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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


HISTÓRIA
HISTÓRIA IBÉRICA

Profº: Rodrigo Rainha


Aluno: Giovani Pereira Pedrosa Kinayp Coelho

Resenha texto: De primus inter pares a soberano: o discurso político da


realeza portuguesa no limiar do séc. XV

No século XIV surge em Portugal uma nova dinastia monárquica, a dinastia


de Avis que tem como seu primeiro quer D. João. A nova dinastia agora precisava
se firmar como legitima para permanecer com seus poderes reais e também criar
uma identidade nacional para que com isso criar uma união e não perder seus
territórios constantemente ameaçados pelo reino de Castela.

D. João, como rei e líder do reino português precisava agora desenvolver


formas para que se tornasse legítimo de fato e com isso começou a desenvolver
uma nova espécie de literatura a partir de seus escrivães, filhos, etc.

O texto de Miriam Cabral Coser busca analisar alguns textos escritos na


época e qual eram suas principais intenções. A autora analisa principalmente as
obras do príncipe D. Pedro, Virtuosa Benfeitoria e a Crônica de D. João I de Fernão
Lopes.

Em primeiro passo a escrito analisa a obra de D. Pedro, filho de D. João. Na


obra o príncipe busca “elaborar um tratado político enunciado as bases e o
funcionamento de uma sociedade perfeita, fundamentado em suas leituras de
Sêneca”. (COSER, 2007). Basicamente as intenções do príncipe seriam criar uma
ideia de uma sociedade na qual o rei se torna o objeto principal do reinado e como
uma figura divina. Além disso buscava mudar a ideia de um rei guerreiro, bélico e
passava a tornar a ideia do rei de alguém que uniria o povo, um homem inteligente,
como diz a autora, algo quase renascentista.

Fernão Lopes, um homem de inúmeras funções nos reinos portugueses e de


extrema importância para a sociedade nobre portuguesa da época, escreveu
também uma obra que busca falar do rei. Nas Crônicas de D. João Fernão busca
lidar com as versões conflitantes sobre a legitimidade de D. João através da
narração dos acontecimentos da Revolução de Avis dando destaque tanto para
homens das cidades, ou cidadãos comuns tanto para uma nova nobreza ligada por
Nuno Alvarés. Apesar de D. João ser personagem principal da obra, é Alvarés que é
descrito como o herói da revolução.

Lopes em sua obra também busca criar de alguma forma um sentimento


nacional e a criação de uma identidade portuguesa, tão fundamental para que o
estado se permanecesse sólido. Ou seja, os textos de Fernão Lopes tinham a
função tanto de afirmar uma nova nobreza como também criar uma ideia de um
estado único português guiado pelo homem máximo, o rei.

O interessante de se ler sobre essas obras e sobre o papel do discurso


político da monarquia portuguesa da época é que podemos aos poucos passar a
entender as características que foram necessárias para a formação do estado
português e a criação de uma monarquia absolutista portuguesa.

Como dito no texto, Portugal já possuía certas características que favoreciam


a formação de um estado nação, porém, é interessante perceber como o papel do
discurso monárquico e da nobreza favoreceram para que esse processo se
consolidasse.

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