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A inclusão social na pedagogia atual

A presença de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE),


provenientes de deficiências, nas classes regulares tem sido um dos grandes
desafios enfrentados pelos profissionais da Educação.

A chamada inclusão tem esbarrado em resistências por implicar investimentos de


alto custo para as escolas, por terem que se adequar as condições necessárias à
prática do ensino inclusivo. Entre alguns educadores também há essa sensação de
obstinação, já que lhes é imprescindível formação mais ampla e uma atuação
profissional diferente da que possuem experiência; sem falar que estes professores
não foram preparados e capacitados para estar recebendo esses alunos em sala de
aula.

Incluir significa muito mais que colocar alunos com necessidades educacionais
especiais dentro de salas de aulas regulares, tem todo um aparato de provimentos
que deveriam estar sendo cumprido por parte de todas as escolas ditas como
inclusivas ou não, e, infelizmente, não é o que vem acontecendo. O que se tem visto
são alunos incluídos de qualquer maneira, sem nenhum tipo de assistência para que
possam desenvolver as habilidades acadêmicas e sócio-emocionais e pessoais
propostas pelo movimento de Inclusão.

O quadro atual da Inclusão é uma verdadeira exclusão, as escolas têm-se


justificado, no sentido de que não possuem condições de oferecer aos alunos NEE o
apoio que necessitam, tanto em termos de recursos materiais, financeiros ou de
recursos humanos, pois se sentem despreparados para atender a diversidade.

Os professores têm demonstrado resistência em receber alunos com NEE, devido à


falta de suporte técnico que têm enfrentado então muitos deles, estão criando meios
de aprender na perspectiva de que a inclusão é um desafio que deve ser encarado.
Cabe aos educadores do ensino regular acreditar e aceitar que os alunos com NEE,
pertencem à educação regular e são capazes de aprender e, consequentemente, os
professores de ensinar.

Os alunos com NEE, ao contrário do que se possa pensar, necessitam de estar em


salas de aulas regulares como todos os alunos, mas esse direito de educação para
todos, sem segregação, não quer dizer que esses educandos devem ser ensinados
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de maneira igualitária, e sim, que devem ter igualdade de oportunidades, cada aluno
ser atendido no que necessita, em função de suas características e necessidades
educacionais.

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Plano de Ação para satisfazer
as necessidades básicas de aprendizagem, aprovada em Conferência na Tailândia
em 1990, reza no Artigo 3, item 5 que:

“As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências


requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de
acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte
integrante do sistema educativo.”

Considerando ainda que um dos princípios da Declaração de Salamanca: De


princípios, Política, e Prática para as Necessidades Educativas Especiais (1994,
item 2, p.1) diz:

Cremos e proclamamos que:

“[...] as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à


escola que deveria acomodá-las dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer tais necessidades.”

Assim o que os alunos incluídos precisam encontrar nas escolas regulares é


ambiente e condições propícias ao desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem. Os profissionais da educação devem se conscientizar de que a
responsabilidade da escola é educar a todos, sem discriminação; sendo necessária
para isso uma transformação estrutural do processo ensino-aprendizagem para que
este atenda as necessidades individuais de cada aluno, incluindo-se o currículo e a
avaliação que deve ser diagnóstica e formativa para que haja o acompanhamento
regular do progresso do aluno a fim de manter alunos e professores informados da
aprendizagem adquirida e também, contínua e qualitativa, visando depurar o ensino
e torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos, o
que já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente
classificados como deficientes nas escolas regulares.

Sabe-se, porém, que o que os alunos incluídos têm recebido é uma menor
quantidade de instrução, para que possa aparentar que estão acompanhando a
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turma regular, mas esse tipo de estratégia convencional contribui apenas para
agravar os seus problemas de aprendizagem.

Na verdade o que esses alunos com NEE necessitam é de um ensino mais


intensivo, e não de um tipo diferente. Precisam ser estimulados a aprender mais e
mais, para que seja aprimorado o seu desenvolvimento no processo de
aprendizagem.

Dentre os fatores que influenciam a aprendizagem dos alunos com NEE, estão as
próprias capacidades cognitivas dos alunos, a motivação e o comportamento, a
organização da sala de aula, o clima e as interações professor/aluno, a quantidade e
qualidade do ensino, o apoio dos pais e a ajuda no aprendizado em casa.

A Escola deve criar condições para um ensino baseado no contato e no convívio de


alunos com e sem dificuldades, ou deficiências, pois esta ação é imprescindível para
o sucesso da normalização de comportamentos; tal interação é importante para criar
laços afetivos e vínculos, indispensável suporte para a formação emocional e
desenvolvimento dos alunos com NEE. E assim sendo, vantajoso também para os
alunos regulares, pois terão maior capacidade afetiva e de aceitação das diferenças
individuais.

Bibliografia pesquisada.

Brasil. Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial: livro 1.


Brasília: MEC/SEESP, 1994.

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