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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

HISTÓRIA DA AMÉRICA I

Texto 1: GELMAN, Jorge. Por una historia de la desigualdad en el largo plazo. Fuentes y
métodos para medir la inequidad en épocas pre-estadísticas. Revista Ecuatoriana de Historia,
Quito, v. 38, n. II, p.59-72, 2013.

Questão 1: Defina “distribuição funcional da renda” [“distribuición funcional del ingreso”] de


acordo com a página 12 do pdf.

A “distribuição funcional da renda”, de acordo com Gelman, trata-se de um indicador


que permite analisar a distribuição da renda dos diferentes fatores de produção e sua evolução,
por exemplo, a terra, trabalho e capital. Não é, portanto, um mecanismo capaz de averiguar a
distribuição pessoal (ou individual) da renda.
Gelman explica que, para determinar a distribuição funcional, primeiro é necessário
construir sequências temporais de salários de diferentes segmentos e tentar medir o peso
relativo dos assalariados na economia. Em seguida, diversas outras comparações desta série
podem ser feitas, seja com preços de terras, aluguéis, taxas de juros sobre o capital, etc. O
autor indica que alguns estudos buscam comparar as séries dos salários com as do PIB per
capita. Já outras comparações teriam sido significativas para pensar as relações entre preços
da terra e aluguel da terra; salários de trabalhadores não qualificados e qualificados, etc.,
possibilitando acompanhar a evolução da desigualdade entre proprietários e inquilinos ou o
chamado prêmio de qualificação entre os trabalhadores. No entanto, Gelman alerta que todas
essas relações dependem do significado que podem adquirir em cada sociedade e da
existência de fontes que permitam a construção de séries.

Texto 2: GUIDA NAVARRO, Alexandre. A civilização maia: contextualização historiográfica


e arqueológica. História, São Paulo, v. 27, n. 1, p.347-377.

Questão 2: Compare os assentamentos Maia em terras baixas e altas, conforme a página 6.

Enquanto as terras Altas são formadas por uma cadeia montanhosa na região da atual
Guatemala, área meridional, podendo atingir cerca de 4.000 metros de altitude acima do nível
do mar, apresentando um clima quente e úmido, as terras Baixas são situadas abaixo dos 600
metros de altitude (geralmente não ultrapassando 100 ou 200 metros). Consequentemente, os
centros de povoamento das terras Altas são situados em altitudes bem mais elevadas, até

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1.000 metros acima do nível do mar. As terras Baixas são subdivididas ainda em terras Baixas
do Sul, área central, com uma cobertura tropical mais ou menos densa e úmida, e terras
Baixas do Norte, área setentrional, cuja formação é calcária e quase desprovida de cursos
d’água superficiais, apresentando um clima árido em direção à noroeste.
Por sua vez, as terras Altas possuem dois sistemas fluviais importantes, um deles
formando o rio Motágua e o outro compreendendo o rio Usumacinta, com três afluentes
principais. Este último é considerado a via fluvial de maior importância na área maia. Desse
modo, o território das terras Altas era considerado fértil e com alto potencial de recursos
naturais, desempenhando um papel determinante nas fases de formação da civilização maia.
Todavia, talvez em decorrência da altitude, apresentaram um número de centros de
povoamento consideravelmente inferiores ao das terras Baixas.

Questão 3: Comente as características dos períodos principais da história Maia de acordo com
as páginas 7 e 8 do pdf.

Segundo Guida Navarro, os arqueólogos tradicionalmente dividiram a História maia


em três períodos principais: Pré-Clássico (800 a.C. a 300 d.C.), Clássico (300 d.C. a 900
d.C.), Pós-Clássico (900 d.C. a 1520 d.C.). O texto indica que essa classificação foi elaborada
em decorrência dos estilos distintos de cerâmica e arquitetura presentes em cada período,
sendo atualmente discutida por outros estudiosos devido ao teor elitista que o modelo pode ter
assumido, com muitas discrepâncias.
Nessa periodização, o tempo Clássico é tido como o auge da civilização maia, devido
à imponência dos palácios e templos, às estelas (monumentos verticais onde foram registradas
inscrições hieroglíficas) e por apresentar uma elaborada cerâmica policrômica. Já o período
Pré-Clássico, teria sido formado por vilas rurais modestas, desprovido de realizações
arquitetônicas tão expressivas quanto às do período Clássico. O Pós-Clássico, por sua vez,
nessa interpretação, foi considerado um período de decadência cultural e artística.

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