03/05/2021 França – um som de botas no ar | Mundo | G1

MUNDO

França – um som de botas no ar

Ala 'dura' de militares sai da sombra e ameaça a neutralidade das Forças Armadas
em polêmico manifesto, provocando indignação no país.

Por Elizabeth Carvalho, TV Globo e GloboNews — Paris

03/05/2021 09h10 · Atualizado há uma hora

A ministra da Defesa francesa, Florence Parly, e o comandante do Exército, François Lecointre — Foto: Reuters/François
Mori

Um som de botas sobre os paralelepípedos de Paris está despertando velhos

fantasmas adormecidos na sólida República da França. Ele ecoa pelo Palácio do
Eliseu desde 21 de abril, quando se completaram 60 anos do golpe derrotado contra
o General De Gaulle, organizado por um grupo de militares inconformados com a
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independência da Argélia, a ex-colônia mais importante do império francês, depois

de uma longa guerra sangrenta. Neste dia simbólico, a revista semanal de extrema-
direita "Valores Atuais" abriu suas páginas a um manifesto encabeçado por 24
generais de pijama, agrupados numa espécie de Clube Militar à francesa,
saudosistas dos tempos coloniais. O número de signatários impressiona: além dos
generais, mais de uma centena de militares de alta patente e outros 1.500 nomes de
diferentes procedências nas forças de defesa e segurança foram tornados públicos,
mesmo que seus organizadores reivindiquem mais de 10 mil assinaturas colhidas
até o dia 29 de abril.

Ainda que mais sofisticados, e dentro de um contexto bem diferente do nosso, os

elementos centrais deste “Apelo aos governantes pela volta da honra e do dever na
classe política” guardam alguma similaridade com o discurso oficial no trágico Brasil
de hoje: denúncia da "desintegração" nacional provocada pelo “antirracismo”, pelo
“islamoesquerdismo”, o "indigenismo" e as “teorias de descolonização”, e pelas
“hordas da periferia”, que geram insegurança na nação; da “permissividade” que se
expande na sociedade; apelo ao retorno de “valores civilizatórios” que preservem as
“glórias militares”; advertência de que militares da ativa serão convocados para
conter uma guerra civil que pode explodir diante de “um caos crescente”. As
circunstâncias são outras, mas o discurso é o mesmo - racista, homofóbico,
perseguidor das esquerdas e das minorias, semeador do medo e propagador do
ódio e das ameaças permanentes.

Mas a França é a França, e os autores da bravata antirrepublicana serão punidos,

como prometem a ministra da Defesa Florence Parly e o General François Lecomtre,
chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Será um processo disciplinar longo, que
vai exigir fóruns diferentes, com o risco de se estender até as eleições presidenciais
de abril de 2022. A idade mínima do generalato que assina o manifesto é de 80
anos, quase todo ligado à extrema-direita, o que sugere consequências
simbolicamente políticas, depois de seu julgamento por um conselho militar
superior criado especialmente para este fim. A sentença proferida será, por lei,
objeto de recurso.

Da extensa lista de nomes VIPS das Forças Armadas há muitos militares na ativa.
Sobre eles pesa a ameaça de expulsão, e ainda o risco das penalidades previstas
num processo do Judiciário: o líder do partido de esquerda França Insubmissa e
também candidato à presidência, Jean-Luc Mélanchon, uniu-se ao Partido Verde
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para entrar com um pedido junto à Procuradoria de Paris para julgá-los pelo crime
de estímulo à guerra civil, passível na França de prisão perpétua e multa de 750 mil
euros.

É possível que o governo Macron preferisse ignorar o manifesto e relegá-lo às

fronteiras do que os franceses chamam de “faciosphère”, esse espaço difuso e
perigoso com que o neofascismo vai se infiltrando nas redes sociais. Mas, antes de
ser publicada na revista, ela havia sido gestada num blog de um capitão de reserva
da polícia do exército que nos anos 1990 foi membro do serviço de segurança do
Front Nacional, refundado recentemente como Encontro Nacional, o partido de
Marine Le Pen. Não por acaso, Le Pen foi a primeira a reagir ao apelo dos generais,
subscrevendo as intenções do manifesto “como cidadã e como mulher política”, e
convidando os signatários a se unirem a ela em sua campanha. E foi respondendo a
Marine Le Pen que os integrantes do atual gabinete presidencial finalmente contra-
atacaram, com uma semana de atraso, considerando “inaceitável” que uma
candidata à presidência da França pudesse apoiar abertamente ideias golpistas.

A um ano das eleições presidenciais, os cenários desenhados pelas últimas

pesquisas junto ao eleitorado francês indicam uma reedição do duelo de 2017 entre
Emmanuel Macron e Marine le Pen no segundo turno. Naquele ano, Macron venceu
le Pen com o apoio majoritário das forças progressistas, que migraram seus votos
para o Movimento em Marcha, a fim de evitar a vitória da extrema-direita. No ano
que vem, ainda que o quadro da campanha não esteja ainda totalmente
configurado, as chances de uma vitória cerrada de Le Pen sobre Macron são bem
maiores. A pesquisa Ifop-Fiducial, realizada em abril, dá à candidata do Encontro
Nacional a liderança em seis dos dez cenários com outros candidatos eventuais na
corrida presidencial.

Diante de uma sociedade exaurida por confinamentos sucessivos impostos pela

pandemia, ameaçada pelos efeitos de uma crise econômica sem precedentes que
vai se avolumando e por estranhos crimes de violência cometidos por lobos
solitários que não evidenciam uma organização terrorista por trás - como no caso
do assassinato da funcionária administrativa da polícia de Rambouillet em 23
de abril - o presidente Macron vai acenando ao eleitorado da direita, e faz passar a
boiada de leis de segurança que boa parte dos franceses entende como restritivas
às suas sagradas liberdades individuais.

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Tempos estranhos, esses. Terreno fértil para semear o medo e propagar o ódio
numa das sociedades mais politicamente amadurecidas e esclarecidas do mundo
ocidental.

Elizabeth Carvalho é correspondente da GloboNews e da TV Globo em Paris

O Assunto
Por G1 em 3/5/2021

O Brasil do futuro sequestrado

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Victor Soares Martins Agora mesmo

E eu pensando que so no Brasil as forças armadas tivessem esse anseio em sempre desestabilizar
o jogo democrático. Me enganei.

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Eduardo Fiuza Agora mesmo

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Eduardo Fiuza Agora mesmo

Eles eles tivessem 11 togados PTistas por lá, já teriam colocado para correr

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Espírito Sinistro há 1 minuto

Ainda há franceses na França, a nal.

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Marcelo Almeida há 3 minutos

Cadê a íntegra do manifesto pra gente tirar as próprias conclusões? Foi-se o tempo de delegar a
vocês jornalistas qualquer credibilidade ideológica. Não mesmo! Ninguém dá mais credito a vocês.
Vocês divulgam o que querem, ocultam o que não querem, e en am goela abaixo a sua agenda.
Cadê a íntegra do artigo?

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MUT JUNIOR há 4 minutos

AGORA O BAMBÚ VAI ARDER. CONTRA A FARDA VAI SER DIFÍCIL DE GANHAR. ACHO QUE O CHICO
VAI TER QUE PROCURAR OUTRO LUGAR PRA FICAR!

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joao maranato há 4 minutos

Bolsomions Olavistas q usam varios per s fake, se os Militares tomar o poder aquí no Brasil, 
fujam do país ,,vcs serão os primeiros a serem perseguidos,...principalmente pelo Gen Mourão 

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Sôdômôrra. há 5 minutos

"Artigosinho" sem nenhuma credibilidade... kkkkkkkkkkkk

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joao maranato há 6 minutos

os Bolsomions Fanáticos acha q se o Bozonaro tomar o poder , os Generais vão car recebendo
ordens dos Olavistas kkkkk..vão ser os primeiros a levar uma invertida kkkk

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Claudio Jose Mazzutti há 4 minutos

vai chegar o momento de vcs esquerdalha

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joao maranato há 2 minutos

CLAUDIO...qtos per s fake news vc tem ?

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Vinicius de Souza Paes há 7 minutos

"Tempos estranhos, esses. Terreno fértil para semear o medo e propagar o ódio". Vc está falando
dos muçulmanos que decapitam os professores que "ousam" exibir uma caricatura de Maomé
durante as aulas?

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joao maranato há 8 minutos

Aquí no Brasil,  não vai demorar para os Militares tomar o poder e expurgar os Bolsonaristas
Olavistas Fanáticos q só DISSEMINAR FAKE NEWS e formentar o caos 

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joao maranato há 9 minutos

# CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁS #  ,

....então eu já conheci a verdade  , pois  medidas restritivas desafoga os hospitais  ,   vacina salva ,
as Máscaras protege , a Cloroquina é placebo , o virus ataca em qualquer clima  e o Bolsonaristas
Olavistas Fanáticos são os formentadores do caos  e incentivadores de quebrar as regras
sanitárias

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Helcio Guerra há 10 minutos

Sobre isso eu indico um vídeo do grande ator Bemvindo Sequeira chamado ''O VÍRUS DO
BOLSONARO CHEGA AO EXÉRCITO FRANCÊS''. 
Lá tem tudo o que eu diria e muito mais. 

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marcos godello há 10 minutos

A França não   é o  o Brasil do bolsonaro.

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Márcio César Cruz há 11 minutos

Espero que o resto do mundo tenham essa consciência..   que se não zerem alguma coisa, em
breve será destruído

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https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/05/03/franca-um-som-de-botas-no-ar.ghtml 7/14
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Carlos Abreu há 11 minutos

"terreno fértil para semear o medo e propagar o ódio" Globo falando de si mesma na terceira
pessoa. 

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Haroldo Ribeiro há 12 minutos

todo político é corrupto ! ou seja,não dá pra con ar neles. no Brasil conseguiram corromper a
democracia. trá co,milicias etc. então só há uma solução. MILITARES !

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Ronaldo Buassali há 12 minutos

É o m do socialismo na França. Breve voltaremos a ver a França como um país proeminente,

longe das desgraças causadas pela esquerda. 
A Globo, como sempre, tomando seu lado esquerdista no artigo. 

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Muito Doido há 15 minutos

militar é assim msm, acham q são melhores que todo mundo e so eles podem salvar a patria dos
males. Tem q acabar com essa mentalidade nas forças armadas.

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Tom Mitchell Bahia há 16 minutos

Lamentável  a "Jornalista" Elizabeth Carvalho fazer comparações Esdruxulas entre o Problema

político da França com os problemas da atual política do Brasil . Nem de longe se assemelha e a
Jornalista ainda quali ca como discurso o cial no trágico Brasil. Lamentável usar essas palavras  

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Rodrigo há 16 minutos

O Socialismo acabou com Paris, quem teve a chance de conhecer 30 anos atras e ve o favelao que
se tornou hoje ca indignado. certamente a Franca tera um governo de direita em um futuro
proximo. ninguem aguenta mais essas politicasde esquerda destruindo tudo.

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Carlos Abreu há 10 minutos

Realmente, estive lá em 2017 e 2018, aqueles lados do Sacrecreur está pior que aqui no Hell de
Janeiro. Violência, pobreza, tudo acabado, pichado e arruinado. Triste. 

 
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marcos godello há 8 minutos

VC CONHECE O FARELÃO DOS EUA?

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