco, nós gostamos de manter tudo


monitorado, — disse a jovem enfermeira. — É apenas rotina. Não há
nenhuma razão para se preocupar. Você teve quaisquer problemas
desde a sua última consulta?

— Não desde o último susto. Eu não tive qualquer sangramento


ou cólicas desde que eu tirei licença há mais de uma semana atrás, — a
paciente respondeu, tentando esconder o nervosismo evidente em sua
voz.

Apertando sua mão, o homem ao seu lado sorriu


tranquilizadoramente. — Vai dar tudo certo. Tudo está indo bem. Nós
fizemos tudo o que o médico disse.

Aplicando o bastão na barriga do paciente, a enfermeira sorriu.

Olhando o monitor, o homem disse: — Escutem isso... — a sala se


encheu com o som reverberando de thump, thump, thump.

— Sim, isso é uma pulsação muito forte. — a enfermeira


respondeu tranquilizadoramente.

— Batimentos cardíacos? — perguntou o homem, obviamente


perplexo.

A imagem difusa começou a clarear quando o bastão encontrou o


seu local perfeito. — Sim senhor. Veja aqui mesmo... — ela apontou
para tela... — O coração do seu bebê é forte.

~5~
— Bebê? — a paciente novamente questionou, com os olhos
cheios de lágrimas. — O que quer dizer bebê? Estou grávida de
gêmeos! Há dois bebês! Nós os vimos.

O sorriso da jovem enfermeira desapareceu quando suas


sobrancelhas se juntaram. — Hum, o outro está provavelmente
escondido. Eles fazem isso. — as palavras dela desapareceram quando
ela freneticamente moveu o bastão de lado a lado.

— Cadê? Onde está o nosso outro bebê? — a voz do homem se


tornou mais alta a cada pergunta.

— Senhor, o médico virá em breve. Ele pode explicar...

— Eu sei que você sabe o que você está vendo. Nos diga. Nos diga
o que você vê!

O braço da paciente cobriu os olhos enquanto as lágrimas


continuaram a descer, se reunindo no papel branco. A imagem na tela,
embora um pouco distorcida, era clara. Um bebê dominava a
tela. Quando a varinha moveu, uma imagem fantasmagórica, menor do
que a outra, parecia flutuar imóvel por conta própria. Entre as
respirações, a paciente perguntou: — Isso aconteceu depois que eu saí
do hospital? Como? O que está acontecendo com o nosso outro bebê?

— O médico...

O homem interrompeu a enfermeira, — Me diga que o nosso filho


sobreviveu. Me diga o que você vê um menino.

— Senhor, o médico...

— Me diga! — ele perguntou.

Só então, a porta se abriu e o médico entrou. — Desculpe-me, o


que está acontecendo aqui?

Incapaz de responder, a paciente olhou para o


marido. Endireitando seus ombros, ele olhou em direção à tela. — Ela
disse que o bebê é saudável. Nós teremos dois bebês. Minha esposa está
grávida de gêmeos, gêmeos fraternos, um menino e uma menina. Na
semana passada, o hospital disse que havia uma diferenciação de
tamanho, mas você disse que não era significativo. Agora ela... — ele
apontou para a enfermeira... — Está dizendo que há apenas um bebê. O
que aconteceu?

~6~
Tomando o bastão da enfermeira, o médico olhou
confortavelmente em direção a paciente. — Como você tem se sentido?

Segurando seus soluços, ela respondeu: — Cansada, mas as


cólicas pararam...

Olhando fixamente para a tela, o médico sorriu. — Isto pode ser


difícil. Mas vamos nos concentrar no positivo. Você tem uma menina
forte, saudável. Às vezes coisas como esta acontecem. O corpo entende
que ambos os fetos não podem ser suportados. Nesses casos, o mais
forte sobrevive. Sua filha...

O homem não ouviu o resto da declaração do médico. Olhando


momentaneamente para sua esposa, ele abriu a porta e foi embora. A
sala inteira ficou em silêncio enquanto a porta impotente saltava contra
a parede, enchendo a sala com apenas o som da batida ecoando e
o swoosh, swoosh, swoosh constante do batimento cardíaco fetal.

~7~
CAPÍTULO UM
Presente
O PANO DE FUNDO AZUL FEZ pouco para temperar o calor da
Flórida. Espiando através do para-brisa, eu assisti a quente ondulação
do ar abafado através de ondas indetectáveis, quando o impressionante
horizonte de Miami apareceu na curva e arco da ilusão de óptica
induzida por calor. Aumentando ao ar condicionado do carro, eu
ansiava por uma brisa, qualquer coisa para quebrar o peso opressivo da
umidade fora de época no outono. O ar úmido saturava cada vez mais
enquanto meus saltos andavam sobre as ruas de concreto e entre os
castelos de vidro. Eu estava onde outros desejavam estar. Isso era o
melhor dos melhores: as casas, escritórios, e a penca de compras para a
sociedade de elite de Miami. Para um turista, o desconhecimento, destes
edifícios e monumentos de Miami era um testemunho atraente para o
poder da riqueza e influência. No entanto, na realidade, eles eram
apenas uma fachada bonita esperando pacientemente para prender o
participante relutante. Eu devia saber. Ao mesmo tempo eu era essa
participante relutante, arrastado para as profundezas da maldade. Isso
foi há anos. Eu aprendi bem a lição e fiz o meu papel. Não mais disposta
a ser uma vítima, hoje eu sou insidiosa1.

— Obrigada, Sra. Harrington. — a voz da vendedora reverberou


por toda boutique cara.

Balançando a cabeça em resposta, eu peguei a minha sacola e


caminhei em direção à porta. Os sapatos de quinhentos dólares não
eram uma necessidade. Inferno, eles não tinham nem mesmo para um
propósito: um jantar, uma festa, ou qualquer outra desculpa para eu
aparecer e desfilar ao redor dos colegas de trabalho de Stewart. Era só
porque: porque eles eram altos e elegantes, com um salto esbelto, e
uma plataforma grossa. E porque eles eram vermelhos. Vermelhos,
como a cor da emoção: emoção que permaneceu reprimida até a sua
única saída aceitável fosse um lembrete visível mundano, uma maneira
de exibir o ódio dentro de si para o mundo exterior. Oh, eu tinha
1
Também pode ser traduzido como Traiçoeira.

~8~
secretamente outros modos de me exibir, mas, no momento, um par de
sapatos vermelhos seria suficiente.

O cavalheiro em uniforme falou enquanto abria a porta. —


Obrigado, Sra. Harrington. Por favor, volte para nos ver novamente.

— Sim, — eu disse, minha expressão inescrutável.

— Minha senhora, estamos todos orando por seu marido.

— Obrigada. — eu olhei para baixo e mordi meu lábio antes de


voltar ao seu olhar, sorrindo bravamente, e acrescentei: — Eu tenho
medo que essa seja a nossa única esperança.

Seus olhos se fecharam quando ele assentiu tristemente, me


permitindo sair pela porta aberta. Raramente alguém não me oferecia o
seu apoio ou incentivo por Stewart, enquanto lutava contra sua batalha
que não podia ser vencida. Eu tinha ensaiado bem minhas
respostas. Afinal, muito pouco passava despercebido. Enquanto fomos
manchete quando nos casamos, principalmente por causa da nossa
diferença de idade, nos tornamos novamente quando os tabloides e
revistas discutiam minha viuvez iminente na tenra idade de vinte e oito
anos.

Andando pela calçada cheia ensolarada, eu cobri os olhos com os


óculos escuros e me preparei para a onda de calor. Das profundezas do
inferno, com o fogo se espalhando pelo próprio diabo, minhas pernas
formigavam com o contraste de temperatura. Mordi o lábio novamente,
parando o sorriso genuíno que ameaçou quebrar a minha máscara de
tristeza. Supondo que o inferno era real, em breve ele teria outro
residente. Antes que os longos cabelos castanhos soltos no meu pescoço
se aderissem a minha pele, eu me sentei no banco de trás do táxi
esperando.

Embora o meu carro estivesse estacionado a poucos quarteirões


de distância, eu conhecia as maravilhas da tecnologia. O GPS mostraria
que eu passei minha tarde no porto Shoppes - pelo menos até que eu
estivesse pronta para isso dizer o contrário.

— Para One Bal Harbour Resort, — eu instruí, quando o


motorista parou o carro no tráfego do meio-dia.

Depois de passar a maior parte da minha vida no sul da Flórida,


achei pouca beleza na cidade de Miami. O apelo que isso tinha estava
completamente perdido em mim enquanto eu examinava a tela do meu

~9~
telefone, lendo minhas mensagens de texto. A sensação de sufocamento
apareceu onipresente quando eu li uma de meu marido:

NÓS TEMOS UM CONVIDADO VINDO DO ARMAZÉM ESTA


TARDE. ESTEJA LÁ ÀS 04H30. NÃO SE ATRASE.

Fechei os olhos, escondi a minha expressão por trás dos meus


óculos escuros de grife, e suspirei. Felizmente, devido ao recente
declínio rápido de Stewart Harrington na saúde, nós não visitamos o
armazém em algum tempo: o texto foi enviado meses atrás. No entanto,
eu me recusei a excluí-lo. Isso servia como meu combustível e meu
lembrete diário: um lembrete de um tempo que eu me recusava a
esquecer.

Eu não. Eu não podia.

Eu fiz a varredura de volta para a mensagem que eu tinha


recebido mais recentemente, uma que eu vi pela primeira vez ontem à
noite:

EU PRECISO VER VOCÊ.

Eu dei mais um olhar, sorrindo para o senso comum de


desespero, antes de eu clicar em apagar. Esperei até esta manhã para
responder:

HOJE?

Depois que eu enviei, sua resposta veio quase imediatamente:

AGORA.

Nós dois sabíamos que agora não era uma opção, mas um ajuste
menor da minha agenda e um ligeiro malabarismo das minhas
responsabilidades permitiria que mais tarde fosse uma
possibilidade. Alisando a seda do meu vestido de verão sobre o meu colo
enquanto tentava desesperadamente ignorar o cheiro de suor
impregnado no táxi, eu apreciava a realidade: mais tarde estava quase
em cima de mim. Apenas o carro poderia voar em vez de lutar contra o
tráfego do meio-dia.

Como o tempo de Stewart na Terra se aproximando do fim, eu me


preocupava com as legalidades do nosso acordo pré-nupcial. Com a
rede de pessoas leais de Stewart, encontrar um aliado, alguém para
olhar os meus interesses, tinha sido difícil, mas felizmente não
impossível. Desde que eu tinha feito a minha aliança com Brody
Phillips, sócio minoritário da Craven e Knowles, não havia nada que eu

~ 10 ~
não faria para continuar o fluxo de informações. Além disso, o sexo era
nada mais do que uma ferramenta, uma arma. Isso tinha sido usado
contra mim, mas eu tinha aprendido a usá-lo em meu favor. Se o sexo
me ajudava a conseguir meu objetivo, não havia razão fodida nenhuma
para não usá-lo.

Minutos após minutos, o táxi parou sob uma área coberta no


resort, me permitindo sair na sombra muito apreciada. Com um sorriso
fajuto, eu entreguei o dinheiro da corrida ao motorista e uma generosa
gorjeta. Eu confiantemente coloquei minhas sandálias de salto alto na
calçada quente e caminhei em direção ao resort. Com a eficiência de um
sargento, eu virei corajosamente para meu objetivo. Apenas um aceno
pretensioso da minha cabeça e a porta foi aberta. Um cheque de cem
dólares na mesa do carregador e eu estava armada com a chave para
uma suíte no décimo oitavo andar. Andando em direção ao elevador, eu
mudei meu olhar, desafiando qualquer um que questionasse a minha
presença. Ninguém o fez. Eu sou a Sra. Stewart Harrington.

Em menos de um minuto, eu estava subindo a torre em direção


ao 18º andar. Embora eu estivesse confiante de que Brody tinha
escolhido a suíte de hotel com outros objetivos em mente, isso não
aconteceria hoje. Eu me abri - um pouco - para ele por uma razão: não
era sexo.

Não era como se eu sempre lhe negasse o sexo. Por uma questão
de fato, tínhamos uma série de locais espalhados por toda a cidade
onde eu não tinha negado a ele, mas, sinceramente, havia algo sobre
Brody que me deixava desconfortável. O sexo era um ato mecânico para
mim, um tempo para deixar meu corpo sair. Cada vez que Brody e eu
estávamos juntos, era cada vez mais difícil. Eu não queria enfrentar
essa realidade ou até mesmo as questões internas que suscitava.

Quando eu desembarquei do elevador e olhei para o longo


corredor, a sensação fugaz de antecipação me pegou de
surpresa. Raramente me encontrava excitada. No entanto, quando eu
percebi que tinha sido quase um mês desde que eu tinha estado
sozinha com Brody, minhas entranhas involuntariamente apertaram.

Brody Phillips, era, entre outras coisas, meu informante. Como


um parceiro júnior no Craven e Knowles, o escritório de advocacia de
prestígio, que tratava todas as necessidades jurídicas pessoais de
Stewart, ele estava a par de informações que me afetavam. A mesma
atitude que ele tinha era compartilhada pela maioria das pessoas na
empresa, que eu, a esposa de Stewart não precisava saber, ou não
poderia entender, as legalidades que me afetavam. Felizmente, eu tinha

~ 11 ~
encontrado um aliado que discordava. Afinal, era o meu nome, Victoria
Conway Harrington, nos documentos. Apesar da obstinação de meu
marido, eu tinha o direito de saber.

Nossa aliança tinha começado lentamente. Cada homem era


suspeito, especialmente qualquer um dentro de círculos de Stewart. Eu
não tinha planejado permitir que Brody me conhecesse - poucas
pessoas conheciam. No entanto, com tempo e paciência, ele me
conquistou com um sentimento de camaradagem. Ao contrário dos
homens que me viam como nada mais do que uma foda disponível,
Brody falava comigo com sinceridade. Passaram-se anos em nossa
amizade clandestina antes de nós levarmos para o próximo nível. No
entanto, uma vez que fizemos, voltar não era uma opção.

Um golpe rápido da chave e o mecanismo de bloqueio


clicou. Antes que eu pudesse abrir totalmente a porta, o cabelo loiro de
Brody e olhos sorridentes me pararam momentaneamente. Ele era o
homem perfeito: inocente e doce. No entanto, eu sabia por experiência
própria que ele era igualmente astuto e sagaz. Não havia nenhuma
maneira que ele teria sobrevivido no mundo de Craven e Knowles se ele
não fosse. No entanto, havia algo em seus olhos. Desde a primeira vez
que nos conhecemos, eu estava fascinada. Seus olhos eram diferentes
de qualquer outro que eu já vi. Eles não são azuis e nem eram verdes:
eram mais de uma tonalidade azul-marinho. Não era apenas a cor que
me atraía: era a maneira como ele olhava para mim, olhava
realmente. Com um olhar, mesmo em uma sala lotada, ele me fazia
sentir vulnerável e exposta. Isso fez coisas estranhas comigo, coisas que
eu não gostava. Era como se ele pudesse ver um lado de mim que
ninguém mais poderia: ele podia ver através da minha
fachada. Observando as pequenas linhas nos cantos dos seus olhos e
seu ligeiro brilho, imploravam ao meu olhar para viajar até suas
bochechas levantadas e sorriso acolhedor. Involuntariamente, as pontas
dos meus lábios se moveram para cima.

Sem seu paletó e gravata, meus olhos percorreram sua engomada


e equipada camisa de botão até sua cintura com um cinto. Suas calças
eram cinza escura da Brooks Brothers e acentuavam suas longas
pernas e corpo firme. Ao ouvir o som de sua voz, voltei a minha atenção
para seus notáveis olhos.

— Vik-ki, — disse ele, alongando o meu apelido. — Eu estava


preocupado que você não chegaria aqui. — a temperatura da sala
aumentou quando ele estendeu a mão para o meu ombro e se inclinou
para perto. Seus lábios roçaram minha bochecha com a promessa de

~ 12 ~
mais provocações. O cheiro de sua loção pós-barba me encheu de
memórias de lençóis recém-lavados, tão diferente da colônia masculina
pesada que meu marido usava. Eu lutei contra a vontade de estender a
mão e correr pelo rosto de Brody, para sentir a ligeira barba por fazer
sob meus dedos.

Tomando minha mão, ele me levou para dentro da suíte


espaçosa. A parede mais distante da porta era nada além de janelas
cheias com o azul familiar. Embora houvesse muitas coisas sobre Miami
que eu detestava, a vista da água extensa não era uma delas. Isso
momentaneamente tirou meu fôlego, assim como a minha resposta.

— Isso é impressionante.

— Não tão impressionante como você, — ele disse, tirando meus


óculos de sol e olhando profundamente em meus olhos de aço-cinza.

— Brody, eu não posso...

Seus lábios capturaram minhas palavras quando seu peito firme


me pressionou contra a parede. O formigamento de expectativa que eu
tinha sentido momentos antes cresceu como um incêndio – o vento
levanto uma faísca para a grama seca. Eu me dei ao desejo e mudei
minhas mãos pequenas para os lados de seu rosto, sentindo a barba
por fazer que eu desejava tocar. Meus dedos pousaram enquanto nossas
línguas se uniram. Eu não queria admitir que eu estava com medo de
deixar ir, com medo de não me lembrar do sentimento latente dentro de
mim. O som da nossa respiração encheu a suíte, enquanto o meu
coração batendo ecoava em meus ouvidos, abafando momentaneamente
o raciocínio, me enchendo de fome pelo que ele poderia proporcionar.

— Deus, Vikki, — Brody finalmente disse, quebrando nosso beijo


e me empurrando um pouco para longe. Seu olhar se aprofundou
quando ele perguntou: — Deus, você tem um gosto bom pra caralho. Eu
senti falta de ver você assim.

Estendi a mão para seu peito e enterrei meu rosto em sua


camisa. Com o som do seu coração firme, meu corpo derreteu. A tensão
reprimida escorreu por todos os poros até que tudo o que restava de
mim era líquido, mantido no lugar por seu abraço. Lutando contra o
desejo de assumir a nossa conexão vertical para horizontal, eu endureci
meu pescoço. — Brody, eu não posso. Não hoje.

— Está tudo bem, baby? Você parece tão... eu não sei... como se
estivesse prestes a explodir. Ou implodir?

~ 13 ~
Eu dei um passo para trás e caminhei em direção ao sofá,
ajustando meu vestido e ignorando a parte de mim que desejava ficar
perdida em seus braços.

— Por que você achou que eu não viria? — perguntei. — Nosso


acordo era para as 13h00, e mal passa das uma.

— Você não respondeu minha última mensagem. Eu estava com


medo de que alguém mais poderia ter visto.

— Não, — eu disse definitivamente. — Acredite ou não, o meu


telefone fica comigo. Eu apaguei a sua mensagem. Não há nenhum
sentido em arriscar desnecessariamente. Agora, me diga o que está
acontecendo?

Sua testa franziu. — Como está Stewart?

Eu balancei a cabeça e olhei para baixo. Era o mesmo discurso,


com os mesmos sinais não verbais muito importantes que eu tinha
dado a qualquer pessoa que perguntava. — Nada bem. Os médicos
parecem pensar que ele pode ir a qualquer momento. Quando ele está
acordado, ele está lúcido, mas quando ele está fora, ele está fora! Eu
acho que é a medicação. Embora ele não se queixe, os médicos dizem
que essa leucemia de rápida progressão é extremamente dolorosa. Eles
aplicam muitas drogas com analgésicos. Eles estão fazendo tudo o que
podem fazer para ajudá-lo a ir em paz.

Brody pegou minha mão. — Bravo. Esse é um belo discurso, Sra.


Harrington. Agora me diga como o filho da puta está realmente.

Meus lábios tremeram quando meus olhos corriam em direção ao


seus. — Ele está morrendo. Ele está sofrendo. O karma é uma cadela e
embora ele mereça cada segundo maldito, eu desejo que o karma se
apressasse e acabasse com ele. Observar ele morrer está sugando a vida
de dentro de mim.

— Oh... — a água-marinha de seus olhos brilhava. — Eu ficaria


feliz em sugar alguma vida de você.

A tensão dos últimos meses escoou dos meus ombros tensos. —


Não me tente, Sr. Phillips. Eu não sou uma mulher estável.

— Não diga isso. Você é durona. Eu desejaria mais anos de


sofrimento para ele, se isso não fosse tão duro para você.

— Eu me encontrei com o oncologista dele ontem. Eles já


esgotaram todas as opções de tratamento. É realmente apenas uma

~ 14 ~
questão de tempo. Mas agora ele está discutindo sobre os remédios para
dor. Eu gosto que isso o faça dormir. Eu estou esperando que um dia
ele vá ir dormir e não acordar.

A testa de Brody franziu. — Você sabia que Parker estava em seu


apartamento ontem?

— Não. — eu me irritei. Eu não gosto da ideia de Stewart se


reunindo com seu advogado particular e um dos sócios fundadores da
Craven e Knowles sem mim. Honestamente, eu não confiava em
nenhum deles.

— Ele estava, — confirmou Brody. — Foi na manhã de ontem.

— Eu estava fora, — eu disse, pensativa, pensando nas últimas


24 horas. — A primeira e terceira quarta-feira de cada mês, eu me
encontro com a Harrington Society. Minha irmã está liderando outra
viagem de missão médica.

Brody assentiu. — A boa Doutora Conway. Não há um osso


egoísta em seu corpo.

— Não. — eu realmente sorri. Quando se trata de santos, Valerie é


a próxima na linha para a canonização.

— Eu tenho a sensação de que o tempo era tudo, — continuou


Brody. — Parker fez um comentário sobre você não deixar Stewart sair
de sua vista, ou vice-versa.

Os pequenos pelos na parte de trás do meu pescoço se


eriçaram. — Você sabe o que eles discutiram?

— Não com certeza. Ontem à noite eu o ouvi pedindo a seu


assistente para puxar alguns arquivos antigos. Quando ouvi o seu
nome, eu mandei uma mensagem para você. De toda a minha
espionagem, a única coisa que eu poderia determinar foi que envolvia a
vontade de Stewart, mas eu tenho certeza que ela também puxou o
contrato.

Me levantei, andando pela sala. — Porque? Por que eles iriam


olhar esse contrato? — baixei a cabeça para as minhas mãos para
pensar. — Brody, tudo, todos os nossos investimentos, todas as suas
ações, participações, tudo está em nome de ambos. Me diga, o que ele
poderia fazer para lutar contra isso?

— Contanto que eles continuem assim, eu prevejo


que nada. Talvez ele só queria ter certeza de que tudo estava no

~ 15 ~
lugar. Você sabe? Se ele está sentindo a finalidade de sua situação, ele
provavelmente não quer que qualquer coisa esteja fora do lugar. —
Brody deu de ombros. — Ser o cara que sabe de tudo e tal.

Minha mente correu. — Meu nome foi adicionado após nosso


casamento, mais de dez anos atrás. Eu segui esse contrato maldito ao
pé da letra.

— Vik, você não quer que esse contrato vá a público. Vamos


ver. Eu queria te ver hoje para que você saiba que eu tenho meus olhos
e ouvidos abertos. Eu estou te ajudando. Você não precisa se
preocupar.

— Que Deus me ajude, se ele me foder... depois de tudo.

A testa de Brody arqueou. — Eu diria que você já foi regiamente


fodida, mas o que você vai fazer, Vik? Matar ele? O homem já está
morrendo.

Ele não seria a primeira pessoa que eu tinha matado. Retardando


a minha respiração, eu disse: — Eu sei que Craven e Knowles
representa Stewart, mas, caramba, eles deveriam estar
representando meus melhores interesses também.

O sussurro de Brody roçou o meu cabelo enquanto seus braços


cercaram minha cintura por trás. — Vik, eu estou aqui. Eu estou
representando seus melhores interesses. Você nunca precisa duvidar
disso.

Inclinando em seu abraço, eu estiquei o pescoço até que nossos


lábios se encontraram. A emoção borbulhando dentro de mim se
apressou quando seus ainda firmes lábios aceitaram de bom grado o
meu beijo e o encorajei a exigir mais. Me girando ao redor, nossas
línguas mais uma vez lutaram pela supremacia, submetendo,
degustando e saboreando. Mais uma vez, o fogo dentro de mim
despertou para a vida.

— Quanto tempo se passou desde que alguém realmente teve você


e te amou?

A pergunta de Brody trouxe uma dor muito profunda para o meu


peito. — Quanto tempo se passou desde que nós estivemos juntos? —
eu respondi. Do jeito que estávamos, eu podia ver brilhos de luz a partir
do oceano abaixo refletir em suas íris únicas.

— Jesus, Vik. Quero te pegar e te jogar na cama. — ele levantou


meu queixo e olhou profundamente em meus olhos. — Olhe para mim,

~ 16 ~
caramba. Eu não sou como os outros. Eu não quero te foder. — um
estrondo profundo veio de seu peito. — Isso não é verdade. Eu quero
isso também. Mas... — ele tocou minha bochecha com o dorso da
mão. — O que eu quero mais do que qualquer coisa é fazer amor com
você, te segurar e ver você dormir, e estar lá quando você acordar. Eu
quero te amar tanto que, quando esses belos olhos estiverem fechados,
eu não tenha nenhuma dúvida de que você está sonhando comigo. E
quando você acordar, eu quero ser o único a fazer cada um de seus
sonhos.

— Brody, por favor, por favor, não faça promessas que não
pretende manter.

— Pretendo sim. Eu faria isso agora, se você me deixar. — ele


puxou meus dedos que prendi ao tapete, recusando a ceder. Sua testa
enrugou quando suas bochechas enrubesceram. — eu faço um bom
dinheiro. Diga a Stewart para ir se foder. Diga a todos os idiotas em seu
conselho de administração e Parker Craven para irem se foder. Eu sei
que você disse que poderia ser qualquer dia, mas também poderia ser
uma semana, um mês, ou mais. Não se submeta a ele e sua ideia fodida
de lealdade por mais tempo.

Eu balancei a cabeça de lado a lado. — Pare. Eu te disse que eu


sou uma bagunça agora. E você não está fazendo sentido. — sem
admitir a verdade, que ninguém nunca tinha proclamado amor eterno
por mim, eu me recompus, — Eu não dediquei dez anos de minha vida
só para ir embora quando o prêmio está à vista. Não é apenas sobre o
dinheiro. É a satisfação que eu vou ter quando eu sussurrar em seu
ouvido que eu fiz isso. Ele me subestimou, e minha capacidade de lidar
com tudo o que ele atirou em minha direção. Eu quero que seu último
pensamento seja de mim no controle de tudo o que ele tem de mais
caro.

— Você merece isso, — disse Brody desanimado.

— Sim. Não estou me sentindo culpada por merecer.

Mais uma vez ele me envolveu em seus braços. — Victoria


Harrington, eu sei, sem sombra de dúvida que eu não mereço você, mas
eu serei amaldiçoado se eu me sentir culpado por querer você.

O toque do meu telefone nos acalmou. O toque diferenciado de


Stewart cortou o ar refrigerado do hotel. Apressando-me a minha bolsa,
eu coloquei meu dedo em seus lábios e disse: — Olá?

~ 17 ~
— Tori. — a voz do meu marido foi mais forte através do telefone
do que tinha sido no início da manhã. Obviamente ele tinha conseguido
diminuir a dor com remédios.

— Stewart, está tudo bem?

Os olhos de Brody se arregalaram.

— Dificilmente, — Stewart respondeu sarcasticamente. — Travis


disse que você está no Shoppes Harbour?

— Sim, você precisa de mim em casa?

— Não, — seu tom de voz ganhou força. — Eu quero você no


armazém em uma hora.

Merda! Meu estômago afundou. — Stewart... — eu poderia


argumentar, mas ele sabia que eu não iria. Apesar de seu estado
debilitado, ele já tinha provado que ele ainda poderia orquestrar. Minha
única opção era orar para que essa fosse a última vez.

Uma vez que Stewart se fosse, o armazém seria a primeira coisa


que eu venderia, ou talvez eu colocaria fogo? O pensamento trouxe um
sentimento de determinação. Engolindo minha réplica, eu respondi, —
Eu estarei lá, — e bati em desligar.

As mãos de Brody escovaram meus braços. — O que é?

Eu desviei o olhar. — Eu preciso ir. Por favor, me mantenha


informada.

Seus olhos se arregalaram quando preocupação e pânico


infiltraram em sua voz. — Por que, Vik? Aonde você precisa ir?

Eu não respondi, mas peguei minha bolsa e me dirigi para a


porta. Antes de sair, ouvi Brody, sua voz um rosnado baixo. — Eu odeio
aquele filho da puta maldito. Eu juro, se ele não estivesse morrendo...
— o fechamento da porta abafou o resto de sua sentença. Mas eu sabia
o que ele estava prestes a dizer.

~ 18 ~
CAPÍTULO DOIS
Presente
MINHAS MÃOS TREMIAM enquanto meu corpo vacilava. Por que
eu estava mesmo surpresa que ele tinha voltado atrás em sua
palavra? O filho da puta tinha prometido! Ele prometeu estar sempre
comigo!

Segurando minha barriga, eu me dobrei quando a revolta tomou


conta e meu almoço foi purgado para o concreto da garagem privada. O
som da minha angústia não traria a atenção de ninguém. Não havia
ninguém lá. Eu sabia. Eu sabia que uma vez que o amigo, como Stewart
gostava de chamá-los, estivesse pronto, ele ia embora. Foi uma das
maneiras que eles tentavam proteger seu anonimato. Além disso, a voz
de Stewart tinha me dito que ele foi embora, me disse para ficar onde eu
estava, não me moveria até que ele dissesse a palavra. Eu tinha
desobedecido no passado. Eu já não considerava essa opção. Stark nu
sobre a cama de dossel enlouquecendo, eu esperei quando a maldita
música veio através dos fones de ouvido.

Às vezes eu odiava a música tanto quanto sua voz. Por quase nove
anos isso tinha sido a mesma lista sinistra. Quando eu perguntei,
Stewart se recusou a me dizer os nomes das músicas, só que elas o
lembravam de um momento há muito tempo. Conforme os anos
passaram, eu acho que encontrei nova garantia na previsibilidade da
ordem. Sem o meu sentido da visão, ele me deu algo para segurar, algo
esperado. Cada vez que ele reiniciava a música, sempre era desde o
início. Eu tinha ouvido a primeira melodia tantas vezes que
assombravam meus sonhos. Um dia, eu procurei e procurei na Internet
até que eu achei: Fatal Lullaby. Sabendo o título tornou ainda mais
deprimente. Se isso fosse mesmo possível Death Dance veio em
seguida. Todas as músicas que ele escolheu foram feitos por Adrian von
Ziegler e eram música instrumentais. Nada continha palavras, somente
escuros e torturados estirpes que ressoavam através de meus ouvidos
enquanto eu lutava para dar sentido ao mundo ao meu redor.

~ 19 ~
Fechando os olhos, cheguei para o meu carro. Fugir do fedor da
garagem, do armazém, e minha vida era meu único pensamento. Sem
dúvida, eu precisava ficar longe deste lugar.

Depois de tantas visitas, de alguma forma, não ter Stewart


presente tinha deixado tudo pior. Mas, novamente, ele estava. Ele
estava lá através de um novo sistema de câmeras. Com este novo
sistema, ele poderia observar de nossa casa. Nossa casa. Em uma tarde,
ele tinha tirado a separação do armazém e da casa: um dos meus
últimos refúgios.

Minhas mãos tremiam enquanto eu puxava a porta do carro. Eu


lutei com a nova realidade: o voyeurismo de Stewart não tinha acabado,
não tão longo enquanto a respiração ainda entrava em seus
pulmões. Com esta tecnologia instalada recentemente, a sua forma
preferida de entretenimento doente iria continuar. Os últimos dois
meses de prorrogação enquanto ele lutava contra o câncer era só isso,
uma pausa momentânea. O filho da puta sádico iria manter isto até o
amargo fim.

Eu virei meus olhos - desprovidos de maquiagem - para o espelho


retrovisor. Graças a Deus não tinha um chuveiro no armazém. Eu
odiava o cheiro dos homens. Mais uma vez, a perda de visão aumentava
meus outros sentidos, incluindo o de cheiro. Eu não deveria saber onde
seus amigos estavam. É usado para dar a Stewart uma satisfação
enquanto nós entrávamos em uma festa ou espetáculo e ele me
insultava com a ideia de quem eu conhecia e quem me
conhecia. Fechando os olhos, eu ainda ouvi o tom sádico enquanto ele
me desfilava em seu braço.

Claro, os homens nunca deixavam transparecer. Eles nunca


vinham para a frente, mas o cheiro era um sentimento poderoso: se
colônia ou loção pós-barba, uma respiração com cheiro de menta ou
cheiro do corpo. Quando eu menos esperava, um aroma me lembrava do
armazém, a música, e direções incessantes de Stewart. Então eu
gostaria de saber. Gostaria de saber que o homem sorrindo docemente
para sua esposa, ou me provocando com seu olhar era um
dos amigos de Stewart.

Esta tarde, seu amigo usava colônia semelhante ao de


Stewart. Quando nos casamos, eu amei a combinação erótica de rosa e
sândalo, e madeira. Eu tinha notado o aroma único o primeiro dia em
que nos conhecemos. Lembro-me de encontrar o frasco em seu quarto e
ler o nome: Tom Ford Oud Wood. Houve até um momento em que eu
coloquei minha cabeça no travesseiro apenas para inalar o cheiro.

~ 20 ~
Isso foi antes, antes do armazém, e antes que a morte o agarrasse
pelas bolas. Ele não anda mais em uma nuvem de perfume caro. Agora,
o cheiro de morte e negação pendurava em camadas em torno dele e
seu quarto de hospital improvisado.

O grande Stewart Harrington queria morrer em casa. Ele queria


estar cercado pelo luxo e opulência de seu trabalho
duro. Mentira! Stewart Harrington queria viver. Ir para o hospital e estar
ligado ao seu equipamento seria admitir a derrota. Eu não poderia
imaginá-lo admitir que até as palavras estivessem fora de seu controle.

Esse conhecimento reabasteceu a minha força. O filho da puta ia


morrer: disso eu estava confiante.

Aumentando o rádio, eu tentei abafar as melodias escuras sem


palavras na minha cabeça. Lentamente, eu coloquei o carro em marcha
à ré. Saindo da garagem, a luz do sol quente atravessou o meu para-
brisa, me cegando enquanto eu pegava meus óculos de sol. Porra, ainda
era dia. Este maldito dia não terminava. Olhei para o relógio quando a
tela no painel mudou. STEWART piscou na tela indicando uma
chamada recebida.

Engasguei de volta a bile e apertei o botão ATENDER permitindo


que a voz do meu marido substituísse a música e enchesse o carro.

— O quê? — foi a melhor saudação que eu poderia controlar.

— Você está indo para casa?

Virei o carro, não tenho certeza de onde eu estava indo, apenas


para longe da nossa cobertura. — Não.

— Não?

— Você mentiu, porra! — eu tinha desempenhado o papel tanto


tempo que minha explosão inesperada, sem dúvida, pegou Stewart de
surpresa. — Você disse que sempre estaria lá. Você não estava lá! — o
caminho diante de mim borrou pelas minhas lágrimas enquanto eu
lutava para recuperar o controle.

— Tori, — sua voz era suave, embora o nome do animal de


estimação dele para mim fez retornar bile na minha garganta. — Venha
para casa. Vamos falar sobre isso.

— Não. Não devemos falar sobre isso em casa. É suposto ficar


longe de casa. Você arruinou tudo.

~ 21 ~
— Venha para casa. — ao contrário de seu tom de voz através dos
autofalantes malditos, estas palavras foram ditas mais como um
apelo. — Os médicos querem me dar mais remédio. Eu quero ver você
primeiro. Eu quero te dizer o quão boa você foi. Quão orgulhoso estou
de você.

Ele queria fazer mais do que isso, e eu sabia disso. Segurei o


volante e teci através de tráfego, nem mesmo me preocupando com o
meu destino. — Eu estarei em casa, não muito tarde.

— Você sabe, você não tem o direito de estar com raiva. Eu


verifiquei o contrato. Não havia nada lá dizendo que eu
estaria sempre presente.

— Bem, Stewart, eu não li o maldito contrato desde antes de nos


casamos. Mas ouvi você me dizer que você estaria lá, comigo. Eu odeio
isso! Eu sempre odiei. Mas, pelo menos... Merda! — eu bati em meus
freios e joguei meu peso para a buzina. Malditos turistas estúpidos,
andando na maldita rua.

— O que aconteceu?

— Nada. Tome o seu medicamento de merda. Estarei em casa


mais tarde.

— Eu quero que você volte para casa agora. Você é minha esposa.

— Eu sou sua esposa. Eu sou a Sra. Stewart Harrington e eu vou


sair. Vou chamar minha irmã ou algo assim. Eu segui as regras. Joguei
como sua prostituta. Agora eu vou fazer algo por mim. Eu posso não ter
lido o contrato recentemente, mas eu me lembro que não há nada nele
restringia minhas atividades. — antes que ele pudesse refutar o meu
comentário, eu continuei, ganhando força a cada palavra. — Eu vou te
dizer o que eu não vou fazer esta tarde. Eu não vou me sentar em uma
cadeira e assistir você morrer. — porque se eu fizesse, eu ia pegar um
travesseiro e acelerar o processo. As palavras passaram na minha
cabeça. Felizmente, eu tinha autocontrole suficiente para mordê-las de
volta. — Adeus, Stewart. Descanse um pouco. Você teve uma tarde
movimentada.

Eu bati no ícone de desligar.

Quando o meu carro se encheu com a música do rádio, meu


entorno entrou em exibição. Eu estava perto dos escritórios de Craven e
Knowles. Minha mente começou a girar, as palavras de Stewart girando
na minha cabeça. Ele disse que recentemente revisou o contrato. Essa

~ 22 ~
era a abertura que eu precisava. Se ele tinha revisado, eu poderia revê-
lo.

Saltando duas faixas de tráfego e ignorando os xingamentos, eu


puxei para dentro do estacionamento e encontrei um espaço. Era quase
17h00. Sem dúvida, o secretário não teria prazer em me ver tão perto da
hora de encerramento. Que pena. Eu sou a Sra. Stewart Harrington.

Eu tirei meus óculos de sol e olhei no espelho retrovisor. Eu


nunca saio sem maquiagem. Meus olhos estavam vermelhos, assim
como os meus lábios; Mas minhas bochechas estavam
pálidas. Alcançando minha bolsa, eu encontrei algum rímel, delineador,
e batom. Meu cabelo úmido estava amarrado em um nó na parte de trás
da cabeça. Puxando alguns fios soltos pelos lados, eu os deixei
oscilarem ao lado de meu rosto. Deslizando os meus óculos de volta no
lugar, eu decidi que teria que fazer. Eu tinha dirigido até o escritório de
advocacia por uma razão, mesmo sem pensar nisso. Pela primeira vez
em mais de dez anos, eu queria ver o maldito contrato.

— Sra. Harrington? D-desculpe. Será que você tem hora marcada?

— Não, Trish. Eu não tenho.

Ela se mexeu desconfortavelmente. Eu sabia que ela não queria


gastar seu tempo de lixar as unhas comigo. Honestamente, eu não
sabia como essa mulher tinha mantido seu trabalho. Ela provavelmente
estava dando boquetes embaixo de mesas. Era a única resposta
possível. Suas habilidades como um recepcionista certamente não era o
mais importante: talvez ela se destacasse em sexo oral?

— V-você quer ver alguém?

— Trish, eu quero ver alguma coisa. Eu preciso falar com a


assistente do Sr. Craven. Eu acredito que ela vai ser capaz de me
ajudar.

Ela olhou em direção a seu computador. — Eu ficarei feliz em


agendar...

Eu coloquei minha mão sobre a mesa. — Eu estou aqui


agora. Agora seria um momento maravilhoso para agendar. Você não
concorda?

— S-Sim. Me deixe chamá-la. Eu sei que o Sr. Craven saiu. Se ela


estiver disponível...

~ 23 ~
Minha pele se arrepiou. — Trish, eu suspeito que, mesmo que a
assistente do Sr. Craven esteja ocupada, ela pode encontrar tempo para
mim. Eu não vou embora até que eu veja o que eu vim ver.

Trish se levantou. — Se você puder me acompanhar, eu vou


chamar Maggie.

— Obrigada. — eu concordei e segui para a sala de conferências:


a sala com as persianas. Era a mesma em que eu tinha estado muitas
vezes. Em poucos segundos ela acertou o interruptor, mexendo as
persianas.

— Sra. Harrington, eu posso te trazer alguma coisa? Um café


talvez? Um com creme e dois açúcares.

— Obrigada.

Eu não era uma bebedora de café, mas seu pedido me fez


sorrir. Foi uma das minhas primeiras lições de ser Sra.
Harrington. Naquela época, eu tinha visto tanto potencial. Engraçado,
eu não deveria ter. Talvez tenha havido um tempo que eu tinha sido tão
positiva como minha irmã. Recostando na cadeira de couro de pelúcia
eu bufei. Não, isso nunca tinha sido o caso.

Minha bolsa vibrou e eu retirei o meu telefone. Havia três


mensagens de texto. A primeira era de Brody:

EU ESTOU PREOCUPADO COM VOCÊ. ONDE VOCÊ ESTÁ? VOCÊ


ESTÁ BEM?

Sorri quando eu respondi:

EM SEU ESCRITÓRIO. NO FISHBOWL.

O segundo era de Stewart.

NÃO ATENDENDO O TELEFONE? MUITO MADURA. VENHA


PAARA CASA AGORA!

Meu sorriso desapareceu rapidamente. Ele pode ter o poder de me


fazer participar de suas fantasias doentes, mas nunca durante nosso
casamento teve a capacidade de controlar minhas idas e vindas.

EU NÃO ESCUTEI TOCAR. EU ESTAREI EM CASA... MAIS


TARDE.

A mensagem final era da minha irmã, Valerie.

~ 24 ~
EU ACABEI DE RECEBER UM TELEFONEMA DE
STEWART. VOCÊ ESTÁ PENSANDO EM VIR ME VER? EU ADORARIA
SAIR, MAS EU ESTOU EM UM TURNO HOJE. AMANHÃ?

Eu suspirei. Eu gostaria de encontrar outra coisa para fazer. Tudo


o que eu sabia era que eu não queria estar em casa até que Stewart
estivesse amplamente medicado e dormindo.

DEIXE-ME VER. AMANHÃ SERIA BOM.

Quando terminei minha última mensagem a porta se abriu. A


jovem assistente jurídica, provavelmente da minha idade, em seus vinte
e tantos anos, entrou. Eu não a reconheci, mas, novamente, as
mulheres jovens que trabalham para Parker Craven vinham e iam com
uma certa regularidade.

— Sra. Harrington, — disse ela com um sorriso apertado. — O que


posso fazer por você?

Trish entrou pela porta e colocou a minha xícara de café sobre a


mesa. Depois que ela nos deixou sozinhas, eu respondi, — Maggie, eu
presumo?

— Sim, senhora.

— Eu gostaria de ver um contrato que o Sr. Craven preparou para


meu marido e eu antes do nosso casamento. Eu sei que está disponível:
o meu marido me disse que tinha recentemente o revisto - ontem, eu
acredito. Ele recomendou que eu também revisse. — à menção de
Stewart parecia dissipar alguma tensão. Lembrei-me de meu rosto
encoberto e removi meus óculos de sol. Obviamente, fingindo um sorriso
eu continuei, — Me desculpe não ter ligado. Como você pode ver, eu não
estava realmente preparada para sair. É só que com sua saúde... bem,
Stewart queria que eu fizesse isso imediatamente. Então aqui estou eu.

Seus ombros relaxaram. — Sim, eu sinto muito sobre seu


marido. Eu estava preocupada porque o Sr. Craven está atualmente
com um cliente, mas se o Sr. Harrington te enviou aqui...

— Ele enviou. Eu recomendaria que você ligasse para ele, mas


com a medicação, ele provavelmente está dormindo agora. Foi por isso
que eu queria fazer o que ele pediu antes que ele acordasse novamente.

Seus olhos castanhos claros brilhavam. — É claro. Me deixe pegar


isso para você. Eu não enviei o contrato de volta para a sala de arquivos
ainda. Está na minha mesa.

~ 25 ~
Eu massageei drasticamente minha testa. — Obrigada
novamente. Espero que isso não te atrase.

Ela balançou a cabeça. — De modo nenhum. Fique e avalie o


tempo que você precisar. Qualquer coisa para ajudar o Sr. Harrington
em sua hora de necessidade.

Eu dei um sorriso com os meus maxilares cerrados firmemente


juntos. Foi o melhor que pude fazer.

Poucos minutos depois, eu estava sozinha com o meu café e o


documento. Por que ele estava realmente revendo isso? Havia algo que
eu perdi há dez anos? Inferno, sem dúvida, eu perdi alguma coisa. Aos
dezoito anos, eu não tinha ideia do que todas as cláusulas e apêndices
significavam. Não até ele explicar mais tarde, quando eu percebi que eu
tinha assinado um documento legal com o próprio diabo.

Comecei a ler:

O presente acordo é celebrado de boa vontade e sem coerção entre


Stewart Allen Harrington, a seguir designado Sr. Harrington, e Victoria
Ann Conway, a seguir designada Srta. Conway. Sr. Harrington e Srta.
Conway acordam em Maio...

Os termos deste acordo vinculativo entre o Senhor e a Srta.


Harrington Conway são as seguintes:

1. O Sr. Harrington e Srta. Conway concordam que tudo o que


ocorre sob os termos deste contrato são confidenciais e consensuais.

A porta se abriu. Esperando Maggie ou até mesmo Trish, me virei


com impaciência. O brilho escuro dos olhos de Parker Craven perfurou
os meus quando ele entrou, uma nuvem de perfume pesada flutuando
em torno dele. Sua entrada paralisou meu movimento até que eu endireitei
meu pescoço e devolvi o olhar.

— Victoria, o que você está fazendo?

As pontas dos meus lábios se moveram lentamente para cima. De


jeito nenhum deixaria isso transparecer. Delírio era tudo que eu podia
sentir. A onda de sangue que enchia meus ouvidos e olhos se
estreitaram a cena para um túnel. Ninguém mais existia. Senti suas

~ 26 ~
mãos suadas na minha pele. Eu não podia permitir que ele visse meu
ódio. Era o meu combustível, a minha energia para continuar.

Recusando-me a mostrar a ele a minha reação, eu abri meus


olhos arregalados, e disse: — Parker, que bom que você veio cuidar de
mim pessoalmente. Sua assistente disse que você estava com um
cliente.

Ele olhou para o documento. — Eu lhe fiz uma pergunta.

— Sim, você fez. Eu estou revendo o contrato que Stewart e eu


assinamos.

— Porque?

Eu levantei minhas sobrancelhas inocentemente. — Porque ele me


disse para fazer. Afinal de contas, ele disse que tinha revisado isso com
você e eu deveria fazer o mesmo. Ele não te disse?

— Ele disse isso? Quando?

Meus dentes doíam de tanto apertar. — Ora, esta tarde.

Ele respirou fundo. — Esta tarde. Ele disse isso esta tarde?

— Eu estou balbuciando?

Ele olhou na minha direção. Antes que ele pudesse responder, eu


suavizei meu tom. — Oh, Parker, às vezes ele não sabe exatamente o
que ele está dizendo. Estou muito preocupada com as decisões que ele
está fazendo. Por que, apenas esta tarde, eu estava com ele em casa e
ele me disse que você tinha ido ao apartamento. Me desculpe, eu senti
sua falta.

Parker Craven estendeu a mão para o documento. — Eu não sei o


que você pensa que é...

Bati minha mão nas páginas. O barulho ecoou por toda a sala
pequena quando meus olhos perfuraram os dele. — Sr. Craven, eu
acredito que você e sua empresa foram contratadas pelo meu marido e
eu. Se você quiser que o arranjo continue num futuro previsível, você
não vai tentar me impedir de ver os documentos que pertencem a mim:
este ou qualquer outro.

— Eu não posso permitir isso sem a permissão de Stewart.

Meu sorriso se alargou. — Você não acredita que ele me enviou?

— Que ele te enviou esta tarde? Não.

~ 27 ~
Eu me inclinei para trás, ainda segurando o documento. —
Porque? Por que você duvida de mim?

— Sra. Harrington? Oh, Parker, — disse Brody, abrindo a porta e


interrompendo o confronto palpável. Olhando de Parker para mim, e de
volta, Brody continuou, — Maggie mencionou que a Sra. Harrington
veio e precisava de ajuda. Eu pensei que você estava com outro cliente.
— Brody fez um gesto em direção à porta. — Se você precisa voltar para
o seu outro cliente, eu ficaria feliz em ajudar a Sra. Harrington.

Parker estreitou seu olhar. — Brody, este é um assunto delicado


entre o Sr. e a Sra. Harrington. Eu acredito que seria melhor se...

— Obrigada, Sr. Phillips. Creio que o meu marido colocou a


confiança dele em você e eu também vou. Agora, corra, Parker. Eu tenho
certeza que você tem o que fazer. Ouvi dizer que você esteve fora do
escritório.

Eu não tenho certeza se o sócio sênior tinha coisas para


fazer. Mas pelo carmesim escoando de suas bochechas para seus
ouvidos, ele não estava feliz sobre isso neste momento. Sem dizer uma
palavra, ele saiu da sala e Brody gentilmente fechou a porta.

Em um tom abafado, ele perguntou: — O que você está


fazendo? Em que posso te ajudar?

— Brody, você pode fazer uma cópia disto para mim?

— Eu suponho que sim.

— Faça isso. Então, você e eu podemos passar por isso com um


pente fino.

~ 28 ~
CAPÍTULO TRÊS
Presente
EU NÃO SABIA SE EU podia confiar Brody suficiente para
compartilhar minha revelação sobre Parker. Sinceramente, eu não tinha
certeza se eu teria estômago em dizer em voz alta. Memórias de meu
primeiro encontro com Parker Craven, pensamentos de discussões e
jantares, bem como o tempo gasto com sua esposa, jogando tênis,
atendendo funções de caridade, todos combinados trariam de volta a
minha náusea de antes. Eu sabia no fundo do meu estômago que hoje
não tinha sido o nosso primeiro encontro. O cheiro fantasmagórico de
sua colônia infiltrou através de anos de encontros sexuais até que tudo
o que eu queria fazer era enterrá-los em um profundo túmulo sem
fundo.

Brody tocou meu joelho, trazendo meus pensamentos para fora


dos poços do inferno e de volta para a suíte de ONE Bal Harbour
Resort. — Ei, nós temos uma cópia do contrato. Nós não precisamos
passar pela coisa toda esta noite. Além disso, esta é uma merda doentia
e você teve um dia difícil. — seus olhos se arregalaram enquanto suas
mãos se levantaram em sinal de rendição. — Eu sinto muito, Vik. Eu
não preciso saber o que você passou, ou o que ele fez, mas apenas estar
aqui, sentado ao lado de você... você está diferente do que você estava
esta tarde. Eu sinto que você está se afastando. Não lhe dê esse poder.

Meu pescoço esticou. — Eu não. É por isso que eu fui para o


escritório de advocacia. Eu não estou dando a ele o poder. Se eu tivesse,
eu estaria em casa agora.

— Em casa com ele? Porque?

— Ele me ligou, depois... — eu pisquei desnecessariamente... —


Eu gritei para ele. Eu quase podia dizer a ele o número de vezes que eu
gritei durante todo o nosso casamento. Honestamente, não houve
muitos. É só que ele me fez uma promessa. Desde o início desta
coisa doentia... — fiz um gesto em direção ao contrato e enfatizei as
palavras de Brody. — Ele me fez uma promessa e hoje ele a quebrou.

~ 29 ~
— E você está surpresa? Um homem que fez você assinar um
contrato assim... você está surpresa que ele quebrou uma promessa?

Meu queixo caiu no meu peito. — Estúpido, não é?

Calor me envolveu quando braços fortes me puxaram para mais


perto. — Não, Vik. Isso não é estúpido e você não é estúpida. Você foi
enganada para se casar com o diabo. É apenas natural que você fosse
tentar justificar suas ações e segurar qualquer resquício de
superioridade moral.

Inalando o aroma fresco e limpo de Brody, eu me permiti derreter


contra seu peito. Suas palavras, tom e as ações eram exatamente o que
qualquer mulher normal gostaria de ouvir. Mas, novamente, eu não era
normal. Como eu poderia ser? Tinham-me dito desde antes desde que
eu pude me lembrar que eu era veneno. Se houvesse mesmo uma
pequena parte de mim que tinha sentimentos por Brody, a melhor coisa
que eu poderia fazer por ele era manter minha distância. Então,
novamente, eu precisava de sua ajuda, pelo menos até que o pesadelo
chamado Stewart Harrington fosse enterrado mais profundo do que as
minhas memórias.

— Pare com isso, — Brody ordenou.

Meus olhos se arregalaram. — Parar o que?

— Você ainda está fazendo isso. Você está recuando para onde
quer que vá nessa bela cabeça sua.

Ele estava certo. Era mais seguro lá. Eu poderia controlar o


mundo de lá.

— Vik? Olhe para mim.

Limpando o nevoeiro de promessas quebradas, eu olhei para a


água-marinha tranquila de seu olhar.

— É isso aí. Agora, pare de pensar sobre qualquer um ou


qualquer outra coisa: esteja no aqui e agora, comigo.

Eu balancei minha cabeça. — Eu não posso. Eu preciso ir para


casa. Tenho certeza de que Stewart está dormindo agora, mas se eu não
estiver lá quando ele acordar, ele vai fazer perguntas.

— Quando você falou, o que você disse a ele que você ia fazer?

— Eu disse que eu não estava indo para casa imediatamente. Eu


lhe disse que ia sair com Val.

~ 30 ~
As sobrancelhas de Brody atingiram o topo com expectativa. —
Você sempre passa a noite em sua irmã?

Eu não poderia parar o sorriso. — Sim, mas não


frequentemente. Stewart não aprovaria.

— Mas... você gritou com ele, certo?

Eu balancei a cabeça.

— Ele sabe que você está puta?

— Sim, eu deixei isso bem claro.

— Por que você não está com Val? — ele perguntou.

— Ela tem um turno hospital esta noite. Lembro-me dela dizendo


que ela está cobrindo para alguns outros médicos, aqueles que estarão
cobrindo para ela enquanto ela estiver em Uganda.

— Uganda? — Brody repetiu.

— Sim, esse é o seu mais recente projeto. Com a ajuda da


Harrington Society, ela tem feito e continuará a trazer o tratamento do
câncer até aldeias remotas. É bastante notável. Ela organizou uma
grande rede. Há voluntários lá o tempo todo, mas como a
administradora do subsídio, ela tem que ser a única a acompanhar e
ajudar com o transporte dos medicamentos necessários.

— Não é perigoso?

— Ela me assegurou que existem áreas mais perigosas no mundo,


— eu respondi, lembrando de como eu tinha feito a Val a mesma
pergunta. — Isso não significa que eu não me preocupo com ela. Eu
perguntei por que ela não poderia oferecer os mesmos serviços aqui nos
Estados Unidos. Ainda há milhões de pessoas aqui que não podem
pagar o tratamento necessário. Especialmente como o diagnóstico de
Stewart, fazia sentido. Por que não começar com Clínicas de Câncer
Harrington nos EUA?

— Boa ideia. O que ela disse?

— Ela riu e me disse que ela iria obter uma proposta de subsídio
para mim, logo que ela pudesse.

— Eu adoro a forma como os seus belos olhos brilham quando


fala sobre sua irmã.

— Ela é a única coisa boa saindo disso.

~ 31 ~
— Não, ela não é, — disse Brody com naturalidade.

Pressionando meus lábios, eu não respondi.

— Quantas pessoas ela tem ajudado através da Harrington


Society?

— Centenas, talvez milhares. Mas quem pode dizer que ela não
teria feito isso-

— Você está fazendo isso de novo, Vik. Não se venda tão


baixo. Você fez um pacto com o diabo e conseguiu se dar bem. Porra,
linda, você é a única que merece santidade.

Ele não poderia ter estado mais errado. Santidade não estava no
meu futuro. Bem, a menos que o diabo tivesse um programa de
aprendizagem. Quero dizer, ele começou como um anjo. Eu ri. Talvez o
diabo tenha um programa. Infelizmente para ele, eu tinha sido uma
aluna muito boa.

— Você está fazendo isso de novo. — seu tom era exigente quando
ele proclamou: — Fique comigo.

— Eu não posso.

— Não à noite, embora eu queira isso. Fique aqui nesta suíte, com
vista para o mar. — ele fez um gesto em direção às janelas. — Fique
aqui. Não volte para a escuridão.

Se ele entendesse: isso foi onde eu nasci e onde eu morava. Era


quem eu era. Nada que ele pudesse fazer ou dizer mudaria isso.

— Se Stewart já está dormindo, — Brody começou, — isso me dá


duas horas. Vou olhar o contrato amanhã e mando mensagem para
você. Nós vamos trabalhar em uma outra hora e lugar para discutir o
assunto. Apenas, por favor, me dê duas horas hoje essa noite.

Meus lábios se curvaram em um sorriso de um lado. — Por que,


Sr. Phillips? O que você poderia fazer em duas horas?

Levantando minha mão, Brody se levantou. — Venha comigo,


Victoria, deixa eu te mostrar.

Meu olhar se agitou em direção ao chão. — Eu não...

— Por favor, — ele implorou. — Nada de sexo. Me deixe te


abraçar. Apenas nós dois, à luz.

~ 32 ~
A torção ansiosa no meu estômago me disse o que eu já sabia:
que eu deveria ir. Eu não deveria permitir que as minhas trevas
poluíssem sua luz. No entanto, antes que eu pudesse argumentar,
Brody tinha organizado uma cama de travesseiros e me puxou para seu
peito largo. O bater do seu coração ecoou em meu vazio. Ele ressoou
com uma dor mais dolorosa do que a vergonha que eu costumava sentir
a partir do armazém ou dos comentários de Stewart.

Essa humilhação não estava mais presente. Tinha estado, mas eu


aprendi a me desligar. Era como esta tarde. Meu corpo, as atividades
instruídas pela voz através dos auscultadores, mas minha mente e meu
coração estavam protegidos. Quando Brody continuou a sussurrar
coisas amorosas, a dor dentro em mim cresceu. Eu não gostava
disso? Talvez meu coração não estivesse protegido; talvez estivesse
morto? Então, novamente, um órgão pode doer se já não existe mais?

Eu levantei meu rosto para ele e corri meus dedos pelo cabelo
macio, curto. À luz natural das janelas abertas, o tom de sua cabeça
loira era difícil distinguir. Levantando o meu queixo, eu beijei seus
lábios. A conexão inocente aprofundou enquanto nossas línguas se
uniam.

— Whoa, — protestou ele, se afastando. — Eu estou sendo um


cavalheiro aqui. O que você está fazendo?

Sentando no meu calcanhar, eu alcancei a barra do meu vestido


de verão e o puxei sobre a minha cabeça. Em um gesto dramático, eu o
joguei no chão em uma pilha de seda. Vestindo nada além de minha
calcinha, eu espalmei meus seios pesados, expondo e torcendo meus
mamilos tensos. — Sr. Phillips, — eu comecei sem fôlego, — agora você
tem menos de duas horas para me fazer esquecer tudo. Eu quero que
você me foda tanto que todo o resto do mundo vá embora. Eu quero que
meus únicos pensamentos sejam você dentro de mim. — eu levantei
minha sobrancelha quando eu peguei sua mão e a colocou sobre o meu
peito. Quando nossos olhos se encontraram, eu perguntei, — Você
aceita o desafio?

A partir do olhar em suas calças, a tenda crescendo mais a cada


momento, e a expressão sensual emergindo de onde momentos atrás eu
tinha visto compaixão e preocupação, eu sabia que ele tinha aceitado.

— Vik, eu quero que você saiba que eu penso de você como mais
do que uma foda-

Eu coloquei um dedo em seus lábios. — Brody, agora eu quero ser


fodida. Eu quero ser fodida por alguém que eu posso ver e ouvir. Eu

~ 33 ~
quero ser a pessoa no controle dos meus movimentos e respostas. Eu
quero que você me foda. Me foda como ninguém jamais me fodeu. —
meus polegares encontraram o cós da minha calcinha. — Será que você
pode fazer isso por mim?

Desatando seu cinto, ele sorriu minha direção e disse: — Tudo,


menos uma coisa. Apenas para o registro, eu estou no controle de suas
respostas. — antes que eu pudesse refutar, ele continuou, — Eu não
vou te dizer quem eles são, você vai saber que era eu quem os
trouxe. Eu não vou parar até conseguir o que eu quero. Foda-se o limite
maldito de duas horas. — atacando a minha calcinha, Brody me
empurrou de volta contra o colchão grande e escalou o meu corpo,
chovendo beijos de meus seios em meus lábios. — Esse é o desafio que
eu aceito.

Eu poderia fazer isso. Eu poderia espalhar minhas pernas e


desaparecer. Era a minha especialidade, minha técnica de
sobrevivência.

— Só mais uma coisa, — disse ele, segurando meu queixo e


movendo os olhos para ele. — Você vai ficar comigo. Eu quero ver você
gozar.

Eu precisava sair para escapar. Esta ligação não era o que eu


queria. — Eu não...

— Vik, bem aqui. — ele calmamente perguntou quando ele


apontou para seus olhos. — Olhe aqui.

Quando eu fiz, sua mão escorregou em meu estômago. O caminho


que ele tinha viajado formigava a partir do calor do toque dele e
acendeu minha pele. Estendi a mão para seus ombros, quando um,
então dois dedos deslizaram para dentro de mim. Dentro e fora. Com
meu olhar definido sobre ele e minhas mãos o segurando apertado,
meus quadris se mexeram ao seu ritmo.

— É isso aí. Fique comigo. Oh, baby, você está ficando tão
molhada para mim...

Levantando as mãos em direção à cabeceira da cama, eu me


recusei a ouvir quando Brody continuou a falar. Eu não tinha ficado
molhada para ninguém, nem mesmo Stewart, em anos. Isso era
trabalho do lubrificante. A maioria dos amigos eram estúpidos demais
ou egocêntricos demais para saber. Muito provavelmente deram a si
mesmos elogios por quão facilmente seus insignificantes paus
embrulhados com preservativo deslizavam para dentro. Mal sabiam eles

~ 34 ~
que o simples pensamento da presença deles fazia meu corpo virar
pó. Às vezes eu imaginava que a poeira explodindo...

A maneira que seu olhar água-marinha penetrou, eu sabia que


isso era diferente. Eu tinha me limpado bem armazém. Eu estava
realmente excitada.

— Vik, eu vou usar um preservativo.

Reorientando-me pelas suas palavras, eu assenti. Não


importava. Eu não iria ficar grávida. Stewart faz com que as injeções
mensais de controle de natalidade estivessem em uma das cláusulas do
contrato. Eu aprendi recentemente que elas não eram necessários, pelo
menos não onde ele estava preocupado. Em uma das suas consultas
médicas, eu fiquei sabendo acidentalmente que, anos antes de nosso
casamento, ele tinha sofrido uma vasectomia. Aparentemente, não era
algo que ele sentiu a necessidade de compartilhar. Eu presumi que as
injeções foram adicionadas para proteção contra acidentes que podiam
ocorrer durante seus pequenos shows.

— Oh! — olhei para a profundidade de seu olhar quando a cabeça


do pau duro de Brody pressionou contra minha entrada. Apesar da
umidade, cada polegada que seu pau entrava empurrava os limites do
meu núcleo. A deliciosa plenitude exigiu minha atenção enquanto eu
reajustava meus quadris, encorajando-o a me enchera até o fim. Mais
uma vez, eu alcancei seus ombros, desejando essa conexão. Minhas
mãos pequenas acariciaram seus músculos que ondulavam, enquanto
ele cumpria o meu pedido. O aroma de almíscar permeou a suíte
substituindo seu creme pós-barba fresco, me puxando em direção a
ele. Ele não falou, mas os sons da luxúria e aprovação encheram meus
ouvidos, capturando todos os meus sentidos.

Seus quadris empurraram mais e mais rápido quando eu cai em


seu ritmo. Alcançando a minha bunda e se apoiando nos cotovelos, ele
me puxou para mais perto, até encontrar onde um de nós começava e o
outro terminava estivesse além da compreensão. Nós éramos um. Sons
escaparam dos meus lábios enquanto suas bolas pesadas batiam contra
a minha bunda.

— Isso é tão bom. Eu... — Brody murmurou enquanto seus olhos


estavam vidrados, e ele soltou a minha bunda e encontrou o meu
clitóris.

Quando ele acariciou o pacote inchado de nervos, a suíte em


torno de nós desapareceu. Fazia muito tempo desde que eu tinha tido
um orgasmo real, a sensação esmagadora me pegou de surpresa

~ 35 ~
quando fogos de artifício inflamaram e flashes de luz eletrificou meu
corpo a partir de dentro. Eu não podia deixá-lo ir, com medo de que se
eu fizesse, eu ia ser lavada por ondas de prazer caindo dos meus dedos
para os dedos dos pés.

Batendo em mim, Brody encontrou o seu lançamento quando ele


soltou um rugido que ecoou pela suíte. Quando a ondulação final do
prazer desenfreado diminuiu, Brody beijou minha testa e esfregou sua
bochecha contra a minha. — Você é incrível.

Sorrindo, eu movi meus quadris, enviando mensagens para onde


ainda estávamos ligados. — Eu não acredito que este seja eu.

Sua expressão clareou quando as pequenas linhas vieram dos


cantos dos seus olhos. Em um rolar suave, me encontrei em cima dele,
seu pau ainda enterrado profundamente dentro de mim. — Tenho
certeza de que não há mais ninguém aqui. Foi tudo você. — ele levantou
meus quadris levemente e me abaixou. O atrito trouxe vida de volta
para onde ele havia começado a descer. Me mexi para ajustar quando
ele esticou o meu núcleo já satisfeito.

— É isso Vik. Continue. Eu não acredito que meu tempo acabou.

Eu me inclinei para trás, permitindo que ele acariciasse meus


seios. Habilmente, Brody torceu e apertou meus já duros mamilos, seus
amplos dedos trazendo fagulhas de dor e ondas de prazer. Cada
sensação se mudou de meus seios para o meu núcleo, ampliados com
cada impulso de seus quadris. Com a tensão se construindo, eu
questionei a minha capacidade de permanecer na posição
vertical. Como se estivesse lendo minha mente, seus dedos
entrelaçaram com os meus, apoiando e me segurando enquanto
rebolava. O incêndio que tinha explodido antes ressurgiu, queimando
um caminho que ameaçava a destruição de minhas paredes finamente
construídas.

A suíte preencheu com clamor quando sons primais escaparam


dos meus lábios abertos e Brody, também rosnou acima do
barulho. Nós continuou a nos mover como um até que nossas palavras
e ruídos atingiram seu pico.

— Porra! Vik, você é tão gostosa!

Suas costas arquearam e seus dedos cavaram em minha carne


enquanto seu pau pulsava dentro de mim. Incapaz de me conter, as
paredes do meu núcleo ordenhava e contraia enquanto suspiros
satisfeitos acalmavam os nossos movimentos e sossegavam na

~ 36 ~
suíte. Como uma nuvem de paz, o quarto - o inferno, o mundo - caiu em
uma calma induzida pelo clímax.

Incapaz de enfrentar a água-marinha que olhava dentro de mim,


eu caí, quebrada além do reparo, sobre seu peito. Quando eu cambaleei
com a minha realidade, braços fortes envolveram meus ombros. Tinha
sido diferente de qualquer orgasmo que eu poderia me
lembrar. Certamente, eu não era inteira. Eu não poderia ser. Nas
profundezas da minha neblina, eu sabia que eu não era mais do que
um milhão de pedaços dissociados vulneráveis aos ventos da vida.

No entanto, antes que eu pudesse explodir, Brody novamente


beijou minha testa e escovou minha bochecha com a sua. Ele me puxou
para o seu caloroso abraço e me segurou enquanto eu derretia em seu
lado. Sem hesitar, eu coloquei minha cabeça em seu ombro e derivei
para dormir.

— Vik, — a voz assustada de Brody me puxou das profundezas do


sono.

Oh merda! Apesar das cortinas abertas, a escuridão enchia a


suíte. — Porra! Que horas são?

— É mais de meia-noite.

Minha cabeça girava quando joguei as cobertas, corri da cama e


procurei as minhas roupas. — Eu preciso ir.

— Onde está seu carro?

O meu carro? — Porra! Ele está no hospital.

Brody pegou minha mão, suas palavras lentas em comparação


com o caos em minha mente com sono. — Está tudo bem. Se ele
questionar você, diga a ele que você estava no hospital com Val. —
Brody pegou suas calças e continuou, — Vocês duas estavam
discutindo as novas clínicas de câncer quando ela foi chamada para
ajudar com uma emergência. Você caiu no sono esperando por ela
voltar.

Meus olhos se arregalaram enquanto eu ajeitava meu vestido. —


Isso é bom. Eu só preciso avisar a Val.

~ 37 ~
— Será que ela vai aceitar?

Eu dei de ombros. — Ela é minha irmã. Nós cuidamos uma da


outra.

— Me deixe te levar para o hospital.

Balançando a cabeça, peguei minha bolsa e tirei meu telefone:


duas chamadas não atendidas de Travis. Se não fosse Stewart, era o
seu informante: seus olhos e ouvidos. Oh bem. Teria que lidar com ele
de manhã. Não havia nada que eu pudesse fazer agora.

Enquanto caminhávamos na direção do carro de Brody, eu


perguntei, — Como é que você pensou nesse álibi tão rápido?

— Ora, Sra. Harrington, eu sou seu advogado. É o meu trabalho.

~ 38 ~
CAPÍTULO QUATRO
Dez anos antes
— Srta. Conway?

Travis, o homem que tinha vindo me pegar, havia se mexido sem


que eu percebesse, caminhando em direção a um elevador.
Apressadamente, eu avancei para alcançá-lo, chegando até ele apenas
como as portas se abriram. O painel de controle tinha apenas um botão:
PH2, que eu assumi que significava cobertura. Um milhão de perguntas
giravam em minha mente, mas a partir de minha experiência limitada,
eu não acreditava que este motorista seria aquele com as respostas.

Desde que eu tinha concordado em comparecer a esta reunião


que os meus pais tinham arranjado, eu não tinha recebido mais
informação. Tudo o que eu tinha recebido era o tipo de roupa para
vestir com uma nota a dizer que a minha presença era imperativa para
todos os nossos futuros.

Na tentativa de esconder meu mal-estar, eu fiz o meu melhor para


parecer calma e ficar parada no pequeno espaço, desconfortável,
enquanto o elevador subia em direção ao nosso destino. Quando as
portas se abriram, era a vista mais deslumbrante e primorosamente
decorada de uma sala de estar diante de mim. As janelas altas
iluminavam o lugar, dominando os móveis de cor clara com o azul
intenso do céu e do mar.

— Obrigada, Travis, vou levar a senhorita Conway a partir daqui.

Eu me virei para a voz da mulher. Com a idade de minha mãe,


cabelo loiro e olhos azuis suaves, ela não me passava a mesma
sensação desconfortável que eu sentia com Travis. Antes que eu
pudesse falar, ela pegou minha mão. — Bem-vinda, senhorita
Conway. Prazer em conhecê-la. Meu nome é Lisa. Se eu puder ser de
alguma ajuda, por favor não hesite em perguntar.

— Eu sinto muito, Lisa, onde estou? A quem eu devo me


encontrar?
2
É porque cobertura em inglês é penthouse.

~ 39 ~
Ela arregalou os olhos. — Senhorita Conway, você está aqui para
ver o Sr. Harrington. Estamos em sua cobertura em Miami. Certamente
você reconhece a cidade através das janelas.

Meu batimento cardíaco se aproximou de uma cadência normal


com sua honestidade e eu olhei de novo para as janelas. — Sim, eu
reconheço a cidade. Eu só não sabia onde na cidade eu tinha sido
levada.

Sua expressão se suavizou quando ela perguntou: — Você


gostaria de se refrescar antes de ver o Sr. Harrington? Se não, ele está
pronto para vê-la.

Abaixando a minha voz, eu perguntei, — Lisa, quem é o Sr.


Harrington, e por que ele quer me ver?

Preocupação marcou sua expressão. — Senhorita Conway, eu não


sei por que você não foi informada. Talvez seja melhor que o Sr.
Harrington explique. — ela apertou minha mão. — Depois de falar com
ele, eu vou com prazer ajudar a esclarecer tudo o que puder para você.

Incerteza e apreensão torceu o meu estômago vazio. De repente eu


estava feliz que eu não tinha comido. Engolindo o nó aumentando em
minha garganta, eu arrumei meus ombros e respondi: — Eu acredito
que eu estou pronta para ver o Sr. Harrington.

— Você está linda, querida. Me deixe te mostrar o escritório dele.

Segui Lisa através da grande sala de visitas branca. Plantas e


acentos verdes luxuriantes de tom de azul complementavam o piso de
cerâmica e móveis de couro branco. Com a cor do oceano do lado de
fora das janelas, tudo fluía muito bem junto. O azulejo mudou de forma
quando nos aproximamos de um longo corredor. Eu não poderia evitar
me perguntar o quão grande a cobertura era; no entanto, antes que eu
pudesse dar a isso muita atenção, Lisa fez uma pausa. Me olhando no
olho, ela sussurrou, — Harrington Spas e Suites, International. Talvez
você não saiba ainda, mas eu acredito que seria benéfico para você
saber com quem você está lidando.

Antes que eu pudesse responder, ela se virou e bateu na


porta. Minha mente era um borrão. É claro que eu tinha ouvido falar da
Harrington Spas e Suites: era uma das redes de hotéis mais exclusivos
do país, provavelmente do mundo, uma vez que Lisa tinha
dito internacional. A principal razão pela qual eu sabia sobre ele era que
o meu padrasto Randall era médico e tinha um contrato de
exclusividade com a empresa Miami Harrington Locação. De acordo com

~ 40 ~
a minha mãe, ele foi procurado pela empresa. O fato de que Randall
tinha estado envolvido em garantir a parceria foi uma realização que
minha mãe sentiu a necessidade de exibir em um de nossos raros
jantares.

Me lembrei também de ouvir algo sobre Harrington Suítes em


uma das minhas aulas. A escola que eu participei se orgulhava de suas
aulas da faculdade preparatória. Uma introdução ao negócio era
essencial para os filhos da elite. Em uma dessas classes eu recordo uma
discussão sobre as transições nos negócios e as repercussões quando
uma empresa familiar foi passada de um membro para o próximo. Como
recordei, o pai do Sr. Harrington começou a Harrington Suítes há muito
tempo, mas quando ele faleceu, seu filho - o homem por trás da porta -
herdou as ações de controle da empresa. Ele criou um alvoroço por
querer modernizar a cadeia hoteleira já bem sucedida. Havia mais do
que um pouco de receio por parte do conselho de administração. No
entanto, o mais jovem Sr. Harrington inovou e incluiu spas em todas as
instalações. Do que eu tinha lido, eles eram notáveis spas top de linha.

Quando eu ouvi a saudação de entre de trás da porta, eu tentei


lembrar as notícias que eu tinha visto e a biografia que eu tinha sido
obrigada a ler. Engraçado, no momento não parece importante. Agora
eu daria qualquer coisa para ter retido mais. Eu me lembrava de ter lido
que o jovem Sr. Harrington cresceu com o mundo na ponta dos dedos e
tinha a reputação de viver a vida em sua plenitude. Eu também pensei
que eu me lembrei que sua esposa faleceu em uma idade relativamente
jovem. No entanto, pelos padrões de hoje, eles tinham estado casados
por um tempo.

Quando a porta abriu, eu fiquei pasma. Esse é o Sr.


Harrington? Eu esperava que ele fosse mais velho. Não que ele era
jovem, como eu, mas eu estava esperando alguém mais velho. Parecia
que ele tinha, talvez, quarenta, ou mais alguns anos. Ele
definitivamente parecia mais jovem do que os meus pais e minha mãe
passou um monte de dinheiro e tempo com seu cirurgião plástico para
parecer tão jovem quanto ela podia. Imediatamente, seu olhar foi para
mim e um sorriso veio aos seus lábios. — Senhorita Conway, Victoria ...
— ele estendeu a mão quando ele veio ao redor da mesa... Eu estou tão
feliz que fomos capazes de fazer este trabalho.

Eu olhei em seu traje casual - jeans e camiseta branca - e de


repente senti muita exagerada na minha roupa. Embora os saltos me
dessem altura, com cada passo que ele dava em direção a mim, eu me
sentia cada vez menor. Próximo a ele, minha estrutura com mais quinze

~ 41 ~
centímetros com o salto foi ofuscado. Ele tinha todos os sinais de um
homem que vivia em Miami, a pele bronzeada e cabelos loiros.

No entanto, tudo que eu poderia querer saber era porque na terra


este empresário bem conhecido queria me ver?

Lentamente, eu aceitei a sua mão e olhei para baixo. Em vez de


balançar a minha mão como eu esperava, seu aperto demorou. O calor
de seu toque estava em forte contraste com o ar refrigerado dentro do
escritório na cobertura. Quando eu levantei meu olhar, seus profundos
olhos azuis me devoravam, enquanto seu sorriso se alargava. Minhas
entranhas torceram novamente quando os cabelos finos na parte de
trás do meu pescoço se levantaram em posição de
sentido. Imperturbável pela minha trepidação óbvia, ele se inclinou para
trás e me examinou de cima a baixo.

Meu desconforto crescia a cada segundo que passava Com a


minha mão ainda na sua, eu me virei por ajuda, procurando
Lisa. Talvez ela me mostrasse algum sinal de apoio ou confiança. No
entanto, quando me virei, tudo o que eu vi foi a porta fechada, me
deixando completamente sozinha com esse homem que eu não
conhecia. Convocando qualquer força que eu poderia encontrar, eu
trabalhei para falar sem desmaiar. — Senhor. Harrington, eu receio que
eu não sei por que estou aqui.

Sua boca se contorceu quando ele levantou uma sobrancelha. —


Senhorita Conway, é habitual para você frequentar lugares
desconhecidos por razões desconhecidas?

Ele se divertiu com meu desconforto?

Libertando minha mão, agarrei minha bolsa e meus ombros. —


Não, Sr. Harrington, não é. Por uma questão de fato, eu estou um pouco
desconfortável. Por favor, me diga do que se trata ou eu vou sair.

— Eu acredito que você deve ouvir. — ele fez um gesto em direção


a mim. — Quero dizer, olhe o quão bonita você está. Você está toda
arrumada.

O sangue correu para meu rosto.

Ele deu um passo para trás e casualmente se encostou em sua


mesa. — Vamos começar com você me chamando de
Stewart. Formalidades parecem desnecessárias.

Inconscientemente, eu fechei os olhos e chupei meu lábio


inferior. Meu corpo tremia de mal-estar enquanto eu tentava entender o

~ 42 ~
que estava acontecendo. Antes que eu pudesse falar, Stewart segurou
meu queixo e eu ergui os olhos para os dele.

Seu toque me fez ainda mais desconfortável. Eu dei um passo


para trás e respondi: — Stewart, eu não sei-

Sua voz mudou. — Victoria, seus pais e eu temos discutido um


acordo para resolver uma situação que parece que eles se meteram. Eu
acho interessante eles aparentemente não terem te contado qual era a
sua posição necessária neste problema.

Eu fiz o meu melhor para permanecer estoica, acreditando


equivocadamente que eu não podia mais ser surpreendida pelas ações
de meus pais.

Ele continuou: — Eles têm arranjado para que você resolva e


liquide a dívida deles.

Liquidar a dívida deles? — Eu não sei o que dizer... Eu não tenho


dinheiro...

Minhas palavras sumiram quando ele, mais uma vez pegou a


minha mão e me levou para um sofá: um que eu não tinha notado até
aquele momento. Uma vez que estávamos sentados, ele disse: —
Victoria, iremos nos casar.

— O quê?! — eu puxei minha mão. — Eu não vou casar com


ninguém. Eu ainda nem me formei no colegial. — Stewart era quase tão
velho quanto meus pais. Não havia nenhuma maneira no inferno que eu
iria me casar com ele ou fazer qualquer outra coisa com ele.

Sorrindo, ele continuou, — Eu percebo que não é exatamente


uma proposta romântica. Vou ser sincero: eu não estou querendo
romance. Você pode ou não saber que sua família é um pouco
disfuncional.

Disfuncional? Ele não tinha ideia do caralho.

Embora os meus nervos fossem esticados ao ponto de desgaste,


eu tentei acalmar a histeria em minha mente, enquanto eu compreendia
a ideia de que eu nunca poderia ter previsto isso ou que, mais uma vez,
eu subestimei a capacidade dos meus pais de arruinarem a minha
vida. Lutando por uma resposta, eu dei a Stewart Harrington minha
total atenção e voz mais calma. Era um truque que eu tinha aprendido
quando criança, uma maneira de parecer calma para os outros quando,
na realidade, todo o inferno estava se soltando no interior.

~ 43 ~
— Stewart, eu tenho dezoito anos. Eu não tenho que fazer
qualquer coisa que meus pais dizem. Eu faço minhas próprias decisões.

— Sim, você faz. Você não será obrigada a aceitar este acordo,
mas antes de decidir, eu recomendo que você ouça toda a história.

Tudo bem, eu vou ouvi-lo. Anos de ensino particular e escola de


etiqueta me ensinaram boas maneiras. Eu vou ouvir tudo, e, em
seguida, educadamente dizer para ele ir se foder.

— Seu padrasto tem uma afinidade para jogo. Ele fez algumas
escolhas ruins.

Sim, como pensar que eu estaria disposta a me vender para


salvar a bunda dele. O cenário era obsceno demais para
compreender. — Eu realmente não me importo com o que Randall-

— Victoria, não interrompa até que os fatos estejam expostos.

Respirando fundo, eu assenti.

— Como eu estava dizendo, Randall gosta de apostar em cavalos e


cães e bem, em qualquer lugar que ele pode fazer uma aposta, ele
faz. Sua mãe tem um segredo, também. Ela adora uma bebida alcoólica,
mas sua nova droga de escolha pode ser tão igualmente destrutiva. É
compras. Ela é conhecida por gastar cem mil em uma tarde. Os dois
abastecem um ao outro. Ela precisa dos ganhos dele para sustentar seu
vício. Isso tudo funciona bem, desde que Randall ganha. Quando sua
aposta terminou em primeiro lugar, ele pensou que poderia jogar do
jeito dele. Isso é o que acontece com o vício. Cada próxima aposta tem o
potencial de salvar tanto quanto sua reputação. No entanto, como você
pode imaginar, uma vez que estamos sentados aqui, isso não tem
funcionado. Cada aposta o cavou mais profundo e mais profundo em
dívida-

— Randall é um médico. Ele recebe um bom dinheiro.

O olhar de Stewart escureceu em minha interrupção.

Eu não me importava se ele aprovava a minha fala ou não. Esta


era a minha vida e meu futuro que estávamos discutindo casualmente
como um filme ou livro. Eu precisava de esclarecimento. — Eu ainda
não entendo...

— Talvez você deva tentar ouvir? — disse ele, um pouco


condescendente.

~ 44 ~
Pressionando meus lábios, eu o olhava, levantando minhas
sobrancelhas para ele continuar.

— Como eu estava dizendo, a dívida da Randall cresceu. Ele


tentou fazer um acordo com o cavalheiro que lhe emprestou o
dinheiro. Estes tipos de senhores não estão interessados em descontos e
eles não têm a amabilidade de dívidas não pagas.

— Randall veio me pedir ajuda. Tenho dinheiro que posso


emprestar. A coisa é... — ele fez uma pausa. — Eu não preciso
disso. Portanto, eu decidi que em troca do dinheiro, eu queria algo
mais... — ele estendeu a mão para o meu joelho. — Algo menos
convencional em troca. Você vê, uma vez que minha esposa morreu, eu
me encontrei na necessidade de companheirismo. Eu tenho uma
reputação e não há nada como uma coisa nova sexy bonita como você
enviar o mundo de idiotas arrogantes em um frenesi. Eu quero que eles
comentem e observem; no entanto, eu não quero alimentar os
paparazzi. Uma jovem esposa é melhor do que a sequência de encontros
ou lidar com as mulheres contratadas para preencher os papéis que
desejo.

Será que ele comparou os dois? Uma esposa ou uma


prostituta? Minha voz aumenta o tom. — Eu não sou uma prostituta. Eu
não posso ser comprada.

— Você não é uma prostituta e eu não quero insinuar que você


é. No entanto, qualquer um pode ser comprado. Você vem de uma
família socialmente aceitável e apesar de jovem, você pode ser ensinada
a lidar com esses idiotas arrogantes. E, porque você é jovem, você pode
ser treinada a cumprir minhas necessidades.

Não consegui ficar sentada, eu estava de pé e andando pelo


escritório grande. — Isso é ridículo. Eu não estou para a venda e eu não
sou um cachorro. Eu não vou ser treinada.

— Victoria, eu te asseguro, você não é um cão. Bestialidade não é


a minha coisa. Como eu disse, você não é uma prostituta, mas uma vez
que você concordar com este casamento, você será minha prostituta.

— Eu não entendo. Eu não estou vendendo a mim mesma para


salvar Randall ou Marilyn. Eles não levantam um dedo para mim. Por
que eu faria isso por eles?

— Você não quer saber por que eles não estavam dispostos a
pagar por sua educação continuada?

~ 45 ~
— Não, — eu respondi de forma inequívoca. — Eu sei por quê.

Stewart levantou a sobrancelha em questão.

— Eles me odeiam e tudo sobre mim. Isso é bom, eu não preciso


deles. Eu tenho um emprego arranjado.

— Em uma pequena companhia de seguros, como recepcionista,


ganhando um pouco mais de um salário mínimo.

Minha boca se abriu. Eu não tinha compartilhado meu trabalho


com ninguém - ninguém, exceto Val. — Como você sabe sobre
isso? Como é que você sabe tanto sobre a minha família?

— Vic-to-ria, — disse ele, em pé e acentuando as três sílabas. —


Eu não estaria te oferecendo esta oportunidade se eu não tivesse
exaustivamente estudado você. Eu sei tudo que há para saber sobre
você. Eu não posso ter uma esposa com esqueletos em seu armário.

— Eu não vou me casar com você.

Chegando mais perto, suas palavras desaceleraram. — Porque um


escritório e salário mínimo é melhor do que viver entre esta cobertura e
minha propriedade perto dos limites da cidade? Ou é porque você não
quer ajudar a sua irmã?

O que ele sabia sobre a minha irmã? Val significa tudo para
mim. Eu faria qualquer coisa para minha irmã mais nova. Afinal, não
era como se os nossos pais se importassem. Nós éramos tudo uma para
a outra. Mantendo meus olhos longe de expressão presunçosa de
Stewart, eu perguntei, — O que você sabe sobre a minha irmã? — antes
que ele pudesse responder, eu andei em direção às janelas; o mar
estava agitado com ondas brancas brilhando em direção ao horizonte.

A voz de Stewart veio atrás de mim, seu tom firme em seu


conhecimento. — Eu sei tudo sobre vocês duas. Eu sei tudo sobre o seu
nada bonzinho padrasto, sua mãe e seus meninos mimados. Eu até
mesmo sei sobre seu pai biológico.

Lágrimas encheram meus olhos de forma inesperada. Apesar do


meu melhor julgamento, me virei em direção a esse homem que tinha
muitas respostas do que eu imaginava. — Eu não tenho notícias dele,
nunca. Minha mãe disse que ele não entrou em contato com ela desde
que Val era pequena. O que você sabe sobre ele?

Agarrando meus ombros, suas mãos grandes inflamaram minha


pele quando o seu conhecimento e poder fluíram através de seu

~ 46 ~
toque. Por apenas uma fração de segundo, a preocupação apareceu nas
profundezas de seus olhos azuis. — Eu sei que ele não precisa ser sua
preocupação. — mantendo seu aperto, ele continuou: — Agora, a suas
outras perguntas. Eu sei que Valerie não será capaz de ficar na escola
para seu último ano do ensino médio nem a sua educação pós-ensino
médio vai ser pago. Eu sei que você tem todos os motivos para odiar
seus pais e talvez você até deva, mas você não odeia seus meninos, seus
meio-irmãos. Eu sei que você não quer que eles percam a sua casa e
muito provavelmente seus pais.

— O que você quer dizer?

— Esses homens a quem Randall deve dinheiro - eles não vão


aceitar menos do que o pagamento integral. Se eles não receberem em
breve, a vida de Randall vai acalmá-los por um tempo curto. Isso vai
parecer como um acidente, mas isso vai acontecer. Como você acha que
sua mãe vai lidar com isso? Você realmente quer ser responsável pela
vida dele?

Será que eu quero? Não seria a primeira vida que eu tinha sido
acusada de tomar, mas a de Randall? Será que eu me importo? Será que
eu me importo se minha mãe beba até o esquecimento? Eu não
sabia. Então, novamente, o que aconteceria com Marcus e Lyle? E sobre
Val? O que aconteceria com eles?

— Stewart, eu não te conheço... — minhas palavras sumiram


quando me virei de volta para a janela. Randall e minha mãe poderiam
mergulhar no oceano, tanto quanto eu estava preocupada, mas os
meninos? Eles ainda somos tão jovens... e Val? Tinha mais de um ano
antes de seu futuro poder começar. Era demais - demais para
compreender.

Lutando contra a sobrecarga emocional, fechei os olhos e tentei


entender o que tinha acontecido. Quando eu fiz, o calor de Stewart me
alertou que ele estava diretamente atrás de mim. Com os meus nervos
disparados, eu me assustei quando suas mãos escovaram meus braços.

— Victoria... — a voz de Stewart ressoou mais profunda, mais


ofegante. — Você é linda. Eu tive tempo para considerar este acordo. Eu
tenho que admitir, enquanto eu observava você nas últimas semanas, a
minha expectativa em conhecer você aumentou. Você é verdadeiramente
espantosa: tão forte, apesar da falta de apoio que te foi oferecida. —
suas mãos continuaram a escovar meus braços em uma carícia
fantasmagórica.

— Mas eu não te conheço. Eu não te amo.

~ 47 ~
Sua voz ecoou perto da minha orelha, cada palavra mais perto
que a última. — Você vai me conhecer.

Eu comecei a virar em direção a ele, parar os sentimentos


desconfortáveis que sua proximidade tinha estimulando, quando ele me
parou, sua voz de tenor não deixando espaço para concessões. — Não se
vire.

Estremeci involuntariamente em seu comando.

— Ponha as mãos na janela. Me deixe ver esses belos pequenos


dedos.

Eu nunca tinha ouvido um homem falar com tanta autoridade


inquestionável. Obediente, eu espalmei os dedos no vidro, grata que eu
tinha deixado minha bolsa no sofá. Me prendendo dentro de seus
braços, suas mãos vieram a descansar ao lado da minha. O contraste
em tamanho era tão surpreendente quanto sua voz profunda quando
ele exalou ofegante no meu pescoço.

— Tenho certeza que você está preocupada com a nossa diferença


de idade. Me deixe tranquilizá-la, eu tenho cuidado bem de mim. Essa é
a coisa: a maioria das mulheres da minha idade não têm. Como eu
disse antes, tenho preferências, coisas que eu gosto e que não gosto.

Uma mão desapareceu de vista e logo roçou o lado do meu seio


direito. Sugando um suspiro, eu fechei os olhos. Por que eu estava
permitindo isso? Eu deveria gritar ou correr.

Sua cabeça caiu para o meu ombro quando um arrepio passou


por mim e uma nova sensação agitou dentro de mim. — Victoria, eu
gosto dessa força que eu mencionei. Eu gosto que mesmo você não me
conhecendo, você foi honesta comigo sobre sua família. Eu gostaria que
você não fugisse destas negociações e considerasse este acordo. Eu
gosto que a partir dessa visão eu possa ver o arredondado de seus
mamilos duros sob esse vestido preto. Eu gosto que você não se virou
quando eu lhe disse que não e eu gostaria de saber se você está
excitada.

— Eu não estou, — eu menti, quando os sentimentos incomuns


fizeram o meu núcleo apertar. Não fazia sentido. Eu não conhecia este
homem, não queria este homem, mas suas meras palavras estavam
fazendo algo para mim.

A mão que tinha escovado meu peito se voltou e deslizou para


baixo, na frente do meu vestido. Quando eu engasguei e comecei a me

~ 48 ~
mover, sua voz profunda parou o meu movimento. — Eu disse para
manter as mãos na janela. Eu não dei permissão para se mover. Ou dei?

Quando eu não respondi, seus dedos encontraram meu mamilo e


rolaram o cerne duro em uma torção dolorosa. — Victoria, fiz uma
pergunta. Responda, ou eu vou ter de chamar sua atenção de outra
maneira.

Levou toda a minha concentração para formar as palavras e não


pensar sobre o que suas mãos estavam fazendo. Eu não sabia se eu
gostava ou odiava. Minha mente e meu corpo estavam em guerra e eu
fui apanhada no meio. Enquanto seus dedos procuravam o outro
mamilo, lembrei como falar. — Não. Você não me deu permissão.

— Boa garota. Agora, não mova suas mãos e me diga a


verdade. Isto está mexendo com você, não é?

— E-eu não sei... Eu estou com medo.

Seus lábios roçaram meu pescoço. Em vez de lutar, eu inclinei


minha cabeça contra seu peito para lhe dar melhor acesso.

Suspirando, ele gemeu. — Droga, garota, você é mais sexy de


perto do que eu imaginava. Você sabe o quão quente está resposta foi?
— seus dedos que tinha acabado dolorosamente de torcer minha
protuberância dura acariciou meu peito. De repente, seu toque era
quente e elétrico. — Você pode estar com medo, mas não é de mim: é do
que você está sentindo. Seus mamilos estão me dizendo que você está
sentindo a mesma coisa que eu. Eles estão dizendo que você gosta disto.
— com as duas mãos sobre meus seios, ele baixou a parte superior do
meu vestido, me expondo totalmente à janela. Felizmente, estávamos
andares acima da cidade. — Você sabe de que outra forma eu sei que
você está excitada?

Formar palavras tinha se tornado cada vez mais difícil. Portanto,


eu balancei minha cabeça.

— Eu sinto o cheiro e querida, você cheira fantástico. Eu aposto


que você tem um sabor fantástico. — acariciando meu pescoço exposto
e ombro, ele continuou: — Alguma vez você já deixou um garoto ir aí
embaixo em você?

— N-não, eu nunca...

— Há muitas coisas que eu posso te mostrar, tanta coisa


boa. Querida, só você e eu podemos fazer este acordo acontecer, eu
prometo a você coisas boas como você nunca imaginou.

~ 49 ~
— Isso-isso não está certo.

— A sensação é errada?

Eu queria dizer que sim, me senti mal, mas isso não aconteceu. —
Meus pais não podem fazer isso comigo. Não é justo.

Continuando o seu tormento em meus seios, Stewart continuou:


— Eles não são os primeiros. Pense nisso como um casamento
arranjado do velho mundo. Você acha que aqueles senhores e senhoras
não pensaram em suas filhas como uma mercadoria, como um meio
para um fim? Suas filhas não eram nada mais do que uma maneira de
se infiltrar em uma família melhor, um modo de vida melhor. Assim
como uma jovem virgem casada com um rei, se considere um
pagamento para salvar a posição de sua família. Se você concorda com
isso, eles podem continuar fingindo ser da alta sociedade esnobe.

— M-mas eu não me importo com eles-

— Não? E a sua irmã? Você quer a Val tenha a educação que ela
merece? Você gostaria de ter tanto dinheiro e influência que você
poderia mandar a sua mãe ir se foder?

Eu nunca tinha sonhado isso, nunca sequer considerado. Era


essa a oportunidade me olhando na cara? Será que eu quero isso? Calma
aí! Não, eu não estava me vendendo por eles - mas Val?

Meu debate interno chegou ao fim imediato quando outra mão


torceu dolorosa do meu mamilo. — Ai.

— Eu perguntei se você queria ajudar a sua irmã e mandar sua


mãe ir se foder ao mesmo tempo.

— Eu quero ajudar Val. — uma vez que eu falei, a torção se


transformou em uma carícia agradável. — Eu não sei sobre o meu... Oh!
— os quadris do Stewart inclinaram para frente, parando os
pensamentos da minha família. Ele me puxou contra seu peito e
introduziu a minha parte inferior das costas para o que eu tinha certeza
que era uma enorme ereção.

— Victoria, eu só posso imaginar o quão apertada e molhada você


está agora. Eu sei que meu pau vai esticar essa buceta apertada da
maneira mais incrível.

Eu nunca ouvi ninguém falar dessa maneira. Por mais que eu


queria que isso me desse nojo, isso não aconteceu. Poderosamente, ele
puxou minha bunda contra ele.

~ 50 ~
— Você está preocupada com a minha idade. Eu gosto da sua
idade. Eu gosto que você não seja virgem, mas que você tem muito mais
para aprender. Eu garanto que não sou como aquele garoto de Kinsley:
eu sou um homem real que sabe o que está fazendo. Vou fazer coisas
para você que você nunca imaginou.

— C-como você sabe o que eu imaginava? E como é que você sabe


sobre Wesley? — ele era de Kinsley e o único garoto que eu já estive. A
nossa primeira vez foi desajeitado demais. Nenhum de nós sabia o que
fazer ou como fazer. A próxima vez não doeu tanto, mas estar com ele
nunca tinha sido tão erótico como aqui de pé contra uma janela com as
minhas mãos sendo a única coisa que eu podia ver, além da vista
deslumbrante do oceano azul.

— Eu já te disse, eu tenho observado você e estive fazendo minha


pesquisa, — com um braço acima dos meus seios expostos e os outros
em volta da minha cintura, ele puxou minha bunda mais apertado
contra sua ereção e balançou seus quadris. — E como eu disse, eu
estou feliz que você não é virgem. Eu não quero essa
responsabilidade. Dito isso, além do fato de que você teve o pau de um
cara dentro de você, eu prometo, quando se trata do que eu planejei,
você nunca viu nada como isso.

Suas palavras e quadris criaram um delicioso ritmo balançando


contra seu peito sólido, bem como outras partes dele. Sem pensar, meu
corpo se movia em sincronia.

— Por favor... — eu precisava que isso parasse. A tensão dolorosa


dentro de mim fez minhas entranhas doerem. — Por favor, Stewart.

Seu braço apertou em volta da minha cintura. — Sim,


Victoria, por favor, o quê? O que você quer que eu faça? Você quer que
eu acaricie seu seio deliciosamente e que eu novamente belisque seu
mamilo duro ou você quer mais do que isso?

— Eu quero...

— Se eu levantar este vestido, eu posso expor suas coxas


lisas. Você está molhada para mim, não é?

— S-Stewart, você está certo, eu não sou virgem, mas eu nunca


me senti assim. Eu não sei o que fazer.

Sua mão baixou para a barra do meu vestido e começou a


levantar. — Me deixe ver como você está molhada.

~ 51 ~
Era uma pergunta? Ele estava me perguntando ou me dizendo o
que ele ia fazer? Eu não conseguia pensar direito. Acariciando a minha
coxa, eu sabia que ele iria encontrar o que queria. Eu já estava molhada
e quente.

Sua voz era baixa enquanto seus dedos deslizaram sobre minhas
coxas, tão perto, ainda não tocar, onde meu corpo o queria. Eu queria
isso?

— Victoria, você é uma garota malvada. Se eu colocar meus dedos


dentro de você, você iria transar com eles se eu te dissesse pra fazer
isso?

— O-o que você está fazendo comigo? Eu não quero isso. —


jogando a precaução para o vento, reuni o pouco de força que eu tinha,
empurrando para fora da janela e girando em seu peito. — Pare. Você é
um pervertido e eu te disse que eu não sou uma prostituta.

Seus olhos azuis eram da cor da água, profundos e escuros. Com


um sorriso, ele levantou o dedo aos lábios e chupou. Depois de fazer um
show, ele sorriu. — Uma vez que você for minha esposa, eu posso fazer
isso sempre que eu quiser. Permitir que o seu marido a foda com os
dedos, você não está sendo uma prostituta. Como eu disse, você
será minha prostituta.

Ajeitando meu vestido, eu me mexi em torno dele. O som de sua


risada encheu o escritório de forma tranquila quando eu fiz meu
caminho para uma cadeira e sentei. — Eu sinto muito que Randall fez
más decisões, mas isso não é minha preocupação. Eu tenho um
trabalho. Vou apoiar Val. Nós vamos superar isso.

Stewart caminhou até sua mesa, sua ereção visivelmente dura em


seus jeans enquanto se sentava. Levantando duas pastas de papel, ele
deslizou ambas em minha direção. — Victoria Conway, esta oferta não
foi tomada de ânimo leve. Eu pensei e considerei muito. Eu mesmo tive
a minha equipe legal trabalhando nas legalidades necessárias. Nesta
pasta... — ele tocou a primeira a minha esquerda. — É um acordo para
fazer o que nós discutimos. Isso inclui uma declaração de não
divulgação sobre o que aconteceu hoje, bem como um acordo nos
casarmos na próxima quinta-feira. Junto com isso está um contrato que
eu assino. Um que vai garantir o pagamento de fundos necessários para
pagar a dívida atual do seu padrasto, bem como dar acesso a quaisquer
verbas necessárias para financiar a educação de sua irmã na faculdade
e qualquer estudo de graduação e pós-graduação que ela escolher. Eu

~ 52 ~
acredito que ela está interessada em medicina. — ele levantou as
sobrancelhas. — A faculdade de medicina pode ser cara.

Engoli em seco. Como é que ele sabe tanto? Isso era muito a
oferecer. Eu poderia realmente fazer seus sonhos se tornarem realidade?

Stewart continuou: — E nessa pasta... — ele tocou a da minha


direita. — É um acordo de confidencialidade para o que aconteceu hoje
e um cheque para você no valor de cinquenta mil dólares. Eu quero
você. Eu quero que você seja minha esposa; no entanto, se você optar
por ir embora hoje, eu não quero que você esteja em dívida com os
gostos de Randall e Marilyn. Você merece coisa melhor do que isso. Este
dinheiro irá te ajudar na pós-graduação ou você pode usar para ajudar
a sua irmã, sua mãe, quem você quiser. A escolha é sua.

— Cinquenta mil? Tudo o que tenho que fazer é assinar e eu


tenho cinquenta mil dólares? A única condição é que eu não posso dizer
a ninguém o que aconteceu aqui hoje?

Ele se inclinou para trás e acenou com a cabeça. — Querida, o


problema das compras secretas da sua mãe não seria nada para você se
você assinasse esse outro contrato. Dentro da razão, seu acesso à
minha fortuna não será restrito. Você não só vai viver no melhor dos
melhores, férias em spas mais exclusivos e Suítes, mas você vai ter o
que você deseja. Cinquenta mil não seriam nem mesmo um limite em
um de seus cartões de crédito.

— Mas por que eu? E o que eu vou ter que fazer por tudo isso? —
minha voz estava ganhando confiança com cada pergunta.

— Por que você? Randall. Mas isso foi só o começo. Eu observei


você; eu vi o quão incrível você é. Eu esperei você se tornar maior de
idade. Então, hoje, eu vi que você é tudo que eu imaginava e muito
mais: tão sexual e tão gostosa. Eu poderia ter tanta diversão com
você. Isso seria o que você precisa fazer: me deixar fazer o que eu quero
com esse corpo sexy

Arrepios passaram por mim. — O que isso significa? Você vai me


machucar?

Ele se inclinou para frente. — Quando eu torci seus mamilos,


doeu?

Olhei para baixo e de volta para seus olhos. Eu me recusei a


deixar que ele me intimidasse com o tema do meu próprio corpo. — Sim,
doeu.

~ 53 ~
— Você gostou?

O sangue correu em direção às minhas bochechas. — Doeu, mas


depois você fez sentir melhor.

— E?

— Eu acho que eu gostei.

— Como Sra. Harrington, o seu prazer, bem como a sua dor, irão
trabalhar em conjunto para o meu prazer. Você vai ser minha esposa e
minha puta. Sra. Madison será responsável por você ficar pronta para o
papel de minha esposa. Ela vai te ensinar como agir, reagir e como lidar
com algumas das questões que irão surgir. Eu vou assumir a
responsabilidade de te ensinar sobre o seu papel sexual.

Meu papel sexual? Que diabos? Uma coisa de cada vez. —


Sra. Madison? — perguntei.

— Você a conheceu quando você chegou.

— Lisa? — perguntei.

— Bem, sim, Lisa. Interessante que ela lhe deu seu primeiro
nome.

— E se eu tentar fazer isso e eu não puder fazer?

— Olhe os documentos. Tudo está soletrado e enunciado: o que


acontecerá se eu escolher rescindir o contrato, o que vai acontecer
se você escolher rescindir, bem como outras opções. Você deve ler tudo
cuidadosamente antes de decidir.

Eu não podia acreditar que estava realmente considerando isso. —


Quando você precisa de uma resposta?

— Amanhã de manhã, às sete e meia. Se você optar por assinar a


declaração de confidencialidade, então você tem escola para ir. Se você
optar por cumprir pelo contrato, temos um casamento em menos de
uma semana.

— M-mas o que dizer da minha formatura?

— Você vai se formar. Eu sou um dos maiores doadores na


escola. Eles não vão recusar a formatura da minha esposa.

Eu fiquei de pé. — Eu acho que preciso de seu número para que


eu possa te ligar manhã.

~ 54 ~
— Não. — ele sorriu.

— Não?

— Você vai ficar aqui esta noite. Durante esse tempo, você pode
falar com a Sra. Madison e fazer a ela todas as perguntas. Se na parte
da manhã você optar por sair, Travis vai te levar para a aula.

— Eu não vou dormir com você. Eu não estou concordando com


isso como parte do processo de deliberação.

Brincando, Stewart colocou as mãos no ar. — Meu pau não vai


entrar nessa buceta pequena e apertada até você pedir por ele. Até você
implorar por ele.

Idiota! — Bem, então o nosso casamento arranjado será bastante


fácil da minha parte. Eu não tenho nenhuma intenção de estar
implorando por qualquer coisa.

— Sério? Eu mal toquei em você hoje e você ficou excitada nesta


linda e pequena calcinha sua. Estou confiante de que você vai implorar
para ter meu pau dentro de você antes de amarrar o nó.

De repente eu pensei em Val e seu sorvete, esperando pelo meu


retorno. — Eu preciso ligar para Val.

— É claro. Ela vai se preocupar; no entanto, neste momento, a


confidencialidade ainda está de pé, uma vez que ambas as opções
incluem essa cláusula.

Segurei a parte de trás da cadeira. Como foi que isso aconteceu? —


Eu tenho que falar com ela. O que posso dizer a ela?

Stewart sorriu. — Victoria, você é verdadeiramente o meu


sonho. Se houver qualquer mais que eu possa fazer para te seduzir a
assinar esse contrato, não se acanhe sobre uma contraproposta.

Ele não sabia a verdade. Toda a sua pesquisa não lhe disse que
eu não era um sonho: eu era um pesadelo. Tinham me dito isso a
minha vida inteira. Empurrando esses pensamentos, eu respondi: —
Isso não respondeu à minha pergunta. Eu não minto para minha irmã.

— Você contou a ela sobre Wesley? Contou a ela sobre o trabalho


com a companhia de seguros ou o depósito que você colocou nesse
pequeno apartamento?

Seu conhecimento íntimo da minha vida pessoal estava


começando a me irritar. — Eu finalmente disse a ela sobre Wesley. Vou

~ 55 ~
contar a ela sobre o apartamento e trabalho. Eu não queria preocupá-la
agora. Ela ainda pensa que eu estou indo para a Universidade de
Miami.

— Então, querida, o meu ponto é que você tem de fato mentido


para sua irmã. — suas sobrancelhas loiras arquearam e seus olhos
piscaram. — Você não pode mentir para mim. Como você pode ver, eu
tenho maneiras de descobrir as coisas.

— Eu posso dizer que era uma reunião sobre uma possível


oportunidade e desde que era complicado, vou ficar na cidade em um
hotel chique. Ela vai ficar animada por mim. — isso não era uma
mentira. Minha irmã pode tomar qualquer cenário e torná-lo
otimista. Eu, por outro lado, não tinha certeza se era possível girar essa
coisa toda para o lado positivo. — Agora, onde eu posso ficar?

— Sra. Madison irá te mostrar um quarto, mas saiba que uma vez
que estivermos casados, você vai ficar em um quarto comigo.

— Se nos casarmos, — o corrigi.

Outra risada. Stewart olhou para o relógio. — Você tem quase


doze horas para pensar nisso. Em menos de uma hora você foi de jeito
nenhum para talvez. Talvez eu vá ter minha mendicância antes que a
noite termine?

Bastardo presunçoso. Esse foi um desafio que eu não me


importava em aceitar. — Não vai acontecer. — eu me virei na direção da
porta. — Onde posso encontrar Lisa?

~ 56 ~
CAPÍTULO CINCO
Dez anos antes
Lisa me levou num passeio pela cobertura. Era composta por dois
pisos superiores do edifício - os andares inteiros. Era enorme. Como
poderia um homem viver em todo esse espaço? Havia salas de estar,
bem como a grande sala de estar que eu tinha visto na minha
chegada. Havia vários escritórios; aparentemente, os menores eram para
os seus funcionários. Havia uma bela cozinha, sala de jantar, pátio
exterior e piscina, bem como uma sala de exercícios. Eu perdi a conta
do número de quartos, ou mais precisamente, suítes. O único que
importava para mim era o que eu iria chamar de meu. Embora Stewart
tenha deixado claro que depois de nos casarmos eu estaria dormindo
em seu quarto todas as noites, eu encontrei refúgio em meu próprio
espaço. Era tudo demais para processar. Lisa me perguntou várias
vezes se eu queria comida. Comer não estava na minha curta
lista. Quanto mais a minha mente se agitava sobre a proposta diante de
mim, mais meu estômago revirava com confusão e dúvida.

Eu sabia que eu precisava falar com Val. Sinceramente, eu


deveria ter ligado para meus pais e perguntado o que diabos eles
estavam pensando. Eu deveria ter exigido que eles me dissessem a
verdade sobre a situação e por que diabos eles acharam que eu tinha
vindo em seu socorro. No entanto, só de pensar em falar com qualquer
um deles me fazia tremer, que era algo que eu não queria
fazer. Conversar com minha irmã sim. Éramos tão próximas que eu me
preocupei que ela percebesse a minha decepção. Se eu realmente
estivesse em um hotel chique, eu teria ligado e conversado
vagarosamente. Então eu fiz. Eu coloquei na minha fachada de uma
irmã em entrevista para um emprego e conversei com ela no telefone
por mais de uma hora. Minhas preocupações eram infundadas: ela
passou a maior parte da conversa falando sobre a minha graduação e
do programa de TV que estávamos assistindo simultaneamente. Foi um
que assistimos todo domingo à noite. Juntas nós podemos rir sobre a
maneira ridícula que as mulheres se tratavam entre si. As situações que
elas entravam pareciam ridículas. Isso foi até que eu assisti o reality
show, deitada em uma cama king-size, em um enorme quarto opulento,

~ 57 ~
com uma TV do tamanho do nosso quarto do dormitório. De repente, a
vida do reality show não parecia tão absurda. Por alguns minutos eu
mesmo considerei o fato de que talvez eu fosse um concorrente. Talvez
essa coisa toda não fosse nada mais do que um novo reality show.

A este ponto, eu procurei por câmeras enquanto eu e Val


conversávamos. Mesmo sabendo que o meu conhecimento de câmeras
escondidas era inexistente; eu estava grata que eu não encontrei.

Assim que nos despedimos, eu desliguei a TV e ataquei os papeis


nas pastas. Desde que eu tinha uma boa ideia do que o acordo de
confidencialidade diria, eu só abri a pasta opção B para confirmar a
existência do cheque de cinquenta mil dólares. Eu só tinha planejado
olhar para ele, ver se estava lá, mas então eu vi. Victoria
Conway digitado na linha do beneficiário, US$50.000 especificado
embaixo do meu nome, nome e informações de Stewart Harrington
acima e sua assinatura esparramada no canto inferior direito.

Por mais do que eu gostaria de admitir, eu segurei o cheque e


contemplei as possibilidades. Eu posso não ser capaz de mandar minha
mãe ir se foder com apenas cinquenta mil dólares, mas eu poderia
passar pela minha formatura com confiança no meu futuro. Marilyn
pode precisar de coisas caras, mas eu não. Eu poderia fazer essa
quantidade de dinheiro durar um bom tempo.

Mas a que custo?

Stewart estava me dizendo à verdade? Randall era


verdadeiramente uma grande parte da dívida? O que aconteceria se eu
dissesse não? Será que eu posso viver com outra morte em minhas mãos?

Cada momento que eu segurava o cheque, a minha culpa


diminuía. Afinal, o que Randall ou Marilyn já fizeram por mim? E
cinquenta mil poderia ajudar Val também... mas e sobre nossos meios-
irmãos? E sobre Marcus e Lyle?

Com os dedos trêmulos, eu coloquei o cheque de volta para a


pasta e estendi a mão para a outra pasta: a com um contrato para a
minha vida. Aquela com um contrato para me comprar, para me fazer -
como Stewart tinha chamado com tanta eloquência - sua prostituta. Eu
não iria me deixar pensar nas possibilidades. Inferno, eu não podia
pensar nas possibilidades. Minha vida sexual era muito inexistente. Eu
nem sequer lia os livros que algumas das outras meninas na escola
liam. Elas coravam e riam quando elas enviavam partes dos livros
destacados para as outras, o tempo todo se mexendo em seus
assentos. Eu sempre achei difícil acreditar que meras palavras

~ 58 ~
poderiam ter muito efeito sobre a libido de alguém, mas, novamente,
isso era tudo que Stewart tinha usado. Com palavras e a proximidade
tinha me deixado mais molhada e úmida do que eu já tinha estado.

Lentamente, eu abri a segunda pasta. Merda! Por que eu estava


mesmo considerando isso? Por que não eu dei risada na cara dele no
início da tarde e disse para enfiar no cú?

Meu pescoço esticou enquanto lutava com a minha resposta. Eu


realmente não quero mandar a minha mãe e seu marido idiota se
foder; eu queria que ela soubesse que eu tinha essa capacidade. Eu
queria, apenas uma vez, que ela olhasse para mim como se eu não fosse
um monstro horrível. Eu queria que ela me olhasse como ela olhava
para Marcus e Lyle. Eu queria o que eu nunca tive. A questão era como
agora eu estaria disposta a ir conseguir isso?

Fiquei olhando para o documento de várias páginas na minha


mão. O que eu sabia sobre linguagem jurídica poderia ser resumido em
uma linha de assunto de um e-mail e ainda ter espaço para mais. Lendo
o nome do escritório de advocacia na parte superior da página, eu sabia
que estava em cima da minha cabeça. Craven e Knowles soavam não
apenas impressionante, mas ameaçador. Comecei a ler:

O presente Acordo é celebrado de boa vontade e sem coerção entre


Stewart Allen Harrington, a seguir designado como Sr. Harrington, e
Victoria Ann Conway, a seguir designada como Sra. Conway. Sr.
Harrington e Sra. Conway acordam em maio -

Eu balancei a cabeça em descrença. Isso era datado para


amanhã. Stewart era ou extremamente confiante ou arrogante. Quando
eu continuei lendo, comecei a decifrar qual.

Os termos deste acordo vinculativo entre o Sr. e a Sra. Harrington


Conway são as seguintes:

1. O Sr. Harrington e Sra. Conway concordam que tudo o que ocorre


sob os termos deste contrato são confidenciais e consensuais.

~ 59 ~
Os cabelos na parte de trás do meu pescoço ficaram em posição
de sentido. Eu posso não saber muito sobre contratos, mas ele
realmente poderia contratar o meu consentimento? Não era algo que eu
precisaria dar em cada instância que ocorresse?

2. Informações específicas sobre a atividade pessoal e sexual do


Sr. Harrington e Sra. Conway não podem ser divulgadas por qualquer
das partes a qualquer pessoa fora da experiência. O não cumprimento
deste prazo resultará em quebra imediata do contrato e sem efeito de
compensações financeiras.

Que diabos fora da experiência significava?

Eu fui para a mesa no do quarto e procurei nas


gavetas. Encontrei papel e uma caneta, voltei para o contrato e comecei
a fazer anotações. Se eu estivesse realmente considerando esta proposta
ridícula, eu queria as minhas perguntas respondidas.

Duas horas mais tarde, com duas páginas de perguntas,


incluindo números de cláusula e citações, minha cabeça girava. A
batida na porta do quarto me tirou da minha concentração. Eriçada, me
sentei em linha reta e olhei na direção do som. De alguma forma, eu
havia me tornado segura dentro do casulo das quatro paredes. Era
verdade: eu estava absorta pelo contrato, cláusulas e apêndices que
poderiam muito bem definir a minha vida, mas em cima do sofá de seda
macio com uma vista maravilhosa, eu tinha encontrado a segurança.

Stewart tinha prometido que não faria sexo antes que eu fizesse a
minha decisão. Não, ele disse até que eu pedisse - ou implorasse. Isso
parecia impossível, mas, novamente, que parte deste cenário era
possível? E se fosse ele batendo na porta? Eu quero que seja ele? Vê-lo
novamente me ajudaria a tomar uma decisão?

Eu não tinha visto ninguém, exceto Lisa desde que eu tinha saído
do seu escritório - eu olhei para o relógio: 22h00 - cinco horas atrás. A
batida veio novamente.

— Só um momento, — eu respondi quando eu fiz meu caminho


em direção à porta. Abrindo-a apenas uma fresta, eu olhei ao redor da
abertura.

— Srta. Conway?

~ 60 ~
Eu exalei a respiração que eu não sabia que eu estava
segurando. — Lisa, é você. — eu abri a porta.

Sorrindo, a mulher disse: — Sim, senhorita. Eu estou pronta para


ir para o meu quarto dormir. No entanto, primeiro eu queria ter certeza
de que você está confortável. Existe algo que eu possa fazer por você?

— Lisa, você poderia entrar por um minuto?

— Certamente. — ela cruzou o limiar. Seu sorriso se alargou,


fazendo seus olhos azuis brilharem. — Vejo que você encontrou as
roupas. Fico feliz que elas se encaixaram.

Eu olhei para os meus pés descalços que espreitavam para fora a


partir do final das calças de ioga e da camiseta incrivelmente suave que
pendia de um ombro. Era exatamente o tipo de coisa que eu gostava de
usar para dormir, muito mais confortável do que os saltos e vestido que
meus pais haviam me instruído a usar para o meu encontro misterioso.

— Sim, eu encontrei, bem como algumas outras coisas. Obrigada.

— De nada. No entanto, não fui eu. Foi o Sr. Harrington. Ele quer
que você esteja o mais confortável possível.

Eu olhei para a janela e fiz um gesto em direção ao sofá e


cadeira. — Você se importaria de sentar por alguns minutos? Estive
lendo este contrato por horas e eu tenho tantas perguntas. — de
repente eu pensei sobre a cláusula de confidencialidade. Falar com ela
seria uma violação da referida cláusula? Será que tudo isso tem sido
por nada, mesmo que eu optasse pelo acordo de desistência?

A preocupação deve ter sido evidente. Lisa pegou minha mão e


usando um tom tranquilizador, disse: — Está tudo bem. Você pode falar
comigo sobre isso. Sr. Harrington me mostrou os documentos. Ele
assumiu que você pode ser mais confortável falando para mim do que
para ele.

— E-então... Se nós falarmos sobre isso, não constitui a minha


quebra da cláusula ou acordo da não-divulgação?

— Não. — Lisa se sentou e olhou para a mesa onde eu tinha


deixado o contrato e as minhas notas. — Estou feliz que você está
levando isso a sério. Eu estava preocupada com a sua...

— A minha idade? — perguntei, terminando a frase.

~ 61 ~
— Sim. Eu não quero dizer nenhum desrespeito, minha querida. É
apenas que o Sr. Harrington é um homem intenso. Ele não fez suas
ofertas de ânimo leve. Este arranjo tem sido exaustivamente pesquisado
e dissecado. Eu estava preocupada, antes de te conhecer... — ela
acrescentou com um aceno de cabeça em minha direção. — Que você
acharia que fosse uma oferta irreverente.

Fechei os olhos. Minha cabeça doía de tanto deliberar. — Eu lhe


asseguro, Lisa, eu não sou uma criança boba. Apesar de ter apenas
dezoito anos, eu tenho feito decisões marcantes na minha vida por
muito mais tempo do que deveria. Eu não tive muito o apoio dos pais.

— Dadas as circunstâncias, eu presumo. Como posso ajudar?

Depois de tentar entender todo o palavreado de uma forma


puramente técnica, as palavras e expressões de Lisa trouxeram uma
emoção que eu tinha trabalhado para manter afastado. Eu não queria
emoção. Mesmo na minha idade jovem, eu sabia que a minha cabeça
fazia melhores decisões do que o meu coração.

Eu abruptamente levantei da cadeira perto de Lisa e fui até a


janela. Com o céu noturno, o oceano abaixo estava escuro: as únicas
exceções foram às luzes espalhadas aqui e ali por navios, iates, ou
barcos. A partir da altura da cobertura, a extensão era enorme. Eu
procurei pelo horizonte: o lugar onde a água negra encontrava o céu
escuro. A noite sem estrelas fez a diferenciação difícil.

Mantendo meus olhos fixos em direção ao oceano, perguntei: —


Você usou a palavra oferta duas vezes. Você realmente vê isso como
uma oferta?

— O que mais poderia ser?

Dei de ombros, me virando para ela e lutando contra as lágrimas


iminentes. — Eu acho que, tecnicamente, é uma oferta. Mas eu sinto
que estou concordando em uma venda, não uma proposta. Quero dizer,
se eu entendi tudo o que eu li e eu concordo. — eu reformulei. — Se eu
concordar, eu estou aceitando dinheiro em essência, habitação,
pagamento da dívida dos meus pais e o nome de Stewart em troca de
minha vida. M-meu corpo... m-meu futuro. — eu perdi a luta com as
emoções quando algumas lágrimas caíram dos meus olhos ainda
maquiados.

— Em essência, essa não é como qualquer proposta de


casamento? — perguntou Lisa. — No casamento, a mulher não se

~ 62 ~
entrega ao marido em troca de sua proteção? Quando ela faz isso, ela
não costuma optar por tirar o nome do marido e apoio financeiro.

Eu balancei a cabeça. — Sim, mas... — as palavras seguintes se


sentaram pesadamente no meu peito. — a maioria das mulheres se
casam por amor. Eu nunca imaginei casando com alguém, mas se eu
entro nessas fantasias, eu imagino velas, jantares e passeios na
praia. Eu achava que eu conheceria - realmente conheceria - o meu
marido, e ele me conheceria. Eu nunca, em um milhão de anos,
imaginei um contrato de quinze páginas e um prazo de doze horas.

Lisa olhou para baixo. Não há realmente uma resposta. Ninguém


imaginava que sua vida seria orquestrada do jeito que a minha
seria. Bem, ninguém no século XXI. Talvez, como disse Stewart, reis,
rainhas, nobreza do século XVI, mas não hoje.

Eu continuei: — Isto não é nem mesmo como um serviço de


namoro online. Mas é como se eu olhasse para o perfil dele.

Uma faísca de emoção veio à luz nos olhos azuis de Lisa. — Você
pesquisou ele online?

Meu nariz amassou. — Não. Eu acho que eu estive um pouco


ocupada com esses contratos.

— Faça isso, querida. Pesquise ele. Descubra tudo o que puder.

— O que você pode me dizer?

Ela se mexeu em seu assento. — Eu trabalhei para ele por mais


de dez anos. — ela não ofereceu nada mais.

— E? — eu perguntei quando o silêncio começou a aparecer.

— A morte do pai de Sr. Harrington foi muito difícil para ele em


muitos níveis. Quando eu fui empregada, seu pai tinha morrido e ele
tinha assumido Harrington Spas e Suítes, Internacional; no entanto, eu
ouvi coisas. Eu sabia que assumir a responsabilidade para o negócio de
seu pai lhe presenteou com muitos desafios. Durante esse tempo, a Sra.
Harrington era a luz de sua vida e ele era um marido dedicado. — uma
sombra foi lançada sobre características de Lisa quando ela olhou para
seu colo. — A morte dela o mudou em mais maneiras do que eu posso
dizer. Depois disso ele ficou diferente.

Eu não gosto do pressentimento que eu senti de suas palavras. —


O que quer dizer mais maneiras do que você pode dizer? Há restrições
sobre o que você pode me dizer?

~ 63 ~
Seus olhos brilhantes olharam para cima. — Não mesmo. Sr.
Harrington me implorou para ser honesta com você e eu estou sendo
honesta. Ele é um homem reservado. Mesmo depois de todos esses
anos, eu sei que existem lados nele que eu não sei nada.

— Como em seu trabalho?

Ela balançou a cabeça. — Isso, mas outra coisa. Eu sei que ele
tem outro apartamento, que ele às vezes frequenta. Eu não sei por que
ele tem ou o que ele faz lá. Eu só sei que ele não fala sobre isso. Eu
investiguei algumas vezes, mas foi dito que não é da minha conta.

Me sentei com um bufo. — Eu sou louca! Sou absolutamente


louca por sequer considerar isso.

— Senhorita Conway, eu sempre serei honesta com você. Eu não


sei o que eu faria em sua situação. Eu sei que poderia haver ofertas
piores de pessoas muito piores. Eu acredito que o Sr. Harrington está
vendo sua juventude passando. Acredito que em você, ele espera
recuperar um pouco disso. Eu também acredito que a pessoa com quem
você deveria estar discutindo isso é ele.

Ela continuou: — Você está certa, não é amor, mas ainda pode
haver respeito. A melhor maneira de facilitar isso é a honestidade. Eu
sei que o Sr. Harrington espera e respeita honestidade. Em troca, ele vai
ser honesto com você.

Você não vai ser uma prostituta, mas você vai ser a
minha prostituta. Se essas palavras foram ditas em honestidade, o que
elas significam?

Enquanto eu contemplava, Lisa se levantou. — Está ficando


tarde. Existe algo que eu possa fazer por você?

— Não obrigada. Obrigada por falar comigo.

Ela apertou minha mão. — A qualquer hora. Eu vou admitir, por


razões egoístas, espero que você concorde.

Eu não respondi, mas levantei minha sobrancelha.

— Desde que a Sra. Harrington morreu, a casa ficou quieta e


muitas vezes chata. Estou animada para ter alguém para cuidar e poder
conversar.

~ 64 ~
Seu sorriso me aqueceu. Quando alguém queria cuidar de
mim? Foi outra questão emocional que eu não me permitiria
contemplar.

— Obrigada, Lisa. Eu vou começar a minha pesquisa no Google


imediatamente.

— Se você quer alguma coisa para comer, há muito na


geladeira. Sirva-se. — com isso, ela se foi e eu desmoronei na cama com
o meu telefone. Abrindo o navegador, digitei Stewart Harrington no
motor de busca. A maior parte das descobertas recentes foram negócios
relacionados. Não foi até que eu procurei mais para trás que eu
encontrei algo pessoal. Parecia que antes de se casar com Lindsey
Harrington e depois de sua morte, ele passou por um momento
bastante selvagem. Havia fotos e artigos sobre suas
escapadas. Conforme o tempo passava, eu tirei as calças de yoga, lavei o
rosto, escovei os dentes e subi debaixo das cobertas incrivelmente
suaves.

Com o relógio se aproximando da meia-noite, o meu quarto


cavernoso foi preenchido com o som do meu estômago roncando. Talvez
eu estivesse com fome?

Ainda com os pés descalços, eu calmamente fiz meu caminho pelo


corredor, descendo as escadas e para a cozinha. Tenho certeza de que
não havia uma rota mais direta, mas com a iluminação controlada, eu
não tinha certeza do que me rodeava. Uma vez que meus pés tocaram o
piso da cozinha, eu procurei a geladeira. Havia muitas coisas
preenchendo a cozinha. Tudo era de aço inoxidável e grande.

Eu tinha vivido a maior parte da minha vida em internatos. Eu


não sabia muito sobre culinária, mas esta cozinha não era nada como a
da minha mãe e da casa de Randall. Sem acender as luzes, eu vi fornos
de parede e vários fogões. Perto de uma fileira de armários havia uma
geladeira. Eu decidi dar uma olhada lá primeiro.

Quando eu abri a porta, a luz brilhante inundou a cozinha. Assim


que meus olhos se ajustaram, minhas bochechas aumentaram,
revelando o meu sorriso. Na primeira prateleira estavam vários potes
com notas que se liam Victoria. Puxando o primeiro de seu lugar, eu o
abri e descobri uma salada completa com um recipiente de molho. O
segundo estava preenchido com frutas frescas. Cada um era um
presente, feito especialmente para mim, por alguém que realmente
queria me ajudar.

~ 65 ~
Quando cheguei ao último recipiente, a energia da cozinha
mudou. Não era que eu ouvi ou fisicamente senti alguém, mas eu
sabia. Eu sabia que não estava mais sozinha. Antes que eu pudesse
falar, uma grande mão veio de trás e abriu a porta da geladeira. Eu não
precisava me virar para saber que Stewart estava lá.

~ 66 ~
CAPÍTULO SEIS
Dez anos antes
O hálito quente Stewart passou através do meu cabelo, um forte
contraste com a frieza vindo da geladeira. Arrepio se materializou em
meus braços e pernas quando eu me tornei hipersensível a sua
proximidade, bem com a plena consciência da minha roupa. Eu estava
em pé na cozinha de Stewart em nada mais do que uma camiseta e
calcinha.

— Posso ajudar? — ele sussurrou perto da minha orelha.

Baralhando meus pés, eu alcancei o recipiente final. Com uma


volta rápida e um sorriso confiante, eu respondi: — Não, obrigada. Eu
acho que Lisa tomou conta de tudo.

Agora, quase nariz com nariz, Stewart deu um passo para trás e
me olhou da cabeça aos pés. — Que pena.

Eu arquei a sobrancelha.

— Eu esperava que houvesse algo que você precisasse, algo que a


Sra. Madison não era capaz de te dar.

— Eu não comi mais cedo. Ela disse que eu poderia pegar alguma
coisa...

Ele se aproximou, seu peito firme pastando em meus mamilos


eretos. Tomando o recipiente, ele pegou minha mão. — Venha, senhorita
Conway, me deixe mostrar a vista.

Como um animal indo para o seu abate, eu o segui, os pés


descalços silenciosamente preenchendo a superfície até que o nosso
destino veio à tona. Vendo a pequena mesa com uma vela bruxuleante,
eu engasguei. Uma vez ele me levou através das portas de vidro, a
umidade com aroma de sal agrediu os meus sentidos quando o calor
trouxe de volta os sentidos das minhas mãos e pés gelados. Olhando de
relance para a mesa, eu assisti quando a pequena chama protegida
dentro de uma chaminé de vidro iluminou a bela varanda, criando um
contraste com o oceano escuro.

~ 67 ~
— Stewart, isto é bonito. Você falou com Lisa?

Sua expressão estava em branco. — Sim, mas não


recentemente. Por quê?

Ele era um homem honesto? Será que eu poderia tomar sua reação
em dizer que ele tinha planejado isso, talvez, sobre o comentário com
ela sobre jantares à luz de velas?

Eu balancei minha cabeça, meu cabelo escuro caindo ao redor


dos meus ombros. — Não importa. Foi apenas algo que eu disse a ela.

— Você não gosta da brisa do mar?

— Não, eu gosto. Eu gosto muito. Eu sempre quis passar o tempo


na praia, mas mesmo crescendo perto de Miami, eu raramente fazia.

Stewart pegou minha mão. — Hoje eu não quero falar sobre a sua
decisão ou dos contratos. Se você tiver dúvidas, pergunte
amanhã. Falaremos mais cedo. Hoje à noite, eu quero saber mais sobre
você, e se você quiser, eu posso te dizer mais sobre mim.

Meus lábios franziram. — Você jura que você não falou com a
Lisa?

— Eu juro. — ele atravessou seu coração com o dedo. — Nossa


última conversa foi sobre o café da manhã. Vai ser às seis. — ele olhou
para o relógio. — O que está chegando mais perto a cada minuto. —
com uma sobrancelha levantada, ele perguntou: — Você quer aumentar
a temperatura? Eu mando aumentar.

— Não. — eu ri. — Não há necessidade de ter todo esse problema.


— eu olhei para a água, a mesma água que eu poderia ver no meu
quarto um andar acima. — Isso é lindo.

— É, — ele concordou, embora seus olhos não estivessem na


água, mas em mim. — Mais bonito do que eu ousei imaginar.

O sangue correu para minhas bochechas enquanto olhava para o


meu colo. Antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão para o
meu queixo. — Tori, não desvie o olhar. Nunca desvie o olhar. Você é
muito bonita para isso.

— Tori? — eu questionei. Ninguém nunca tinha me chamado de


Tori.

~ 68 ~
— Eu gosto disso. Eu gosto que esse é o meu nome para você e só
meu. Quando eu chamar você de Tori, você saberá que é a nossa
conexão.

Eu não sabia o que dizer. Nossa conexão? Será que temos uma
conexão? — Stewart, por favor, me diga mais sobre você. Eu sei que
você perdeu a sua esposa - você mencionou isso. Vocês dois tem
filhos? Você tem algum filho?

Ele balançou a cabeça. — Não. Nós tentamos. Lindsey ainda


tentou in-vitro. Algumas coisas até mesmo o dinheiro não pode
comprar. — uma nuvem de tristeza tirou sua fachada autoconfiante.

— Eu sei que você não disse para falar sobre os contratos, mas há
uma cláusula longa sobre crianças, de não tê-las. Você pode me dizer
por quê?

Stewart abriu o recipiente que continha uvas e colocou um em


sua boca. — Eu posso, e eu quero, mas não esta noite. Minha vez de
fazer perguntas. Por que você não fugiu? Por que você ficou aqui esta
noite?

— Eu não sei. Estou com medo e intrigada. Estou tentando não


fazer uma decisão precipitada. Afinal, esta será a maior decisão da
minha vida. — eu me sentei reta. — Posso acreditar em você?

— Implicitamente.

— Então, tudo o que você me contou sobre Randall e sobre a


dívida é verdade? A vida dele está verdadeiramente em perigo?

— Essa é a razão do curto prazo. Se ele não levar o dinheiro até


amanhã à tarde... bem, acho que tecnicamente é esta tarde. Ele precisa
do dinheiro esta tarde.

Estendi a mão para as uvas, sentindo fome. Quando eu fiz,


Stewart tirou o recipiente do meu alcance. — Deixe-me, — ele ofereceu.

— Eu sou capaz-

— Shush, me deixe... — pegando uma uva a partir do recipiente,


ele a segurou perto de meus lábios.

Obediente, eu abri minha boca. A uva era doce e suculenta


quando eu fechei os meus lábios e mordi através da pele. Até o
momento que eu engoli, ele tinha outra a espera.

~ 69 ~
Quando abri minha boca, ele falou, — Tori, eu não sabia como
isso iria funcionar. Eu ainda não sei. Eu não tinha planos de realmente
querer você, mas desde que você saiu do meu escritório esta tarde, você
é tudo que eu posso pensar.

Quando fechei a minha boca na próxima uva, o seu indicador e o


polegar permaneceram entre meus lábios. Em vez de me afastar, eu os
chupei, puxando em minha boca e lambendo. O gemido que veio do
fundo da garganta de Stewart me disse o que eu suspeitava: que eu
tinha poder. Com este homem rico, mais velho, eu tinha poder. A
realização me deu força.

— Você não esperava me querer? — eu questionei. — Então por


que você iria oferecer casar comigo?

Ele passou o dedo sobre meus lábios. — Eu esperava eu quisesse


te foder. Quem não gostaria? Mas isso era tudo, como eu disse, ter você
disponível, para não ter que mexer com a incerteza da conquista de
companheirismo, ou o incómodo do namoro.

Balançando a cabeça, eu tentei compreender. — Você iria escolher


casamento sobre namoro?

— Eu disse a você que eu não quero falar sobre especificidades do


contrato, mas você leu os dois, não é?

Eu balancei a cabeça.

— Namoro exige tempo e compromisso. Eu não quero fazer


isso. Se você assinar o contrato, o nosso futuro está seguro durante pelo
menos os próximos dez anos. Você pode ficar com raiva de mim, eu
posso te chatear, ou... — suas palavras desaceleraram. — Você pode ser
feliz e contente. O ponto é, por dez anos, não importa.

— Havia uma cláusula de anula-

— Sim, há uma cláusula que dá a qualquer um de nós o direito


de anular o contrato e nosso casamento. No entanto, como eu tenho
certeza que você leu, ele vem com graves repercussões. Enquanto nós
somos casados, você terá acesso a minha riqueza, mais acesso a mais
riqueza do que você pode imaginar. Se você decidir anular o nosso
contrato até a data de referência de dez anos, você perde tudo: tudo que
você acumulou durante nosso casamento, tudo o que têm a ganhar em
um divórcio e qualquer outra pessoa que se beneficia pessoalmente de
sua generosidade, como resultado de nosso casamento estará sujeito a
condições de reembolso.

~ 70 ~
Eu tinha lido essa parte. — Como Randall? — perguntei.

— Sim e sua irmã, se você optar por pagar por sua educação.

Meus olhos se arregalaram. — Eu posso fazer isso?

Stewart trouxe outra uva para os meus lábios. — Como a Sra.


Stewart Harrington você pode fazer quase qualquer coisa que você
deseja.

A palavra quase flutuava no ar quando eu engoli o suco doce e


aceitei outra.

Stewart continuou: — Depois de dez anos, você pode reivindicar


um quarto de minha fortuna com nenhuma cláusula de reembolso por
qualquer um dos benfeitores da sua generosidade.

— Você continua dizendo que minha generosidade. É o seu


dinheiro.

— Enquanto nós somos casados, será o nosso dinheiro. Não tenho


nenhum desejo profundo de ajudar a sua família. Se ajudar te faz feliz,
isso me beneficia. A decisão de ajudá-los será exclusivamente de você.
— outra uva escovou meus lábios. — Depois de vinte anos de
casamento, você terá direito a metade da nossa fortuna acumulada. Se
eu cancelar o contrato antes de dez anos, você receberá
automaticamente cinquenta por cento. — Stewart se inclinou para
frente. — Minha querida, isso é mais dinheiro do que você pode até
compreender. Garanto que não vou anular o contrato.

— Diga mais sobre Val, Marcus e Lyle - principalmente sobre


Val. Contanto que nós formos casados, posso pagar a graduação e pós-
graduação?

— Tori, já passou mais tempo do que eu queria discutir o


contrato. No entanto, se isso facilita a sua mente, eu vou repetir: uma
vez que estejamos casados, você terá acesso a riqueza suficiente para
permitir que seus irmãos entrem em qualquer universidade que
desejam. Agora... — a vela bruxuleante refletia o brilho de seu pesado
olhar enquanto seu dedo permanecia em meus lábios. — Esta noite eu
quero aprender mais sobre a minha possível futura esposa.

Seu toque era frio e sabor doce a partir das uvas. Enquanto a
suave brisa soprava do oceano mechas do meu cabelo em volta do meu
rosto, eu assisti os olhos de Stewart ficarem pesados, como se ele
estivesse me vendo, ainda imaginando mais do que estava diante
dele. Como ele espera saber mais se ele não quer que eu fale?

~ 71 ~
Com apenas o zumbido das ondas andares abaixo, o silêncio na
varanda ficou mais alto até que o único som que eu ouvia era o
farfalhar de minha pulsação ressoando na minha cabeça. Sem que eu
percebesse, Stewart tinha se mudado de sua cadeira e estava a meros
centímetros de distância: sua colônia permanecia em uma nuvem em
torno de nós com o perfume masculino. Movendo o dedo dos meus
lábios, ele traçou minha bochecha e uma linha ao longo do meu
queixo. Sem pensar, eu inclinei o rosto para seu toque macio.

— Venha aqui, — disse ele, me oferecendo sua mão. Embora seu


comando fosse suave, foi um comando.

Obedeci.

— Tori, tudo o que posso pensar é empurrá-la contra a parede,


arrancar suas calcinhas e mostrar como é estar com um homem de
verdade.

Com cada palavra, eu de repente fiquei ciente de que minha


camiseta pouco fazia para esconder meus mamilos sensíveis,
desleais. Tentando não fugir, eu lutei para manter meus olhos nos
dele. Não funcionou.

Olhando para baixo, um sorriso de satisfação veio aos seus


lábios. — Você quer isso também, não é?

— Você disse que você não iria... que nós não...

— E eu quis dizer isso. Isso não significa que eu não quero isso.

Tomando minha mão, ele esfregou sobre sua ereção evidente. O


que ele ofereceu atrás de sua calça jeans era grande e duro. Fiquei
imaginando como seu pau se pareceria se fosse libertado de seu
jeans. A imagem dele dentro de mim me deixou com medo, assim como
me fascinou, o tempo todo me deixando molhada com desejo. Seu olhar
azul me bebeu enquanto eu continuava a permitir que a minha mão
esfregasse acima e abaixo do volume.

Cantarolando, ele continuou, — Você não tem ideia do quanto eu


quero me libertar desses jeans. Basta ter a sua mão lá... — ele acariciou
minha nuca. — Sabendo que você está tão perto. Você me tem pronto
para gozar agora. — sua respiração estava quente na minha clavícula e
ele ronronou, — Diga que você não quer a mesma coisa. Diga que você
não quer ser fodida aqui, contra esta parede. Diga você não quer que eu
preencha esse vazio que você está sentindo e satisfazer o aumento da
tensão dentro de você.

~ 72 ~
Deus! Ele estava tão certo. Minhas entranhas doíam com a
necessidade.

— Você já está molhada para mim sem eu sequer tocar você, não
é?

— S-sim, eu estou molhada. — parte do meu cérebro me disse


que isso era errado, e mesmo ter essa conversa era errado. O problema
era que eu mal podia ouvir essa parte do meu cérebro: o sangue
trovejando em minhas veias, bem como o som de sua respiração pesada
prevalecia tudo o resto. Quando sua barba por fazer roçou contra a
minha, ele me puxou para mais perto, me pressionando contra a
parede.

Antes que eu registrasse o senso de decoro, eu fiquei na ponta


dos pés e beijei seu pescoço.

— Porra, — ele rosnou, empurrando o joelho entre minhas


pernas, afastando-as.

Apesar da minha posição, meu senso de apoderamento


retornou. Eu alcancei novamente sua ereção, não soltando, mas
esfregando sozinha, sem a sua orientação. Sua calça jeans tencionou
quando seu pau se contorceu abaixo do material.

— Você se lembra da pergunta que fiz esta tarde? — ele


sussurrou, sua respiração quente banhando a minha pele.

Inferno, eu não conseguia me lembrar meu próprio nome. — Que


pergunta? — eu perguntei através da respiração ofegante.

— Se você quiser foder com os meus dedos... eu te prometi nada


de sexo até que você esteja pronta, mas porra, garota, você está tão
pronta. Você simplesmente não sabe disso. Me deixe te dar o melhor
orgasmo de sua vida. Se eu posso fazer isso com apenas meus dedos,
então você pode apenas imaginar o que eu posso fazer com meu pau.

— S-Stewart, eu não-

Ele estendeu a mão sob minha camisa, parando minhas palavras


com a carícia no meu peito, provocando o cerne tenso, duro de meu
mamilo. — Você não quer que eu pare? Você não acha que você deve
dizer sim, mas você quer? Você não sabe o que é ter um orgasmo?

Eu enterrei meu rosto contra seu peito largo, escondendo o meu


embaraço em sua camisa de algodão. Tudo o que ele apenas havia dito
era verdade. Não foi como eu planejava terminar a frase, mas, no

~ 73 ~
entanto, era verdade. Mais uma vez, o cheiro incrível de sua colônia
dominou meus sentidos já sobrecarregados.

Continuando a acariciar meu peito, ele estendeu a mão para o


meu queixo e trouxe meus olhos para ele. — Não se esconda de mim. Eu
quero ver todas as emoções por trás desses olhos incríveis. Isso é o que
eu quero ter deste acordo. Eu quero ver esses olhos como eu lhe levar a
lugares que você nunca foi.

Eu balancei a cabeça.

— Palavras, Victoria, eu preciso ouvir isso.

— Eu quero o que você acabou de dizer.

Seu nariz quase tocou o meu, enquanto ele sondava, — O que eu


acabei de dizer?

Maldito! Ele ia me faça dizer isso. — Eu quero sentir seus


dedos. Eu quero ter um orgasmo.

Deixando de lado o meu rosto, ele estendeu a mão para o cós da


minha calcinha e brincou o elástico. — Alguma vez você já teve um
orgasmo?

Eu dei de ombros. — Eu acho que sim. Não tenho certeza.

Uma risada baixa retumbou no fundo de sua garganta. —


Querida, se você não tem certeza, você não teve. Agora, eu ainda não
ouvi exatamente o que você quer.

A tensão continuou a construir quando sua mão encontrou


minhas coxas.

— Merda, garota, você está tão molhada, você molhou estas


calcinhas.

Mais uma vez, meu rosto corou. — Eu devia estar usando as


calças de yoga. É só que... — eu timidamente admiti: — Eu estava
quase pronta para ir dormir-

Ele estendeu a mão e mexeu em sua ereção crescente. — Porra! —


ele interrompeu. — Diga o que você quer antes de eu rasgar estas
calcinhas de você.

Reunindo forças, cheguei para a minha calcinha e empurrei o


cetim e renda para baixo sobre meus quadris. — Stewart, eu quero que
você me foda com os dedos. Eu quero um orgasmo.

~ 74 ~
Seu sorriso aumentou, enquanto seus olhos brilhavam com
sedução. — Tori, minha querida, isso é um pedido que eu nunca vou
negar.

A textura áspera da parede mordeu minhas costas quando seu


corpo mais uma vez me pressionou contra a parede do prédio. Quando
ele levantou uma das minhas pernas com o joelho, eu alcancei seus
ombros. Antes da minha exposição registrada, seus dedos abriram
meus lábios inchados e espalharam minha umidade. Eu fiquei tensa
com a intrusão até que um dos seus dedos deslizou entre minhas
dobras quentes e dentro de mim. Simultaneamente, um silvo longo
encheu meus ouvidos. Levei um momento para perceber que o som
estava vindo de mim. Tudo o que ele estava fazendo era incrível. Não era
estranho ou desconfortável como se tivesse sido com Wesley.

— Oh, porra! Você é tão apertada.

Saltando sobre as solas de meus pés, eu caí no ritmo de suas


estocadas quando, sem aviso prévio, ele acrescentou outro dedo. — Oh,
Deus! — eu respirei contra seu peito. Nunca nada pareceu tão bom. Eu
nunca tinha estado tão apertada. Cada vez que seus dedos sondavam
cada vez mais fundo, eu tinha a sensação de escalar uma montanha:
mais e mais alto. Minha respiração ficou ofegante quando me aproximei
do precipício. Quando o pico apareceu na distância, ele habilmente
escovou meu clitóris e acendeu uma tempestade de fogo dentro de
mim. Um gemido incontrolável escapou dos meus lábios enquanto
esfregava o feixe de nervos sensíveis.

— Relaxa, baby, me deixe dar isso para você. Não lute contra isso.

Eu estava lutando? Com certeza não se parecia que estava


lutando.

Eu balancei a cabeça, fechei os olhos e flutuei contra seu


peito. Seu joelho saltou, me levantando e me trazendo para
baixo. Dentro e fora seus dedos deslizavam. Foi tudo em ritmo perfeito,
uma harmonia de sensação quando minha mente e corpo atingiu a
subida que ele tinha orquestrado. Então, no tempo perfeito, em
uníssono, ele beliscou meu clitóris e meu mamilo. Meu mundo
explodiu. Flashes de luz como eu nunca tinha conhecido brilharam
atrás de meus olhos fechados. Cada músculo do meu corpo apertou e
implodiu. Embora isso veio em cima de mim rápido, não terminou da
mesma maneira. Não. Eu segurei firmemente a seus ombros enquanto
ondas de prazer percorriam meu corpo. Não foi até que eu caí frouxa
contra seu peito que eu percebi que eu estava gritando.

~ 75 ~
Minhas pernas cederam quando constrangimento tomou conta de
mim. Stewart me pegou e me sentei na cadeira. Meio sem jeito, eu
percebi que ainda estava nua. Ele se ajoelhou diante de mim, levantou
meu queixo e colocou os dedos sobre os seus lábios. Inalando
profundamente, ele disse, — Tori, você é incrível.

Lentamente, ele chupou minha essência de seus dedos e lambeu


os lábios. Enquanto ele se divertia com a sua exibição, a mortificação
me ultrapassou. Tentei novamente desviar o olhar, mas suas palavras
me pararam.

— Não, eu quero que você observe. Você não pode ver o quão bom
é o seu gosto? Eu poderia ir aí embaixo em você o dia todo. Tori, você
não tem ideia o quão quente você é, o quão sexual. Há tantas coisas que
eu posso te ensinar, mas eu não posso ensinar isso. Você é fodidamente
perfeita.

Lentamente, minha mente processava meu sexo ainda exposto, e


meu rosto corou mais uma vez. — Eu acho que eu preciso me vestir, —
eu murmurei enquanto eu pegava a minha calcinha.

Elas estavam muito longe e meus músculos estavam


moles. Cavalheiro, Stewart pegou minha roupa de baixo. Com um
sorriso, ele a colocou perto de seu nariz, fechou os olhos e inalou.

— Por favor... — eu disse, autoconsciente da umidade da minha


calcinha.

— Por favor?

— Eu sou... — eu realmente não sabia o que dizer.

— Você é perfeita. Isso é o que eu disse e eu não digo o que eu não


quero dizer. — ele levantou meus pés, um por um, colocando-os nos
buracos das pernas de minha calcinha. Seus olhos azuis me
atravessaram como se ele pudesse ver algo que os outros não
podiam. Eu fiquei em silêncio enquanto ele deslizava o material macio
até as minhas pernas. Quando eles estavam quase no lugar, ele disse,
— Tori, nunca fique envergonhada com a sua reação. Foi bonita e
honesta. Isso é o que eu quero de você: honestidade. Agora, me diga o
que você está pensando.

Minha mente estava embaralhada. — Eu não tenho ideia, — eu


respondi honestamente com uma risadinha. — Estou envergonhada,
mas eu não sei por que. — baixei os olhos. — Foi inacreditável. Eu
nunca...

~ 76 ~
Me ajudando a ficar de pé, ele ajeitou minha calcinha sobre meus
quadris e sussurrou perto da minha orelha. — Lembra do que eu
disse. Meu pau é muito melhor. Você não viu nada ainda.

O céu escuro além da nossa bolha me lembrou da hora tarde. —


Eu acho que é melhor eu dormir um pouco.

— Sim. — ele sorriu. — Amanhã é um grande dia. Você pode


encontrar o seu caminho de volta para seu quarto?

Balançando a cabeça, eu respondi: — Sim. Vejo você na parte da


manhã.

— Boa noite.

~ 77 ~
CAPÍTULO SETE
Presente
— Onde diabos você estava?

As palavras ecoaram através da minha suíte, saltando das


paredes e janelas quando pisquei os olhos. A enxurrada de luz solar
agrediu meus olhos, queimando minha visão, em que momentos antes
eu tinha visto apenas sonhos pacíficos. Eu tinha estado dormindo,
sozinha na minha cama. Com minhas cortinas abrindo de repente, eu
lutava com a realidade. O que estava acontecendo?

Antes que eu pudesse me aclimatar, o cobertor macio no meu


corpo mudou e o ar frio atingiu a minha pele quente, de repente
exposta. Felizmente, eu ainda tinha a proteção da minha camisola e
calcinha, quando eu apertei os olhos contra a luz e foquei nos rostos
diante de mim.

— Que diabos?

Quando a névoa desapareceu, tanto o meu marido e seu braço


direito ficaram à vista. Stewart estava ao lado da minha cama, na
cadeira de rodas e Travis estava em pé perto as cortinas abertas. Eu
não tinha dúvida de que Travis tinha sido o único a levar Stewart do
seu quarto no térreo para minha suíte.

Stewart continuou seu brilho. — Onde diabos você estava na noite


passada?

Alcançando para os cobertores, me cobri e fiz uma careta para


Travis. — Caia fora do meu quarto.

Tomou cada parte de minha energia para não saltar da minha


cama e tirar a expressão presunçosa de seu rosto arrogante. Em vez
disso, ele fez uma careta na direção Stewart com meus lábios franzidos
em desobediência silenciosa. Finalmente, ele se virou para Travis. —
Deixe-nos. Vou ligar para você quando eu estiver pronto para ser levado
de volta para o meu quarto, ou... — ele olhou para mim. —
Sra. Harrington pode atender a seu marido. Afinal, não é isso que boas
esposas fazem? — Stewart deu de ombros. — Mas, novamente, boas

~ 78 ~
esposas não ficam fora até altas horas da noite. — ele balançou a
cabeça. — Vá agora.

— Sim, senhor, — respondeu Travis, o tempo todo com os olhos


fixos em mim.

Lutando contra o sentimento doentio que eu sempre tive na


presença de Travis, eu zombei: — Sim, Travis, fuja. Eu tenho certeza
que há alguém que você pode fazer miserável por alguns minutos.

— É sempre um prazer, Sra. Harrington.

Olhei em sua direção enquanto ele andava o pela minha suíte


tomando, antes dele finalmente fechar a porta e nos deixar
sozinhos. Virando para Stewart, eu perguntei, — Que porra é essa? Você
o deixou entrar aqui enquanto eu estou dormindo?

Apesar de seu corpo repleto de doença, seus olhos eram rápidos,


escuros e responsivos. — Eu fiz, minha esposa, a porra de uma
pergunta - duas vezes. Onde você estava ontem à noite?

Jogando as cobertas, saí da cama e caminhei em direção ao


banheiro. — Com a Val; eu disse que ia sair com ela.

— No maldito hospital? — sua voz abafada veio da suíte, ecoando


quando ele foi para o banheiro. — Você saiu com sua irmã no Memorial
Hospital a noite inteira?

Depois de fazer o meu negócio, eu lavei minhas mãos e joguei


água no meu rosto. Ao fazer Stewart esperar, eu amarrei meu longo
cabelo para trás em um rabo de cavalo baixo, agarrei meu roupão e
casualmente reentrei no quarto. — Sim, — eu disse, quando eu amarrei
a corda em volta da minha cintura. — Nós não fomos para fora. Ela teve
uma emergência. Como você pode ter inferido a partir da nossa
conversa, eu estava chateada, e eu não quero estar aqui.

— Victoria, você ficou fora até uma da manhã. Você é a senhora


Stewart-

— Eu sei o meu maldito nome! Eu estava no hospital com a


minha irmã. Nós estávamos discutindo um novo projeto para a
Sociedade Harrington, uma série de clínicas de câncer aqui nos
EUA. Me diga, Sr. Harrington, que parte disso era inadequado para sua
esposa?

— A parte de uma-da-madrugada.

~ 79 ~
— Verifique os malditos registros hospitalares: cerca de dez horas
houve uma grande emergência, um engavetamento na I95 ou algo
assim. Eles precisavam de Val no pronto socorro. Eu esperei por ela na
sala dos médicos. Honestamente, eu adormeci. — meus olhos cinzentos
se estreitaram. — Eu tive um dia bastante emocional.

Sem um pingo de remorso, seu olhar azul nublado permaneceu


fixo.

Felizmente, tinha havido um grande acidente de carro. Eu tinha


ouvido falar sobre isso no rádio a caminho de casa. Uma chamada
rápida para o telefone celular de Val e minha história foi solidificada.

Eu continuei: — Ela me acordou quando ela voltou para a sala de


estar e eu vim para casa. É uma história fodidamente tórrida. Quero
dizer, sério, eu odiaria que sua esposa fizesse algo sem você souber, oh,
como seria fodido.

Seu olhar inabalável combinava com seu tom firme. — O que foi
que você disse para Travis?

Minha mente girava. — Eu não me lembro. Eu disse a ele para dar


o fora do meu quarto.

— Não. Você disse a ele para fugir. Como alguma criança maldita.

Minha respiração acelerou quando eu olhei em volta do meu


quarto. Merda! Isto não era tudo sobre a hora de atraso. Isto foi sobre a
minha visita à Craven e Knowles. — Travis não tem direito; você não
tem direito permitir que ele entre no meu quarto.

— Este não é o seu quarto. O seu quarto é no meu quarto - o


nosso quarto. Sempre foi. Eu não gosto de você dormindo aqui e isto vai
parar.

Eu pisquei lentamente e respirei fundo. — Bem, eu posso ter


prometido dormir em seu quarto, mas você me fez prometer muito.

Os olhos azuis de Stewart empalideceram e seu rosto pálido caiu


em direção ao seu peito. — Me leve de volta para o nosso quarto. Eu não
estou me sentindo bem e nós vamos falar sobre isso lá.

Um senso de dever cutucou a minha consciência enquanto eu


olhava para os restos do homem que eu tinha me casado. Não era mais
o magnata maior que a vida. O câncer tinha tomado a sua força e seu
orgulho.

~ 80 ~
— Quando foi à última vez que você tomou o seu medicamento
para dor? — perguntei, com menos de um tom de preocupação e mais
de um desejo de tê-lo medicado.

— Ontem à noite, depois que eu finalmente desisti de esperar você


voltar para casa.

— Já é hora de tomar mais, você não acha?

Ele fez uma careta quando ele levantou os olhos. — Não. Eu quero
falar sobre isso.

Eu virei à cadeira para mim e me sentei na beira da cama. —


Então fale. Eu não estou tendo essa conversa na frente de Travis ou
qualquer um do seu harém de enfermeiros. Você quer conversar, vamos
conversar.

— Eu estava lá. Tori, eu nunca menti para você.

— Presença virtual não é o mesmo que estar lá. — eu lutei contra


o absurdo da nossa conversa.

— Eu não posso estar fisicamente mais lá. Você sabe disso. Há tão
poucas coisas agradáveis que ficaram na minha vida. Há tão pouco
tempo... você não pode me culpar por querer prazer onde posso
encontrá-lo? Eu ainda sou um homem com necessidades. Eu quero
isso. — ele levantou a mão para mim. — Isto.

Se tivéssemos falado sobre quase qualquer coisa além do tema em


questão, eu poderia ter sentido uma pontada de simpatia. Mas não
estávamos e não senti isso. — Sim, eu posso culpá-lo. Você é o único
que eu posso culpar.

— Isso não é verdade. Ouvi dizer que você foi ao escritório de


Parker. — claro que ele fez. — Você olhou o contrato. Me diga cuja
assinatura estava sobre ele?

— A sua e a minha-

— E você, — ele afirmou o assunto com naturalidade. — Você


concordou com isso antes de nos casarmos. Como eu disse, em nenhum
lugar nesse documento diz que devo estar fisicamente presente. Ele
afirma que você vai cumprir. Você ainda podia ouvir minha voz. Eu
ainda podia te ver.

~ 81 ~
Eu levantei abruptamente, ajeitando o robe em volta da minha
cintura e lutei contra a canção escura ameaçando repetir nos recessos
de minha mente. — Eu cumpri essa porra!

Sua fria, úmida mão estendeu para a minha. — Tori, você estava
perfeita, como de costume. Me dê um espetáculo privado agora. Me
deixe ver a minha sexy esposa na vida real. Eu a queria a noite passada
também. Você sabe o quanto eu gosto de ter você depois de eu
assistir. Não voltando para casa, você me negou esse prazer.

Meu coração afundou. — Stewart, eu tenho um compromisso com


a Maura hoje... — olhei para o relógio no criado-mudo. Era quase onze
horas. Merda! Eu tinha dormido demais. — Em cerca de uma hora.

Seus olhos nublados estreitaram. — Tenho recebido muitos


pedidos de nossos amigos. Como você sabe, não temos sido capazes de
acomodá-los, mas agora nós podemos. É isso o que você preferiria? Diga
a palavra, Sra. Harrington: um show privado para o seu marido ou
outra visita ao armazém.

Fechei os olhos e inalei. O cheiro fantasmagórico da colônia de


Parker chegou inequivocamente através da minha suíte. Eu abri meus
olhos abruptamente. Ele não estava com a gente. Nós ainda estávamos
sozinhos; foi só minha imaginação. Eu lutei contra a náusea crescendo
quando eu me assegurei que eu não estava perdendo. — Por favor...

Um sorriso sádico saiu de sua tez acinzentada. — Tudo isso é por


sua livre vontade, minha Tori, completamente consensual. Agora, me
diga, o que você prefere, aqui ou no armazém? Talvez as duas
coisas? Temos o dia inteiro.

— Stewart, o que eu digo para a Maura?

Ele balançou a cabeça em direção ao meu criado-mudo. — O


telefone está piscando. Talvez ela tenha deixado uma mensagem. Talvez
ela esteja impossibilitada de comparecer. Se não, você pode ligar e
cancelar ou adiar.

Debatendo as minhas opções, eu caminhei em direção ao meu


telefone. Cada passo no tapete macio parecia como se estivesse pisando
em areia movediça: o próximo passo mais difícil do que o
anterior. Pegando meu telefone, eu li a tela. Havia três mensagens de
texto. Não demorou muito tempo para ver que nenhum deles eram de
Maura. Fechei o aplicativo. Eu sabia que pelo menos de quem uma era e
eu não tinha estômago para as palavras amáveis de Brody com o
endurecido olhar azul de Stewart observando cada movimento meu. Eu

~ 82 ~
mantive as minhas costas para o meu marido quando eu disse, — As
mensagens são de Val. Ela estava preocupada comigo dirigindo para
casa tão tarde.

Eu me virei para suas sobrancelhas levantadas.

— Qual é a sua decisão, Sra. Harrington?

Respirando, me virei para longe e procurei meus


contatos. Encontrei o nome de Maura Craven, eu cliquei em ligar.

Travando sua voz, eu fiz o meu tom mais leve possível. — Maura,
eu sinto muito ter que fazer isso com você em tão curto prazo. Stewart
está tendo uma manhã difícil. Eu não acho que eu deveria deixá-lo
hoje. Por favor, querida, vamos reagendar.

Desliguei a chamada e voltei para o meu marido. Meu peito se


tornou pesado quando eu vi seu pênis flácido. Ele obviamente abaixou a
borda de suas calças e se expôs enquanto eu falava.

Não escondendo o meu tom cruel, eu perguntei. — Queria bater


uma punheta enquanto você assistia ontem? — eu sabia a resposta. Ele
não podia fazer isso. A doença e a medicina tinha tirado mais do que
sua capacidade de andar.

— Venha aqui.

Resignada, eu me mexi para frente. Minha nova preocupação era


chegar ao banheiro em busca de lubrificante. Sem ele, não havia
nenhuma maneira que o pau dele iria ficar dentro de
mim. Momentaneamente me lembrei de minha excitação da noite
anterior. Se eu pudesse saborear a ideia de Brody estar lá com o pau de
Stewart. Talvez, apenas talvez, eu pudesse encontrar uma maneira de
apreciar a ironia. Sedutoramente, eu inclinei e beijei seus
lábios. Convocando a minha voz mais acalma, eu disse: — Me deixe ir
me preparar para você. Eu já volto.

Ele pegou minha mão e a colocou no seu pau. — Não. Você pode
se preparar bem aqui. — sua mão puxou a corda em volta da minha
cintura, abrindo meu robe e expondo minha camisola. —
Sra. Harrington, você está agasalhada para este show. Eu acredito que
você conhece as minhas regras.

Permitindo que o robe caísse dos meus ombros, eu puxei a


camisola pela minha cabeça.

~ 83 ~
— Calcinha. Tsk tsk. Isto não era necessário quando você dorme
onde você deveria estar dormindo.

— Eu não consigo dormir com as enfermeiras verificando você


toda a noite. Você sabe disso.

— Calcinha. Fora.

A renda caiu aos meus tornozelos.

— Agora, eu quero sentir esses lábios maravilhosos. O que eu


assisti chupar o nosso amigo ontem à tarde. Me deixe sentir esta bela
boca no meu pau.

Eu caí de joelhos quando o cheiro esmagador da doença infiltrou


meus sentidos. Lutando contra a bile que ameaçava minha garganta, eu
estendi a mão para seu pênis flácido. Ele chegou ao meu
alcance. Enquanto eu tentava direcioná-lo para os meus lábios, revolta
estimulou meu estômago vazio.

— Essa é minha garota. É tão boa em seguir instruções. — os


cabelos na parte de trás do meu pescoço se eriçaram. Foi uma frase que
ele usou no armazém: sua ideia de louvor. Na realidade, cada vez que
ele dizia isso, eu me sentia mais como uma cadela bem treinada.

Para cima e para baixo minha cabeça balançava, os meus lábios


rachando enquanto o tempo passou sem nenhum resultado.

Ousado, Stewart pegou meu cabelo e puxou a minha cabeça para


cima. — Você está perdendo seu toque, querida. Eu acho que você pode
precisar de mais prática.

Estendi a mão para suas bolas caídas em desespero.

— Oh, sim, eu sinto isso.

Eu estava feliz que ele fez. Eu não. Talvez eu pudesse convencê-lo


de uma ejaculação que ele realmente não tem. Apressei o passo, saliva
aonde a moleza permaneceu. Dramaticamente, eu mudei meu ritmo,
engasgando com o som de deglutição forçada.

— É isso aí! — ele exclamou enquanto balançava a cabeça para


trás e ele exalou um suspiro etéreo. Me empurrando, ele exigiu, —
Agora me mostre esta buceta sexy. Ela costumava ser tão apertada, tão
molhada.

Eu me inclinei para trás em minha bunda, espalhando as minhas


pernas e dedilhado meus lábios.

~ 84 ~
— Você costumava ser tão apertada. — seus olhos brilhavam. —
Eu sei que é ainda apertada. Nós podemos nos divertir com isso.

Meu coração disparou quando eu me inclinei mais para trás, me


expondo completamente.

— Mova minha cadeira para a borda da cama e se debruce sobre


o colchão. Quero preencher esse buraco apertado.

Meus pés se moveram, mas assim como no armazém, minha


mente foi embora. Quando seus dedos foram para dentro de mim, um
silvo deixou seus lábios. — O que há de errado com você? Onde está
minha buceta molhada?

Eu me pergunto? Talvez você não me excite em tudo ?!

Quando eu não respondi, ele continuou, — Vá pegar um pouco de


lubrificante. Porra, você está mais seca do que a porra do Deserto do
Saara.

Não brinca, seu idiota. Eu teria feito isso antes, se você não fosse
um babaca! Claro, eu não disse isso. No entanto, a ideia de dizer isso
trouxe um sorriso privado para meus pensamentos.

Uma vez que ele me situou na cama, ele espalhou o lubrificante,


primeiro dedilhando minha bunda e, em seguida, empurrando para o
destino que ele tinha procurado. — Oh, sim, querida... assim é o que eu
gosto. Não admira que muitos dos nossos amigos gostam de empurrar
seus paus dentro de sua bunda. Você ainda é bem apertada.

Ele enfiou o dedo para dentro e fora. Quando eu estava me


acostumando com isso, ele me disse para encontrar o plug anal. Apesar
de ser muito mais grosso e mais longo do que seus dedos, a superfície
lisa combinado com o lubrificante deu pouca resistência.

Obedeci, me movendo de forma adequada e fazendo os sons que


para ele era necessário. No entanto, o tempo todo com os olhos
fechados, eu ansiava pela venda do armazém, e sem os fones de ouvido,
eu tinha que imaginar a melodia Dark Lullaby na minha cabeça.

Felizmente, sua energia foi rapidamente acabando. Batendo


minha bunda, ele declarou: — Estamos satisfeitos agora. Me leve para o
banheiro. Você pode continuar o show lá: um pouco de dança no
chuveiro. Eu posso assistir a espuma ensaboando esta buceta.

Como uma boa esposa, eu cumpri, repugnância borbulhando sob


a superfície e um sorriso sereno no meu rosto. Depois de tudo que ele

~ 85 ~
tinha feito, tê-lo observando enquanto eu tomava banho era realmente
nada. Quando o banheiro ficou cheio de ar úmido, eu levei o meu tempo
e abracei o calor, apliquei o spray de limpeza. Pelo menos eu não tinha
o cheiro de seu gozo para lavar, apenas o cheiro de sua morte iminente.

Quando eu abri a porta de vidro, eu encontrei Stewart com os


olhos fechados, o queixo no peito e os braços caídos em sua cadeira de
rodas. Apesar de sua testa brilhando de suor, eu tinha esperança
quando eu toquei o seu pulso e rezei.

Porra! Ele ainda tinha pulso.

~ 86 ~
CAPÍTULO OITO
Presente
Apesar o que tinha acontecido no andar de cima, o nível mais
baixo de nosso apartamento estava como sempre esteve: perfeito. Sendo
apenas um pouco depois das uma, a neblina da tarde ainda não tinha
chegado, permitindo que o sol da Flórida brilhasse como ondas
espumantes e céu cristalino enchia nossa sala de estar com luz.

— Sra. Harrington? — Travis chamou por trás de mim enquanto


eu estava momentaneamente observando a vista.

Sem me virar, eu respondi. — Sr. Harrington está dormindo. Ele


está em sua suíte. Os enfermeiros estão cuidando dele.

— E... você está saindo? — ele perguntou. Quando me virei, vi que


ele me observava da cabeça aos pés, sem dúvida tentando avaliar meus
planos por minha roupa.

— Travis, fique aqui e faça o que você faz. Vigie mais o


Stewart. Nós não queremos que ele acorde e nós dois não estamos.

Travis era alto, parecendo o guarda-costas intimidante que ele


realmente era. — Minha senhora, depois que fomos incapazes de chegar
a você na noite passada, o Sr. Harrington pediu que a partir de agora eu
dirigir para você. Ele preferiria que você não ficasse sozinha.

Meus lábios apertaram quando meu pescoço esticou em


rebelião. — Posso te assegurar que eu sou capaz de dirigir sozinha. Os
seus serviços não são necessários nem bem-vindos. — quando Travis
começou a responder, eu inclinei e baixei a minha voz. — Faça alguma
merda e se lembre de quem você vai estar no comando quando Stewart
não estiver mais aqui.

A voz da Lisa cortou a tensão aumentando. — Sra. Harrington?

Travis e eu nos viramos.

— Sim, Lisa? Estou saindo.

~ 87 ~
— Sim, eu queria pegá-la antes que você saísse. Sua mãe ligou,
mais uma vez. Ela disse que ela não consegue falar com você em seu
celular e ela precisa desesperadamente falar com você.

Fechei os olhos. Eu tinha merda o suficiente para lidar, sem


acrescentar o grande Sra. Sound ao meu prato. — Lisa, por favor,
informe a Sra. Sound que eu estou terrivelmente ocupada e preocupada
com meu marido. Eu não sei quando eu vou ter a oportunidade de
retornar a sua chamada.

Travis obviamente bufou em minha preocupação com Stewart e


recebi outro brilho torto de seus olhos cinzentos de mim.

— Eu vou deixá-la saber. — Lisa inclinou a cabeça para o lado e


franziu os lábios com conhecimento de causa. — Ela não aceita a
rejeição muito bem.

— Isso é ruim; ela sempre se comporta como uma profissional. —


protegendo minha bolsa, eu bati o botão do elevador. — Eu pretendo
estar de volta antes que o Sr. Harrington acorde. Se eu não estiver,
bem, Travis, eu sei que você tem meu número.

— E para onde eu vou dizer ao Sr. Harrington que você foi? —


perguntou Travis.

— Verifique GPS o meu carro, — eu disse quando as portas se


fecharam.

Eu sabia que isto iria deixar Travis louco não conseguir acesso ao
meu paradeiro com o meu telefone. Ele tentou várias vezes. Felizmente,
o dinheiro trabalhava em ambas as direções. Stewart poderia arcar com
os meios para me acompanhar e eu poderia ter recursos e os meios de
pará-lo. Varreduras contínuas de meu número e conta pela empresa de
privacidade que eu tinha contratado pararam todos e quaisquer
aplicativos de GPS que misteriosamente encontraram o seu caminho
para o meu dispositivo pessoal.

Stewart tinha me dito antes de nos casarmos que ele não iria
acompanhar meus movimentos. Sempre que ele questionou o GPS do
meu telefone, eu inocentemente o lembrei de sua promessa. Uma vez,
quando ele perseguia com o assunto, eu dei duas opções: A – me deixar
sozinha e o meu telefone e eu vou atender, ou B – monitorar o celular e
eu vou deixá-lo em casa. A contragosto, ele escolheu A.

Ligando meu carro, eu pensei sobre o seu GPS. A firma de


privacidade ofereceu desativá-lo e eu considerei isso por um

~ 88 ~
tempo. Então eu decidi que eu gostei da falsa sensação de poder que
dava a ambos, Travis e Stewart. Deixar o meu carro e pegar táxis não
era minha atividade favorita, mas até agora tinha funcionado bem.

Olhei para a mensagem de texto que ainda não tinha lido mais
cedo em minha suíte. Era de Brody, as 6h54. Eu fiz uma careta. Como
se eu já estaria acordada tão cedo?

Correu tudo bem?

Houve uma segunda, enviada posteriormente.

Estou preocupado que você não respondeu. A propósito, acho


que encontrei algo que é importante. Vou investigar mais e eu vou
voltar para você.

A terceira era de Val. Eu já tinha acessado e respondido.

Desculpe sobre a emergência? Espero que você tenha


chegado bem em casa. Precisamos de um tempo para nós.

Minha resposta:

Estarei aí esta tarde. Se você estiver ocupada mande uma


mensagem.

Desde que eu não tinha ouvido falar dela, ela foi minha primeira
parada.

Meus dedos bateram na porta do apartamento pequeno não muito


longe do centro médico do Memorial. Dentro de poucos segundos, a
porta se abriu e eu fui cumprimentada pelos mesmos olhos cinzentos
que eu via todos os dias no espelho.

— Oi, irmã, venha, — disse Val, com um sorriso de boas-vindas.

Nossos olhos cinzentos era nossa característica familiar. Fora


isso, nós erámos completamente diferentes. Muitas pessoas não
percebem que somos irmãs. Val tinha cabelos castanhos claros, curto e
espetado que era tão diferente do meu cabelo comprido e castanho
escuro o mais possível. O dela era grosso e assumia uma vida própria: o
estilo absolutamente perfeito para a vida agitada de uma médica,
enquanto o meu era lustroso e brilhante. Muitas vezes eu usava o meu

~ 89 ~
puxado para trás, mas se eu o deixasse solto, facilmente alcançava no
meio das minhas costas. Nós também variávamos em tamanho. Val era
menor e mais delicada do que eu. Sua forma era mais como a de nossa
mãe. Embora nós duas estivéssemos em forma, eu era mais alta uns
quinze centímetros e tinha mais curvas do que ela. Quando eu usava os
meus habituais saltos altos, a diferença ficava enorme.

— Oi, — eu a cumprimentei, olhando-a com desconfiança. — Você


dormiu? Que horas você chegou em casa do hospital?

— Sim, — ela me dispensou. — Estou bem. Eu não queria deixar


passar a chance de te ver. Além disso, eu me senti mal por te
decepcionar ontem e eu queria ouvir mais sobre essa mensagem
enigmática. — suas sobrancelhas subiram em questão. — Umm, então
nós estávamos juntas na noite passada?

— Sim, — eu confirmei. — Alguém ligou para questionar?

— Seu marido ou aquela aberração, Travis? Não, mas se tivessem


feito, estava tudo bem. Eu acho que eu tenho a história completa. Nós
estávamos falando sobre as clínicas de câncer dos Estados Unidos e
devido ao engavetamento na I95, que, por sinal, realmente nos bateu
duro na noite passada, fui chamada com urgência.

— Sim. — eu assenti. — E eu adormeci na sala dos médicos


esperando por você. Você me encontrou, me acordou e eu finalmente saí
depois da meia-noite.

A cabeça de Val balançou de um lado para o outro. — Eu sei que


Stewart tem sido um idiota, mas, caramba, os seus dias são
limitados. Mantenha suas coisas mais em ordem. Você não quer
estragar tudo agora.

Eu caí em seu sofá estofado. — É complicado. Eu não queria estar


fora tão tarde. Eu estava louca, me encontrei com um amigo e acredite
ou não, adormeci.

Seus olhos se arregalaram. — Puxa, eu sei que sou uma


companhia emocionante, e cair no sono na sala do médico é totalmente
viável, mas o seu amigo deve ser muito chato se você realmente
adormeceu. A menos que... — seus olhos se arregalaram. — É um amigo
que você acabou ficando em uma posição horizontal. O que torna muito
mais fácil dormir, — ela acrescentou com um sorriso.

Dei de ombros e estendo a mão para o copo de chá gelado que Val
ofereceu. — Obrigada. Quando você viaja para Uganda?

~ 90 ~
— Duas semanas. Então, veja, eu teria sido acordada de qualquer
maneira. Eu tenho uma tonelada coisas para fazer. Agora... — ela
apontou para a mesa perto do lado da sala coberta de papéis, pastas e
seu laptop. — Eu estou preenchendo todos os formulários. Eu vou
encontrar com o representante dos Médicos Sem Fronteiras na próxima
semana.

— Porque? Seu projeto é totalmente financiado através da


Sociedade Harrington. Você não precisa responder a ninguém.

— Eu não vou respondo a ninguém. Eles estão me ajudando. Vik,


você não entende. Não é como se eu estivesse transportando
antibióticos em todo o mundo. As drogas que eu estou transportando
poderia começar uma epidemia, ou talvez até mesmo uma pandemia se
caíssem em mãos erradas.

— Eu pensei que suas clínicas fossem sobre o tratamento de


câncer.

Ela sorriu. — São, mas as drogas usadas em quimioterapia e


radioterapia poderiam concebivelmente ser usadas de forma mais
tortuosas. Você sabe que os Centros de tratamento do câncer
Harrington recebem doações de todo o país. Não são todos financiados
através de você. Se fosse, eu duvido que Stewart seria tão aberto e
estivesse doando. — ela colocou as mãos no ar. — Não sei ao
certo. Chame de intuição, mas estes medicamentos são caros. De
qualquer forma, hospitais, consultórios médicos, clínicas de uma forma
legítima se livram das drogas vencidas ou quase vencidas, bem como
equipamentos e outros recursos. Eles querem uma forma de amortizar a
despesa para efeitos fiscais e não comer a perda. Há uma instalação
inteira aqui em Miami dedicada a nada além de receber e catalogar
essas doações. Eu preciso combinar essas doações com as necessidades
em nossa clínica em Uganda. Alguns itens são mais fáceis de
obter. Quero dizer, como um todo, medicamentos como Cytoxan, um
agente de quimioterapia comum, são frequentemente doados. No
entanto, os granulados radioativos de césio, como o que desapareceu
um par de anos atrás, não eram. Com a facilidade de doar esses peletes,
eles esperam e merecem a redução de impostos que deveriam ter
recebido a partir das doações.

Eu balancei a cabeça. Eu tinha ouvido a história de outros


membros da fundação. Inferno, eu passei horas no telefone com o
representante da clínica que fez a doação. Eu, obviamente, sabia mais
sobre isso do que ela pensava. Depois de tomar um gole de chá, eu
disse: — É por isso que nós temos agora os freios e contrapesos. Para

~ 91 ~
ser honesta, não há nenhuma maneira de saber com certeza se essa
clínica realmente doou os granulados ou se apenas alegou que eles
fizeram. Para sua informação, eu sou a única que liderou a nova
instalação. Agora, as doações são aceitas, catalogadas e os recibos são
emitidos imediatamente. Todo mundo sabe exatamente o que está
acontecendo. — eu inclinei minha cabeça. — Infelizmente, há um
grande potencial para o abuso com tantos voluntários. Acredite ou não,
eu sou um pouco afeiçoada ao que você realizou com a Sociedade
Harrington. Eu amo o que você começou ainda na escola de medicina. E
eu sei o que está acontecendo, tanto de você e do conselho. Eles relatam
a mim. Eles sempre fazem. Stewart nunca se importou com o dinheiro
da Sociedade Harrington; ele realmente nunca deu a mínima para a
fundação. No entanto, ele fez como a publicidade. E... — eu me inclinei
para frente. — Ele não estava feliz quando isso foi manchado. Desde
aquele incidente com os granulados, tenho a certeza nada disso pode
acontecer novamente.

— Vikki, eu não estava querendo dizer...

— Sim, você estava e eu entendo. Eu sei que não sou médica, mas
eu sei o meu caminho ao redor do mundo do dinheiro, os impostos e as
organizações filantrópicas. Fui jogada até o pescoço na profundidade
nesta sujeira mais de dez anos atrás. Eu acho que no geral eu tenho
feito muito bem.

Val pegou minha mão. — Pare. Claro que você fez bem. Você
arrebenta. Eu não estou de jeito nenhum insinuando sua falta de
conhecimento ou a sua capacidade de supervisionar. Eu só quero dizer
com tudo o que está acontecendo com o Stewart, bem, eu sei que você
tem outras coisas com que se preocupar do que uma remessa de
adriamicina ou que um frasco ou dois de pó Cytoxan desapareceram.

— Essas coisas estão faltando?

— Não. Não estão. Eles são apenas drogas que poderiam ser
usadas como um exemplo.

Ponderando sua escolha de drogas, eu vi meu copo com gelo


derreter e flutuar perto do topo. — Teoricamente, — eu perguntei, — por
que alguém iria tomar um desses medicamentos?

Val se inclinou para trás e suspirou. — Bem, se nós estamos


falando de proporções epidêmicas ou pandêmicas, levaria mais de um
frasco ou um carregamento de doze garrafas. Você vê, Cytoxan é
comumente usado para tratar câncer de mama. Uma vez que tem
vencimento relativamente curto, isso é transportado na forma de

~ 92 ~
pó. Antes de se administrar a um paciente, ela é feita em uma solução.
Um líquido

Revirei os olhos. — Eu não posso ter ido para a faculdade, mas eu


sei que uma solução é um líquido; muito obrigada.

— Bem, não é o líquido que é a questão. É o pó. Leva apenas uma


pequena quantidade do pó para criar a dose terapêutica. No entanto,
quando nessa forma, este produto químico é realmente tóxico. Se essa
mesma quantidade pequena, ou até mesmo menos, do Cytoxan
pulverizado é absorvido através da pele, isso pode ser tóxico. Em um
período muito curto de tempo, a exposição resultaria em uma
diminuição dramática nas células brancas do sangue. — ela assentiu
com a cabeça. — O que você sabe abre as comportas para a infecção.
Infecção não apenas como a gripe ou um resfriado: com a exposição a
este produto químico, o sistema imunológico de uma pessoa iria
encerrar. Seria como HIV amplificado. Em apenas uma questão de dias,
talvez horas, a sepse poderia ocorrer. Imaginem se o suficiente for
estocado? Pode ser lançado em uma população desavisada e todos
estariam mortos antes que qualquer um soubesse o que aconteceu.

— Adriamicina é conhecido como o diabo vermelho. É um agente


de quimioterapia usada para tratar vários tipos de câncer, incluindo
câncer de mama, pulmão, ovário e bexiga. É comumente usado como
parte de um regime de três partes. É administrada ao longo de um
período de tempo por via intravenosa. Ele tem sérios efeitos colaterais:
baixa contagem de glóbulos brancos e de glóbulos vermelhos, plaquetas
baixas, queda de cabelo e feridas na boca. Isso é quando ele é dado
como indicado. Se fosse para ser absorvido através da pele ou ingerido
em doses mais elevadas, estes efeitos secundários seriam
amplificados. Os efeitos seria semelhantes à ciclofosfamida, mas os
sintomas viriam mais lentos.

— Será que estas pessoas sabem que eles estavam tendo


sintomas?

Val moveu a cabeça pensativamente de lado a lado. —


Provavelmente. Eles sabem que algo estava diferente, mas eles não
sabem a causa. Quero dizer, um sintoma como a perda de cabelo pode
ser causada por algo tão benigno como uma mudança nos
hormônios. Honestamente, a maioria dos médicos não iria levar isso a
sério, tomado por si só. Além disso, não teria importância. Até o
momento que a droga está no sistema de alguém, nada poderia detê-lo.
— ela encolheu os ombros. — Adriamycin também tem se mostrado ter
um efeito tóxico sobre o músculo cardíaco.

~ 93 ~
— Então, poderia causar um ataque cardíaco? — perguntei.

— Essencialmente.

— Porra, você é como um cartão-postal do fim do mundo.

Val riu. — Ei! Eu não estou tentando prever o dia do juízo final. É
que um dos meus professores na Universidade Johns Hopkins era
ótimo em hematologia e da falta de conhecimento real sobre câncer do
sangue. Ele despertou meu interesse.

— Câncer do sangue, como a leucemia que Stewart tem.

— Sim, bem como linfoma de não-Hodgkin, muitos outros


linfomas, mielomas múltiplos até. Meu professor iria falar sobre as
incidências de cada etiologia e como o CDC estava observando a
metástase

— Eles encontraram alguma coisa? Metástase?

No último ano da escola, eu estava estudando biologia


avançada. Eu sempre amei esse tipo de coisa. Eu tinha até mesmo sido
aceita na Universidade de Miami antes que minha vida tomasse um
rumo abrupto. Com esse tipo de conversa ou shows particulares de
Stewart como um potencial uso do meu tempo, eu preferia muito mais
estar com Val e ouvir suas discussões terríveis.

— Sim, — respondeu ela, pensativa. — Eles descobriram grupos


de diagnósticos concentrados em áreas como a de Chernobyl, bem como
Hiroshima. A queda em ambos os casos foi extensa. No entanto, mesmo
com Chernobyl sendo tão recente quanto 1986, a falta de tecnologia, em
comparação com os dias atuais, limita os dados.

A expressão da Val era iluminada quando ela estava animada. —


Na verdade, meu professor está entre um grupo de pesquisadores que
estudam a população em torno de Fukushima, no Japão. Eles têm
tantos recursos hoje. Uma vez que os reatores foram derretidos em
2011, os resultados não serão encontrados por um longo tempo, mas
com este incidente, eles têm uma ideia melhor que tipo de base de
dados recuperarem. — ela olhou ansiosamente para seu chá. — Eu
adoraria saber o que aprenderam. É tudo tão excitante.

— Mas esses casos não são alguma forma de bioterrorismo como


se você esteve insinuando mais cedo.

— Não. Aqueles eram todas as incidências de exposição à


radiação. Nós todos sabemos que a radiação é um conhecido agente

~ 94 ~
cancerígeno. Assim, com base na exposição, eles podem aprender
muito. No entanto, é claro, o CDC também está à procura de metástase
de etiologia desconhecida.

— Ha! Como alguns medicamentos em falta a partir de nossas


clínicas poderia causar isso.

A expressão de Val escureceu. — Bem, Vikki, aí é como começa:


alguns medicamentos de uma clínica, alguns de outra. Tudo isso
aumenta. De repente, as coisas estão acontecendo sem justa causa. As
pessoas estão perdendo seus cabelos e adoecendo. Pense nisso: um
pouco de Cytoxan em forma de pó distribuído através de um sistema de
climatização em um edifício de casas e um lugar onde emprega milhares
de pessoas poderiam fazer uma marca real para uma organização
terrorista.

— Seria realmente assim tão fácil?

— Não. Algo como isso poderia causar resíduos. Os autores


seriam pegos ou acabariam se matando. Onde isso iria funcionar
melhor e ser menos propenso a causar bandeiras vermelhas é em uma
escala menor. Para assassino medíocre, isso poderia funcionar
bem. Isso faz com que um assassinato pegue interesse.

— Deus, Val, esta é uma merda pesada. Talvez você deva decidir
escrever um romance policial?

— É pesado. É por isso que existem tantas formas para preencher


e aros para verificar.

Eu balancei minha cabeça. — Sinto muito incomodá-la com o


meu álibi. Eu sei que você tem preocupações maiores.

Um sorriso sincero veio aos seus lábios. — Honestamente, Vik, eu


estou lá para você a qualquer hora. Eu sei que Stewart não é o amor de
sua vida. Também sei que você fez tudo o que você pode fazer para fazer
ele melhor. Eu não quero preocupá-la com a merda das clínicas todos
os dias.

— Mas, — eu perguntei, — se você fosse começar clínicas norte-


americanas, haveria ainda muito exame minucioso?

Ela balançou a cabeça. — Não... e sim. Não importa onde a clínica


está localizada, tudo precisa ser contabilizado. No entanto, há uma
quantidade normal, aceitável de desgaste natural. Quero dizer, merda
acontece. As soluções são misturadas de forma incorretas e frascos são
descartados. Claro, tudo deve ser documentado, mas às vezes as

~ 95 ~
enfermeiras ficam sobrecarregadas e as coisas acontecem. Isso tudo é
levado em consideração durante as auditorias. — ela estendeu a mão e
agarrou meu joelho. — Além disso, não importa. Eu não tive tempo para
montar a proposta para as clínicas norte-americanas ainda.

— Querida, eu gosto dessa ideia muito mais do que ter você por aí
em todo o mundo. Quero dizer, se os grupos terroristas estão
procurando essas drogas, eu não gosto da ideia de você viajando com
eles. — mudando de assunto, eu levantei e caminhei para a prateleira
de fotos de Val. Eu levantei a imagem no meio; era uma fotografia de
nós duas, tirada durante meu último ano do ensino médio. Nós duas
parecíamos tão jovens, tão inocentes. Havia também fotos de Marcus e
Lyle e uma de nossa mãe e Randall. Isso me lembrou de algo. —
Adivinha quem está tentando entrar em contato comigo?

Val olhou para baixo. — Eu sei. Ela me ligou também.

Girei. — Por quê? Por que diabos ela estaria te incomodando?

— Porque ela não pode chegar até você. Ela me pediu para pedir
para você ligar para ela.

Eu belisquei a ponte do meu nariz. — Você sabe o que ela quer?

— Não, — Val respondeu secamente. — Eu posso adivinhar.

— Diga que ela não pediu dinheiro.

— Ela não pediu. Bem, não desde quando você a colocou para
fora e explicou a diferença entre o meu trabalho como médica e o de
Randall.

— Ótimo, — eu disse o assunto com naturalidade.

— Eu acredito que isso tem a ver com dinheiro para a educação


do Marcus. — Val ofereceu. — Ela está muito animada que ele está
frequentando a Universidade de Miami. É muito difícil entrar.

— Eu sei, — eu disse secamente.

— Sim, eu sei. Você foi aceita lá também. Bem, eu estou supondo


que as ligações constantes dela têm a ver com a taxa de matrícula. O
segundo semestre irá vencer em breve. Mãe acabou com o dinheiro do
seguro de vida de Randall bastante rápido.

Eu balancei minha cabeça. — Que tipo de mãe acaba com milhões


de dólares, quando ela tem dois filhos que precisam de uma educação?

~ 96 ~
Val deu de ombros. — Eu estou arriscando aqui, mas eu diria que
quem tem uma filha que poderia comprar a universidade se ela
quisesse.

— Porra, — eu murmurei sob a minha respiração. Por mais que


eu não queria salvar sua bunda magra, eu também não queria que
Marcus ou Lyle sofressem. Quero dizer, caramba, ele foi aceito pelo seu
próprio mérito.

Minha mãe me culpou pela morte precoce de seu segundo


marido. Outro corpo na minha contagem, como ela de forma tão
eloquente me disse no funeral. Eu tinha sido a única a recusar o pedido
de Randall por dinheiro. Não foi o suficiente eu vender o meu corpo e
alma para eles uma vez. Ele teve a audácia de cair na mesma
armadilha: mais de um milhão em dívida para um apostador
profissional.

Stewart deixou a escolha para mim. Tudo o que eu precisava fazer


era dizer sim e a dívida de Randall teria sido paga. Mas, caramba! Eu
tinha feito isso uma vez, assim como garantir a educação da Val. E que
agradecimento que eu recebi? Marilyn e Randall bancaram os pais
perfeitos fingindo serem os únicos a ajudar sua filha através da escola
de medicina.

Então, quando confrontada com a decisão de novo, eu decidi ser a


única a fazer a aposta. Afinal, talvez fosse hora de que eu fosse a única
a desfrutar da alegria de jogos de azar. Além disso, havia uma parte de
mim que duvidava que a incapacidade de pagar uma dívida realmente
resultaria em uma morte. Este não era o Wild West, era?

Dois dias depois de eu ter colocado a aposta, eu perdi. O carro de


Randall bateu. O inquérito revelou um mau funcionamento do
acelerador, o que permitiu a minha mãe receber o dinheiro do seguro de
vida. Uma parcela significativa foi para pagar a dívida de Randall; no
entanto, ainda a deixou com mais do que suficiente para poupar e
investir.

Marilyn Sound e eu só temos nos falado ocasionalmente desde o


funeral de Randall; no entanto, de acordo com Lisa e agora Val, ela
ainda sentia o direito de se aproximar de mim pelo dinheiro. Tenho
certeza que se você perguntasse a ela, ela diria que ela tinha direito.

Parando esses pensamentos, eu olhei para o meu relógio. — Eu


preciso chegar em casa antes de Stewart acordar. Ele não foi agradável
esta manhã.

~ 97 ~
Sua expressão suavizou. — Muitos pacientes, Vikki, eu assisti ir
pelo mesmo caminho que Stewart. Seu diagnóstico foi especialmente
difícil para ele. É compreensível. Estatisticamente, ele é muito jovem
para o tipo agressivo de câncer que ele tem. Tenho certeza de que isso
tem sido ainda mais difícil para ele. Ele é um homem que estava
acostumado a conseguir o que queria; no entanto, nem o dinheiro nem
o poder poderia salvá-lo.

— O que eu aprendi na minha prática é que, com um diagnóstico


como o Stewart, ele não apenas tinha que chegar a termos com a
morte. Ele também teve de enfrentar a perda de controle. Não importa
se alguém é uma avó de setenta anos de idade, ou tem cinquenta anos,
ou é o CEO da Harrington Spas e Suites - é difícil.

— Não é incomum para os pacientes em sua posição tentar


exercer o controle de qualquer forma que puderem. Tenho certeza de
que as coisas como ele querendo saber o seu paradeiro é irritante. Mas
agora, é tudo que ele tem.

Eu permaneci estoica. Não havia nenhuma maneira que eu


poderia deixá-la saber as maneiras que ele gostava de exercer o seu
controle.

— De muitas maneiras, — ela continuou, — O que aconteceu com


Randall foi mais humano do que o que está acontecendo com Stewart.

Karma.

Quando eu não respondi, ela pegou minha mão e continuou, —


Eu também assisti os cônjuges dos pacientes. Sei que isso é difícil para
você. Eu gostaria que você considerasse o aconselhamento. Mágoa e
aconselhamento de luto não precisam esperar até que ele esteja
morto. Você merece apoio.

Me inclinei, deu a ela um abraço e disse: — Eu sei que você está


ocupada, mas eu amo ficar juntas. Esperançosamente nós podemos
fazer novamente, apenas nós duas, antes de você ir. Me deixe saber
sobre sua agenda, e nós vamos trabalhar em algo.

— Claro, qualquer coisa, mana. Não se preocupe com qualquer


uma das coisas da fundação. Eu tenho todos os medicamentos
manipulados.

Eu sorri, balançando a cabeça quando recordei uma conversa


semelhante há alguns anos atrás, que se revelou muito útil.

~ 98 ~
— Val, — eu perguntei, — o que são esses granulados e para que
eles são utilizados? Quero dizer, por que você tem granulados radioativos
em primeiro lugar?

— Eles estão implantados em tumores cancerígenos, geralmente


não permanentemente. No entanto, quando implantado, a sua radiação
mata as células cancerosas.

— Eles podem causar danos às células saudáveis?

Ela encolheu os ombros. — Quando existe multiplicação de células


mortas, essa é a nossa prioridade número um.

— E se não houvesse?

Sua testa franziu. — Então você não iria implantá-los. Sério, a


exposição a esse nível de radiação pode resultar na mutação de células
saudáveis. Seria apenas como Chernobyl em escala individual.

Val tocou meu ombro. — Vik, pense sobre isso.

Meus olhos se arregalaram. — Pensar sobre o que?

— O aconselhamento. Está tudo bem sobre isso. Você é muito


jovem para estar passando por isso. Enfrentando a morte de seu esposo
é difícil. É por isso que eles têm conselheiros. Às vezes ajuda falar com
alguém que não é tão próximo de você.

Eu balancei minha cabeça. O que eu precisava era dele morto. —


Me ligue. Da próxima vez vamos falar sobre algo um pouco menos
mórbido.

— Ei, eu não uso estas drogas para fins mórbidos. Eu uso para o
bem. Lembre-se disso.

Eu dei a ela um último abraço. — Oh, eu sei.

~ 99 ~
CAPÍTULO NOVE
Presente
A contragosto, eu varri a tela do meu telefone. Embora eu tenha
me recusado a reconhecer as vibrações enquanto estava com Val, eu
não pude deixar de notar o celular vibrando de novo vindo na minha
bolsa. O ícone para mensagens de texto praticamente pulou para fora
da tela com o número oito piscando descontroladamente. Oito fodidas
mensagens. Eu tinha saído de casa por menos de duas horas. Continuei
lendo: duas eram da minha mãe, duas eram de Brody, um era da
Harrington Society Clinic e três eram de Travis.

Tocar no número de Travis era como arrancar um Band-Aid. Se


eu fizesse isso rápido, eu poderia acabar com isso e seguir em frente
para coisas melhores. Um sorriso de lábios fechados veio para o meu
rosto. Minha mãe não ficaria contente em saber que eu a considerava um
mal melhor?

Mensagem 01: Sr. Harrington gostaria de lembrar que ele


espera você em casa após a conclusão da sua visita com sua irmã.

Sério? Minha mandíbula apertou. Desde a primeira vez que eu


conheci Travis, ele me esfregou o caminho errado.

Mensagem 02: Sr. Harrington acordou e quer você em casa


agora.

De jeito nenhum Stewart estava acordado. Eu assisti os


medicamentos sendo injetados em sua IV pela enfermeira depois de eu
ter assegurado a elas que era o que ele queria. Porque mais do que eu
queria parecia irrelevante.

Eu não tinha certeza que tipo de poder Travis achou que ele
estava pressionando, mas eu não tinha planos de participar. Eu já tinha
sido sugada para um conjunto de jogos fodidos. Minha quota tinha sido
preenchida. Cada pensamento do braço-direito de Stewart fez meu
sangue ferver, assim como meu estômago apertar. Não era nenhum
segredo que eu detestava tudo sobre Travis: muito sinceramente, o
sentimento continua a ser mútuo. Foi durante o período de treinamento

~ 100 ~
no armazém de Stewart que ele finalmente colocou as cartas na
mesa. Os olhares e os sorrisos que ele tinha me dado durante o primeiro
ano do meu casamento finalmente fez sentido a primeira e única vez
que fui confrontada com ele como um amigo. Bem, não confrontada. Eu
estava com os olhos vendados. Eu não tinha certeza de como qualquer
um deles pensou que eu não iria reconhecer o homem que, ao longo do
último ano da minha vida, passou cada hora de vigília a meras
polegadas do meu marido.

Embora eu tenha lidado com a situação completamente errado,


eu aprendi com ele. Aprendi também que em algumas maneiras eu
ainda poderia influenciar o meu marido.

Acomodando-se no assento de couro do meu carro, pensei: se


aquele idiota foi estúpido o suficiente de pensar que eu o manteria
contratado após Stewart morrer, ele era mais burro do que
parecia. Tinha sido quase nove anos desde que o braço direito de
Stewart colocou seu pau perto de mim, mas sempre que eu via seu
olhar de desdém pelo canto do meu olho, meu estômago
embrulhava. Me lembrei desse dia como se fosse ontem. Lembrei com a
clareza da primeira vez.

— Este é o grande teste, Tori. Nós não queremos que você


decepcione os nossos amigos. Eles estão todos ansiosos para te conhecer.

Minhas mãos tremiam nas dele. O tom com que Stewart falava era
como se ele estivesse me pedindo para organizar um jantar, não me
colocar em exposição para estranhos - ou pior, para os homens que eu
conhecia. Desde que ele me trouxe para o armazém, eu sabia que esse
dia estava chegando. Ele colocou isso sobre a linha, sem margem para
discussão. Este era o seu desejo, sua fantasia e a razão pela qual ele
tinha me escolhido para fazer sua esposa. Isso era o que eu tinha
concordado em fazer quando eu assinei o contrato.

Eu poderia escolher ir embora. Ele me disse isso também. Eu


poderia aceitar a cláusula do contrato que anulava o nosso acordo:
anulava nosso casamento e me libertava desse inferno. Mas a que custo?

Stewart tinha feito tudo o que ele tinha dito. Ele tinha cumprido as
suas promessas: a dívida do Randall foi paga. A vida do meu padrasto
ingrato foi poupada. Minha mãe foi capaz de manter sua fachada de
perfeição, enquanto era capaz de se vangloriar sobre sua filha e novo
genro. Ele forneceu todo o luxo que uma mulher poderia imaginar. Nunca
questionou minhas despesas ou em qualquer lugar que eu escolhi gastar
o dinheiro.

~ 101 ~
Eu me preparei contra minhas emoções enquanto tirava lentamente
as minhas roupas, colocando a venda nos meus olhos e os auscultadores
sobre meus ouvidos. Com cada iminente segundo, eu sabia que eu
estaria disposta a desistir de tudo. Eu não dava a mínima para o
dinheiro. Randall poderia fazer seu próprio caminho no mundo assim
como o status social de minha mãe, eu não dava a mínima. O que
manteve minhas mãos na cabeceira da cama, segurando firmemente os
eixos de ferro forjado, foi a constatação de que Val não seria capaz de
cursar a Universidade Johns Hopkins.

Ela trabalhou duro para fazer suas notas na escola. Johns Hopkins
era um dos melhores programas de medicina no país. Foi prestigiada
apenas uma taxa de aceitação de dezessete por cento. Só as
mensalidades eram quase cinquenta mil dólares por ano. Apesar da
postura que Randall e Marilyn mantiveram, eles nunca pagaram sua taxa
de matrícula, para não mencionar o seu quarto e despesas pessoais.

Não era que Val não fosse uma trabalhadora dura: ela era. No
entanto, não é justo oferecer oportunidade e pegar de volta? Isso era o
que aconteceria se eu decidisse exercer o meu direito de sair. Enquanto
eu jogasse o jogo de Stewart, eu poderia sustentar a minha irmã e
qualquer outra coisa que meu coração desejasse.

Sua voz veio através dos auscultadores. — Como já discutimos


antes, eu poderia amarrar suas mãos, mas se eu fizer isso, eu iria tirar a
sua liberdade de escolha. Acene se você entende.

Me recusei a deixá-lo saber o quanto isso me dava nojo. Então


convoquei toda a minha força, meu pescoço esticado e acenei com a
cabeça.

— Boa garota. Mantenha-se focada em mim. Eu estarei bem aqui


com você. Você pode me ouvir bem?

Eu balancei a cabeça.

Claro que eu poderia ouvi-lo, porra. Nós tínhamos jogado este jogo
sozinhos, apenas nós dois, por meses.

— Lembre-se, não fale. Você pode fazer sons - eu adoraria ouvir


seus sons - mas sem palavras. Acene se você entende.

Eu balancei a cabeça.

— Hoje você vai se encontrar com nosso primeiro amigo.

~ 102 ~
Minhas pernas tremeram, doendo para fechar e me cobrir. A
maneira que Stewart tinha colocado elas eram ligeiramente dobradas
com os joelhos para os lados. Eu estava completamente exposta.

— Não se mexa, Tori. Quero que o nosso amigo possa te ver,


apreciar o quão sexy essa buceta é. Eu quero que ele veja esses seios
gostosos. Tenho certeza que ele vai gostar de voltar, assim como os
outros, tanto quanto eu.

Fechei os olhos e tentei sem sucesso abafar sua voz.

Ele continuou: — Eu prometi a você preservativos durante a


penetração e isso vai ser sempre utilizado. Eu estou aqui para você,
querida. No entanto, não se surpreenda se alguns dos nossos amigos
tirá-los para gozar em seus peitos lindos ou sua bunda perfeita; outros
podem querer que você chupe. Lembre-se de ser uma boa menina e
engula. — suas palavras eram um insulto e me deixaram me sentindo
humilhada, enquanto seu tom de voz era abafado e encorajador. Era um
jogo cruel.

Meus braços doíam antes que nosso amigo tivesse feito sua
presença conhecida. E, apesar da temperatura arrefecida do armazém,
as palmas das mãos suadas fazia difícil continuar segurando as barras.

— Não solte as barras da cabeceira da cama. Você não tem


permissão para tocar os nossos amigos a menos que eu lhe diga o que
fazer. Não há nenhum sentido em sua tentativa de descobrir quem eles
são. Isto faz este jogo muito mais divertido dessa forma, você não
concorda?

Eu não acenei com a cabeça. Eu não concordo. Não havia nada


divertido sobre nada disso.

Eu não sei se o amigo falou. Eu não podia ouvi-lo. Ele fez sua
presença conhecida pelo toque. Eu engasguei quando o senti,
imediatamente sabendo que não era Stewart. Não havia nada
remotamente compassivo na forma como esta mão áspera apertou meu
peito, beliscou meu mamilo e puxou com força. Apesar de tudo que
Stewart disso, eu vacilei para longe.

— Está tudo bem, baby, — a voz de Stewart tentou me acalmar.

Minhas pernas se fecharam enquanto a minha pele formigava em


desgosto. Por um tempo eu não ouvi nada, só a música. Tudo que eu
podia imaginar era que os dois estavam discutindo o que este amigo iria
fazer.

~ 103 ~
Finalmente, a voz de Stewart veio através dos fones de ouvido. —
Vamos, Tori, eu sei que você pode fazer isso por mim. Não deixe nosso
amigo louco. Você não quer ser punida.

Os cabelos na parte de trás do meu pescoço se eriçaram. Não havia


nenhuma maneira do caralho... e então eu sabia. Eu não sei como eu
soube, mas eu sabia. Seu hálito quente estava perto do meu pescoço, e o
mesmo sentimento doentio que eu tinha desde a primeira vez que
encontrei Travis tomou conta de mim.

Embora eu estivesse às cegas, eu reagi por instinto. Meu joelho


subiu. No mesmo momento eu soltei a barra cabeceira da cama, inclinei e
afundei os dentes em que estava na minha frente. Eu senti a cama se
mexer. Rasgando a venda e fones de ouvido da minha cabeça, o quarto
com a luz acesa e som momentaneamente me cegou enquanto o mundo
girava.

Não foi apenas o assalto aos meus sentidos que fez tudo girar. Era
a parte de trás da mão de Travis, quando ele atingiu a minha bochecha
direita.

— Cadela estúpida! — ele gritou, examinando seu ombro


sangrando e suas bolas feridas. — Você chutou e me mordeu, porra!

Eu era uma maldita gata com as garras estendidas. Sem pensar,


eu pulei da cama. Eu não dava a mínima para o brilho cheio de raiva que
eu vi nos olhos de Travis. Ignorando minha bochecha latejante, eu cocei a
pele exposta.

— Saia de perto de mim. De jeito nenhu-

Stewart pegou meus ombros, me afastou de Travis, e gritou: —


Pare!

Sua voz era mais dura e mais exigente do que eu já ouvi. Antes
desse momento, eu talvez tivesse pensado que eu tinha visto meu marido
irritado. Eu estava errada. Nada era comparado com o que eu vi e ouvi
agora. Suas mãos tremiam enquanto seu rosto ficava vermelho de
raiva. Sabendo que eu estava em desvantagem, eu me preparei para sua
promessa de punição, fechei os olhos e esperei. Meu castigo nunca veio.

Meu marido se virou para Travis. Sua voz era forte, sem vacilar
sobre este monstro. Ele cuspiu com cada palavra. — Que porra você acha
que está fazendo?

~ 104 ~
— A cadela mordeu! Ela me chutou nas minhas malditas bolas. —
o sangue escorria de suas feridas enquanto seu corpo também sacudia
com raiva. — Que porra você acha que eu estou fazendo?

Stewart deu um passo em direção a ele. Enquanto sua proximidade


diminuía, o corpo do Travis encolheu. — Não se atreva a colocar a mão na
minha esposa novamente. Como você se atreve a achar que poderia bater
nela? Você é um idiota. Você sabe como isso é. Se você está pensando em
estar comigo mais um dia, você vai reconhecer que você acabou de ter
sua única chance e você estragou tudo. — seu dedo empurrou o peito nu
de Travis. — Você estragou tudo, porra!

Quando Travis não conseguiu responder, eu olhei de volta para o


segurança de Stewart e disse: — Sr. Harrington disse que você estragou
tudo. Acene se você entendeu.

O braço do Stewart saiu para parar Travis de avançar. — Dê o fora


daqui. Temos o nosso próprio carro. Vá. Você e eu vamos discutir isso
mais tarde.

— Você não vai conseguir deixar ela pronta em uma semana-

— Cale a boca, ou eu vou ser a próxima pessoa a bater em alguém


e você vai ser esse alguém. — a voz de Stewart baixou uma oitava. —
Saia agora. Não me faça dizer isso outra vez.

Com um último olhar em minha direção, Travis se virou e foi


embora. Stewart se endireitou e esperou até que Travis estava no
banheiro antes que ele exalasse e se virasse para mim. Sua expressão se
suavizou quando ele passou o dedo sobre a minha bochecha já
sobressaltada. — Nós precisamos pegar um pouco de gelo. Baby, eu sinto
muito. Isso nunca vai acontecer de novo.

Tensão escoou dos meus músculos quando eu caí contra seu peito.

— Tori, eu nunca deveria ter permitido Travis... eu pensei que esse


era um teste seguro, mas eu não sou um idiota. Eu vi como ele olhou para
você desde o primeiro dia em que ele te trouxe para a cobertura. Eu
prometo que eu nunca vou permitir que ninguém te trate assim
novamente, nunca mais.

Eu olhei para seu rosto e tentei ler seus pensamentos. — Mas você
vai deixar que os outros me fodem, ainda, depois disto?

Ele acariciou o meu cabelo. — Você não vê? É tanto para mim
quanto para eles. Eu vou estar aqui e observá-los com você. Eu quero que
você goze. — ele mais uma vez tocou minha bochecha. — Eu não quero

~ 105 ~
isso, nunca. — ele olhou de volta em meus olhos. — Trata-se de prazer:
dos nossos amigos, o seu, e o meu.

— Eu não quero prazer com ninguém, exceto você.

— Eu estarei aqui. Eu sempre estarei aqui. Você pode saber que


quando alguém estiver transando com você e você está prestes a gozar,
assim como eu vou estar uma vez que foderem você, você pode ter a mim,
porque é isso que boas esposas fazem. Isso, minha querida, é o que você
concordou em fazer. Eu nunca quis que ninguém te machucasse.

Eu estava tão alta quanto pude, com os pés descalços e nus. —


Você não acha que essa coisa toda me machuca?

— Não, — respondeu ele. — Quero ver o seu prazer. A única dor


que você vai aguentar é o estímulo para algo mais agradável. — ele se
inclinou e me beijou. — Sra. Harrington, você tem a minha palavra.

— Demita ele, — eu disse, quando os nossos lábios se separam.

A expressão de Stewart estava em branco.

— Eu disse: demita-o. Mande Travis embora esta noite para que eu


nunca precise vê-lo novamente.

Stewart me puxou contra seu peito. — Querida, Travis esteve


comigo há anos. Eu preciso dele tanto quanto ele precisa de mim. Ele
sabe muito sobre mim. — ele fez um gesto em direção à cama. — Você
não quer que ele diga ao mundo sobre isso.

— Eu não quero que ninguém faça isso-

O dedo de Stewart cobriu meus lábios. — Pare. Eu não estou


demitindo Travis, mas você tem a minha palavra que ele nunca vai ser
uma ameaça, e, assim como os outros, sei que haverá outros. Isto... — ele
fez um gesto em direção à cama. — Acontecerá. Portanto, a menos que
você planeja invocar a sua capacidade de andar para longe deste
casamento, essa conversa está terminada.

Quando eu não respondi, Stewart perguntou: — O que


aconteceu? Eu pensei que você estava pronta.

Eu queria dizer que eu nunca estaria pronta; em vez disso, eu dei


de ombros. — Eu sabia que era ele. A maneira como ele olhou para mim
durante o último ano me deu arrepios. Eu só sabia que era ele, e eu não
podia suportar a ideia dele me tocando. E ele estava sendo bruto. Você
nunca é...

~ 106 ~
Stewart capturou meus lábios com os seus - beijando, acariciando,
e me acalmando. — Eu não quero ser. Eu não gosto disso. É por isso eu
preciso saber que você está fazendo isso por vontade própria, para me
fazer feliz.

Era uma maldita mentira. Minhas emoções não poderiam se


conter. Eu detestava sua existência, mas ele era meu salvador. O que
teria acontecido se ele não tivesse intervindo? O que Travis teria
feito? Olhando o sangue sob as unhas, eu sabia que o que quer que
fosse, eu não teria tomado de ânimo leve.

O toque do meu telefone me trouxe de volta ao presente. Eu ainda


estava no meu carro, sentada na garagem, zoneada em lembranças
pútridas e disposta a descerrar as minhas garras. Respirando fundo, eu
vi o número: HARRINGTON CLINIC.

Eu liguei o carro e respirei o ar fresco das aberturas. Após o


terceiro toque, eu atendi, — Olá.

— Sra. Harrington?

— Sim, — respondi, mais cortante do que o necessário.

— Senhora, me desculpe incomodá-la, mas o Dr. Conway


apresentou um manifesto e sem a sua assinatura ou a da Sra. Keene,
não podemos liberar as drogas.

— Eu sou o segundo nome nessa lista por um motivo. Eu tenho


alguns outros-

— Minha senhora, eu sinto muito. Eu sei que você está ocupada


com o Sr. Harrington. É que a senhora Keene está fora da cidade com o
senador. Eu tenho medo de que se nós esperamos seu retorno...

— Eu estarei aí em 25 minutos.

— Obrigado, senhora.

Desliguei a chamada, sem reconhecer a sua gratidão e guiei meu


carro no tráfego. Focalizando os carros sobre mim, eu suspirei no dever
inesperado. Sinceramente, eu congratulei a distração da minha vida e
memórias. Eu não sabia o que trouxe de volta a memória especial com
tal vigor, mas pelo olhar no meu reflexo, você pensaria que eu tinha
acabado de experimentar tudo de novo. Refazendo meu batom e
cobrindo meus olhos com óculos de sol, me endireitei meu pescoço e
ombros. Eu era a Sra. Harrington, Sra. Stewart Harrington. Eu poderia
fazer isso, porra.

~ 107 ~
Como o meu monólogo interno trabalhando para me convencer,
meu telefone tocou de novo.

O nome na tela pequena lia: BRODY PHILLIPS. Respirando fundo,


eu bati o botão de aceitar. — Olá.

Escutei quando sua voz veio através dos alto-falantes do carro. —


Qual o problema? Você está bem?

Olhei para as mãos segurando o volante com muita força. —


Estou bem. Eu estive com Valerie. Você descobriu alguma coisa?

— Sim, mas não sobre o contrato.

Esperei. Finalmente falando, — Brody, eu tenho muita coisa


acontecendo. Não me dê pistas. Que diabos você achou?

— Vik, eu quero sentar com você e falar sobre isso.

Meu telefone tocou com outra mensagem de texto. Desta vez


STEWART piscou na tela no painel de instrumentos. — Eu não
posso. Não hoje. Eu preciso ir até a recepção da Clínica Harrington e
assinar algumas coisas para que Val tenha as coisas que ela precisa p
levar para Uganda e então eu tenho que ir para casa.

O tom de Brody abaixou. — Isto é sério. Eu estou preocupado que


isso vai te incomodar. Eu quero estar com você quando você ouvir os
detalhes.

Eu direcionei meu carro para a instalação de distribuição. —


Brody, se é algo que eu preciso saber, me diga.

— Podemos marcar para amanhã?

Eu balancei minha cabeça. Tudo bem, eu tinha que fazer isso


funcionar, de alguma forma. — Certo. Eu posso te encontrar na hora do
almoço? Você trabalha para o meu marido: ele está doente. Pode ser o
almoço?

— Não, Vik. Não em público. Não com o que eu preciso te


dizer. Vou pegar um quarto no Viceroy. Diga para Stewart que você está
em reunião com para o almoço. Eu mando mensagem para você com o
número do quarto. Você não precisará de uma chave. Eu estarei
esperando.

— Jesus, Brody. Você está me forçando. Se não é sobre o


contrato, o que se trata?

~ 108 ~
— A vontade do Stewart, Vik. Ele elaborou uma alteração à sua
vontade. Ele acrescentou uma cláusula de herança.

— Que porra é essa? Isso tudo é sobre a vontade da herança?

— Isto não é sobre dinheiro ou até mesmo imóvel. Você começa


tudo isso. Isso é algo de novo sobre herança e legados específicos.

Eu lutava para me concentrar no tráfego de fim de tarde enquanto


eu processava as palavras de Brody. — Eu não entendo, — eu admiti. —
Se não é sobre dinheiro ou a propriedade, sobre o que é?

— Direito de propriedade do seu contrato.

O ar deixou o carro enquanto eu tentava recuperar o fôlego.

~ 109 ~
CAPÍTULO DEZ
Dez anos antes
Caminhando de volta para o quarto, minha mente passou para a
cena na varanda com Stewart. Oh meu Deus! Será que eu realmente
permiti que ele me fodesse com os dedos? Eu realmente tinha pedido a
ele para fazer isso? Que diabos havia de errado comigo? Eu ainda não
tinha conhecido esse homem durante vinte e quatro horas e eu o
convidei para colocar os dedos dentro de mim! Eu estava honestamente
considerando me casar com ele?

Eu pensei de volta para a tarde. Stewart tinha dito que seu pau
não iria entrar em mim até que eu pedisse - até eu implorar. Quando ele
disse isso, eu pensei que ele era um imbecil narcisista. Mas depois do
que aconteceu, eu não tinha certeza.

Esses pensamentos e mais dançaram pela minha cabeça


enquanto eu lutava para encontrar o sono. Olhando para o meu
telefone, eu queria chamar Val e pedir conselhos. Talvez eu precisasse
do comportamento calmo e positivo dela. Será que ela realmente seria
capaz de olhar para esta situação e ver o positivo ou ela iria me dizer
que eu era louca e me mandaria fugir tão rápido quanto eu poderia?

A batida na porta me trouxe de volta à consciência. Abrindo os


olhos, percebi que, apesar de toda a minha inquietação, eu finalmente
adormeci e já era de manhã. Pânico me surpreendeu quando eu pulei
para o meu telefone. Oh meu Deus, que horas? Depois de ficar até tarde
com Stewart, eu dormi demais? Antes que eu pudesse ver o horário, a
batida veio novamente.

— Srta. Conway, — Lisa chamou de trás da porta.

Os números ficaram à vista: 05h30. Com um suspiro de alívio, eu


respondi, — Entre.

— Sinto muito incomodá-la tão cedo. Eu sei que o Sr. Harrington


disse que você tem até 07h30, mas ele estava esperando que você
tomasse café da manhã com ele em seu escritório e discutisse
quaisquer questões ou preocupações que possa ter. A resposta final

~ 110 ~
deve ser feita as sete e meia para que você possa ser levada para a
escola se a sua resposta for não.

Exalei, garantindo as mãos em torno de meu colo. — Obrigada. Eu


estarei lá assim que eu me vestir.

Apontando para o closet, Lisa disse: — Há alguns jeans e


camisetas, bem como roupa íntima e sutiãs no armário. Eu acredito que
eles devem se do seu tamanho. Há também sapatos mais
confortáveis. Eu não acho que você iria querer usar o vestido preto e
saltos para ir para a escola.

— Lisa?

Ela arregalou os olhos.

— Eu não posso acreditar que eu estou considerando isso.

Seus lábios franziram e o brilho voltou para seus olhos quando


ela deu um passo em direção à cama. — Você está? Depois que eu falei
com você ontem à noite tive a sensação...

Eu levantei minha cabeça. — Você contou ao Sr. Harrington sobre


a nossa conversa? Disse que eu tinha perguntas?

— Não na noite passada. Era tarde. Eu fui para a cama. No


entanto, eu posso dizer esta manhã que nós conversamos. — quando eu
não respondi, ela prosseguiu. — Ele me perguntou que horas nós
conversamos. Então, ele me pediu para ter certeza que você estava
acordada e pediu para você se juntar a ele em seu escritório. — ela se
sentou na beira da cama e deu um tapinha na minha perna coberta de
cobertor. — Minha lealdade é para com esta casa. Agora isso significa o
Sr. Harrington, mas se o futuro contém uma Sra. Harrington, tenha a
certeza de que eu vou ser fiel a ela também. — com uma piscadela, ela
acrescentou: — Talvez eu já seja. Agora eu vou deixar você ficar pronta,
a menos que você precise da minha ajuda.

Sorrindo, eu respondi: — Não, obrigada. Eu estarei ao escritório


dele logo que eu puder.

Derrubando minha cabeça para trás, eu ouvi quando a porta se


fechou e tentei me concentrar em minhas perguntas sobre o seu
contrato. Enquanto cláusulas e adendos deveriam ser prioridades,
lembranças de suas mãos, palavras e hálito quente encheu meus
pensamentos. Antes que eu percebesse o que eu estava fazendo, minha
mão serpenteou abaixo dos cobertores e massageou meu clitóris muito
sensível.

~ 111 ~
Eu nunca tinha passado muito tempo me masturbando. Era
difícil quando você compartilhava um quarto; no entanto, quando eu
tinha, era mais de uma maneira de aliviar o stress do que uma maneira
de encontrar prazer. Eu tinha sido honesta quando eu disse a Stewart
que eu não sabia se eu tinha tido um orgasmo. O alívio que senti
quando os meus dedos esfregaram meu clitóris era nada como a onda
avassaladora que me atingiu na noite passada. Eu não poderia evitar
me perguntar: se os dedos foram tão bons, seu pau seria ainda
melhor? Quão grande ele era? Minha mão se moveu mais rápido
enquanto eu imaginava as possibilidades. Com a tensão, lembrei por
que eu estava na cobertura de luxo e este enorme quarto
opulento. Lembrei por que minha vida estava prestes a ser vendida e
quem foi o responsável. Minha mão parou. Auto prazer não era o
suficiente no mundo para me fazer gozar ao pensar sobre meus
pais. Em última análise, isso foi tudo culpa de Randall. Ele era o único
com problemas financeiros. Ele era o único que me mencionou a
Stewart. Se ele não tivesse feito isso, Stewart Harrington nem sequer
saberia o meu nome e eu estaria dormindo no meu dormitório ou
estudando para o exame de biologia avançada. Não importa quão bem
eu me senti na varanda ontem à noite, nada que Randall faria era
pensando em mim. Nada.

Eu continuamente me lembrei disso enquanto eu tomava banho,


sequei o cabelo marrom longo e dobrei em um coque bagunçado na
parte de trás da minha cabeça. Embora os armários do banheiro
continha todos os tipos de cosméticos, optei por um pouco de rímel e
brilho labial. Raramente eu usava mais do que isso. Bem, eu tinha
usado mais ontem, mas isso era diferente. Hoje eu parecia mais eu:
uma jovem de dezoito anos de idade, prestes a terminar o ensino médio.

As roupas que Lisa mencionou se ajustaram perfeitamente. Os


jeans abraçavam meus quadris firmemente, assim como a camiseta
vermelha perfeita que mostrava apenas a quantidade certa de decote:
não muito para ser sacana, mas não muito pouco para ser puritana.

Pela expressão no rosto de Stewart quando entrei em seu


escritório e ele olhou a partir do Wall Street Journal, eu sabia que eu
tinha feito bem. Ele parecia diferente do que ele estava ontem
também. Hoje, ele não era tão casual, vestido em um terno cinza sob
medida com uma gravata azul-petróleo. A cor acentuou seus olhos azuis
que encontraram os meus e, em seguida, lentamente, sem vergonha
digitalizou meu corpo, para cima e para baixo. De pé, ele
cumprimentou: — Bom dia, senhorita Conway, — enquanto ele
arrastava uma cadeira.

~ 112 ~
Senhorita Conway? O que aconteceu com Tori?

Chamando o meu mais sincero sorriso, eu coloquei o tablet com


as minhas perguntas ao lado do meu lugar, na cadeira que ele ofereceu,
e respondi: — Bom dia, Sr. Harrington.

Só então, Lisa entrou no escritório com um prato coberto e pôs


diante de mim. Levantando a tampa, ela sorriu e disse: — Eu espero
que você coma ovos e bacon. — antes que eu pudesse responder, ela
perguntou: — O que você gostaria de beber?

— Hum, eu estou bem com água.

— Qual é, querida, nós temos muitas outras opções. Café, chá,


suco?

Seu carinho me fez sorrir. — Obrigada, suco de laranja seria


maravilhoso.

Depois que ela saiu, Stewart perguntou: — Então, você não é uma
bebedora de café ou chá?

— Na verdade, não. Eu bebo café às vezes quando eu estou


estudando até tarde. — eu olhei para o copo perto de seu prato. — Mas
você é um bebedor de café, eu vejo.

— Eu sou. — ele sorriu.

— O quê?

— Parece que estamos aprendendo mais e mais sobre um ao


outro.

Baixei os olhos para o meu prato. — Eu também não como


carne. Eu não me importo se outras pessoas fazem. Eu simplesmente
não como.

Ele estendeu a mão sobre a mesa e pegou o bacon e o depositou


no seu prato. — Nós não sabíamos. E sobre os ovos?

Levantando meu garfo, eu sorri. — Eu como ovos e ovos mexidos é


o meu favorito.

Stewart se inclinou para trás, me observando enquanto eu


comia. Na verdade, as poucas uvas que eu tinha comido na noite
passada suprimiu um pouco a fome. Com rubor enchendo meu rosto,
me lembrei do que tinha tomado a minha mente longe de alimentos.

~ 113 ~
Olhando para o meu tablet, Stewart disse: — Eu vou interpretar
seu esclarecimento como um bom sinal. Pelo menos isso significa que
você não está disposta a vir aqui e me dizer não.

Engolindo em seco, eu balancei minha cabeça. — Eu acredito que


é melhor explorar minhas opções.

Levantando a sobrancelha, ele respondeu: — Hmmm, eu gosto de


explorar bem.

Me mexendo um pouco no meu lugar, eu perguntei: — E se eu


dissesse que sim agora? O que aconteceria?

— Nós nos casaríamos na quinta-feira.

— Não, não é isso. O que aconteceria com Randall e Marilyn,


Marcus, Lyle e Val?

Stewart pigarreou. — Se você dissesse sim, você e eu iríamos sair


imediatamente daqui e ir para o escritório do meu advogado para
assinar o contrato. Precisamos de testemunhas e Parker quer passar
por cima de alguns pontos mais delicados com nós dois presentes.

— Parker? — perguntei, me sentindo muito intimidada. O


advogado em seu perfeito juízo iria redigir um acordo tão elaborado e
ainda se sentar e discutir isso?

— Parker Craven, de Craven e Knowles. Ele tem sido o meu


principal advogado por anos.

— Eu não sei. Algumas das coisas no contrato são bastante


pessoais. Quero dizer, explicita detalhes sobre coisas como...

— Sexo. — Stewart se ofereceu. — Sim, senhorita Conway. —


Novamente com senhorita Conway? — Se formos nos casar e você
partilhar o meu nome e dinheiro, eu espero sexo. Espero o uso do
controle da natalidade. Tenho muitas expectativas centradas na
maneira que eu quero as coisas. A partir da nossa experiência limitada,
não prevejo que qualquer coisa seja um problema; no entanto, se você
tivesse que decidir reter os meus desejos de mim, seria motivo para a
rescisão de nosso contrato. A única maneira de fazer isso legal é
soletrar.

— Mas eu não o conheço. Eu não quero discutir a minha vida


sexual com ele.

~ 114 ~
Stewart sorriu. — Você vai conhecê-lo. Embora seus pais
acreditem que eles vivem entre a elite de Miami, eles não estão nem
perto. Este é um mundo totalmente novo. Às vezes, haverá casos que
fazem você se sentir desconfortável. Quando isso acontece, me diga. Eu
vou fazer o que puder para ajudá-la. Neste caso, eu estarei lá com
você. No entanto, para fazer isso tudo legal, a conversa com Parker é
inevitável.

— Falando de meus pais, depois de assinar o contrato, se


o fizermos, o que acontece com Randall?

— Eu vou dar o sinal verde para a retirada de fundos. Travis


levará os fundos para onde eles precisam estar e a vida de Randall será
poupada.

— Você vai ligar para ele, deixar saber sobre a minha decisão?

Stewart estudou o meu rosto antes de responder. — Talvez você


prefira fazer essa ligação?

Minhas bochechas ficaram rosa novamente. — Eu ainda não


tomei uma decisão. No entanto, se eu disser que sim, eu acho que eu
gostaria de esperar até que ele me ligasse. Afinal, ele e minha mãe me
colocaram nesta situação e diferente de um pacote com roupas e uma
nota, eu ainda tenho que ouvir deles.

Ele balançou a cabeça em aprovação. — Porra, sexy e mal-


intencionada. Você, senhorita Conway, fica melhor a cada minuto. Essa
é a combinação perfeita para o sucesso no meu mundo.

— E se eu decidir não, eu também acredito que ele pode me ligar.

— Sim, você, minha querida, poderia fazer este


trabalho. Então, se... — ele enfatizou a palavra, — Você disser que sim,
eu estou supondo que eu não serei sobrecarregado com a presença de
sua mãe e padrasto?

Eu balancei minha cabeça. — Provavelmente seria a primeira vez


na minha vida que eles iriam querer ficar perto de mim. Portanto, de
jeito nenhum. Eles querem me vender para salvar suas bundas - esse é
o seu negócio. Mas se eles acham que eu vou recebê-los de braços
abertos para esta nova vida louca de luxo, eles são mais burros do que
eu imaginava.

Alcançando outro lado da mesa, Stewart segurou minha mão


quando sua expressão se transformou. Já não via o magnata dos
negócios em um terno de grife. Seu rosto suavizou, seus olhos se

~ 115 ~
arregalaram e ele se inclinou para mim. — Tori, eu decidi fazer uma
mudança em um arquivo.

Meu coração disparou e corpo ficou tenso enquanto eu aguardava


a sua explicação.

— Eu mudei de ideia. Se você optar por ir embora hoje, eu vou


dobrar o valor do cheque. Você tem razão: os seus pais te colocaram em
uma posição extremamente injusta. Cem mil dólares devem ajudar você
e sua irmã. Por uma questão de fato, se você mantiver sua palavra,
mantiver o seu silêncio sobre o que ocorreu aqui ontem e hoje e você
precisar de mais dinheiro, não hesite em procurar. Vou te dar meu
número de celular particular.

A excitação imediata sobre o aumento do dinheiro se desvaneceu


rapidamente. — É-é isso que você quer que eu faça? Você quer que eu
saia? É por isso que você continua me chamando de senhorita Conway?

Ele exalou, se inclinou para trás e retomou seu tom


profissional. — Eu estou te chamando por seu nome. Até a hora que
você escolher se casar, senhorita Conway é o seu nome. Este é um
negócio. Formalidades funcionam melhor no negócio. Emoção nublam
os problemas reais.

Eu puxei minha mão. — Então o que foi sobre a noite


passada? Isso foi nublando o problema? Porque, para ser honesta, eu
estava muito nublada, quando eu fiz meu caminho de volta para o meu
quarto.

— Não, senhorita Conway, você não estava nublada. Pela primeira


vez em sua vida você estava saciada. E se você tomar a decisão certa,
não será a última.

— Você acabou de dizer para eu ir embora.

— Eu disse que é uma opção, apenas dobrei o recurso.

Eu inclinei meus ombros e ajeitou meu pescoço. — Então os dois


ainda estão sobre a mesa ou você removeu a segunda oferta?

Sua mandíbula se apertou quando ele me olhou com


desconfiança. — É a sua intenção me fazer implorar? Você pretende me
ouvir especificar que eu quero que você aceite a oferta de casamento de
modo que você não possa recusar? — seus braços cruzaram no peito. —
Senhorita Conway, me deixe me fazer claro: eu não peço.

~ 116 ~
Minha fachada de um sorriso permaneceu inabalável, amas por
dentro eu queria gritar. Que diabos era o problema desse cara? Se
houvesse um prêmio para o envio de sinais mistos, ele definitivamente
estaria na corrida. Inferno, eu iria apostar nele eu mesma. Finalmente,
erguendo os lábios franzidos, eu disse: — Bem, Sr. Harrington, nem eu.

Stewart olhou para o relógio. — Seu tempo está correndo. Você


tem quase vinte minutos antes da hora para a sua decisão. Você quer
fazer qualquer dessas perguntas? — ele inclinou a cabeça em direção ao
meu papel.

Eu queria? Ou eu estava pronta para dizer a ele para ir se foder.


Eu olhei para a minha escrita e examinei as questões - aquelas que
ontem à noite parecia de importância monumental - e respondi: — Não.

— Não?

— Não, — eu repeti com confiança.

Stewart descruzou os braços e se inclinou para frente. —


Interessante. Isso é tudo que levou?

— O que você quer dizer?

— Levou apenas um extra de cinquenta mil dólares para você se


levantar contra seu padrasto?

Minha mente girava. — Eu não disse que eu estou indo embora,


mas você parece estar me empurrando nessa direção.

— Você acabou de dizer não.

— Eu disse que não, eu não quero fazer qualquer uma dessas


perguntas. Em vez disso, eu quero esclarecimento.

Stewart exalou.

Pode não ter sido imploração, mas foi o sinal mais próximo de seu
desejo que eu tinha visto durante a nossa discussão da manhã.

— Esclarecimento sobre o quê? — ele perguntou.

Lutei contra a vontade de andar, mas ao invés me ocupei em


suavizar as rugas inexistentes dos meus jeans. Reunindo coragem de
uma fonte desconhecida, comecei. — Eu tenho 18 anos de idade. Eu
não quero ser mantida prisioneira em sua casa. Você tem um monte de
merda nesse contrato sobre a minha obrigação de sexo. Quais são as
minhas outras obrigações? Se eu me casar com você, eu vou ter uma

~ 117 ~
vida? E o meu contato com a minha irmã e irmãos? E a escola? E o
trabalho? Eu quero saber aonde eu estou me inscrevendo hoje. Me diga
que haverá mais na minha vida do que o sexo.

Ele sorriu. — Oh... se eu pudesse eu diria que não, mas,


infelizmente, eu também tenho trabalho e obrigações. Portanto, você
terá bastante tempo para outras atividades. Contanto que você se
apresente em todas as situações de compostura que eu sei que você foi
ensinada a ter, não haverá restrições sobre suas atividades. Eu não
tenho nenhuma intenção de monitorar você ou suas
comunicações. Escola está acabando; sua graduação é neste sábado. O
trabalho é desnecessário e Lisa vai ajudá-la a se integrar no mundo da
elite. Ela vai ajudá-la a encontrar atividades adequadas. Quem sabe,
você pode se tornar amiga de algumas das cadelas que enfeitam os
braços e as camas de meus companheiros.

— Estamos organizando playdates3 agora?

Suas mãos bateram na mesa. — Senhorita Conway. Esse


sarcasmo não é bem-vindo quando é dirigido para mim.

Ignorando seu comportamento que se desintegrara rapidamente,


me concentrei em suas respostas anteriores. — Se eu me casar com
você, eu não vou estar na minha formatura?

— Não. Nós vamos estar na nossa lua-de-mel. Isso não faz a


graduação menos válida.

— Lua-de-Mel? Você tem planejado tudo isso?

— Sim e não, — disse ele. — Nós vamos ter um destino e não um


casamento clandestino.

— Eu sinto que há mais do que isso.

— Claro, ele vai ser vazado para a imprensa. Vai aparecer como se
nós tivemos planejado secretamente por um tempo. Você terá tudo o
que uma noiva sonha para seu casamento.

— A não ser, é claro, que eu sonhava com um longo noivado e


talvez amor.

3
Uma cultura da família americana que não é aplicado aqui no Brasil é um evento
rigorosamente agendado entre duas famílias americanas que celebram um dia
especifico para que suas crianças brinquem, tradicionalmente só entre duas famílias,
depois em uma outra semana é a vez de uma outra família e assim vai.

~ 118 ~
Os olhos de Stewart estreitaram: sua agitação era notável. Não
preciso ser uma gênia para reconhecer que ele não apreciava meus
retornos. Que pena. Eu não fui a única que ele fez a proposta de
casamento.

— Senhorita Conway... — ele alongou meu nome, sua voz grossa.

Ao ouvir o tom de admoestação, me sentei reta e disse: — Escute,


Sr. Harrington, eu cheguei muito, muito bem sem o apoio dos pais por
dezoito anos. Eu não preciso disso agora.

— Obviamente, a sua convivência parental tem sido estelar. — ele


se inclinou para frente, seus olhos azuis chiaram com uma combinação
de aborrecimento e luxúria. — Deixe-me assegurar, não há nada
remotamente perto de parentalidade nos meus planos para você, ou no
nosso contrato.

A maneira como ele olhou para mim fez a minha cabeça parar de
discutir enquanto meu interior torcia. Ele estava certo: tudo no contrato
era uma discussão muito mais direta de relação sexual, coisas legais e
obrigatórias através do ato de casamento. No entanto, o brilho sensual
em seus olhos azuis gelados devolveram meu senso de poder.

Olhei para o meu telefone, 07h26. — Se você me der um minuto


para escovar os dentes, eu acredito que nós temos um compromisso
com o seu amigo Parker.

— E nesta reunião... cujo contrato estaremos assinando?

— Meu padrasto vai viver para ver outro dia.

As bochechas do Stewart revelaram um sorriso branco. — Vou


telefonar para Parker e alertá-lo para a nossa chegada.

— Mas não Randall.

— Não, não Randall.

Embora eu estivesse desconfortável sobre a visita de seu


advogado, Stewart se manteve fiel à sua palavra. Ele ficou comigo a
cada passo do caminho. Quando chegamos, eu fiz o meu melhor para
parecer ser uma mulher prestes a se casar com um dos homens mais

~ 119 ~
ricos de Miami - inferno, talvez do país. No entanto, toda a vez que eu
meu coração acelerava e as palmas das minhas mãos suavam, eu temia
entregar meu segredo. Eu não era digna desta oferta.

Eu tinha sido lembrada disso toda a minha vida. Minha presença


contaminava e infectava aqueles mais próximos a mim. Levaria algum
tempo, mas um dia Stewart iria perceber que este era um negócio que
ele não deveria ter feito.

Assim que entramos nas prestigiadas portas de vidro escuro que


dava para o foyer cavernoso de Craven e Knowles, uma mulher alta,
magra, com uma saia lápis preta cumprimentou calorosamente até
Stewart. — Senhor. Harrington, é o nosso prazer ter você visitando
hoje. Sr. Craven já vem. — toda a vez que ela falava, ela
propositadamente evitava olhar em minha direção enquanto a blusa
estilo camponesa brincava com a promessa de seios mal escondidos.

— Trish, — Stewart começou, concentrando sua atenção em


mim. — Me deixe apresentar a minha companheira, senhorita
Conway. No futuro, espero que você vá ser tão feliz em vê-la como você é
comigo.

Um matiz carmesim apareceu em seu rosto enquanto ela


vergonhosamente reduzia o queixo, e pela primeira vez, olhou na minha
direção. — Olá, senhorita Conway, peço desculpas se eu fui rude. Prazer
em conhecê-la. Deixe-me mostrar a sala de conferências. Sr. Craven
estará com vocês em um momento.

Stewart colocou a mão na parte inferior das minhas costas


enquanto seguimos Trish para uma sala de vidro. Localizado perto de
uma infinidade de mesas e portas, o lugar tinha vidro em todos os
quatro lados. Quando Trish virou um interruptor, as paredes e janelas
instantaneamente ficaram opacas e blindadas antes invisíveis, se
tornando uma sala isolada e privada para o nosso encontro. — Por
favor, sente-se. — ela fez um gesto em direção à mesa e cadeiras de
couro. — Enquanto vocês esperam pelo Sr. Craven, posso trazer a
qualquer um de vocês alguma coisa para beber? Tudo para que vocês se
sintam mais confortáveis.

Stewart olhou na minha direção com uma sobrancelha


levantada. Sinceramente, eu achei divertido a bajulação. Eu fiz o meu
melhor para não rir. — Você gostaria de uma xícara de café, minha
querida?

~ 120 ~
Trish não conseguiu esconder a sua vacilo no prazo de Stewart de
carinho. Balançando a cabeça, eu sufoquei meu divertimento. — Sim, —
eu virei para Trish. — Obrigado, Trish, café seria maravilhoso.

— E café para mim, também, — Stewart se ofereceu. — Eu gosto


deles pretos. Senhorita Conway prefere o dela com creme de leite e dois
açúcares.

Trish repetiu imediatamente as instruções e se retirou da sala.

Quando Stewart pegou minha mão, eu sorri e perguntei: — Que


diabos?

— Como a Sra. Harrington, você vai ver um monte de situações


assim. Achei que você talvez desfrutasse de um pouco de diversão. Além
disso, encomendar algo que você não tem nenhuma intenção de beber
só vai ajudar a sua reputação. Eu garanto que ela está na sala de café
agora fofocando para quem quiser ouvir. Quando ela encontra o seu
copo intocado, ela vai ficar muito brava.

— Ha, ha, eu pensei que talvez tenha esquecido que eu não bebo
café.

— Não, eu não me esqueço. O mundo que você está entrando está


cheio de vagabundas. Um dia você vai ser capaz de nadar sem mim,
mas, por enquanto, eu ficarei feliz em ajudá-la a crescer os dentes.

Eu nunca pensei em mim como alguém que precisava de


ajuda. Todo o conceito parecia estranho; no entanto, antes que eu
pudesse dar muita atenção, a porta se abriu e Parker Craven entrou. Ao
contrário de Trish, que evitou olhar em minha direção, Parker parecia
incapaz afastar o olhar; seus grandes olhos castanhos, quase caindo de
sua cabeça enquanto ele me olhava. Vi algo sinistro em seu olhar,
predatório e assustador. Por mais que eu quisesse me virar para
Stewart para a ajuda que ele tinha oferecido, algo me dizia que este era
um bom e velho amigo do círculo de Stewart. Quanto mais cedo eu
aprendesse a lidar com isso, melhor. Eu mantive minha compostura e
aumentei meu sorriso.

Era um olhar que eu tinha visto minha mãe fazer durante toda a
minha vida. Era o seu eu-sou-um-cadela-e-finjo-jogar-junto. O silêncio
pareceu apropriado. Da minha visão periférica, eu assisti Stewart se
levantar lentamente. Parker Craven era um homem alto e bonito, com
cabelos escuros e pele cor de oliva. No entanto, a posição de Stewart,
em algum lugar tácito de alfa-macho de superioridade, ofuscava a

~ 121 ~
presença de Parker. Finalmente, Parker se virou para Stewart, e
exclamou: — Puta merda, você está brincando comigo?

Stewart desabotoou o paletó e retomou seu assento. Com o braço


casualmente em torno da volta da minha cadeira, ele disse, — Parker,
este é Victoria Conway, que eu já mencionei.

Parker estendeu a mão em minha direção. — Victoria, muito


prazer.

Quando seu toque frio e úmido envolveu a minha mão, eu


imediatamente me arrependi de não oferecer um aceno de cabeça em
vez de contato. Tão rapidamente quanto possível, eu recuperei minha
mão e reprimi o desejo de limpá-la no meu jeans. Eu não podia
acreditar que eu precisava para me sentar com este homem e discutir o
conteúdo do contrato. Já não me pergunto sobre o advogado que teve a
coragem de compor um acordo tão ridículo. Eu sabia no fundo do meu
estômago que ele seria tão pegajoso como algumas das cláusulas.

— Eu não tenho certeza de como Stewart convenceu você achegar


até aqui, — Parker começou, com um sorriso licencioso, — Mas devo
dizer, estou feliz que ele fez.

Limpando a garganta, Stewart trouxe a atenção de todos para


ele. — Park, hoje é sobre o contrato. Para evitar as repercussões óbvias
com o padrasto de Victoria, precisamos finalizar mais cedo.

— Sim, sim, claro. — ele abriu a pasta na frente dele. — Com essa
declaração, eu estou procurando a confirmação de que vocês dois estão
dispostos a aceitar sobre o contrato de casamento? — ele olhou de um
de nós para o outro. — Eu preciso de confirmação verbal de ambos.

— Sim, isso é correto, — Stewart respondeu.

Ambos os conjuntos de olhos se voltaram para mim. Porra! Esse


foi realmente o precipício da minha vida. De um lado, eu tinha a vida
como eu conhecia, exceto sem meu padrasto e com as consequências de
sua morte prematura, enquanto por outro lado eu tinha...

Uma promessa?

Um contrato?

A sentença de prisão perpétua?

— Victoria? — perguntou Stewart, me trazendo de volta para a


mesa de decisão.

~ 122 ~
Eu inclinei meus ombros e lutei contra o tremor. — Sim, Sr.
Craven, isso está correto. — com isso, eu assinei a minha vida.

~ 123 ~
CAPÍTULO ONZE
Dez anos antes
Minha cabeça doía quando me levantei para sair do escritório de
Parker. As discussões contratuais não tinham aliviado a sensação
desconfortável que eu tinha do advogado de Stewart. Quando me
levantei para sair, Stewart apertou sua mão, mas lembrando da
viscosidade de seu contato, eu só assenti com a cabeça. — Adeus, Sr.
Craven.

— Senhorita Conway, estou ansioso para conhecê-la melhor.

Eu usei a minha máscara de boa moça; sinceramente, eu estava


usando muito isso desde que entrei no escritório de Parker. Ignorando o
resto da conversa, o meu pensamento foi para o meu telefone. Quando
Stewart mais uma vez colocou a mão na parte inferior das minhas
costas e falou com Parker, minha bolsa vibrou novamente. Isso vinha
acontecendo periodicamente durante toda a reunião enquanto nós
dissecávamos e discutíamos as cláusulas e apêndices. De bom grado,
eu permiti que Stewart me levasse para o carro. Quando nos
aproximamos, eu vi Travis abrir a porta e ele me deu uma sensação
semelhante ao Parker.

Assim que a porta foi fechada, Stewart apertou minha mão. —


Alguma dessas mensagens é de Randall?

— Eu não verifiquei, — eu respondi. Puxando meu telefone da


minha bolsa, eu rolei as mensagens de texto, todas as nove. Eu tinha
seis de Valerie. Eu não tinha falado com ela desde a noite passada e eu
tinha perdido minha última aula de estudo de biologia
avançada. Certamente ela estava preocupada. Meu último exame final
era amanhã e não era como se eu não desse a mínima às minhas
obrigações. Eu tinha duas mensagens de texto de amigos em minha
aula de biologia avançada, provavelmente, também preocupados com a
minha ausência atípica e um texto de minha mãe. — Não, mas eu tenho
um da minha mãe.

Acessei a mensagem:

~ 124 ~
Victoria, como você pode imaginar estamos ansiosamente à
espera de sua mensagem. Esta é sua chance de restituir a
totalidade da afeição de Randall. Eu espero certamente você não
planeje nos decepcionar.

Eu me irritei no meu lugar quando a magnitude da minha decisão


pesou muito no meu peito.

— Você se importa de compartilhar? — perguntou Stewart.

Eu não podia olhar na sua direção. Tudo estava no limite. Eu não


era muito de chorar, ainda com os meus olhos ardendo com as lágrimas
iminentes, eu entreguei o meu telefone. Não havia necessidade de fingir
que eu tinha uma grande família. Em três dias, Stewart seria meu
marido. Isso nem sequer seria possível se não fosse por Randall. Stewart
estava, obviamente, ciente de quão fodidos Marilyn Sond e Randall
eram.

Seu corpo ficou tenso ao meu lado enquanto ele lia. Finalmente,
ele me devolveu o meu telefone com uma simples observação. — Ela é
realmente uma cadela.

Eu não pude deixar de rir. Era melhor do que chorar. — Eu sei


que assinei o contrato, mas você realmente quer ser parte desta família
confusa?

Ele estendeu a mão para minha coxa e deu um tapinha


tranquilizador. — Não, eu não tenho nenhum desejo de ser parte da
família fodida do Dr. e da Sra. Sound.

Meus olhos se arregalaram. Que diabos?

Stewart continuou: — Mas eu acredito que você sente o mesmo...


estou certo?

Eu balancei a cabeça.

— Três dias, minha querida. Em três dias você vai ser a senhora
Stewart Harrington. Você pode nunca contatá-los novamente. — ele se
inclinou mais perto e beijou meu rosto. — Na realidade, você pode fazer
isso agora. Podemos não ser legalmente casados, mas a tinta do
contrato está seca. Não há como voltar agora.

— Em três dias eu serei a Sra. Victoria Harrington, — eu corrigi.

— Nesta cidade, querida, você vai ser a senhora Stewart


Harrington. Acostume-se com isso.

~ 125 ~
Eu inalei, sentindo os músculos do meu pescoço enrijecer
enquanto eu olhava para o tráfego do lado de fora das janelas coloridas
e tentei mudar de assunto. — Travis entregou o dinheiro?

— Ainda não. Ele está me levando para o meu escritório e você de


volta para a cobertura. Depois disso, ele vai.

— Eu quero fazer o teste de biologia avançada. Amanhã é


final. Eu sei que soa idiota com tudo o que está acontecendo, mas eu
trabalhei duro para isso. Se eu chegar a topo da minha classe, eu tenho
uma bolsa de estudos automática para a Universidade de Miami.

Stewart pegou seu telefone e leu. Sem se virar, ele murmurou, —


Sra. Stewart Harrington não precisa nem de uma biologia de grau
avançado para formar nem de uma bolsa de estudos para cursar a
faculdade. Seus próximos dois dias são totalmente
reservados. Atualmente, há alfaiates e costureiras esperando no
apartamento para tirar suas medidas. — ele brevemente virou na minha
direção. — Em três dias, você não ser vista vestindo esses tipos de
roupas e o trabalho em seu vestido de casamento irá começar
imediatamente. Há também uma personal shopper vindo esta tarde
para determinar suas preferências. Ela vai ter o seu armário totalmente
abastecido. Além do vestido de noiva, você vai precisar de uma versão
mais agradável do que só os itens feitos sob medida podem ser
produzidos.

As minhas preferências? — E se a minha preferência é o que eu


estou vestindo?

Stewart não respondeu; em vez disso, ainda olhou para o telefone


e ele continuou, — Você também tem vários compromissos agendados
na terça-feira e quarta-feira com cabeleireiros, manicures, esteticistas
etc. Com tratamentos faciais, depilação, etc, sua agenda está cheia. Na
quinta-feira partimos para Belize.

— Belize? Eu não tenho um passaporte.

Ele olhou para mim e balançou a cabeça. — Você terá. Vou ligar
para Parker providenciar. Você pode precisar espremer a visita ao
Departamento de Passaporte em sua programação, mas pode ser feito.

Eu queria dizer que eu achava que levava mais de três dias para
conseguir um passaporte; no entanto, eu sabia que se eu fizesse, eu iria
ouvir o que eu tinha ouvido durante todo o dia. Isso vai acontecer. Antes
que eu pudesse responder, meu telefone tocou. Olhando para a tela, eu
vi MARILYN. — Minha mãe, — eu sussurrei.

~ 126 ~
— Eu te daria privacidade, mas não tem qualquer lugar para eu
ir, — Stewart ofereceu, tentando aliviar meu humor.

Ele tocou de novo.

— Você vai atender? — ele perguntou.

Eu ia? Eu estava pronta para ter essa conversa?

— Olá, Mãe, — eu disse enquanto eu clicava no botão alto-


falante. Eu não queria repetir a conversa e, além disso, eu queria que
Stewart ouvisse a conversa em primeira mão.

— Victoria, — sua voz estava estranhamente aliviada. — Por que


você não retornou a minha mensagem? O que há de errado com
você? Você deve saber que nós estivemos preocupados.

Meus olhos se encontraram com os de Stewart. Eu estava


começando a ler sua agitação por sua mandíbula apertada e olhar
estreito. — É tão bom ouvir de você também.

— Não seja sarcástica, garotinha.

O absurdo de seu tom de voz me fez rir. Eu tive que cobrir a boca
para manter a minha diversão em silêncio. — Eu não acho que você
nunca me acusou de algo assim. Com o que exatamente você tem
estado tão preocupada, mãe? Minha vida? Meu futuro? Verdadeiramente
algo sobre mim?

— Victoria, não seja egoísta. Randall está aqui. Queremos saber


se você não irá desapontar com a nossa família.

— Vendo como eu tenho sido um desapontamento toda a minha


vida, eu não sei como você acha que isso seria diferente.

A voz mudou; agora era Randall. — Victoria, eu tentei várias vezes


falar com o Sr. Harrington. Eu não consegui passar da secretária.

Eu sorri para Stewart, que assenti.

Obrigada, eu falei mexendo a boca. — Por que, Randall, por que


você está me contando isso?

Minha mãe engasgou no fundo. Sua voz estridente cortou o alto-


falante do meu telefone. — Não nos diga que você não vou à reunião que
nós organizadas para você ontem. — Realmente foi ontem? — Não nos
diga que você não discutiu um acordo com o Sr. Harrington.

— Oh, eu fui.

~ 127 ~
— Vikki, eu sei que este parece ser um grande favor que estamos
pedindo de você-

Cortei palavras não sentidas de Randall. — Um grande favor? Não,


desculpe. Por favor, pegue alguma coisa na loja é um favor. Se vender
para salvar a minha bunda não é um favor.

— Não fale com seu pai-

Desta vez foi Stewart que falou, interrompendo minha mãe. —


Sra. Sound, a partir de agora, você nunca vai falar com sua filha nesse
tom. Entendido?

No nosso breve tempo juntos, eu nunca tinha ouvido tal comando


e autoridade na voz de Stewart.

Foi Randall que falou ao lado. — Er, Sr. Harrington, podemos


assumir que isso significa que nosso acordo está completo?

— Dr. Sound, eu estou esperando ouvir a resposta de sua esposa


à minha pergunta.

Meu Deus. Ouvindo a voz de Randall vacilar e minha mãe sendo


chamado de cadela realmente fez meu corpo tencionar de excitação.

— Sr. Harrington, — minha mãe começou, — Eu


entendo. Obrigada.

Um pedido de desculpas para mim. Quão difícil seria isso?

Stewart observou minha expressão enquanto ouvia. Como se ele


ler minha mente, ele disse: — Sra. Sound, Victoria está esperando para
ouvir um pedido de desculpas, não só para o seu desabafo, mas para a
situação em que você e Dr. Sound ter colocado ela.

— Umm, sim, é claro. Vikki querida, nós ambos sentimos muito.

Eu balancei minha cabeça e meus ombros como o carro veio para


descansar.

— Estamos em meu escritório, — Stewart sussurrou.

— Mamãe e Randall, eu preciso ir. Eu, obviamente, fui ao


encontro de Stewart. Ele e eu temos um acordo. Onde isso deixa vocês
dois tranquilos. Não me incomodem: eu não vou incomodar vocês. Nesse
meio tempo, Randall, olhe para os dois lados antes de atravessar a
rua. Adeus.

~ 128 ~
O suspiro da minha mãe foi o último som que ouvimos quando eu
apertei o botão vermelho, encerrando a ligação.

Embora Travis tivesse a porta aberta, o ar quente e a umidade de


Miami encheu o interior do carro, Stewart permaneceu imóvel. — Eu
não tenho certeza se eu deveria deixá-la agora.

— Estou bem. Como você disse, eu tenho muitos compromissos.

— E sobre Randall e o dinheiro? Eu prometi que ia pagá-lo. Você


ainda quer isso?

Toquei em seu rosto. — Por favor, eu quero. Envie Travis para


pagá-lo, mas por Randall e Marilyn, eu acho que eles podem suar sobre
isso por um tempo.

Seus olhos azuis enrugaram com pequenas linhas enquanto suas


bochechas ficavam rosas. — Hoje à noite, Tori. Hoje à noite, eu vou fazer
você esquecer tudo isso, eu prometo.

Tori. Eu sorri. — Vamos ver, Sr. Harrington.

— Sim nós vamos.

Quando Susan, minha nova personal shopper, finalmente saiu do


apartamento, eu desmoronei contra o sofá e olhei para o mar. Embora o
sol ainda estivesse alto, sombras dos prédios altos escondiam a praia
abaixo. Estava ali, tão perto, mas fora da vista. Em direção ao horizonte,
o sol do fim da tarde brilhou sobre as ondas, criando prismas de cor ao
longe. A deslumbrante vista era hipnotizante. Sem perceber, eu me
encontrei perdida na maravilha dos matizes brilhantes. Como tinha a
minha vida mudado tão drasticamente em apenas 24 horas?

Lembrei-me de minha conversa no início desta tarde com Val. Não


surpreendentemente, ela ficou chocada.

— Que diabos, Vik? — sua voz veio através do meu telefone, alto e
claro.

— Eu vou me casar quinta-feira. Eu sei que soa súbito. — devido


à confidencialidade, eu estava limitada sobre o que eu poderia
compartilhar.

~ 129 ~
— Súbito? Oh meu Deus! Você passou de eu tenho uma oferta de
trabalho e eu vou ficar em um hotel excelente para eu estou noiva e vou
casar com um velho rico.

— Ele não é tão velho, — eu respondi defensivamente.

— Eu não entendi.

— Escute, eu não posso dizer nada para fazer sentido. Mas é


verdade e eu quero que você seja parte disso. Você poderia?

A voz de Val perdeu um pouco de rispidez. — O que você quer


dizer?

Nos falamos por quase uma hora. Eu tive pessoas à espera. Eu


sabia, mas Val é a minha irmã, a minha ligação ao longo da minha
vida. Eu precisava que ela entendesse. Eu avisei que seria uma
cerimonia muito pequena, um casamento privado; portanto, nem a mãe,
nem Randall foram convidados a participar. Engraçado, com toda a
loucura, a coisa que parecia incomodá-la mais era que eu não estaria
participando da minha prova final de biologia avançada. Ela mais do
que ninguém sabia o quão duro eu tinha estudado, quanto tempo e
energia eu tinha me dedicado a isso.

Foi uma das minhas principais preocupações também. Convencê-


la de que não importava mais era uma das mentiras mais difíceis que
eu já disse. Principalmente porque isso importava para mim. Fechando
os olhos, suspirei. Eu realmente iria ser a Sra. Stewart Harrington, não
Sra. Victoria Harrington. Victoria iria prestar o exame. A realização
aumentou a tensão no meu pescoço, torcendo os músculos até que eu
revirei os ombros para alívio.

Isso estava em cima da minha cabeça e embora eu não fosse a


única que me coloquei lá, em última análise, eu era a única que
assinou o contrato. No entanto, enquanto eu me sentava no sofá de
couro branco, eu sabia que a culpa era minha. Por essa razão, eu não
tinha nenhum arrependimento por não informar a Randall ou a minha
mãe a minha decisão. Eu sabia que a vida de Randall não estava mais
em perigo. Eu poderia dizer o mesmo sobre a minha? O que eu realmente
sei sobre Stewart Harrington?

Enquanto eu lutava com meus pensamentos, Lisa quebrou meu


transe. — Sinto muito incomodá-la, senhorita Conway. Eu queria
perguntar sobre o que você gostaria para o jantar.

~ 130 ~
—Stewart estará em casa? — droga, eu soei como uma dona de
casa solitária.

— Sim, senhorita, ele vai. Eu apenas pensei que se você tivesse


uma preferência...

Preferência? Susan usou essa palavra; assim como


Stewart. Qualquer coisa verdadeiramente era minha preferência?

— Lisa, eu honestamente não posso sequer pensar em


comida. Estou exausta, o que é engraçado, porque eu não acho que eu
tenho feito nada o dia todo.

— Isso não é verdade.

Inclinei a cabeça com um sorriso. — Você já fez mais por mim


hoje do que alguém já fez em toda a minha vida e então houve Susan,
Fritz e todas as outras pessoas. Eu não posso sequer imaginar o que o
amanhã irá acarretar.

— Senhorita, eu acho que você está sobrecarregada. Tem havido


uma série de mudanças em um curto espaço de tempo.

— Eu estava pensando, — eu disse melancolicamente: — Eu vim


aqui a cerca de 24 horas atrás. Eu nem sabia o nome de Stewart. Agora,
vamos nos casar. Eu continuo pensando se isso não é real.

— É verdade, mas você precisa relaxar. Sugiro que você vá para o


seu quarto e tome um bom banho. Sr. Harrington não estará aqui por
mais uma hora. Vou discutir o jantar com ele depois que ele estiver em
casa.

Lembrei da grande banheira no banheiro do meu quarto. — Eu


acho que eu gostaria disso.

Ela bateu no meu joelho. — Então está resolvido. Não se preocupe


com nada. Vou deixar o Sr. Harrington saber onde você está.

Cansada eu estava. — Você sabe o que? — eu perguntei


retoricamente. — Esta manhã, quando Stewart disse que eu estaria
ocupada durante todo o dia, eu não acreditei nele.

— Oh, senhorita, se há algum conselho que eu posso


compartilhar com você... — Lisa olhou para baixo.

— O quê? Por favor, compartilhe.

~ 131 ~
— Eu não deveria oferecer. Se você perguntar, eu vou responder,
mas não é o meu lugar oferecer.

Estendi a mão para a mão de Lisa. — Você tem sido maravilhosa


para mim. Eu estou perguntando. Por favor, me ofereça conselhos
sempre que você sentir a necessidade.

Com um sorriso, ela disse: — Não duvide do Sr. Harrington. Ele é


um homem muito ocupado para ser simples. Se ele disse que você
estaria ocupado, você vai estar ocupada.

— Obrigada, Lisa. Eu acredito que eu vou tomar aquele banho


agora.

— Você precisa de mim para ajudar você?

— Não, obrigada, — eu disse com um sorriso. Eu sempre imaginei


alguém esboçando uma imagem quando eu tinha ouvido essa frase. —
Eu acho que consigo.

Cansada, eu fiz o meu caminho para o meu quarto. O meu quarto?


Quando eu tinha começado a pensar dessa maneira? Não era realmente
meu quarto. Depois de nos casarmos eu iria para o quarto de
Stewart. Ele disse isso hoje e se eu fosse acreditar em Lisa, eu não
deveria duvidar de que ele quis dizer isso. Inferno, eu ainda não tinha
visto o quarto dele.

Quando o cheiro de sais de banho jasmim encheu o ar abafado do


banheiro, eu fiquei nua diante do espelho grande. Com o meu cabelo
comprido empilhados na minha cabeça, eu me perguntava como eu iria
continuar a mudar. Amanhã eu tinha compromissos com
cosmetologistas, esteticistas e manicures. Eu já sabia que meu guarda-
roupa estava mudando. Verdadeiramente, Susan tinha tomado as
minhas preferências e as moldado nas formas mais incríveis. Será que
essas esteticistas fazem o mesmo? Será que meus desejos seriam
levados em consideração? Minha mão escorregou em direção ao meu
sexo. Eu nunca pensei sobre depilação. Eu tinha ouvido falar sobre isso,
mas a ideia parecia intrusiva demais: eu nunca quis me expôs a
ninguém. No entanto, quando Stewart mencionou isso - no grande
esquema da minha situação - pareceu insignificante. Agora, a ideia
adicionou tensão aos meus nervos já tensos.

Relaxando na hidromassagem com banho de espuma, eu fechei os


olhos com um suspiro agradecido. A água quente acalmou os meus
músculos doloridos e os restos de sais de banho revestiram a minha
pele. Inconscientemente, eu acariciava meus braços, apreciando a

~ 132 ~
textura suave. Minhas coxas e panturrilhas doíam de horas passadas
em pé nos saltos mais elevados do que eu estava acostumada. Entre as
medidas para o meu vestido de casamento e futuro guarda-roupa, eu
tinha sido puxada e arrastada em todas as direções. Massageando
minhas panturrilhas, minhas mãos inconscientemente se moveram
para cima.

Meus pensamentos se voltaram para Stewart: ontem à noite na


varanda, com a brisa do mar na minha pele e seus dedos dentro de
mim. Lembrei-me de sua voz enquanto falava com Marilyn e
Randall. Por que não me incomodou que ele tinha interrompido minha
conversa? Talvez, porque, usando o viva-voz, eu essencialmente o
convidei para participar. No entanto, não foi até que ele se intrometeu
que eu pensei nisso. Sua voz tinha poder e autoridade suficiente para
parar o ataque proverbial de Marilyn. Com apenas algumas palavras, ele
tinha me dado mais apoio do que eu já tinha conhecido.

Os sais de jasmim seda revestido minhas pernas enquanto meus


dedos continuam a mover-se para a parte interna das coxas e encontra
os lábios inchados de meu sexo. A sensação não era nem perto do que
eu senti com os dedos de Stewart, mas era algo: algo para aliviar a
tensão do dia, das últimas 30 horas.

Deixei escapar um suspiro enquanto meus dedos mergulhados


dentro do meu núcleo.

Com os olhos delicadamente fechados, eu imaginava o belo rosto


de Stewart. Para um homem muito mais velho do que eu, ele era
incrivelmente bonito. Seus olhos azuis são tão intensos e cheios de
compreensão. Na varanda havia sido preenchido com luxúria, ainda no
carro, empatia e proteção. Eu poderia estar vendo tanto? Ou foi minha
imaginação juvenil?

Meus lábios apertaram quando a tensão do dia encontrou em


meu núcleo. Minha mão se moveu mais rápido, meus dedos se
concentrando no pacote inchado de nervos. Meu único desejo era
encontrar a liberação, que eu sabia que estava próximo.

— Droga…

Eu pulei quando a voz profunda e rouca de Stewart quebrou


minha bolha de reclusão. Meus olhos se abriram e água espirrou sobre
a banheira enorme.

— Você é fodidamente linda.

~ 133 ~
Instintivamente, eu parei - parei tudo - de me mover, de respirar e
pensar. De pé na porta, com os olhos azuis profundos olhando para
mim estava o homem que eu tinha concordado em me casar, o único
em minha fantasia atual. Timidamente, eu olhei para longe de seu
olhar, só para ver o volume na sua calça feita sob medida crescer diante
dos meus olhos. Embora o paletó e gravata fosse embora, ele gritava
importância. A protuberância que continuou a crescer gritou algo
totalmente diferente.

— Não me deixe pará-la, Tori. Assistindo você gozar está


rapidamente se tornando a minha nova obsessão.

— S-Stewart, você me assustou, — eu disse enquanto pegava


uma toalha.

Um aceno de cabeça acalmou os meus movimentos.

Mordendo meu lábio, eu vi quando ele tirou a camisa e fiquei


maravilhada com seu peito duro, maciço que eu me agarrei na noite
anterior. Sua voz era suave e ainda áspera. — Quando Sra. Madison me
disse que eu iria encontrá-la aqui, eu não tinha ideia do que eu
encontraria. — seus lábios se curvaram em um sorriso de aprovação
enquanto examinava meu corpo, totalmente exposto através da água. —
Me desculpe não encontrá-la mais cedo.

Stewart se ajoelhou ao lado da banheira. Sua pele quente


irradiava um calor superior a água quente em torno de
mim. Timidamente, eu alcancei novamente para a toalha, mas desta
vez, ele tocou minha mão. — Não, Tori, eu quero ver mais desse sexy
show. — ele gentilmente beijou meus dedos e os levou de volta para o
meu clitóris. — Dê a si mesmo prazer. Eu quero assistir.

O sangue inundou meu rosto. — Eu-eu não estou certa de que


posso. — levou todo o meu esforço para gerir as palavras através do
meu embaraço.

— Você pode.

Sua mão forte, poderosa envolveu a minha, a dominando. Logo


estávamos nos movendo juntos, o nosso ritmo não diferente do de
antes. Desde que remover minha mão parecia fora de questão, eu fechei
os olhos, inclinei a cabeça para trás e mexi como ele instruiu. Minha
mente estava concentrada sobre o homem ao meu lado, o aroma rico de
sua colônia e seu toque controlador. Quando a mão dele deixou as
minhas, meus olhos se abriram.

~ 134 ~
— Continue, Tori. Não pare. Eu quero ver você gozar.

Não havia raiva em seu tom. Não era como o que eu tinha ouvido
no carro, no entanto, também não deixou espaço para debate. Me senti
compelida a cumprir, movendo os dedos em um círculo apertado. Minha
respiração veio mais rápido quando eu apliquei um pouco mais de
pressão para a minha carícia cada vez mais rápido. A água e os olhos de
Stewart não importavam quando eu me trouxe mais alto na
montanha. Quando a tensão se estabeleceu em minha virilha, eu sabia
que isso ia ser mais do que um orgasmo que eu já tinha dado antes a
mim mesma. Não era o pico que Stewart tinha chegado ontem à noite,
mas, sem dúvida, em questão de segundos, eu estaria caindo para
profundezas desconhecidas.

Quando as grandes mãos de Stewart encontraram meus seios e


beliscaram meus mamilos, sons ao contrário dos quais eu estava
acostumado a fazer, escapou dos meus lábios. Minha boca formou um
O apertado, e a rigidez nas minhas pernas deram lugar a liberação.

Lentamente, minha realidade voltou e eu abri meus olhos. Antes


que eu pudesse olhar para longe, Stewart pegou meu rosto e acariciou
minha bochecha. — Minha linda Tori, foi incrível. — alcançando para o
meu lado, ele me encorajou a me sentar. — Olhe para a água. Você vê?

Para meu horror, eu fiz. Havia uma nuvem tênue, flutuando em


suspensão na água sedosa.

— Você vê? — ele perguntou novamente.

— Sim.

— Sabe o que é?

Senti o sangue novamente correr para meu rosto. — Sim.

— Me diga, — perguntou ele. — Me diga o que você vê.

— Sou eu. É o meu gozo. — eu odiava dizer as palavras


grosseiras, mas eu sabia instintivamente que ele se contentava com
nada menos.

— Sim, é, e da próxima vez que você gozar, não vai ser em uma
banheira. Embora, me deixe dizer que foi incrível. Eu sei que tem sido
um longo dia, mas se nós vamos fazer o mundo falar, precisamos ser
vistos juntos. Eu quero que você se vista. Em sua cama tem um vestido
que acabou de chegar. Você vai me deixar levá-la para um jantar?

~ 135 ~
Embora eu me perguntasse sobre os planos de Lisa, eu não tive a
força para questionar. Em vez disso, eu assenti. Há ainda uma
opção? Minhas entranhas torceram. Havia algo a ser vista em público
que fez esta situação ainda mais real do que o contrato estúpido. Com a
mão novamente acariciando o lado do meu rosto, ele se inclinou mais
perto.

— Me deixe dizer sobre esta noite. — ele não esperou que eu


assentisse. — Eu quero que você vista a roupa em sua cama, somente a
roupa em sua cama. Há um vestido e um par de sapatos combinando.
— ele enfiou a mão na água e possessivamente acariciou minha fenda
de trás para frente, deixando o meu clitóris inchado de repente
necessitado. — Eu quero saber o que esse buceta quente está esperando
por mim, descoberta por quaisquer obstáculos. Eu quero que você saiba
que quando você olhar nos meus olhos, eu estou pensando sobre o que
eu vi você fazer e eu estou pensando sobre o seu gozo flutuando nesta
água. Você sabe por que eu estou pensando sobre isso?

Falar parecia fora de alcance. Felizmente, ele me permitiu


balançar a cabeça.

— Porque depois que eu compartilhar minha linda noiva com o


mundo, eu vou te trazer de volta aqui e enterrar meu rosto em sua
buceta perfeita. A próxima vez que você gozar, ele não vai flutuar em
uma banheira. Não, minha querida, isso cobrirá a minha língua, os
meus lábios e meu queixo. Eu vou estar pingando com seus sucos
doces.

Oh meu Deus!

— E você não vai suspirar contentamente, como você fez. Não,


você estará chamando - gritando - o meu nome. Porque a partir de hoje,
esse é o seu trabalho - gozar, me mostrar quão incrivelmente sexy você
é. Porque este pequeno orgasmo não era nada parecido com o que irá te
ultrapassar quando chegarmos em casa.

Fiquei chocada e horrorizada com sua franqueza, e, ao mesmo


tempo, eu estava pirando de tão excitada e quente como o inferno.

— Tori, — sua voz tomou conta de mim com mais de seu tom de
voz aveludada. — Você vai fazer isso por mim? Você vai usar apenas o
vestido e sapatos? Você vai me deixar ir para baixo em você e fazer você
gritar meu nome? Você vai lavar o meu rosto com seus sucos?

O que faz alguém dizer algo assim? Eu nunca tinha sido


perguntada algo tão íntimo e tão casualmente.

~ 136 ~
Seu hálito quente banhou meu pescoço. — Tori, você vai se
entregar a mim esta noite, cumprir os meus desejos, sabendo que você
também irá receber o seu?

— Sim. — foi a única palavra que eu poderia articular.

~ 137 ~
CAPÍTULO DOZE
Dez anos antes
Eu dei uma última olhada no espelho e sorri com aprovação. Meu
longo cabelo estava enrolado nas extremidades, permitindo que ele
flutuasse livremente pelas minhas costas e eu tinha feito o meu melhor
para replicar maquiagem antes de adicionar um pouco de azul para
destacar os olhos cinzentos e complementar o vestido. Era o vestido que
Stewart tinha mencionado e era da cor de cobalto, com uma saia
esvoaçante e um corpete que acentuava os meus seios. Com a parte das
costas aberta, eu não poderia ter usado um sutiã se eu quisesse e
felizmente a saia era forrada e mostrava nenhum indício da minha falta
de calcinha.

Quando eu entrei no hall de entrada, o olhar apreciativo de


Stewart me deu forças para continuar.

— Minha querida, você está deslumbrante. — ele se inclinou para


perto da minha orelha e sussurrou: — E eu espero que você tenha
seguido minhas instruções.

Mantendo uma aparência de controle, eu olhei para a


profundidade de seus olhos e respondi: — Sim, Sr. Harrington.

Ele acariciou minha nuca. — Então, por ser uma boa menina, eu
tenho uma surpresa.

Inconscientemente, os meus olhos foram para as suas calças. Sua


risada profunda encheu a porta da entrada. — Sim, eu
tenho essa surpresa, mas eu acredito que eu estou esperando alguém
pedir.

Eu lutei contra a vermelhidão no meu rosto. Eu não tinha a


intenção de olhar, mas uma vez eu fiz, eu reconheci o quão
verdadeiramente perto eu estava a pedir.

— Hoje à noite, — ele continuou, — Eu tenho outra surpresa,


antes de tomarmos nossas reservas para o jantar.

~ 138 ~
Stewart me ajudou a subir no carro, onde Travis estava
esperando. Quando nos aproximamos, seu motorista me digitalizou de
cima e abaixo, quase como se ele soubesse que eu estava nua por baixo
do meu vestido. Minha mente me disse que era absurdo, nada mais do
que uma combinação de paranoia e minha imaginação hiperativa.

Um pouco mais tarde, o carro parou em frente de uma bem


conhecida loja de joias exclusiva no centro de Miami. O sinal perto da
entrada indicava que a loja estava fechada. Destemido, Travis abriu a
porta do carro e Stewart me ajudou. Antes que eu pudesse questionar
seus motivos, a porta para a loja abriu e um ligeiro cavalheiro em um
agradável terno apareceu no nosso caminho.

— Sr. Harrington, bem-vindo! E Senhorita Conway. — ele se


curvou, respectivamente. — Eu estava excepcionalmente satisfeito por
receber a sua chamada. Por favor, me sigam.

Olhei ao redor do interior. Apesar de ter sido fechado para o


público, as luzes acesas e os membros da equipe estavam aguardando
suas instruções.

— Gostaria de ver nossas vitrines ou você prefere ver a coleção


privada?

Stewart não hesitou. — Alfred, a coleção privada. Eu não quero


minha mulher usando um anel que qualquer um poderia comprar.

Um anel? Eu tentei manter o olhar de choque do meu rosto. Claro,


eu tenho um anel. Eu estava me casando.

Seguimos Alfred em um escritório privado completo com uma


grande mesa. Stewart e eu sentamos em um lado, como o joalheiro no
outro lado. Antes que ele pudesse começar, uma mulher entrou,
carregando uma bandeja de copos de cristal e uma garrafa de
champanhe gelada. — Com licença. Posso oferecer uma bebida, algo
para celebrar esta ocasião monumental?

Olhei para Stewart. Eu não tinha idade suficiente para beber, não
legalmente.

— Obrigado, — disse Stewart com um aceno de cabeça.

Eu esperei, imaginando o que iria acontecer quando eles me


pedissem a identificação. No entanto, eles nunca perguntaram. Em vez
disso, Alfred começou, — Sr. Harrington, da nossa breve conversa, eu
acredito que eu selecionei as melhores joias nossa empresa tem para

~ 139 ~
oferecer. Devo dizer que um desses anéis já estava prometido a outro
cliente, mas para você, eu tenho adiado nossa reunião.

Os lábios de Stewart formaram uma linha reta. — Eu lhe


asseguro, Alfred, você não precisa aplicar táticas de vendas de alta
pressão ou de bom grado vou ter o meu negócio em outro lugar. Se
minha noiva gosta do que vê, vamos comprá-lo. É simples assim.

— É claro, — ele murmurou, enquanto puxava uma caixa de


veludo preto de uma gaveta. Fixando seus olhos em mim, ele disse: —
Nós podemos ter qualquer um destes anéis dimensionados para você
amanhã. Por favor, se concentre apenas nas configurações exclusivas,
qualidade e pedras sem falhas.

Meu coração acelerou quando ele abriu a caixa. Havia apenas


quatro anéis, cada um com um impressionante diamante central. O que
chamou minha atenção tinha um belo diamante de esmeralda.

Stewart olhou para mim. — O que você acha?

— Eu acho que eles são surpreendentes. — eu olhei para meu


noivo. — Você realmente não quer mais informações antes de escolher?
— como talvez o preço?

— Alfred, estes anéis são exclusivos? Enfatizo a necessidade de


um original.

Os olhos do joalheiro se arregalaram. — Sim senhor. Cada criação


desta coleção foi feita por um dos nossos designers de renome
mundial. Cada um é único, como o amor que vocês dois compartilham.

Então eles são todos falsos Eu não pude deixar de pensar? No


entanto, antes que eu pudesse me virar para Stewart, ele apertou
minha mão. Um lembrete não tão sutil que este era mais um passo em
convencer o mundo que éramos reais.

— Alfred, — eu disse, — Eu acho que o diamante amarelo é lindo.

O sorriso do joalheiro cresceu. — Senhorita Conway, você tem


uma preferência maravilhosa. A pedra central é uma impecável 4,7
quilates de diamante amarelo, cercado por mais 15 quilates de
diamantes brancos. Este é o anel que eu mencionei. Eu digo isso, —
esclarece ele, — porque ele já tem sido feito sob medida, mas ele
também pode ser reajustado.

Ele tirou o anel e o entregou a Stewart. Depois de uma breve


inspeção, Stewart perguntou: — Você gostaria de ver se ele se encaixa?

~ 140 ~
Foi a coisa mais próxima de uma proposta que ouviria.

— Sim, obrigada, — eu disse, estendendo a mão


esquerda. Deslizando o anel sobre a minha junta, era como se tivesse
sido feito para mim. — Cabe. Eu amo isso.

Stewart voltou para o proprietário. — Você tem um


correspondente?

— Oh, sim, Sr. Harrington.

Quando ele entregou o outro anel com diamantes embutidos para


Stewart, ele também entregou uma nota que eu assumi que continha as
informações de preço. Stewart mal olhou para o papel, colocou sobre o
balcão e estendeu o anel em minha direção. — Você gosta desse,
também?

— Senhorita Conway, — Alfred me informou-me, — esse tem


outros 16 quilates de diamantes brancos.

Eu não respondi a Alfred quando eu posicionei os dois anéis


juntos no meu quarto dedo. O meu se encaixava perfeitamente,
acentuando o grande diamante amarelo. Olhando para Stewart, eu
sorri. — Sim.

Stewart estendeu a mão para o joalheiro. — Obrigado, Alfred. Nós


fizemos a nossa decisão.

Eu entreguei os dois anéis de volta para Alfred que os colocou em


uma caixa forrada de veludo e entregou a caixa para Stewart. —
Obrigado, Sr. Harrington... — ele acenou com a cabeça e pegou minha
mão, baixou os lábios para cima e disse:... — Senhorita Conway, nós
estamos honrados que você veio em nosso humilde estabelecimento.

Uma vez no carro, Stewart removeu a caixa de veludo de sua


jaqueta e extraiu o grande anel de noivado de diamante amarelo. —
Senhorita Conway. — seus olhos azuis se suavizaram. — Tori, em mais
dois dias este acordo será selado irrevogavelmente. Até agora, eu não
estou decepcionado. Permita-me e colocar este anel em seu dedo como
um sinal externo de nosso acordo mútuo.

Eu estava esperando uma declaração de amor e devoção? O que


estávamos fazendo era um acordo - um contrato - e quanto mais cedo
eu aceitasse, era melhor. Eu inclinei meus ombros, preparei meus olhos
cinzentos e estendi a mão esquerda. — Eu assinei o contrato e eu aceito
o seu anel.

~ 141 ~
Suas sobrancelhas levantadas. — Você pode querer trabalhar em
seu entusiasmo, minha querida. Em poucos minutos estaremos na
cobertura do Beach Club, que eu tenho certeza que você reconhece
como um dos clubes privados mais exclusivos de Miami. Prevejo muitos
associados, talvez até mesmo alguns dos colegas de seu estimado
padrasto. Um pouco disso é para mostrar... — ele se inclinou mais
perto. — Que eu estou tão ansioso para te mostrar - como eu tenho
certeza que você está bem consciente - não há mais do que um
elemento a atração. Enquanto eu estiver te apresentando, eu quero que
você lembre o que eu pretendo fazer com você esta noite. — seus lábios
se separaram um pouco e meu rosto corou de repente. — Quando eu
tomar um gole do meu vinho, eu quero que você saiba, eu estou
imaginando beber você. — ele acariciou minha nuca. — Quando eu
estiver inalando o aroma da nossa refeição perfeitamente preparada, eu
vou antecipar o seu cheiro doce. Quando a comida chegar a minha
língua, eu estarei pensando sobre a minha língua dentro de você, com
suas pernas sexy enroladas no meu rosto.

Oh meu Deus! Eu sabia que eu estava ficando molhada só de ouvi-


lo.

— Hoje à noite, — ele continuou, — quando eu tiver você de volta


ao meu apartamento, eu vou fazer o que todo homem a quem você
conhece vai querer fazer, o que eles vão imaginar fazer, o que vão fazer
com suas esposas, mas imaginando a minha noiva. Você, minha Tori, é
impressionante. — sua mão encontrou a barra do meu vestido e mexeu
sob o material macio para minhas coxas. — Hoje à noite e todas as
noites eu vou ser a inveja de todos os outros homens. Você estará
estrelando em seus sonhos molhados enquanto você estrela cada
fantasia minha. — seus dedos avançam para cima. Em uma mera
polegada ou duas ele aprenderia com certeza que eu seguiria suas
instruções. — Abra suas pernas para mim, Tori.

O carro que estávamos andando não era uma limusine. Não havia
vidro entre nós dois e Travis, nenhuma barreira de som. Meus olhos
dispararam para o espelho retrovisor. Com o pôr do sol, o motorista de
Stewart usava óculos de sol. As lentes escuras cobriam seus olhos e sua
expressão, mantendo o foco de sua atenção escondido.

— Tori, — o tom de Stewart foi mais exigente. — Não me faça


pedir duas vezes. Abra essas lindas coxas. Me dê um aperitivo, uma
promessa do que está esperando por mim.

Suas palavras não deveriam ter me excitado, mas elas fizeram. Eu


sabia que com uma mudança das minhas pernas, ele iria encontrar a

~ 142 ~
umidade que ele procurava. Mais uma vez, ele tinha conseguido me
deixar totalmente despertada apenas com suas palavras. — Oh,
Stewart...

— Shush, Tori, gema em mim.

Mudei minhas pernas mais distantes, quando os lábios dele


cobriram os meus. Foi o nosso primeiro beijo, a primeira vez que sua
língua dançava com a minha. No entanto, isso não era o que tinha a
minha atenção; meu corpo inteiro acendeu quando seus dedos
mergulharam entre minhas dobras inchadas. Eu elevei minhas coxas
para lhe dar melhor acesso. Em poucos segundos, o mundo
desapareceu e tudo o que importava era o seu toque e seu
beijo. Quando ele encontrou o meu clitóris, eu fiz o que ele tinha dito:
eu gemi.

Nossos sons se misturaram quando ele tirou a mão com um silvo


de aprovação e balbuciou perto do meu ouvido: — Sim, tão molhada,
sempre tão molhada.

Oh meu Deus! Eu queria mais. Eu queria a


minha montanha. Quando ele trouxe seus dedos à boca, meu rosto
corou.

Ele abriu minha excitação em seus lábios e lambeu. — Apenas


um gosto de doçura. — seus olhos brilhavam. — Mais tarde, eu vou
jantar.

O que estava acontecendo comigo? Ele estava me fazendo querer


coisas que eu nunca tinha sequer considerado.

Meus joelhos vacilaram quando Stewart me levou do carro para o


Beach Club. Então, como se nada tivesse acontecido, ele cumprimentou
o maître d’ e me levou para o elevador privado. Uma vez sozinhos dentro
do elevador, ele escovou o nariz contra o meu pescoço e sussurrou. —
Nada aqui vai ter um gosto tão bom quanto você. Minha querida, eu
espero que você não se importe se nós pularmos a sobremesa.

Eu nunca tinha estado tão ocupada e ainda tão farta. O que Lisa
não fazia por mim, ela tinha alguém que fizesse. Os próximos dois dias
voaram em uma enxurrada de corrida e espera. Os dias eram

~ 143 ~
monopolizados pelos acessórios, ornamentos e embelezamento. Meus
longos cabelos escuros foram destacados, não em tons de loiro como eu
imaginava, mas matizes de castanho e destaque de mogno. Quando a
luz solar bateu no meu cabelo, as várias tonalidades vieram em uma
matriz verdadeiramente surpreendente de cor. Minha pele estava
hidratada e massageada. Cosmetologistas passaram horas aplicando e
me ensinando a aplicar a quantidade certa de maquiagem. Com a
orientação de Zhen, um cosmetologista, eu me tornei um especialista
em criar os olhos mais dramáticos.

O vestido de casamento que Lisa tinha escolhido - sim, ela disse


que discutiu com Stewart e ganhou, não permitindo que ele o visse até
o casamento - era impressionante. Antes da minha primeira prova,
estava perto do meu tamanho. Na quarta-feira à tarde, se encaixava
como uma luva. O chiffon fluindo e corpete trabalharam juntos para
criar o look perfeito para um casamento em uma praia.

Eu também aprendi um pouco mais sobre o meu noivo. Embora


suas casas estivessem em Miami, os hotéis estavam por todo o mundo,
e, assim ele passava um tempo viajando. Ele disse que haveria
momentos em que ele iria viajar sozinho, mas provavelmente mais vezes
ele iria me querer o acompanhando. Apesar de nunca ter
verdadeiramente exigido, do jeito que ele pediu, do jeito que ele
perguntou, me deixou pouco espaço para debate.

Iniciando a segunda-feira à noite no Beach Club, fui apresentada


a seus amigos e associados. Nunca, nenhuma vez, ele insinuou que a
nossa união era nada além do que parecia. Fomos o tema de conversa,
não só em Miami, mas também em todo o país. Mesmo os programas de
fofocas de televisão debateram longamente sobre o casamento
improvável. Claro, as fotografias com o meu anel de noivado se
tornaram viral. A notícia do casamento ainda não tinha atingido a
imprensa, mas Stewart não tinha dúvida de que seria a notícia de
primeira página na sexta-feira de manhã. Foi por isso que ele decidiu
um casamento à noite de quinta-feira. Nossas núpcias teriam atingido o
fio antes do fim de semana, fazendo um impacto antes de ser perdido
no próximo final da semana.

Embora eu mantivesse a minha palavra e não tinha implorado


para seu pau, isso estava se tornando cada vez mais difícil. Desde
domingo à noite, eu tinha alcançado alturas mais elevadas com Stewart
do que eu sabia que existia. Ele tinha ido para baixo em mim várias
vezes. Era tudo o que ele ofereceu com os dedos e mais. Eu não lutei
contra a viagem até o topo da montanha, porque cair foi a minha

~ 144 ~
recompensa para a expedição radical que eu sentia. Quando sua língua
e os dedos trabalharam juntos, não importa o quão duro meus quadris
empurraram ou minhas coxas espremiam, eu era impotente contra o
precipício que explodiu e me mandou caindo, não em uma peça, mas
em um milhão de pedaços em um conjunto de sedação. Embora ele
gostasse de me ver me tocando sozinha, eu não tinha visto o que havia
sob suas calças. Cada vez que eu estendia a mão para sua ereção
escondida, minha curiosidade aumentou e eu sabia que era apenas
uma questão de tempo antes que eu fizesse como ele tinha previsto e
implorasse. Meu objetivo era deixar isso para o nosso casamento.

À noite antes de nossa partida para Belize, Stewart voltou para


casa de seu escritório mais cedo do que o habitual. Lisa estava fora e eu
estava sentada à beira da piscina com Susan, completando os arranjos
finais sobre outra ordem de vestuário. Era uma seleção especial de grife
vestidos casuais, aqueles que Lisa proclamou sendo uma necessidade
para as minhas atividades diárias.

O vozeirão de Stewart ecoou na piscina da cobertura quando nós


duas olhamos para cima para vê-lo chegar. Embora ele usasse seu
terno personalizado e seu cabelo loiro caia perfeitamente sobre a testa,
a expressão que ele usava era diferente de uma que eu já tinha visto. —
Onde diabos está o seu telefone?

Os olhos de Susan se arregalaram quando eu olhei em volta da


mesa, movendo revistas e esboços e eu respondi, — Eu não sei. No meu
quarto?

De olho Susan, o comportamento de Stewart mudou. —


Senhorita. Jennings, eu acredito que os seus serviços não são mais
necessários hoje. Entre em contato com minha esposa depois de
chegamos em casa da nossa lua de mel.

— Sim, Sr. Harrington, — respondeu ela, de pé e recolhendo seu


material da mesa.

— Victoria, venha ao meu maldito escritório, agora. — com isso,


ele tinha ido embora do deck da piscina em uma nuvem de perfeição
régia e fúria.

— Senhorita? — Susan perguntou uma vez, enquanto estávamos


sozinhas, seus olhos questionando para os meus.

Eu queria garantir que estava tudo bem, mas eu não sabia. No


entanto, eu sorri e acenei com a cabeça encorajadoramente: talvez em

~ 145 ~
uma tentativa de me tranquilizar. — Obrigada, Susan. Vejo você em
uma semana. Você precisa de mim para você sair?

Ela forçou um sorriso. — Não. Se você tiver alguma dúvida de


última hora, você tem meu número.

— Eu tenho certeza que está tudo certo, — eu respondi.

Eu tinha enfrentado a ira dos meus pais em mais ocasiões do que


eu poderia contar; eu poderia enfrentar Stewart. De certa forma ele
tinha sido mais gentil comigo do que jamais tiveram. O que estava
perturbando ele, eu acreditava que eu poderia segurar. Isso, no entanto,
não diminuiu a ansiedade que crescia a cada passo que eu dava no
meu caminho em direção a seu escritório. Quando entrei, eu perguntei,
— Stewart, o que-

Ele cambaleou ao som da minha voz. — Você encontrou o seu


maldito telefone?

— Não. — meu pescoço esticou. Apesar de sua mandíbula


apertada, sua expressão escureceu me encheu de medo, eu estava
prestes a ser sua esposa e eu não apreciava seu tom. — Eu vim para o
seu maldito escritório. Isso é o que você disse.

Ele andou por trás de sua mesa. — Eu tenho tentado falar com
você. Qual é a porra do propósito de ter um maldito telefone se você não
vai tê-lo por perto?

— Stewart, — eu diminuí minha refutação. — O que


aconteceu? Por que você está tentando me atingir?

— Eu tentei o telefone do apartamento. Eu não poderia nem


mesmo conseguir falar com alguém aqui. Eu finalmente conseguir falar
com a Sra. Madison, mas como você sabe, ela está fora e não podia te
alcançar também.

— Você está aqui agora. O que é?

Sua expressão de raiva se transformou em incerteza. — Eu paguei


a porra do dinheiro. Eu fiz isso. Travis entregou na segunda-feira.

Que dinheiro? Minha mente girava: tanto tinha acontecido em tão


pouco tempo.

— Victoria, seu padrasto está no hospital.

Meus joelhos deram lugar a uma onda de náusea. Esse


dinheiro. Eu não tinha ligado para Randall ou minha mãe. Eu tinha

~ 146 ~
muitas coisas e estava ocupada e para ser honesta, eu gostei da ideia
de fazê-los suar. — Hospital? O que aconteceu?

— Eu não sei. Pegue sua bolsa. Estamos indo para o Memorial.

Fixamente, eu balancei a cabeça, tentando com todas as minhas


forças esconder o medo ondulando através de mim. Oh, meu Deus. Se
ele morresse, seria outra morte em mim.

No caminho para o Memorial, eu verifiquei minhas


mensagens. Havia várias mensagens de texto e mensagens de voz de
Stewart, alguns de Val e uma mensagem de voz de minha mãe. Eu
escutei, não colocando no viva-voz.

— Por quê? Por Victoria? Você nos odeia tanto assim? Randall está
no Memorial Hospital.

Olhei para Stewart. — Mensagem de minha mãe não nos diz mais
do que você já sabe. Ela só disse que ele está no hospital.

Ele pegou minha mão e segurou enquanto caminhávamos pelos


corredores em nosso caminho para a UTI. Avistei Val primeiro. Nós não
tínhamos visto uma a outra desde domingo à tarde. Até que nossos
olhos se encontraram, eu não tinha percebido o quanto eu tinha sentido
falta dela: três dias foram de repente uma vida. Seus olhos inchados
encontraram os meus.

Assim que eles fizeram, o olhar de nossa mãe seguiu o de Val e


Marilyn se levantou. Anos sendo uma cadela julgadora entrou em
prática. Levou apenas um segundo para me digitalizar: a minha roupa
nova, cabelo e anel de noivado. Quase instantaneamente, seu pescoço
esticou. Eu segurei firmemente a mão de Stewart, sabendo, sem sombra
de dúvida que ele era a única coisa a impedindo de me dizer exatamente
o que ela pensava.

Com mais compostura do que eu sabia que ela possuía, ela deu
um passo para nós. — Sr. Harrington, por favor, permita falar com a
minha filha em particular.

Ele olhou possessivamente em minha direção. Eu não queria


soltar sua mão, mas eu sabia que deveria. Antes que eu pudesse falar,
Stewart fez. — Sra. Sound, como está o seu marido?

— Ele está em estado crítico. Não há nada que eles podem fazer,
além de esperar.

— Mãe? — perguntei, — O que aconteceu?

~ 147 ~
— Foi um ataque cardíaco. Os médicos acreditam que foi causado
por estresse. — sua última frase destilava acusação. No entanto, meus
pulmões respiraram tão necessariamente quando a tensão deixou o
aperto de Stewart. Não tinha sido um acidente. Acenando para Stewart,
eu soltei sua mão e caminhei em direção a minha mãe. De repente, ela
se virou e me levou a uma sala pequena. Uma vez que estávamos
sozinhas, ela se virou, batendo como uma víbora.

— Você está feliz? É isso que você queria? Olhe para você, vestida
como maldita riquinha, com esse pedra gigante em seu dedo. Você acha
que Randall disse ao Sr. Harrington sobre você para que você pudesse
colher os benefícios e não nos deixar secar? Onde está o seu senso de
lealdade depois de tudo que Randall fez por você? Você e seus caminhos
egoístas fizeram isso! Você não pode me ver feliz, não é? Você tem que
arruinar todo relacionamento que eu já tive.

Embora seu tom gelado destilasse ódio e acusação, eu tentei


conseguir mais informações sobre Randall. — Qual é o prognóstico?

— Você ao menos se importa?

O fogo em minhas veias derreteu o gelo que ela enviou em meu


caminho. — Eu ainda me importo?

— Talvez eu deva avisar ao Sr. Harrington, — minha mãe disse,


seu baixo volume e ameaçador. — Eu deveria avisá-lo que é uma cadela
mortal que ele tem em seus braços. Todos que você toca morrem: todos
que é ingênuos o suficiente para chegar perto. Até mesmo o dinheiro
dele não vai protegê-lo de você.

— Você está ouvindo a si mesma? Você me vendeu sem um aviso


ou arrependimento, porra.

— Eu deveria ter sabido que seria necessário algo de mais valor


para nos ajudar.

Eu apertei minha mandíbula e desejei que minhas lágrimas


ficassem na baía. Além do painel de vidro da porta fechada, avistei
Stewart. Ele estava de pé no lugar, encostado a uma parede e olhando
diretamente para mim. Sua presença me deu força. Baixei meu tom. —
A dívida de Randall foi paga. Desde segunda-feira à tarde. A crise atual
dele é o resultado do fodido vício dele e o seu. Você fez a sua
decisão. Não entre em contato comigo novamente. Nunca. — meus olhos
deixaram os dela e encontraram Stewart. Ele ficou em linha reta e
caminhou em minha direção.

~ 148 ~
Estupefata com a minha explosão, Marilyn Sound olhou para
mim. Quando ela recolheu seus pensamentos, Stewart abriu a porta,
fazendo-a girar, de repente silenciada por sua presença. Reunindo a
minha força, eu disse: — Marilyn, este é Stewart Harrington. Eu
acredito que você tem algo a dizer a ele.

Ela arregalou os olhos.

Voltando-se para Stewart, eu continuei, — Stewart, minha mãe


gostaria de te agradecer por salvar suas bundas.

Eu tinha a opção de me concentrar em seu olhar gelado ou o seu


sorriso. Eu escolhi o seu sorriso.

Marilyn estendeu a mão. — Obrigada, Sr. Harrington. A partir da


pedra no dedo da minha filha, eu presumo que os parabéns estão em
ordem.

— Sra. Sound, eu espero que você lembre do meu aviso anterior, e


sobre as felicitações, sim. Estamos tristes que você e Dr. Sound não
serão capazes de participar das festividades; no entanto, parece que
será necessário a sua atenção e congratulação em outro lugar. — ele
estendeu a mão para mim. — Victoria, eu acredito que nós precisamos
sair.

Alcançando a mão de Stewart, eu olhei para a minha mãe. — Dê a


Randall meus cumprimentos. Oh, e deixe que ele saiba que eu disse de
nada.

Minhas emoções ficarem em cheque até nós chegarmos ao


carro. Nesse ponto, tudo borbulhava: anos de humilhação, de ser uma
decepção e de não ser desejada. Quando eu desmoronei no abraço de
Stewart, eu sussurrei: — Por favor, estou implorando.

Empurrando-me um pouco longe, Stewart olhou em meus olhos


cheios de lágrimas. — Victoria?

— Por favor, me leve pra casa. Eu preciso que você me faça


esquecer. Eu preciso de você dentro de mim.

Erguendo a voz, ele ordenou: — Travis, vamos voltar para o


apartamento.

Eu segurei firmemente a sua mão enquanto ele me acompanhava


até o quarto principal, no primeiro andar da cobertura. Ele tinha as
mesmas janelas do chão ao teto, como a sala de estar, preenchendo o

~ 149 ~
espaço enorme com luz natural. Me puxando para perto, Stewart
perguntou: — Diga. Eu preciso ouvir isso.

— Por favor, por favor... — ousada, eu caí de joelhos. — Eu estou


te implorando para me fazer esquecer. Eu estou implorando pelo o seu
pau. Eu preciso de você dentro de mim.

— Victoria?

Eu olhei para o maciço homem poderoso diante de mim. Me


oferecendo sua mão, ele disse: — Levante-se.

Eu fiz, embora com os joelhos trêmulos.

— Isso, minha querida, será a primeira e a última vez que você vai
implorar. Você entende?

Eu não sabia, embora eu assenti.

— Quinta-feira, você vai ser a senhora Stewart


Harrington. Ninguém - nem sua mãe, seu pai, nem seu padrasto -
ninguém além de mim jamais voltará a ter o poder sobre você. — ele
levantou meu queixo. — Você realmente entende?

— Sim.

— Você está confiante de que você quer?

Alcançando o cinto de Stewart, eu disse: — Sim.

Ele segurou minha mão. — Enquanto eu aprecio o seu


entusiasmo, querida, esta é a minha área de especialização. Deixe-me.

Balançando a cabeça, eu soltei o cinto, mas esfreguei sua ereção


escondida.

Me girando, Stewart baixou o zíper do meu vestido e removeu as


alças dos meus ombros. O tecido macio escorregou para o chão, quando
seu baixo chiado encheu com uma aparência muito necessária do
poder. Com as minhas costas para ele, ele segurou o cós da minha
calcinha e os puxou com reverência em direção ao chão.

— Você é tão bonita, porra. — ele virou meu corpo nu para


enfrentá-lo e cuidadosamente beijou meus lábios, me segurando
perto. A batida de seu coração reverberou em seu peito maciço quando
seus braços e me aqueceram ao abrigo do ar climatizado. Tomando
minha mão, ele disse: — Suba na nossa cama e me mostre a sua buceta

~ 150 ~
molhada. Espalhe as pernas. Eu quero mais do que suas palavras – me
deixe ver seu corpo implorar.

Enquanto eu fiz como ele disse, Stewart tirou o paletó, camisa e


cinto. Com cada ação, seus olhos ficaram fixos em mim. Tirando seus
sapatos, ele desfez o botão em suas calças e deixou cair no chão. As
cuecas eram incapazes de esconder o que eu ainda não vi. Deitada de
costas em cima de meus cotovelos, eu trouxe meus joelhos juntos e
engasguei. Nunca em toda a minha vida eu tinha visto nada tão
grande. Seu pau estava ereto, quase tocando seu umbigo.

— Oh... eu não sei... se...

Removendo sua cueca boxer, Stewart subiu na cama. Seus olhos


azuis brilhavam com luxúria enquanto suas palavras me
tranquilizaram. — Eu queria isso desde antes que você entrou no meu
escritório. Tori, eu vou fazer você esquecer tudo. Tudo o que você vai
estar pensando é o incrível alongamento em sua buceta apertada. —
sua expectativa era evidente quando ele perguntou: — Você confia em
mim?

Ingenuamente, eu fiz. — Sim.

Espalhando minhas pernas, ele beijou o interior das minhas


coxas, cada beijo movendo cada vez mais perto de meu sexo.

— Eu nunca vou cansar de seu perfume, tão doce. — sua língua


rodou minha fenda. — É tão bom. — outra lambida.

Eu queria mais. — Por favor, — eu disse enquanto segurava o


lençol em antecipação.

Lambidas e beijos cuidadosamente posicionadas, ainda perto e


não tocando meu clitóris. — O que você quer? — ele provocou.

— Eu quero o seu pau, — eu proclamei com confiança.

Quando abri os olhos, vi Stewart ajoelhado entre minhas pernas,


seu pau bem na minha frente. — Toque-o, Tori. Sinta o que vai estar
dentro de você.

Incerta, eu estendi a mão e acariciei a pele lisa, esticada. Ele


gemeu quando ele contraiu com as veias salientes e as bolas
penduradas abaixo. Uma gota de pré-sêmen brilhou na cabeça.

— É isso aí. Acaricie.

~ 151 ~
Minha mão o cercou: o meu polegar e os dedos incapazes de
tocar. Olhei para cima para seu olhar de aprovação. — Tem certeza de
que vai se encaixar? — perguntei.

— Tenho certeza.

Em busca de um preservativo que eu não sabia que ele tinha, ele


deslizou o revestimento longo em seu comprimento e aliviou seu corpo
sobre o meu. — Relaxe, Tori. Abra para mim.

Eu levantei meus joelhos. Lentamente, ele mudou sobre


mim. Quando a cabeça de seu pau empurrou contra a minha entrada,
eu engasguei.

— Está tudo bem. Deixe entrar.

Fechei os olhos e me concentrei em suas palavras enquanto seu


pau tão lentamente se movia para dentro e fora, dentro e fora, cada vez
penetrando mais fundo do que antes. A única coisa que eu conseguia
pensar era o alongamento do meu núcleo quando a dor deu lugar ao
prazer. Sons vinham de meus lábios como eu, mais uma vez agarrei os
lençóis macios e lutei contra o desejo de afastar, com cada impulso que
enterrava seu pau duro profundo dentro de mim, eu sabia que não
havia nenhum lugar para eu ir. Dor e prazer se misturaram quando ele
encheu o meu núcleo.

— Porra! Você é tão boa, tão fodidamente apertada.

Nada mais no mundo importasse. Com suas bolas contra a minha


bunda, ele se acalmou. Quando abri os olhos, vi só a ele. Sua voz
encheu o quarto.

— Deus, você é incrível. Você está bem?

Eu estava. Eu estava esticada, dolorida e cheia. Balançando a


cabeça, sorri enquanto uma lágrima escorria do canto do meu olho.

Stewart rodou a lágrima com a língua e choveu beijos no meu


pescoço e seios. Meus mamilos endureceram e ele chupou cada um, os
deixando tensos. Todo o tempo, seu pau se movia dentro e fora de
mim. Em algum momento, a dor em minhas coxas deu lugar a uma
crescente tensão que se formava dentro de mim. Inconscientemente,
comecei a mover em sincronia com ele. Meus quadris dançaram com
cada um de seus golpes quando o ritmo aumentou. A pressão interna
foi como nada que eu já conheci. Não era nada parecido com o que os
seus dedos ou boca tinham sido capazes de produzir. Agarrando minha

~ 152 ~
bunda, ele me puxou para mais perto, e espalhou minhas coxas mais
distantes e bateu seu pau contra o meu núcleo.

Nós estávamos quase lá, quase até o pico da montanha e depois


com um impulso final, ele me levou até o topo. O orgasmo bateu nós
dois de uma vez. Não havia mais nada no mundo: sem músculos, sem
família horrível. Era apenas nós. Com sua pele quente queimando
contra a minha, eu caí. Não, ele me joguei para as
profundezas. Gritando seu nome, eu despenquei até não sobrar
nada. Meu único soltava espasmos fluindo da minha cabeça aos pés.

— Porra! Eu amo o jeito que sua buceta ordenha meu pau, —


disse ele enquanto ele continuava a bombear. — Você não
acabou. Ainda não.

Como ele sabia que eu não tinha acabado? Eu estava deitada em


pedaços, incapaz de me mover. Ele alcançou entre nós e rolou meu
clitóris já inchado entre os dedos. Chamei a dor deliciosa. Eu não sei o
quanto mais eu poderia tomar. O atrito do seu pau, dentro e fora, o
movimento dos dedos. Eu não conseguia respirar enquanto a montanha
se formava a distância. Mais uma vez seus lábios e dentes encontraram
os meus seios. Beijos deram lugar a beliscões. A montanha teve o pico
mais alto que eu já vi e a viagem foi longa. Destemido, Stewart me
empurrou para cima, pressão, por impulso, até que todo o meu corpo
estava pendurado precariamente no limite.

— Agora! — ele exigiu, apertando meu clitóris e perfurando em


minha profundidade. O meu segundo orgasmo bateu mais forte do que
o primeiro. Minhas unhas recém-pintadas cavaram em seus ombros
largos. Era a única maneira para evitar desmoronar quando cada nova
onda rugiu através de mim. Stewart gritou: — Oh, porra! — quando ele
bateu em mim pela última vez. Seu pau inchado pulsou dentro do meu
núcleo agora satisfeito, tal como ele caiu em cima de mim.

Paralisada e muda, eu fiquei embaixo do meu noivo, rodeada por


seu calor. Quando ele finalmente se mexeu, fiquei me sentindo vazia,
até que ele me puxou para perto para o lado dele e beijou meu
cabelo. — Vá dormir, minha Tori. Amanhã partimos para nosso
casamento.

~ 153 ~
CAPÍTULO TREZE
Nove anos antes
Em Cinderela, o belo príncipe salva a pobre moça de sua
madrasta malvada. Em Branca de Neve, o belo príncipe salva a jovem
princesa indesejada. Com os contos de fadas infantis de felizes para
sempre, começa o processo de plantio de sementes nas mentes das
jovens sobre príncipes realmente existirem. Muitas das histórias não
começam dessa forma: em vez disso, elas se originaram de contos de
brutalidade e violência concebidas pelos irmãos Grimm. Com isso em
mente, talvez, os contos de fadas não devessem centrar na prevalecente
do bem, mas a presença do mal. Pois sem o mal há realmente o bem?

O conto de fadas que eu tinha sido vendida, o que fez a realidade


da minha venda suportável, deu lugar à verdadeira natureza da minha
situação um pouco mais de um ano depois de me tornar a Sra. Stewart
Harrington. A fachada de meu príncipe quebrou com a minha
introdução ao outro apartamento de Stewart. Com tudo o que tinha
acontecido, eu tinha esquecido sobre sua existência, até que já não era
possível.

— Lembre-se do contrato, minha querida, — disse Stewart


enquanto ele me levou ao elevador no que aparecia do lado de fora um
armazém em uma parte mais isolada da cidade.

Embora esta fosse a primeira vez que ele mencionou o contrato


desde antes do nosso casamento, eu não tinha certeza de como ele
pensou que eu poderia esquecer.

Até a noite, quando eu vi pela primeira vez o armazém, os meus


dias foram gastos integrando meu caminho no mundo da elite social. Eu
tinha sido recebida de braços abertos e facas a postos. Como esposa de
Stewart, ninguém se atrevia a me proibir publicamente de entrar nos
clubes e organizações frequentadas pela nata da sociedade. No entanto,
eu não era ingênua o suficiente para assumir que as boas-vindas que
recebi foram a única partilhada por trás de portas fechadas. Afinal, eu
era mais jovem do que alguns dos filhos dos meus novos amigos, talvez

~ 154 ~
até netos. Havia mais do que eu via na superfície. Eu logo aprendi a
profundidade disso.

Eu vi os olhares quando fui apresentada. As mulheres que me


convidaram para jogar tênis e planejar eventos não mais eram minhas
amigas do que as garotas na academia tinham sido. Felizmente, como a
maioria das mulheres, eu tinha sido iniciada cedo e eu poderia me sair
bem. Sendo uma feminina habilitada a forte capacidade de sorrir
educadamente e detestar internamente. A influência de minha mãe
continuou a se infiltrar em meu núcleo escuro. Pisar em seus sapatos
nunca tinha sido meu plano, mas os planos mudam. Para cumprir
minhas novas obrigações, eu usava os saltos de cadela orgulhosamente.

Não demorou muito para eu esquecer como Stewart e eu


começamos. Eu não esperava que houvesse amor, mas o que eu
encontrei foi o mais próximo disso que eu sabia. Meu coração pulava
quando Stewart elogiava as coisas que eu fazia. Eu adorava o brilho em
seus olhos azuis quando eu andava ao lado dele ou mantinha o seu
braço em mim nos eventos sociais de elite. Já não parecia como se
fôssemos só para aparecer. Eu realmente gostava de sua companhia e
parecia que ele gostava da minha. No apartamento ou na nossa enorme
mansão da cidade, ele era atencioso e comprometido.

Muitas vezes, eu o acompanhei em viagens de negócios, orgulhosa


de ser a senhora Stewart Harrington. Ele estava certo quando ele me
disse para não me preocupar sobre sua idade. Fiquei maravilhada com
suas proezas na cama e cada nova introdução - cada posição nova ou
brinquedo novo - era uma aventura. Nunca imaginei a vida que eu vivi e
nunca lamentei a minha assinatura.

Não até aquela noite.

Destravando a porta de seu apartamento armazém, Stewart me


levou para dentro. Logo percebi que tinha entrado no segundo
nível. Quando Stewart ligou os interruptores, o quarto cavernoso entrou
em exibição. Em pé no corrimão, eu vi o contraste gritante com o nosso
apartamento perto da praia. Ao contrário de janelas do chão ao teto,
este lugar não tinha; em vez disso, o perímetro não tinha nada além de
paredes altas de tijolo vazio de decoração. Dois andares acima era a
única fonte possível de luz natural: uma grande claraboia. Dada a hora
tardia, a coisa parecia escura e densa como os tijolos.

Em um canto da sala abaixo, havia uma cozinha com um bar


coberto de granito e três bancos. Em outro canto estavam sofás,
cadeiras e uma televisão. A aridez dos móveis me fez lembrar de um

~ 155 ~
bacharel ou estudante universitário lutando. Embora Stewart só tivesse
sido casado comigo por um ano, lutar não tinha sido uma palavra que
poderia ser usado para descrevê-lo, talvez nunca.

Quando olhei em volta, eu não pude evitar me perguntar por que,


com o nosso apartamento no centro da cidade e grande propriedade nos
arredores de Miami, esta residência adicional era
necessária? Silenciosamente, ele me levou para as escadas. Quando a
escada virou, meu olhar caiu sobre a área da sala que não era visível a
partir da entrada. Minha curiosidade se transformou em horror quando
o meu batimento cardíaco intensificou e meus passos
pararam. Olhando a plataforma elevada contendo uma grande cama de
dossel, bílis subiu na minha garganta. Perto da plataforma havia uma
grande cadeira estofada.

Embora o contrato tivesse delineado detalhes sobre o


consentimento para atividades sexuais, até aquele momento, Stewart
nunca tinha proposto qualquer coisa que eu considerada fora do
comum. Com tudo o que ele iniciou, eu de bom grado o segui. Não havia
dúvida de que ele tinha me levado a lugares que eu nunca tinha
estado. No entanto, eu sabia que havia algo vil sobre a cena diante de
mim.

Puxando minha mão, ele encorajou os meus passos. — Não pare


agora, Sra. Harrington.

— Stewart? O que é isto?

— Este é o lugar onde minhas fantasias se tornam realidade.

Meu pescoço esticou enquanto eu tentava compreender. — Eu


não entendo? Temos sexo. Temos um monte de sexo. Por que você
precisa de um apartamento para isso? O que há de errado com a nossa
casa?

Embora minha mente girasse, meus pés continuavam a se


mover. Aproximando-se da cama, ele disse: — Eu não estou reclamando
sobre a nossa vida sexual, Victoria. Eu gosto do que fazemos em
casa. Isto é diferente. É por isso que me casei com você. Isto é o que o
nosso contrato estava prestes acontecer.

O contrato voltou para mim: cláusulas e apêndices. Uma frase em


particular veio de volta: Fora da experiência. Que diabos?

— Stewart, o que acontece aqui? O que você espera de mim?

~ 156 ~
— Nada aconteceu aqui desde o nosso acordo. Eu não vou dormir
com outras mulheres, se é isso que você está perguntando. Eu fiz antes
de nos conhecermos. Tenho necessidades. — ele me dirigiu a me sentar
em cima da cama e tocou minha bochecha. Com uma diferença em seu
tom, ele continuou, — Como de tarde, Sra. Harrington, a maioria dessas
necessidades foram muito bem atendidas.

— A maioria? — meu estômago continuou a embrulhar. — Basta


dizer isso. O que você acha que eu vou fazer aqui?

Seu sorriso torceu. — Eu sei o que você vai fazer aqui. Você vai
fazer o que eu digo. Temos um contrato, um acordo juridicamente
vinculativo.

— Eu ainda não-

Ele tocou meus lábios. — Eu tenho mantido meu lado do nosso


negócio. Você tem o meu nome, o acesso ao meu dinheiro. Sua irmã foi
aceita na Universidade Johns Hopkins. — ele inclinou a cabeça. — Eu
já te neguei alguma coisa?

— N-não, — eu respondi com trepidação óbvia.

— E você não vai me negar. Eu disse isso antes, se algo faz você
se sentir desconfortável, eu estarei lá para você. Você nunca vai estar
aqui sozinha. Eu sempre estarei aqui.

Eu balancei minha cabeça. — Eu não entendo! Por que você não


estaria aqui? Se eu tenho que fazer alguma coisa, alguma coisa a ver
com sexo... — minhas palavras sumiram quando a agitação no meu
estômago se tornou impossível de ignorar. Uma rápida olhada para o
lado me mostrou uma porta. Rezei para que contivesse o que eu
precisava, quando eu saí correndo da cama, abri a porta e vomitei o
meu jantar no banheiro.

Com minha cabeça latejando e meu corpo tremendo, me mudei


para a pia e, colocando água, lavei minha boca. Com a minha cabeça na
pia, eu virei para meu marido e perguntei: — Só diga o que é! — meu
volume aumentou. — Não faça a minha imaginação me levar a lugares
que eu não quero ir.

Alcançando a minha mão, ele me ajudou a ficar de pé. — Onde


exatamente essa bela imaginação está indo?

Eu já sabia que Stewart gostava e tinha prazer de me


assistir. Muitas vezes, ele me encoraja a me masturbar, até mesmo
apresentando os brinquedos para que ele pudesse ver quando eu

~ 157 ~
gozasse. — É algo sobre observação, não é? É por isso que há uma
cadeira. Por favor, me diga que não vai haver mais ninguém aqui além
de nós.

— Eu não posso.

Minhas sobrancelhas subiram enquanto eu repetia: — Você não


pode?

— Você é uma mulher bonita. Eu já te disse quantos homens


querem você. Eu não estava mentindo. Eles querem. E eu adoro assistir
esses belos lábios gritar. Eu quero ser o único a orquestrar; eu quero
ver enquanto os outros homens te usam. Eu quero ser o único a te dar
esse prazer.

— Não!

— Não? — ele ergueu. — Sra. Harrington, essa palavra foi


removida de seu vocabulário no dia você assinou o meu contrato.

— Eu não posso. Eu não quero estar com outros homens. Eu


quero estar com você. — naquele momento, mesmo que não fosse
verdade.

— E você vai. Você vai estar comigo. Eu ainda quero estar com
você. A ideia de observação está me deixando duro agora. Aposto que se
eu levantar a saia do seu vestido um pouco, eu acho que você está
molhada sobre isso.

— Eu não estou! — eu respondi honestamente. — Quem? Com


quem você está disposto a me compartilhar?

— Você vê, essa é a parte legal. Quando era prostitutas, não


importava. Mas, como minha esposa, você é esperada estar no meu
braço. — ele colocou a mão na dobra do seu braço e me levou de volta
para a cama. — E eu gosto de ter você lá. Eu decidi que seria melhor
você não saber.

Que diabos?

— Isso não faz qualquer sentido. Como eu poderia estar fazendo...


seja lá o quer você quer orquestrar... — eu enfatizei a sua palavra, — ...
e não sei com quem estou?

Stewart parou de novo. — Eu acredito que eu tenho trabalhado


nisto. — ele estendeu a mão debaixo da cama e tirou uma caixa.

Fiquei sem palavras quando ele abriu a tampa.

~ 158 ~
Dentro eu vi uma variedade de brinquedos sexuais, mas isso não
era o que ele procurava. Stewart removeu fones de ouvido e uma venda
para os olhos. — Estes fones irão cancelar o som da voz da outra pessoa
e os olhos vendados irão fazer o que os olhos vendados fazem. Você não
será capaz de ouvir nem ver a pessoa com você. — ele tirou um
Bluetooth e colocou os fones nos ouvidos. Sua voz veio através dos
fones de ouvido. — Falando através do Bluetooth, você só vai ser capaz
de me ouvir. Quando eu não estiver falando, eu vou ter música tocando,
tudo em um esforço para esconder a identidade dos seus parceiros.

Isso me assustou tê-lo conversando casualmente sobre os meus


parceiros. Tirei os fones de ouvido. O som de sua voz estava ao meu
lado. Eu não preciso ouvir isso através da eletrônica. — Mas, mas a
outra pessoa vai saber quem sou eu. Mesmo que eu não saiba quem é,
ele vai.

— Eles minha cara; não ele. Não é singular, é plural. — Stewart


colocou a venda nos meus olhos e os fones de ouvido mais uma vez em
meus ouvidos. Com o meu escuro mundo, ele continuou, — Você é tão
quente e você está tão certa: eles vão saber. No entanto, você não
vai. Cada vez que for a uma festa ou aceitar um convite para jantar,
você não estará sobrecarregada com o conhecimento do homem sobre a
mesa ter tido seu pau dentro de você. Como você estiver jogando tênis
no clube, você não estará comparando os maridos das mulheres que
você vê. Tudo o que você sabe é o que eu escolho compartilhar com você

Quando cheguei para a venda, as palavras de Stewart trouxeram


as minhas mãos a um impasse. — Não remova isso, Sra.
Harrington. Hoje à noite, eu quero ver como você segue minhas
direções.

Uma lágrima rebelde escapou, apenas para ser engolida pelo


material de cetim. Eu falei para a escuridão. — Stewart, eu não quero
fazer isso. Eu não quero fazer parte disto.

Ele roçou meus braços enquanto eu senti o zíper do meu vestido


descer. — Eu vou ficar com você a cada passo do caminho. Eu vou fazer
isto tão fácil ou tão difícil quanto eu escolher. — sua respiração quente
banhou meu pescoço. — Eu sugiro que você trabalhe para o fácil: é o
que eu realmente quero. — me guiando em direção à cabeceira da
cama, ele tirou minha calcinha e espalhou minhas pernas. — Hoje à
noite é apenas nós. Acene se você puder ouvir minha voz.

Eu balancei a cabeça, pela primeira vez com medo do homem que


eu chamava de meu marido. O que ele quis dizer quando disse que ele

~ 159 ~
pode ser tão fácil ou difícil como ele escolher? O que ele faria se eu
negasse isso?

O colchão se mexeu: instintivamente eu sabia que ele tinha


desaparecido, embora sua voz soasse como se ele ainda estivesse ao
meu lado. — Você é tão quente. Toda a perda de visão e audição pode
ser incrivelmente erótica. Se dê a isso. Entregue-se ao som da minha
voz.

Eu balancei minha cabeça. — Por favor, Stewart.

— Pare de falar, — ele repreendeu. — Quando estamos em casa,


você pode fazer e dizer o que quiser. Mas aqui, neste lugar, é o meu
domínio - a minha fantasia. Você vai fazer o que eu disser, quando eu
disser. Se você não pode seguir as instruções quando for dada, você vai
ser punida. Eu tenho amordaças por falar fora de hora. É isso que você
quer?

Eu balancei minha cabeça.

— Agora sim, essa é uma boa menina. E, como você pode


recordar, o nosso contrato contém uma cláusula de não-divulgação. O
que acontece neste lugar permanece a este lugar. Ninguém, nem mesmo
Sra. Madison pode ser confiável. Acene com a cabeça se você entende.

Eu balancei a cabeça.

— Agora, eu não quero que você me envergonhe.

Que diabos? Eu o envergonhar?

Stewart continuou: — Então, em primeiro lugar, vamos praticar


sozinhos. Depois que você aprender a obedecer, vamos convidar os
amigos.

A porra da minha escolha era não obedecer e receber a punição


ou obedecer e ser fodida por outros. Isso não parece muito de uma
escolha.

— Hoje à noite vai ser muito simples. Você conhece a rotina, Sra.
Harrington, trabalhe nessa pequena buceta sua e me mostre quão
molhada você pode ficar.

Meus dedos obedientes encontraram o meu sexo. Não havia nada


remotamente erótico sobre o que eu estava fazendo. Em casa, no nosso
quarto, enquanto eu observava seus olhos azuis devorarem os meus
movimentos, eu poderia fazer o que quisesse. Embora meus dedos

~ 160 ~
obedecessem, minha mente estava pensando na minha nova
realidade. Como eu poderia olhar para os seus amigos e colegas de
trabalho nos olhos sabendo que qualquer um deles poderia ter estado
dentro de mim? Nomes e rostos vieram à mente. A maneira que Parker
Craven tinha olhado para mim a primeira vez que nos
encontramos. Será que ele sabia? Será que ele é um deles? Por que outra
razão ele estava tão intimamente envolvido na escrita do contrato? Os
executivos de negócios, políticos, seriam parte disso?

Engoli em seco quando o colchão se moveu e os dedos de Stewart


mergulharam profundamente em meu núcleo.

— Que diabos? Você está fodidamente seca como um osso. Vamos


lá, querida, você está sempre fica tão molhada. — seu polegar assumiu
o que eu estava fazendo. — Ouça o som da minha voz. Não ouça os
pensamentos em sua linda cabecinha. Me escute. Nós vamos trabalhar
para torná-la confortável aqui. É isso aí. Pense sobre meu pau. Se eu
vou deixar você ficar toda molhada e deixar você gozar, você vai fazer o
mesmo por mim. Estenda sua pequena mão. Meu pau está bem na
frente de você.

Fiz o que ele disse, tocando seu pau. Eu poderia dizer que ele
agora estava ajoelhado em cima de mim. Seus dedos pararam de se
mover dentro de mim quando eu o senti passar pela minha cabeça. Ele
estava segurando a cabeceira?

— Abra a boca, baby. Eu vou dar uma surpresa por ser uma boa
menina.

Eu tinha dado a ele vários boquetes muitas vezes, mas ele nunca
tinha gozado em minha boca, sempre puxando para fora e espirrando
em meu peito ou no estômago. Eu provei a acidez de seu pré-sêmen
quando ele deslizou seu pau mais profundo em minha boca.

— Quando nós estamos aqui, você é minha prostituta. Lembre-se


disto sempre. — ele bombeou dentro e fora da minha boca. — E boas
prostitutas sempre engolem tudo. — meu couro cabeludo gritou quando
ele agarrou meu cabelo, limitando a minha capacidade de me mover ou
me afastar. — Você não quer me decepcionar.

Meu peito doeu. Não a partir do peso de seu corpo sobre o meu,
mas a partir de suas palavras. Como isso pode ser real?

~ 161 ~
CAPÍTULO CATORZE
Presente
Minhas mãos agarraram a barra de ferro forjado da cabeceira da
cama, enquanto Fatal Lullaby tocava em meus ouvidos. A melodia
familiar deu consistência ao meu mundo escurecido, proporcionando
tranquilidade enquanto minha mente procurava respostas. Talvez eu
devesse ter questionando a minha situação atual, mas não o fiz. Eu
tinha estado aqui muitas vezes. Meus pensamentos estavam
concentrados em Brody bombeando. Eu não tinha sido capaz de me
encontrar com ele ontem depois que surgiram as notícias da vontade de
Stewart. Eu tinha visitado o centro de distribuição da Harrington
Society como eu planejei, mas, então, Stewart acordou e fui convocada
para casa.

Eu não tinha certeza se era as altas doses de medicação ou,


eventualmente, a dor, mas como Val tinha dito, enquanto a doença de
Stewart progredia, ele parecia estar se esforçando para qualquer
aparência de controle. Para esse fim, eu até tentei dormir em sua cama
na noite passada, mas depois do segundo turno das enfermeiras vindo
antes da meia-noite, eu desisti. Alguma coisa estava acontecendo sobre
seus sinais vitais e os monitores continuavam apitando. Todos estavam
em estado de alerta. Sinceramente, depois de terem aumentado a sua
medicação para a dor, eu não tenho certeza de ele até mesmo sabia se
eu não estava em sua cama.

Esta manhã quando eu fui para o quarto dele, ele parecia mais
fraco do que no dia anterior. Por uma questão de fato, quando saí do
apartamento, ele ainda não tinha se movido de sua cama para a cadeira
de rodas. No entanto, ele ainda era exigente. Quando eu lhe disse que
tinha recados, ele me informou que ele já tinha feito planos. Era para
estar no armazém e preparada para uma visita as 11h00. Embora meu
estômago revirasse, o sorriso nunca saiu dos meus lábios quando eu
consenti. Seu amigo tinha solicitado uma reunião no início do almoço e
nós não queríamos decepcioná-lo. Certo!

Enquanto eu esperava pela voz do meu marido e a chegada do


seu amigo, eu tinha esperança de que eu ainda podia passar por isso e

~ 162 ~
me encontrar com Brody. Tudo dependia do amigo e isso estaria
envolvido com a reunião de hoje. Em vez de permitir que os meus
pensamentos permanecessem nessa direção, eu me concentrei em
Brody. O que ele iria me contar?

Era, sem dúvida, depois das onze e ainda nenhuma palavra de


Stewart, apenas a música fantasmagórica vinda através de meus fones
de ouvido. Eu lutei com o desejo de remover minha venda. Stewart tinha
sido o único a prendê-la. Agora eu tinha que fazer, eu
momentaneamente me entretia com a ideia de deixa-lo um pouco
solto. Se eu fizesse, talvez eu pudesse ver o amigo. Mas então me
lembrei de Parker. Será que eu quero isso? Eu não podia ficar molhada
para estes homens. Será que eu realmente quero saber suas
identidades?

A cama se moveu, me trazendo para o presente.

Ainda assim, tudo o que eu ouvia era música.

A mão fria traçou uma trilha da minha mão a minha


clavícula. Em seguida, outro toque explorou meu outro braço. Mais uma
vez a cama se mexeu. Eu sabia que essa pessoa estava agora
abrangendo minha cintura. Meus sentidos hiper-alertas sentiam cada
um de seus joelhos em ambos os lados de mim, assim como o calor de
sua presença acima.

Minha mente me disse para abrir minha boca, mas desde que este
jogo cruel começou, cada um dos meus movimentos tinham sido
coreografado. Eu nunca era esperada depender de minha própria
intuição - nunca aqui, nunca no armazém. Onde estava Stewart?

A respiração de hortelã quente contornou meu pescoço e uma


sensação de alívio inesperado afrouxou meus nervos exasperados. Eu
conhecia este homem. Eu não sabia a sua identidade, mas eu conhecia
esse seu aroma era hortelã. Ele era amável, tão amável como alguém
fazendo sexo com a mulher de outro homem.

Alguns homens tinham preferências e fetiches quando


gozavam. Aparentemente, Stewart ditou o ritmo deles também. Nada
exagerado vinha do Peppermint man4: ele gostava da forma baunilha.

Reverentes mãos acariciaram meus seios, puxando e provocando


meus mamilos. Eu me perguntei quem ele era. Eu conhecia ele fora
desta sala? Será que eu conheço sua esposa? Por mais que eu estava no

4 Apelido que ela deu a este homem em especial.

~ 163 ~
escuro, figurativa e literalmente, com esses homens, eu imaginava suas
esposas. Será que elas têm alguma ideia que seus maridos gostam de
fazer sexo com uma parceira amarrada?

Não que as minhas mãos ou pés sempre estavam amarrados ou


que Stewart usava a mordaça que ele mencionou na minha primeira
visita. Não, minhas restrições eram invisíveis e mais
vinculativas. Minhas restrições eram o futuro da minha irmã e talvez
até mesmo o das clínicas Harrington Society. No entanto, quando o
Peppermint Man começou a esfregar seu pau entre meus seios, eu sabia
que essas restrições foram se deteriorando a cada momento. Se não
fossem, eu estaria ouvindo a voz de Stewart.

Fatal Lullaby e Death Dance tinha terminado há muito tempo


enquanto a trilha sonora continuava a tocar
assustadoramente. Peppermint Man mudou seu pau para a minha
boca, provocando meus lábios e queixo enquanto ele revestia meu rosto
com seu pré-sêmen. Quando eu não respondi, dedos vieram à minha
boca me incentivando a abrir.

— Estou aqui, baby. — a voz de Stewart veio através dos fones de


ouvido. Eu mal reconheci sua voz, a nossa conexão preenchida com
estática, como se utilizando uma linha de telefone à moda antiga e não
um sistema de som avançado tecnologicamente. — Acene se você me
ouve.

Eu balancei a cabeça, surpresa com meu próprio alívio ao ouvir o


comando familiar. Tanto quanto eu odiava isso, eu precisava dele
presente. No entanto, com cada frase soando distante, eu me lembrei de
seu estado debilitado.

— Abra para ele. Deixe-o foder sua boca.

A música recomeçou, desde o início e eu fiz o que ele


disse. Lentamente, o pau dentro de minha boca veio à vida: crescendo
enquanto ele empurrava dentro e para fora. O cabelo de sua virilha
riscava meu queixo e bochechas enquanto Peppermint Man se
enterrava ao máximo. Quando seu ritmo aumentou, eu me preparei
para o seu gozo; no entanto, em vez de encher a minha boca, ele se
afastou.

— Vire-se, — veio o comando da conexão crepitante. — Vamos ver


essa bunda sexy.

Fiz o que exigiu Stewart e rolei para meus joelhos.

~ 164 ~
— Fique de quatro. — a estática fez suas palavras difíceis de
decifrar. — Queremos ver esses peitinhos balançar enquanto ele fode
você. Acene se você entende.

Balançando a cabeça, eu me virei. Eu odiava essa posição. Era


difícil não cair para frente. Enquanto eu lutava contra a cegueira para
garantir o equilíbrio constante, Peppermint Man empurrou gentilmente
meus joelhos afastados, dedilhando minhas dobras e espalhando a
minha excitação falsa ao redor da minha entrada. Então, sem aviso, o
pau que tinha estado na minha boca - agora envolvido no preservativo -
empurrou dentro do meu sexo. Os dedos de Peppermint Man cavaram
em meus quadris, me direcionando: puxar e empurrar, mergulhando
cada vez mais fundo até que suas bolas bateram na minha bunda. Com
cada impulso, meus seios pesados balançaram para frente e para
trás. Era como Stewart havia orquestrado. Mesmo à distância do nosso
apartamento de cobertura ou eu espero, das portas do inferno, ele foi
capaz de planejar tudo.

Não demorou muito para que o ritmo do amigo voltasse a


aumentar e calor irradiar de suas mãos e corpo. Eu estava concentrada
em permanecer equilibrada quando a voz de Stewart interrompeu a
música. — Vamos lá, querida, goze para nós.

Eu não poderia gozar nem se eu quisesse e eu não queria. No


entanto, eu aprendi a fazer um show. Se o amigo achasse que eu iria
gozar, muitas vezes acelerava seu orgasmo. Gemidos vieram de meus
lábios quando eu empurrei de volta contra os impulsos. Fingindo dar
lugar a minha libertação iminente, caí de cara no travesseiro e soltei um
grito abafado. Segundos depois, o pau de Peppermint Man pulsava e
seu peso veio esmagamento em cima de mim.

Com o rosto ao meu, eu senti o ligeiro toque de sua bochecha


contra a minha. Em seguida, o movimento da cama deslocou. Eu estava
imóvel, esperando seus comandos. Ao longo dos últimos nove anos eu
aprendi a fazer mais do que fingir um orgasmo. Eu aprendi a ser a
prostituta obediente de Stewart. Enquanto eu estava deitada à espera
de sua voz, eu imaginava seu corpo em decomposição. Logo... logo ele
estaria morto. Logo eu estaria livre disto. E então me lembrei.

Sua voz interrompeu a música. Por que não a música não fica com
o som estático? Por que só apenas quando ele falava? — Role o seu
corpo, minha Tori. Abra os lábios da sua buceta, segure e espalhe as
pernas. Me mostre sua buceta satisfeita. — Sim, certo, pensei, enquanto
eu ouvia seu comando familiar.

~ 165 ~
Meu corpo sem pensar obedeceu quando abri minhas pernas e me
expus a sua câmera. Com este amigo satisfeito, meus pensamentos
voltaram à ligação de Brody. Stewart tinha um novo projeto. O que isso
significava, um projeto? Mais perguntas giravam enquanto só a música
enchia meus fones de ouvido. A trilha sonora foi todo o caminho até a
quarta canção quando eu permiti que minhas preocupações fossem
afogadas pela música. Pela primeira vez em anos, eu ouvi, realmente
ouviu as notas. As músicas mais do final não eram tão familiares como
as duas primeiras músicas.

Finalmente, ouvi a voz do meu marido. — Nosso amigo se foi,


Tori. Venha para casa. Não se lave, coloque somente a roupa. Acene se
você entende.

Era a mesma coisa que ele disse no outro dia. Eu claro, vou
desobedecer; eu queria fazer isso de novo. Antes dele ficar doente, me
observar com seus amigos o deixava duro. Depois que seus amigos me
fodiam e gozam e iam embora, ele geralmente queria me foder ou queria
um boquete. Ele disse que era sua maneira de me tranquilizar que
mesmo que ele gostasse de compartilhar, eu
era sua esposa, sua prostituta. Os amigos podem transar comigo agora,
mas ele poderia me ter quando quisesse. Bile e desgosto criou um
coquetel tóxico que ameaçava subir de minha garganta. Eu empurrei
para longe, apertei meus olhos fechados por trás da venda nos olhos, e
tentei parar essas memórias.

— Você me ouviu?

Lutando para permanecer no presente, eu assenti.

Quando me acomodei em meu carro quente, o aroma de hortelã e


transpiração lasciva que emanava do meu cabelo comprido continuou a
instigar a revolta nas minhas entranhas. Eu odiava os aromas
ofensivos; no entanto, eu não podia lavar o meu cabelo. Se eu lavasse,
Stewart teria sabido que eu tinha tomado banho. Uma coisa era quando
Stewart iria transar comigo diretamente depois que um amigo saísse
quando Stewart estava bem ali no armazém, mas conduzir todo o
caminho para casa com o perfume de Peppermint Man na minha pele
era mais do que eu poderia aguentar no meu estômago. Após o banho

~ 166 ~
rápido, eu reapliquei o lubrificante, confiante de que meu marido não
saberia a diferença.

Através das profundezas da minha bolsa, peguei meu


telefone. Meus dedos escovaram os frascos. Cenários apocalípticos de
Val tinha me intrigado. As drogas tinham potencial real. Eu estava
ficando cansada da leucemia de Stewart levando uma eternidade para
matá-lo. Imaginei que isso é o que acontece quando um homem tão
saudável e jovem como Stewart desenvolve uma doença. Seu corpo
lutou. O benefício extra tinha sido o seu sofrimento continuado. Será
que eu quero que isso acabe? Sim: não para salvá-lo da dor, mas para
me livrar de sua presença - para sempre.

Eu também sabia que minha bolsa não era o último lugar


escondendo as drogas que eu peguei ontem no centro de
distribuição. Havia um risco muito grande de que os frascos de vidro
quebrassem. Eu também não estava preocupada com alguém
descobrindo que estavam faltando. Eles haviam sido contabilizados no
momento da chegada ao centro de distribuição e eles tinham sido
contabilizados em sua saída. A menos que houvesse uma auditoria na
alfândega, um pequeno tubo de cada fármaco nunca iria ser
descoberto. Bem, não até que se abriram os casos e até lá, os casos
teriam passado por muitas mãos para identificar o culpado.

Eu olhei a tela do meu telefone. Não surpreendentemente havia


uma mensagem de Brody:

Onde você está? Estou a sua espera.

Em vez de mandar uma mensagem, eu liguei.

Ele respondeu ao primeiro toque. — Onde está você? Você está


bem?

Piscando os olhos para o sol duro no início da tarde quando puxei


para fora da garagem privada para o calor de Miami, tentei manter
minha voz calma. — Estou bem. Eu não posso fazer isso. Eu pensei que
eu poderia, mas Stewart está sendo muito exigente. Eu preciso ir para
casa.

— Casa? Você não está em casa? — perguntou Brody. — Onde


está você?

— Fora.

Silêncio.

~ 167 ~
— Eu tive que correr alguns recados, — acrescentei.

— Vik, eu preciso ver você. Se você já está fora, venha para cá. Eu
preciso explicar isso.

— Brody? O que quis dizer com um novo projeto?

— Não está finalizado, ainda não. Maggie disse que Parker tinha
mais algumas pesquisas que ele precisava concluir e, em seguida, ele
iria pegar a assinatura de Stewart. — sua explicação veio rápida. — Tem
mais. Eu só não quero fazer isso no telefone.

Eu lutei uma batalha em meu coração. Virando o volante na


direção do apartamento, eu suspirei. — Amanhã, eu vou tentar para
amanhã.

— Porra, Vik. Hoje! Se você não pode fazer isso agora, que tal mais
tarde hoje à noite? Não há remédios para o sono?

Um sorriso fraco veio aos meus lábios. — Eu vou ver o que posso
fazer em relação a aumentar seus remédios para dor.

— Eu tenho este quarto até amanhã. Eu vou voltar a trabalhar e


ver o que posso descobrir. Eu não me importo que horas for quando
você conseguir sair. Chame e eu vou te encontrar aqui.

— Eu vou fazer o meu melhor. — antes que eu estivesse prestes a


desligar, eu perguntei, — Quem?

A linda de Brody permaneceu em silêncio.

Eu repeti a pergunta: — Para quem Stewart está planejando


deixar a titularidade do meu contrato?

— Vik...

— Brody, me diga, porra. Eu nem sequer entendo como ele acha


que pode fazer isso. Quero dizer, se eu conseguir tudo, todo o seu
dinheiro e propriedade e educação de Val está completa, eu não sei por
que ele acha que eu iria concordar em fazer o que diz para qualquer
outra pessoa.

— Em pessoa, Vik, eu vou te dizer pessoalmente. Dê um jeito.

~ 168 ~
CAPÍTULO QUINZE
Presente
Assim que eu pisei para fora do elevador em nosso apartamento,
eu sabia que algo estava errado. Lisa estava torcendo as mãos,
enquanto seus maiores do que o normal olhos vermelhos viraram na
minha direção. Parei no meu caminho, ajeitei meus ombros e perguntei:
— O que? O que aconteceu?

— Minha senhora, eu queria te ligar, mas Travis disse que você


estava vindo.

— Eu estava, — eu confirmei. — Me diga, é Stewart? — meu


coração começou a correr em antecipação. Estendi a mão para os
ombros de Lisa. — Me conte!

— Os médicos estão aqui. Sra. Harrington, eu sugiro que você vá


para a sua suíte falar com eles. — claro, ela queria dizer a suíte que eu
dividia com Stewart e não a que eu tinha estado desfrutando
sozinha. Balançando a cabeça, eu firmemente agarrei minha bolsa e
caminhei rapidamente para a suíte principal. Quando eu abri a porta,
um mar de olhos se voltaram para mim. Imediatamente, eu olhei para
Dr. Duggar, oncologista de Stewart. Virando, eu também reconheci o
cardiologista de Stewart. Em circunstâncias normais, eu iria supor que
a maioria dos especialistas não faziam atendimentos em casa. Stewart
Harrington não era circunstâncias normais.

Quando eu continuei a varredura do quarto e segui os novos


sons, vi meu marido, com um grande tubo vindo de sua boca e uma
máquina que ecoava com os sons de sua respiração.

Minha mão foi para minha boca. — Oh meu Deus. O que


aconteceu? Ele estava bem esta manhã. Eu tinha até falado com ele.

Uma das enfermeiras veio para frente e pegou meu braço. —


Sra. Harrington-

— Não! — eu puxei meu braço. — Alguém me diga o que


aconteceu.

~ 169 ~
Dr. Duggar se virou para mim. — Sra. Harrington, em casos como
este, nem sempre têm respostas. Só com o câncer, seu marido poderia
ter continuado a lutar por semanas, talvez mais. Alguma coisa
aconteceu esta manhã. Quando você falou com ele pela última vez?

Eu tentei pensar. Era para eu estar no armazém às onze. — Eu


não tenho certeza, talvez cerca de 11h30, 11h40?

Embora eu não tivesse notado antes, Travis estava parado do


outro lado do quarto, com os braços cruzados sobre o peito enorme e
seus olhos escuros estreitados em minha direção.

— Minha senhora, isso é impossível. — disse o médico.

Meu pescoço esticou. — Como? O que você quer dizer?

— Que horas você saiu daqui esta manhã?

— Depois do café da manhã. Stewart estava acordado. — eu


apontei em direção a enfermeira loira. — Missy estava aqui com ele. —
eu dei de ombros. — Talvez cerca de nove horas, mais ou menos. —
minha voz se aprofundou. — Me diga por que eu não poderia ter falado
com meu marido quando você disse.

— Senhora, o Sr. Harrington teve uma parada esta manhã a cerca


de 9h47. Missy realizou um CPR5 enquanto Angela administrava o
desfibrilador.

Meus joelhos estavam bambos quando eu me mudei para a cama


de Stewart. Dr. Duggar pegou meu braço. — Seu marido não tem uma
ordem de não reanimar. Missy e Angela o trouxeram de volta. No
entanto, agora ele é incapaz de respirar por conta própria. É por isso
que ele está entubado.

— Mas? O que aconteceu?

— Sem a cirurgia, não saberemos com certeza. Os medicamentos


quimioterápicos que o Sr. Harrington está tomando são conhecidos por
serem prejudiciais para o músculo cardíaco. Eu só posso adivinhar que
foi o seu coração.

~ 170 ~
— E... — eu olhei para a cama. Os olhos de Stewart estavam
agora abertos e olhando para mim. — Ele está consciente? — dei um
passo em direção a ele.

— Sim, — respondeu o Dr. Duggar. — Temos certeza de que ele


pode entender. Estou confiante de que ele não pode falar. É por isso que
eu sei que você não falou com ele há uma hora.

Um brilho de suor criou um brilho para a minha pele úmida de


repente. Eu tinha - eu ouvi a voz de Stewart. Parecia estranho, mas
quem mais teria falado? Meus olhos cinzentos se lançaram em direção a
Travis. Seus lábios serpenteavam em um sorriso maligno quando eu
reconheci advertência em seu olhar estreito.

Voltei minha atenção de volta para Dr. Duggar. — Qual é o


prognóstico? Você será capaz de remover esse tubo?

Dr. Duggar balançou a cabeça. — Ele está entrando e saindo da


consciência. Eu não sei nada mais que possamos fazer. Anteriormente,
o Sr. Harrington balançou a cabeça, indicando que não queria mais
medicação para a dor, mas eu acho que isso iria deixá-lo confortável
até...

— Eu tenho uma procuração médica, — eu interrompi. —


Certamente, doutor, podemos argumentar que a combinação de
medicamentos e os acontecimentos recentes tornam difícil, se não
impossível, para Stewart ser capaz de estar confiante em sua
capacidade de tomar decisões racionais -— enquanto eu falava, os
braços de Travis desceram e ele se inclinou para frente.

— Doutor, — Travis interrompeu — Sr. Harrington deixou


instruções rigorosas-

Eu me levantei, reforcei a minha voz, e andei pelo quarto. —


Doutores, a documentação necessária está no escritório do meu
marido. Vocês podem ligar para Parker Craven da Craven e Knowles se
vocês tiverem dúvidas. Por agora, eu não estou desperdiçando as horas
finais do meu marido discutindo um ponto que muito em breve será
irrelevante. Agora, eu gostaria de ter algum tempo a sós com meu
marido.

— Claro, Sra. Harrington. Podemos monitorar os sinais vitais do


Sr. Harrington do quarto ao lado. Só sei que, se ele precisar de nós,
medicamente, nós vamos entrar.

~ 171 ~
— Sim, doutor... — eu disse enquanto olhava em direção a sua
IV. Vários sacos pendurados em engenhocas com tubos estavam indo
para o interior de seu braço. — Medicação para a dor?

— Vamos verificar essa documentação enquanto você fala com


seu marido.

Eu balancei a cabeça quando o quarto esvaziou. Quando apenas


ficou Travis e eu com Stewart, me virei para abrir os olhos azuis de
Stewart e falei com Travis. — Uma vez que o Sr. Harrington e eu
terminarmos, eu espero que você me encontre no meu escritório. Temos
algo para discutir.

— Eu vou ficar aqui...

Eu me virei para ele. — Não, você não vai. Vou falar a sós com
Stewart. Quando eu terminar, você vai me encontrar no meu escritório.
— fiz uma pausa. Quando Travis não respondeu, eu continuei, — A
resposta adequada é sim, Sra. Harrington.

Cerrando o maxilar, Travis respondeu: — Sim, Sra. Harrington.

Uma vez que a porta se fechou, eu me virei para Stewart, e


caminhei em direção a ele e sentei à beira da cama. Inclinando mais
perto, eu falei em um sussurro baixo. — Você percebe o que é isso, não
é? Você, seu filho-da-puta vai morrer. — seus olhos azuis se
arregalaram. — Stewart, isso não é o suficiente de uma resposta. Eu sei
que você pode me ouvir. Acene se você entende.

Mais uma vez seus olhos se arregalaram.

— Tsk, tsk. — toquei seu rosto. — Antes que você vá, há algo que
eu estava esperando para te dizer. Você sabe o quanto você gosta de
assistir? Acene, filho da puta.

A cabeça de Stewart balançava tanto quanto possível com as


restrições do tubo.

— Bem, eu tenho um segredo. Eu gostava de assistir também.

Pergunta nublou seu olhar azul.

— Você vê, os médicos estavam obviamente perplexos com o seu


rápido início de leucemia. Quero dizer, olhe para você. Oh, não olhe
agora. Agora você parece uma merda. Você cheira a merda também,
mas houve um tempo, uma vez que você era alinhado e bonito, um
pouco arrogante demais. Ha! — eu ri. — Arrogante com certeza não

~ 172 ~
poderia descrever o que você era. Agora, — eu dei um tapinha no seu
braço. — Não me deixe divagar. Eu não quero que você entre no inferno
sem compreender verdadeiramente quem colocou você nesse fodido
expresso. — me debrucei ainda mais perto. — Eu fiz! Agora, quando
você entrar pelas portas em chamas e enxofre, vai saber que o inferno
que você me fez passar durante os últimos fodidos nove anos não era
nada comparado com a eternidade que você vai sofrer pelo que você
fez. Assistir você apodrecer aqui na terra foi gratificante para mim. — eu
me sentei. — Sim, você tem razão: observar ou apreciar tem sido
extremamente gratificante. Eu estou ficando molhada só de pensar
nisso. Ao longo do último ano e meio, eu fui capaz de sentar e assistir
você negar, ficar louco, passar a porra de uma fortuna para fazer isso ir
embora, mau humor e agora... com apenas algumas horas do final...
Talvez você aceite o seu destino.

Eu parei e alisei o tecido do meu vestido sobre as minhas


pernas. Olhando de volta para seu olhar, eu continuei, — Sei que isso é
muito para o seu cérebro cheio de quimio compreender, então acene se
você me entende.

A cabeça de Stewart se mexeu de lado a lado.

Eu levantei minha cabeça. — O quê? Eu sou muito jovem? Eu sou


muito burra? Quero dizer, você não queria que eu fosse para a
faculdade. No entanto, eu não sou estúpida. Eu achei a fonte
perfeita. Você sabia que a radiação causa câncer?

Stewart piscou.

— Sim, há todos os tipos de casos documentados de câncer de


radiação. Bem, não precisa de um fodido desastre nuclear para causar
exposição à radiação. Não. — eu não poderia parar o sorriso enquanto
minhas bochechas coravam. — Grãos de césio pode emitir radiação
suficiente para matar tumores cancerígenos. Mas... — eu abaixei minha
voz quando a emoção em minha confissão tão esperada divagava por
diante. — Mas isso é quando os grãos de césio são colocados dentro dos
tumores cancerígenos. Sabe o que acontece quando as células
saudáveis são expostas a quantidades excessivas de radiação
localizada? Você?

Stewart piscou novamente.

— Essas células saudáveis sofrem mutação. Isso significa que elas


mudam. Foi uma aposta. Eu não tive nenhuma maneira de saber como
elas iriam mudar. Mas a partir de seus primeiros sintomas, as dores de
cabeça e perda de cabelo, eu sabia que estava no caminho certo.

~ 173 ~
Os olhos de Stewart se fecharam.

— Oh, não, filho da puta. Não morra ainda. Eu quero que você
saiba que mesmo que eu tenha plantado os fodidos grãos, foi sua merda
bizarra que te pôs nisso. Adivinha onde foram expostas essas altas
doses de radiação?

Sua cabeça balançou de lado a lado, com os olhos ainda fechados.

— Abra seus malditos olhos. Eu quero ver o que você está


pensando. Você vai entender o que estou prestes a dizer e, em seguida,
você irá confirmar a sua compreensão com um aceno de cabeça. Essa é
a maneira como fazemos as coisas, não é mesmo, Sr. Harrington?

Lentamente, seus olhos se abriram e ele concordou.

— Você é um bom menino. A resposta para a minha pergunta era


em sua maldita cadeira no armazém. Toda vez que você sentava sua
bunda na cadeira e observava como você arruinava a minha vida para o
seu entretenimento, você era exposto à radiação. — eu dei de
ombros. — Não demorou muito para os sintomas começar, mas eu não
poderia ter uma chance de seu corpo ter a capacidade de combater
isso. Então eu continuei a exposição.

Meu sorriso voltou. — Toda vez que você me dizia para espalhar
minhas pernas, você sabe o que eu imaginava que por trás dos meus
olhos vendados? Oh, você não pode responder com esse tubo em sua
garganta. Me deixe te dizer. Eu imaginava isso! Eu imaginava o olhar no
seu rosto quando você finalmente descobrisse o que eu tinha feito. E
você quer saber a minha recompensa? Eu sou uma grande
mulher. Passei através de tudo isso com você. Eu sou a porra de uma
santa! Agora, Sr. Harrington, acene se você entender que o dia que você
me comprou para ser sua puta foi o primeiro dia do fim da sua vida.

Stewart concordou.

— Eu tenho a documentação, e, a propósito, o seu remédio para


dor está subindo. Você nunca vai falar de novo, nada disto,
nada. Considere isso a nossa cláusula de não-divulgação; no entanto,
em vez de pagar a você, eu sou a única a colher os benefícios. Só mais
uma coisa, Sr. Harrington, esse novo projeto da sua vontade –
enfatizado imediatamente, vai estar declarando você como incapaz. Você
não será capaz de assinar qualquer coisa nova. A porra do meu contrato
está completo, mas o seu com o diabo está apenas começando.

~ 174 ~
Os sinais sonoros de seu monitor aceleraram enquanto eu me
sentei e assisti a confusão em seus olhos se transformar em
realização. Quando eu ouvi a porta abrir atrás de mim, me inclinei e
escovei meus lábios contra sua bochecha. — A única coisa melhor teria
sido ouvir você implorar, — eu sussurrei em seu ouvido. — Porque eu
estou confiante de que o grande Sr. Harrington iria implorar por sua
vida de merda.

Meus ombros estremeceram quando eu coloquei minha cabeça


em seu ombro e desejei que as lágrimas fluíssem. O calor de uma mão
tocou meu ombro.

— Sra. Harrington, nós temos a procuração médica. Você quer


que a gente aumente a sua medicação?

— S-sim, qualquer coisa para ajudá-lo, — eu consegui dizer


através dos meus soluços.

— Com a possível pressão sobre seu coração, isso poderia


causar...

Olhei para cardiologista de Stewart que estava perto do Dr.


Duggar. — Se nós não fizermos isso, podemos salvá-lo?

O cardiologista balançou a cabeça. — Não, senhora.

— Então faça. Vamos deixa-lo o mais confortável possível.

Missy, uma das enfermeiras regulares, falou, — Sra. Harrington,


você gostaria que eu entrasse em contato com um advogado?

— Não, eu não vou sair do lado do meu marido.

Como uma grande mulher em pânico. Mas ambos, Stewart e eu,


sabíamos a verdade: eu não era boa. Eu era a morte. E, eu não estava
tendo a chance de permitir que Travis, Parker ou qualquer outra pessoa
chegasse perto Stewart sem a minha presença.

Após a medicação ser adicionada a sua IV, me sentei com


paciência, secando as lágrimas. O olhar gelado de Stewart estavam fixos
nos meus, tentando entender um milhão de coisas que ele nunca tinha
dito ou pensado. Eu vi, mas eu não tentei ouvir; em vez disso, me
alegrei internamente pelo seu olhar de silêncio. Eu tinha escutado
muitas de suas palavras. A cada minuto, a escuridão dentro de mim
cresceu e iluminou meu frio coração morto. Embora eu tivesse sido
chamada de morte toda a minha vida, não foi até que os olhos de
Stewart se fecharam pela última vez que eu tinha realmente feito isso, e

~ 175 ~
eu nunca me senti mais viva. O órgão dentro do meu peito bateu com
um novo vigor.

As lágrimas que revestiam minhas bochechas eram reais. Eram


lágrimas de alegria e lágrimas de limpeza. Conforme o tempo passava,
cada gota que descia lentamente em meu rosto, lavava uma
memória. Levaria a porra de um oceano para apagar todas elas, mas
este era um começo.

Meus dias como uma prostituta tinham acabado.

Quando a notícia se espalhou, as pessoas entraram no quaro de


Stewart. Stewart nunca teria querido todas essas pessoas o vendo neste
estado, então eu congratulei cada um deles com os braços
abertos. Travis foi o primeiro a invadir, e, em seguida, Parker. Havia
enfermeiros e médicos, bem como Lisa e outros membros da equipe da
casa. Val veio para me confortar. Até mesmo Brody veio. Como membro
da equipe legal de Stewart, sua presença não foi questionada.

Na realidade, todos eles entraram para ver o meu bom


trabalho. Claro, nenhum deles sabia disso. Nenhum deles sabia que,
quando o relógio bateu a meia-noite, eu era uma viúva negra.

~ 176 ~
CAPÍTULO DEZESSEIS
Presente
Eu não tinha dormido, não realmente. No momento em que tudo
foi dito e feito e o legista veio e levou o corpo de Stewart, era depois das
duas da manhã. Não houve necessidade de uma autópsia: a sua doença
foi bem documentada. Foram apenas as formalidades que precisavam
ser finalizadas antes que ele fosse enviado para a casa funerária onde
seria cremado. O grande Stewart Harrington não queria ser visto na
condição em que estava antes da morte. Ele com certeza não queria ser
visto como estava após a morte.

Val e Lisa ficaram perto, me ajudando enquanto as perguntas iam


e vinham. Eu pareci perturbada e confusa. Minha maquiagem tinha ido
embora e minhas roupas finas estavam enrugadas. As bolsas sob os
meus olhos ajudaram a projetar a persona viúva exagerada.

Embora Parker quisesse discutir questões legais de Stewart, Lisa


disse a ele que teria de esperar até a manhã. Com eficiência, ela limpou
o apartamento de todos os que não viviam lá, logo após o corpo de
Stewart ser removido. Ela informou a equipe médica que podiam voltar
no dia seguinte para recuperar seu equipamento; no entanto, a Sra.
Harrington necessitava de paz. Com uma dor nas têmporas do meu auto
induzido choro, eu era eternamente grata por seu comando da situação.

A única que restava era Val. Sua compaixão e apoio me


envolveram. Seu coração bom e carinhoso não tinha nenhuma maneira
de saber a escuridão no meu. Me perguntei, por vezes, como eu poderia
manter isso escondido, especialmente a partir dela. Eu sabia que não
tinha escolha. Ela nunca poderia saber o sofrimento que passei com
Stewart. Eu não queria que ela soubesse. Ela só sabia o que o mundo
sabia: eu me casei com Stewart Harrington, dono da rede de hotéis
mundialmente conhecida. Ela viu o que todos viram: o refinado homem
polido, casado com uma mulher mais jovem que desfilou em seu braço,
como minha mãe me descreveu de forma tão eloquente - que se tornou
a âncora firme de um homem golpeado por uma doença implacável
numa idade jovem e que passou horas trabalhando com a Sociedade
Harrington, para levar cuidado médico onde não podia ser encontrado.

~ 177 ~
Quando ficamos sozinhas, Val viu sua irmã: a mulher quem
desejava todos os dias voltar para a faculdade e a simplicidade de
vida. No entanto, ela não veria a mulher que tinha assinado o confisco
de sua vida, aquela que foi vendida para pagar uma dívida que ela não
devia. Pouco antes de Val deixar o apartamento de cobertura, nós nos
abraçamos e eu jurei para mim mesma que ninguém - nunca - veria
aquela mulher novamente. Quando o corpo de Stewart foi colocado no
incinerador e sua carne descascou de seus ossos, a liberdade seria
encontrada na fumaça podre e eu estaria livre.

Não foi até que eu estava sozinha na suíte no andar de cima que
eu comecei a relaxar.

Foi feito.

Ele se foi.

Nove anos de inferno se foram!

No meu ato final de limpeza, eu pisei sob o jato quente do


chuveiro e lavei o fedor de seu corpo em decomposição. Enquanto eu
fazia, as memórias de Peppermint man voltaram, me lembrando que eu
tinha estado com ele menos de quinze horas atrás.

Em vez de chorar, eu ri. Pela primeira vez em anos, eu ri. Não


apenas uma risadinha, meu estômago doía pelo balanço emocional que
se seguiu. Eu nunca teria que suportar o armazém
novamente. Enquanto a água quente caía, eu saboreava o fluido
descendo. Eu era a senhora Victoria fodida Harrington. Eu ainda tinha
mais alguns dias para bancar a esposa de luto. É um novo papel, mas
eu poderia fazer: apertar as mãos, sorrir tristemente, até mesmo
derramar uma lágrima ou duas, quando necessário. Afinal, a atuação
não era nova. Eu vinha fazendo isso toda a minha vida. Só agora, a
verdade que eu mantinha enterrada, a que me comia dia e noite desde
que eu era velha o suficiente para lembrar, era uma realidade. No
entanto, era muito doloroso revelar, muito perturbador para os que me
rodeiam. Eu precisava mostrar o que eles queriam, o que eles
precisavam. Eles não querem ver quem eu realmente era... o que eu
realmente era. Eles não querem saber que eu sou uma assassina. Mas
agora que eu tinha feito isso, eu sabia, sem dúvida, que eu poderia fazer
novamente.

Na manhã seguinte, acordei com uma sensação de calma. Quando


entrei na cozinha, Lisa e Kristina, minhas assistentes estavam à
espera. — Senhora. Harrington, — Lisa começou. — Como você sabe, o
Sr. Harrington deixou preparados seus planos de funeral e

~ 178 ~
cremação. Se você permitir, vamos fiscalizar tudo e garantir que tudo
seja tomado cuidado da maneira como ele pediu.

Estendi a mão e apertei a mão da Lisa. Com olhos que se


encheram de lágrimas, eu respondi: — Obrigada.

Kristina disse: — O assistente de Craven ligou. Sr. Craven


gostaria de se encontrar com você esta manhã. Ele sugeriu seu
escritório. Eu disse a ele que não era um bom momento. No entanto, ele
foi bastante insistente. O que você gostaria que eu dissesse a ele?

Eu sabia o que eu queria. Porra eu queria ele no meu território,


mas eu sabia que como uma nova viúva, eu deveria ser menos
decisiva. Portanto, eu olhei intensamente para Lisa, a mulher que tinha
sido tão gentil comigo, e disse: — Eu não acho que eu deveria sair de
casa.

— É claro que você não deve. Eu estava esperando que você


dissesse isso. — seu pescoço endureceu. — Eu não entendo por que ele
acha que isso precisa ser tratado agora. Ele não entende quão
perturbada você está?

Eu balancei a cabeça em direção a Kristina. — Eu acho que se ele


quer falar comigo, ele pode vir aqui. Mas eu prefiro esperar até mais
tarde. — Virando para Lisa, eu perguntei, — Onde está Travis? Preciso
falar com ele primeiro.

— Ele está aqui. Vou avisar para ir ao seu escritório depois que
você comer.

Eu levantei minha cabeça para o lado, os meus lábios


trabalhando para não sorrir. — No escritório do Sr. Harrington. Eu
acredito que o negócio importante deste agregado familiar sempre foi
realizado no escritório principal. Diga a Travis para me encontrar lá em
trinta minutos.

— Sim, senhora, — disse Lisa, enquanto ela e Kristina trocaram


olhares.

— E me deixe saber esta tarde o estado de todos os arranjos. —


meu comando foi recebido com uma rodada de sim, senhora e um
lembrete de Lisa de meu café da manhã à espera.

~ 179 ~
Eu sempre admirei a vista do escritório de Stewart. O oceano e o
céu enchendo as janelas amplas traziam a luz solar para o seu
domínio. Me lembrei da primeira vez que eu tinha visto isso, a primeira
vez que eu o vi. Eu era tão jovem e ingênua, embora eu pensei que eu
era forte e mundana. Felizmente, as injustiças que eu tinha
experimentado desde cedo me preparou para o que a vida tinha
oferecido e me deram a força que eu precisava para sobreviver. Oh,
quão errado Stewart tinha estado quando ele me viu como nada mais do
que sua prostituta. Com um sorriso, me lembrei do olhar de horror em
seus olhos quando ele percebeu que não só eu era uma adversária
digna, mas eu era a vencedora!

Tudo o que ele pendia diante de mim era meu - era tudo meu,
especialmente e, mais importante, a minha liberdade!

A batida na porta me fez girar para longe da vista para a porta se


abrindo. Sem esperar por meu convite, Travis entrou. Nossos olhos se
encontraram em uma competição silenciosa de vontades. Nós
permanecemos mudos quando ele fechou a porta e caminhou em
direção à mesa. Eu tomei o assento que costumava ser do meu marido e
apontei para a outra cadeira. — Sente-se.

Lentamente, ele fez, suas longas pernas e corpo poderoso se


dobrando na cadeira. Ainda assim, sua expressão era de
superioridade. Eu me inclinei para frente, meu cabelo caindo
desenfreado sobre meus ombros. — Me diga como você fez isso.

Ele casualmente relaxou os braços na borda da cadeira. — O que,


Sra. Harrington, o que especificamente você está me perguntando?

— Você sabe o que estou perguntando. Como é que você me faz


acreditar que era Stewart? Eu sei que era sua maldita voz. Que porra é
essa que você fez?

— Eu vou te dizer o que eu fiz, se você me ouvir.

— Você não pode me dar ultimatos. Tanto quanto eu estou


preocupada, você não está mais empregado por mim ou por Stewart. Eu
queria que você viesse aqui nesta manhã para que eu pudesse dizer
para você dar o fora da minha casa.

Travis apertou os lábios e balançou a cabeça de um lado para o


outro. — Isso é o que o Sr. Harrington tinha medo que você faria. É por
isso que ele tentou fazer um mandato para que isso não fosse

~ 180 ~
possível. Ele estava tão perto. — Travis se levantou. — Eu não vou
sair. Você não está me demitindo, e se você usar a porra da metade de
seu cérebro, assim como você já usou a sua buceta, você iria querer
saber mais. — seu olhar se voltou para mim. — Oh, foda-se! — ele se
levantou e voltou para a porta. — Não há nenhum maldito peso em
minhas costas. Pessoalmente, eu gosto de assistir você cair de seu
cavalo alto do caralho.

— Você não vai sair desse fodido escritório, — proclamei,


aumentando o volume. — Eu fiz uma pergunta. Como é que você me fez
acreditar que era Stewart? — recusei a insistir no fato de que ele me viu
fazer sexo com Peppermint Man. Eu duvidava que fosse a primeira vez.
Provavelmente tinha câmeras há mais tempo do que eu mesmo
sabia. Meu estômago embrulhou. — Você usou uma voz gravada. Não é?

— Você acabou de me demitir, Sra. Harrington. Eu não preciso te


dizer uma maldita coisa.

— Onde eles estão? Quantas gravações estão lá? Eles são apenas
de áudio ou os vídeos estão lá?

Seus lábios se curvaram em um viscoso sorriso torto. — Basta


imaginar, você pode ver todos os rostos dos amigos.

Eu odiava essa fodida intimidação. Não havia tal coisa como


um amigo! — O que você quer? Isto é uma chantagem? Você quer
dinheiro?

Aumentando a sua voz, ele zombou. — Não, eu não


quero dinheiro. Eu tenho dinheiro. Sr. Harrington teve a certeza disso.

Um fodido déjà vu me atingiu como uma marreta. As palavras de


Stewart de dez anos atrás quebraram de volta para mim: eu tenho
dinheiro que eu posso emprestar. A coisa é que eu não preciso
disso. Portanto, eu decidi que em troca do dinheiro, eu queria algo mais,
algo menos convencional em troca.

Eu pulei para os meus pés. — De jeito nenhum eu vou passar por


isso de novo.

— Como Stewart. Eu não vou fazer isso de novo.

As sobrancelhas de Travis franziram. — Eu não quero me casar


com você. De jeito nenhum! Não se iluda. No entanto, é melhor você
saber que não há muito sobre o seu falecido marido que você não sabe
ou entende. Ele fez acordos, muitos envolvendo você. Se você acha que

~ 181 ~
vai ser capaz de sair desses acordos sem repercussões, você realmente é
mais idiota do que eu achava.

— Eu fiz um acordo com o meu marido, e não com qualquer outra


pessoa. Eu cumpri minha obrigação.

Travis deu de ombros. — Eu acho que você vai encontrar mais


quando você falar com o Sr. Craven. Eu pensei que você pudesse querer
ir para essa conversa informal. — ele inclinou a cabeça. — Foi mal.

Fechei os olhos e reuni a minha força. Sentando calmamente, eu


repeti: — Eu lhe fiz uma pergunta. Tenho certeza de que era você
ontem. Como sua fodida patroa, eu estou perguntando como você fez
isso.

— Você só -

— Diga e vamos discutir o futuro.

Travis voltou para sua cadeira e se sentou. Tomando o seu


telefone celular, ele fez o que eu mais temia: ele abriu um aplicativo e
levantou seu telefone.

— Eu estou aqui, querida. — a voz de Stewart voltou da


sepultura, me provocando. Travis apertou o botão novamente. — Acene
se você entende.

Engolindo meu desprezo, eu perguntei, — Apenas áudio ou vídeo


também?

— Este é apenas o áudio. Gravei frases-chave. Levei um tempo


para encontrar um jeito para que você pudesse levá-lo em sua boca. É
por isso que parecia que querido esposo velho não estava prestando
atenção.

Mais uma vez, meu estômago revirou e músculos do meu pescoço


apertaram de uma forma familiar. — Este? — perguntei.

Travis inclinou a cabeça para o lado e levantou uma sobrancelha.

— Você disse que este era apenas o áudio. Eu estou supondo que
você tem mais.

Ele assentiu.

— Você não quer dinheiro? Todo mundo quer dinheiro. Quanto vai
me custar para fazer isso tudo ir embora? — eu olhei para o meu

~ 182 ~
relógio. Parker Craven deveria chegar em menos de quinze minutos. —
Quanto vai custar para que você me diga o que você sabe?

— Eu disse a você, eu não quero dinheiro.

Eu me inclinei para trás. — Como eu sei se você tem mais


informações ou vídeos ou qualquer coisa? Você pode apenas ter me
mostrado tudo que você tem.

— Talvez eu tenha. Isso é uma chance que você está disposta a


tomar? Você sabia sobre a mudança que o Sr. Harrington tentou fazer
em seu testamento? Aposto que não. Mas se você sabe, você sabe qual a
razão e isso não aconteceu não foi porque ele morreu. Foi porque Parker
Craven foi obstruído. Ele, pessoalmente, queria o que o Sr. Harrington
queria que eu tivesse.

— Eu? — minha voz soava muito mansa para os meus próprios


ouvidos. Sentei-me reta, o meu tom mais confiante. — Eu sabia sobre
isso. Também sei que isso não pode ser transferido para outra
pessoa. Eu não sou um maldito carro ou um animal de estimação. Eu
sou uma pessoa.

Os olhos de Travis se arregalaram. — Oh, a cadela está mais


informada do que qualquer um de nós sabia. — ele mudou de posição
na cadeira. — Ele não estava dispondo você, só o seu contrato. Se você
abrisse a porra dos seus olhos, você iria perceber que ele estava fazendo
isso para seu próprio bem, maldição!

Pisquei, tentando seguir suas palavras. — Meu próprio


bem? Mentira! Não havia nada sobre o meu contrato que era para o meu
bem. Era tudo sobre ele.

— Você é um pedaço gostoso de carne. Eu assisti a todos, desde


os banqueiros de investimento até os políticos foder seus miolos. — ele
baixou a voz. — É verdade que eu queria a porra da minha vez. Eu
esperei um maldito longo tempo, mas, primeiro, ouça e ouça bem. Sr.
Harrington acreditava que seu contrato estava em melhores mãos
comigo do que com Parker Craven. Assim, quando ele entrar aqui e
tentar convencê-la de outra forma, mantenha isso em mente: eu sei
tudo dos negócios de Stewart Harrington, não apenas aqueles que
foram legalizados pela Craven e Knowles. Há muito mais para
Harrington Spas e Suites do que está a vista - muito mais. Há um
mundo inteiro que seu velho padrasto querido conhecia muito
bem. Aqueles homens que o Sr. Harrington falou são mais do que uma
força obscura: eles são a respiração subterrânea da Harrington Spas e
Suites.

~ 183 ~
Eu tentei compreender o que dizia Travis. — Os agiotas? Os que
mataram Randall?

Ele assentiu. — Sim e não.

O telefone tocou na minha mesa, quebrando a intensidade da


nossa conversa. Depois de olhar, eu respirei e atendi. Era Kristina. —
Sra. Harrington, Sr. Parker Craven está aqui.

— Diga a ele que estou em uma reunião. Eu vou estar com ele o
mais rapidamente possível. — eu desliguei o telefone.

— O que você quer dizer...? — eu perguntei a Travis. — Sim e não.

— Agiotas e cafetões de alta-qualidade, entre outras


coisas. Randall estava pronto para trabalhar por fora para comercializar
com eles. Você. Você era a mercadoria, até que o Sr. Harrington entrou.
Ele comprou o negócio de Randall. Ele te salvou deles. Eles não estavam
felizes. Para acalmá-los por substituir o acordo, ele concordou em
dividir você.

— Isso é mentira. Ele gostava de partilhar. Isso era para ele.

— Ele gostava, — Travis concordou, — mas não era só para


ele. Era para você.

— Para mim? Por quê? E por que Randall faria isso?

— Eles solicitaram você. Seu padrasto não se voluntariou.

Eu balancei minha cabeça. — Como é que essas pessoas teriam


sabido como eu era há dez anos?

Travis endireitou o pescoço e os ombros. — Isso é algo que eu não


posso te dizer.

Meu olhar cinza se estreitou. — Você não pode ou você não vai?

— Eu acho que eu não vou.

— Quem são eles?

— Eles são pessoas poderosas e mafiosos. Eles são as pessoas


que dirigem esta cidade, este estado, alguns que até mesmo governam o
país. Eles são pessoas que você vê nos clubes do país e nas esquinas
das ruas. Eles são as pessoas que você conhece e aqueles que você
nunca viu. Eles são pessoas que querem pagar uma crueldade e
pessoas que não dão a mínima se você viver ou morrer. Eles são
pessoas que foderam você e as pessoas que nunca tocaram você, mas

~ 184 ~
regiamente foderam com sua vida. — ele se inclinou. — Eles são seu
pior pesadelo. E, acredite ou não, agora que o Sr. Harrington se foi, você
está olhando para o único que pode te salvar deles.

— Parker? — perguntei com trepidação.

— É um deles. Assim como o amigo ontem. Sr. Harrington não


queria decepcioná-los. É por isso que eu fiz o que fiz. Se você não tivesse
ouvido a voz de seu marido, você provavelmente teria se
apavorado. Você não está pronta para saber quem você está
lidando. Parker Craven é uma das pessoas que está endividado. Você é a
saída dele. É por isso que ele não iria completar a vontade. Sr.
Harrington queria que seu contrato fosse para mim. Sr. Craven queria
para si mesmo.

— O que eu sou para você?

Travis me fez a varredura dos seios aos olhos. — Você é uma


vadia. Você tem sido uma dor na minha bunda por dez anos. Você
também está mais forte do que eu jamais pensei. Eu quero fazer o que o
Sr. Harrington nunca poderia ou iria. Eu quero ver esses filhos da puta
pagarem e eu acho que juntos, poderíamos ter a quantidade certa de
resistência para passar por isso. Você vê, eu tenho a minha própria
história e um conjunto de problemas com essas pessoas. Sr. Harrington
me ajudou muito. A diferença entre ele e eu é que eu não tenho nada a
perder. Eu acho que é hora desses babacas pagarem pelo que eles
fizeram comigo e com você. Você não concorda?

Meu telefone tocou novamente. — O quê? — eu perguntei, minha


mente se recuperando da declaração de Travis.

— Senhora, o Sr. Craven...

— Kristina, diga que estou muito perturbada para me encontrar


com ele hoje. Diga a ele que nós vamos precisar reagendar após o
funeral de Stewart.

Olhei para a expressão presunçosa de Travis. Desligando o


telefone, eu disse, — Eu não acredito em você. Você nunca me deu
nenhuma razão para confiar em você. — embora eu soubesse que
Stewart confiava nele implicitamente. — Mas eu quero pensar sobre o
que você disse antes de eu fazer qualquer-

O som da voz de Kristina e a abertura da porta acalmaram


minhas palavras. Meus olhos se arregalaram enquanto eu observava
Parker Craven empurrar seu caminho pela minha assistente, apenas

~ 185 ~
para ser parado em seu caminho quando ele foi recebido peito a peito
por Travis.

Peito a peito não era muito preciso. Travis era bem mais alto.

— Victoria, isto não pode esperar... — Parker começou, fazendo o


seu melhor para ignorar a montanha em seu caminho.

— Sra. Harrington, você gostaria que eu mostrasse ao Sr. Craven


a porta de fora? — o comportamento presunçoso de Travis
imediatamente o transformou na persona guarda-costas, o que sempre
tinha me intimidado um pouco, bem como me assustou.

Reunindo meu juízo, eu me levantei. — Parker, agradeço por você


ter tirado de seu tempo para vir ontem à noite e esta manhã. Como você
pode imaginar, as coisas estão um pouco fora de controle agora.

— Sim, — seu tom de voz pingava com compaixão. — É por isso


que estou aqui. Stewart tinha questões legais que não podiam ser
deixadas sem vigilância. Tudo que eu preciso é de algumas
assinaturas. Nós nem sequer precisamos discuti-las até mais
tarde. Basta assinar e eu vou cuidar de tudo.

Será que ele pensa que eu era uma idiota? O olhar de aviso de
Travis teve um novo significado. Eu podia confiar de que agora ele
estava me protegendo? Eu sempre achava que eu era a presa.

— Posso ver os papeis? — perguntei, ignorando mandíbula de


repente apertada de Travis.

Parker deu a volta em Travis, abriu sua maleta e tirou uma


pasta. — Victoria, você não está cometendo um erro. Esta é a melhor
coisa para o seu futuro e memória de Stewart. — ele abriu a pasta para
uma página marcada. — Você só precisa assinar... — ele apontou. —
Aqui.

— Não, Parker.

Ele olhou com curiosidade em minha direção. — Não?

— Eu pedi para vê-los. Deixe-os comigo. Me deixe olhar para eles.


— eu levantei minha cabeça para o lado e forcei um sorriso. — Quero
dizer, até mesmo Stewart deixou rever o meu contrato antes que eu
assinei. Certamente, você vai me conceder o mesmo privilégio?

— Eu faria isso, — começou ele, — no entanto, estamos lidando


com um prazo apertado.

~ 186 ~
— Oh, eu acredito que eu tinha um prazo apertado há dez anos
também. Quando você precisa da minha resposta?

Ele franziu o cenho enquanto sua mão percorria seu cabelo fino,
escuro. Segundo a luz das janelas, notei os fios cinza. — Agora, Victoria,
eu preciso dele agora. Isso não pode esperar.

Peguei a pasta e entreguei a Travis. — Eu sinto muito,


Parker. Acredito que, como uma viúva de luto eu deveria ser concedida
alguma indulgência com prazos. Eu vou voltar para você depois do
funeral.

Ele engasgou com o meu atrevimento e avaliou Travis, sem


dúvida, decidindo se ele poderia recuperar a pasta. — Escute, você não
entende-

— Obrigada, Sr. Craven. — a voz de Travis encheu o escritório. —


Sra. Harrington acaba de dar sua resposta. Ela vai encontrar com você
depois do funeral do Sr. Harrington.

Eu apertei os lábios. Tomei cada força minha para não


dizer, acene se você entende, filho da puta!

Parker deu um passo para trás. — Victoria, eu era advogado


principal de Stewart por uma razão. — ele inclinou a cabeça em silêncio
em direção Travis. — Meu conselho a você é que tenha cuidado em
quem você acredita. Você deve isso ao Stewart e ao mundo que ele criou
para você conhecer todos os fatos. Não deixe que a emoção substitua o
bom senso.

Isso foi o mesmo que dizer que eu era mais idiota do que ele
imaginava? Eu não confiava em qualquer um desses homens. — Adeus,
Parker. Neste momento, não tenho a intenção de deixar a minha
emoção ou bom senso tomar qualquer decisão. Agora, eu vou me
concentrar em enterrar meu marido morto. — eu sentei na cadeira de
Stewart. — Você gostaria que Travis te mostrasse a porta de fora?

Os dois homens observaram um ao outro. Eu era grata pelo piso


de mármore e os tapetes sem adornamentos. Eles poderiam mais
facilmente ser lavados a seco após a conclusão do pequeno concurso de
mijo dele.

Com um leve aceno de cabeça, Parker finalmente se virou e disse:


— Não, obrigado, eu acredito que eu sei o caminho.

~ 187 ~
CAPÍTULO DEZESSETE
Presente
— Eu não posso arriscar ser vista em algum hotel, — eu disse no
meu telefone, por trás da proteção da porta fechada do meu quarto.

— Vik, eu preciso de você. — compaixão e desejo escorriam da


declaração de Brody. — Você precisa de mim também. Não apenas para
resolver toda essa merda legal, mas eu quero te abraçar. Merda, Vik,
você já passou por tanta coisa. Você apenas não quer se apoiar em
alguém?

Será que eu queria? Eu alguma vez realmente tive isso?

— Brody, eu não sei o que eu quero. Eu sei que eu quero ouvir


que a cremação está completa e eu quero que esse maldito funeral
acabe. Eu sei que eu preciso saber o que está nesses papéis que Parker
queria que eu assinasse.

— Ele realmente espera que você assine e fale sobre isso mais
tarde?

Eu balancei a cabeça na privacidade da minha suíte. — Ele deve


achar que eu sou muito estúpida. — Todos eles, provavelmente, achava,
isso.

— Vik, eu vou lá. Podemos analisar os papéis juntos.

Sua confiança reconfortante era exatamente o que eu


precisava; no entanto, com as minhas emoções em uma montanha
russa, eu não tinha certeza se era sábio. — Eu não acho que é uma boa
ideia.

— Por quê? Eu estava lá na noite passada. Por que alguém iria


questionar a minha presença?

— Oh, eu não sei, — eu sorri, deixando minha mente fazer uma


pausa bem-necessária do stress da minha realidade. — Talvez quando
os gemidos e gritos começarem a vir do escritório de Stewart, vamos
levantar suspeitas?

~ 188 ~
— Gemidos e gritos? Porra! Eu gosto do som disso. Onde estamos
fazendo isso? Na cadeira do filho da puta ou em sua mesa?

Minhas entranhas apertam quando eu considerei as


possibilidades. — Acho que a mesa com as malditas cortinas abertas
para toda a maldita Miami. Poderíamos até mesmo espalhar os arquivos
e papéis de Parker por cima. Eu gosto da ideia de bagunçar as páginas
até que a impressão não seja mais legível. Quer dizer, isso iria anular e
acabar com qualquer coisa lá, não é?

— Jesus Cristo! Você está me matando aqui! Eu quero te ajudar e


te segurar e você está me fazendo explodir como um adolescente. Vou
precisar trocar as calças, se você não parar.

Minhas bochechas subiram em um sorriso de boas-vindas. —


Você sabe o que está fazendo comigo? — perguntei.

— O quê? Me conte.

— Você está me fazendo sorrir. Apesar de toda essa merda e uma


porra de bomba após a outra, você está me fazendo sorrir.

— Isso é tudo que estou fazendo?

— Não, — eu relutantemente admiti. — Não, isso não é tudo. Eu


quero fazer o que acabei de dizer. Quero ter você e assumir este
apartamento, mas agora eu preciso entender o que Travis e Parker
estão tentando fazer, o que Stewart estava tentando fazer.

— O que Stewart estava tentando fazer? — Brody repetiu


cinicamente.

Fechei os olhos e escutei.

— Bem, me deixe te ajudar. Vamos começar com o fato de que ele


era um controlador filho-da-puta, que tinha um maldito contrato de
quinze páginas que não enunciava o sexo específico que eu deveria
assinar se aceitasse. Ele me deixou assinar esse contrato sem informar
do que ele realmente implicava. Então, enquanto ele estava à beira da
morte, ele tentou passar esse contrato para Travis Daniels, um canalha,
gangster de merda que trabalhou com ele durante os últimos quinze
anos.

— Mas por quê? E por que Parker quer isso?

— Por que ele quer que ele vá para Travis? — Brody repetiu. — Eu
não tenho ideia do caralho. Por que Parker quer? Bem, eu odeio dizer

~ 189 ~
isso sobre um dos meus sócios, mas porra, Vik, isso deveria ser
óbvio. Ele sabe que não há nenhuma maneira que você vai fazer com ele
o que ele soletrou no contrato sem titularidade do referido contrato.

— Como eu disse antes, eu concordei com a merda doente de


Stewart porque eu era capaz de cuidar de Val. Eu sei que Marcus e Lyle
estão na faculdade pelo mérito deles, mas o dinheiro é meu. Eu posso
pagar pela educação deles e continuar a financiar a Harrington
Society. O que Parker acha que ele tem que me fará concordar com o
contrato?

— Eu estou supondo que a única maneira de descobrir é ouvi-lo.

Meu estômago já atado se revirou. — Eu não quero ouvi-lo


hoje. Eu não quero fazer nada disso hoje.

— Vik? —perguntou Brody, com uma pitada de ansiedade.

— Sim.

— O que disse Travis? Por que ele quer que você concorde com
sua decisão?

Eu coloquei minha cabeça no travesseiro e cobri os olhos com o


braço. Eu realmente deveria fechar as cortinas e me permitir esconder
no escuro, longe de Parker, Travis, o funeral de Stewart, os amigos de
luto, tudo...

— Vik? Você está bem?

— Estou ótima, — eu respondi sarcasticamente. — Travis disse


algo sobre negócios vencidos. Ele deu a entender que, se eu pensei que
eu poderia ir para longe dos acordos que Stewart tinha feito sem
nenhuma repercussão, eu seria mais burra do que ele achava.

— Bem, baby, eu acho que você é linda. Eu acho que você é


inteligente e astuta. Merda, eu sei que você é. Eu sei que você é mais do
que Stewart nunca lhe deu crédito.

Porra, eu era. Eu era muito mais do que Stewart me deu


crédito. Isso foi dolorosamente óbvio quando ele me olhava, um pouco
antes de eu fechar a tampa em sua urna.

Brody tivesse continuado a falar. — ... mais acabou. Nunca pense


de si mesmo dessa forma. Você é incrível na cama, mas como eu
continuo a tentar dizer, não é apenas a ideia te foder que me excita. É o
pensamento de segurar você. Como na outra noite que ...

~ 190 ~
adormecemos. Merda! Eu sei que há muito mais nesse corpo bonito do
que uma buceta apertada. Você é tudo de bom. Stewart foi muito idiota
para não perceber isto.

Eu balancei minha cabeça. O que Travis disse? Que o que Stewart


fez foi para me salvar. Salvar de quem? O que Travis não está me
dizendo?

— Vik? Você continua me deixando. Você está aí?

— Sim, estou aqui. Eu estou pensando nas coisas. Se eu


digitalizar esses documentos que Parker deixou, você vai dar uma
olhada?

— Claro, eu vou aí e buscá-los.

Com o meu braço sobre meus olhos, eu suspirei enquanto minha


cabeça balançou de um lado para o outro. — Não, eu preciso me
encontrar com algumas pessoas da casa funerária. Kristina e Lisa estão
fazendo todos os arranjos, mas eu preciso finalizar e concordar com
tudo. Me deixe enviá-los para você.

— Vik, isso é muito arriscado. Eu dou um pulo aí.

— Me encontre na casa funerária.

— Eu posso fazer isso. Que horas?

Olhei para o relógio. — Três e meia. — eu sabia que teria Travis lá


observando cada movimento meu. Eu tinha que descobrir uma maneira
de levar os papéis para Brody, sem Travis me ver. Primeiro, eu iria
digitalizá-los. Então isso me bateu.

Graças a Deus pela tecnologia!

******

Dois dias desgastantes até o limite depois, eu estava na frente da


casa funerária mantendo meu papel de esposa-perfeita. Eu não tinha
certeza se iria ganhar um Oscar, mas eu esperava pelo menos uma
indicação. De alguma forma, era mais fácil encontrar os olhos dos
enlutados do sexo masculino sem o sussurro de Stewart no meu
ouvido, que iria perguntar: — Você já se perguntou se o seu pau dele
esteve em sua buceta? Você quer que ele esteja? Talvez ele nunca esteve

~ 191 ~
lá, ou talvez ele é um amigo com uma afinidade para outros usos do seu
pau? — então com um toque de lábios contra minha bochecha, ele
adiciona, — Sorria, Sra. Harrington. Eu só queria te dar um pouco mais
para você pensar.

Eu empurrei esses pensamentos e me concentrei sobre o


presente. Eu não conseguia pensar em suas palavras cruéis e fingir
estar triste ao mesmo tempo. Além disso, mesmo aquelas memórias
estavam nubladas com as revelações de Travis. Stewart tinha me
salvado? Isso pareceu absurdo. Quero dizer, eu tinha estado lá o tempo
todo. Quando ele tinha me salvado? Bem, além de Travis. E agora Travis
queria que eu acreditasse que os homens do armazém e os outros que
eu nunca conheci, ou talvez conhecesse, mas nunca intimamente,
estavam chamando para o lance final nos negócios de Stewart.

Cada pessoa que apertou minha mão ou deu um abraço


simpático era suspeito. Com cada contato que eu fiz, o que eu tinha
aprendido a fazer. Fechei os olhos e inalei.

Não era que eu queria saber. Eu não queria. Mas eu queria saber
mais sobre isso e até que eu viesse cara a cara com a verdade, eu sabia
que não pararia. Ele nunca poderia. Eu endireitei meus ombros, ajeitei
minha fachada e enfrentei a próxima pessoa.

Quando cada pessoa suspirou e me deu as suas mais sentidas


condolências, olhei em seus olhos, julgando sua sinceridade. Eu sabia
que a vida seria melhor sem o grande Stewart Harrington, mas e
eles? Eles não estavam cientes do mundo dele, assim como eu não
estive um breve tempo? Ou eram suas palavras eram tão atuadas como
as minhas? Será que eles realmente conhecem o manipulador cruel
bastardo quem tive o desprazer infeliz de conhecer e ser casada por
quase dez anos?

Se fosse esse o caso, as suas expressões sombrias não foram mais


do que máscaras que escondem seus verdadeiros sentimentos de
euforia? A minha era. No entanto, abaixo da exaltação, eu também tinha
confusão. Que tipo de bagunça ele me deixou?

— Victoria, — disse Sheila Keene, me puxando para o presente,


me obrigando a reconhecer sua presença. Seus olhos encheram de
lágrimas amáveis quando ela balançou a cabeça lentamente. —
Sentimos muito por sua perda. O seu pobre e querido Stewart sofreu
por tanto tempo. O câncer é uma coisa tão feia. E você... Você nunca
saiu do lado dele.

~ 192 ~
Sheila foi uma das primeiras a me aceitar verdadeiramente no
mundo de Stewart. Ela entendeu a pressão que nosso casamento
repentino infligiria. Enquanto sua situação era diferente, sendo casada
com um senador, ela lidou com um controle similar. Talvez fosse por
isso que encontramos um terreno comum com a Harrington Society. Ela
era a presidente do meu conselho, e, felizmente, nós falávamos sobre
muitas das questões cruciais.

Dito isto, o marido me deixou desconfortável. Normalmente, ele


estava muito ocupado para atender a caridade, exceto aqueles que
poderiam assegurar angariadores de fundos de sua campanha. Isso era
o que eu apreciei sobre Sheila. Ela não tinha o pensamento único de
apoiar o marido. Ela realmente tinha um cérebro e acreditava que seu
tempo e energia poderiam ir a suas verdadeiras causas que justifiquem
a sua atenção.

Ajeitando meus ombros, eu repeti as palavras que eu disse várias


vezes, — Obrigada, Sheila. — olhando para cima nos frios olhos e
calculistas do marido dela, eu continuei, — E senador Keene. Eu
simplesmente não podia deixá-lo, não tão doente como ele estava. Eu
não queria estar em qualquer lugar, além do lado dele.

— Eu sinto muito por ter te ligado do centro de distribuição, —


Sheila ofereceu. — Eu disse a secretária imbecil que eu estaria em casa
em apenas alguns dias. Claro, nós cortamos as nossas férias e voltamos
para casa assim que recebemos a notícia sobre Stewart.

— Isso foi muito gentil da sua parte. Na verdade, você não


precisava fazer isso.

Sheila deu um tapinha no braço do marido. — Robert insistiu. Ele


disse que sabia que Stewart teria feito o mesmo por ele.

Eu olhei de volta para as bochechas rosadas do senador Keene e


sua expressão menos do que triste. Travis tinha dito políticos - ele me
viu ser fodida por políticos. Eu endureci meu pescoço e me inclinei para
Sheila, abraçando e agradecendo o seu apoio. Seu perfume pesado
permeava os meus sentidos.

— Minha querida, — ela continuou, — Você realmente precisa


sair, agora que... — as palavras dela sumiram. Há tantas maneiras de
acabar com essa frase: agora que o desgraçado está morto... Agora
que você vai ter alguma liberdade... Agora que você está podre de rica e
pode dizer o mundo inteiro para ir se... Sua boca continuou se movendo,
mesmo que eu estivesse perdida no meu próprio mundo. Eu tinha
perdido algumas frases, mas não foi difícil descobrir o significado. —

~ 193 ~
Muito ocupada com todos os arranjos e legalidades, mas logo, logo... —
ela apertou minhas mãos. — Temos de marcar um almoço. Você precisa
de algum tempo com outras mulheres.

— Obrigada Sheila. Eu agradeço a oferta. Teremos de fazer isso.

Eu mudei os meus olhos para o próximo casal, esperando que o


senador Robert Keene não tentasse conversar. Essa esperança foi
imediatamente frustrada quando suas mãos abraçaram meus ombros e
seu hálito quente sussurrou condolências em meu ouvido. —
Sra. Harrington, a perda de seu marido vai criar muitos espaços vazios
em nosso mundo. Eu certamente espero que você vá tomar a decisão
certa e seguir em frente.

Eu não precisava de suas palavras ou suas implicações: a


respiração acetona trouxe de volta uma onda de memórias. Eu já estive
tão perto dele? Eu queria saber? A resposta não importa. Fatal Lullaby
tocou a distância enquanto eu me lembrava das cenas.

Fechando os olhos por apenas um segundo, eu recuei um pouco


longe do seu toque e endureci. Com os meus lábios vermelhos
pressionado em um sorriso, eu permiti que meus olhos cinza-aço lhe
dessem o reconhecimento que, aparentemente, eu achava que eu era
muito simples de se obter. — Obrigada, senador. Eu aprecio sua
preocupação com arranjos do meu marido e meu futuro. Posso garantir
que o meu futuro será consideravelmente diferente do meu passado.

O senador Robert Keene se afastou pela determinação da minha


declaração. Tenho certeza de que não era o que ele esperava. Afinal, eu
nunca tinha sido autorizada a falar. Os olhos de Sheila piscaram de
volta para seu marido e, em seguida, aos meus. Quando ela estava
prestes a falar, eu vi Travis e sua familiar presença.

— Robert, — Sheila começou, — aqui não é um lugar para estar


discutindo negócios. Victoria já passou por muito. Tenho certeza de que
tudo o que você está discutindo pode esperar.

Antes de Robert pudesse responder, eu estendi a mão para as de


Sheila. — Obrigada mais uma vez, Sheila. Tenho certeza de que Robert
tinha boas intenções. Eu prometo, eu vou ficar bem. — piscando, eu
foquei minha repulsa para a quantidade certa de emoção e promovi
uma lágrima. — Vejo você na próxima semana na reunião da Harrington
Society. Talvez depois nós pudéssemos tomar um café?

— Oh, eu não acho que você iria... Tão cedo.

~ 194 ~
— Stewart iria querer que eu fizesse isso. Ele estava tão orgulhoso
do meu trabalho com a fundação.

Sorrindo tristemente, Sheila concordou, — Você está certa. Nós


vamos deixar você receber seus próximos visitantes. Mais uma vez,
estamos muito tristes pela sua perda.

Se ela soubesse. Eu não estava, mas eu não pude deixar de


pensar que, se ela soubesse a atual linha de pensamento de seu
marido, ele é quem estaria.

— Sra. Harrington... — as condolências continuaram.

Eu balancei a cabeça e respondi mecanicamente, até que os olhos


água-marinha familiar apareceram diante de mim. Eu tive dificuldade
para não me aproximar e acariciar o rosto de Brody quando ele
respeitosamente estendeu a mão e começou um discurso sobre quanta
falta meu marido faria. Houve um alívio cômico em suas
palavras. Embora nenhum deles registrassem, eu escutei, a tristeza
deles como uma melodia para a minha alma escura. Era a infusão de
energia que eu precisava para continuar o meu papel.

— Obrigada, Sr. Phillips. — minha mão demorou um pouco mais


do que o normal em seu caloroso abraço. Finalmente, eu o retirei, com
medo de algum olhar atento. Uma saudação semelhante, dois dias antes
tinha sido o nosso encontro secreto perfeito para escorregar
informações de Parker. Eu tinha digitalizados os documentos, mas não
a forma de papel; em vez disso, eu os coloquei em uma unidade pen-
drive. Um alcance rápido no bolso e um aperto de mão persistente, e
mágicas: os papéis estavam em poder de Brody. — Obrigada por todo o
seu apoio. Nós tivemos uma participação maravilhosa da Craven e
Knowles esta noite.

Seus olhos se arregalaram em questão. — Bem, sim, Sra.


Harrington, seu marido significava muito para todos e cada um de nós
na empresa.

Eu balancei a cabeça ligeiramente, respondendo a sua pergunta


não feita. Parker e Maura Craven fizeram o seu caminho para mim. No
entanto, com Maura presente, Parker se absteve de mencionar os
documentos legais iminentes.

Brody inclinou a cabeça. — Se pudermos ser de alguma ajuda,


não hesite em chamar.

— Obrigada, eu vou.

~ 195 ~
Minhas entranhas torceram pela promessa e o brilho de seu
sorriso.

Quando o último convidado saiu, eu me sentei em um sofá


estofado e peguei meu telefone. Antes que eu pudesse olhar, tanto
Travis e Val foram para o meu lado: Val se sentou ao meu lado, se
inclinando para perto e me oferecendo seu apoio, enquanto Travis
pairava acima.

— Sra. Harrington, você gostaria que trouxesse o carro?

Olhei para a tela.

Eu não suporto ver você e não poder tocar em você. ME LIGA.

Apagando a mensagem, eu olhei para Travis, seu olhar


estreito. Ele viu isso? Foda-se! Olhei para Val. Seus olhos estavam
fechados com a cabeça no meu ombro.

— Não, Travis. Eu vou ficar esta noite com Val. Eu já tive o


suficiente de tudo isso por um dia. Por que você não vai e você pode me
pegar na parte da manhã.

Eu vi os lábios de Val curvar.

— Sra. Harrington, o funeral-

Eu abaixei a minha voz. — Estou bem ciente de que o funeral do


meu marido é amanhã, obrigada. Hoje à noite eu quero passar algum
tempo com a minha irmã. Preciso te lembrar...? — eu não terminei a
frase.

— Obrigado, Sra. Harrington. Eu vou estar aguardando a sua


chamada amanhã de manhã.

Val e eu rimos pelas mandíbulas cerradas de Travis.

— Você sabe, — Val começou. — Se ele continuar assim, ele


poderia ter um ataque de verdade. O homem precisa aprender a se
soltar.

— Você não tem ideia.

— Eu ainda estou surpresa que ele ainda está aqui. Eu sempre


tenho a sensação de que você não gosta muito dele.

Eu dei de ombros. — Eu acho que eu tenho que passar por tudo


isso... — fiz um gesto em direção às cadeiras e casa funerária vazia. —
Primeiro.

~ 196 ~
— Então, você está voltando para casa comigo? Eu gosto disso.

— Então vamos.

Eu esperei até que estávamos em seu carro antes de eu saltar a


minha notícia. — Obrigada por me deixar passar a noite. Pode me
emprestar seu carro?

Val me deu uma segunda olhada. — Meu carro? Onde você quer
ir? Eu posso te levar.

Inclinei a cabeça para o lado, abri os olhos arregalados e alonguei


o meu apelo. — Por favoooor.

— Ah Merda! Este é o amigo-horizontal, não é? Irmã, dê um tempo


um dia ou dois para Stewart ficar frio.

— Ele não precisa de um dia ou dois. Ele era frio como gelo muito
antes de morrer.

~ 197 ~
CAPÍTULO DEZOITO
Presente
ENQUANTO VAL nos levou para o seu apartamento, eu não podia
evitar os meus olhos de derivarem em direção ao lado e aos espelhos
retrovisores. Na boca do meu estômago, eu sabia que Travis estaria
vigiando. Não demorou muito para que as minhas suspeitas fossem
confirmadas. Chegando ao centro médico, vi o SUV preto. Porra! Esse
não é o meu SUV? Eu deveria tê-lo demitido há dois dias. Por que não
fiz? O que ele sabia? Me lembrei há muito tempo de pedir a Stewart
para demiti-lo e ele me disse que não. Ele disse que Travis sabia
demais. O que diabos era demais?

Eu empurrei meus pensamentos e concentrei nas palavras de


Val. Como de costume, ela estava no meio de algum monólogo. — Entre,
a menos que você esteja muito preocupada com o seu amigo para
passar mais algum tempo com sua irmã.

Eu suspirei. — Eu adoraria entrar, mas só se você tomar um copo


de vinho. Passar a noite toda ouvindo todo mundo me dizer que homem
maravilhoso Stewart era quase me fez pular para fora da minha pele.

O tom de Val reduziu. — Você realmente não pode culpá-lo.

Minha cabeça girava em direção a ela. — Como?

— Eu não estou apoiando Stewart ou contra você. Por favor, não


leve isso dessa forma. Eu não tenho nenhuma ideia sobre os detalhes de
sua vida. Essa tem sido a sua decisão de não compartilhar.

Era uma cláusula de não divulgação.

Ela continuou: — Mas eu tenho tentado dizer: as drogas que ele


estava tomando - eles deixam as pessoas diferentes. Eu sei que te
estava deixando louca que ele queria saber o tempo onde você estava,
mas Vik, o homem estava morrendo. Ele sabia que estava
morrendo. Isso não é algo que é fácil de engolir, especialmente para um
homem tão jovem como Stewart.

~ 198 ~
Eu sufoquei uma risada. — Eu me lembro da sua crítica sobre a
diferença da nossa idade quando eu disse que ia me casar.

— Bem, inferno, eu tinha dezessete anos de idade. Você tinha


dezoito anos. Ele era velho! Mas, para uma vítima da leucemia no nível
que ele teve e que progrediu rapidamente, ele era jovem. Isso não
costuma acontecer com as pessoas até que elas estejam em seus
setenta ou oitenta.

Eu respirei fundo, olhando Travis novamente no espelho


lateral. — Eu sei disso. Eu sei que você acha que eu preciso de
aconselhamento. Talvez eu precise mesmo; talvez eu vá. Agora eu só
preciso passar pelas próximas semanas de merda. Meu prato está cheio.

Eu assisti como Val inserido um cartão em um leitor para o


portão garagem de seu apartamento abrir. Eu suspirei, observando o
SUV com Travis desaparecer quando nós dirigimos mais profundo nas
entranhas da garagem em direção a vaga dela.

— Eu entendo, — respondeu ela. — Eu só não quero que você


esqueça os bons momentos que vocês tiveram, porque ele era difícil de
conviver no fim.

Eu balancei minha cabeça. — Obrigada, eu prometo. As


lembranças dele no final não vão manchar os outros anos. — muito pelo
contrário.

******

Uma hora, um copo de Merlot e uma série de mensagens de texto


mais tarde, eu estava do lado de fora do apartamento de Val e no meu
caminho em direção a Brody. Usando meu cabelo em um dos bonés de
beisebol de Val, eu comecei a dirigir pela rota do centro médico. Foi a
minha tática de diversão. Se Travis viu o carro sair da garagem, eu
esperava que ele pensasse que era Val. Depois de verificar
repetidamente meus espelhos e olhando para as ruas laterais, eu dei
um suspiro de alívio que ele estava longe de ser encontrado.

Quando eu fiz o meu caminho para o pequeno motel isolado,


tomando a menor rota à direta, compreendi: isso era ridículo. Stewart
estava morto. Por que diabos eu sinto a necessidade de esconder as
minhas atividades de meu próprio maldito empregado?

~ 199 ~
Mais cedo, quando eu tinha pegado o endereço do motel no meu
telefone, eu sabia que não era nosso tipo normal de lugar. A partir de
suas imagens, parecia o tipo de motel visto em filmes de crime, lugares
onde as prostitutas frequentavam e muitas vezes acabavam mortas.

Quando cheguei mais perto, eu ri. Talvez tenha sido o lugar


perfeito. Porque esta noite eu queria ser uma prostituta: não a
prostituta de Stewart, mas a minha própria. Pela primeira vez desde que
eu conseguia lembrar, eu queria sexo - puro, não adulterado, porra - e
eu queria muito. Tanto assim que, enquanto eu dirigia para a escuridão
da noite antes do funeral do meu marido, tudo que eu conseguia pensar
era Brody Phillips. Eu pensei sobre sua altura e físico
saudável. Lembrei-me dele em pé na casa funerária, sua aparência
adequada e profissional. Imaginei o aroma limpo de sua loção pós-
barba.

Enquanto as milhas se passavam, eu embelezei a memória:

Já não estávamos conversando na frente dos outros


enlutados. Não. Eu imaginei a mesma cena com significativamente
diferentes detalhes. Na minha fantasia, enquanto ele estava na minha
frente e me dava suas condolências, em vez de balançar a cabeça, eu
desabotoei a sua camisa branca engomada. À medida que cada botão se
desfez, mais de seu peito largo se tornou visível. Incapaz de me controlar,
eu corri minhas mãos para cima e para baixo em seu abs. Seus olhos de
água-marinha eram duros e cada ondulação de músculos apertava sob
as pontas dos meus dedos. Quando seu olhar ficou sensual, minhas
unhas delicadamente passaram pela superfície de sua pele
bronzeada. Com uma rápida lambida dos meus dedos, eu rolei seu
mamilo e lambi meus lábios. Seu olhar estreitou quando eu permiti que a
minha mão descesse mais, provocando a fivela de seu cinto de couro
preto.

Ele se inclinou quando as pessoas se calaram em nossa exibição


flagrante de desrespeito. Se aproximando, Brody rosnou no meu ouvido,
— Que porra você está fazendo?

Em vez de responder, eu esfreguei seu pescoço, ouvindo a agitação


em sua garganta e sentindo o crescimento de sua ereção. Eu empurrei
meus quadris para frente.

— Oh, você quer, causar um show? — ele perguntou, sua voz


profunda agora rouca.

~ 200 ~
— Sim, — eu murmurei, um pouco antes de beliscar sua orelha.

Agarrando meu queixo, ele duramente capturou meus lábios, os


mantendo como reféns até que meu corpo derreteu e eu gemia de prazer e
dor. Se afastando, ele estendeu a mão para o meu ombro e em um
movimento fluido, me virei, me curvando à mesa – a mesa de
Stewart. Meus quadris machucavam contra a madeira polida quando seu
pau duro como pedra bateu contra a minha bunda. Sua bochecha
raspando contra o meu pescoço parecia uma lixa quando ele rosnou perto
da minha orelha: — Se você quer um show, eu vou te dar um maldito
show. Vou mostrar a todos esses babacas que você é minha. Ninguém
mais será, nunca. Só minha.

Antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão para a


bainha do meu vestido preto e o puxou para a minha cintura, expondo
minha calcinha de renda preta, agora molhada em antecipação. — É isso
que você quer? — ele continuou a me insulta com seu pau.

Falar estava me deixando mais úmida, o murmúrio em toda a casa


funeral desapareceu nos sons do seu coração frenético e hálito quente em
meu ouvido. Tudo o que eu podia fazer era acenar com a cabeça.

Brody agarrou meu cabelo, torceu ao redor de seu punho e segurou


a minha cabeça. — Não, Vik. Sem balançar a cabeça. Sem discussão do
caralho. Me diga o que você quer.

Meu corpo tremia quando eu respondi honestamente. — Eu te


quero. Eu quero que você me foda aqui.

Engoli em seco quando ele tocou minha coxa e joelho empurrou


minhas pernas. Alcançando a minha calcinha, ele puxou somente um
pouco e deslizou seus dedos dentro.

Mesmo que eu soubesse que olhos estavam olhando, eu não me


importava. Alguns deles tinham me visto assim antes; outros ficaram
horrorizados, enquanto alguns se excitavam como inferno. Gemidos
ecoaram por toda a sala quando Brody voltou a minha concentração para
ele. Com uma mão, ele estendeu a mão, esfregando meu clitóris.

— Diga a eles, — ele rosnou.

Minha mente era um borrão. Dizer a eles o quê?

— Diga a eles que você é minha.

— Eu sou sua, — eu ofegava, não alto o suficiente para alguém


ouvir.

~ 201 ~
Puxando meu cabelo de novo, ele repetiu: — Diga a eles mais alto.

— Eu sou sua. Ninguém mais pode me foder, nunca mais. — as


palavras estavam libertando quando meus quadris mais uma vez bateu
contra a mesa brilhante e seu grosso pau, duro, mergulhou dentro e fora
de mim. Mordi o lábio para parar meus gritos quando cada impulso batia
mais forte do que a anterior: dominante e reivindicando. Parte superior do
corpo do Brody empurrado para frente, me empurrando em toda a
superfície da mesa e mandando tudo para o chão: os vasos, as flores e
as cinzas de Stewart.

A estrada na minha frente veio em foco enquanto eu me contorcia


na cadeira, pisquei várias vezes, e balancei a cabeça. Droga! Eu me
pergunto o que o psicólogo de Val pensaria daquela pequena
fantasia. Ele ou ela provavelmente teriam um dia de estudo com
isso. Eu não quero pensar em qualquer parte disso, além do óbvio. Eu
queria sexo, e eu queria isso agora.

Quando eu cheguei até o motel, minhas suspeitas foram


confirmadas. Esta não era o nosso tipo local de encontro. Era pequeno,
isolado e os quartos tinham portas diretamente para o exterior. Eu olhei
ambas as direções e não vi nada, nem mesmo o carro de Brody. Apenas
alguns outros carros estavam no estacionamento mal iluminado.
Honestamente, eu não dava a mínima que não era palaciano.

Abrindo a porta para o carro, eu inalei o ar mais frio à noite, ouvi


o barulho de tráfego a partir da interestadual acima e concentrei minha
fantasia. Um sorriso enfeitou os meus lábios quando eu percebi que eu
queria gritar como as prostitutas que frequentavam este
estabelecimento. Já não era prostituta de Stewart. Agora eu podia
escolher e eu escolhi ser bem fodida.

Eu desliguei meu celular. Ninguém estava interrompendo meus


planos.

Antes da luz dos faróis de Val esmaecer, a porta para quarto


número 8 se abriu e eu escorreguei do carro e caminhei a passos largos
para o motel. Lampejos de luz chamaram a atenção de centenas de
velas queimadas em todo o quarto escuro. Antes que eu pudesse
realmente olhar em volta, a porta se fechou e o peito que eu tinha
fantasiado me prendeu contra a parede, momentaneamente
empurrando o ar dos meus pulmões. A camisa de Brody tinha ido
embora e eu ainda usava o meu vestido preto, meus seios achatados
formigavam do calor de sua pele exposta.

~ 202 ~
Eu não pude resistir tocá-lo enquanto eu corria minhas pequenas
mãos para cima em seus braços firmes. As pontas dos meus dedos
queimaram de seu calor radiante. Quando cheguei a seus ombros largos
e meus olhos encontraram os dele, o brilho da luz de vela em seus olhos
água-marinha enviou meu núcleo em espasmos. Eu engasguei com a
apreensão de meus pulsos quando minhas mãos estavam de repente
presas à parede por cima de mim. Brody silenciosamente olhou meu
corpo.

Doendo por seu toque, eu tentei mover em direção a ele.

— Ainda não, Vik. Eu quero olhar para você, realmente olhar para
você. Você é tão bonita, e eu quero vê-la como a mulher que é agora.

O que ele quis dizer? Será que ele sabia que eu era agora uma
assassina?

Soltando minhas mãos, ele disse: — Me dê sua mão esquerda.

Relutantemente, eu fiz e eu vi quando ele tirou os anéis de


casamento e de noivado e deixou cair no tapete desgastado e sujo do
motel. — Isso aí! Desde que aquele filho da puta morreu, eu queria fazer
isso. Inferno, antes. Agora, eu vou te foder, te foder como a mulher livre
que você é.

Meus lábios se abriram quando ele soltou o cinto, desabotoou as


calças e permitiu que ela caísse para o tapete, em algum lugar perto dos
meus anéis. A cabeça de sua ereção apareceu. Quando eu comecei a
tirar meus elegantes sapatos pretos, Brody, mais uma vez apreendeu
meus pulsos e parou o meu movimento. — Não, você está fodidamente
perfeita do jeito que você está, do jeito que você estava mais cedo esta
noite. — ele se inclinou mais perto e respirou profundamente. — Eu
podia sentir seu cheiro na casa funerária. Você quer isso: aqui, agora,
contra essa fodida parede. Estou errado?

Oh, Deus! — Não, — eu consegui dizer. — Quero isso. Eu quero


tanto isso.

— Bem, Vik, você não precisa implorar. Você vai ter isso. Deixe
esses quentes saltos. — seu brilho sensual alimentou o fogo que
acendeu ainda da minha fantasia. — E você tem cerca de dois segundos
para tirar essas malditas calcinhas ou ela é minha.

Em vez de obedecer, eu estendi a uma mão para a parede, e outra


perto dos meus quadris.

~ 203 ~
Sua sobrancelha subiu. — Talvez eu tenha que reconsiderar. Eu
acho que você não o quer tanto6.

Eu chupei meu lábio inferior entre os dentes e inalei.

— Vire-se, baby e segure.

Quando eu fiz o que ele disse, ele atingiu a barra do meu vestido e
puxou até meus quadris. Com as duas mãos, ele rasgou minha
calcinha. Os pedaços caíram de uma das minhas pernas para o meu
tornozelo. De repente, eu gritei quando uma mão firme golpeou minha
bunda exposta. Imediatamente, ele começou a esfregar a bunda
atingida, apenas para repetir o ataque do outro lado.

— Lá vamos nós, — Brody murmurou. — Isso é tudo de ruim para


hoje.

Seu toque na minha coxa me encorajou a espalhar minhas pernas


e levantar minha bunda, me abrindo para ele. Fechei os olhos
extasiados e dois grandes dedos deslizaram dentro de mim, bombeando
dentro e fora.

— Tão fodidamente molhada.

Seu nariz cheirou meu pescoço enquanto a outra mão beliscou


um mamilo e depois o outro, criando um ritmo enquanto continuava a
mexer os dedos. Com seu hálito quente banhando meu pescoço e sua
ereção insultando meus lábios inchados, ele perguntou: — Você está
pronta para o bom?

Fodidamente além de pronta! — Sim, por favor.

Seus dedos desaparecem quando eu o ouvi chegar para um


preservativo.

— Eu estou tomando remédio, — eu ofereci, querendo sentir sua


pele dentro de mim. — Eu prometo, eu estou limpa. Eu vou ao médico a
cada seis meses.

— Oh, eu pensei que... porra! — ele rosnou quando seu pau


desembrulhado afundou dentro de mim.

O contato pele-a-pele criou um delicioso atrito quando o calor de


seu pau me encheu, consumindo cada nervo dentro do meu corpo. Sem

6 Ele fala assim porque originalmente é: I want it so goddamn bad. So bad se traduz
como tanto, no sentido de muito, mas a tradução literal dele é mal, ruim:―eu quero
você tão ruim‖. Então vai ter frases fazendo a referência que vai ficar um pouco
estranho.

~ 204 ~
saber, eu gritei enquanto eu segurava na parede, meus cotovelos
endurecendo com cada impulso. Brody me fodeu como ele nunca me
fodeu antes, selvagem e implacável, batendo em mim, preenchendo não
só o meu núcleo, mas também meus ouvidos com o som de suas bolas
batendo minha bunda, e sua respiração pesada.

A borda da montanha estava ali. Eu o vi se aproximando na


velocidade da luz enquanto ele batia mais e mais rápido. Quando mais
uma vez ele estendeu a mão para o meu clitóris e o rolou entre dois
dedos, eu já não o ouvi: o pequeno quarto de motel foi preenchido com o
som dos meus próprios gritos. — Puta que pariu! Brody, eu estou
gozando!

— Goze, Vik. Goze até mim; molhe todo o meu pau com o seu
gozo.

Fechei os olhos e me deixei cair, gritando quando onda após onda


passou através de mim. Esperei a dura realidade da terra; no entanto,
isso não veio. Em vez disso, as ondas continuaram até que meus joelhos
e cotovelos amoleceram e ambos caíram no chão, um emaranhado. O
único movimento era seu pau pulsante, ainda enterrado dentro de mim.

Escovando a minha bochecha contra a minha barba por fazer, ele


sussurrou, — Jesus, Vik. Isso foi foda.

Eu gemia com a perda quando ele puxou lentamente para fora de


mim, desencadeando uma enxurrada de esperma em minhas coxas.

Apesar da beleza de suas velas, eu finalmente vi o lugar que


estávamos e contemplei no chão. — Brody, eu acho que o próximo lugar
que devemos ir é o chuveiro.

Ele riu. — Sim, este tapete provavelmente não está limpo...

Cobrindo os lábios com o meu beijo, eu disse: — Isso é


nojento. Eu não quero nem pensar nisso.

Dando de ombros, ele se levantou e me ajudou a me levantar. —


Supondo que o chuveiro é melhor, eu possa ajudar a remover esse
vestido?

— Bem, já que eu não trouxe nenhuma roupa para vestir hoje à


noite, eu acho que não deveria molhar o meu vestido no chuveiro.

— Você não vai para casa hoje à noite.

~ 205 ~
— Eu não vou? — questionei enquanto caminhávamos em direção
ao banheiro.

— Não, você não vai. Esse sorriso em seu rosto é o mais bonito
que eu já vi. Eu tenho coisas para mantê-la aqui.

— Val precisa... — eu comecei.

— Você disse que Val não vai trabalhar por causa do funeral. Eu
vou levar você de volta para Val no início da manhã.

Meus lábios se contraíram em pensamento.

Depois de ligar a água, Brody se virou para mim e perguntou: —


O que? Onde foi aquele sorriso?

— Eu só estava pensando que eu disse a Travis para me pegar


amanhã cedo na Val. Eu tenho que ir para casa antes do funeral. Não
posso ser vista no mesmo vestido...

— Ou sem calcinha, — Brody acrescentou com um sorriso.

Sangue corou minhas bochechas. — Isso seria um pouco


desconfortável.

— Por que você não o demitiu? Travis? Eu sei que você o odeia.

Quando Brody pegou minha mão e me levou por trás da cortina


barata no chuveiro para a água quente, eu dei de ombros em resposta e
perguntei: — Antes de eu te dizer, você sabia que Stewart queria que
Travis tivesse meu contrato?

Brody assentiu.

Eu continuei, — Travis disse que era o que Stewart queria. Ele


disse que Parker esta combatendo isso.

Brody pegou o xampu de hotel. — Veja isso. Por mesmo que


sessenta dólares por uma noite, você tem shampoo. Oh... — ele leu a
garrafa. — E o condicionador é misturado.

Virei quando ele derramou a mistura sobre a minha cabeça e


começou a massagear o meu cabelo. — Brody?

— Sim, baby?

— Eu não quero nada deles.

— Eles não podem. Acabou. Ao morrer, Stewart te salvou disso.

~ 206 ~
Me salvou? Por que as pessoas continuam dizendo isso?

— Mas a forma como Travis soou, se o contrato não pertence a


alguém, poderia haver outros, outros que afirmam isso.

Brody me virou para encará-lo. — Vik, ninguém pode afirmar


nada. Você é uma mulher rica. Ninguém pode fazer você fazer algo que
você não quer fazer. Contrate o melhor: os melhores guarda-costas, os
melhores contabilistas, os melhores advogados – eu me candidato... —
ele sorriu um sorriso maroto. — E eu trabalho pelos benefícios.

Minhas bochechas subiram em uma expressão de sorriso quando


eu me inclinei mais perto, nossos corpos escorregadios deslizando um
contra o outro.

— E se... — eu comecei.

O dedo de Brody chegou suavemente aos meus lábios.

— Shush. Hoje à noite vamos comemorar sua liberdade. Amanhã


vamos preocupar com e se. — deixando o dedo no lugar, ele
acrescentou, — Acene se você entende.

Acene se você entende. As palavras reverberaram pela minha


mente.

Me afastando, eu assenti. Sob o pretexto do chuveiro, eu permiti


que as lágrimas que eu tinha mantido por muito tempo fluíssem. Não foi
até que os meus ombros estremeceram que Brody percebeu que estava
chorando. Sem uma palavra, seus braços fortes me cercaram e ele
gentilmente beijou meu cabelo lavado.

~ 207 ~
CAPÍTULO DEZENOVE
Presente
Acordei com o som do alarme de Brody, sentindo ansiosa e
nervosa sobre o funeral, mas também descansei pela primeira vez em
muito tempo. — Que horas são? — perguntei, sonolenta.

Pegando o seu telefone, Brody respondeu: — Quatro e meia. Eu


queria ter você de volta para Val antes que as pessoas comecem a se
movimentar.

Meu corpo doía da maneira mais maravilhosa quando me estiquei


e comecei a me sentar. Antes que eu pudesse, meu olhar caiu sobre o
homem bonito, quente aninhando mais perto.

— Onde você está indo, Vik?

— Tomar um banho rápido, — eu ri, quando ele se inclinou sobre


mim, seu cabelo loiro apontando para cima da mais sexy forma.

— Que tal se primeiro eu ajudar a se preparar para seu grande


dia?

Minha sobrancelha se ergueu. — Ajudar a ficar pronta? O que


você tem em mente?

Com beijos no meu pescoço, peito e estômago, Brody se moveu


lentamente pelo meu corpo, os dedos que tomam a liderança quando ele
espalhou minhas pernas. — Basta um pouco de algo para começar bem
o dia.

Antes que eu pudesse comentar sobre o pouco de algo, eu caí de


volta para os travesseiros e choraminguei quando sua língua lambeu
minha fenda.

— Você tem um gosto tão bom pra caralho, — ele gemeu entre
insultos, empurrando minhas pernas mais afastadas, torturando meus
lábios já inchados e coxas.

Porra! Eu não vou ser capaz de andar no maldito funeral. Assim


como minha mente começou a sair do quarto, o polegar de Brody

~ 208 ~
circulou meu clitóris, me trazendo de volta. Minhas pernas
involuntariamente fecharam quando meu interior apertou com uma
posse doloroso.

— É isso aí, Vik, — suas palavras incentivaram e me empurraram


para cima, enquanto meus dedos teciam através de seu cabelo,
desejando seu toque.

Sua língua assaltou meu clitóris, que lambia rapidamente e


provocava, até que palavras foram vomitadas involuntariamente dos
meus lábios. O calor do meu núcleo se intensificou, e meu corpo
assumiu uma mente própria. Meus quadris empurraram e minhas
pernas ficaram rígidas. O mundo inteiro desapareceu quando Brody
chupou meu clitóris, me eletrizando da cabeça aos pés. Gritando seu
nome, minhas mãos voaram para o lençol e agarraram para algo,
qualquer coisa, para manter essa ascensão incrível de chegar ao fim.

Assim quando eu estava prestes a cair, Brody parou e cobriu o


meu corpo com o seu. — Eu não posso aguentar, Vik, eu amo estar
dentro de você sem proteção. Eu quero sentir essa buceta apertada
espremer meu pau quando você gozar.

A próxima coisa que eu soube, ele estava deslizando para dentro


de mim, bombeamento e bombeamento, me batendo nesse perfeito doce
local cada vez. Com cada impulso meu corpo parecia levá-lo mais
profundo. Era como se soubesse exatamente o que fazer para fazer meu
corpo reagir. A liberdade de me deixar ir e passear minhas mãos sobre
sua pele quente me levou ao limite. Não havia nada - não tinha olhos
vendados e preservativos entre nós. Foi pele crua sobre a pele e eu não
conseguia o suficiente.

Quando a montanha reapareceu, eu ansiava o pico. No entanto,


cada vez que ele baia em mim, eu não poderia negar o prazer da
escalada. Quando o nosso objetivo entrou em vista, Brody atingiu entre
nós e beliscou meu clitóris quando ele se inclinou para baixo e
simultaneamente chupou meus mamilos duros. A combinação me fez
voar. Não mais respirando, sons escaparam dos meus lábios. Meu
núcleo explodiu e ondas de calor irradiava de nossos corpos,
dispersando a ansiedade de mais cedo e me deixando saciada.

— Fantástico, porra! — Brody rosnou quando ele também caiu de


nossa montanha. Seus ombros relaxaram e sua bochecha, macia com a
barba por fazer, esfregou a minha, antes dele rolar para o meu
lado. Quando me virei para ele, eu me encontrei momentaneamente
perdida em seus olhos água-marinha.

~ 209 ~
— Vik, — disse ele, sua voz suave e terna, — Hoje no funeral, eu
gostaria de poder estar com você, segurando a sua mão, apoiando você.

Nós dois sabíamos que não era possível. — Brody, você não deve...

— Não tem nada a ver com a obrigação. Eu quero estar lá. — seu
olhar brilhava. — E eu vou.

Meus olhos se abriram em questão.

— Eu vou estar lá no meio da multidão. Você pode contar com


isso. Mas o mais importante é você saber que estou em você. Quando
você estiver ouvindo sobre os atributos incríveis do grande Stewart
Harrington, se lembre que é o meu gozo para dentro de você. E se eu
tiver alguma coisa a dizer sobre isso, isso não é só hoje. — ele pegou
minha mão e beijou meus dedos. — Eu não estou pressionando você. É
só que eu quero que você saiba que eu queria ser o único homem em
sua vida por um longo tempo. Eu quero ainda mais agora.

Eu não sabia o que dizer. Eu beijei seu rosto macio. — Vou me


lembrar.

******

Um banho rápido e vinte minutos mais tarde eu fui para o escuro,


ainda de manhã e escorreguei para o carro de Val. Me perguntei mais
uma vez sobre o carro de Brody. Talvez eu devesse ter oferecido uma
carona. Antes que eu pudesse processar o pensamento, a SUV com
Travis parou atrás de mim, me bloqueando em meu espaço. Sugando
minha respiração, meu pescoço esticou de raiva. Que porra é essa!

Eu não era a única chateada. Observando ele sair do veículo e


perseguir em minha direção, eu podia ver a raiva que emanava dele. Eu
flertei com a ideia de ligar o carro e bater na SUV, mas tudo o que iria
fazer era acabar com o carro de Val e, além disso, eu era dona do
SUV. Em vez disso, eu tentei por o meu rosto de cadela mais óbvio,
permitindo que a minha indignação fluísse quando abri a janela. — Que
porra você está fazendo? — perguntei.

Com os dentes cerrados e a veia pulsando em sua testa, Travis


assentiu. — Senhora. Harrington, eu poderia fazer a mesma pergunta,
mas desde que você cheira a sexo, eu não preciso.

~ 210 ~
Eu não estou cheirando a sexo. Eu tomei banho!

Sem temer a minha expressão, ele continuou, — Eu suponho que


você está indo levar o carro de sua irmã? Você pode querer limpar seu
assento antes.

Mantendo meu olhar, eu respondi: — Preciso te lembrar de que


você trabalha para mim?

— Não, — ele se inclinou e inalou. Balançando a cabeça, ele


baixou a voz. — Você não precisa me lembrar. Eu deveria ter aceitado a
sua demissão do caralho, mas não o fiz. Meu maldito trabalho é te
manter segura, assim como era manter Sr. Harrington seguro. Por que
você não leva a sua bunda sacana de volta para a Dra. Conway e então
nós podemos ir para casa? Eu vou explicar como você acabou de foder
com meu trabalho. Oh... — ele acrescentou, inclinando sua cabeça em
direção ao motel. — Você tem sorte que eu encontrei você.

— Estou cansada de você falando em enigmas. Se você tem algo a


dizer, então diga agora, porra.

Travis era alto. À luz da madrugada, o corpo musculoso em sua


camiseta preta e calças escuras apertadas pareciam ameaçador. Seu
brilho característico que veio para mim com os olhos semicerrados de
desaprovação só o faziam parecer mais assustador. — Não se preocupe,
Sra. Harrington, eu tenho toda a intenção de dizer isso. A propósito, se
você não estivesse tão ocupada fodendo por aí, você deveria ter olhado
seu telefone. Chame sua irmã antes de deixar o carro dela. — ele enfiou
a mão no bolso, tirou um lenço de papel e o atirou para a janela
aberta. — Tome isso. A boa médica não quer sentar em seu gozo. — com
isso, ele se virou e voltou para o SUV.

Olhei quando ele recuou e esperou que eu dirigisse. Ele estava


certo sobre uma coisa: eu não tinha olhado meu telefone. Por uma
questão de fato, eu tinha desligado quando entrei no motel. Eu estava
cansada de tudo e todos. E eu tinha um objetivo - mas eu não estou
cheirando mal!

No sinal de vermelho, eu verifiquei a tela recém-iluminada: quatro


mensagens de texto e duas mensagens de voz. Eu bati no correio de voz
quando eu acelerei.

Primeiro correio de voz, de Lisa:

— Senhora. Harrington, eu estou preocupada. Você já deveria estar


em casa. Está tudo bem? Quando podemos esperar você?

~ 211 ~
Bem, merda. Eu deveria ter ligado para ela.

Segundo correio de voz, de Val:

— Vik, me ligue. Eu sei onde você está, mas me ligue. Eu recebi um


visitante estranho perguntando sobre você. Aqui! No meu apartamento! O
que está acontecendo?

Apertei o botão de ligar e olhei para o relógio. Não era nem 5h30,
mas ela era uma médica. Eles não precisavam dormir. Não é?

— Vik, — sua voz sonolenta estava misturada com alarme. —


Você está bem?

— Merda, Val. Eu? Estou bem. Você está bem? Eu desliguei meu
telefone ontem à noite. Eu só liguei agora porque ouvi a sua mensagem.

Através do telefone, eu a ouvi se movendo antes que ela dissesse:


— Foi muito estranho. Aconteceu cerca de uma hora ou duas depois
que você saiu. Este homem veio até a porta. — ela fez uma pausa. — Eu
vou ser honesta: Eu meio que me apavorei que ele sabia onde eu
morava.

— Deus, Val, eu sinto muito. — meu olhar escorregou para o meu


espelho retrovisor, vendo principalmente a grade do grande SUV preto
de Travis.

Val continuou, — Ele foi persistente. Ele não era desagradável. Ele
disse que precisava falar com você. Eu disse a ele que você estava
dormindo.

— Ele não acreditou em você?

— Eu acho que ele acreditou no início, mas ele não se


importava. Ele estava determinado que eu fosse buscar você. Ele disse
que o negócio dele não podia esperar.

— Eu disse que era sua irmã e sua médica e você precisava de


descanso. Finalmente, eu disse que eu tinha dado algo para ajudá-la a
dormir. Eu estava ficando chateada - ele não ia embora.

— Como ele era? — eu perguntei.

— Cabelo escuro, alto, um pouco de cinza, barba feita.

Bem, merda, isso descreveu cerca de cinquenta por cento dos


homens que eu conhecia.

~ 212 ~
— Ele continuou se referindo a você como Senhora. Harrington,
não Vik, Vikki, ou Victoria.

— Ele não deu o nome dele?

— Não, — respondeu ela. — Ele disse que você o conhecia. Eu


estava prestes a chamar a segurança quando Travis apareceu.

— O quê? — perguntei, alarme evidente em minha voz.

— Estranho, eu sei. Quero dizer, normalmente ele me assusta,


mas eu sei por que você o mantém por perto. Fiquei contente em vê-lo.

Olhei novamente para o SUV. Estava um pouco mais para trás, e


eu podia ver Travis pelo para-brisa. — O que Travis fez?

— O que ele sempre faz. Ele falou, todo-negócio. Você sabe


‗Dra. Conway, eu posso ser de alguma ajuda? Tenho certeza que a Sra.
Harrington teve um dia difícil... ‘ Você sabe, bla bla bla.

— E esse cara foi embora?

— Sim. Convidei Travis. Não parecia legal dizer: ‗ei, obrigada por
me salvar daquele homem assustador. Agora vá embora‘.

A minha cabeça começou a palpitar. — O que você disse a Travis?

— Eu comecei a dizer a mesma coisa, sobre ter te dado um


remédio para dormir... mas havia algo sobre a maneira como ele olhou
para mim e todo o apartamento. Sinto muito, Vik. Eu disse a ele a
verdade. Eu disse a ele que eu emprestei o meu carro, e você queria
algum tempo sozinha.

— Tempo sozinha? — eu repeti.

— Bem, já que você é tecnicamente uma viúva, o que aconteceu


com o seu amigo-horizontal é legal. Quer dizer, na maioria dos estados?

— Vá em frente, — eu incentivei.

— Mas eu não acho que ele achava que isso fosse uma coisa
nova. Eu só não disse de uma forma ou de outra.

Olhei para meu entorno. — Val, eu acho que vou precisar de algo
para me ajudar a dormir uma vez que hoje terminar. Estou chegando
em seu apartamento. Está tudo bem se eu deixar o seu carro na rua?

— Claro, mana. E sobre ir pra casa? Você precisa de uma carona?

~ 213 ~
Quando eu estacionei, vi Travis fazer o mesmo. — Não, eu estou
bem. Travis está aqui.

— Ok, deixe as chaves na minha caixa de correio. Ei, talvez ele


não seja tão assustador?

Eu balancei minha cabeça. — Ele ainda é assustador. — eu


pensei sobre sua ajuda com Parker. — Só vem a calhar, às vezes. Você
vai chegar antes do funeral? Eu gostei muito de ter você comigo
ontem. Eu sei que não é muito divertido, mas se você não se importar-

— É claro, nem sequer pense nisso. Eu estou lá para você.

Eu desliguei quando eu parei em um espaço do estacionamento


em frente do edifício de Val. Antes que eu trancasse as portas, eu
inconscientemente verifiquei o assento. Travis pode se foder! Eu não
precisava de seu maldito lenço. O som de portas desbloqueando trouxe a
minha atenção para o grande SUV preto. Endireitando meus ombros, eu
empurrei o tecido na minha bolsa com meu telefone e caminhei em
direção ao edifício de Val.

Depois de deixar suas chaves em sua caixa na entrada, me virei


na direção do SUV esperando. Respirando fundo, eu andei para a porta
do lado do passageiro; com cada passo que eu dava, eu estava bem
ciente da falta da minha calcinha. Subindo para o banco do passageiro,
fiz um esforço para manter a saia do meu vestido dobrado em torno de
minhas pernas.

— Você sabe, o seu marido só esteve morto por alguns dias. Você
pode, pelo menos, considerar levar uma muda de roupa, se você for se
prostituir, especialmente se você pretende continuar a fazer isso nas
favelas.

Eu odiava seu tom condescendente, para não mencionar suas


palavras. Endireitando meu pescoço, eu declarei: — Eu decidi no último
minuto passar a noite com a minha irmã.

Travis fingiu uma gargalhada. — Se eu vou gastar meu tempo


lidando com sua merda, eu acho que eu acho que você deveria ser mais
direta. Passar a noite com a minha irmã significa se prostituir? Eu
entendi isso direito, Sra. Harrington?

Meu corpo voou de volta contra o assento quando ele bateu o


acelerador. Quase tão rápido, o SUV entrou em um estacionamento e eu
voei para frente quando ele bateu no freio. Instintivamente, eu estendi a
mão e me segurei no painel. — Jesus Cristo, que porra-

~ 214 ~
Antes que eu pudesse terminar a minha pergunta, Travis parou o
SUV, desabotoou o cinto de segurança e se lançou em direção a
mim. Mais rápido do que eu poderia me afastar, ele alcançou o cinto de
segurança, o puxou sobre o meu corpo e travou no lugar. Balançando a
cabeça, ele se inclinou para trás, colocou o seu e pôs o SUV de volta na
rua. Em voz baixa, ele murmurou, — Eu preciso de um maldito
aumento para esta merda. — levantando a voz, ele se virou para
mim. — Segurança. Esse é meu trabalho. Você acha que você poderia
me ajudar um pouco?

Senti como um ser de dois anos de idade repreendido. — Se você


tivesse me dado uma maldita chance antes de você sair para o tráfego
como um morcego saindo do inferno, eu teria feito isso eu mesma.

— Da próxima vez, eu vou dizer um do, lá si e já. Vai funcionar


para você?

Olhei para o perfil deste homem. Eu o conheço há mais de uma


década, mas eu nunca realmente olhei para ele. Se eu fosse para ser
honesta, era porque ele me assustava, ainda mais do que
Stewart. Talvez fosse porque com Stewart, desde o início, eu senti uma
pequena aparência de poder. Não era muito, mas mesmo com o que ele
me fez fazer, eu senti que parte dele se importava. Eu nunca tive esse
sentimento de Travis. Desde a primeira vez que o vi, quando ele me
pegou na escola e me levou para o apartamento, eu tinha a sensação de
que eu era um incômodo, alguém que ele não queria nem olhar. E
depois havia a sensação de predador assustador: o que me deu arrepios
e fez meu estômago dar uma guinada. Inferno, apenas no outro dia ele
tinha admitido me assistir ter meu cérebro fodido por todos esses
homens diferentes. Ele também tinha admitido querer a sua vez.

Perdida em minha própria linha de pensamento, eu perguntei, —


Travis? Você estava lá, no armazém, ou sempre houve câmeras?

Ele não olhou para mim; os olhos fixos na estrada. — Eu estava


lá.

— Toda vez?

— Quase. Eu não estava lá da última vez. Sr. Harrington tinha...


Eu não podia deixá-lo.

— E antes? A primeira vez que Stewart não estava... Você estava?

— Sim.

~ 215 ~
Eu respirei fundo, pensando nisso. — Por quê? — eu perguntei
com curiosidade genuína.

— É o meu trabalho. Sr. Harrington fez o contrato com aqueles


homens: eu não. Eu estava lá para garantir que as coisas não saíssem
de controle. Eu ficava no andar de cima e via através de uma rede de
circuito fechados. Os outros homens nem sabiam que eu estava lá.

— Circuito fechado - como câmeras? Que gravavam?

— Não. Sr. Harrington não permitiria isso. Era parte do não


divulgar. Os amigos não teriam permitido. Como você pode imaginar,
muitos deles têm esposas e carreiras. Eles não querem ter seu
passatempo no noticiário das seis.

— Mas, — eu perguntei, — Você disse que tinha vídeo? Ouvi o


áudio.

— Eu gravei com o meu telefone. Eu guardei tudo no pen-drive.

Descansando o cotovelo contra a janela, olhei para fora em


direção à estrada, os olhos bem abertos, mas não vendo nada. — Por
que você gravou? Stewart sabia?

— Não. Eu não comecei a fazer isso até que o Sr. Harrington


começou a ficar doente, e eu fiz isso para segurança.

— Chantagem?

— Segurança, — seu volume aumentou. — A sua e a minha.

— Se não havia nenhuma evidência, por que eu iria precisar de


segurança?

Seus olhos escuros olharam na minha direção pela primeira vez


desde o início da conversa. — Diga que você está ouvindo. Me faça
entender o que está acontecendo.

— Estou ouvindo. Eu não entendo uma maldita coisa! Eu não sei


por que, de repente, você sente esta obrigação de me proteger. Eu não
sei quem os outros homens eram ou são. Como você sabe, Stewart fez
certeza disso. E eu não sei por que você acha que eu estou subitamente
em perigo.

Novamente, ele diminuiu a velocidade. Desta vez, nós paramos no


acostamento como cascalho e rochas esmurraram na parte inferior da
carroçaria do SUV quando chegamos a uma parada abrupta. Meu corpo

~ 216 ~
arremessou para frente só para ser puxado para trás pela contenção do
cinto de segurança.

— Nada é inesperado, — sua voz estava estranhamente


animada. — Talvez você seja apenas uma idiota. Talvez eu superestimei-

Interrompendo, meus olhos cinzentos encararam enquanto eu


falava sobre ele. — Eu sou uma idiota?! Você não fala em fodidas
sentenças completas. Que tal começar? Que tal você me dizer a verdade,
me dizer mais sobre este mistério oculto de Harrington Spas e Suítes? E
me diga que outras pessoas sabiam ou tinha conhecimento de mim
antes de me casar com Stewart? — eu respirei fundo, cruzei os braços
sobre o peito, olhei na direção do para-brisa e bufei. — Eu tenho mais
perguntas, mas eu gostaria de começar com estas.

Travis pegou meu queixo. Seu toque quente queimou minha


pele. Meu pescoço imediatamente endureceu e eu me afastei. — Não me
toque! — rosnei quando meu pulso diminuiu a velocidade e o tom
aprofundou. — Sempre. Não importa o que você testemunhou, ou o que
você sabe, eu ainda sou sua empregadora. Seria bom você se lembrar
disso.

Sua mão voltou e abriu. Eu me preparei para uma repetição do


tapa que eu tinha recebido anos antes; em vez disso, o que eu vi foi o
sinal universal de rendição. — Agora essa é a puta que eu conheço. —
sua sinceridade veio quando seu tom de voz se transformou em um que
eu não conseguia me lembrar de alguma vez ouvir. — O que você disse
antes... Sobre inesperado - nada é inesperado. Meu trabalho tem sido te
proteger desde antes do dia em que eu te peguei naquela escola
Highfalutin. Eu lhe disse que eu estava no armazém para protegê-
la. Não é súbito. Isso não acontece por acaso. Mais de uma vez você
esteve em perigo, mesmo antes de se casarem. — ele bateu no
volante. — Mais de uma vez, você foi uma puta de merda sobre
isso. Manter o controle de você sem a ajuda de seu maldito telefone tem
sido uma dor real na minha bunda. Felizmente, o carro da Dra. Conway
tem um rastreador GPS; caso contrário, quem sabe o que poderia ter
acontecido esta manhã? — seus olhos escuros olharam para mim. —
Entenda através dessa linda cabecinha sua. Nada disto é inesperado,
porra!

Eu balancei minha cabeça. — Então por que eu não sei?

— Sr. Harrington cuidou de tudo. Ele fez negócios para que você
pudesse permanecer segura, desde que ele-

— Me compartilhou? — interrompi.

~ 217 ~
Travis assentiu. — Isso foi parte disso. Há mais, mas é muita
coisa para engolir de uma vez. — sua sobrancelha se contraiu, e seus
lábios serpentearam em um sorriso. — Mas você pode provavelmente
lidar com isso.

Porra, eu odiava esse homem!

— Me diga quem: que sabia de mim antes de me casar com


Stewart. Quem primeiramente me mencionou à Randall?

Travis olhou para mim, olhando para o meu cinto de segurança e


colocou o SUV de volta na estrada. À medida que ele entrava para a
interestadual, ele disse: — Me diga quem você tem fodido.

— Eu te fiz uma pergunta primeiro.

— Sim, mas eu preciso saber se você vai confiar em mim.

Me mexi um pouco no banco e lembrei das palavras de Brody: Eu


estou com você. É meu gozo dentro de você. — Você sabe com quem eu
estava?

Seus olhos escuros mais uma vez focaram na estrada, quando ele
confirmou: — Sim, Sra. Harrington, eu vou saber se você está mentindo
para mim.

Eu considerei a minha resposta enquanto Travis fazia o seu


caminho através do crescente tráfego da manhã. Quando nos
aproximamos do apartamento e eu assisti a paisagem, eu percebi que
eu nunca tinha sentado no banco do passageiro deste SUV. Eu tinha
sempre montado no banco de trás.

Quando eu não respondi, Travis assentiu. — Muito bem. Você


conversou com a Dra. Conway?

— Sim. — minha cabeça virou para a esquerda. — Quem


foi? Quem veio para o apartamento dela? — eu considerei a
descrição. — Foi Parker?

— Não.

Cabelo escuro com cinza, alto... quem? — Você vai me dizer? —


perguntei.

Travis encolheu os ombros enormes. — Eu estou esperando pela


minha resposta, Sra. Harrington.

~ 218 ~
CAPÍTULO VINTE
Presente
O FUNERAL PASSOU em um borrão. Embora eu parecesse à
viúva de luto, na verdade eu estava ouvindo, dissecando e inalando
todos ao meu redor. Enquanto eu examinava a grande multidão que
sobrecarregava a igreja, eu me perguntava se as pessoas que Travis
conhecia, as que ele acreditava estarem me ameaçando, estavam entre
os aflitos. Eram amigos de Stewart? Eles poderiam estar vestindo uma
máscara de compaixão, quando na realidade eles tinham outros planos?
Planos que envolviam uma extensão no meu inferno pessoal?

Minha mãe, Marcus e Lyle estavam sentados logo atrás de mim e


Val durante a cerimônia. Eu não tinha falado com ela desde antes da
morte de Stewart, embora seus olhos vermelhos e rosto manchado
fizessem suficientemente uma perfeita sogra perturbada. Por que eu
estava surpresa mesmo? Eu tinha certeza que ela se congratulou com a
oportunidade de ser vista em tal ocasião de alto perfil, mesmo que fosse
sendo vista em uma ocasião tão. Marilyn acenou com simpatia quando
Val e eu levamos dos nossos assentos. Minha face perfeita de cadela
funcionou tão bem como meu um sorriso.

Durante a cerimônia, eu me perguntava sobre Brody. Ele estava lá


como tinha prometido? Quando eu tinha deixado o motel esta manhã,
ele estava entrando no chuveiro. E se ele tivesse visto Travis comigo do
lado de fora do motel? Eu não tinha ouvido falar dele desde que eu o
deixei. Talvez ele não soubesse que o meu guarda-costas tinha
praticamente me sequestrado. Mas, novamente, isso foi se afastando
quando Travis afirmou estar preocupado com meus melhores
interesses? Era até possível que ele havia estado me protegendo todos
esses anos? Ou Stewart?

Me recusei a pensar na ideia. Dada a minha situação e a mesma


oportunidade, eu faria o que eu fiz. Eu colocaria o veneno em sua
cadeira novamente. Enquanto eu me preocupava com a ideia de que
meu contrato poderia ir para qualquer outra pessoa, eu desejei que eu
ainda tivesse os grãos; no entanto, pelo que eu sabia, com o passar do
tempo eles não eram mais tão eficazes. Isso significava que eles não

~ 219 ~
eram mais potentes o suficiente para o tratamento terapêutico. Claro,
meu uso não era terapêutico. Tudo o que eu podia esperar era que a
cadeira ainda fosse radioativa. Talvez se alguém gastasse tempo
suficiente lá, eles também iriam sofrer o destino de Stewart.

Após o funeral, Val pegou pelo cotovelo enquanto fazíamos o


nosso caminho para fora da igreja e para o ar finalmente mais frio de
outono. Felizmente, eu estava tão perdida em meus próprios
pensamentos para ouvir os discursos fúnebres. Em vez de me
concentrar nas qualidades estelares de Stewart Harrington, minha
mente estava cheia de perguntas.

Brody e eu tínhamos apenas arranhado a superfície dos papéis


que Parker queria que eu assinasse. Eles não eram um pedido para
legalizar o meu contrato para Parker. Era uma reformulação do contrato
original, que dava a Parker Craven poder ditatorial sobre minhas
atividades descritas como forma de pagamento em troca das retenções
de Stewart. Essas dívidas foram mal definidas, o reembolso parecia
inatingível.

Em essência, seu novo contrato me puxava de volta para o papel


que eu tinha jogado por muito tempo sem esperança de sair. O que nem
Brody nem eu poderíamos supor a partir dos novos documentos era o
que eu deveria colher? Quando olhei nos olhos cinzentos de Val, eu
sabia o que eu tinha ganhado do contrato original. Eu tinha perdido
meu corpo e alma, mas eu tinha garantido o futuro da minha irmã, e
juntas nós podemos ter ajudado milhares de pessoas. Poderia Val, seu
trabalho, as clínicas estar em jogo?

— Victoria, querida, — Marilyn Sound suspirou quando ela


apressou o passo para caminhar ao meu lado. Olhei primeiro para Val,
que permaneceu impassível. Foi então que o meu olhar caiu sobre
Travis. Eu vi sua primeira dica de humor, suas sobrancelhas arqueadas
e a testa franzida. Ele tinha acabado de me fazer uma pergunta não
dita, mas ainda ouvi tão claro como se ele tivesse dito isso em voz
alta: Sra. Harrington, você gostaria que eu escoltasse a Sra. Sound?

O ligeiro sorriso que veio aos meus lábios instantaneamente foi


mal interpretado por minha mãe quando ela alcançou o braço em volta
do meu ombro. — Minha querida, eu sei o que é perder um
marido. Estou aqui para você. Eu quero que você saiba disso.

Quando nos aproximamos da limusine para ir ao cemitério, eu


lutei contra a vontade de dizer exatamente o que eu pensava
dela. Embora Stewart não estivesse sendo enterrado, o cemitério tinha

~ 220 ~
abóbadas feita de mármore grosso especialmente para as
urnas. Quando o meu olhar encontrou o de Travis, eu assenti. Em vez
de falar na minha mente, eu sussurrei perto da orelha dela, com
cuidado para evitar a multidão de ouvintes que se misturavam nas
proximidades. — Eu acredito que há outro carro para você. Permita que
Travis te ajude a encontrá-lo.

— Mas, querida, eu preciso falar-

Eu não ouvi mais nada quando Val e eu fomos para o carro e


Travis levou minha mãe embora. Assim que a porta foi fechada e nós
estávamos sozinhas no interior fresco e escuro, eu me permiti tirar os
óculos de sol.

— Ela provavelmente queria— Val começou.

— Ela não foi capaz de falar comigo em duas semanas, — eu


interrompi. — Ela quer dinheiro, dinheiro para o segundo semestre de
matrícula de Marcus. A única coisa que ela não percebe é que eu já
paguei. Tenho certeza de que ela está preocupada que eles vão entrar
em contato com ela.

Val deu de ombros. — Ela pode querer oferecer o seu apoio.

— Ela pode, — eu concedi sem entusiasmo. — Eles dizem que há


uma primeira vez para tudo.

Só então, através do painel de vidro, vi a porta do passageiro se


abrir e Travis entrar na limusine. Bufando, eu me inclinei para trás
contra o assento de couro macio, fechei os olhos e suspirei.

— Eu ficaria feliz em prescrever algo para você. Provavelmente


não muito forte, mas você pode precisar de uma boa noite de sono.

Lembrando de Brody, eu disse: — Eu tive uma boa noite de sono


na noite passada. Eu só quero que isso acabe.

Ela acariciou minha mão. — Está quase no fim.

Eu não respondi por que eu não tinha certeza. Estava quase no


fim? O carro começou a se mover. Não demorou muito tempo para que
estivéssemos indo em direção ao cemitério com o pé pesado de Travis no
acelerador. Imaginei que, se ele e o motorista iriam trocar de lugar,
poderíamos por Stewart atrás do mármore antes do horário previsto.

Eu deveria me sentir culpada sobre a morte de Stewart ou do jeito


que ele sofreu?

~ 221 ~
O imaginei como eu o tinha visto centenas de vezes ao longo dos
últimos nove anos. O imaginei sentado naquela cadeira: sua expressão
presunçosa de prazer e controle quando ele finalmente me permita
remover a venda e fones de ouvido. Desde o início, eu sabia que quando
ele me dizia para tirá-los, meu foco era suposto estar sobre ele.

Levantando-se da cadeira, ele caminhou em minha direção, seus


olhos azuis brilhando quando ele se sentou na beirada da cama. — Tori,
minha Tori... — ele balbuciou quando a ponta do seu polegar limpou meu
rímel manchado. — Sem lágrimas. Você é fantástica. Nosso amigo ficou
extremamente satisfeito.

Eu nunca soube o que dizer a esse tipo de elogio. Legal? Eba? Ou


ser honesta. Eu não me importo. Eu odiava cada segundo
disso. Simplesmente não havia uma resposta adequada.

Sua mão mergulhou para o meu sexo: os dedos acariciando meus


lábios inchados e circulando meu clitóris. — Você é tão gostosa quando
você goza. Você deveria ter visto quando você despertou o nosso amigo.
Era como se você fizesse um pequeno show. Ele ficou duro antes dele
tocar em você.

Fechei os olhos. A venda era uma bênção. Eu não queria ver


isso. Eu não queria estar em qualquer parte disso.

— Olhe para mim.

Com vergonha e ódio fervendo no meu peito, eu abri meus olhos.

— Eu já te disse antes para nunca ter vergonha da reação do seu


corpo.

As mãos de Stewart percorriam meu corpo nu, parando para


acariciar meus mamilos tenros. Quando ele fez, eu involuntariamente
encolhi. Sua boca imediatamente cobriu um e depois o outro. Suavemente
seus lábios e língua acariciaram e chuparam. Contra a minha vontade,
meus mamilos ficaram duros.

Sua respiração acelerou. — Oh, porra! Você é tão sensível. — seus


olhos azuis questionaram. — Seus peitos estão doloridos?

— Sim. — minha voz falhou. Foi à primeira palavra que eu tinha


pronunciado em mais de duas horas.

— Sinto muito, querida. Nosso amigo deixou os grampos por mais


tempo do que qualquer um de nós percebeu. Ele estava tão preocupado
com outras partes de você, como essa buceta gostosa. — suas mãos

~ 222 ~
grandes espalmaram cada seio. — Me deixe fazer você se sentir
melhor. Deite-se na cama. Eu vou fazer você se sentir melhor.

Eu não queria me deitar. Eu queria tomar banho e sair. Mas isso


não era o plano de Stewart. Ele gostava da segunda rodada, tanto
quanto a primeira. Apesar de sua voz terna e forma preocupada, eu sabia
qual era o meu lugar. Enquanto ainda estávamos no armazém, eu tinha
um papel a desempenhar. Eu era sua prostituta.

A palavra que eu disse - sim - só era permitida quando ele me


fizesse uma pergunta direta. Se ele não tivesse, não importava o quão
doloroso meus mamilos estavam ou como eu estava chateada ou
machucada, eu não estava autorizada a falar. Em casa, eu poderia fazer
avanços ou chegar a tocar o meu marido. Eu poderia correr meus dedos
sobre seu peito largo ou sobre seus ombros. Eu poderia colocar minhas
pernas em volta dele enquanto ele batia seu pau profundamente em meu
núcleo. Em casa, ou quando viajamos, eu podia sair da cama e ir ao
banheiro para fazer xixi ou me limpar. Não aqui.

Aqui eu esperava pela próxima instrução.

Deitada de costas, como já tinha sido dito, eu deixei meus braços


ao meu lado e orei para que ele os deixasse ficar lá.

— Essa é minha garota. Agora segure as barras da cabeceira.

Obediente, eu estendi a mão, a dor em meus ombros substituindo a


dor dos meus mamilos.

— Segure-se firme, minha querida. Não feche seus olhos. Eu quero


que você me veja, seu marido. Isso é o que nos torna muito mais especiais
do que você e nossos amigos. Minha Tori, nós temos a nossa conexão. Os
seus olhos cinzentos dizem muito mais do que suas palavras. Eu quero
ver todas as emoções nestes olhos.

Ele estendeu a mão para os grampos de mamilo e os prendeu em


cima da minha cabeça. Meus olhos se arregalaram. Que porra é
essa? Isso não iria me fazer me sentir melhor.

— Não faça isso, — Stewart repreendeu. — Você não precisa olhar


para mim com medo. Eu não vou colocar eles de volta, não hoje. — ele
chupou cada mamilo. — Eu vou admitir, quando eu percebi que os
grampos não tinham sido removidos, eu queria ver a expressão em seus
olhos quando ele puxou para fora. Eu queria saber exatamente o que você
estava sentindo. Sinto falta disso com seus olhos cobertos. Eu sinto falta
de ver os seus pensamentos.

~ 223 ~
Se ele conhecia a porra dos meus pensamentos.

Embora ele acariciasse meus seios, a dor dos meus mamilos


percorreu em mim. Eu cerrei os dentes para não gritar.

— Isso deve ser revigorante, quando o sangue corre de volta e seus


mamilos coram novamente.

Revigorante? Doía demais. Foi por isso que o meu rímel estava
manchado. Eu conseguia parar as lágrimas de humilhação - eu aprendi a
fazer isso. No entanto, às vezes parar as lágrimas de dor física não era
possível.

A cama se moveu quando Stewart se levantou. — Estou tão


orgulhoso de você, baby. Este era um amigo importante e ele quer visitar
novamente. Você não sabe como isso me deixa feliz. Queremos manter os
nossos amigos felizes, não é?

Ele queria uma resposta? Porque se ele queria, a minha resposta


foi não, porra! Seus amigos podem encontrar o seu lugar feliz para
caramba em outro lugar.

Quando Stewart tirou as roupas, ele disse: — Eu estou muito


vestido para minha esposa linda. Quero dizer, olhe para você. Sua buceta
ainda está com fome. Adoro ver você gozar. Você vai fazer isso
novamente, e desta vez quando você gozar, você vai gritar meu maldito
nome. Você vai fazer isso por mim, minha Tori? Você vai gritar o nome do
seu marido?

Eu odeio você! — Sim, Stewart, eu vou gritar seu nome.

Ele segurou seu pau duro em ambas as mãos. Voltando para a


cama, ele se ajoelhou perto de meu rosto e correu uma mão para cima e
para baixo em seu comprimento. — Oh, querida, eu vou foder sua buceta
molhada até que você faça exatamente isso, até que você grite meu nome,
mas eu não vou gozar dentro de você, não desta vez. Vou jorrar nestes
peitos sexy. Então eu vou ver como você esfrega a minha porra ao redor
desses mamilos. — ele se inclinou mais perto, esfregando o nariz contra o
meu pescoço. — Veja, baby, eu prometi que iria te fazer se sentir
melhor. Não há nada como o carinho do seu marido para curar toda a sua
dor. Não é mesmo? — ele passou o fluido de pré-sêmen brilhando da
cabeça de seu pau sobre meus lábios. — Lamba seus lábios, Tori, me
deixe ver a sua língua.

Fiz o que ele disse. Seu sabor único, salgado me ajudou a esquecer
do sabor de seu amigo especial. Eu odiava isso, mas eu queria mais -

~ 224 ~
mais para tirar o amigo. Stewart tinha feito isso comigo, me fez dessa
maneira. Eu o odiava, mas de alguma forma precisava dele.

— Oh, merda, — continuou ele, — agora eu não posso decidir se eu


quero foder sua boca ou sua buceta. Tantas opções. — mais uma vez, ele
brincou com meus lábios. — Abra mais, eu vou começar com os seus
belos pequenos lábios. Você fez um bom trabalho com o nosso
amigo. Toda vez que você engoliu, eu fiquei duro.

Ele se ajoelhou sobre meu rosto e me acomodei na a cabeceira da


cama. Abri a boca e mexi meu queixo para cima, para acomodar o seu
comprimento.

— Tão boa pra caralho, — ele entrava e saía; seu cheiro familiar
afrouxou meus músculos e involuntariamente fez o meu corpo
reagir. Querendo isso, eu chupava mais duro.

— Baby, não tão gananciosa. Você não quer me fazer gozar na sua
boca ainda. Eu quero a sua buceta mais uma vez.

— Vik?

Abri os olhos e se virou para minha irmã. — O quê?

— Eu estava falando e você estava totalmente fora do ar.

— Sinto muito. Eu tenho um monte de coisa passando na cabeça.

Não, eu não me sinto mal que Stewart estava morto ou que ele
sofreu. Eu não dou a mínima para o que Travis disse. Stewart merecia
cada minuto de dor e agonia. Quando a maldita porta fechasse no
jazigo, eu secretamente iria me alegrar. E se havia pessoas que
pensavam que poderiam me levar de volta nessa posição, bem, eles não
conhecem a verdadeira Victoria Harrington.

A verdadeira Victoria Harrington não era uma prostituta. Quando


eu olhei para o meu vestido preto, meia-calça preta, sapatos pretos, e
bolsa preta, eu endireitei meus ombros e senti o peso do grande chapéu
preto de abas largas. Não, eu era uma fodida viúva - uma viúva negra -
eu não iria voltar sem lutar.

Inconscientemente, o canto do meu lábio puxou. Quando eu fiz,


eu peguei os olhos de Travis no espelho retrovisor. Ele sabia? Ele
parecia saber muito. Ele sabia que eu era uma assassina?

— Vik? Olá?

~ 225 ~
Olhei para minha irmã e suspirei. — Val, eu estou bem,
realmente.

— Você não está bem. Você está alterada. Estou voltando para
casa com você. Eu não tenho de estar de volta ao hospital até amanhã à
noite. Vou ficar. Eu também estou receitando Ambien, do tipo que não
só ajuda a adormecer, mas ficar dormindo.

Eu balancei minha cabeça. Eu não queria isso. Eu queria falar


com Parker. Eu precisava saber por que ele possivelmente achava que
eu iria assinar aqueles papéis. — Eu não preciso de uma babá, — eu
bufei e balancei a cabeça em direção à frente do carro. — Eu já tenho
uma e não se esqueça de Lisa e Kristina. Eu acho que essa posição está
bem coberta. — eu peguei a mão dela e apertei. — Eu adoraria passar
mais tempo com você, mas eu só quero ir para casa e ficar longe de
todas essas pessoas. — o carro entrou no cemitério.

— Você vai ficar no apartamento de cobertura ou vai para a


propriedade? — ela perguntou.

— Honestamente, eu ainda não pensei sobre isto. Por agora, eu


vou estar no apartamento.

Ela colocou a mão no meu joelho. — Eu sei que é difícil pensar


sobre o quarto onde ele morreu. Normalmente, eles recomendam que
você não faça nada nele por um tempo.

Eu balancei minha cabeça. — Eu já mandei limparem. Fedia. O


mobiliário de hospital já foi embora. Suas roupas também. — os olhos
de Val se arregalaram enquanto eu falava. — Eu tive algumas coisas
encaixotadas, mas honestamente, eu acho que existem instituições de
caridade que podem se beneficiar. — o carro parou.

— Isso é bom, mas você não deveria-

Desta vez eu acariciei seu joelho. — Irmã, eu te amo. Eu sei que


você sabe o que deve ser feito. Eu estou fazendo o que eu preciso
fazer. Se eu me arrepender mais tarde, você pode me dizer que eu te
avisei.

A porta se abriu e a luz do sol entrou. Chegando até meus óculos


escuros e segurando a minha bolsa, eu fugi em direção à porta. — Fique
comigo, Val. Por favor, fale com a mãe. Eu não posso lidar com ela
agora.

Val assentiu com a cabeça quando nos levantamos. Sob o meu


chapéu preto e óculos escuros, meus olhos cinzentos brilhavam de

~ 226 ~
alegria. Eu queria estar próxima ao jazigo e ver tudo terminar de uma
vez por todas.

Estoicamente, nos levantamos, Val, eu e Travis, mãe, Marcus, e


Lyle atrás de nós, bem como alguns enlutados especiais que tinham
sido convidados para esta cerimónia privada. O ministro ofereceu mais
palavras de elogio pela a vida perdia muito jovem. Eu mesma lhe
chamei à menção da recompensa nos céus pela devotada esposa de
Stewart. Ele estava errado. Eu nunca iria ver o céu, e minha
recompensa era o som da pequena porta se fechando.

Eu tinha feito isso. A prova tinha ido embora e isso era Stewart.

Caminhando de volta para o carro, Marilyn pegou meu braço e


sussurrou. — Por favor, Victoria. Eu preciso falar com você. Diga para a
tonta da Valerie ir para outro carro com os meninos. Eu preciso falar
com você a sós.

— Mãe... — disse Val.

Eu olhei para a mão de Marilyn no meu braço e lentamente


trouxe os meus olhos para os dela. Com os dentes cerrados, eu
sussurrei: — Este não é o momento nem o lugar para-

Com mais espírito do que ela tinha desde a morte de Randall,


desde que ela tinha realmente se tornado dependente de Stewart e eu,
ela revidou. — Isto não é sobre o dinheiro. Eu sei que as despesas de
Marcus estão pagas.

Meus olhos se arregalaram. O dinheiro era nosso único tema de


conversa. Que diabos ela acha que eu quero dizer a ela? Ela interpretou
mal a minha mudança de expressão.

— Obrigada por isso, pelo dinheiro.

Essas palavras de apreço foram pronunciadas por Stewart, não


por mim. Após os primeiros momentos de sua gratidão, ela também
aprendeu seu lugar, pelo menos com ele. O fato de que ela tinha
acabado de oferecer isso para mim era bastante cômico.

Sua pele empalideceu quando ela se inclinou para mais perto. Eu


vi Travis se aproximando quando suas próximas palavras foram
registradas.

— Você precisa saber alguma coisa. Há coisas que eu nunca disse


a você.

~ 227 ~
Travis começou a falar, mas ela continuou apressadamente: —
Seu pai - seu pai biológico - estava no funeral. Eu o vi.

O mundo ficou preto.

~ 228 ~
CAPÍTULO VINTE E UM
Presente
SOZINHA COM TRAVIS, no interior fresco da limusine, ele falou:
— Eu suponho que pegar sua bunda antes de atingir o chão é uma
exceção aceitável da sua ordem de antes? — seus olhos escuros
brilhavam enquanto ele observava cada movimento meu.

Em vez de responder, eu franzi os lábios, alisei o meu vestido


preto sobre minhas pernas trêmulas e olhei para ele.

Com Val e Marilyn ainda do lado de fora do carro, Travis se


inclinou quando seus lábios se curvaram em um sorriso torto. — Eu
acredito que a resposta apropriada seria ‗bem, sim, Travis, obrigada por
salvar minha bunda. Você está tão certo. Esta foi uma exceção
aceitável‘.

Eu estreitei o meu olhar. — Você parece ter um problema com


quem está no comando aqui. Ainda sou eu.

— Estou muito bem ciente disso. Se fosse comigo, eu jogaria a


bunda ossuda de sua mãe no chão e passaria a porra do carro sobre
ela. Ela é uma dor na bunda maior do que você.

Não pude conter minha risada. — Por que, Travis, eu acredito que
é a melhor coisa que você já me disse. Quem diria que sob esse exterior
idiota você tinha uma personalidade?

Puxando uma garrafa de água a partir do pequeno frigobar do


carro, ele entregou para mim e perguntou: — O que aconteceu lá fora?
— eu estava realmente ouvindo um verdadeiro toque de preocupação em
seu tom?

Tomando a água gelada, eu dei de ombros e bebi.

— Me diga, Sra. Harrington, a Dra. Conway ou Sra. Sound vão vir


com você? Ou ambas? Ou nenhuma das duas?

Me endireitei, sentindo menos instável depois de tomar um par de


goles de água. — Eu quero ouvir o que minha mãe tem a dizer. Ela quer

~ 229 ~
falar comigo em particular. Peça a Val para ir com os meninos. — eu
alisei o meu vestido novo, apesar de não precisar. Eu olhei de volta para
seus escuros olhos questionadores. — Diga para os motoristas irem
diretamente para a casa de minha mãe. Eu não quero que ela ou os
meninos voltem para o apartamento comigo. Depois que eles a deixarem
lá, Val pode voltar comigo. Ela disse algo sobre passar a noite. — eu
suspirei. — Honestamente, eu acho que eu poderia querer a medicação,
ela prometeu.

A sobrancelha Travis subiu em questão. — Por favor, não me diga


que nós vamos adicionar o uso de drogas prescritas para a minha lista
de atividades para supervisionar.

Eu ainda tinha dificuldade em acreditar que as minhas atividades


eram tão importantes para ele. Eu balancei minha cabeça. — Não se
preocupe com isso. Você acha que a bondosa Dra. Conway faria
qualquer coisa ilegal?

Ele deu de ombros. — Eu sou menos propenso a suspeitar dela do


que de outros. — que diabos? — Quer que eu chame a Sra. Sound? —
ele perguntou novamente, me dando outra chance de mudar de ideia.

Respirando, eu assenti. — Sim, obrigada.

— É um prazer, Sra. Harrington, embora eu duvide que ele vá ser


para você. — a última parte ele acrescentou com um sorriso.

Em seguida, ele abriu a porta do carro e saiu, momentaneamente


me deixando sozinha no grande espaço. Quando a brisa quente de
outubro soprou através da porta aberta, eu ouvi as vozes. Os primeiros
que entraram eram Marcus e Lyle. A amizade deles trouxe um sorriso
aos meus lábios. Os meninos eram tão próximos quanto Val e eu.
Embora tivessem sido criados completamente diferente de nós, a
proximidade deles brilhava luz em meu coração escuro. Aparentemente,
ter uma cadela como Marilyn como mãe faz você procurar um
confidente e amigo. Talvez ela tivesse feito uma coisa certa em sua
maternidade. Ela deu a cada um de nós um irmão especial. Coloquei
minha cabeça para fora do carro. — Tchau, Marcus e Lyle. Obrigada por
estarem aqui.

Ambos sorriram, me lembrando do pai deles. Ambos tinham o


cabelo castanho e olhos verdes. O mais velho parecia mais com Randall
e menos com Marilyn.

~ 230 ~
— De nada, Vikki, — Marcus ofereceu quando ele se aproximou e
estendeu a mão para me oferecer um abraço. — Espero que se sinta
melhor.

Eu o abracei de volta. — Eu irei. Eu preciso de algum descanso.

Enquanto continuava o nosso abraço, ele sussurrou perto do meu


ouvido: — Eu sei que foi você. Obrigado.

Me afastei, abri os olhos arregalados e olhei para a nossa mãe.

Ele deu de ombros. — Ela quer que todos pensem que ela é a
única pagando por tudo, mas eu não sou tão jovem e estúpido como eu
costumava ser.

Sorrindo, eu baguncei seu cabelo. — Ei, ninguém nunca disse que


você era estúpido. As pessoas estúpidas não são aceitas na
Universidade de Miami.

Quando ele se levantou e sorriu, eu vi um homem aonde


costumava ser um menino. — Val me disse que você foi aceita lá
também. Lamento que você não chegou a começar. É realmente uma
ótima universidade. Eu não estive lá por muito tempo, mas eu acho que
vou gostar.

Em outra época entrar na Universidade de Miami tinha sido o


meu maior desejo. Era eu ou era outra pessoa? Quando Marcus falou,
Marilyn se aproximou e colocou o braço em volta dele. — Seu pai ficaria
tão orgulhoso de você.

— Marcus, — eu disse, com um sorriso triste. — Me mantenha


informada. Sua irmã mais velha está orgulhosa também.

— Você não é velha, — ele brincou com um aceno de cabeça


enquanto caminhava de volta para o segundo carro.

— O que você disse a ele? — Marilyn perguntou quando ela se


juntou a mim na primeira limusine.

Antes que eu pudesse responder, Travis olhou para dentro,


balançou a cabeça e fechou a porta.

— Nada, mãe. Eu não disse a ele que eu estava pagando sua


mensalidade, se essa é a sua preocupação. No entanto, eu sugiro que
você tente honestidade com pelo menos um ou dois dos seus filhos. Isso
pode funcionar melhor para você do que isso.

~ 231 ~
Ela olhou para baixo. — Melhor do que isso? — sua voz soava
estranhamente fraca.

— Sim, melhor do que isso. Não tente jogar comigo. Eu não estou
no clima. Você acabou de soltar uma maldita bomba em mim no funeral
do meu marido. Vamos te levar para casa. Comece a falar.

— Casa? Não, Victoria, eu vou ficar com você, cuidar de você, te


ajudar.

O carro começou a se mover quando uma risada soou de algum


lugar profundo dentro de mim. — De maneira nenhuma. Eu preciso de
um pouco de paz e tranquilidade. É melhor você começar a falar. Seu
tempo está correndo.

Ela engoliu em seco e olhou para a janela. — Eu entendo como


você pode se sentir já que nós não som-

— Para, cacete! Não somos. Você nunca me criou ou se importou


comigo. Quando eu era jovem, você me despachou para outra família
enquanto você bebia em uma maldita garrafa. Então, quando você ficou
limpa e se casou com Randall, você enviou eu e a Val para internatos.

— Foi apenas porque — ela começou.

— Porque olhar para mim chateava você. Você não gostava de


lembrar muito do meu pai e meu irmão gêmeo. Inferno, provavelmente
ainda é assim. Eu ouvi isso toda a minha maldita vida. Eu não estou
remoendo tudo, mas você e Randall me venderam, porra.

— Isso não é inteiramente verdade.

Minha cabeça virou em direção a ela. — Me diga que parte dessa


afirmação não é inteiramente verdade?

Ela se tornou de repente obcecada com fiapos de linha que


precisava desesperadamente serem cortados de seu vestido. — Foi uma
situação desesperadora. Você não sabe como é. Você não teve que lidar
com coisas como-

Minha paciência estava se esgotando. — Marilyn, você tem cerca


de quinze minutos até chegar a sua porta. Eu nunca vou te perdoar pelo
que você fez comigo. Não espere isso. Vá em frente.

— Victoria, olhe para você. Você é uma mulher bonita de vinte e


nove anos de idade, com mais dinheiro do que eu posso imaginar. Você
se casou quando era jovem; as coisas poderiam ser muito piores. Se

~ 232 ~
Stewart não se oferecido para casar com você, as coisas teriam sido
muito piores.

Oferecido? É isso o que ele fez ou ele me comprou? — Sério,


mãe? Pior para quem? Para mim ou para você? E, a propósito, eu tenho
vinte e oito. Continue esperando por esse prêmio de mãe-do-ano. Tenho
certeza de que ele vai chegar qualquer desses.

— Victoria, me ouça. Você disse para tentar com a


honestidade. Isso é o que eu quero fazer. Você vai me ouvir?

Havia algo em sua voz, algo que eu não reconheci. Eu balancei a


cabeça.

Ela endireitou o pescoço dela e começou. — Eu amava seu pai -


seu pai biológico - como eu nunca amei alguém. — ela moveu o seu
olhar para a janela quando seu tom se tornou lunático. — Nosso
romance era algo como você lê nos livros. Foi, por falta de uma palavra
melhor, intenso. Ele era diferente de qualquer pessoa que eu já
conheci. Nós não éramos do mesmo tipo de família. Nenhum de nossos
pais aprovavam estarmos juntos.

— Mãe, você mencionou Johnathon um punhado de vezes em


toda a minha vida. Por que ele estava no funeral de Stewart?

Ela olhou para mim, seus olhos cinzentos nublados com um véu
de confusão. — Não, Victoria. Não Johnathon. Carlisle.

Que porra é essa? Carlisle? Quem diabos era Carlisle? Meus olhos
se arregalaram em choque. Será que suas malditas bombas nunca
param? Eu fiquei sem palavras.

O olhar de Marilyn foi novamente para a janela,


momentaneamente hipnotizada com as ruas de Miami enquanto edifício
após edifício passava. Finalmente, ela continuou, — É verdade que eu
nunca lhe disse nada disso. Parte da razão foi que eu te culpei por
arruinar o nosso casamento, mas... — sua mão fria se estendeu para a
minha, o seu toque provocando arrepios na minha espinha. — Eu
também não te disse, porque eu queria te proteger.

— De quê? Eu não entendo.

— Carlisle e eu éramos jovens e apaixonados. Era apaixonado e


volátil. Eu não sei se eu gostaria desse tipo de amor para alguém. Em
retrospectiva, eu posso dizer que não era saudável. Na época, consumia
tudo. Carlisle veio de um mundo diferente. Ele tomou conta de
mim. Contra ambos os desejos de nossas famílias, nós fugimos e nós

~ 233 ~
casamos escondidos. Sua família era diferente. Ele não queria evitá-
los. Ele queria provar que ele poderia ser parte da família, do negócio e
seguir o seu coração.

Ela respirou fundo. — Deus, Victoria, isto é tão difícil.

Será que ela quer que eu sinta pena dela, porra? — Você está me
dizendo que esse homem, Carlisle, que eu nunca ouvi falar antes estava
no funeral do meu marido?

— Por favor, me deixe dizer o que eu preciso dizer.

Fiz um gesto com a mão, indicando para ela ir em frente.

— A família de Carlisle era dominada pelos homens. A única


maneira para uma mulher subir na hierarquia era dar à luz a filhos. Por
essa razão, as mulheres mais velhas, como a avó de Carlisle, eram
respeitadas. Ela não gostava de mim. Quando fomos até ela para dizer
que tínhamos casado, ela alegou que, uma vez que não éramos casados
na igreja, nós não estávamos realmente casados. Ela amaldiçoou nossa
união e nossos filhos. Carlisle era o filho mais velho. Era sua
responsabilidade ter um filho, alguém para assumir os negócios da
família. Apesar de sua avó não estar envolvida no negócio, ela ainda era
reverenciada pela família. Sua maldição foi que nunca teríamos
filhos. Você pode imaginar o quão animados estávamos quando fiquei
grávida. Foi um milagre. Quando os médicos nos disseram que
estávamos tendo gêmeos, ficamos eufóricos. Carlisle disse a seus
pais. Na época, seu irmão mais novo era noivo. Se Niccolo tivesse o
primeiro filho, o negócio iria para ele. — ela olhou para fora da
janela. — Era uma vida louca e assustadora. Como você pode imaginar,
a empresa familiar não era legal.

Eu balancei a cabeça, querendo que ela continuasse falando.

A expressão de minha mãe escureceu. — Você sabe o que


aconteceu com a gravidez. — ela me deu um olhar familiar. — Carlisle
me culpou. — seus olhos cinzentos se estreitaram. — Ele também
culpou você, e sim, eu culpei você.

— Quando soubemos que o nosso filho tinha morrido, Carlisle se


encontrou na posição, ou talvez eu devesse dizer, com a oportunidade,
onde ele poderia desistir de seu compromisso comigo, de nós. Era sua
chance de um novo começo. Como eu disse, filhos homens eram de
extrema importância. — ela acrescentou, com tristeza perceptível, — As
mulheres que não poderiam dá-los a seus maridos eram

~ 234 ~
descartáveis. Ele ainda era jovem. Se ele nos abandonasse, ele iria ter a
chance de cumprir o seu destino.

— Isso é ridículo, — eu interrompi. — A mulher não determina o


sexo. Só porque meu irmão gêmeo morreu... Não quer dizer que você
não podia ter filhos. Você tem, dois.

— Por favor, me deixe continuar.

Eu balancei a cabeça.

— Embora eu tenha implorado a ele e eu não poderia imaginar


minha vida sem ele, ele nos deixou. Afinal, com a maldição de sua avó,
não havia garantia de que eu poderia dar o filho que ele queria. Meses
antes de você nascer, ele nos deixou e anulou o nosso casamento. Eu
me desfiz. Não tenho orgulho de dizer que eu estava pronta para te
culpar por duas mortes, de seu irmão e a minha. Eu estava tão
perto. Eu não tinha percebido até mais tarde que minha morte antes de
seu nascimento era o que sua família queria.

— Antes de você nascer, eu conheci Johnathon


Conway. Johnathon sabia o suficiente sobre a família de Carlisle para
saber que eu precisava fugir. Johnathon e eu nos mudamos para o
norte e nos casamos. Nós ficamos lá até depois de Val
nascer. Johnathon era um homem bom, mas se eu fosse honesta com
ele ou comigo mesmo... Eu nunca realmente o amei. Minha vida era
nula sem o seu pai. Havia um buraco que ninguém poderia
preencher. Johnathon tentou; no entanto, em vez de permitir que ele
fizesse, eu me virei para o álcool. Um pouco mais de um ano depois de
Val nascer ele se foi. Ele era um bom homem, mas depois de um tempo
ele não poderia lidar com uma mulher bêbada e duas meninas. Eu
voltei para a Flórida e tentei re-aclimatar com a minha família. Eles
tentaram me convencer a parar de beber. — ela olhou para mim e de
volta para a janela. — Eu não queria ajuda. Toda vez que eu olhava para
você, eu via Carlisle e pensava sobre o que poderia ter sido.

— Depois de Johnathon se divorciar de mim, eu caí ainda mais


em um espiral decadente. É verdade: a minha mãe e irmãs cuidaram de
você quando eu não podia.

Muita informação. Meu coração se afundou quando eu tentei fazer


sentido de sua confissão. — Johnathon Conway era o pai de Val, mas
não era o meu?

Ela olhou para baixo. — Valerie não sabe. Ela acha que você é
filha de Johnathon.

~ 235 ~
Porque isso é o que tinha sido dito.

— Por favor, não diga a ela, — ela implorou. — Johnathon


encorajou a dizer à minha família que ele era o seu pai. — ela olhou
para baixo. — Ele realmente tentou. Eu culpava você pelo fim do
casamento também. Quer dizer, eu bebia porque, enquanto você
crescia, você parecia mais e mais como seu pai. Fiquei pensando se você
tivesse sido a única a não sobreviver. Se apenas o seu irmão tivesse
vivido.

Isso é muito foda. Desculpe desapontar.

Aparentemente inconsciente de como era doloroso, Marilyn


continuou, — Nós já tínhamos estabelecido uma mentira sobre
você. Não tinha sentido negar isso. De acordo com tudo o que dissemos
às pessoas, você morreu. Você nasceu dois meses antes
prematuramente e não sobreviveu. Nossa história foi que Johnathon e
eu concebemos na nossa noite de núpcias.

— Eu não entendo o que você está dizendo.

— Victoria, você tem vinte e nove. Seu nascimento não foi em


maio, foi em outubro do ano anterior. Você recentemente completou
vinte e nove.

— Por quê? Por que você faria isso?

— Foi ideia de Johnathon. Na mente de Carlisle ele quase perdeu


seu lugar no negócio da família devido a você. Fazendo parecer que você
era filha de Johnathon e não de Carlisle era para te proteger. Tivemos a
data em sua certidão de nascimento alterada. De acordo com a nossa
história, o bebê que era devido nascer em outubro nunca viveu. Ela
morreu assim como seu irmão gêmeo.

Eu não sabia o que dizer.

— Havia mais sobre seu pai, mas com você e eu fora do caminho,
ele se casou com outra mulher, uma mulher que a família gostou. Tudo
isso era muito para eu segurar, — Marilyn prosseguiu. — Eu não
aguenta mais. Como você sabe, Randall me salvou. Você sabe que nós
nos conhecemos em terapia de grupo. Meu vício era o álcool e o dele era
jogo. Eu nunca bebi de novo, mas Randall continuou a lutar contra
seus demônios; no entanto, até mesmo aqueles que não eram o que
você achava.

— Sua verdadeira identidade causaria problemas em sua nobreza


finamente construída. Havia algumas pessoas dizendo que porque você

~ 236 ~
viveu, o lugar de Carlisle no seio da família não era seguro. Em seus
negócios, a confiança é essencial. Se fosse determinado que ele tinha
mentido sobre a identidade de seu primogênito, isso poderia ser a
primeira sequência de coisas a desvendar, mais do que eles queriam
revelar.

Minha cabeça doía enquanto eu tentava construir essa árvore


genealógica, que a partir de uma hora atrás não existia.

— Victoria, a família de Carlisle me alertou para matá-la antes de


você nascer. Depois que Carlisle me deixou, Niccolo, o irmão dele, veio
me ver. Ele me disse para fazer um aborto. Ele até marcou uma
consulta. Johnathon e eu deixamos a cidade no dia dessa consulta.

— Era verdade que Randall devia dinheiro à organização. Não era


a família de Carlisle. Era outra família, alguém que queria provar para o
mundo que a família de Carlisle mentiu: provar que ele tinha uma filha
antes de ter um filho. Antes de você se casar com Stewart, essa outra
família assegurou que a dívida de Randall era intransponível. Eles
capitalizaram seu vício e continuaram a oferecer a ele oportunidades
que não valiam a pena. Não foi até eles pediram você que soubemos.

— O quê? Eles pediram especificamente por mim?

Ela assentiu com a cabeça. — Eu sei que eu nunca fui uma boa
mãe, mas eu não podia fazer isso. Eu não podia permitir que eles te
levassem. Quando eu era muito jovem, eu vi o que aconteceu com as
mulheres, as mulheres que não faziam parte da família. Se eles
tivessem você, filha de Carlisle, eles poderiam provar que a família dele
mentiu sobre você e eles poderiam te usar. — seus olhos se encheram
de lágrimas. — Eu não quero nem pensar no que poderiam ter feito com
você.

Minha mente era um borrão. Alguma coisa disso era verdade?

— Como é que Stewart se envolveu?

Marilyn enxugou os olhos e fungou, antes dela continuar, —


Randall conheceu Stewart através de sua prática médica. Havia
rumores de que as famílias que mencionei realizavam alguns dos seus
negócios através da Harrington Spas e Suites. — ela pegou minha mão
de novo. Desta vez, o frio nem sequer foi registrado. — Eu não estou
insinuando que o seu marido estava envolvido em atividades ilegais. O
que estou dizendo é que ele tinha poder, poder sobre alguns dos
negócios que se passavam por trás das cenas. Stewart Harrington era a

~ 237 ~
única pessoa que sabia quem poderia ter o tipo de dinheiro que
precisávamos para te salvar dessas pessoas.

— Quanto mãe? Quanto Stewart pagou por mim?

— Victoria, você não foi vendida. Você foi salva.

Me sentei mais reta. — Quanto?

— Mais de seis milhões.

Minhas mandíbulas doíam, têmporas latejavam e a boca


secou. Estendi a mão para a garrafa de água e tentei beber, mas, de
repente, a água tinha um gosto azedo e meu estômago ameaçou se
revoltar. — Eu não posso... Eu nem sei o que dizer.

— Minha querida, isso é demais. A coisa é, isso não é tudo. Tem


mais. Por favor, me deixe ir para o seu apartamento. Quase estamos na
minha casa. Eu preciso de você para saber tudo.

Eu balancei minha cabeça. — Não hoje. Eu não acho que eu posso


lidar com mais nada.

Ela olhou para a rua. Ignorando o meu apelo para o silêncio, ela
falou rápido. — Quando seu marido pagou a dívida de Randall, a
organização ficou chateada. Eles pensaram que tinham um plano
perfeito e Stewart frustrou isso. Randall disse que havia alguns rumores
de descontentamento, mas, depois que você estava casada por um ano
ou assim, as coisas pareceram se acalmar. Durante tudo isso, eu fiz o
meu melhor para me distanciar de você. Eu esperava que eles ainda
acreditassem que você era verdadeiramente uma Conway.

— Eu não posso provar isso, mas eu suspeito que o acidente de


Randall não fosse devido às dívidas de jogo não pagas. Era um aviso
para mim: um lembrete de que eu sei muito. Ele devia dinheiro, mas
comparativamente, não era tanto assim.

— Eu sei que Randall pediu para Stewart cobrisse isso.

Marilyn olhou para baixo. — Eu não culpo você por dizer não. Eu
culpei uma vez, mas agora eu não. Eu não tenho certeza quanto tempo
teria sido antes que eles viessem de volta para mais. — ela olhou para
baixo. — Randall não era um homem mau. Ele não era.

Eu não conseguia pensar em Randall sendo um bom homem. Se


ele nunca tinha se envolvido com o jogo, isto nunca teria surgido. E se
essas pessoas têm encontrado outra maneira para mim? Eu quem? Eu

~ 238 ~
não existo. Eu tinha morrido. Minha mente girava. — Então você está
me dizendo que meu pai, Carlisle, não Johnathon Conway, estava no
funeral do meu marido e ele é parte de alguma família do crime? Isso
soa como um filme de TV, não a vida real.

— Sim, Victoria, isso é o que eu estou dizendo. Esses filmes de TV


vieram de algum lugar. É real. Enquanto Stewart estava vivo, ele tinha
poder. Agora eu estou com medo.

Arrepios passaram pelos meus braços. — Por quê?

O carro parou. Nós estávamos na entrada da casa de minha


mãe. — Não foi até seu aniversário real de dezenove anos, o que você
não sabia que você tinha, que eu ouvi sobre a família de Carlisle. Foi à
primeira vez em mais de dezoito anos. Eu não ouvi de seu pai. Eu ouvi
de seu irmão, Niccolo, o mesmo que queria que eu fizesse um
aborto. Ele queria uma prova de que você era verdadeiramente Victoria
Conway, filha de Johnathon Conway. Eu dei a ele. Eu dei a ele uma
cópia da sua segunda certidão de nascimento. Eu nunca ouvi dele de
novo, mas então, quando Randall foi perguntado especificamente por
você, nós sabíamos que, no mínimo, havia suspeitas. — ela falou
rápido. — Stewart era um bom homem. Ele sabia o que estava se
metendo quando se casou com você. Se ele não tivesse... — Travis abriu
a porta.

— Victoria, por favor, não compartilhe isso. — ela inclinou a


cabeça na direção de Travis. — Ele te protege?

Eu olhei em direção ao homem enorme do lado de fora do carro,


aquele que apenas alguns dias atrás me intimidou. Embora eu só podia
ver seu corpo enquanto ele segurava a porta, eu imaginava os olhos
escuros e o olhar desconfiado. Olhando para minha mãe, eu assenti.

Ela cobriu a minha mão e falou suave e rápido. — Bom. Você não
entende o que você está enfrentando. Querida, há mais. Eu sei que você
me odeia, mas há muito mais. Eu não estou negando que eu
injustamente culpei você por coisas que realmente estavam fora de seu
controle. No entanto, eu também fiz o que eu fiz para te
proteger. Manter a distancia de mim era para seu próprio bem. Você
supostamente não deveria ter nascido.

— Sra. Sound, — a voz de Travis veio da porta aberta.

Eu não falei, sem saber o que dizer quando Marilyn saiu do


carro. Poucos minutos depois, Val estava ao meu lado e nós mais uma
vez estávamos na estrada.

~ 239 ~
— Vik? — sua voz transbordava de amor e apoio. — Você está
bem? Você está pálida. O que mamãe disse?

O que ela disse? Eu não poderia processar. Carlisle e


Johnathon... Ela se casou com os dois. Eu não deveria nascer? Não
deveria - mas nasci. Qual era o sobrenome de Carlisle? Não era Conway,
não o mesmo de Val. Lágrimas caíam sobre minhas pálpebras
pintadas. Antes que eu pudesse falar, os braços de Val vieram ao meu
redor e eu desmoronei em seu ombro.

De todas as coisas que Marilyn disse, o que veio à tona foi que meu
pai não era o mesmo de Val. Eu tinha acabado de perder minha
irmã? Ela não era realmente minha irmã como eu sempre pensei. Nós
éramos meio-irmãs. Meus ombros estremeceram.

— Vai dar tudo certo, — Val acalmou. — Você vai ficar bem. Eu
sei que é difícil. Talvez você deva pensar no aconselhamento. Você é
muito jovem para ser uma viúva. Você não tem que fazer isso sozinha.
— sua mão correu círculos sobre minhas costas, enquanto ela
continuava: — Eu vou adiar a minha viagem à Uganda. Eu não vou te
deixar.

Minha cabeça se mexeu para trás e para frente. — Não, Val, não.
— eu falei entre soluços. — Eu não quero que você faça isso. — quando
seus olhos cinzentos preocupados encontraram os meus, eu perguntei,
— Você pode me dar um pouco de medicamento? Quero dormir. Eu não
quero mais pensar.

~ 240 ~
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Presente
AS NOTAS DE Fatal Lullaby a Dança da Morte. Tentei abrir meus
olhos, mas tudo o que eu via era negro. Meus olhos não estava abertos ou
eu estava com os olhos vendados?

Não! Eu queria gritar. Isso não poderia estar acontecendo. Eu


nunca ia voltar novamente. Nunca! Por que eu estava aqui?

A última coisa que eu lembrava era de tomar o remédio de Val e ir


dormir. Eu estava na minha cama, na minha suíte. Como isso aconteceu?

O frio, as barras lisas da cabeceira pareciam familiares debaixo do


meu alcance. Como meus dedos flexionaram, a indignação cresceu dentro
de mim. Eu não iria fazer isso. Não. Assim como eu estava prestes a
soltar a barra, a voz de Stewart falou para mim: — Eu estou aqui,
querida. Mostre para nós a sua buceta molhada.

Não! Minhas pernas se fecharam.

— Vamos, Tori, não deixe o nosso amigo louco.

Isto não era real. Stewart estava morto! Eu o vi morrer! Minha


mente procurou desesperadamente por respostas quando a cama se
mexeu. Eu tentei soltar a barra da cabeceira da cama, mas eu não
podia. Minhas mãos não estavam obedecendo minha mente.

Mãos ásperas e frias passaram pelos meus


tornozelos. Estranhamente, eu chutei, sentindo meu pé cravar em algo
duro. A cama se mexeu de novo, as mãos duras brutalmente
apreenderam meus tornozelos e puxaram meu corpo mais para baixo da
cama. Embora eu tentasse lutar, um por um os meus tornozelos estavam
presos e fortemente vinculados quando minhas pernas foram separadas
para uma largura dolorosa.

— Não! — eu encontrei a minha voz. — Não! Pare! — eu gritei mais


alto, na esperança de que meus apelos ecoassem em todo o armazém e
além. Eu sabia que o local era remoto e isolado por uma razão. No
entanto, mesmo que eu não podia me ouvir com os fones de ouvido, eu

~ 241 ~
continuava a gritar. Devo ter falado, porque, como minhas exigências
ficaram mais altas, uma grande mão desceu e cobriu minha boca. Eu
tentei com todas as minhas forças morder, mas a pessoa moveu a mão
para fora do caminho.

— Pare, baby, — a voz calma de Stewart veio através dos fones de


ouvido. — Você conhece as regras. Proibido falar.

Eu não vou fazer isso! Você está morto! Você não pode me obrigar!

Eu gritei um grito abafado pela mão, quando dor emanou do meu


cabelo e os olhos vendados e fones de ouvido foram arrancados da
minha cabeça. O ataque de luz me cegou momentaneamente, era difícil
me concentrar no homem na minha frente. Ele estava em cima de mim,
sua mão sobre a minha boca e seu hálito rançoso preenchendo meus
sentidos.

A voz do senador Robert Keene era baixa e ameaçadora. — Você


quer lutar? Bom. Eu gosto disso. — ele agarrou um punhado do meu
cabelo e bateu minha cabeça para trás. — Continue. Eu sempre pensei
que você era muito complacente.

Eu o encarei. Filho da puta, isso não está acontecendo.

— Stewart fez promessas. Se você acha que eu vou continuar a


apoiar seus esforços sem este pequeno incentivo, você é tão estúpida
como você é gostosa.

Meu batimento cardíaco acelerou quando o pânico tomou conta de


mim. Não. Eu não poderia fazer isso. Eu não faria. Eu nunca tinha estado
tão assustada antes. Stewart não poderia me ajudar. Minha mente
procurava possibilidades.

O rosto do Robert chegou mais perto. Com a mão ainda sobre a


minha boca, ele se inclinou e lambeu minha bochecha. Meu estômago
ameaçou a se revirar quando sua língua úmida rodou a outra face e ele
falou: — Lá vamos nós. Vai ser uma boa menina ou precisamos te punir?
— agarrando meu cabelo mais apertado, ele banhou meu rosto com sua
respiração terrível e perguntou: — O que é que vai ser, você vai ser uma
boa menina?

Foda-se! Eu balancei a cabeça - o máximo que pude com sua mão


entrelaçada no meu cabelo. Sim, eu vou ser uma boa menina do
caralho.

Ele acariciou minha cabeça, afrouxou o aperto, e, lentamente, tirou


a mão da minha boca. Quando ele começou a se mover, eu lutei contra as

~ 242 ~
restrições e gritei com tudo em mim. Era a minha única esperança, a
minha única chance. — Travis! Travis! Me ajuda!

Mãos vieram aos meus ombros e eu me preparei para a punição


de Robert.

— Vik, Vik. Acorde.

— De jeito nenhum, filho da puta! Travis! Me ajuda. Travis! —


minha voz estava mais alta do que antes. Minha pele pingava de suor
enquanto meu corpo trêmulo lutava contra as
restrições. Instantaneamente, minhas mãos e pés se sacudiram
livremente. As restrições foram embora. Eu empurrei as mãos e saí
correndo da cama. Quando eu fiz, o quarto veio em foco. O armazém
tinha ido embora. Eu estava em minha suíte e eu não estava
sozinha. Val estava no meio da minha cama, as cobertas bagunçadas e
seus olhos tão grandes quanto pires. Seu olhar cinza e questionador
olhava através de mim como se eu estivesse possuída.

Minha mente não podia registrar o que tinha acontecido. Meu


corpo tremendo já não estava nu; em vez disso, estava coberto com uma
camisola umedecida em suor. Robert Keene não estava comigo. Eu
estava na minha cobertura, minha suíte. Val se moveu cautelosamente
em direção a mim, como se ela estivesse com medo do que eu poderia
fazer. Toda a energia e força deixaram meus membros quando eu fechei
os olhos e caí de joelhos.

Eu estava perdendo a razão.

Assim quando Val chegou até mim, a porta da minha suíte


abriu. Olhei para cima para ver a grande forma de Travis encher a
porta. Na penumbra, eu senti seus olhos escuros avaliarem a cena.

Val se virou para ele. — Ela está bem. Sinto muito ter
incomodado. Eu acho que ela estava tendo um pesadelo. O único nome
que eu reconheci foi o seu. Ela estava chamando por você.

Eu balancei minha cabeça. — Não, eu não estava. Eu estou bem.

— Vik, você não está bem, — disse Val. — Você estava no meio de
um pesadelo ou terror noturno. Eu não conseguia te acordar. Você
quase me agrediu. O que diabos você estava sonhando?

Olhei para Travis. Ele ainda não tinha falado. Tentando conseguir
um pequeno pedaço de compostura, eu estava de pé e estendi a mão
para o meu robe. Prendendo-o em torno de mim, eu disse: — Obrigada

~ 243 ~
por ter vindo, Travis. Estou bem. Eu agradeceria se você deixasse o meu
quarto.

Suas costas se enrijeceram. Por que eu estava preocupada com ele


me vendo em minha camisola? Ele obviamente me viu com muito
menos. Em vez de ouvir, ele deu um passo mais perto. Suas habituais
calças escuras foram substituídas por shorts de ginástica que
expuseram suas pernas grossas, musculares e seus pés estavam
descalços. — Sra. Harrington, se você descobrir o motivo do seu
pesadelo, ou se eu puder ser de alguma ajuda, eu não me importo de
ser chamado. — ele se virou para Val. — Ou você, doutora. Eu estou
aqui.

Eu exalei. — Eu não acho que será necessário. Eu provavelmente


não deveria ter tomado a medicação para dormir. — eu fingi um sorriso
em direção a minha irmã. — Era como uma história de horror, um
monstro ou algo assim. — meus olhos foram em direção a Travis. — Não
tenho certeza. Eu não podia ver muito.

Seus olhos se fecharam com conhecimento de causa. —


Sra. Harrington, você tem certeza que você está bem?

Eu balancei a cabeça de pé tão alta quanto possível em meus pés


descalços. — Eu estou.

— Qualquer coisa, minha senhora, eu estou lá embaixo. Não há


monstros irão restringir sua visão enquanto eu estiver aqui. — com
isso, ele se virou e disse: — Boa noite.

Val e eu observamos quando ele saiu para o corredor e fechou a


porta. Uma vez que ele se foi, Val franziu o nariz e disse: — Bem, isso foi
meio estranho. — virando-se para mim, ela continuou, — Eu sinto
muito ter o chamado, Vik. Eu usei o telefone. Você estava gritando e
você continuou chamando por ele. Eu não tinha certeza do que fazer.

— Continuei chamando?

Ela pegou minha mão e me levou para a cama. — Sim, isso


aconteceu por mais de dez minutos. Psiquiatria não é a minha coisa,
mas alguma coisa está acontecendo. Por favor, me deixe levá-la a
alguém que possa te ajudar.

Alguém poderia me ajudar? Eu pensei que seria o fim quando


Stewart morresse. Olhei para o relógio. — Val, me desculpe por ter
acordar tão cedo. — eu olhei para minha cama. — Você quer dormir
aqui? Nós temos outros quartos.

~ 244 ~
Ela sorriu. — Eu sei que tem. Eu não queria te deixar. Você não
teria me deixado. Isso é o que as irmãs fazem.

Eu pressionei meus lábios juntos. Irmãs. O termo fez meu peito


doer. Nós éramos irmãs. Nós éramos. Assim como Marcus e Lyle eram
meus irmãos. Importa que nossos pais não fossem os mesmos?

— Ok, então. Suba de volta. — eu dei um tapinha no colchão de


minha grande cama king-size. — Não é nem três horas. Por que não
vamos tentar dormir mais um pouco?

— Se você prometer não ‗tentar me chutar novamente, — disse ela


com um brilho nos seus olhos cinzentos.

— Oh não. Eu bati em você?

— Não se preocupe com isso. Deve ter sido o monstro. Você sabe
que algumas pessoas têm problemas com os terrores noturnos depois
de tomar medicamento para dormir. Sinto muito, irmã. Eu estava
tentando ajudar.

Estendi a mão e toquei seu braço. Meu tremor tinha quase


sumido. — Foi apenas um sonho. — eu estava tranquilizando ela ou eu
mesma?

Ela apagou a luz perto da cama e o quarto ficou em


silêncio. Depois de alguns minutos, Val perguntou: — Vik?

— Sim?

— Quem é o amigo-horizontal?

Eu me virei para sua voz. A cena escureceu me fez lembrar de um


tempo mais simples, os anos que passamos partilhando o quarto. —
Porquê?

— Eu entendo se você não quer me dizer. Eu só estava me


perguntando por que você iria chamar por Travis em seu sonho e não
ele, ou mesmo Stewart.

Eu dei de ombros. — Me lembro no meu sonho me dizendo que


Stewart estava morto. Mesmo no meu sonho, eu sabia que ele não podia
me ajudar.

— Mas você chamou por Travis, o cara que você costumava dizer
que dava arrepios? — sua voz ficou mais alta. — Ele é seu amigo-
horizontal?

~ 245 ~
— Não! Deus, não.

A risada de Val encheu o quarto. — Ok, eu só estava me


perguntando. Ele é casado?

Eu tentei me levantar. — Travis, não, ele não é casado.

— Não, — Val corrigiu, — Amigo-horizontal?

Eu balancei a cabeça no escuro, pensando em Brody. — Não, ele


não é.

— Bom.

— Por que é bom? — perguntei.

— Porque eu não quero que você tenha mais um desses pesadelos


sozinha.

— Talvez isso seja algo que eu precise explorar com o seu


conselheiro. Boa noite, Val.

— Noite, irmã.

Brody iria entender? Como eu poderia explicar a ele o que eu


estava imaginando? Ele tinha lido o contrato, mas eu nunca tinha dado
indicações. Ele sabia que havia outros homens. Ele sabia o que Stewart
achava divertido, mas ele não sabia mais nada. O que ele pensaria de
mim se soubesse? Mas então eu me perguntei se realmente
importava. Ele foi o único jorrando coisas sobre ser o único homem na
minha vida. Agora, eu não me importava em ter um homem na minha
vida. Quero dizer, o sexo era quente - isso era. No entanto, depois de
todas as notícias bombásticas que eu tinha tido nos últimos dias, eu
não queria um homem. Eu queria uma vida: uma vida normal. Um
sorriso sereno veio para o meu rosto.

Como eu poderia ter uma vida normal? Apenas basta Brody e eu,
longe de Miami, longe do armazém e das coisas de Stewart? Longe de
Marilyn e Carlisle? Eu nunca me permiti entreter essa ideia, mas agora
sim. Esse poderia ser o meu novo objetivo?

A pergunta que surgiu foi: o que eu estaria disposta a fazer para


conseguir isso?

Quando o sono ameaçou, eu sabia que a minha resposta: tudo.

***

~ 246 ~
Meu pesadelo da noite anterior me deu nova determinação. Eu
não ia voltar para o armazém. Não havia nenhuma maneira no inferno
que eu poderia fazer isso. De alguma forma, sabendo que se eu voltasse
seria sem Stewart fez toda a situação parecer de alguma forma mais vil.

No início daquela manhã seguinte, eu mandei uma mensagem


para Brody:

— VOCÊ CONHECE ALGUÉM CHAMADO CARLISLE?

A próxima coisa que eu fiz foi chamar Craven e Knowles. Com


cada toque, eu contemplava as minhas opções. Até eu saber exatamente
o que eu estava enfrentando, eu não poderia realmente formar meu
plano. A resposta de minha chamada reorientou a atenção.

— Craven e Knowles, é Trish. Posso te ajudar?

— Trish, aqui é a Sra. Harrington. Eu preciso falar com Parker o


mais rapidamente possível. Diga a ele para me ligar.

— Sim, senhora, eu vou informar a Maggie-

— Não, Trish, eu não estou interessada em sua assistente. Se eu


fosse, eu pediria por ela. Pensando bem, diga a Parker que se Craven e
Knowles pretendem ser parte do futuro Harrington, ele vai estar no meu
apartamento às dez da manhã. Eu estarei esperando.

— Sra. Harrington, eu tenho certeza que ele tem compromissos.

— Então ele pode cancelá-los. Bom dia. — eu desliguei.

Me sentando na cadeira de Stewart, abri a pasta de Parker, as


páginas queimando meus dedos. Eu odiava cada palavra quando eu fiz
a varredura do contrato de Parker. Eu já não era eu uma garota
ingênua de dezoito anos de idade. Agora, eu entendi o significado das
palavras. As insinuações não eram mais misteriosas, mas
assustadoras. Uma batida na porta me afastou das palavras torturantes
nas páginas e voltei para o escritório de vidro com vista para o mar
agitado. Olhei para o relógio: somente um pouco antes das nove.

Eu não acho que seria Parker sem um anúncio de Lisa ou


Kristina. — Entre, — eu respondi com cautela.

A porta se abriu e o familiar olhar escuro olhou na minha


direção. — Sra. Harrington, você está se sentindo melhor?

~ 247 ~
Me sentei mais alta. — Sim, Travis. Foi um erro da Val incomodá-
lo no meio da noite.

Ele veio para frente e olhou para uma das cadeiras. Eu concordei
e ele se sentou. — Não, ela não estava errada. É o meu trabalho me
certificar de que está tudo bem.

— Tudo bem, é o seu trabalho. Você pode me proteger de coisas


reais, e não pesadelos.

Sua sobrancelha subiu e seus olhos castanhos escuros se


arregalaram. — Mas você gritou para mim?

— De acordo com Valerie, — eu esclareci.

— Então agora estamos acusando a boa médica de mentir?

Eu levantei e caminhei até a janela. Os céus eram um cinza não


comum, com espessas nuvens que subiam em direção ao horizonte,
gorros brancos enfeitavam as pontas das ondas no oceano em fúria. Era
final do outono, perto do final da temporada de furacões. Somente
grandes navios comerciais poderiam ser vistos nas águas agitadas. Os
menores, sem dúvida, tinha atendido a advertência sobre o tempo
iminente.

Era isso o que eu precisava fazer? Prestar atenção às


advertências... Mas quais? Em quem eu poderia acreditar? Sem me
virar, eu comecei, — Foi tão real. Eu estava lá, no armazém. Eu estava
raciocinando comigo mesma. Eu sabia que não poderia ser real. Eu
sabia que Stewart estava morto. Me lembrei de você dizendo que você
sempre esteve lá. — eu fechei os olhos e lutei contra a revolta na boca
do estômago pela respiração rançosa de Robert. — Eu tentei lutar.

Um riso abafado veio atrás de mim. — Pelo que me lembro, você é


uma maldita boa lutadora.

Abraçando minha barriga, eu girei e olhei a expressão de


Travis. Eu não vi pena ou condenação como eu esperava; em vez disso,
eu vi respeito. Eu continuei: — Mas desta vez foi diferente. Eu não podia
lutar. As minhas mãos e pés estavam presos.

— Isso não era real, — disse Travis com naturalidade.

— Com certeza pareceu real. Cheirava real. Eu mesmo o vi. Ele


tirou minha venda. Era como se ele quisesse que eu soubesse que era
ele.

~ 248 ~
O pescoço de Travis se endireitou. — Quem? Quem você viu?

Mordendo meu lábio, eu admiti: — Eu não sei se eu deveria dizer.

— Por quê? Você sabe que eu sei quem está lá.

— Mas o que ele vai dizer se eu souber? Eu não deveria saber.

Travis levantou e se aproximou. — Quem disse que você não é


suposto saber?

— S-Stewart.

Seus olhos escuros questionaram os meus. — Sr. Harrington está


morto. Agora ninguém é dono desse contrato. Agora a escolha é sua
saber ou não saber.

Eu me mudei de volta para a cadeira, de repente assustada com o


meu desejo de encontrar consolo em sua proximidade e compreensão
comum. — Por que eu iria querer dar a alguém, você ou Parker, o
direito de fazer esses tipos de decisões por mim de novo?

— Porque se você não fizer isso, há aqueles que querem puxar


você em um mundo que vai fazer o seu pesadelo parecer um passeio na
praia.

— Aqueles?

— Quem você vê no seu pesadelo?

Fechei os olhos e inalei. Suspirando, eu admiti, — O senador


Keene.

Os olhos escuros de Travis se arregalaram quando um apito


estridente veio de seus lábios. — Porra, há quanto tempo você sabe?

Eu dei de ombros. — Não muito. Você disse políticos. Ele estava


na igreja e senti o cheiro dele.

— Você cheirou?

— Você sabe - sentidos. Eu nunca fui capaz de ver os homens ou


ouvi-los. Na maioria das vezes eu não tinha permissão para tocá-los -
não com as mãos. Isso deixou o sentido do olfato e do paladar. Ao longo
dos anos eu identifiquei alguns amigos pelo seu odor único: colônias de
particulares, a barba, respiração. Respiração do senador Keene cheira a
fumaça.

~ 249 ~
Travis assentiu. — Ele é um dos amigos que não estão felizes
sobre o fim de suas visitas. Ele está apoiado, ou melhor, efetivamente
fecharam os olhos para algumas das atividades que aconteceram dentro
do submundo de Harrington Spas e Suites. Ele até mesmo quer
expandir o negócio fora dos EUA. Ele acredita que ele tem direito.

— Então, como é essa mudança se você ou Parker estiver no


controle?

— Não vai. No entanto, isso irá te manter mais segura. O Sr.


Harrington tinha regras. Você está certa de que ele gostava de assistir,
mas ele também observava para ter certeza de que suas regras fossem
mantidas. Várias vezes ao longo dos anos o Sr. Harrington parou coisas
que você nunca soube.

Eu não queria pensar sobre isso. — Me deixe ver se entendi. — eu


olhei nos olhos de Travis. — Não importa se é você ou Parker, ambos
planejam continuar essa... essa... vida?

— Eu não sei o que o Sr. Craven planeja. Pelo que eu sei dele, eu
também diria que as regras seriam significativamente diferentes sob o
olhar atento dele.

— Pelo que você sabe? Ele é um deles, não é?

Travis assentiu com a cabeça novamente. — Eu não acho que isso


é uma revelação, não é?

— Não, — eu admiti. — Eu descobri isso depois de um tempo,


também. — olhei para Travis sinceramente, — E quanto a você? Quais
são seus planos?

— Acabar com os filhos da puta. Nem todos eles. Há alguns


bastardos doentes que já aderiram a esta festa porque eles podiam. Eles
não têm nenhuma agenda escondida. Eles vão embora tão
silenciosamente como eles vieram. Eles não querem seus bons nomes
associados a um possível escândalo. Alguns segundos de áudio
cuidadosamente selecionados e eu posso fazê-los ir embora; no entanto,
há um punhado que sabem exatamente o que estão fazendo. Eles
pensam que por foder com você, eles estão ajudando a si mesmos com
outras causas. Eu quero vê-los todos queimar no inferno. Porra, eu
provavelmente vou estar lá com eles, mas pelo menos é um show que
vou gostar.

— Por que, Travis? Por que você se importa?

~ 250 ~
— É uma longa história. — ele suspirou. — Uma que começou
quando eu era muito jovem para entender. Vamos apenas dizer que eu
conheci uma mulher, alguém que foi pega em algo semelhante ao que
você passou, mas pior.

Eu balancei minha cabeça. — Eu acho isso difícil de acreditar.

— Realmente? Porra, olhe para si mesma. Olhe para sua maldita


vida. Você é Victoria Harrington. Você não é uma menina pobre como
uma criança de doze anos de idade, que está tentando ficar viva jogando
os jogos excêntricos que estes porcos imundos querem jogar. Você tem
escolhas. Sr. Harrington fez escolhas para você, aquelas que iriam
pacificar os poderes constituídos. Eles não vão ficar pacificados por
muito tempo.

— Você quer saber o que eu faria com esse contrato. Eu vou


explicar um pouco mais de suas escolhas para você. Uma coisa que eu
diria é que você tem uma fodida fortuna. Use. Pegue. Deixe o maldito
mundo das Harrington Spas e Suites apodrecer.

— Você realmente quer possuir uma empresa que não é nada


mais do que um disfarce para a exploração de mulheres que não vivem
a vida de luxo que você vive? Eu não estou dizendo que foi fácil para
você. Não mesmo. Mas, ao final de cada dia, você estava ilesa e
dormindo em um apartamento luxuoso ou uma mansão com uma
fodida pedra no dedo que poderia alimentar uma das famílias dessas
outras mulheres durante cinco anos.

Meu estômago deu um nó. Eu nunca tinha pensado nisso assim.

— Você estava destinada para esta vida. Sr. Harrington fez o


melhor que podia. Agora é sua chance de fazer melhor.

A voz de Travis abaixou. — Posso garantir que, se você optar por


não assinar um contrato com qualquer um de nós, a porra do meu
trabalho vai ficar muito mais difícil. Eles querem você.

— Quem? Quem me quer, porra?

Seus olhos escuros se estreitaram. — Quem te fodeu no outro


dia?

Eu já não sentia que eu tinha algum segredo de Travis. De certa


forma, foi libertador. Sem pestanejar, eu respondi honestamente, —
Brody Phillips.

~ 251 ~
Ele balançou a cabeça. — Jesus, você é uma porra louca? Ele é
parte da Craven e Knowles. Eles estão tão profundos nesta merda. Seu
sentido do olfato deveria ter dito para ficar longe.

— Não, você está errado. Ele trabalha lá, mas ele não é um
deles. Ele não sabia sobre o contrato, o armazém, ou qualquer coisa até
que eu o pedi para investigar. Tudo o que ele sabe é o que eu disse a
ele.

Travis se recostou na cadeira e cruzou os braços sobre o peito. —


Então ele é a razão de você saber sobre a vontade?

— Sim. Entende? Ele me ajudou. É em Parker que eu não confio.

— Siga seu instinto... com o Sr. Craven.

— Ele está a caminho.

Travis respirou fundo, seu peito se expandindo em sua camisa


apertada. — Eu imploro, Sra. Harrington, não assine seu contrato. Diga
que você já pensou sobre isso e quer realizar o desejo de seu marido. Se
você confia tanto no Sr. Phillips, mande ele escrever um novo contrato
com o meu nome. Mas acima de tudo, sob nenhuma circunstância você
deve se esgueirar sem mim. Você realmente não percebe o que você está
enfrentando.

— Travis, antes de ir, eu quero que você me diga uma coisa.

Sua sobrancelha subiu.

— Quem é Carlisle?

O sangue drenou a expressão geralmente confiante de Travis. —


Sra. Harrington, nem o senador Keene nem Parker Craven é o seu pior
pesadelo. Eu não sei como ou por que você está ciente de Carlisle
Albini; no entanto, eu sugiro que você se esqueça que você sabe. Ele não
é da sua preocupação; nem Niccolo, Wesley, nem ninguém da sua
família.

Não é da minha preocupação. Stewart tinha dito isso antes de nos


casarmos. Albini? Wesley Albini, de Kinsley Preparatory.

— Niccolo é irmão de Carlisle. Quem é Wesley? — perguntei.

— Sra. Harrington, você não tem ideia do que você está


perguntando.

Eu levantei minha voz. — Me conte. Quem é ele?

~ 252 ~
— Wesley é filho dele.

— O filho de Niccolo?

— Não, de Carlisle.

Minha cabeça parecia de repente muito pesada para


segurar. Wesley Albini era meu irmão.

~ 253 ~
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Presente
— SRA. HARRINGTON, — A VOZ DE Kristina veio pelo alto-falante
do meu telefone. — Sr. Craven está aqui para sua reunião das dez
horas.

— Obrigada, Kristina. Mande-o entrar.

Eu fiquei de pé.

— Vic-tor-ia. — ele alongou meu nome quando ele entrou no


escritório de Stewart, meu escritório.

— Parker, tão agradável de sua parte acomodar os meus


desejos. Eu não estou pronta para enfrentar o mundo.

— O prazer é meu. Eu entendo que este ainda é um momento


difícil para você. — ele se sentou em frente a minha mesa e se inclinou
para frente. — Eu suponho que será por um tempo. Eu realmente
gostaria de não ter necessidade de discutir os assuntos em questão; no
entanto, acredito quanto mais cedo endereçarmos isso, mais cedo nós
podemos resolver.

— Resolver? — eu questionei. — Eu não tenho certeza o que


temos de resolver.

— Victoria, você está em uma situação precária. Se não fosse tão


terrível, eu ficaria feliz em esperar. No entanto, existem promessas que
Stewart fez, aquelas que ele ainda tem de reembolsar integralmente.

— Certamente você já esteve em contato com os nossos


contadores e banqueiros. Estou confiante de que eles podem cuidar de
tudo o que você precisa.

Eu adorava vê-lo se mexer em seu assento. De jeito nenhum eu


iria abordar o assunto do contrato. Eu queria ouvi-lo dizer isso.

Ele arqueou as sobrancelhas. — Isto não é sobre o dinheiro. Não


se faça de idiota.

~ 254 ~
— Oh, ah é? Você entrou aqui outro dia e esperou que eu
assinasse cegamente documentos sem os ler. — quando os lábios deles
franziram, eu perguntei: — Foi você, não foi?

— Eu tinha toda a intenção de explicar a você em uma reunião


posterior. Você não parece compreender a relação de confiança que
existe entre um advogado e cliente. Houve muitas ocasiões em que
Stewart me deu pleno reinado sobre seus assuntos.

Me sentei e abri os olhos arregalados. — Sério, Parker? Por favor,


elabore. Em que assuntos Stewart lhe deu carta branca?

— Muito mais do que você imagina, Sra. Harrington.

O meu olhar não vacilou quando os meus lábios se contraíram em


um sorriso. — Isso não é o que me foi dito. Por uma questão de fato, me
foi dito que suas atividades desejadas foram monitoradas
constantemente. — eu dei de ombros. — Então, novamente, não se sabe
se pode confiar em uma mulher nos dias de hoje.

— Em mim. Você pode confiar em mim. Stewart confiava em mim.


— ele enfiou a mão na sua pasta e puxou outra. — Eu não tive a chance
de mostrar isso para você e Stewart não assinou, mas ele estava prestes
a fazer isso. — ele abriu o documento intitulado: Testamento para uma
última página e apontou. — Aqui, Sra. Harrington, por favor. Leia esta
cláusula, a uma sob Heranças Específicas e Legados.

Eu olhei para onde seu dedo ossudo apontou:

Eu, Stewart Allen Harrington, dou poder de controle sobre o


contrato previamente verificado entre eu e Victoria Ann Conway, agora
Victoria Harrington, para o executor da minha propriedade, Parker
Craven, até que as retenções sobre o referido contrato estejam completos
ou o acordo seja cumprido.

Eu balancei a cabeça. — Sim, isso é interessante. No entanto,


como você disse, Stewart nunca assinou esta nova vontade e
testamento; portanto, não é válido.

— É por isso que eu dei o contrato. Nós podemos cumprir os


desejos do seu marido através do preenchimento de um novo contrato,
que é juridicamente vinculativo com o seu primeiro.

— Você pode se lembrar de quando Stewart e eu assinamos esse


contrato? Foi a primeira vez que você e eu nos conhecemos. Você
também pode ter percebido que eu estava lamentavelmente mal
informada da verdadeira natureza e extensão do referido contrato. No

~ 255 ~
entanto, eu acredito que você está plenamente consciente de que tenho
seguido esse contrato ao pé da letra. Eu cumpri a minha
obrigação. Devido à morte prematura de Stewart, agora sou a única
herdeira de sua propriedade. Me diga, Parker, que incentivo você tem
para me seduzir a assinar seu contrato?

Eu me inclinei para frente, os cotovelos sobre a mesa, e olhei


diretamente nos seus olhos. — Em outras palavras, me diga porque
diabos você acha que eu sou tão burra. Eu posso comprar e vender. Eu
posso disparar sua bunda e encontrar um novo escritório de advocacia
para representar a minha herança. Me diga por que você acha que eu
iria concordar em viver aquele inferno outro dia.

Embora ele parecesse um pouco chocado pelo meu atrevimento,


Parker não perdeu a vez. — Sim, Victoria, eu me lembro da primeira vez
que te vi. Me lembro de muitas outras coisas.

Mantive minha fachada embora meu estômago embrulhasse.

Ele continuou. — Eu também sei sobre os negócios que Stewart


fez. Afinal, eu sou seu advogado. Vamos falar especificamente sobre
este. — ele estendeu a mão e pegou outra pasta. Quando ele a abriu, e
eu vi o documento, eu sabia que não tinha necessidade de lê-lo. Eu
sabia exatamente o que era. Parker observou minha expressão antes
dele continuar, — Eu vou assumir que você reconhece esse contrato, o
seu contrato original?

— Sim.

— Sim, de fato. Se bem me lembro, foi o único que Stewart pediu


para avaliar apenas alguns dias antes de sua morte?

— É o que eu queria avaliar dias antes da morte de meu marido,


— eu confirmei, mudando apenas uma pequena parte de seu
significado. Mais uma vez, ele não perdeu o que eu disse.

Seus olhos brilharam com conhecimento de causa. — Eu ouvi


algumas mudanças semânticas para esse acordo. — ele se inclinou
para frente. — Se vamos fazer este trabalho, a honestidade será
melhor. Sra. Harrington, o seu marido não lhe disse para rever o
contrato, não foi?

— Não.

— Você não estava com seu marido na tarde em questão, como


você declarou anteriormente. Estava?

~ 256 ~
— Não, eu não estava.

Sua confiança ficou mais presunçosa. — E você sabe como eu sei


disso, não é?

— Sim, Parker. Se nós vamos ser honestos, eu sei que você é o


pau fino com quem eu passei minha tarde. Sinceramente estou
surpresa que Maura tenha ficado com você por tanto tempo.

Carmesim floresceu a partir de seu pescoço para suas


bochechas. — Talvez ela não se queixasse porque ela não é tão
experiente como você.

Eu levantei minhas sobrancelhas. — Não levaria muito tempo


para comparar. Devo dizer, você pode estar certo de que sua esposa é
fiel. Quero dizer, tudo o que seria necessário é um outro homem para
mostrar a ela que ela passou sua vida com um negócio-pequeno e fino,
quando realmente ela seria mais feliz com uma imitação de silicone.

A mandíbula de Parker cerrou quando a veia em sua testa saltou.

— Mais uma vez eu vou perguntar, Parker, por que eu iria querer
assinar o seu contrato?

— Não aja tão confiante. Você não tem ideia da confusão que
Stewart deixou. A morte dele é o seu pior pesadelo.

— Eu duvido disso. Já tive alguns pesadelos muito ruins.

— Stewart queria estar perfeitamente certo de quem ele estava se


casando. Ele teve você exaustivamente estudada.

Eu balancei minha cabeça. — Eu tinha dezoito anos de


merda. Tenho certeza de que foi moleza para o investigador.

Parker se sentou mais alto. — Não, Victoria, você tinha dezenove


anos.

Bile borbulhou do fundo do meu estômago. — Eu não tenho ideia


do que você está falando. Eu acho que sei quantos anos eu tinha.

Ele bateu na mesa. — Você vai assinar meu contrato porque se


você não fizer isso, eu vou compartilhar sua pequena história pessoal
com as partes interessadas. Uma parte interessada será o governo dos
Estados Unidos.

— Como?

~ 257 ~
— Quando você se casou com Stewart Harrington, você alegou ser
Victoria Conway, nascida em maio. Se você sabe ou não, a certidão de
nascimento que você trouxe para se casar era falsa. Ela foi alterada,
forjada. Portanto, se essas informações fossem tornadas públicas, você
não poderia comprar nem vender. Seu casamento se tornaria nulo e
sem efeito. A herança do Stewart iria entrar em um inventário. Nesse
meio tempo, eu seria o único, como executor, que estaria no controle de
tudo. Isso inclui as fundações, tais como a Sociedade Harrington.

Um brilho de suor frio apareceu sobre a minha pele. Ele estava


me sacaneando e eu sabia disso. Eu também precisava de mais
informações. — Isso é ridículo, — eu proclamei. — Eu não acredito em
você. Meu aniversário é meu aniversário: sempre foi.

Parker se recostou na cadeira. — Você pode pensar que soa


ridículo, mas eu posso ver isso em seus olhos. Você tem pelo menos um
pressentimento de que estou certo.

— Eu não vou assinar a minha vida novamente em um


pressentimento. Eu preciso de provas.

Parker me digitalizou do seio para a cabeça. — Muito bem, eu vou


te dar uma prova.

— Quem mais sabe sobre isso?

— Stewart sabia.

— Alguém mais?

— Além de seus pais, não, ainda não, — ele declarou,


confiante. — O advogado que criou a certidão de nascimento falsificada
não está mais vivo. A original e uma cópia da que foi forjada foram
encontradas nas entranhas de uma unidade de armazenamento. No
entanto, não me julgue mal. Vou compartilhar o que eu sei, e quando eu
fizer, o governo dos EUA será a menor de suas preocupações.

Eu engoli o meu desgosto. — Parker, eu não acredito em você. No


entanto, vou dar a oportunidade de você me mostrar a sua prova. Se o
que você diz for verdade, poderia, sem dúvida, tem implicações de longo
alcance. O que posso fazer para te ajudara ver o meu lado nisso?

Seus olhos brilhavam enquanto ele olhava para os meus seios. —


Consigo pensar em um monte de coisas. Uma vez que você assinar esse
contrato, você vai ver que eu sou muito mais imaginativo do que o seu
falecido marido.

~ 258 ~
— Quando você pode me trazer a prova?

— Eu vou trazer para você amanhã.

Eu balancei a cabeça. — Tudo bem, aqui amanhã-

— Não, Victoria. O que você está experimentando agora é


chamado de troca de papeis. Você não é mais a única a dar os
comandos. Eu pessoalmente prefiro você com os olhos vendados e
muda, mas para o que eu tenho em mente, será mais divertido se você
puder ver. Eu acho que vai ajudar a construir a antecipação.

Eu não respondi.

— Veja quão bem comportada você pode ser. — ele se levantou,


caminhou em minha direção e acariciou minha bochecha. Levou todo o
meu autocontrole para não recuar. — Eu nunca esperava receber esta
oportunidade. Desde que eu vi você no meu escritório naquela fatídica
manhã anos atrás, eu queria ser o único a te dar as instruções, estar no
controle de sua maldita vida, onde você vai e vem. Eu sei por
experiência própria que você adquiriu muita experiência ao longo dos
últimos nove anos. Estou confiante de que em algum momento esse pau
aqui pode te ensinar a ser mais respeitosa com os seus amigos. — ele
puxou meu cabelo e minha cabeça para trás. — Você não gosta desse
termo: amigos? Olhe para mim.

Eu fiz.

— Stewart gostava dos amigos de longa data. Eu acredito que você


vai aprender esse respeito que eu mencionei mais cedo ou mais
tarde. Se você não fizer isso, nem todos os nossos visitantes serão tão
amigáveis.

Esperei o gosto de sangue quando eu mordi a língua e ouvi seu


controle. No entanto, antes que ele pudesse continuar, o telefone tocou
na minha mesa. Ele não liberou o meu cabelo enquanto nos olhávamos,
ouvindo o segundo e depois o terceiro toque. Por fim, perguntei: —
Posso atender o meu telefone?

Seu sorriso viscoso aumentou, mostrando os dentes muito


brancos. — Olha só, — disse ele quando ele soltou meu cabelo. — Você
é uma aprendiz voraz. Amanhã, duas horas, no armazém.

Eu concordei e peguei o telefone, de repente grata por quem


estava do outro lado. — Sim, Kristina?

~ 259 ~
— Sra. Harrington, há um oficial, Shepard, na linha. Ele disse que
era urgente.

Meu Deus. Será que eles descobriram algo sobre a causa da morte
de Stewart?

— Transfira a ligação, — eu disse cautelosamente quando me virei


em direção a Parker, cobri o receptor e disse: — É a polícia. Eles
disseram que era urgente.

— Coloque no viva-vos.

Eu dei a ele um olhar perplexo.

— Olá, Sra. Harrington... — a voz veio através do telefone.

Parker sussurrou perto da minha orelha. — Fale ao telefone, puta,


eu sou seu advogado. Eu preciso ouvir.

Apertei o botão e disse em voz alta: — Sim, aqui é a Sra.


Harrington.

— Minha senhora, eu sinto muito incomodá-la neste momento.

— Sim, é um momento difícil-

— Sra. Harrington, sua mãe está a caminho do Memorial


Hospital. Lamento informá-la que ela estava em um grave acidente
automobilístico.

Eu não podia processar. Eu estava pensando sobre ela desde a


nossa conversa de ontem. Eu pensado em ligar para ela, querendo, pela
primeira vez. Isso não poderia estar acontecendo, eu perguntei, —
Como, o que você disse?

Parker falou: — Oficial, é Parker Craven, o advogado da Sra.


Harrington. Você pode nos dizer sobre a Sra. Sound?

— Senhor, a Sra. Sound está no seu caminho para o centro de


trauma no Memorial Hospital. Eu recomendo que a Sra. Harrington vá
para lá imediatamente.

— Obrigado, oficial. Vamos imediatamente, — Parker respondeu.

— Sra. Harrington, você deve saber que nós fizemos um teste de


sobriedade. Teor de álcool no sangue de sua mãe era de 0,38 por
cento. Felizmente, ninguém mais estava envolvido no acidente.

~ 260 ~
Cobrindo minha boca, eu engasguei. — Não, oficial, isso não é
possível. Minha mãe é uma alcoólatra em recuperação. Ela não teve
uma gota de álcool em quase 20 anos.

— Minha senhora, eu sinto muito. Hoje ele bebeu. Por favor, vá ao


Memorial.

Não era nem mesmo onze da manhã. Isso não estava certo. Por
que Marilyn decidiu ir a uma farra no início da manhã? Ela não faria
isso. Eu sabia.

Quando eu não respondi, Parker fez. — Ela vai, senhor. Obrigado.


— ele se inclinou sobre mim e desconectou a linha. — Eu vou levar
você. Vamos lá.

— Não, — eu balancei minha cabeça. — Eu vou estar no armazém


amanhã, se eu puder.

— Você vai. A menos que você esteja internada no hospital, você


vai estar lá.

Fechei os olhos. — Sim, Parker, eu estarei lá. Traga a sua prova.


— quando ele estreitou os olhos, eu reformulei, — Por favor, traga a sua
prova. Agora eu preciso para ver a minha mãe.

— Você não está em condições de dirigir.

Agora ele está preocupado com a minha condição? Idiota! — Eu


não vou dirigir. Travis vai me levar.

A mandíbula de Parker cerrou. — Vamos discutir um futuro


emprego do Sr. Daniels depois de amanhã.

Eu balancei a cabeça. Ele estava fodidamente louco se ele achava


que este era o caminho que ia ser. No entanto, eu poderia desempenhar
o papel. Eu tinha sido ensinada muito bem.

Apesar de que tudo dentro de mim queria correr para a porta,


sentei imóvel, respeitosa e complacente, enquanto Parker lentamente
juntou suas coisas, incluindo a cópia do seu novo contrato e os colocou
em sua pasta. O filho da puta provavelmente nunca pensou que eu
tinha feito uma cópia. Quando ele se virou para sair, ele brincou: — Até
amanhã, Victoria. Melhoras para a sua mãe.

Idiota!

Meu celular tocou e a tela brilhou: VAL.

~ 261 ~
CAPÍTULO
VINTE E QUATRO
Presente
VAL ESTAVA ESPERANDO enquanto eu corria da SUV de Travis
para a sala de emergência. A multidão de pessoas não registraram a
minha entrada. Olhei para o rosto da minha irmã. Ela era médica; ela
deveria ser melhor em esconder sua emoção.

— Oh meu Deus, — eu disse, enquanto soluços irromperam do


meu peito. — Ela está morta?

Val colocou os braços em volta de mim. — Não, ela está viva, mas
mal. — ela me levou através das portas, corredores e para um
elevador. Em seguida, nós caminhamos por mais portas e
corredores. Finalmente, chegamos a uma pequena sala privada com
cadeiras, um aquário de peixes, e muitas plantas falsas. — Eles sabem
que estamos aqui. Os enfermeiros vão nos manter atualizados enquanto
ela está em cirurgia.

No caminho para a sala de espera, Val explicou que nossa mãe


tinha uma série de lesões. Eles iriam saber mais sobre seus ferimentos
internos uma vez que todos os exames fossem feitos; no entanto, os
testes iniciais indicaram danos à sua medula espinhal e possível lesão
cerebral traumática. Aparentemente, ela não estava usando o cinto de
segurança e voou para frente após o impacto. A única coisa que a
salvou de passar pelo para-brisa foi o airbag; no entanto, isso causou
outros problemas. Uma vez que nos reunimos, eu fiz a pergunta que
tinha estado em minha mente desde que eu recebi a chamada. — Você
realmente acha que ela estava bebendo?

Val fechou os olhos. — Eu não sei. Quer dizer, ela não voltou a
beber mesmo quando Randall morreu. Por que ela iria beber agora?

Me levantei e andei. — Ela queria vir ao meu apartamento


ontem. Se eu tivesse dito sim...

~ 262 ~
— Pare com isso. Se Marilyn Sound decidiu pegar uma garrafa de
vodka, ela e só ela é a pessoa responsável: não você. Você não é culpada
por muitas coisas em sua vida. Esta não é um delas. Não pense dessa
forma.

— Tudo o que posso dizer, — continuou ela, — é graças a Deus


que ela não prejudicou ninguém. Como médica eu vejo muitas pessoas
inocentes feridas e mortas por motoristas bêbados.

— É isso, — eu proclamei. — Eu não acho que ela faria isso.

Val olhou para mim em dúvida.

— Eu sei. Eu não sou a única que geralmente cola em Marilyn. Eu


apenas não me sinto bem sobre isso.

— Vik, o teste de sobriedade não mentiu. Eu não queria acreditar


nisso também, mas eu podia sentir o cheiro dela. Além disso, eles vão
fazer mais exame de sangue para verificá-la. Saberemos mais quando
eles relatarem para nós.

Minha bolsa vibrou. Olhei para o meu telefone. Travis. Seu texto
era simples e direto ao ponto:

— ONDE DIABOS VOCÊ ESTÁ?

Apertei o botão ATENDER. — Val, você vai explicar para Travis


onde estamos? Eu nem sei. Eu não estava prestando atenção.

Ela assentiu com a cabeça e quando eu estava prestes a entregar


o telefone, a voz profunda veio através do receptor e ecoou pela sala
pequena. — Não me diga que você saiu do hospital, porra?

Os olhos de Val se arregalaram.

Eu sorri. — Ele tem um jeito com as palavras. — eu falei ao


telefone. — Estamos em alguma sala de espera. Talvez você possa
manter suas opiniões para si mesmo e falar com Val. Ela vai explicar
onde estamos.

Seu tom de voz se transformou de volta para o que eu tinha


ouvido por uma década. — Obrigado, Sra. Harrington, eu ficaria feliz em
falar com a boa doutora.

Balançando a cabeça com um sorriso, eu entreguei o telefone


para Val. Enquanto ela explicava a nossa localização para Travis, eu me
perguntava sobre os meninos. Marcus estava na Universidade de Miami,
mas e sobre Lyle? Para que o nível de álcool no sangue de Marilyn

~ 263 ~
estivesse tão alto como estava, ela teria tido necessidade de consumir
uma quantidade substancial. Ela estava bebendo antes de ir para a
escola?

Val me devolveu o meu telefone. Na tela eu vi BRODY


PHILLIPS. Eu desliguei e o coloquei de volta na minha bolsa. Quando
me virei em direção a Val, eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto que
ela tinha lido o nome. Eu dei de ombros. — Ele é um dos advogados da
Craven e Knowles. Ele provavelmente tem a ver com a vontade de
Stewart. Eu vou ligar de volta mais tarde. — mudando de assunto, eu
girei o meu grande diamante amarelo e perguntei: — Val? A quantidade
de álcool que seria necessário para chegar a um 0,38 por cento?
Quantas bebidas?

Ela fechou os olhos momentaneamente. — Depende de quão


rapidamente ela bebeu e se comeu. Mas, em média, uma bebida é
considerada pelo teor alcoólico, a bebida destilada é a mais alta, pelo
menos. Eles disseram que não havia uma garrafa de vodca no
carro. Para chegar a 0,38 provavelmente levaria pelo menos dez doses
de bebidas e isso seria se ela bebeu rapidamente. Se ela tinha bebido
por um longo período de tempo, seria preciso mais. O corpo processa
cerca de metade de uma dose em uma hora.

— Dez! Dez doses de álcool? Isso é muito. — eu balancei minha


cabeça. — Para alguém que não tenha bebido uma gota em mais de
vinte anos... Você não acha isso estranho? Alguém já falou com
Lyle? Ela estava bebendo quando ele foi para a escola?

— Não.

Nós dois nos viramos ao som da voz de nosso irmão quando ele,
Marcus e Travis entraram na pequena sala. Val e eu corremos em
direção aos meninos, enquanto Travis explicava, — Eu encontrei estes
dois vagando lá embaixo. Eu pensei que eles deviam estar com vocês.

— Obrigado, Travis.

Quando Val finalmente lançado Lyle do seu abraço, poderíamos


ver seu rosto manchado de vermelho e ouvir a dor em sua voz. — Val,
você é uma médica. Por que não está lá com ela? Tem que estar tudo
certo.

Meu coração se partiu pelo nosso irmão mais novo. Ele havia
perdido o seu pai. Eu não queria que ele perdesse a sua mãe. Mais uma
vez, Val abraçou Lyle quando Marcus estendeu a mão e apertou a
minha.

~ 264 ~
— Eu não posso estar lá, — explicou Val. — Eles não permitem
isso. É muito difícil. Os médicos precisam pensar com a cabeça e não o
coração. — ela olhou nos olhos de Lyle. — Mas não se preocupe. Os
médicos aqui são os melhores. Ela está em boas mãos.

— Lyle? — perguntei. — O que você quis dizer quando disse que


não?

— Eu quis dizer, — disse ele depois de limpar os olhos com as


costas da mão, — que ela não estava bebendo. Ela estava bem, tipo
normal, quando eu saí.

— Que horas você saiu? — perguntou Travis.

— A escola começa às nove. Eles mudaram o horário este


ano. Costumava começar antes.

Meus olhos dispararam para Travis.

— Sra. Harrington, posso falar com você?

— Sim. — eu me virei para o mar de olhos cinzentos e verdes e


disse: — Eu vou ficar do lado de fora.

Uma vez que estávamos no corredor, Travis e eu caminhamos ao


virar da esquina e encontramos um canto isolado. — O que você está
pensando? — perguntou Travis.

— Alguém fez isso com ela. Por quê?

Ele começou a chegar para a minha mão e parou. — Esta é uma


advertência. Isso era o que eu estava falando. Essas pessoas querem a
sua atenção.

— Eles conseguiram. Mas quem e por quê?

— Precisamos restabelecer a comunicação que o Sr. Harrington


tinha.

Olhei para baixo e sussurrei: — No armazém?

A mão grande de Travis capturou a minha. — Você está tremendo.

Eu não lutei com seu toque. Era quente e reconfortante.

— Estou com frio.

— Não, você não está. Você está com medo e eu não culpo
você. Estas são pessoas perigosas. Mas eu estive pensando sobre

~ 265 ~
isso. Eu acho que há duas coisas diferentes acontecendo. Eu posso
estar errado, mas eu não acho que as pessoas no armazém, os amigos...
Eu não acho que eles se rebaixariam a essas táticas.

Eu balancei a cabeça. — Certo. Quem são os outros?

— Por que você me perguntou sobre Albinis?

— Eu ouvi o nome e estava curiosa?

De primeira, Travis não falou, mas seus olhos escuros se


estreitaram. — Então eu acho que é apenas uma coincidência.

— O quê?

— Era Niccolo Albini que estava no apartamento da Dra. Conway


no outro dia.

Meus olhos cinzentos estalaram nos seus. — Me diga porque você


acha que Albinis iria querer falar comigo, ou chamar minha atenção.

Travis se virou para um som na sala, em seguida, estendeu a mão


para meus ombros e se mexeu, de modo que ficou entre mim e o
ruído. Eu assisti ao redor de seu ombro enquanto duas mulheres
esfregam o chão e passavam. Uma vez que elas tinham ido embora, ele
respondeu: — Eu venho tentando descobrir isso desde a noite no apto
da Dra. Conway. Eu acho que tem algo a ver com o negócio. A família do
Sr. Albini tinha um acordo com o Sr. Harrington. Agora que você tem a
capacidade de tomar decisões, eles querem o seu apoio.

— Eles tentaram matar a minha mãe para obter o meu apoio?

Travis balançou a cabeça. — Eu sei... isso não faz


sentido. Estamos perdendo um pedaço do quebra-cabeça.

— E quanto a Parker? — perguntei.

— Depois que você me disse o que ele disse, se ele apresentasse


documentos para anular o seu casamento, ele estaria em posição de
tomar essas decisões nos negócios.

Eu pensei sobre isso por um momento. — Como isso tudo


funciona? Quero dizer, Stewart pagava para eles?

— Não, eles o pagavam pelo encobrimento. Eles pagavam um


monte a ele.

— Então, se Parker provar que meu casamento é inválido, ele vai


lucrar?

~ 266 ~
— Sim, — concordou Travis. — Mas se ele conseguir fazer você
assinar o contrato, ele pode manter as pessoas como Keene feliz e
também convencer Albinis que ele está no controle de suas
decisões. Minha suposição seria a de que a recompensa jamais veria
sua conta bancária. É realmente o melhor cenário para ele. Dessa
forma, se a merda já bater no ventilador, suas mãos estão limpas. Você
é a única com os negócios que precisam ser explicados.

Olhei novamente em torno de Travis e vi um homem alto, de olhos


escuros, seus cabelos grisalhos e escuros olhando silenciosamente em
nossa direção. Com o seu terno preto e sapatos brilhantes, eu sabia que
ele era o homem que tinha estado no apartamento de Val. — Travis?

Deve ter havido algo na minha voz, porque imediatamente Travis


seguiu minha linha de visão e se virou. Instantaneamente, ele se tornou
uma parede, em pé entre mim e o estranho ainda bastante bonito. —
Sr. Albini, — Travis disse com um aceno de cabeça.

Quem era esse? Meu tio? Aquele que disse à minha mãe fazer um
aborto?

— Sr. Daniels, — o cavalheiro alto respondeu. — Eu ouvi sobre o


acidente infeliz da Sra. Sound. Eu vim dar o meu apoio à Sra.
Harrington.

Apoio?

— Como você pode imaginar, com a morte de seu marido e agora


o acidente de sua mãe, a Sra. Harrington não está na condição-

Eu saí de trás Travis, estendi minha mão e ofereço ao Sr. Albini


meu aperto de mão firme. — Olá, eu sou a Sra. Harrington. Peço
desculpas, no entanto, eu não acredito que fomos apresentados.

— Sra. Harrington, — a voz do Sr. Albini assumiu uma estirpe de


seda. — Você é linda, como sua mãe.

Meu pescoço endureceu. Eu não pareço como minha mãe, Val


sim.

Ele continuou. — Minha família... Nós ficamos tristes de ouvir


sobre a recaída e acidente de sua mãe. Espero que ela tenha uma
recuperação completa.

— Eu também Sr. Albini, assim como o resto dos filhos dela.

~ 267 ~
— Sra. Harrington, eu gostaria de falar com você, no futuro. Há
coisas... Coisas que eu não tenho certeza que seu marido explicou.

Eu estava tão alta quanto pude, durante todo o tempo aceitando a


presença da força de Travis atrás de mim. — Meu marido foi muito
informativo e estou ciente de algumas coisas. Talvez você possa me
esclarecer um pouco mais?

Seus olhos escuros brilhavam. — Seria um prazer.

— Obrigada, Sr. Albini. Por favor, não hesite em me contatar ou o


Sr. Daniels, e nós vamos continuar a honrar as obrigações de Stewart.

Seus lábios se contraíram em um sorriso. — Isso é música para os


meus ouvidos. Por favor, me chame de Niccolo. Você é uma mulher
adorável. Tenho certeza que seus pais estão muito orgulhosos da
mulher que você se tornou.

— Eu só posso falar pela minha mãe.

— Seu pai? — perguntou.

— Johnathon Conway tem sido um membro em falta da minha


família durante o tempo que me lembro. Randall Sound foi o único
verdadeiro pai que eu conheci.

Niccolo assentiu. — Meus pêsames, Sra. Harrington, parece que


sua família teve uma série de eventos infelizes.

— Eu realmente preciso voltar aos meus irmãos.

Ele estendeu a mão. — Sim, faça isso. Nós falaremos. Me deixe


dizer, estou satisfeito com a sua promessa de continuar o nosso acordo.

Depois de novamente apertar a mão dele, eu respondi, — Meu


marido era conhecido por seu bom senso empresarial. Eu não vejo
nenhuma razão para fazer quaisquer mudanças abruptas. Eu espero
que eu não seja afastada por quaisquer futuros eventos infelizes.

— Sra. Harrington, os Albinis ajudam aqueles que ajudam os


Albinis. Nós falaremos.

— Sim, Niccolo, nós o faremos. Agora, se vocês me dão licença. —


eu balancei a cabeça e dei um passo em volta do meu tio.

***

~ 268 ~
Nem Travis nem eu discutimos a reunião no corredor até depois
da minha mãe sair da cirurgia e ir para recuperação, e depois em um
quarto. Estava escuro no momento em que finalmente deixamos o
hospital. Uma vez que estávamos na SUV, eu verifiquei minhas
mensagens. Havia várias mensagens de texto de Brody. Eu disse a ele
sobre Marilyn e ele se ofereceu a vir para o hospital. Era mais do que eu
poderia lidar; em vez disso, eu pedi para ele vir para a cobertura quando
eu chegasse em casa.

— Eu preciso mandar uma mensagem para Brody vir à cobertura.

— Realmente, Sra. Harrington, já é tarde. Você concordou em ir


para o armazém amanhã. Você não pode esperar até lá para ser fodida?

Minha cabeça se virou para Travis. Sua mandíbula estava cerrada


e os nós dos dedos brancos. Que diabos era o seu negócio?

— Não é o que você pensa, — eu respondi, mantendo minha voz


calma. — Eu vou pedir para escrever outro contrato, um com o seu
nome.

— Por quê? Você me surpreendeu pra caralho no corredor. Se


você continuar a ter essa boa lábia de empresária de merda, você não
vai precisar de mim ou de Craven.

— Não para Albinis, mas sim para Keene e Craven e quem mais
quiser um pedaço de mim.

— Você está disposta a colocar meu nome nele?

— Eu estou, mas como a sua empregadora, nada diferente está


acontecendo.

— Como o titular do contrato... — ele começou.

— Eu não dou à mínima. Nós vamos trabalhar nesta merda de


alguma forma e acabar com isso. A maneira que eu vejo é que, se ele me
obrigar a assinar seu contrato, não será válido se eu já estiver sob
obrigação de outro contrato. Eu só não vou deixá-lo saber disso até eu
ver a prova dele.

— Isso é genial. — Travis ergueu o queixo e olhou


momentaneamente em minha direção. — Você sabe, o que você fez esta
tarde... Você pode ter jogado isso perfeitamente.

— Como assim?

~ 269 ~
— Tenho certeza de que Craven nunca suspeitou que você tem as
bolas para trabalhar diretamente com Niccolo.

Balançando a cabeça, eu tentei resolver tudo. — Eu ainda acho


que alguém além de Marilyn é responsável por seu acidente. Eu não
acho que ela de bom grado bebeu dez doses de álcool em o quê? Menos
de duas horas? De acordo com Lyle não havia nem mesmo qualquer
tipo de álcool na casa dela. Isso significaria que ela teria que ir comprá-
lo e, basicamente, engolir tudo. Eu não entendi. Por que Albinis tentou
matar a minha mãe? Se Niccolo está vindo falar comigo pessoalmente,
por que machucá-la?

Travis deu de ombros. — Isso não faz sentido, a não ser que ele
iria sequestrar você na outra noite. Você se lembra... quando você
estava transando com Phillips ou ele estava transando com você.

— Mantenha o maldito foco. Você acha que foram eles? Se não foi
os Albinis, então quem? Por quê?

Travis respondeu: — Eu suponho que poderia ser Craven. Eu não


acho que foi seu modus operandi, mas vai saber. Talvez ele não esperava
que você fosse ao antro do prazer tão rápido. Talvez este era o seu plano
de backup.

— Stewart sempre trabalhou com o Albinis?

— Enquanto eu estive por aí. — Travis inclinou a cabeça para o


lado. — As pessoas falam. Os Albinis têm sido responsáveis por esta
área por um longo tempo, mas eles não são a única família. Não era
nem mesmo eles a quem seu velho padrasto devia o dinheiro. E cada
geração existe novos nomes que tentam pelo poder. O acidente de sua
mãe poderia ter sido uma armação para fazer você pensar que foi o
Albinis e romper o acordo.

— Esta merda soa como ficção. Esta merda realmente não


acontece, não é?

— Sua mãe está no hospital e seu padrasto se foi. Você que me


diz se essa merda realmente acontece?

— Para quem você pagou o dinheiro? Para quem Randall devia


dinheiro?

A expressão Travis me encheu de um sentimento de orgulho. —


Suas habilidades de escuta melhoraram. Você está acompanhando.

~ 270 ~
— E você estaria fazendo um trabalho melhor se falasse em
sentenças completas do caralho. Que tal fazer isso? Se você sabe quem
é, me diga.

— O nome da família é Durante.

Eu pisquei enquanto eu tentava lembrar das pessoas e rostos. —


Por que esse nome soa familiar?

— Sua amiga Sheila - é seu nome de solteira.

Eu caí para trás contra o assento, uma onda de náusea me


batendo como uma marreta. — Ela está envolvida?

— Não. Posso dizer isso com confiança. Ela sabe sobre sua família
e seus negócios, mas ela não está envolvida. Eu suspeito que seja por
isso que ela é tão envolvida com instituições de caridade como a
Sociedade Harrington. É sua maneira de equilibrar o que os outros
fazem. No entanto, seu marido é uma história diferente... — os olhos
escuros de Travis saíram da estrada e olhou em minha direção,
sondando e me incentivando a usar o meu cérebro e ligar os pontos.

— Fodido Senador Keene, ele é o genro de uma família criminosa


que quer ultrapassar o Albinis?

— Sim, senhora Harrington, parabéns.

Olhei para ele com total perplexidade. — Você está brincando,


porra?

— Não, eu estou falando sério. Com sua pequena demonstração


de negociação com o Albinis, você pela primeira vez é oficialmente a
única a foder o Senador Keene. Meu palpite é que ele não ficará feliz
quando ele perceber que ele é o único com um pau na bunda.

Tentei me lembrar da confissão da minha mãe. — Niccolo é o


primogênito na linhagem? Eu nem sei como expressar isso. O chefe da
família? — isso me lembrou de um fodido episódio de Os Sopranos.

— Não, ele não é. Carlisle é. Ele é irmão mais velho de Niccolo.

— Eu não li em nenhum lugar sobre filhos primogênitos e essa


merda, ou isso é tudo porcaria de TV?

Travis balançou a cabeça de um lado para o outro. — Eu não sei


todos os prós e contras. Honestamente, eu acho que as filhas são
reverenciadas também. Mas de qualquer forma, Carlisle tem o filho mais

~ 271 ~
velho. — ele me deu um olhar de soslaio. — Seu único filho, chamado
Wesley.

— Sério? — eu sabia que Wesley e eu estávamos na mesma série,


mas eu era mais velha, não era? Se eu tivesse o meu aniversário real,
eu teria sido duas séries à frente de Val. — Niccolo tem filhos?

— Dois, mas eles são mais jovens. Eu ouvi um boato de que a


esposa de Carlisle era ao mesmo tempo comprometida com Niccolo. Eu
não sei se isso é verdade, mas não importa. Se Niccolo ofereceu a você o
apoio da família Albini, tá no papo. Porra! Você me impressionou pra
caralho. Talvez você possa usar seu cérebro, bem como a sua buceta.

Idiota! Contra o meu melhor julgamento, eu sorri. — Obrigada, eu


tenho outros planos também. Primeiro, eu preciso cuidar de Parker.

— Com a sua buceta?

— Eu não planejo isso.

A testa de Travis franziu. — Interessante, Sra. Harrington. A


proposito, seria um nós, não eu.

— Nós o quê?

— Você não vai para o armazém sozinha.

Eu suspirei, sinceramente grata por sua presença. — Parker


insinuou que ele exigiria que eu te demitisse depois que eu assinar o
contrato. Eu não acho que ele gosta muito de você.

Travis deu de ombros. — Bem, você me demitiu há poucos


dias. Então, eu não dou a mínima para o que ele gosta e o que ele não
gosta. Você não gosta de mim. Eu ainda estou aqui.

Olhei pela janela do passageiro. As nuvens sumiram e o azul


familiar do dia tinha voltado para o negro da noite. Enquanto carros e
edifícios passavam, eu pensei sobre a vista. — Como é que eu nunca
andei na frente antes?

— Eu acho que a melhor pergunta é por que você está fazendo


isso agora?

— Eu não sei. Eu gosto disso. — eu inclinei minha cabeça para o


banco traseiro. — É solitário lá atrás.

— Você gosta?

— Sim. Eu posso ver melhor aqui, melhor do que na parte de trás.

~ 272 ~
Travis assentiu.

— E talvez, — eu confessei, — você não é tão idiota como eu


pensava.

— O sentimento é mútuo, Sra. Harrington.

Eu descansei minha cabeça contra o assento e vi quando


vislumbres do oceano brilhavam entre os prédios. A lua estava cheia
sobre a água, criando reflexões como milhões de pequenos espelhos
saltando de volta para o céu. À medida que nos aproximávamos do
apartamento, eu tentei fazer sentido de tudo, mas nada fazia sentido.

De acordo com a minha mãe, se os Durante pudessem provar que


eu – filha de Carlisle - estava viva, eles poderiam usar isso como prova
de que Albinis mentiu, que Wesley não era o primogênito de
Carlisle. Stewart sabia de tudo isso. E se ele tivesse ajudado a propagar
a ideia de que eu era uma Conway para ambas as famílias? Afinal, é de
se supor que, mesmo em um mundo dominado pelos homens, uma filha
do Albinis, a família mais forte por aí, não seria compartilhada, e
certamente não publicamente, pelo homem que dava a maior das
coberturas.

Eu não conseguia pensar direito. Porra, esqueçam de me


perguntar o meu nome. Eu realmente não sabia.

~ 273 ~
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Presente
— VOCÊ ESTÀ LOUCA? — perguntou Brody, passando a mão
pelo cabelo loiro e andando pelo escritório de Stewart.

Quando ele parou perto da janela, vi seu reflexo contra o céu


noturno. Em seu rosto eu assisti o espanto que ouvi em suas
palavras. Em vez de responder a sua pergunta, eu me inclinei para trás
contra a cadeira e o deixei digerir tudo o que eu tinha dito. Não era nem
mesmo a ponta do meu iceberg, mas desde que eu tinha passado a
maior parte do dia no hospital, eu não tinha a força ou tempo para
explicar tudo o que aconteceu desde que tínhamos estado juntos.

— Me deixe ver se entendi: você quer que eu refaça um contrato,


como o que Parker escreveu, mas, em vez do nome de Parker, você quer
Travis Daniels? Vik, isto não faz qualquer sentido. — ele se virou para
mim, seus olhos azuis furando um buraco em minha alma. — Se você
vai confiar em alguém, se você realmente acha que isso é necessário,
confie em mim.

— Eu não posso, Brody. Você não sabe como é isso.

— Porra! E Travis sabe?

Eu levantei e caminhei em direção a ele, parando perto dele. — Eu


não quero que você veja isso.

— Eu li o maldito contrato. Eu sei que envolve outros


homens. Você me disse o básico. Eu não me importo. — quando olhei
para baixo, Brody se aproximou e levantou meu queixo. — Vik, o que
quero dizer é que nada disso importa para mim. Você não
entende? Você é mais do que a pessoa que assinou esse contrato. Eu sei
isso. Você não precisa voltar a fazer isso. Eu não me importo o que
Parker tem que você considere uma ameaça. Eu não me importo
quantos outros homens querem ter você de volta lá. — ele me puxou
para perto e passou os braços fortes em torno de meus ombros. Com a
batida constante do seu coração e o cheiro fresco da sua loção pós-

~ 274 ~
barba, eu me permiti um alívio momentâneo e me derreti contra seu
peito. — Você não confia em mim?

Eu balancei a cabeça. Eu confiava nele, mas eu não poderia expô-


lo ao meu lado. Era uma coisa ele pensar que sabia. Outra coisa era ele
ver isso.

Brody me empurrou para trás pelos meus ombros e olhou


profundamente em meus olhos. — Vik, isso significa... — mais uma vez,
ele se virou. — Porra. Me diga que isso não significa que Parker é um
desses homens. — seu volume aumentou. — Porra, me diga que Parker
Craven quer este contrato para te ajudar, não porque ele tem sido um
dos homens que Stewart assistia te foder.

Meu peito doía. Brody pensou que ele poderia lidar com o
contrato. Ele não pode sequer lidar com uma pequena parte da
verdade. Eu balancei a cabeça e sentei no sofá.

Com as mãos mais uma vez passando por seu cabelo, Brody
pisou de um lado da sala para o outro. Quando ele estava quase de
volta para as janelas, ele se virou e disse: — Eu quero matá-lo. Apenas
me deixe matá-lo. Porra, eu vou matar todos eles. Você conhece os
outros?

— Brody, você não vai matar ninguém. Eu tenho um plano. Parte


do meu plano é ter o contrato com Travis. Se eu fizer isso, o que eu
assino com Parker não será válido.

— Mas Vik... — ele veio até o sofá e se sentou de frente para mim.
— Você não entende? Se você assinar um com Travis, ele tem o mesmo
controle sobre você que Stewart tinha.

— Não, ele não vai. Travis trabalha para mim. Ele não pode me
obrigar a fazer qualquer coisa.

— Então por quê? Por que o contrato?

— Por favor, Brody. Está ficando mais tarde a cada minuto. Estou
cansada. Tem sido um longo dia de merda. Eu faria isso eu mesma e
usaria o contrato que Parker escreveu e apenas mudar os nomes, mas
Parker vai ser capaz de dizer se não é exatamente do jeito que precisa
ser. Eu preciso que ele seja perfeito e legal.

— Nada disso é legal. E não.

— Não?

~ 275 ~
— Vik, você não está me respondendo. Eu não vou fazer isso. Eu
não posso fazer isso - não para você, não depois de tudo que Stewart fez
com você. Você merece o melhor. Do que você tem medo? De quem você
tem medo? Me diga. — ele se levantou novamente e andou. — Eu sou a
porra de um advogado. Se você acredita no maldito Travis, mantenha
ele ao redor. Eu não me importo. O homem é tão grande como a porra
de uma montanha. Ninguém vai chegar perto de você com ele ao seu
lado. Pelo amor de Deus, não vá sozinha para o armazém com Parker.
— ele se virou, incapaz de encontrar algo para expulsar a energia
fluindo através de seu sistema. — Porra, eu juro, se ele colocar outro
maldito dedo sobre você.

— Brody, pare. Eu prometo que meus dias de ser vítima de


alguém está acabado. Eu já fiz a minha presença conhecida em um
mundo que eu nem sabia que existia. Eu sou mais do que qualquer um
deles pensava. Tenho sido subestimada pela última vez.

Ele caiu de joelhos na minha frente. — Então me deixe escrever o


contrato com o meu nome nele?

Eu balancei minha cabeça. — Não. Se você fizer isso, Parker vai


saber que você está me ajudando. Ele pode até mesmo suspeitar que
temos trabalhado juntos por um tempo. Eu não posso fazer isso com
você. Você pode perder sua parceria. — eu estendi a mão e escovei meus
dedos contra sua bochecha, saboreando a sensação da sua barba por
fazer suave. — Eu não valho a pena.

Brody segurou meu rosto entre suas grandes mãos. — Você


nunca disse isso! Você vai a pena sim, porra! Você é inteligente,
fodidamente linda e... — seu sorriso aumentou. — Nunca será
subestimada. Você vale a pena, muito. Porra, Vik, eu me afastaria da
Craven e Knowles em dois segundos para ir embora com você e te tirar
daqui, longe de todos esses filhos da puta.

Eu suspirei, aproveitando o calor de suas mãos. — Onde?

Seus olhos azuis nublaram. — Onde o quê?

— Onde você me levaria? — com toda a merda que eu tinha


atirado em mim, um devaneio momentâneo parecia ser o remédio
perfeito para acalmar meus nervos.

Ele soltou meu rosto e acariciou sua bochecha contra a


minha. Mais uma vez o aroma limpo encheu meus sentidos e trouxe um
sorriso de boas-vindas aos meus lábios. Tomando minha mão, Brody
levantou e me reposicionou. Em seguida, ele se estabeleceu no sofá

~ 276 ~
atrás de mim. Suspirando, eu coloquei minha cabeça contra seu peito e
ouvi suas palavras vibravam através de mim. — Querida, eu te levaria
em qualquer lugar que você quisesse ir. Que tal a nossa própria ilha
tropical?

Eu tinha lido uma história uma vez que o casal partiu para uma
ilha tropical. Foi quente - ambos os jeitos de quente. Eu estava cansada
do calor, no entanto. Depois de viver toda a minha vida no clima quente
da Florida. Eu balancei a cabeça de lado a lado.

Brody continuou, — Tudo bem, nada de ilha. E as montanhas?

Isso soou legal. Eu balancei a cabeça.

— Onde quer que eu te leve, eu quero que seja remota, para que
seja só nós dois.

— Eu gosto dessa ideia. — eu escutei minha própria voz. Soou


estranha. Nela, ouvi esperança, esperança que eu nunca tinha ouvido
antes ou nunca me permiti projetar.

— Então é aí que eu vou te levar. Nós vamos em algum lugar nas


montanhas, um lugar isolado. Nós vamos ter uma casa em um lago. Eu
sempre gostei de lagos. Você já ficou perto de lagos?

— Não, apenas oceano.

— Lagos, especialmente lagos como o nosso lago, são claros e


limpos. Podemos fazer vários mergulhos lá sempre que quisermos.

Eu ri com o pensamento. — Vai estar frio?

Seus lábios encontraram meu pescoço. Estiquei minha cabeça


para o lado, lhe permitindo acesso total. — Não se preocupe, minha
linda, eu vou manter esse corpo sexy seu aquecido. — sua respiração
quente banhava minha clavícula. — Eu posso te ver agora: toda
molhada enquanto saímos do lago, uma brisa fresca encontrando a sua
pele macia do caralho. Faz os seus mamilos cor de rosa
endurecerem. Deus, eu gosto disso. — a partir do crescimento de sua
ereção contra as minhas costas, eu sabia que ele gostava. — Nós
teremos um cobertor, um grande cobertor. Ele é colocado na grama e as
montanhas... elas cercam o lago de todos os lados. Mesmo que seja
verão... — ele acariciou meu pescoço novamente e sussurrou: — ...há
neve nos picos.

— Neve? — eu só tinha visto neve quando Stewart e eu


viajamos. Eu nunca tinha experimentado.

~ 277 ~
— Sim, baby, neve. Mesmo no verão há neve nos picos das
montanhas. No inverno há tanta neve que não podemos ir a qualquer
lugar. Tudo o que podemos fazer é passar os nossos dias e noites
fazendo amor em frente à lareira, uma grande lareira. No verão, nós
podemos ir até esses picos e esquiar, mas eu gosto de ter você nesse
cobertor.

— Não temos vizinhos? Alguém está observando?

— Não, ninguém está observando. Nada de observando. É só você


e eu. Você está de costas. Esses mamilos duros estão olhando para
mim. Quando eu olho para você, eu vejo o seu cabelo sedoso se
espalhando por trás de seu rosto lindo e percebo que sua buceta está
molhada, mas não por causa do lago. Não, você está molhada e pronta
para mim.

Fechei os olhos e imaginei a cena que ele pintou. — Brody, o que


vamos fazer sobre esse cobertor?

Sua ereção se contraiu, e eu me mexi contra ela.

— Oh, porra, Vik. Nós vamos foder como coelhos no cio.

Eu ri. — Coelhos entram no cio?

— Sim, e quando entram, eles fodem todo o dia e toda a


noite. Quero dizer, é uma exposição bastante incrível. Você vê... — sua
mão roçou meu estômago e para baixo pelas minhas coxas. — Eles só
param para comer. Eles precisam de sua energia... — o seu batimento
cardíaco rápido bateu nas minhas costas. — Porque cada vez que fodem
e o pau do coelho se encaixa perfeitamente dentro da buceta da coelha,
ambos encontram a melhor fodida liberação.

Minha respiração acelerou quando meu interior se apertou. —


Eles gozam ainda mais duro do que em uma parede em algum hotel
barato? Porque, me deixe te dizer, se sim, eles fodidamente
sortudos. Esse foi o melhor orgasmo que já tive.

— Melhor? — ele perguntou.

— Melhor, — eu repeti. — Isso não significa que eu duvido desses


pequenos coelhos. Eles podem saber algo que eu não sei.

— Você sabia que a coelha grita quando ela goza?

— Ah é? Como o coelho se sente sobre isso?

~ 278 ~
— Ele adora. Ele gosta de ouvi-la gritar. Ele ama ouvir todos os
sons que ela faz.

— Os coelhos machos fazem sons?

Puxando meus lábios nos dele, Brody respondeu à minha


pergunta com um gemido e um beijo: um quente, longo beijo. Um beijo
que torceu minhas entranhas quando meu rosto inclinou para trás em
direção ao seu e a minha bunda aterrou contra seu pau. Quando sua
língua sondou de bom grado, eu me abri, sentindo seu calor e provando
sua doçura.

Eu tinha esquecido o quanto eu gostava de beijar. Não era o


mesmo que foder. Beijar era apaixonado e profundo. Para que possa ser
verdadeiramente um beijo, do tipo que atinge seus lábios para seu
núcleo, tinha que haver um dar e receber. Era algo que nunca
aconteceu no armazém, com ninguém, exceto Stewart. E mesmo assim
parecia mais como tomar do que dar. O beijo de Brody não só tomava:
ele me dava força e poder. Eu disse a mim mesma para eu me lembrar
disso no armazém amanhã. Eu iria segurar isso e esconder. Esse era o
meu pensamento quando me afastei do seu abraço quente.

— Deus, Brody, eu não posso fazer mais do que isso esta noite. E
se continuar assim, vamos.

O brilho em seus olhos desapareceu. — Você ainda quer que eu


escreva esse contrato?

— Sim.

— E você ainda quer o nome de Travis Daniels sobre ele?

Eu balancei a cabeça.

Brody pegou minha mão. — Eu vou encontrar esse lago,


Vik. Quando eu encontrar, vai ser só você e eu. Nenhum fodido Travis,
nenhum Parker, ninguém além de você e eu e esse cobertor grande.

Sorrindo, inclinei a cabeça para o lado. — Obrigada. Obrigada por


escrever o contrato. O lago parece verdadeiramente mágico, mas há
outra coisa que eu quero ter lá.

— O quê?

— Os coelhos, porque eu acho que eles soam fodidamente


gostosos.

— Oh, eles são, linda, eles são.

~ 279 ~
***

Deixando o hospital, eu suspirei. Mesmo que ele estava no meio


de outubro, o calor do verão estava de volta. Eu sonhei com o lago
maldito e a porra da neve. Quando eu coloquei os óculos escuros sobre
meus olhos, eu imaginava as montanhas cobertas de neve e um sorriso
flutuou no meu rosto.

Pensei na minha mãe. Felizmente, ela estava melhorando. Ela


ainda não tinha despertado, mas Val explicou que era a maneira como
eles queriam. Ela precisava de descanso e o inchaço em seu cérebro
precisava de tempo para diminuir.

Quando eu entrei no meu carro, eu olhei no banco de trás, no


presente que eu estava levando para Parker. Pelo que Travis disse,
Parker e Stewart tinham discutido sobre os desejos de Parker no
armazém. Porra, eu odiava ouvir Travis falar sobre isso, como se
estivesse descrevendo um maldito programa de TV, mas a informação
foi útil. Eu estava confiante que Parker iria gostar do meu presente.

Enquanto eu dirigia em direção ao armazém, minha mente girava


em tantas direções diferentes. Minha mãe tinha uma governanta que
prometeu estar lá para Lyle. Eu pensei em trazê-lo para a minha casa,
mas sua escola estava mais perto de sua casa. Além disso, eu tinha
algumas outras coisas para tratar. Embora Marcus estivesse na
universidade, ele disse que ia levar Lyle todo dia e trazê-lo para o
hospital. Lyle tinha sua licença, mas ele não poderia dirigir
sozinho. Olhei para o relógio e esperava que meu tempo no armazém
fosse rápido. Eu queria estar de volta para o hospital quando os
meninos chegassem.

Com tantos pensamentos rolando, não foi até que eu cheguei ao


armazém, estacionei meu carro no meu lugar de sempre e desliguei o
motor que a realidade me golpeou. Quando o fez, me bateu como a
porra de uma bigorna7, como um desse nesses desenhos animados
antigos, me imobilizando. Enquanto minha mente girava, meu corpo

~ 280 ~
ficou imóvel. A cada minuto que passava minha pele ficou mais úmida
do calor crescente. Meu cérebro me disse para abrir a porta e sair, mas
meu corpo estava paralisado. Não foi até que meu telefone tocou que eu
estava ciente da passagem do tempo. Eu olhei para a tela: TRAVIS.

Respirando fundo, eu mexi na tela e disse: — Olá. — eu sabia que


minha voz soava fraca e quando olhei no espelho retrovisor, vi minha
tez pálida.

— Sra. Harrington, onde você está?

Era muito mais amável do que a sua normal, onde diabos você
está? saudação que eu estava acostumada a receber. — Estou em meu
carro.

— O GPS disse que seu carro está aqui há quase dez minutos. É
depois de uma e meia. Você não quer entrar antes dele chegar?

Lágrimas ameaçaram meus olhos. — Você está aqui? Eu não vejo


o seu carro.

Travis riu. — Você já viu o meu carro aqui?

Eu balancei a cabeça de lado a lado. — Não, eu acho que eu


nunca vi.

— Mas eu estive aqui, e eu estou aqui agora. Você quer mudar de


ideia?

— Não, eu não posso mudar de ideia. Eu tenho que fazer isso.

— Você sabe que a ameaça dele é besteira. Você não sabia sobre
sua data de nascimento. Ele não pode anular seu casamento. Sr.
Harrington fez tudo certo, foi legal.

— Eu sei, — eu exalei. — Mas Parker pensa que eu acredito em


sua merda. Eu tenho que fazê-lo continuar acreditando.

— Sra. Harrington, você não está sozinha. Eu não dou a mínima


para os planos dele ou até mesmo o seu. Eu prometo que se eu achar
que as coisas estão ficando fora de mão, eu vou fazer a minha presença
conhecida.

— Victoria, — eu sussurrei.

— Como?

— Você está prestes a me ver ser fodida - talvez - se eu não


conseguir convencer Parker do contrário, então me chame de Victoria,

~ 281 ~
porra. Você esteve observando durante anos e a coisa Sra. Harrington
está me dando nos nervos.

Travis riu, realmente riu e disse: — Certamente, Victoria, se o


modo como eu trato você é a única coisa que está em seus nervos com
toda esta situação, por todos os meios, eu vou te chamar de Victoria. E
a propósito, você pode me chamar de Travis.

Meus lábios se curvaram em um sorriso indiferente. — Obrigada,


Travis, eu acho que vou. Sr. Daniels parece formal, considerando as
circunstâncias.

— Não se esqueça, eu estou aqui. Eu posso estar lá embaixo em


dezessete segundos, mais rápido se eu apenas saltar o corrimão.

— Vou me lembrar. — eu respirei fundo. — Eu estou entrando.

— Você quer desligar ou você quer falar comigo enquanto você


entra?

Saindo do carro, peguei o pacote do banco de trás enquanto eu


segurava o telefone entre o ombro e a orelha. — Você sabe, eu não achei
que eu voltaria aqui. Eu realmente pensei que uma vez que ele estivesse
morto...

— O que você pretende fazer com esse lugar?

Entrando, olhei em volta para as altas paredes de tijolos e


comecei a descer as escadas. — Você acha que ele iria queimar?

— Não muito bem, — respondeu Travis. — Pouca madeira.

— Falando em pouca madeira8... pode ver suas câmeras lá


fora? Você vai saber quando Parker estará aqui?

Travis riu novamente. — É bom ouvir o seu humor. Não, eu não


consigo ver lá fora, mas eu vou saber quando ele empurrar o código na
porta.

Eu fiz o meu caminho para a parte inferior da escada e acendi as


luzes sobre a cama. — Como ele sabe o código?

— Todos têm seu próprio código. Foi ideia do Sr. Harrington. Ele
também não queria deixá-la sozinha lá embaixo para abrir a porta.

8 Ela fala little wood, falando do pau dele que é pequeno.

~ 282 ~
Eu não quero pensar sobre Stewart permanecendo em sua
cadeira para me proteger - eu não podia. — O que você pode ver com
suas câmeras?

— Tudo. Não apenas a área da cama - eu posso ver todo o


interior. Parte do meu trabalho era ter certeza de que os amigos ou o Sr.
Harrington não fossem interrompidos.

— Mas ninguém além de Stewart, nem mesmo Parker, sabia que


você estava aqui?

— Eu nunca tive que fazer minha presença conhecida.

Olhei em volta e suspirei. — Eu acho que foi uma coisa boa.

— Sim, senhora... Eu quero dizer, Victoria, foi uma coisa


boa. Alguém está digitando o código. Lembre-se, você não está sozinha.

Eu terminei a chamada e acenei com a cabeça em direção ao teto,


sem saber exatamente onde as câmeras estavam localizadas. Eu
coloquei o meu presente para Parker na cadeira de Stewart. Era uma
caixa de prata comprida com um grande laço branco. Poderia ter sido
um exagero, mas se ele caísse nessa, eu estaria mostrando o novo
dono do meu contrato como complemento que só eu sabia.

— Victoria, — a voz de Parker ao longo do quarto cavernoso soou


quando ele chegou ao degrau.

Eu me virei para ele, meus olhos abertos.

— Uau, eu não estou acostumado a ver você aqui totalmente


vestida.

— Eu não estou acostumada a te ver aqui também, — eu


respondi.

Ele se aproximou e passou os dedos contra a minha bochecha. Eu


lutei contra a crescente repulsa quando eu permaneci parada. Sua voz
estava grossa com antecipação. — Eu acredito que antes de sairmos
daqui hoje, vamos precisar de revisar algumas dessas boas
lembranças. Você sabe onde está o tapa olhos, não é?

— A minha prova, Parker. Eu preciso ver esta certidão de


nascimento que você falou.

Ele caminhou lentamente em volta de mim, me explorando dos


meus saltos Christian Louboutin para o decote da minha blusa Versace
estilo camponesa. Sua voz continua a ecoar contra a parede de

~ 283 ~
tijolos. — Vai ser um despertar rude para você, Victoria, perder todo o
dinheiro e todos os bens que meu querido amigo estava tão disposto a
dar a você. — os dedos frios de Parker traçaram um caminho ao longo
do meu colarinho, puxando minha a manga do meu ombro. — Sem
sutiã. — seus olhos se arregalaram. — Essa é uma boa menina. Talvez
que você vai ganhar alguma indulgência durante nossas horas de
educação.

— Parker, por favor, me mostre a prova.

Puxando o outro ombro da minha blusa, ele recuou e avaliou. —


Eu tenho amigos, muitos amigos. Se você decidir lutar comigo sobre
este contrato e me forçar a fazer o seu conhecimento sobre a data de
seu nascimento real público, eu só quero que você saiba que eles estão
interessados em suas habilidades. — ele olhou para os meus sapatos
novamente. — Não como você vai ser capaz de comprar sapatos como
estes, mas você vai ser capaz de sobreviver. Eu já apresentei muitas
bucetas parecidas com a sua para eles. Eu já sei que eles estão
particularmente interessados em você. — sua testa franziu. — Você tem
uma buceta famosa. Os amigos já estão me chamando.

Silenciosamente, eu ainda fiquei parada quando ele puxou minha


blusa para baixo, expondo meus seios. — Você está sendo muito
complacente. Eu estava esperando por um pouco mais de luta. — ele
beliscou um dos meus mamilos. — Devo admitir que gostaria de
desfrutar um pouco de uma luta.

Oh, idiota, eu posso lutar. — Por favor, Parker, me deixe ver o que
você tem. Eu sei o que está em jogo.

Parker colocou a maleta em cima da cama e abriu. Eu engasguei


com o conteúdo. Havia papéis, mas também havia brinquedos sexuais,
o mais notável era um chicote enrolado em um círculo.

— Você gosta do que vê? — ele perguntou com um viscoso sorriso


cheio de dentes.

Eu fechei os olhos momentaneamente e reuni a minha


força. Quando os abri, eu fiquei mais ereta, tranquilizada por saber que
eu não estava sozinha e peguei minha blusa. Antes que Parker pudesse
dizer uma palavra, eu a puxei sobre a minha cabeça, estendi a mão
para o zíper da minha saia e soltar cair no chão. De pé em apenas uma
calcinha preta e saltos, eu sorri o meu melhor sorriso, e disse: — Eu
gosto. Eu gosto de tudo o que eu vejo. — eu dei um passo em direção a
ele e corri as pontas dos meus dedos sobres seus ombros. — Eu não
tinha certeza quais seus planos seriam para hoje, mas eu tenho que

~ 284 ~
dizer que ver esse jeito bad-boy está me deixando excitada e quente. —
estendi a mão para meus seios e torcei meus mamilos. — Mas eu acho
que isso é óbvio.

Parker chegou para o meu cabelo, mas antes que ele pudesse me
pegar, eu dei um passo para trás e balancei a cabeça. — Parker, Parker,
me mostre a sua prova e eu sou toda sua. Você não precisa ser duro... a
menos que isso seja o que você gosta.

Ele murmurou algo sob sua respiração sobre cadelas e seus jogos
enquanto ele vasculhava sua pasta. Finalmente, ele tirou uma pasta de
aparência familiar.

Quando ele começou a entregar para mim, eu balancei a cabeça


novamente e deixei meu cabelo longo e escuro balançar sobre as
minhas costas. — A única coisa que falta neste armazém é... —
Madeira. — Uma mesa sólida para rever contratos. Você sabe, o seu
bom amigo Stewart gostava de fazer isso em sua mesa. Você gosta
disso?

— Você não vai jogar comigo, porra. Eu tenho a maldita prova, —


disse ele, quando ele me seguiu em direção à cozinha, no canto mais
distante do armazém. Eu não sabia o quanto os amigos viram do
edifício. Eu só sabia que esta área não era visível a partir da cama.

Estendi a mão para um robe que estava sobre um dos bancos do


bar e envolvi em torno de mim. — Aqui. — eu dei um tapinha no
banquinho ao meu lado quando me sentei. — Primeiro me deixe ver
seus documentos.

Sem tirar os olhos de cima de mim, Parker se sentou e abriu a


pasta. Voltando sua expressão satisfeita em mim, ele apontou para uma
certidão de nascimento do Estado de Connecticut. — Victoria, você
nasceu em nove de outubro. Esta pequena mudança ilegal tem
implicações de longo alcance, como você mesma disse. — em seguida,
ele levantou uma cópia da certidão de nascimento forjada. — Você
mentiu.

Pegando a certidão de nascimento, meu queixo caiu no meu peito


e meus dedos ficaram dormentes. Mesmo sabendo que era verdade, ver
a cópia rasgou algo de mim. Corri meus dedos sobre o selo. Era eu, e
essa não era eu. As implicações significavam que tudo o que eu sempre
soube sobre mim era uma mentira. Eu não era realmente uma
Conway. Minha identidade se foi.

~ 285 ~
Mordi o lábio inferior para parar o tremor quando Parker se
aproximou, segurou o meu queixo e puxou os meus olhos para os
dele. — O que você tem a dizer?

Uma lágrima caiu enquanto eu tentava sacudir a cabeça. — É


verdade. Como pode ser isso? Por que Stewart nunca me contou? Por
que a minha mãe não me disse?

— Não importa qual é a fodida verdade. Isto é. E eu não tenho


ideia do caralho por que não contaram a você. — folheando os papeis,
ele localizou o contrato e o colocou no topo das certidões de nascimento
e, ao chegar no bolso de seu casaco, ele me entregou uma caneta. —
Assine.

Com soluços ressoando do meu peito, eu fiz. Eu assinei em cada


um dos lugares que eu tinha feito na noite passada. A única diferença
com o contrato de Travis era a cláusula que agora tornou impossível eu
assinar algo sem ele como um cossignatário. Cada vez que Parker
apontava e eu assinava Victoria Harrington, era uma mentira. Esse era
o meu plano B. Eu rezei para nunca precisar dele.

Quando a página final foi assinada, Parker pegou as páginas e as


colocou de volta para a pasta. Inclinando-se para trás na cadeira,
Parker suspirou. — Victoria, eu vou gostar de ter você como meu animal
de estimação.

Minha pele se arrepiou com o pensamento.

Me levantei e engoli dramaticamente. — Eu não sabia o que iria


acontecer. Eu esperava... — eu respirei fundo. — Mas isso não importa
mais. Eu trouxe uma coisa, algo para lhe mostrar que eu posso ser
comportada. Eu posso ser respeitosa. — eu olhei para baixo. — É algo...
bem, do que eu vi na sua mala, eu acho que você vai gostar.

A testa de Parker se levantou. — Você me tem intrigado. O que


você me trouxe?

Estendi a mão para a sua mão úmida e o levei de volta para a


cadeira ao lado da cama. Levantando a caixa, eu disse: — Por favor,
sente-se. Eu acho que esta é a sua cadeira agora.

Quando Parker sentou, tirei meu robe e ajoelhei a seus


pés. Recatadamente, entreguei o presente de prata. Sem dizer uma
palavra, Parker removeu o laço e abriu a caixa. Movendo o papel de
seda, ele olhou para as luvas pretas de couro sem dedos, como aqueles

~ 286 ~
usados por levantadores de peso, e o longo chicote elegante. Seus olhos
se arregalaram.

— Stewart sempre gostou. Eu pensei que você poderia também. —


eu me virei para sua pasta e chicote. — Eu sei o que você trouxe e a
escolha é sua, mas eu gostaria de trabalhar com isso. Eu nunca... — eu
deixei minhas palavras se afastarem quando meu rosto caiu para frente
e mais lágrimas caíram.

— Porra! — Parker disse enquanto olhava o meu presente. —


Stewart estava nessa merda?

Eu balancei a cabeça. — Sim, você está surpreso?

— Porra, não - sim. Eu não sabia que ele era um bastardo egoísta.

Eu mexi minha bunda contra meus calcanhares. — Ele chamou


isso de nosso tempo especial.

Parker olhou de volta da caixa para as luvas. — Porque-

Antes que ele pudesse terminar eu ofereci, — Às vezes Stewart


realmente entrava nisso. Ele disse que as luvas ajudavam as mãos com
o punho de couro. Você não tem que usá-los. Você decide.

O viscoso sorriso do retardado se abriu. — Não, eu gosto deles. —


ele fez um gesto em direção à cama. — Porra, eu quero tentar essa
porra.

Eu balancei a cabeça. — Posso ir ao banheiro me preparar para


você?

— Sim. Não tome muito tempo.

Eu podia ver o pau fino saliente sob suas calças. — Você quer que
eu te ajude com suas roupas?

— Não, vá e seja rápida.

Lentamente, eu levantei e caminhei em direção ao


banheiro. Pouco antes de fechar a porta, eu me virei para ver Parker
desabotoar sua camisa e remover suas calças. Uma vez lá dentro, eu me
sentei na beira da banheira e tentei regular a minha respiração. Eu não
tinha ideia de quanto tempo levaria para o Cytoxan no interior das
luvas penetrar em sua pele. Ao deixar a embalagem no carro, o calor
que veio através das janelas fez o pó ser absorvido pelo couro
poroso. Eu sabia que para torná-lo mais eficaz eu precisava de suas
mãos suadas. Embora eu odiava o que eu estava prestes a fazer, eu

~ 287 ~
sabia que era a minha melhor opção. Depois de alguns minutos, eu me
preparei, respirei fundo e fiz o meu caminho de volta para a cama.

Ao vê-lo de pé em sua cueca, meias e sapatos, eu desejava o tapa


olho: esta era uma imagem que eu nunca seria capaz de apagar. Mesmo
com as luvas de couro e chicote, ele parecia menos com um Dominante
e mais como um pau fino. Eu olhei para a cama e notei as restrições de
cetim, ao mesmo tempo que Parker se virou para mim.

Eu pesava cada palavra, me lembrando que eu precisava que


suas mãos suassem. Eu também sabia a parte mais importante do meu
plano: ele não podia me tocar. Mesmo que a droga estivesse no interior
das luvas, não havia nenhuma garantia de que não seria passar através
do couro. Fazendo minha presença, eu disse, — Parker, eu sei que este
é o seu show. Acredite em mim, eu sei como isso funciona. Mas se você
quiser, eu vou te dizer o que Stewart costumava fazer.

Quando ele não respondeu, eu peguei a fita de cetim grossa e ela


correu por entre meus dedos. — Stewart sempre disse que as restrições
mais fortes estavam em minha mente. Ele disse que poderia me
amarrar, mas isso não me ensinava a obedecer. Por não amarrar as
mãos ou os pés, eu tinha que manter a posição, mesmo quando era
difícil. Ele disse que as restrições físicas eram muito fáceis para mim. —
eu levantei minha sobrancelha. — Você já notou que eu nunca fui
amarrada?

Parker assentiu. — Talvez Stewart fosse melhor nisso do que eu


pensava.

Eu continuei. — Ele me dizia o que fazer. — eu me inclinei sobre a


cama, apertei meus seios no cobertor suave, estiquei meus braços
acima da minha cabeça e mantive minha bunda no ar, espalhando
minhas pernas. — Esta era uma das suas posições favoritas.

Parker se aproximou e passou a ponta do chicote entre as minhas


omoplatas e pelas minhas costas.

Eu gemia. — Oh, Deus, Parker. Eu não quero dizer outras coisas


que Stewart gostava de fazer. Por favor, não me faça dizer isso.

O chicote veio duro na minha bunda. Eu gritei, — Porra!

— Me conte. Me diga o que você não quer dizer.

Eu balancei a cabeça de lado a lado.

~ 288 ~
O chicote desceu novamente. — Você vai fazer o que eu digo na
primeira vez. — outro tapa. — Não me faça repetir, porra. — o chicote
me bateu novamente. — Acene se você entender.

Filho da puta! Eu balancei a cabeça e rapidamente disse: —


Stewart gostava de me provocar. Ele começava me deixando quente e
me fazia esperar. Ele não me tocava, mesmo quando eu implorava. — eu
me virei para Parker, com lágrimas de verdade em meus olhos, rezando
para que ele realmente acreditasse, e implorei: — Por favor, não me
provoque. Eu nunca pensei que eu estaria de volta aqui, mas agora que
eu estou, eu estou tão excitada. Eu quero você dentro de mim.

Outro crack. Senti os vergões se multiplicarem na minha pele


enquanto eu lutava para manter a minha posição. — O meu pau fino?
— Parker provocou. — Você quer o meu pau fino dentro de você?

Crack. Minha bunda estava pegando fogo.

— Sim, por favor, Parker. Por favor, me desculpe ter dito isso.

Outro tipo de crack e depois outro. Quando o chicote provocou


minha coxa, meu celular tocou, penetrando nossa bolha.

Eu levantei as minhas mãos, minha bunda ardendo. — Parker,


me desculpe. Eu sei as regras, mas isso poderia ser sobre a minha
mãe. Por favor, me deixe ver se é o hospital.

Eu olhei para a tela: TRAVIS.

Varrendo meu dedo, eu observei os olhos de Parker enquanto eu


falava ao telefone: — Olá, aqui é a Sra. Harrington.

A voz no meu ouvido falou baixo. — Se esse filho da puta bater em


você de novo, eu vou pular na porra do corrimão e matá-lo com minhas
próprias mãos.

Eu deixei minha cabeça cair para o meu peito e me afastei de


Parker. — Oh não! Quando isso aconteceu?

— Eu cuidei da papelada. Bom trabalho na distração, Victoria.

Nosso plano era ter Parker levando as certidões de nascimento e


contrato para a cozinha e, enquanto eu tinha a atenção de Parker,
Travis iria roubar as certidões de nascimento e substituir o contrato
com um novo contrato Dom/sub. Se o nosso plano funcionasse, nós
não iríamos querer qualquer um mexendo nos seus papéis e encontrar
alguma coisa com o meu nome.

~ 289 ~
Eu balancei a cabeça. — Claro, eu vou estar lá o mais rápido
possível.

— Certifique-se de que ele não toque em você, — advertiu Travis


quando eu terminei a chamada.

Me virei para o pau fino. — Oh, Parker, me desculpe, mas isso era
o hospital e é a minha mãe. Alguma coisa aconteceu e eles querem
todos nós lá. Eu não posso deixar Val e os meninos fazerem isso
sozinhos.

Eu assisti a indecisão em seus olhos. Finalmente, ele resmungou:


— Ótimo. Teremos muito tempo para jogar meus jogos.

Eu com certeza espero que não!

Enquanto uma mão enluvada esfregou o pequeno bosque atrás de


suas cuecas, ele acrescentou: — E alguns dos jogos de Stewart,
também. Da próxima vez, você vai me dizer mais.

— Eu vou, — eu o tranquilizei quando peguei minhas coisas e


corri para o banheiro. Uma vez lá dentro, eu lavei minhas mãos pelo
que pareceu uma eternidade. Se eu tivesse um pouco que seja do
Cytoxan sobre elas, não ajudaria. No entanto, isso me fez sentir melhor.

Completamente vestida, eu reentrei no grande quarto e vi Parker


esfregando as mãos.

Pegando meu telefone e minha bolsa, eu perguntei, — Está tudo


bem?

— Sim, eu gostei das luvas. Acho que vou usá-las novamente.

Não se o Cytoxan funcionar como deve. — Deixe elas aqui, se


quiser. Vamos usá-las na próxima vez. — eu levantei minhas
sobrancelhas para cima e para baixo. — A menos que você ache que
Maura iria gostar delas.

Parker fez uma careta na minha direção e rosnou, — Nós


vamos usá-las novamente. Nunca mencione minha esposa-

Caminhando rapidamente para longe dele e para as escadas, eu


me virei sobre o ombro, — Sinto muito, Parker, mas eu realmente
preciso correr. Até a próxima vez. — eu abri meus olhos arregalados. —
Tranque tudo? — sem esperar pela resposta, eu inclinei meus ombros,
subi as escadas e passei pela porta.

~ 290 ~
Eu estava farta com este lugar. Deixar queimar ou se
desintegrar. Eu não dava a mínima!

~ 291 ~
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Presente
— TRAVIS? — eu falei através do Bluetooth do meu carro.

— Excelente trabalho, Victoria. Você está bem?

Um sorriso de boca fechada enfeitou os meus lábios. Era pelo som


de sua preocupação ou era por ouvi-lo usar o meu primeiro nome? —
Obrigada. Bem, minha bunda dói como o inferno, mas se é uma das
últimas coisas que o filho da puta fez, valeu a pena.

— Me diga que ele não te tocou com essas luvas.

— Não. Por favor, me diga que ele não tocou a cama com as luvas.

— Ele não tocou, — confirmou Travis. — Eu o observei como um


falcão. Ele colocou as luvas depois de ter se despido. Depois que você
saiu, ele se masturbou. As luvas estavam fora, mas só podemos
esperar...

— Jesus, — eu disse, franzindo o nariz e lutando contra a imagem


mental. — Eu pensei que vê-lo em suas cuecas, sapatos e meias era
ruim. Você está fazendo com que eu queira chutar suas bolas depois de
assistir o pau fino dele subir.

Travis riu. — Eu já vi pior. Eu só ficava pensando, é isso, amigo,


esfregue essa merda.

— Agora tudo o que podemos fazer é esperar. Se isso funcionar


como Val disse, deve acontecer rapidamente.

— Onde você está indo? — perguntou Travis. — Eu não gosto de


você sozinha aí fora. Isto ainda não acabou.

Piscando os olhos, tentei manter o foco sobre o tráfego na minha


frente. — Estou voltando para o hospital. Os meninos devem estar lá em
breve. Eu quero ver como minha mãe está.

— Eu deveria limpar este lugar, mas agora que Craven está aqui,
eu acho que vou te encontrar no hospital.

~ 292 ~
Eu concordei, — Saia e acenda um fósforo em seu caminho para
fora. Eu estou farta desse inferno.

— Oh, não tão rápido, eu me lembro de um contrato...

Se eu não tivesse ouvido a ponta de sarcasmo na voz dele, eu


teria batido o maldito carro. — De jeito nenhum! — eu interrompi. —
Isso só vai ver a luz do dia se o pau fino viver para discutir o contrato
que ele não pode encontrar.

— Victoria, — o tom de Travis estava de volta aos negócios. — Eu


vou te ver no Memorial Hospital.

— Sim, — eu disse quando eu balancei a cabeça e apertei o botão


de finalizar a chamada no meu volante. Segundos depois, meu celular
tocou. A tela no painel brilhou: BRODY PHILLIPS. Apertei o botão
ATENDER.

— Olá, Brody.

— Jesus, Vik, eu não posso pensar em outra coisa. Você está


bem? O que aconteceu?

Mordi o lábio inferior. Eu não podia deixá-lo saber... Saber o que


eu era, o que eu tinha feito novamente...

Eu trabalhei para clarear meu tom. — Ele não apareceu.

— O quê? — perguntou Brody, obviamente confuso.

— Parker não apareceu. Ele me disse para estar lá às duas. Eu


estava. Esperei até agora pouco. Eu não sei o que isso tudo significa
com toda essa coisa de contrato. Eu não sei o que aconteceu.

— Então ele não te tocou?

— Brody, — eu disse, diminuindo as minhas palavras. — Parker


não apareceu no armazém. Eu não o vi. Ele não me tocou.

— Oh, graças a Deus! — ele exclamou. — Mas agora, agora você


tem a porra do contrato com Travis.

— Não se preocupe com isso. Nada vai acontecer com isso.

— Não se preocupar com isso? Eu estou fora de mim. Eu não


durmo. Eu preciso de você. Eu preciso ver que você está bem.

Pensei na minha bunda. Não havia nenhuma maneira que eu


poderia ver Brody, não do jeito que ele queria me ver, nem por um dia

~ 293 ~
ou dois. — Estou bem. Eu estou no meu caminho para o hospital para
ver a minha mãe. Ei? — eu tive uma ideia. — Você poderia vir para o
hospital. Quero dizer, ela foi acusada de dirigir embriagada. Ela precisa
de um advogado. Venha para representá-la.

— Vik, o nível de álcool no sangue era quase quatro vezes-

— Eu não disse que você ia ganhar, mas talvez você possa ajudá-
la. Brody, eu sei que isso não faz sentido, mas eu não acho que ela fez
isso.

— Você acha que alguém derramou a bebida em sua garganta e a


colocou em um carro? — ele não tentou esconder seu sarcasmo.

Me sentei mais alta. — Sim.

— Vik, eu não faço milagres.

— Tudo bem, — as minhas palavras foram cortadas. — Se você


não quer representá-la, eu vou chamar Parker.

— De maneira nenhuma. Eu vou fazer isso. Eu te vejo lá.

Eu sorri. Ele era tão fácil de manejar. — E quando você vier, você
vai ver que eu estou bem.

— Oh, você está bem. Mas alguns vislumbres de você no hospital


não vai fazer isso por mim. Passei metade da noite preocupada e a outra
metade pensando nos malditos coelhos. Eu preciso de você sozinha.

Um riso escapou da minha garganta. Como eu poderia estar rindo


depois do que eu tinha acabado de fazer? Talvez fosse porque enquanto
eu eliminava esses babacas, um por um, o meu sonho de uma vida
normal nas montanhas de repente parecia alcançável.

— Vejo você no hospital, — eu disse quando eu terminei a


chamada.

***

Chegando antes dos meus irmãos, Val me encontrou no corredor


do lado de fora do quarto de nossa mãe. — Ela está acordando, — disse
minha irmã.

~ 294 ~
Eu balancei a cabeça, sabendo que pelo olhar no rosto da minha
irmã havia mais.

— Ela não está falando de forma coerente, o que não é


incomum. No entanto, é o que ela está dizendo que me deixou
preocupada.

— Por quê? Se não é coerente?

Val se inclinou mais perto. — Ela continua implorando alguém


para parar. Então ela começa a chorar. Vik, pedi que eles dessem um
calmante a ela. Eles fizeram. Em um minuto ou dois, ela não vai
falar. Eu não queria que Marcus e Lyle a vissem assim.

— Não é bom que ela esteja falando?

— É, — Val concordou. — Eu só ficava pensando sobre o que você


disse. Talvez ela não fizesse isso a si mesma. Quem faria? Quem faria
isso com a nossa mãe?

Ajeitei meu pescoço e inalei. Olhando para o corredor, eu não vi


ninguém, exceto os enfermeiros circulando muito longe para ouvir. —
Eu não sei, Val. Eu realmente não sei. E eu sei que eu nunca fui uma
líder de torcida da Marilyn. Inferno, eu fui exatamente o oposto -
Stewart poderia ter atestado isso - mas eu não acho que ela de repente
jogaria fora quase vinte anos de sobriedade. Ela estava muito orgulhosa
do que ela tinha conseguido.

Val assentiu com a cabeça quando nos viramos para o corredor


em direção ao som das vozes de nossos irmãos. Ela apertou minha mão
e sussurrou. — Me deixe voltar e me certificar de que ela está calma. Eu
volto para chamar você.

Eu balancei a cabeça enquanto ela desaparecia atrás da porta e


Marcus e Lyle ladeavam meus lados. Rebocando o meu sorriso fajuto,
eu me virei e passei meus braços em torno de cada um de seus
ombros. Ambos estavam tão altos que eu tinha que me esticar. Meus
irmãos mais novos eram homens. — Oi, eu estou feliz que você chegou
para a visita. Val disse...

Não foi muito tempo depois que os meninos e eu estávamos no


quarto que Travis bateu na porta e entrou. — Sra. Harrington, eu queria
que você soubesse que eu estou lá fora.

— Obrigada, Travis. — me surpreendeu a forma como a tensão


diminuiu de meus ombros ao ouvir o som de sua voz. Nada tinha
acontecido desde que eu tinha deixado o armazém para aumentar

~ 295 ~
minhas suspeitas; no entanto, com a promessa de Parker sobre os
amigos e o mundo Albini-Durante acontecendo do lado fora de minha
bolha, ter Travis por perto aliviou um pouco a minha ansiedade. Foi só
mais tarde, depois que os meninos tinham ido embora, que meu
telefone tocou.

— Olá?

— Sra. Harrington, é Trish da Craven e Knowles.

Eu olhei para o relógio: quase seis. Perguntas vieram mais rápidas


do que respostas. Onde tinha ido o dia todo? Por que eu não tinha
ouvido falar de Brody? O que eles tinham feito para fazer essa mulher
estúpida trabalhar até depois das cinco? A única resposta que me veio
foi: talvez ela estivesse muito ocupada sob a mesa de alguém para
perceber o tempo. Suprimindo o sorriso da minha voz, eu respondi: —
Sim, Trish.

— Senhora, me desculpe te incomodar. Sr. Craven gostaria que


você viesse para o escritório imediatamente.

Olhei para minha mãe dormindo. — Trish, eu estou atualmente


no hospital com minha mãe. Este não é um bom momento. Sr. Craven
terá que esperar.

— Minha senhora, ele disse que é urgente. Ele disse que é sobre a
vontade de seu marido.

Cuzão do caralho! Meus ombros mais uma vez ficaram rígidos


quando minha espinha ficou mais alta. O que diabos era o seu
negócio? Depois de exalar, eu concedi, — Tudo bem, diga ao Sr. Craven
que eu estou indo.

— Sim, Sra. Harrington. E...

Esperei; finalmente não fazendo nenhuma tentativa de esconder a


irritação na minha voz, eu perguntei: — E o que, Trish?

— Eu não acho que o Sr. Craven está se sentindo bem. Se você


puder se apressar. Por favor.

Eu não poderia ter suprimido o sorriso se eu quisesse. — Talvez


ele queira remarcar.

— Não, eu perguntei a ele e ele disse que era urgente.

— Estou a caminho.

~ 296 ~
Reunindo minhas coisas, Travis e eu começamos a descer o longo
corredor em direção ao elevador. Nós estávamos quase lá quando notei
dois homens ao lado do corredor conversando. Assim que o mais jovem
se virou, eu senti um déjà vu. Ele era alguém que eu conhecia, ou tinha
conhecido. Minha mente procurou, sem sucesso, quando eu tentei
desviar o olhar. Quando ele se virou, nossos olhos se
encontraram. Imediatamente eu sabia que eu estava vendo meu
irmão. Isso fez meu estômago torcer. Eu não vi o homem jovem e bonito
que eu tinha saído. Havia muito mais.

— Victoria? — a voz de Wesley ecoou pelo corredor, mais


profundo do que eu me lembrava. Quando eu fiz a varredura de cima a
baixo, eu avaliei que ele também tinha realmente amadurecido de um
menino a um homem. Seu cabelo escuro agora estado domado e
aparado, e seus ombros eram mais largos. Ele havia crescido bem, e
ainda mais bonito do que eu me lembrava. Eu tinha a sensação de olhar
para Marcus ou Lyle e como eu os veria ao longo dos anos. Não havia
nada remotamente sexual sobre os meus sentimentos em relação a este
homem. O fato de que eu já tinha esses tipos de sentimentos me enojou
um pouco.

Travis e eu paramos de andar ao som de meu nome. Enquanto eu


mantive minha expressão em cheque, eu inocentemente respondi: —
Sim?

— Você é Victoria Harrington?

— Eu sou. — eu permiti que meus olhos se alargassem. —


Wesley? Wesley Albini? — através da minha visão periférica, Travis se
ajeitou e de repente ficou mais amplo. Sem dizer uma palavra ele tinha
feito sua presença conhecida.

— Quando meu tio me pediu para... — Wesley balançou a cabeça.


— Eu estive fora do país e eu não percebi.

Minha cabeça inclinou para o lado. — Niccolo é seu tio?

— Sim, ele me pediu para ver você. — Wesley apontou para Travis
e estendeu a mão. Os dois homens silenciosamente se
cumprimentaram, até que Wesley se virou para mim. — Eu posso ver
que você está em boas mãos. Nós não quisemos insinuar o contrário. É
só que, quando meu tio pede, normalmente há uma boa razão.

— Eu aprendi que nunca é demais ter uma camada extra de


proteção. Informe ao seu tio que eu disse obrigada e espero que isso não
seja necessário por muito tempo.

~ 297 ~
O homem mais alto ao lado de Wesley se virou. Ele era mais velho
e muito parecia muito distinto. Seu cabelo preto fino tinha um toque de
cinza. A semelhança familiar com Niccolo era inegável. Meu batimento
cardíaco acelerou quando eu olhei nos olhos do meu pai pela primeira
vez. Você nunca deveria ter nascido. As palavras da minha mãe tocaram
na minha cabeça. Estendendo a mão, meu pai disse: — Sra. Harrington,
é um prazer.

Dei a ele a minha mão e respondi: — Me desculpe? A gente se


conhece?

Ele se inclinou ligeiramente com a minha mão ainda na sua, e


beijou o topo. — Sra. Harrington, eu é que deveria pedir desculpas. Seu
marido foi muito importante para a nossa família. É uma pena eu não
ter sido apresentado a sua adorável esposa antes de sua triste
passagem. — soltando minha mão, ele continuou a falar, sinceridade
emanando de cada palavra bem planejada. — Sinto muito pela sua
perda. Eu estava no funeral de seu marido quando eu te vi pela
primeira vez. Você estava com sua família. — seus olhos escuros se
suavizaram. — Não foi até que eu vi sua mãe... — ele balançou a
cabeça. — Eu não quero me intrometer. — ajeitando seus ombros, ele
disse, — Sra. Harrington, eu sou Carlisle Albini. — ele olhou para
Wesley e iluminou seu tom. — Soa como se você conhecesse o meu
filho.

Eu olhei de volta para Wesley. — Sim, senhor. Anos atrás.

Brincando, Carlisle empurrou contra o ombro de Wesley. — Antes


dela se casar? E você a deixou ir? O que há de errado com você?

Carmesim agraciou as bochechas de Wesley.

Carlisle olhou de volta para mim. — Talvez um dia você vá


perdoar o meu filho. Todos nós fazemos escolhas quando somos jovens
que lamentamos com o tempo.

— Eu temo senhor, que não fosse tão grave. Wesley e eu éramos


amigos.

— Que pena, — disse Carlisle. — Uma mulher bonita como você


seria um trunfo para a nossa família.

Meu queixo subiu indignado. Ele sabia. Eu sabia que ele sabia. No
entanto, suas palavras não pareciam como uma ameaça, mais como
uma demonstração de apoio.

~ 298 ~
Antes que eu pudesse responder, Wesley disse: — Victoria, por
favor, perdoe o meu pai. Ele parece pensar que o nome da família está
morto. Eu disse a ele que vinte e oito não é tão velho, mas ele se casou
com minha mãe muito jovem.

Encontrando a minha voz, eu sorri. — Por favor, Sr. Albini, desde


que eu só tenho vinte e oito, eu espero que você não me considere
velha. Como você sabe, eu sou agora uma viúva.

Ele balançou a cabeça e olhou para baixo. Quando nossos olhos


se encontraram, uma faísca que eu tinha visto apenas momentos atrás
tinha se extinto. — Niccolo me disse que a morte de seu marido não vai
afetar o nosso negócio? Eu queria discutir isso com você.

— Seu irmão está certo. Eu não tenho planos de fazer quaisquer


alterações precipitadas. Eu ficaria feliz em discutir mais o assunto; no
entanto, eu estou indo para uma reunião.

Ambos, Wesley e Carlisle assentiram. — Outra hora. Bom dia,


Sra. Harrington. — Carlisle estendeu a mão e gentilmente segurou meu
braço. Silenciosamente, ele sussurrou, — A morte de seu marido abriu
algumas portas que eram melhores terem sido deixadas fechadas. Por
favor, saiba que a sua lealdade à nossa família é apreciada. Sinto muito
por sua mãe. Eu acredito que era para mim. Os dois de nós... — ele
balançou a cabeça em direção a Wesley. — Também éramos amigos há
muito tempo. Tenha certeza que essas portas que eu mencionei em
breve serão fechadas e você não tem nada a temer.

— Obrigada, Sr. Albini.

— Carlisle, — ele corrigiu.

Eu concordei e engoli o caroço se formando na minha garganta. —


Carlisle.

Chegando no bolso de seu casaco de seda, ele me entregou um


cartão. — Sra. Harrington, este é o meu número pessoal que eu
raramente compartilho. Se você precisar de alguma coisa, chame.

Eu passei meus dedos ao redor do cartão de visita e fiz o meu


melhor para permanecer estoica quando eu perguntei. — Essa falta de
medo que você mencionou? Eu sou nova em tudo isso, mas inclui a
minha família?

Carlisle e Wesley concordaram com a cabeça em uníssono.

~ 299 ~
— Obrigada, Carlisle... Wesley. — eu balancei a cabeça para cada
um deles. — Espero que a chamada não seja necessária.

— De agora em diante, Sra. Harrington, os Albinis vão estar lá


para você como se você fosse parte desta família. Erros foram
cometidos, mas com certeza não abandonamos a família.

Eu sorri. Eu já disse obrigada mil vezes. Quando eu assisti


Carlisle e Wesley saírem, eu pensei ter ouvido Speak Softly
Love tocando ao fundo. Balançando a cabeça, eu decidi que era uma
melhoria definitiva sobre Fatal Lullaby. Quando eu não me mexi, Travis
tocou a minhas costas me levando em direção aos elevadores. Um
momento depois, senti a mão tensa. Quando olhei para cima, meus
olhos se encontraram com seus olhos azuis que eu estava esperando
ver.

Eu me virei para Travis. — Me dê um minuto. Eu sei que Parker


está esperando, mas eu pedi para Brody estar aqui para minha mãe.

Embora eu estivesse falando, Travis estreitou o olhar e saiu de


perto do Brody.

— Sim, Sra. Harrington, — veio de suas mandíbulas cerradas.

Idiota! Que diabos era o seu problema? Esse contrato maldito não
era real. Travis não tinha o direito de julgar quem eu via ou não. Eu
poderia estar com quem eu queria. Eu não disse isso de pé no corredor
do hospital, mas eu fiz uma nota mental de mencionar isso uma vez que
estivéssemos no carro. Nesse meio tempo, eu mordi a língua, balancei a
cabeça pela desaprovação evidente em Travis e caminhei em direção a
Brody. Quando me aproximei, eu sorri para seus belos olhos; no
entanto, o mais perto que eu cheguei, mais óbvio era que o meu prazer
ao vê-lo não era correspondido.

— Brody? Qual o problema? Onde você esteve?

Pegando minha mão, ele me puxou para baixo o hall. O primeiro


quarto pequeno que veio estava ocupado por um casal de
idosos. Silenciosamente, nós andamos pelo corredor até chegarmos a
um banheiro.

— Que porra é essa? — eu murmurei enquanto ele me empurrava


para dentro com ele e bloqueou a porta. Olhando o banheiro, eu
enruguei o meu nariz e disse: — Isto foi bruto. O que você está fazendo?

— Vik, uma melhor maldita pergunta é: o que você está fazendo?

~ 300 ~
Eu abri minha mão e li Carlisle Albini em letras luxuosas. Dando
de ombros, eu dobrei o cartão dentro da minha bolsa. — Eu estou no
meu caminho para o seu escritório.

Brody passeou pelo incrivelmente pequeno espaço. — Meu


escritório? Craven e Knowles, por quê?

— Parker ligou... bem, Trish ligou. Ela disse que quer me ver. É
urgente.

Brody se moveu em direção a mim. Suas mãos espalmaram a


parede em ambos os lados do meu rosto, criando uma gaiola com seus
braços fortes. Empurrando seu corpo mais perto, ele me pressionou
para trás. Quando minha bunda dolorida bateu na parede, um gemido
escapou dos meus lábios.

— Qual é o problema, baby?

Estendi a mão e acariciei sua bochecha. Sua barba suave parecia


familiar sob meus dedos. Sua pele quente e aroma fresco encheu meus
sentidos, aliviando minhas dores. Ele era o meu normal, a minha
promessa para uma vida real. — Nada, Brody, — eu suspirei. — Eu só
não sei porque você está tão tenso?

— Vik, você estava falando com o Albinis. Você nem sabe quem
eles são?

Eu balancei a cabeça, permitindo que meus dedos pastassem pelo


seu pescoço quente. — Não. Eu não sabia nada sobre eles até o outro
dia. Eles foram muito agradáveis.

Brody bateu na parede de concreto perto da minha cabeça. —


Agradáveis! Vik, essas pessoas não são agradáveis. Eles são
perigosos. Você não deveria estar falando com eles. Você não
entende. Por que Travis não estava lidando com eles?

Fiquei indignada. — Eu não preciso de Travis ou você ou Parker


ou qualquer outra pessoa para fazer o meu negócio. Stewart deixou
tudo para mim. Eu posso fazer isso.

— Stewart? O rato-podre que te tratou como uma fodida


mercadoria? Bem, Deus sabe que nós não queremos decepcioná-lo.

— Brody. — mais uma vez eu estendi a mão para sua


bochecha. — Brody, você está chateado. Eu nunca vi você assim.

— Você me disse que não viu Parker.

~ 301 ~
— Não vi, — eu menti. — Eu estou supondo que é por isso que ele
quer que eu vá ao seu escritório.

Os olhos de Brody se fecharam quando ele exalou. Se afastando


da parede, ele passou as mãos pelo seu cabelo loiro e passeou em um
pequeno círculo. Suas ações me fizeram lembrar de assistir a um
animal enjaulado. Quando ele olhou de volta em minha direção, sua
raiva foi embora. Eu vi o amor e adoração que eu não merecia, mas
desejava ter. Era o olhar que eu imaginava naquele cobertor grande
perto do nosso lago cercado por montanhas.

— Baby. — ele capturou meu rosto e cobriu minha boca com a


sua. A temperatura do pequeno banheiro aumentou enquanto sua
língua dançava com a minha. Quando o nosso beijo terminou, ele olhou
profundamente em meus olhos cinzentos e disse: — Você não sabe o
quão preocupado eu estive. Eu não dormi a noite passada. Eu sou como
um homem louco. Tudo que eu fiquei pensando era você com Parker ou
Travis ou qualquer outra pessoa.

— Eu nunca estive com Travis. Eu sei disso com certeza.

— Como você sabe?

— Eu só sei.

— Mas agora... Agora você está falando com Albinis. Vik,


porra! Você está mexendo com fogo.

Eu balancei minha cabeça. — Não, eu não estou. Eu não posso te


dizer tudo isso, mas eu confio neles. Eu confio.

— Jesus, você não os conhece. Você confia neles e você não os


conhece. E você quis o nome de Travis Daniels em um contrato em vez
do meu. Você não confia em mim.

— Eu confio. Eu confio em você. O contrato com Travis não é


exequível. Eu te falei isso. Funciona para mim. Nada vai vir dele. Eu vou
ir ver Parker. — eu passei meus braços em torno do abs apertado de
Brody e me pressionei contra seu peito. Lençóis recém-limpos vieram à
mente enquanto eu inalei. — Brody, isto está quase feito. Quando
podemos encontrar esse lago? — enfiei minha cabeça sob seu queixo e
ouviu seu coração errático. Mesmo através de sua camisa eu senti seu
calor, um contraste gritante como tinha sido com Stewart, sobretudo no
final. Stewart tinha sido frio, sempre tão frio.

Brody beijou o topo da minha cabeça. — Sim, Vik, só você e eu e


alguns malditos coelhos.

~ 302 ~
Eu sorri. — Eu acho que isso significa que haverá um monte de
coelhos.

Ele me abraçou apertado.

Olhei em volta. — Brody, embora isto pareça estar limpo, eu tenho


que dizer, é mais nojento do que o maldito motel. Que tal a gente se
encontrar amanhã? — eu esperava que minha bunda estivesse melhor
até então. Contanto que não tivesse contusão, os vergões teriam ido.

— Claro, Vikki, amanhã. — mais uma vez ele segurou minhas


bochechas. — Sem mais negócios com o diabo. Você fez isso uma
vez. Vamos lidar com Parker. Você só vai se sentar e desfrutar da sua
liberdade.

Fechei os olhos e assenti. A minha única preocupação foi que meu


tempo no armazém iria terminar. — Eu não me importo sobre o negócio,
— eu disse, — mas eu prometi a Albinis-

Seu dedo veio aos meus lábios. — Baby, eu sou a porra de um


advogado. Não me diga nada do que você prometeu a esses
delinquentes. Só me prometa que você vai se concentrar desse cobertor
grande.

Minhas entranhas torceram na mais agradável das maneiras. —


Eu irei. Agora eu preciso descobrir o que Parker quer.

Brody se inclinou, me dando mais um beijo de despedida que saiu


dos meus lábios queimando com pensamentos de um futuro. Eu
endireitei a minha saia e blusa e abri a porta. Assim quando eu estava
prestes a abrir, Brody ofereceu com um sorriso, — A propósito, Sra.
Harrington, eu vou representar a sua mãe.

— Este foi uma consulta interessante, conselheiro.

— Espere até receber a minha conta.

Quando entramos no corredor, Brody caminhou na direção


oposta, em direção ao quarto de minha mãe, e o olhar escuro de Travis
me checou da cabeça aos pés. Caminhando de volta ao elevador, ele se
inclinou mais perto e inalou. Enquanto ele se endireitou, ele sussurrou:
— Bem, pelo menos você não fede a uma foda.

Imbecil! — Você trabalha para mim.

— Estou dolorosamente consciente. — ele balançou a cabeça. —


Dolorosamente consciente.

~ 303 ~
CAPÍTULO VINTE E SETE
Presente
TRAVIS ME DISSE QUE ele tinha arranjado para o meu carro ser
levado de volta para a cobertura. Eu não me importava. Com tudo o que
havia acontecido, eu teria dificuldade em me concentrar em dirigir. Em
seu SUV, eu me estabeleci contra o banco do passageiro e tentei fazer o
sentido de minha tarde. Eu não poderia processar a totalidade: Parker
no armazém, os Albinis... e, em seguida, Brody. Parker era um idiota -
um pau fino - mas isso não foi uma revelação. Os Albinis - alguns dias
atrás, eu nunca tinha ouvido o nome. Eu nunca tinha ouvido falar de
Carlisle Albini. Agora, nós tínhamos conversado. Embora o meu nível de
conhecimento era apenas ligeiramente elevado, senti uma sensação de
calma surpreendente. Mas Brody não. Ele estava chateado que eu falei
com eles. Por quê?

— Victoria, — a voz profunda de Travis me puxou das


profundezas de meus pensamentos e perguntas. — A forma como você
lidou com o Albinis, eu acho que o Sr. Harrington ficaria
orgulhoso. Honestamente, eu acho que ele ficaria chocado. Sinto muito
em dizer, ele provavelmente subestimou você.

Você não tem ideia do caralho. — Eu não acho que ele é o único.

Os lábios de Travis se juntaram em uma linha reta, antes dele


dizer: — Ele se importava com você. Eu vejo como você duvida disso,
mas ele se importava.

Eu não quero pensar sobre Stewart se importando comigo; no


entanto, eu perguntei: — Como você sabe?

— Eu sei. Ele trabalhou para manter sua identidade oculta de


ambos os lados. Ele acreditava que, se Carlisle soubesse quem você era,
você estaria em perigo.

Eu me virei para Travis. — Minha mãe tinha dito a mesma coisa,


mas eu não senti isso. Você sim? Agora mesmo?

Ele balançou a cabeça. — Não, eu não. Acho que o Sr. Albini te


respeita.

~ 304 ~
— Oh, Deus! — meu estômago embrulhou quando náuseas me
golpearam com vingança.

— O quê? — os olhos escuros de Travis voaram em minha


direção. — Qual o problema? Você vai vomitar?

— Não, não é isso. É que... eu tive um pensamento. Oh, Deus, por


favor, por favor, Travis... por favor me diga que os Albinis não
são amigos.

Ele estendeu a mão e a colocou no meu joelho de repente


tremendo. Sentindo o calor, eu olhava para o seu tamanho enquanto
esperava sua resposta. Depois de um momento, ele a puxou. —
Desculpe, eu me lembro: nenhum toque, nunca. — seus lábios se
transformaram em um sorriso torto. — Não, os Albinis não estavam
entre os amigos de Stewart. Eu tenho certeza que eles têm um monte de
mulheres em seus negócios. No entanto, quanto mais eu vejo deles,
mais eu estou inclinado a acreditar que eles podem ser alguns dos
homens mais honrados em um mundo de sujeira. É, sem dúvida, por
que eles são os mais bem sucedidos. — ele olhou de volta para mim. —
Nada contra você, mas eu não tenho certeza se ele iriam querer ser um
dos amigos de Stewart.

— Você quis. — eu não tinha certeza do que me fez dizer isso,


mas uma vez que isso saiu, eu não podia trazê-lo de volta.

Travis deu de ombros. — Eu não sou honrado.

— Eu estou começando a questionar isso. Um tempo atrás, eu


teria concordado com você, mas agora eu não estou muito certa. — eu
me virei para ele e estudei seu perfil. Seu queixo duro flexionado, sua
mandíbula apertada. — Você fez isso de propósito não é?

— O quê? — ele perguntou.

— Você foi um bruto comigo. Naquele dia, no armazém; você


queria que eu soubesse que era você.

Ele forçou um riso. — Sim, porque eu gosto de ser mordido até eu


sangrar e de uma joelhada nas bolas. É um dos meus passatempos
favoritos.

— Não. — eu balancei a cabeça, fechei os olhos e me afastei. Me


lembrei daquele dia. Me lembrei de seu cheiro e seu hálito quente. Eu
estava tão assustada. Após esse incidente levou um tempo para Stewart
convidar seus primeiros amigos; em vez disso, Stewart passou mais
tempo e trabalhou comigo, me incentivou. Naquele dia, também me deu

~ 305 ~
a sensação de que, mesmo com o que ele estava me obrigando a fazer,
Stewart estava cuidando de mim. Talvez ele tenha mesmo, mas agora eu
sabia que Travis também. Travis estava sempre lá, mesmo hoje. — Você
sabia que eu não estava pronta. Você fez o que fez: você propositalmente
fez com que eu soubesse que era você. Você disse que assim eu teria
mais tempo. Você também queria que eu soubesse que através de toda
essa merda, eu estava protegida.

As juntas de Travis empalideceram quando seu aperto agrediu o


volante. — Você está errada. Eu queria transar com você. Eu sou o
único fodido homem que esteve no armazém que não teve o pau dentro
de você. Eu estava muito enérgico. Estraguei tudo.

— Eu não acredito em você.

Travis virou seu escuro olhar de volta em minha direção. — Você


está me chamando de mentiroso?

Presunçosamente, eu assenti. — Sim, eu estou.

— Você está errada. Eu queria transar com você antes e eu ainda


quero. Talvez quando chegarmos ao Craven e Knowles nós devemos
verificar a legalidade do meu contrato.

— Você é um mentiroso e isto não vai acontecer. Se você


realmente queria isso, Stewart teria cedido. Ele teria deixar para você.

— Sra. Harrington, você está absolutamente errada.

Eu sorri para a janela. — Victoria, idiota, meu nome é Victoria e


eu não estou errada. Você tem sido um cara legal o tempo
todo. Ha! Quem diria?

Olhei para o relógio no SUV quando Travis estacionou na Craven


e Knowles. Eram quase sete e meia: quase cinco horas desde que eu
tinha deixado Parker no armazém. Quando nos aproximamos das
portas de vidro de chumbo para a ostensiva grande entrada do
escritório de advocacia renomado, Trish surgiu de atrás de sua mesa, os
olhos arregalados quando ela correu em direção a nós. Abrindo as
portas, ela disse, — Sra. Harrington, estou tão feliz por você estar aqui.

Sem dúvida, a surpresa no cumprimento gregário de Trish foi


evidente no meu rosto. Nunca, nenhuma ela tinha sido tão
acolhedora. — Trish. — eu assenti.

— Sra. Harrington, me deixe te mostrar o caminho para o


escritório do Sr. Craven. Você vai ver quando chegar lá... — ela

~ 306 ~
acrescentou em um sussurro, — Ele precisa ir para casa. Eu tenho
medo que todos nós vamos ficar doentes se ele não fizer.

Eu parei no meu caminho. — Trish, se o Sr. Craven está doente,


talvez-

Seu longo pescoço visível com seu cabelo escuro torcido atrás de
sua cabeça, acenou de lado a lado. — Não, ele disse que não vai sair até
que ele fale com você... — ela olhou para Travis de cima para baixo. —
Sozinha.

Olhei para Travis e voltei para a Trish. — Tudo bem. Sr. Daniels
vai esperar lá fora. Podemos ir para a sala de conferência?

— Não, senhora. Sr. Craven quer que eu te leve para seu


escritório. — eu segui a segui quando ela nos levou, passando pelo
aquário e por um longo corredor. Quando ela fez, eu percebi que eu
nunca tinha entrado nos escritórios dos parceiros. Apenas uma vez eu
tinha ido ao escritório de Brody; era sempre melhor para nós reuniões
fora da empresa. Depois de apenas um toque sobre a porta de madeira
brilhante, Trish abriu, revelando a grandeza do espaço de trabalho
privado do sócio sênior.

A estante forrada com volumes de livros jurídicos preenchia uma


parede. Fugazmente, eu me perguntava se com a tecnologia de hoje isso
era realmente necessário. Não seria mais fácil fazer uma pesquisa de
computador para localizar um precedente específico do que procurar
através de uma parede de livros empoeirados? Duas das paredes eram
de vidro do chão ao teto, com vista impressionante para o mar. Foi na
frente de uma daquelas janelas espetaculares onde os meus olhos
foram atraídos de repente. Eu não podia olhar para longe do homem
atrás da mesa. Sua pele normalmente azeitona estava pálida e seu rosto
estava coberto com uma camada de suor. Mais suor escorria de sua
testa, correndo pelo seu rosto e mergulhando do queixo tremendo para
as profundezas de sua camisa umedecida. Mesmo seus olhos estavam
nublados com um véu da enfermidade.

— Meu Deus, Parker, o que aconteceu com você?

As nuvens diante de seus olhos entreabriram, quando um escuro


olhar ameaçador olhou na minha direção. — Sente-se, Sra.
Harrington. Trish, nos deixe a sós.

Eu me virei para Trish que me olhou com as sobrancelhas


levantadas. Eu balancei a cabeça, confirmando suas preocupações
anteriores. Parker Craven obviamente estava doente.

~ 307 ~
Quando me virei, Parker disse: — Eu acredito que eu disse mais
cedo hoje para não me fazer repetir. Sente-se.

Eu considerei discutir. Eu passei a maior parte do dia em pé,


graças a ele, mas vendo sua palidez, eu balancei a cabeça e sentei à
beira de uma cadeira. Quando eu fiz, ele sorriu sadicamente e
perguntou: — Você está confortável, Sra. Harrington?

— Não, eu não estou. Você me chamou aqui para tripudiar?

— Dificilmente. Eu chamei você aqui... — suas palavras foram


interrompidas por uma tosse seca. — Recebi algumas notícias
preocupantes. Há rumores de que você fez a decisão infeliz de entreter...
— mais tosse. — Um risco de negócio que eu sinto que seria melhor... —
tosse. — Ser interrompido.

— Se você está falando sobre Travis-

Seu punho bateu na mesa enquanto a outra mão foi para o


colarinho de sua camisa, soltando o botão de cima e sua gravata. Parker
continuou, — Não interrompa e não banque a burra. Você falou com
Niccolo Albini.

Ele mais uma vez começou a tossir.

Esperei. Com meus olhos bem abertos, eu implorei, — Parker,


isso pode esperar. Você está obviamente doente. Espero que isso não
seja contagioso. Vamos discutir isso quando você estiver se sentindo
melhor: talvez quando discutimos a vontade. Agora, eu sou a esposa de
Stewart e eu vou falar com quem eu quiser.

Ele tomou um gole de água e enxugou a testa com um lenço. —


Você não vai fazer mais promessas ou acordos com os Albinis. Com o
nosso novo contrato, eu estou no comando de todas essas
decisões. Para esse fim, a menos que queira sua data de nascimento e
tudo o que implica sendo público, e, acredite, você não quer, você vai
assinar esta procuração.

Mais tosse. Seu peito convulsionou quando ele pegou o lenço. Eu


fiz uma careta pelo vermelho escorrendo.

Balançando a cabeça, Apertei os lábios. — Meu Deus, você está


ficando pior a cada minuto. Alguém chamou Maura? Ela deve te levar
para casa.

— Victoria, os Albinis não sabem quem você é. Se eles souberem-

~ 308 ~
Eu fiquei de pé. — Você vê, Parker, aí que está o engano onde
você e Stewart estavam equivocados. Carlisle, meu pai, e eu tivemos um
agradável bate-papo nesta tarde no hospital. Aparentemente, você
estava mal informado. Eu não sei o que você ou os Durantes acham que
sabem, mas eu asseguro, Carlisle Albini é um homem honrado. Seu
irmão Niccolo prometeu sua proteção sobre mim e minha
família. Carlisle confirmou isto. Por enquanto, creio que esta discussão
acabou.

Cansado, ele balançou a cabeça. — Não, você não pode fazer


isso. Você não pode fazer nada disso. Você não tem o poder. — ele
limpou o suor de novo, uma vez que escorria perto de seus olhos. — Eu
tenho o seu contrato.

— Parker, você está delirante. Eu tenho medo que a febre faça


você esquecer. Eu nunca assinei um contrato com você. — enquanto eu
falava, ele se abaixou perto de seus pés para onde eu pensei que ele
tinha sua pasta. — Eu não vi você hoje até agora. Harrington Spas e
Suites não será comandado por você. E muito em breve, vou estar à
procura de uma representação legal em outros lugares. Oh... — eu
adicionei enquanto ele procurava através da pasta agora aberta sobre
sua mesa. — E o armazém está fechado.

— Você não pode... — ele engasgou.

— Eu posso e eu fiz. — eu puxei meu celular da minha bolsa e


encontrei Maura Craven em meus contatos.

Falando ao telefone, eu disse, — Maura, minha querida,


Olá. Sinto muito te incomodar. Mas eu vim para o escritório de seu
marido para falar sobre o testamento de Stewart, e minha cara, o seu
marido está doente. Ele está sendo muito machão para admitir isso,
mas eu estou preocupada.

Eu sorri para Parker quando Maura respondeu.

Quando ela terminou, eu disse: — Sim, vamos precisar almoçar


um dia desses. Eu acho que você deveria vir buscá-lo. Não queremos
que ele trabalhe até a morte, não é?

— Adeus, querida.

Desliguei a chamada e me inclinei mais perto, abaixando minha


voz. — Só mais uma coisa: Eu ouvi uma coisa muito interessante na
televisão no outro dia. Eles estavam dizendo que não é inteligente tentar
transformar animais selvagens em animais de estimação. Eles disseram

~ 309 ~
que pode ser perigoso. — inclinei a cabeça para o lado e examinei seu
patético corpo, tremendo. — Oh, isso foi apenas uma curiosidade
aleatória eu queria compartilhar. Infelizmente, eu acho que pode ser
tarde demais para você.

— Eu quero agradecer a você por me chamar aqui esta noite. Eu


teria odiado ter perdido isso. — eu puxei o contrato genérico Dom/sub
da pasta e coloquei no topo. — Você pode querer destruir isso antes de
Maura chegar. Não quero que ela saiba com que pau fino ela se casou.
— eu acenei meus dedos quando me virei para sair. — Desta vez, eu vou
ser a única a administrar tudo. Adeus, Parker.

~ 310 ~
CAPÍTULO VINTE E OITO
Presente
EU ACORDEI NA MANHÃ seguinte com o toque do meu
celular. MAURA CRAVEN piscou na tela.

— Maura, — eu disse, sonolenta. — O que está acontecendo?

— Victoria, eu sinto muito ligar tão cedo, mas você precisa ir para
o Memorial Hospital rápido.

Minha mente cansada de repente estava bem acordada. — Deus,


Maura, é a minha mãe? — como Maura Craven sabe sobre minha mãe?

— O quê? Não, Victoria, é Parker. Ele está muito doente. Os


médicos não sabem o que está errado, mas eles querem monitorar todos
os que estiveram em contato com ele.

— Jesus, Maura, eu sinto muito. — me sentei, avaliando meu


corpo. Depois de apenas um momento, eu decidi que eu não estava
doente; de fato, até a minha bunda parecia melhor. — Eu me sinto bem.

— Parker se sentia bem na manhã de ontem também. Agora...


oh... Victoria, agora ele não pode sequer respirar. Seu cabelo está
caindo e eles têm esse tubo na garganta dele. É horrível. — eu a ouvi
segurando as lágrimas.

Oh, assim como Stewart. — Maura, como você está?

— Eu estou fora de mim, mas fisicamente, estou bem. Bem, pelo


menos por agora, mas os médicos estão me monitorando. Por favor,
venha. Trish disse que não esteve com Parker por muito tempo, mas se
você começar a ter sintomas, talvez eles possam fazer alguma coisa.

— Eu estava a três metros de distância.

— Ele estava tossindo? — perguntou Maura.

— Sim, — eu admiti.

— Victoria, venha, por favor, eu não quero que nada aconteça


com você.

~ 311 ~
Fechei os olhos. — Obrigada, Maura. Eu estarei aí assim que eu
puder.

Travis nos levou para o hospital em silêncio, ambos


profundamente conscientes de nosso papel nesta cadeia trágica dos
acontecimentos. Quando o SUV se aproximou do hospital, Travis
estendeu a mão e tocou minha perna. — O filho da puta merecia isso.

Eu balancei a cabeça. — Eu sei. Eu não me sinto mal por


ele; talvez eu devesse, mas não. Eu não estou saboreando a ideia de
enfrentar Maura, mas um dia ela vai perceber que ela está melhor sem
ele.

— E seu pau fino, — Travis acrescentou com um sorriso torto.

— Sim, e seu pau fino.

— Eu não tinha ideia de que iria funcionar tão rápido, — disse


Travis enquanto procurava um lugar para estacionar.

— Eu também. Eu acho que o outro leva mais tempo. Eu não me


lembro exatamente.

— O outro?

— É um líquido vermelho. Eu acho que se ele é ingerido, ele


funciona mais lento. Os sintomas são perceptíveis, como a perda de
cabelo, mas uma vez que está no sistema não pode ser interrompido. Eu
usei o pó. Val disse que era tóxico, que ainda era um pouco desastroso
para o sistema imunológico. Talvez eu tenha exagerado o tanto que eu
coloquei nas luvas.

Travis olhou para mim, seu olhar estreito. — Estou feliz que os
médicos vão olhar você. Tem certeza que você está se sentindo bem?

Eu cobri a sua mão que ainda estava na minha perna e


suspirei. — Eu estou; até a minha bunda parece melhor. Se Parker ficou
tão doente tão rápido, eu acho que estou limpa. — então eu pensei
sobre Travis. — Você não tocou em nada... Você não está se sentindo
mal, não é?

Ele balançou a cabeça. — Não, como eu disse ontem, eu iria


limpar, mas eu decidi deixar pra lá e te levar ao hospital.

— E você está sentindo...

— Sra... Victoria, estou me sentindo bem. — ele estacionou o


SUV. — Posso acompanhá-la até a unidade de doenças infecciosas?

~ 312 ~
— Oh, Sr. Daniels, essa linha que você colocou, porque é
excepcionalmente intrigante?

— Não, acredite ou não, é a primeira vez que eu uso. No entanto,


— ele disse com um brilho nos seus olhos escuros, — Eu posso segurá-
lo. Você nunca sabe quando ele pode vir a calhar.

— De fato, — eu pressionei meus lábios e procurei a minha


máscara de preocupação: o que eu tinha usado durante meses
enquanto cuidava do meu marido morrendo. Com as recentes
revelações, eu me senti menos autoconfiante sobre o que eu tinha
feito. Enquanto nós caminhamos através das portas do hospital, eu me
perguntava se era hora do karma morder na bunda.

Com a minha fachada firmemente no lugar, chegamos ao posto de


enfermagem. — Com licença. Sou Victoria Harrington, Sra. Craven
chamado-

Os olhos da enfermeira se arregalaram. — Sim, os médicos


gostariam de ver você. Temos uma área com os outros. É um isolamento
improvisado. — ela olhou para Travis. — Sinto muito, senhor. É apenas
para aquelas pessoas-

— Eu estava com a Sra. Harrington no escritório do Sr. Craven na


noite passada, — declarou ele.

— Oh, e seu nome? — ela perguntou enquanto verificava sua


lista.

— Meu nome é Travis Daniels.

— Senhor, eu não vejo-

Eu virei meus olhos cinzentos para a mulher na minha frente. —


Minha senhora, por que ele mentiria? Esse isolamento improvisado é tão
agradável que você tem que parar a multidão de entrar? — eu,
obviamente não estava fazendo uma amiga, mas eu também não estava
pronta para estar a sós com Parker ou qualquer outra pessoa, sem
Travis.

— Não, senhora. É só que, ao permitir a entrada do Sr. Daniels


podemos estar o expondo desnecessariamente-

— Você não precisa se preocupar. Se a Sra. Harrington foi


exposta, então eu também fui, — interrompeu Travis.

~ 313 ~
Talvez fosse pelo seu tamanho ou o seu tom, independentemente
do motivo, depois de um breve olhar de Travis para mim, e volta para
Travis, a enfermeira suspirou e relutantemente levou nós dois por
algumas portas e por um longo corredor. Depois de algumas voltas e
mais algumas portas, chegamos a uma porta com uma imagem bonita
de três círculos incompletos e um sinal de alerta para não entrar sem
equipamento de segurança adequado.

— Vocês dois podem entrar aqui.

Olhei para Travis e levantei minhas sobrancelhas.


Silenciosamente, ele balançou a cabeça e entramos. Uma vez lá dentro,
fomos recebidos por Trish e outros membros da equipe Craven e
Knowles. — Trish, — eu perguntei, — onde está a senhora Craven?

— Ela está com o Sr. Craven. — os olhos de Trish estavam


vermelhos.

— Como você está se sentindo? — perguntei, fingindo


preocupação.

Ela assentiu com a cabeça enquanto engolia. — Estou bem. Nós


todos parecemos estar bem. — ela me avaliou. — E você?

Eu balancei a cabeça.

— Eu sabia que... ontem... Eu só sabia... — as palavras de Trish


se apagaram quando outra mulher a abraçou e a levou para
longe. Travis e eu achamos duas cadeiras. Nós nos sentamos enquanto
o tempo se arrastava. Através de uma série de mensagens de texto com
a minha irmã, eu descobri que Parker tinha deixado o hospital em um
tumulto. Tudo o que ele tinha estava progredindo muito rápido. A boa
notícia era que ninguém tinha ficado doente.

Quando eu estava quase dormindo de tédio, a porta se abriu e o


senador Robert Keene entrou. Imediatamente seus olhos redondos
encontram os meus. Inconscientemente, eu me aproximei de Travis, que
também havia sido induzido a uma falsa sensação de serenidade. Ele se
sentou mais alto quando eu ofereci sarcasticamente: — Senador, bem-
vindo à nossa festa.

— Sra. Harrington, — ele acenou com a cabeça.

— Senador, sua adorável esposa vai se juntar a nós?

— Não, felizmente para ela foi só eu que teve uma breve reunião
com Parker ontem à tarde. Ela não estava presente.

~ 314 ~
Inclinei a cabeça para o lado. — Eu diria que um homem de sua
importância tem um monte de reuniões sem a sua esposa, ou até
mesmo, talvez, sem o conhecimento dela.

Ele se mudou para a cadeira ao meu lado e baixou a voz. —


Sra. Harrington, seria mais inteligente manter o seu conhecimento para
si mesma. Parker me disse sobre um novo acordo - um novo contrato. É
do meu entendimento que, uma vez que ele estiver bem, certas
situações de negócios serão anuladas. — ele me olhou por um
momento, movendo apenas os olhos do meu rosto para os meus seios e
pernas. — Devo dizer, eu também estou satisfeito por saber que outras
obrigações do seu marido vão continuar a serem cumpridas. Agora a
palavra é, as regras mudaram. — ele franziu a testa com conhecimento
de causa. — Você está confortável? Ou você prefere se levantar?

Não foram apenas as palavras que fizeram a minha pele se


arrepiar: era a respiração dele. Lutei contra a vontade de vomitar, não
porque eu não gostava da imagem dele coberto de meu vômito, mas
porque eu não queria que os médicos interpretassem mal os meus
sintomas. Em vez disso, eu sorri apelativa e me inclinei mais perto. Com
um sussurro, eu disse: — Parece que Parker manteve você mal
informado. Eu não tenho ideia do que você está falando. E, sobre os
negócios, as transações do meu marido vão continuar como ele
planejava.

— Sra. Harrington... — com cada palavra suas bochechas rosadas


ficaram mais e mais vermelhas. — Eu estou certo que você não
entendeu as conexões-

Eu coloquei minha mão sobre a dele. — Aparentemente, você não


sabe das minhas. — inclinei a cabeça para o lado e usei a minha voz
mais doce. — No entanto, se você me empurrar de novo, vou usá-
las. Senador, como eu tenho certeza que você está ciente, o sangue é
mais grosso do que a água.

— E eu sou-

— Água, senador. Sheila é sangue. Eu sei mais do que você


pensa. Não me empurre.

Quando ele estava prestes a responder, uma mulher entrou em


nossa sala vestindo algo que mais parecia um traje espacial. — Eu
preciso monitorar todos os seus órgãos vitais. Alguém está se sentindo
mal?

~ 315 ~
— Não, — uma mulher que eu não conhecia, disse. — Isso é
bobagem. Estamos todos bem. Quando podemos ir?

— Eu diria que em breve, mas houve outro caso. Eu tenho medo


que as pessoas que trabalhem na Craven e Knowles sejam consideradas
infectadas.

— Como? — eu disse. — Eu não sou da Craven e Knowles.

— Nem eu, — o senador Keene interrompeu. — Quem mais está


infectado?

— Sinto muito. Eu não tenho autorização-

Trish começou a chorar. — É o Sr. Phillips. Não é?

Meu coração parou.

Antes que eu pudesse falar, Trish continuou. — Eu não consegui


falar com ele esta manhã. Todos os outros atenderam seus
telefones. Ele não. Ele estava com o Sr. Craven ontem à tarde. Aposto
que era ele.

— O que você quer dizer que ele estava com ele? — perguntei.

— Eu não sei. Sr. Craven teve uma reunião, e o Sr. Phillips o


acompanhou. Eles fazem isso o tempo todo.

Eu mordi o interior da minha bochecha para não mudar a minha


expressão. Minha imaginação estava correndo solta. Eu disse a mim
mesma que não poderia ser... não tinha nada a ver com o armazém. Eu
sabia que isso não aconteceu. Brody não sabia sobre isso.

***

Algumas horas mais tarde, ainda sem sintomas, Travis e eu fomos


liberados. Quando chegamos ao balcão principal de informações,
perguntei: — Com licença, eu estou aqui para ver Brody Phillips.

A mulher procurou na tela de seu computador. — Minha senhora,


eu sinto muito, Sr. Phillips não pode receber visitas.

Ele estava lá. Oh meu Deus!

— Minha senhora, você é amiga ou família?

~ 316 ~
— Eu sou sua amiga. — a palavra prendeu na minha garganta.

— Não temos nenhum registro da família dele. Se você tiver


qualquer informação, seria útil.

Eu balancei minha cabeça. — Eu não sei. Sinto muito.

Quando me virei para ir embora, meus olhos estavam


nublados. Era Val. — Eu queria encontrá-la antes que você fosse
embora, — disse ela, seu tom de voz suave.

Era tudo demais. Fechei os olhos. — É a mamãe?

— Sim. — ela pegou meu braço. — Não é ruim. É bom. Ela está
acordada e conversando. Ela ainda falou com a polícia. Ela se lembra de
tudo. Sua história é bastante rebuscada, mas eles estão ouvindo ela.

Eu olhei para os olhos escuros de Travis. Nós dois estávamos


exaustos. Eu estava preocupada com Brody, mas eu precisava ver a
minha mãe. Pela primeira vez desde que eu conseguia me lembrar, eu
queria vê-la. — Eu vou vê-la por alguns minutos.

Val assentiu. Enquanto caminhávamos em direção aos elevadores


com Travis um passo atrás, Val sussurrou: — Ela teve alguns visitantes
interessantes.

Eu levantei minha sobrancelha, silenciosamente implorando a ela


para continuar.

— Aquele homem, aquele que estava no meu apartamento


procurando por você? Bem, acho que ele conhece a mamãe. As
enfermeiras disseram que no início ela parecia apreensiva, mas eu vi os
dois conversando. Era ele e outro homem que parecia muito com ele. Eu
acho que eles estavam bem. Mamãe estava sorrindo.

Quando nos aproximamos do quarto de mamãe, o pager de Val


apitou. — Sinto muito. Preciso ir a outro lugar.

Eu tentei ignorar o olhar cheio de compaixão que ela atirou em


minha direção enquanto ela caminhava rapidamente pelo corredor. Me
aproximei do quarto, perguntando se eu ia ver minha mãe e pai
juntos. Era um pensamento que há apenas dois dias teria parecido
absurdo. Eu abri a porta e encontrei Marilyn sozinha, sentada e
olhando para fora da janela. Quando ela se virou para mim, eu vi seu
rosto revestido de lágrimas.

— Mãe, você está bem? Qual o problema?

~ 317 ~
Balançando a cabeça, ela desviou o olhar.

Fui até a cama e sentei na borda. — Entrei em contato com um


advogado. Seu nome é Phillips, Brody Phillips. Ele pode te ajudar. — eu
peguei a mão dela, rezando para que ele pudesse ajudá-la, que ele não
estava tão doente como Parker. Ele não podia estar. Eu me tranquilizei
que não havia nenhuma maneira dele ser exposto. Quando minha mãe
não respondeu, eu peguei a mão dela. — Val me disse que você falou
com a polícia. Eu sei que essa coisa toda parece absurdo, mas eu
acredito na sua história.

Seus olhos cinzentos húmidos se viraram para mim quando ela


balançou a cabeça lentamente. — Eu cometi tantos erros. Eu era jovem
e acreditava nas histórias que ouvi. Eu pensei... — as palavras dela
sumiram quando seu corpo delicado estremeceu.

Endireitando meu pescoço, eu perguntei, — O que? O que mãe? O


que você pensou?

Ela olhou para baixo, onde minha mão cobria a dela. Virando a
palma dela para cima, ela entrelaçou os dedos com os meus. — Eu
pensei que ele iria te rejeitar ou que a família dele iria te machucar. Eu
perdi tanto tempo. Eu sinto muito. Eu sei que você me odeia e você
deve.

Eu inalei, esperando para exalar. — O ódio é uma palavra


forte. Houve momentos em que esse foi provavelmente o caso, mas não
agora.

Ela apertou minha mão. — Ele sabe. Seu pai sabe.

Eu balancei a cabeça. — Nós conversamos. Ele não disse isso, não


nessas palavras... mas eu tenho a sensação de que ele sabia.

O queixo dela caiu para o peito. — Ele disse que ele não tinha
ideia. Ele nem sequer assumiu que eu tinha mentido sobre você até o
funeral de Stewart. Eu pensei que ele estava lá por causa de você. — ela
balançou a cabeça quando seu olhar encontrou o meu. — Não era. Foi
uma coincidência. Ele estava lá por causa de Stewart, mas então ele me
viu com você. Você parece tanto com ele que ele soube.

— Mas você não disse que Niccolo-

Ela assentiu com a cabeça. — Ele pediu desculpas por Carlisle e


eu. Ele disse que ele suspeitava, mas quando eu mostrei a certidão de
nascimento, ele não correu atrás. Ele nunca mencionou isso para
Carlisle.

~ 318 ~
Eu me virei, olhando ao redor seu quarto de hospital. O sol ainda
brilhava do lado de fora da janela. Quando eu fiz a varredura do espaço
pequeno, eu notei um paletó dobrado sobre a cadeira em um canto. Era
cinza e eu o reconheci imediatamente.

— Mãe, Brody Phillips veio ver você na noite passada?

Como se puxada de uma névoa de memórias, ela olhou para mim


e seus olhos clarearam. — O quê? Phillips? Sim, o advogado que você
mencionou. Ele parou por aqui ontem à noite. Eu ainda estava muito
fora. Eu tinha acabado de acordar. Ele disse que ia voltar. Por quê?

Inclinei a cabeça na direção da cadeira. — Eu acho que é o dele.


— me levantei e caminhei em direção ao paletó. Pegando, eu inalei o
aroma fresco de roupa limpa e meu peito doeu.

— Eu não sei, — disse ela. — Eu nem sequer vi isso. Sinto muito,


Victoria. Sinto muito por tantas coisas.

Abracei o paletó quando os meus pensamentos voltaram para


Brody. — Mãe, vamos conversar depois. Você precisa descansar. — eu
olhei para a porta e vi o ombro largo de Travis através da pequena
vidraça. — Eu acho que preciso ir para casa.

— Victoria?

A tristeza em sua voz me puxou silenciosamente para ela.

Ela pegou minha mão. — Você deveria ter nascido.

Ajeitei meu pescoço quando eu engoli as emoções borbulhando na


boca do meu estômago. Era uma contradição direta com o que eu tinha
ouvido toda a minha vida. Em uma frase ela estava me dizendo que eu
era amada, que eu não era uma assassina, mas ela estava errada. Eu
era uma assassina. Eu tinha matado meu irmão gêmeo, Stewart e
Parker. Eu não podia responder. Uma lágrima caiu de meus olhos
cinzentos quando me virei em direção à porta.

Quando entrei no hall, eu encontrei Val de pé perto de


Travis. Ambas as suas expressões eram sombrias. Eu me preparei, sem
saber o que estava acontecendo. Tudo o que eu sabia era que eu não
achava que minhas emoções poderiam tomar qualquer outra coisa. — O
quê? — perguntei, o paletó de Brody pendurado sobre meu braço.

Val balançou a cabeça. — Eu queria que você soubesse que eu


sinto muito.

~ 319 ~
Ela sabe sobre nossos pais? Ela sabia que eles eram diferentes? —
Você sente muito sobre o quê?

Travis deu um passo para trás quando Val colocou o braço em


volta de mim e baixou a voz. — Outro dia, li o nome no seu telefone. A
noite que você estava pirando... Talvez eu tenha vasculhado suas
mensagens de texto. Eu sei que Brody Phillips é o seu amigo-horizontal.

— O que quer dizer com eu sinto muito? — engoli em seco. — O


que você quer dizer?

— Nós não sabemos o que aconteceu. O CDC suspeita de algum


tipo de terrorismo caseiro, talvez um cliente insatisfeito. Eles estão
verificando todas as transações comerciais da Craven e Knowles. Vik, a
razão pela qual eu fui chamada quando você veio para cá foi porque eles
estavam notificando a todos os médicos que tanto Parker Craven e
Brody Phillips estão mortos.

— Não, — eu choraminguei. Lágrimas caíram e meu queixo caiu


para o meu peito enquanto eu me rendia a corajosa luta que eu estava
lutando com minhas emoções. Era tudo demais. Tentei formar
pensamentos em sentenças. — Não. Deve ser algum engano.

Minha irmã me abraçou mais apertado. — Eu sinto muito,


irmã. Eles vão tentar descobrir o que aconteceu. O hospital vai manter
isso quieto, mas eu queria que você soubesse.

Segurando o paletó apertado em meus braços, eu balancei a


cabeça, incapaz de falar.

Quando Travis calmamente me levou de volta para o SUV, eu


perdi a noção de tempo e espaço. Em vez de abrir a porta de trás como
ele costumava fazer, ele abriu a porta do passageiro. A viagem do
hospital para a cobertura foi um borrão.

Quando entrei no meu apartamento, eu cegamente caminhei para


a minha suíte. — Eu quero estar sozinha, — era tudo que eu poderia
dizer. Eu não podia formar outras palavras. Não havia nada que fizesse
sentido. Nada fazia sentido. Como Brody poderia ficar doente? Eu não
fiquei doente. Eu o vi ontem no hospital. Ele estava bem... Ou era
ele? Me lembrei de seu intenso calor.

O paletó em meus braços era tudo o que eu tinha restado de meu


sonho de uma vida normal: tudo o que restava do único homem que em
amou por me amar. Eu desdobrei o paletó, colocando-o em cima da
minha cama e inalei. O perfume de Brody emanava do tecido. Meu peito

~ 320 ~
arfava pelo sentimento de perda. Eu deveria ter me sentido desse jeito
pelo meu marido, mas eu não tinha.

A realidade me golpeou: Eu era a morte, lenta e insidiosa. Eu


matava tudo ao meu redor. Isso era o que tinham me dito desde antes
que eu pudesse lembrar. Minha mãe tinha razão. Eu não deveria ter
nascido. Agora, karma estava me pagando de volta. Só quando eu tinha
a promessa de amor e uma vida normal, foi levado de mim. Tudo que
Brody tinha feito era me amar, me amar como ninguém.

Abracei o paletó. Eu não tive a chance de dizer adeus. Pelo menos


com Stewart eu tinha dito adeus. Era isso o que eu disse? Oh, por que
diabos isso tinha acontecido com Brody? Eu era a única que merecia
morrer, não Brody. Meus joelhos cederam quando eu caí no
chão. Abaixando minha cabeça, eu abracei o paletó e o usei para o meu
travesseiro quando minhas lágrimas permearam no tecido.

Em vez de ser suave, a peça estava irregular. Enxugando os olhos,


abri o paletó. Quando eu fiz, o cheiro de limpo de perfume fresco
misturou com um novo perfume. Doces e balas pequenas encheram
meus pensamentos. Enfiei a mão no bolso e tirei uma meia dúzia de
balas de menta embaladas individualmente.

Não! De jeito nenhum! Não podia ser! Não podia ser ele.

Meu corpo tremia quando pulei para os meus pés e corri para
minha porta. — Travis! Travis! — eu gritei enquanto eu corria pelas
escadas para o nível principal. — Travis! — minhas pernas mal
seguravam meu peso enquanto meus olhos transbordavam de
lágrimas. As gotas salgadas fluíam livremente pelo meu rosto. — Porra,
Travis, onde diabos você está?

Ele e Lisa me encontram quando eu dobrava a esquina para a


cozinha. Pegando meus ombros, ele me segurou. Ambos os seus olhos
se arregalaram.

— Sra. Harrington, o que é? — perguntou Lisa.

Encarando apenas Travis, eu estendi minha mão e abri meus


dedos para revelar as balas de hortelã-pimenta. Minha voz falhou com
descrença. — Me conte. Por favor, me diga que ele não era um dos... —
eu não podia dizer o resto: que Brody era um dos amigos.

Travis não falou; em vez disso, ele fechou os olhos e balançou a


cabeça.

~ 321 ~
— Nããão! — eu não poderia - não queria - processar; meus
joelhos cederam.

***

Quando acordei, eu estava na minha cama. Embora o quarto


estivesse escuro, eu sabia que não estava sozinha. — Travis? — eu
questionei.

— Victoria? — a voz profunda veio a escuridão.

— O que aconteceu?

A cama se moveu, e eu sabia que ele estava perto. Quando os


meus olhos se adaptaram, eu vi seu perfil: seu corpo alto e musculoso
contra o céu iluminado pela lua.

— Eu tive que pegar o seu traseiro de novo.

Eu esfreguei minha bochecha contra meu travesseiro quando as


lembranças voltaram. Meu peito doía com a perda.

— Lisa e eu trouxemos você até aqui, — ele continuou. —


Dra. Conway veio e te deu uma coisa: um calmante. Você esteve
dormindo por cerca de seis horas.

O vazio era insuportável. — Travis, como? — soluços vieram de


dentro de mim. — Como é que Brody...? — eu não poderia nem mesmo
terminar a minha frase. Eu não podia dizer a palavra morreu.

— Sinto muito, — ele ofereceu.

— Não, você não sente! — eu gritei. — Você não gostava dele. Eu


vi o jeito que você olhava para ele.

— Eu não gostava dele porque ele mentiu para você.

Minhas lágrimas retomaram, ardendo meus olhos inchados. — Eu


não quero ouvir isso. Por que você está no meu quarto? Saia do meu
quarto!

Grandes mãos quentes seguram meus ombros.

— Não me toque. Porra, eu te disse para não me tocar nunca!

~ 322 ~
Ele não me soltou; em vez disso, Travis se aproximou, seu hálito
quente contornando meu rosto. — Ele mentiu para você. Eu nunca
menti para você.

Eu sabia que o que ele estava dizendo era verdade. Eu não queria
acreditar, mas, no fundo, eu sabia disso. Meu corpo estremeceu com a
verdade que estava na ponta da minha língua. Com Travis ainda
segurando meus ombros, eu sussurrei: — Ele era o Peppermint Man.

— O Peppermint Man? O que você quer dizer? — perguntou


Travis, intrigado quando ele me soltou.

Me sentei. Percebendo que eu ainda estava usando minha blusa e


calcinha, eu puxei o lençol em volta da minha cintura e tentei explicar:
— Havia alguns dos amigos - eu odeio esse termo fodido - alguns eu
identificava por aromas. Um deles era uma espécie... — meus ombros
estremeceram quando eu limpei meus olhos com o lençol. — parecia
relativamente gentil. Eu o nomeei de Peppermint Man. Era com ele que
eu estava no dia em que Stewart morreu.

— Sim.

— Era ele... Brody.

Travis assentiu.

Eu balancei a cabeça em descrença. — Mas ele nunca me disse


que ele estava lá. Ele me levou a acreditar... — eu não conseguia parar
a dor no meu peito ou as lágrimas. Eu odiava as lágrimas. As lágrimas
eram para os fracos. Eu não era fraca. Eu não queria ser fraca, mas a
dor era insuportável.

— Victoria? — disse Travis, limpando suavemente minhas


lágrimas com o polegar. — Ele era um deles. Ele trabalhou com os
Durantes, assim como outros em Craven e Knowles. Ele era
fodidamente enraizado nas merdas deles. Não estou dizendo que ele não
queria te ajudar. Inferno, ele pode até mesmo ter tido sentimentos por
você, mas você é uma mulher rica, porra. Existem idiotas por aí que vão
dizer e fazer qualquer coisa. Você não foi a única a dizer sobre o que
aconteceu no armazém: ele sabia o que você estava fazendo. Ele estava
fazendo isso para você.

— Como, Travis, como? Como ele ficou doente?

A cama se moveu quando ele se mexeu. — Eu não sei. A única


coisa que posso imaginar é que ele foi para o armazém depois que
saímos. Eu posso ir verificar na parte da manhã e ver se alguém foi

~ 323 ~
lá. Eu vou ser capaz de dizer se alguém usou o código. Se ele fez... se ele
foi para o armazém, talvez ele encontrou as luvas e merda.

— E merda? Parker gozou quando ele se masturbou e sujou


tudo? — se ele fez, ele sabia que eu menti.

— Victoria, — disse Travis. — Eu não limpei nada. Se ele foi lá e


começou a lidar com as coisas, inferno, até mesmo o esperma, eu não
sei. Ele poderia ter se exposto a isso.

— Você disse que eu não posso confiar em idiotas, eles vão fazer
ou dizer qualquer coisa. Você é um idiota. Posso confiar em você?

Uma grande mão encontrou meu rosto e alisou meu cabelo. — Eu


já afirmei não ser um idiota?

— Não, — eu respondi, saboreando o calor de sua mão, bem como


a sua honestidade.

— Eu não sei se você pode confiar em mim, mas eu posso te dizer,


eu sempre fui direto com você.

— Não, você não foi.

— O quê? — perguntou Travis: — Quando eu não fui?

— No carro, quando eu te acusei de ser bom.

Ele se inclinou mais perto. — Oh. — seu tom de voz caiu uma
oitava. — Eu não estava mentindo. Eu não sou bom e eu quero te foder.

Oh merda!

~ 324 ~
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Presente
— MAS VOCÊ NÃO ESTÁ autorizado a me tocar, — eu
sussurrei. — Nunca, — eu acrescentei, sem reconhecer a minha própria
voz.

— Eu disse a você... — as grandes mãos de Travis acariciaram


meus braços, enviando trilhas de fogo e desejo direto para o meu
núcleo. — Eu não sou honrado — ele baixou a voz: era o tom que eu
usei para encontrar intimidante. — Eu quero tocar em você, e eu quero
que você me toque. No entanto, se eu vou ser direto com você, eu menti
sobre uma coisa.

— O quê? — eu perguntei sem fôlego.

— Eu não gosto de ser mordido e ser chutado nas bolas.

Um pequeno sorriso veio aos meus lábios.

— Então... — suas mãos continuaram o comprimento dos meus


braços. Encontrando minhas mãos, seus dedos entrelaçaram com os
meus. — Eu quero que você me veja... — ele trouxe a minha mão aos
lábios e chupou a ponta de cada dedo. — E eu quero que você me
queira, tanto quanto eu quero você, porra.

Mordi o lábio inferior. — Travis, eu não sei.

— Eu entendo. — ele se moveu em minha direção lentamente, me


empurrando contra meus travesseiros. Inalando profundamente, ele
acariciou minha nuca. — Você fala sobre perfume, — ele sussurrou, sua
respiração quente na minha clavícula. — Você disse que era a maneira
que você poderia identificar as pessoas.

Eu balancei a cabeça.

— Você sabe como você cheira?

Eu balancei minha cabeça.

~ 325 ~
— Você cheira a liberdade, como a luz do sol e o maldito vento na
praia.

Eu olhei para seus olhos escuros. — Eu não entendo.

— Por anos você cheirava como uma prisioneira em um maldito


calabouço. — ele inalou novamente. — Não que você não teve todos os
seus perfumes e loções luxuosas, mas aquele lugar pendurava em torno
de você como uma nuvem. Ele se foi, tudo isso. Você está livre e eu
posso sentir o cheiro.

Eu senti minhas bochechas subirem.

— Quando estiver pronta, se você estiver pronta - porque,


Victoria, a escolha é sua - eu quero provar isso.

— Isto?

— Sua liberdade. Eu sei tudo. Sei as coisas que você pensou que
tinha mantido escondido de Phillips. Esta é a liberdade. Quando alguém
sabe de tudo e quer você por ser você, pela sua fodida força, pelo jeito
que você enfrentou Albini, pela maneira como você ferrou Craven, por
tudo que você é e apesar de tudo o que você passou. Eu quero provar a
liberdade, beber de seus lábios sexy como o inferno, de seus peitos
perfeitamente redondos e sua buceta fodidamente convidativa.

Minhas entranhas torceram enquanto ouvia a sua voz profunda.

— Isso é o que eu quero. O que você quer? — ele perguntou.

Eu não podia falar. Eu não sabia o que dizer; em vez disso, eu


levantei meus lábios para os seus.

— Não, Victoria, quero palavras. Eu quero mãos. Eu quero que


você esteja comigo cem por cento. Nada de acenar com cabeça, ou fazer
o que lhe mandam. Me mostre a puta com um cérebro que entrou sob a
porra da minha pele como ninguém.

Eu segurei minha cabeça, olhei em seus olhos escuros, e disse: —


Eu quero que você me beije. Depois disso, eu não sei.

Com a luz do sol nascente, eu vi o seu sorriso torto. — Vou aceitar


isso. Eu vou tomar essa merda. Eu quero mais, mas eu vou ter isso.

Com uma grande mão no meu rosto, nossos lábios se


encontraram e o fogo que eu questionei rugiu para a vida. A torção que
eu senti mais cedo virou dolorosa quando gemidos vieram de algum
lugar profundo dentro de mim. Polegada por polegada ele me empurrou

~ 326 ~
mais perto, seu peito maciço quebrando meus seios de repente
sensíveis. Lentamente minhas mãos se moveram para seus ombros,
tocando o que eu nunca tinha imaginado sentir. Ele era tão grande,
muito maior do que qualquer um que eu já conheci: alto, musculoso e
forte. Meu corpo se ofuscava de baixo dele. A cada segundo que
passava, eu ansiava por tocar a pele abaixo de sua camisa.

— Travis?

— Sim?

— Você vai tirar sua camisa?

— Porra, sim, — disse ele e sua camisa voou sobre a cabeça.

O peito que eu tinha admirado de longe estava bem na minha


frente, sólido e perfeito. Eu segui os músculos definidos com as pontas
dos meus dedos quando uma colônia masculina perfumada, que não
era nem pesado nem fantasmagoricamente familiarizado, encheu a
suíte. Quando eu percebi que estava o encarando, mordi o lábio e
timidamente levantei meus olhos cinzentos aos seus. — Eu nunca vi
você. Você me viu, mas eu nunca vi você.

Seu sorriso torto se transformou em um sorriso cheio. — Você


gosta do que vê, tanto quanto eu?

— Sim.

— Eu também. — ele recuou e examinou meu corpo da minha


cintura para meus olhos. — Eu nunca vi você assim.

Eu levantei uma sobrancelha.

Seu tom era de veludo. — Oh, você sempre foi gostosa, mas isso é
diferente. Essa é você, tudo você. — ele brincou com o decote da minha
blusa. — Eu quero ver mais, mais de você. Você vai me deixar ver
mais? Só eu, ninguém mais?

Eu balancei a cabeça, sabendo que uma vez que eu tirasse a


minha blusa, ele veria os meus mamilos duros. Ele saberia o que suas
palavras estavam fazendo comigo.

— Não, Victoria. Se lembre, sem mais aceno com a cabeça.

— Eu me lembro, — eu disse quando eu levantei a minha blusa


sobre minha cabeça.

~ 327 ~
— Eu provei esses lábios deliciosos. Agora eu quero provar seus
seios perfeitos.

Estendi a mão e segurei seu rosto. — Você está me


matando. Estou usando minhas palavras. Eu quero que você me prove,
e eu quero provar você. Agora cale a boca e faça isso.

Seu sorriso aumentou diante dos meus olhos, irradiando de toda


a sua expressão: a partir de seus lábios firmes para seus escuros olhos
brilhantes. — Essa é a minha cadela mandona, — ele brincou antes que
seus lábios apreendessem um mamilo e depois o outro.

Joguei minha cabeça para trás quando minha espinha arqueou e


arrepios apareceram. Gemidos vieram de meus lábios quando meu
interior se apertou. Depois de mordiscar cada mamilo, as grandes mãos
de Travis acariciaram cada peito, enquanto seu polegar massageava. A
combinação criou uma excruciante necessidade dentro de mim. Cada
vez que ele chupava ou mexia meus mamilos endurecidos, uma
eletricidade passou por mim, direto para o meu núcleo. Sem se
aproximar do meu sexo, suas palavras e ações deixaram minha
calcinha molhada quando eu inconscientemente rolei meus quadris,
silenciosamente implorando por mais.

Quando eu pensei que eu não aguentava mais, ele encontrou o


cós do único obstáculo. Reverentemente, ele puxou minha calcinha para
baixo sobre meus quadris e pelas minhas pernas, se movendo pelo meu
corpo enquanto ele fazia. — Você cheira tão bem pra caralho. — ele
olhou para cima, seu olhar sobre o meu. — Esta é a sua última chance,
Sra. Harrington. Se você não me disser para parar agora, eu não vou
parar até que eu esteja satisfeito. — sua respiração quente brincou com
minha coxa. — E eu quero fazer isso por dez anos. Eu não vou correr.

Ele não estava correndo, nem o homem de há muito tempo no


armazém. Este monstro de homem entre as minhas coxas estava
adorando cada polegada e tomando uma quantidade agonizante de
tempo para me prodigalizar com sua atenção reverente. Eu teci meus
dedos através de seu cabelo fino, escuro. — Meu nome é Victoria,
porra! E eu não quero que você me chame de senhora. O que eu quero é
que você me tome lento e duro. Me faça goza de novo e de novo.

Seus lábios se curvaram. — Mandona!

— Oh Deus! — eu gemi quando um só e, em seguida, dois dedos


mergulharam dentro de mim.

~ 328 ~
— Você está tão molhada, tão pronta. — seus dedos mergulhavam
dentro e fora. Ele levantou meus quadris, criando um ritmo que fez meu
corpo tremer. — Oh merda! — a minha montanha estava bem ali,
literalmente e figurativamente. Eu nunca tinha percebido que Travis era
a minha montanha, a mais alta.

Beijando o interior das minhas coxas, seus dedos


desapareceram. Eu vi quando ele se sentou, seus olhos nunca deixando
os meus quando ele tirou os shorts de ginástica e revelou seu pau
gigante. — Duro? — perguntou ele, enquanto ele acariciava a si
mesmo. — Você quer isso duro? Eu quero ir duro.

Puta merda! Estendi a mão para tocá-lo.

— Ainda não, Victoria, ainda não. Eu ainda tenho uma buceta


para comer. Lembre-se, eu vou fazer isso lento.

Meu Deus!

Eu coloquei minha cabeça para trás e abri as pernas mais


amplas. — Eu me lembro, — eu havia dito através de respirações
quando sua língua encontrou meus lábios agora inchados e rodou
minha umidade. Quando cheguei para os lençóis macios, ele chupou
meu clitóris. O quarto que nos rodeava esmaeceu como se nada
importava além das suas ações. Cada puxão no meu pacote de nervos
hipersensível me levou mais e mais alta. Eu estava em um túnel escuro,
um vácuo e só Travis poderia me puxar para fora, para a luz e para o
pico de minha montanha figurativa.

Quando ele acrescentou os dedos na minha tortura deliciosa, ele


me trouxe de repente até o topo. A borda estava bem ali. — Porra,
Travis... Oh meu Deus! — eu era incapaz de falar frases completas
quando meus quadris empurraram contra seu aperto forte. Ele
continuou a chupar quando minhas pernas se tornaram rígidas,
apertando em torno de sua cabeça. Eu já não controlava meu corpo ou
minhas palavras. Elas estavam vindo dos meus lábios, mas eu não
poderia processá-las quando eu me ouvi implorar. Eu implorei para ele
parar e implorei para que ele nunca parasse. Não foi até que toda a
minha força foi dissolvida e eu flutuei de volta à terra que o quarto
finalmente reapareceu.

Quando o fez, Travis estava acima de mim, olhando em meus


olhos. — Você é tão fodidamente linda. Linda pra caralho. Eu quero ver
isso de novo.

De novo? Eu não acho que poderia fazer isso de novo.

~ 329 ~
Antes que eu pudesse articular palavras, ele estava em cima de
mim, espalhando as minhas pernas e persuadindo minha entrada com
seu pau. Um gemido saiu dos meus lábios enquanto ele brincava com
meu clitóris e moveu apenas a cabeça de seu enorme pau dentro de
mim. — Por favor... — eu implorei novamente.

— Por favor, o quê? Eu adoro ouvir a sua voz, suas palavras.

— Por favor, me foda. Eu quero o seu pau dentro de mim.

Engoli em seco quando ele fez exatamente o que eu pedi. Minhas


mãos se estenderam para seus ombros enquanto ele empurrava
profundamente dentro. Com toda minha força eu me agarrei a ele, o
homem que tinha estado comigo por tudo isso. Cada vez mais duro ele
mergulhou, atingindo esse ponto, o que me empurrou de volta à minha
montanha. Porra! Ele bateu em cada ponto. Eu não conseguia me
lembrar de se sentir tão cheia. Era maravilhoso o aroma almíscar
masculino que encheu a minha suíte enquanto ele me batia contra o
colchão, mais e mais até que eu não achava que eu poderia ter mais
nada.

— Tão bom pra caralho! — ele rosnou quando nossos corpos


caíram em um ritmo: dentro e fora, dentro e fora, cada impulso
escovando meu clitóris e enchendo meu núcleo. A montanha cresceu e
cresceu. Eu envolvi minhas pernas em volta dele. Ele agarrou minha
bunda e me puxou para mais perto. A borda apareceu do nada. Quando
seus dedos cavaram em minha pele, eu deixei ir e gritei. Luzes piscaram
e meu corpo estremeceu. Eu estava lá, mas não estava. Eu estava
perdida quando onda após onda de contrações aquecidas percorreram
em mim.

— Oh meu fodido Deus! — Travis gritou com um impulso final


que me rasgou o núcleo. Nós pousamos nos lençóis, seu pau latejando
dentro de mim.

Quando nossa respiração se acalmou, eu perguntei com um


sorriso, — Travis?

— Sim? — seu nariz esfregou o meu.

— Eu mudei de ideia.

— Você mudou? Sobre o que.

Eu subi e corri minha mão sobre sua bochecha. — Você pode me


tocar.

~ 330 ~
— Ah. Porra, — ele passou a mão pelo meu lado, encontrando
minha mão, e nossos dedos se entrelaçaram. Trazendo-os aos lábios, ele
banhou cada dedo com beijos. — Estou feliz por ter a sua permissão,
porque depois disso, eu não acho que eu poderia parar.

— Não. Não nem fodendo pare.

~ 331 ~
CAPÍTULO TRINTA
Oito meses depois
DE VEZ EM QUANDO, quando chegava em minha caixa de joias,
meus dedos escovavam o guardanapo de papel antigo que ainda cercava
os pequenos frascos. Eu sabia que não havia nenhuma razão para
mantê-los; a maior parte do Cytoxan tinha ido embora. No entanto, os
frascos bem embrulhados que eu tinha pego a partir da Harrington
Clinic Distribution Center uma vida atrás permaneceu. Travis e eu
sabíamos que eles estavam lá e nós sabíamos que não havia nenhuma
ameaça imediata ou razão para mantê-los. No entanto, por alguma
razão, eles permaneceram.

Nós conversamos sobre maneiras de eliminá-los. Não era como se


pudéssemos simplesmente jogá-los fora. Um sorriso vibrou no meu
rosto quando eu pensei sobre como Travis destruiu o armazém. Se
tivéssemos pensado no momento, poderíamos ter colocado os frascos no
edifício antes da explosão. A cadeira de Stewart ainda estava lá.

Não demorou muito para que a polícia decidisse que a explosão


foi causada por um problema na tubulação de gás. Felizmente, a área
era desabitada e ninguém ficou ferido. Quando o armazém foi declarado
uma perda total, não tive problemas em dizer a eles para derrubar a
porra do lugar até o chão.

Enquanto eu me sentava na minha mesa no meio da manhã, eu


empurrei as memórias para longe e me concentrei em nosso
agora. Ainda estávamos em Miami: Travis queria gerir os Spas e
Suites. Na verdade, ele fez bem o papel.

— Sra. Daniels, seu correio chegou, — disse Kristina quando ela


me entregou a pilha de cartas.

— Obrigada, Kristina. Você viu Lisa?

— Sim, senhora, eu posso levá-la para você.

Eu me atrapalhei através das cartas quando Kristina saiu e Travis


entrou na sala. Olhando para cima, eu fiquei momentaneamente
preocupada com a maneira que a camisa apertada do meu marido

~ 332 ~
acentuava seu peito e braços, bem como a forma como ela dobrava em
suas habituais calças escuras. Por apenas um segundo eu pensei sobre
o que estava sob essas calças, o que estava dentro de mim apenas esta
manhã. No momento em que meus olhos se mudaram para os dele, seu
sorriso torto me disse que eu tinha sido pega. — Sra. Daniels, posso te
ajudar?

Estendi a mão para segurar sua cintura e olhei para seus olhos
escuros. — Eu acho que você fez hoje de manhã, duas vezes pelo que
me lembro.

Ele balançou a cabeça. — Você já falou com a sua mãe?

Revirando os olhos, eu disse: — Sim, ela ligou novamente. Estou


feliz que ela está indo bem, mas eu poderia viver sem as atualizações
diárias. Eu acho que foi inteligente deles a fazerem passar por
reabilitação novamente como parte de sua liberdade condicional. Quero
dizer, nós sabemos que ela foi forçada a beber o álcool, mas de certa
forma é como se estivesse começando tudo de novo.

— Ela ainda é uma dor na bunda.

Eu sorri e inclinei minha cabeça, meus olhos cinza se


arregalaram. — Uma maior do que eu?

— Na maioria dos dias, — Travis respondeu, beijando o topo da


minha cabeça, se afastando.

Eu olhei para as correspondências e me lembrei de algo que eu


tinha lido. — O que está acontecendo com os Spas Harrington e Suites
em Londres?

— Nada, não se preocupe com isso.

Apertei os lábios juntos. — Estou muito bem com sua direção em


tudo isso. Quero dizer, você trabalhou ao lado de Stewart e sabe muito
mais sobre isso do que eu, mas quero ficar a par.

Travis se sentou diante da mesa, suas longas pernas dobrando


quando seu grande corpo encheu a cadeira. — Eu não estou deixando
você fora dos fatos. Nada está acontecendo. Houve uma grande reunião
e eles precisavam de segurança extra. Acabou. Nada aconteceu.

Nós dois nos viramos quando Lisa entrou. — Sr. e Sra. Daniels,
Kristina disse que estavam procurando por mim?

— Pare com isso, — disse Travis, olhando diretamente para Lisa.

~ 333 ~
Seu sorriso suprimido fez seus olhos azuis brilharem. — Você
sabe, eu faço isso porque eu sei que te deixa louco.

— Sim. Isso me irrita pra caralho. Meu maldito nome é Travis. Foi
por quinze anos, e não subitamente muda só porque eu estou foden-

Lisa colocou as mãos para cima. — Pare. Informação demais.

— Então, me chame de Travis ou eu vou dar os detalhes do que


aconteceu esta manhã... — ele piscou para mim. — Ou de ontem à noite
ou...

— Travis, Travis, pelo amor de Cristo, — Lisa confessou em sinal


de rendição.

Eu balancei a cabeça, feliz que nós todos mudamos o melhor que


pudemos. — Vocês dois acabaram?

Lisa se virou para mim. — Sim, senhora, seu marido pode ser
uma verdadeira dor...

— ...Na bunda, Lisa. Sim, eu estou bem ciente. — antes que


Travis pudesse falar, eu virei meus olhos cinzentos em direção a ele. A
amizade dele e de Lisa era genuína. Eu não confiava nele em não trazer
algumas das maneiras que eu gostava dele sendo um pé na
bunda. Gritando, eu avisei, — Cale a boca.

Ele dramaticamente apertou os lábios e ergueu a sobrancelha.

Me virei para Lisa. — Eu queria ter certeza de que você se


lembrou que Sheila Keene e Maura Craven estão vindo hoje para o
almoço.

— Sim, senhora. Tudo estará pronto.

— Obrigada, Lisa.

Depois que ela saiu da sala, Travis inclinou para trás e disse: —
Oh, eu esqueci. Hoje é o almoço mensal do clube das viúvas.

Eu balancei a cabeça. — É meio estranho agora que estou casada


de novo e que Maura está saindo com alguém.

— Ela está? — ele levantou uma sobrancelha. — Eu me pergunto


se ele tem um pau fino?

Eu dei de ombros. — Eu estou feliz por não saber.

— Desculpe, Vik, eu não queria...

~ 334 ~
Eu assenti. — Não, é que eu estou apenas contente por não
saber. E Sheila está melhorando. Eu acho que ela passou pelo momento
mais difícil. Quero dizer, o suicídio é uma pílula difícil para uma esposa
engolir.

Travis assentiu com conhecimento de causa. — Com toda a merda


acontecendo na Craven e Knowles depois que o CDC começou a
investigar e os federais se envolveram. Merda, a limpa e brilhante
reputação do senador Keene de repente ficou bastante fodida. Os
Durantes não se saíram muito melhor.

— Eu suponho que eu deveria me sentir tão culpada por Robert


como me senti com Parker. Quero dizer, por mais que Robert ficou me
ameaçando, bem... — eu suspirei. — Pelo menos eu sei que Carlisle
falava sério quando disse que estaria lá para mim.

— A overdose de insulina foi genial, — disse Travis.

Eu balancei a cabeça. — Sim, eles chamaram oficialmente de


acidente, então, pelo menos, Sheila conseguiu o dinheiro do
seguro. Mas ela confidenciou que ele fez isso de propósito.
Aparentemente, ele tinha sido diabético por um longo tempo e ela
achava difícil acreditar que ele de repente errou a sua dosagem da
medicação. — eu balancei minha cabeça. — Sheila acha que o
escândalo foi demais para ele segurar. É por isso que ela está tão
imersa na Sociedade Harrington. Ela e Val garantiram subsídios para
clínicas de câncer Harrington em cinco locais diferentes dos Estados
Unidos. Elas estão trabalhando nas licenças. Esperemos que a
construção comece em breve.

— Você me falou sobre isso. Eu sei que você vai ficar feliz em não
ter a Dra. Conway viajando tanto para o exterior.

— Eu vou, — eu concordei. — Ei, ela é sua cunhada agora, talvez


você pudesse chamá-la de Val ou Valerie ou algo diferente de Doutora
Conway?

Travis fez uma careta. — Eu gosto de sua irmã, eu realmente


gosto. Eu gosto dela muito mais do que eu gosto de sua mãe.

Eu ri.

— E, — ele continuou, — Eu respeito ela. Eu sinto que Val não é


suficiente por tudo o que ela está comprometida.

Eu dei de ombros. — Tanto faz. Sempre vai ser Doutora?

~ 335 ~
— Eu gosto disso de chamá-la de Doutora. — ele se levantou. —
Eu vim aqui para que você saiba que eu vou viajar. Eu tenho algumas
reuniões com alguns investidores. Prometi a Carlisle e Niccolo que nós
continuaríamos a trabalhar juntos, mas estou trabalhando para fazer
mais algumas conexões para eles. — ele se inclinou e me beijou. —
Conexões legítimas. Eles têm mais um monte de merda legais
acontecendo do que eu jamais pensei. A merda de prostituição era
principalmente o negócio dos Durantes.

— Eu vou te dizer o quê. Os Albinis são inteligentes como o


inferno. Eu acho que estou aprendendo tanto com eles como eu aprendi
com o Sr. Harrington.

Eu queria dizer a ele para chamá-lo de Stewart, mas caramba,


essa coisa de nome era uma batalha interminável.

— Te vejo hoje à noite.

Ele me beijou um adeus. — Divirta-se no seu almoço.

Com a minha mente ainda persistente em nosso exercício


matinal, olhei para as cartas do nosso novo escritório jurídico. Mudar
tudo dos Craven e Knowles parecia durar uma eternidade com a
investigação em curso e cada documento lido sob a porra de um
microscópio. Abri a carta endereçada a mim:

Cara Sra. Victoria Daniels,

Em anexo se encontra a cópia autorizada e fiscalizada do


testamento do seu falecido marido, Stewart Harrington. Tenho o prazer
de informar que tudo foi como você assumiu. A maior parte dos ativos do
Sr. Harrington foram legados para você.

O único outro indivíduo nomeado especificamente pelo Sr.


Harrington foi Travis Daniels, o único parente remanescente de sangue
do Sr. Harrington. Você vai ver que ele foi legado individualmente de dez
por cento de todos os ativos em dinheiro. Que não incluiu participações de
negócios ou investimentos.

Como eu tenho certeza que você está ciente, desde que você e o Sr.
Daniels escolheram não ter um acordo pré-nupcial, a divisão de bens não
é mais significativo.

Se a nossa empresa pode ser de qualquer assistência adicional


para você ou o Sr. Daniels, por favor, não hesite em nos contatar.

~ 336 ~
Atenciosamente,

cc: Travis Daniels

Estendi a mão para o envelope endereçado a ele. Parecia o


mesmo. Eu tinha certeza que era a cópia. Eu não estava chocada que
Stewart tinha deixado dinheiro para Travis: os dois eram muito
próximos. O que me chocou, me surpreendeu, me surpreendeu pra
caralho era que eles eram parentes. Parentes como? Um primo?

Travis tinha trinta e nove. Stewart tinha cinquenta quando ele


morreu. Travis não podia ser filho de Stewart. Além disso, a cor deles
era diferente. Stewart era loiro com olhos azuis. Travis tinha olhos
castanhos escuros e cabelos castanhos.

Então eu pensei sobre Val: seu cabelo castanho claro e meu longo
cabelo escuro. Agora que eu sabia a verdade, eu sabia que meu cabelo e
tom de pele vieram do lado da família do meu pai. Nós parecíamos
diferentes porque tínhamos pais diferentes. O sobrenome de Travis era
Daniels e de Stewart era Harrington.

A única coisa que Travis me contou sobre sua mãe era que ela era
a mulher com um filho de doze anos de idade: aquele que foi sugado
para o inferno dos Durantes e aquele a quem Travis se sentia bem em
ajudar a expor suas negociações. A única outra coisa que eu sabia
sobre ela era que ela estava morta. Eu estava confiante de que Stewart
não compartilhava a mesma mãe. Ele foi criado em luxo, com ambos os
pais.

Enquanto minha mente procurava respostas, mais perguntas


surgiram. Por que nenhum deles me disse? Como Travis tinha sido uma
parte da minha vida desde que eu conheci Stewart e eu nunca soube
que eles eram parentes? Por que Travis não me contou?

Eu tive um sentimento doentio na boca do estômago. Travis


nunca tinha mencionado o seu pai. Quando eu perguntei, ele me disse
que ele não sabia quem ele era. Desde que eu poderia me lembrar, eu
nunca questionei mais. Mas agora eu me perguntava se Travis e Stewart
poderiam ter partilhado um pai. Poderia o pai de Stewart ter sido um
dos amigos dos Durantes? A coisa toda fez o meu estômago dar uma
guinada. Eu não queria imaginar a mãe Travis com os amigos. Um
brilho de suor se formou em minha testa.

~ 337 ~
Travis tinha me dito que ele não era honrado, mas ele também
disse que sempre tinha sido sincero comigo. Perguntei se eu poderia
acreditar nele e ele me disse que ele não sabia. O que diabos isso
significa? Se seu pai era o mesmo que o do Stewart, eu poderia ser nada
mais do que uma maneira para ele ter dinheiro e o poder de
Stewart? Foi isso o que ele tinha planejado o tempo todo?

Eu não queria pensar assim. Eu não podia. Eu finalmente tinha


conseguido o meu normal, o mais normal quanto eu pude. Quer dizer,
eu era uma assassina, e tão dolorosa como a verdade era, Travis e eu
sabíamos disso. Ele não sabia que eu tinha assassinado Stewart, mas
ele sabia sobre os outros. Eu tentei não pensar sobre isso... Eu me
recusei a pensar sobre isso...

Abrindo o envelope Travis, coloquei a carta, lembrando que


Stewart jamais iria voltar para dentro da minha vida, e coloquei o
envelope na mesa. Enquanto eu observava as duas castas aberta, eu
disse a mim mesma que eu teria o meu feliz para sempre. Porra, eu
merecia. Eu tinha ganhado dele e eu não tinha intenções de
perder. Karma poderia beijar minha bunda.

~ 338 ~
EPÍLOGO
Futuro
COM AS COSTAS CONTRA A parede de azulejo e o spray quente
agredindo nossa pele, eu olhava por trás dos meus cílios molhados
enquanto Travis ensaboava o seu peito. Quando sua mão grande
coberta de sabão desceu, a espuma fez uma trilha até o cabelo escuro
que levava ao seu pau deslumbrante e inchado e eu não conseguia
pensar em nada além de tê-lo dentro de mim. Quando nossos olhos se
encontraram, eu vi o familiar olhar escuro se estreitando, o que fez meu
interior aperta.

— Sra. Daniels, há algo que você quer?

— Porra, sim, — eu gemi quando eu estendi a mão e agarrei o seu


pau. Apesar do meu polegar e o dedo não se tocarem, eu mexi minha
mão para cima e para baixo criando um ritmo quando minha outra mão
agarrou suas bolas pesadas e rolei entre os meus dedos.

— Porra! Vikki, você está me matando.

— Depois do que você fez comigo esta manhã, eu acho que é a


minha vez, — eu respondi com um sorriso, caindo de joelhos. Com o
spray do chuveiro, inclinei a cabeça para o lado e enxaguei a espuma do
seu pau duro. Com as duas mãos sobre o seu eixo, abri a boca e o
enviei para dentro. Minha língua correu círculos em torno da cabeça
quando eu provei seu orvalho salgado. Movendo minha cabeça para
cima e para baixo, eu escutei o som de sua respiração.

Quando ele acelerou, eu deslizei para fora da minha boca e lambi


seu comprimento. Minha língua rodou a veia pulsante, quando suas
bolas apertaram e ele segurou o meu cabelo. Com um grunhido, ele
mergulhou profundamente em minha garganta.

Assim quando seu pau começou a latejar, Travis pegou meu


queixo. — Porra, Vik, eu quero jorrar dentro da sua buceta. Levante-se.

Quando eu fiz, ele me virou. — Eu estou fodendo você por trás,


querida. Segure-se firme.

~ 339 ~
Eu já estava molhada de nossa rodada anterior e chupar a minha
buceta me tinha deixado pronta. Segurando a parede eu abri minhas
pernas e levantei a minha bunda. Em um impulso duro, ele me encheu,
esticando meu núcleo. — Oh merda, isso é tão bom! — eu gemi quando
os meus dedos tentavam desesperadamente agarrar-se à superfície
lisa. Mais e mais ele me batia, mais e mais até que tudo o que eu
poderia fazer era chamar seu nome, — Travis, oh meu Deus!

— É isso aí. Vamos gozar juntos.

Eu concordei e ele estendeu a mão para o meu clitóris inchado. —


Oh, porra! — a tensão dentro de mim continuou a se construir. Cada
impulso foi mais duro do que o último e eu sabia que ele estava quase
lá. — Vire, — eu implorei, precisando tocá-lo.

Travis fez, puxando para fora de mim e me levantando. Minhas


pernas estavam em volta dele enquanto seu pau empalava meu
sexo. Me agarrei a seus ombros enquanto ele segurava minha
bunda. Apenas mais algumas estocadas e eu gritei: — Jesus, Travis, eu
vou gozar.

— Ainda não, querida. — mais uma vez, ele chegou entre nós e
brincou com meu clitóris, seus quadris se movendo com os meus. Nossa
pele molhada bateu uma com a outra e nossa respiração ficou mais
dura.

— Agora! Porra, agora! — ele rosnou no meu ouvido quando meu


corpo rasgou em milhões de pedaços.

Eu derreti contra ele, meu corpo flácido. Me segurando sob o jato,


Travis beijou meu pescoço, seu pau ainda dentro de mim.

Quando retornei minhas palavras, eu olhei para cima, o jato


ainda nos cobrindo. — Eu deveria estar te agradecendo por mais cedo.

Ele mostrou seu sorriso torto. — Você fez, querida, você fez.

Quando ele me abaixou para o chão do chuveiro, eu olhei para os


meus pés e a poça de água. Minhas pernas estavam moles e meu corpo
se sentia agradavelmente dolorido.

— Quais são seus planos para hoje? — perguntei.

— Eu estou ao seu serviço, Sra. Daniels.

~ 340 ~
Beijando seu rosto, olhei de volta em direção ao ralo. Não
admirava que a água não estivesse descendo: não podia, não quando
estava obstruído com todo esse cabelo.

FIM

~ 341 ~
Caros leitores,
Obrigada por ler Insidious. Espero que tenham gostado deste
thriller independente e que se lembre das voltas e reviravoltas quando
sua cabeça bater no travesseiro esta noite. Se você fizer isso, terei
realizado o meu objetivo. Embora tenhamos visto o último de Victoria,
Travis e todos os personagens incríveis em Insidious, há mais histórias
para contar e novos personagens para atender em romances futuros em
Tales From the Dark Side.

Esta é uma série de livros únicos e thrillers eróticos. Se você


apreciou a história de Victoria, você vai querer seguir Aleatha Romig por
notícias dos próximos Tales from the Dark Side. Cada livro desta série
terá seus próprios personagens, sua própria montanha-russa
emocionante e ninguém vai se sobrepor com qualquer um dos outros
livros.

Se esta é sua primeira vez lendo o meu trabalho, confira minha


série Consequences, uma série de cinco livros. A série Consequences
também é um thriller dark. Mesmo não sendo erótico, há uma relação
que liga a série e foi abraçada pelos leitores de romance dark.

Obrigada novamente pela leitura e por fazer parte da história de


Victoria. Por favor, conte aos seus amigos e deixe um comentário. É a
melhor coisa que você pode fazer por um autor que você gosta.

Atenciosamente,

Aleatha.

~ 342 ~

Você também pode gostar