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Índice

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
AS OPERAÇÕES MATERIAIS E A ACTIVIDADE TÉCNICA DA ADMINISTRAÇÃO ......... 2
Operações materiais administrativas .............................................................................................. 2
Operações materiais instantâneas ou continuadas (em função da estrutura) ............................. 2
Operações materiais com vista na conservação ou modificação de uma situação de facto ........ 2
Operações materiais de gestão pública ou de gestão privada (em função do regime jurídico).. 3
Operações materiais internas ou externas (em função do significado e alcance): ...................... 3
Operações materiais legais ou ilegais (em função da conformidade com as leis em vigor) ........ 3
Regime jurídico substantivo das operações materiais administrativas........................................ 3
Regime jurídico procedimental das operações materiais administrativas .................................. 4
TÉCNICAS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................. 5
Regulamento interno ........................................................................................................................ 5
Manuais de rotinas............................................................................................................................ 5
Organograma .................................................................................................................................... 5
CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 6
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO

A Administração Pública gere os interesses da coletividade através de serviços públicos, direta


e indiretamente, sob regime jurídico predominante público, abrangendo atividades para a
sociedade que foram assumidas pelo Estado.

O Estado encontra na Administração pública uma ferramenta indispensável à execução das


tarefas, ou seja, o bem-estar da coletividade depende da Administração Pública. A função
pública e seus preceitos não devem ser descumpridos, e as leis impedem que os servidores
públicos deixem de cumprir os deveres que a lei determina. Todos os poderes conferidos a
Administração Público devem ser utilizados em benefício da sociedade.

Para que os anseios da sociedade sejam cumpridos, é necessário a transparência, o êxito do


dever de fazer dos atos da Administração Pública, de tal modo que evite os excessos e abusos,
para que não ocorra ilegalidade dos referidos atos.

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AS OPERAÇÕES MATERIAIS E A ACTIVIDADE TÉCNICA DA
ADMINISTRAÇÃO

Operações materiais administrativas

O exercício do poder administrativo era desde sempre classificado em 3 categorias:


regulamento (ato unilateral normativo), ato administrativo (decisão unilateral de um caso
concreto) e contrato administrativo (acordo bilateral produtor de efeitos jurídicos). Surge,
recentemente, uma quarta categoria da atuação administrativa: a categoria das operações
materiais. Era entendida, até então, como uma categoria isenta de qualquer valor ou relevo
jurídico. A necessidade de definir esta nova categoria da atuação administrativa tinha como
objetivo primordial o controlo jurisdicional das operações materiais da Administração, isto é,
a proteção dos particulares contra operações materiais ilícitas ou ilegais levadas a cabo pela
Administração pública.

Nas palavras do professor Freitas do Amaral, operações materiais consistem em qualquer


tipo “de atuação física levada a cabo pela Administração pública, em seu nome ou por sua
conta, para conservar ou modificar uma dada situação de facto do mundo real”. Os exemplos
são inúmeros: intervenções policiais num terreno para deter suspeitos da prática de um crime;
demolição de um prédio que corre o risco de ruina; trabalhos de construção civil para a
realização de uma obra pública, etc. Os agentes da Administração pública (polícias, técnicos
do Estado, etc.) atuam com vista na modificação/conservação de uma determinada situação de
facto.

Existem várias espécies de operações materiais em função de vários critérios:

Operações materiais instantâneas ou continuadas (em função da estrutura): as operações


materiais são instantâneas quando ocorram num único momento; continuadas quando se
prolongam no tempo, quer através de uma prestação única quer através de prestações
periódicas;

Operações materiais com vista na conservação ou modificação de uma situação de facto


(em função do seu fim): por exemplo, manutenção da ordem pública, defesa militar, etc. Essa
modificação/conservação pode ser parcial (por exemplo, a realização de várias obras) ou total
(como a demolição de um edifício);

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Operações materiais de gestão pública ou de gestão privada (em função do regime
jurídico): as primeiras são tipicamente efetuadas no exercício de poderes públicos ou no
cumprimento de deveres públicos (intervenção da GNR ou dos bombeiros, por exemplo), ao
passo que as segundas decorrem com base num regime jurídico de direito privado (por exemplo
as atividades técnicas de empresas públicas);

Operações materiais internas ou externas (em função do significado e alcance): as


primeiras ocorrem dentro do âmbito da entidade pública que as desencadeia (obras de
reparação), ao passo que as segundas atingem (fisicamente) a pessoa ou o património de
qualquer outro sujeito de direito (acçoes policiais sobre cidadãos, combate de incêndios em
propriedade privada). Dentro das operações materiais externas, existem as favoráveis a
particulares (por exemplo: proteção policial, pagamento de prestações sociais, etc.) e as
desfavoráveis a particulares (posse administrativa de bens expropriados, detenção policial de
estrangeiros indocumentados, etc.);

Operações materiais legais ou ilegais (em função da conformidade com as leis em vigor):
a realização de uma operação material deve preencher os requisitos legais para se considerar
legal, caso contrário é ilegal. Se forem ilegais, poderão igualmente ser ilícitas se violarem os
direitos de um particular sem qualquer fundamento jurídico e, nesses casos, os danos são
indemnizáveis a título de responsabilidade da Administração. Se a operação não causar
qualquer dano, as consequências são apenas disciplinares ou criminais (em casos graves).

Regime jurídico substantivo das operações materiais administrativas


Existem 3 princípios fundamentais a que as operações materiais estão sujeitas: o princípio da
prossecução do interesse público, o princípio da legalidade e o princípio do respeito pelos
direitos e interesses legalmente protegidos dos particulares. Toda a Administração Pública está
sujeita a estes 3 princípios. Destes 3 princípios conclui-se que as operações materiais devem:

• Assentar numa habilitação legal prévia, isto é, obedecer à lei;


• Ser ordenadas e efetuadas pelos órgãos ou agentes legalmente competentes para o
efeito;
• Em obediência ao princípio da separação de poderes, intervir na solução de conflitos

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dos particulares apenas quando tais conflitos careçam da intervenção do Poder Judicial;
• Sujeitar-se a todos os princípios constitucionais do Direito Administrativo;
• Respeitar as normas que devam ser tidas em conta em função do tipo de operação
material de que se trate (por exemplo, um funcionário público cuja função requeira
conduzir um automóvel, este deve respeitar as normas do Código de Estrada e tomar os
devidos cuidados).

Regime jurídico procedimental das operações materiais administrativas


As operações materiais administrativas podem ser efetuadas tanto no quadro de um
procedimento executivo ou no quadro de execução de um contrato da Administração, como
fora da exigência desse mesmo procedimento referido inicialmente. Nesta última hipótese, a
Administração pública está habilitada a efetuar operações materiais sem que tenha de adotar
qualquer procedimento administrativo. Tais situações podem ser:

• Actuação em estado de necessidade: os exemplos mais significativos são os casos dos


serviços de bombeiros, ambulâncias, proteção civil, que intervêm sem qualquer
procedimento prévio, uma vez que um pedido de socorro consiste numa situação de tal
modo urgente e grave que justifica a não adoção de um procedimento administrativo.
De qualquer modo, muitos destes casos acabam por estar regulados na lei.
• Medidas policiais de ação direta: estas medidas estão previstas na legislação reguladora
das forças policiais de segurança. Grande parte destas medidas não são precedidas de
ato administrativo nem seguem os mecanismos de um procedimento administrativo.
Acontece, por exemplo, nos casos em que um agente de autoridade presencia a prática
de um crime e atua imediatamente para impedir o delito ou deter os suspeitos. A
urgência de atuação justifica efetivamente a intervenção administrativa imediata.
• Operações de prestação de serviços públicos: desde logo, os transportes públicos, a
distribuição de água, eletricidade, assistência hospitalar, etc. são compostos de
operações materiais (condução de veículos, instalação das redes de distribuição…) não
precedidas de actos administrativos.

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TÉCNICAS DA ADMINISTRAÇÃO

Técnicas administrativas são processos que auxiliam o funcionamento diário de uma empresa,
por meio delas é possível criar uma padronização das ações, facilitando a comunicação e
organização da empresa. Exemplos:

Regulamento interno: O regulamento é uma técnica que permite definir as diretrizes na


empresa. Pelo regulamento é possível conhecer a política da empresa e seu objeto,
normalmente e elaborado por líderes de departamento ou pela administração geral;

Manuais de rotinas: Nos manuais de rotina são determinados as normas e os procedimentos


para execução de um trabalho, podem ser elaborados por departamentos e /ou setores
específicos. Sua leitura é obrigatória, para que se possa manter a padronização dos conceitos
na empresa;

Organograma: O organograma é uma técnica que permite conhecer a estrutura funcional da


empresa, ou seja, o organograma e a representação gráfica do setor e /ou departamento da
empresa, com esta técnica e possível visualizar a relação de mando e subordinação. Os setores
e/ou departamento são representados pela figura geométrica de um retângulo, as linhas
continuas interligam as figuras de acordo com autoridade e as linhas pontilhadas identificam
os órgãos de assessoria. Objetivo do organograma além de permitir a visualização da estrutura
funcional da empresa, é também facilitar a delegação de responsabilidade e melhorar o
processo de comunicação.

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CONCLUSÃO

Materializado o trabalho, é altura de tecer alguns comentários finais, é importante ressaltar a


intrínseca sobre as operações materiais e a actividade técnica da administração bem como os
demais limites que restringem em certa medida.

Em termos finais, pode-se concluir que quando a administração comete de forma direita ou
indireta dano ao particular, esta deve suportar todos os danos, pois agiu por conta e risco, ou
ela pode se exigir da obrigação quando contrata terceiros para efetivar a realização de obras
públicas por meio de contrato administrativo, assim o dano decorrente deste contrato é do
próprio contratado.

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BIBLIOGRAFIA

1. Andrade, José Carlos Vieira de. Lições de Direito Administrativo, 5ª ed.


http://hdl.handle.net/10316.2/43588 . Acessado em 12-Aug-2020
2. Batalhão, C. (2013). Porto Editora. Obtido em 12 de Agosto de 2020, de
http://www.portoeditora.pt/sites/regras-diferentes-relacionamento-administracao-publica
3. Carvalho, Matheus. Manual de Direito Administrativo, 2ª ed. ver. actual. e ampl. BA:
JusPodivm, 2015
4. Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Atlas, 2016
5. Decreto-Lei n.º 4/2015 - Diário da República n.º 4/2015, Série I de 2015-01-07
6. Maçãs, F., Carvalho, C., Veloso, J., Neto, D. L., & Mealha, E. Parecer – Projecto de
Revisão do Código de Procedimento Administrativo.
7. Miranda, J. (1998). Manual de Direito Constitucional, Tomo IV (2ª ed.). Coimbra:
Coimbra Editora.
8. Stoco, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 6.ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2004.

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