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Antonio José
BORGES
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HERMIDA
compêndio
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DO
BRASIL
PRIMEIRA E SEGUNDA SÉRIES DO CURSO MÉDIO
Compêndio de
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HISTORIA DO BRASIL
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ANTÔNIO JOSÉ BORGES HERMIDA
compêndio
de ,
HI·STOR ·IA
DO BRASIL
53.• edição
1968
BRASIL COLONIAL
1 - O De1cobrimento
1) As Grandes Navegações
2) Descobrimento da América
3) Descobrimento do Brasil
4) Exploração da Costa Brasileira 40
2 - Fonnação do Povo BraM~ro
I - O Primeiro Reinado
1) A Guerra da Independência 195
2) As Lutas Internas 200
3) Política Externa do Primeiro Reinado 206
4) A Abdicação 212
2 - As Regências
5) As Regências Trinas 221
6) A Regência de Feijó e de Araújo Lima 226
5 - A Abolição
12) A Escravidão Negra e o Tráfico de Escravos 265
13) A Campanha Abolicionista e seu Triunfo 270
7 - A Repríblica
17) Proclamação da República 293
18) A Constituição de 1891 298
19) Governos República nos até 1930 302
20) Política Exterior: Rio Branco 312
8 - O Bra.!il Contempordneo
21) Governos Republicanos depois de 1930 321
22) O Regime Constitucional e o Parlamentarismo 329
23) Progresso Econômico e Cultural 335
BRASIL COLONIAL
~'
I
li O DESCOBRIMENTO
As grandes navegações
Descobrirnento da América
Descobrimento do Brasil
Exploração da costa brasileira
1) AS rGRANDES NAVEGAÇOES
4O Infante D. Henrique. 15
COLONIZAÇÃO PORTUGUÊSA
no de Leão e adotou o título de Portugal e tôdas as suas colônias
rei. Com Afonso Henriques, o fun- para o domínio espanhol. Mas, em
dador do reino de Portugal, inicia- 1640, o duque de Bragança, D.
se a primeira dinastia ou família João, libertou Portugal do domí-
de soberanos portuguêses, chama- nio da Espanha e, com o título de
da de Borgonha. D. João IV, iniciou a última dinas-
A segunda dinastia de Portugal, tia portuguêsa. A essa dinastia,
.que tanto s.e distinguiu nos desco- chamada de Bragança, pertence-
brimentos marítimos, foi a de Avis, ram os imperadores do Brasil, D.
fundada pelo rei D. João I. Ou- Pedro I e D. Pedro li.
tros soberanos notáveis dessa di-
nastia foram D. João II, apelidado
o Príncipe Perfeito, e D. Manuel, b) Causas
o Venturoso. das navegações
No reinado do Príncipe Perfeito Antes das longas viag-ens marí-
Bartolomeu Dias avistou o Cabo timas, iniciadas pelos portuguêses
das Tormentas (1488),.depois cha- no século XV ~europeus comer-
mado da Boa Esperança, e no de ciavam comfo( Oriente pelo Me-
D. Manuel chegou Vasco da Ga- diterrâneo. As mercadorias orien-
ma às lndias (1498) e PedroAlva- tais mais procuradas eram as dro-
res Cabral .ao Brasil ( 1500). gas e as especiarias da lndia (pi-
O último soberano da dinastia menta, cravo e canela), os teci-
de Avis foi o cardeal D. Henrique, dos da Pérsia e os objetos de por-
que morreu em 1580, passando celana fabricados na China.
O Mar Tenebroso
Os marinheiros daquele tempo
"acreditavam que, em suas águas,
·viviam · monstros que afundavam
navios e devoravam tripulantes".
18
VIAGENS DE VASCO DA GAMA E DE CABRAL
+ Pedro Álvares Cabral
• Vasco da Gama
19
Tcdos eSS.3S artigos eram levados ção do navio em qualquer parte
até Constantinopla, onde aguarda- do mundo e, finalmente, surgiu
vam os navios dos genoveses e ve- nôvo tipo de barco, a caravela,
nezianos, que os transportavam leve e rápida, própria para longas
para os vários países da Europa. viagens. Ainda nessa ocasião in-
Era, portanto, Constantinopla, im- ventou-se a vela triangular ou
portante centro para a distribuição latina, com a qual se podia na-
das mercadorias orientais e sem vegar com o vento em qualquer
ela não poderia haver comércio direção.
entre o Oriente e a Europa atra- Também como causa importan-
vés do Mediterrâneo. íl:sse comér- te das navegações cita-se o senti-
cio foi afinal proibido pelos tur- rnento religioso: os soberanos dos
cos que, em 1453, tomaram Cons- países da Europa queriam conver-
tantinopla: é que os conquistado- ter os povos do Oriente e ordena-
res eram muçulmanos e, por isso. vam aos sacerdotes que seguissem
inimigos dos cristãos, isto é, dos nas expedições.. f: por isso que a
europeus. esquadra de Cábral conduzia vá-
Com o avanço dos turcos torna- rios frades franciscanos; um dêles,
va-se indispensável descobrir ou- frei Henrique Soares, de Coimbra,
tro caminho por onde pudessem · rezou no Brasil as duas primeiras
ser transportados os artigos do missas.
Oriente. Foi o que os portuguêses
consegu iram percorrendo a costa
da África até ao sul dêsse conti-
nente, onde encontraram o ocea-
c) As viagens
uo Índico que leva às índias. Des- dos p01tu'gueses
se modo a tomada de C onstanti-
nopla pelos turcos foi uma das Foi um príncipe, o Infante D.
causas import::~ntes elas grandes Henrique, apelidado o Navega-
navegações. dor, quem iniciou as grandes na-
Outra causa foi o desenvolvi- vegações de Portugal. Era filho
mento da arte da navegação veri- de D. João I, o fundador da di-
ficado nessa época, que é a . do nastia de Avis que reinou até 1580.
início da Idade Moderna: torna- Depois de uma expedição ao
ra-se conhecida na Europa a bús- norte da África, onde obteve im-
sola, inventada pelos chineses e portantes informações sôbre a cos-
que serve para a orientação; foi ta desse continente, o Infante D.
inventado o astrolábio, destinado Henrique resolveu transformar a
a indicar a latitude, dando a posi- sua residência numa escola para
RESUMO
a) Origens de Portugal
As grandes navegações
I
I
22
l
b) Causas das navegações:
QUESTIONÁRIO
I
I
7)
8)
9)
Quais as principais mercadorias do Oriente procuradas pelos europeus ?
Por que era importante Constantinopla para o comércio pelo Mediterrâneo ?
Que fêz D. Henrique para animar os descobrimentos portuguêses ?
10) Que era o Mar Tenebroso ?
ll) Que eram portulanos ?
12) Quais as ilhas do Atlântico avistadas no tempo do Infante D. Henrique ?
13) Que sabe sôbre a viagem de Bartolomeu Dias ?
14) Que houve em 1498? •
15) Quais os soberanos portuguêses que se distinguiram nos descobrimentos ?
.i
I
I
23
I
2) DESCOBRIMENTO DA AMÉRICA
24
sanimava e, a 12 de outubro, da da partiu à procura de Cipango,
caravela Pinta, foi dado um tiro nome que naquele tempo se dava
de canhão. sinal de terra à vista: ao Japão, e pensou haver chega--
era a ilha de Guanaani, nome dado do a êsse país quando descobriu
pelos índios e que passou a cha- a ilha de Cuba; logo depois avis-
mar-se São Salvador. tava a ilha de Haiti.
Colombo, entretanto, julgou ha- Na segunda viagem que fez ao
ver chegado às índias e é por isso Nôvo Mundo, com uma esquadra
que os selvagens da América tive- de dezessete navios, Colombo des-
ram o nome de índios. Em segui- ~obriu as ilhas de Pôrto Rico e
VIAGENS DE COLOMBO
25
Jamaica. Na terceira, chegou a .
terra firme, na América do Sul,
onde avistou a foz do rio Orenoco
que êle chamou Bôca do Dragão
porque aí um temporal quase
afundou seus navios.
Nessa ocasião ocorreram "desor-
dens na povoação de São Domin-
gos, na ilha de Haiti: os índios
ameaçavam revoltar-se e os espa-
26
Na quarta viagem Colombo che- c) Conseqiichtcias
gou outra vez a terra firme, na
América Central, onde obteve in- do descobrimento
formações sôbre um oceano do da América
()utro lado do continente: era o
oceano Pacífico que o espanhol A primeira conseqüência do des-
Balboa descobriu e denominou cobrimento da América foi a assi-
mar do Sul. Também soube da natura, em 1494, do Tratado de
existência de um rico império in- Tordesilhas, que separou as ter-
dígena, o dos astecas, situado no ras portuguêsas das espanholas.
México.
Cristóvão Colombo, quando vol-
Quandc Colombo voltava para tava para a Europa, depois da pri-
a Espanha, morreu Isabel ( 1504), meira viagem à América, estêve
a rainha que havia sido sempre em Portugal. Disse, -então, ao rei .
sua protetora. Dois anos depois, D. João li que havia atingido as
em 1506, morria êle também, po- índias, mas esse soberano, descon-
bre e esquecido, na cidade de fiando que as terras descobertas
V alladolid. por Colombo já fôssem conheci-
Colombo não conseguiu realizar das pelos portugueses, resolveu
seu objetivo, o de chegar às índias preparar uma expedição . para per-
navegando pani ocidente. Verifi- corre-las. Essa expedição não che-
cada · a existência do continente gou a partir porque as duas na-
americano, navegadores espanhóis ções, Espanha e P01tugal, concor-
e portugueses procuraram por sua daram em assinar o Tratado de
costa uma passagem que ligasse TordeS'ilhas (junho de 1494) .
o Atlântico ao Pacífico para, por
meio dêste oceano, chegar às ín- Ficou estabelecido, pelo Trata-
dias. Essa passagem foi afinal en- do de Tordesilhas, que os domí-
contrada por Fernão de Maga- nios portuguêses seriam separ~d.os
lhães, português a serviço da Es- dos de Espanha por um mendia-
panha, que havia partido do pôrt~ no, situado a 370 léguas a oeste
de Sevilha em 1519; sua expedi- do arquipélago de Ca~o Verd~.
ção continuou sempre para oci- Tôdas as terras a leste desse men-
dente e chegou novamente a Sevi- diano seriam portuguêsas e as que
lha, depois de três anos de via- ficassem a oeste, espanholas.
gem, dando uma volta à Terra. O meridiano, chamado de Tor-
Com essa expedição realizou-se o desilhas, passa pelo Brasil e corta
plano de Colombo: chegar às In- seu litoral, ao norte, no l~gar onde
dias pelo ocidente. depois foi fundada a cidade de
27
Belém e, ao sul, a de Laguna, no tenso tráfico entre o Nôvo Mundo
atual Estado de Santa Catarina. c a Europa.
Desse modo o Brasil, descoberto Finalmente, cita-se como conse-
seis anos depois, possuía um ter- qüencia importante o descobri-
ritório menor que o atual, pois a mento de riquezas minerais no
maior parte de suas terras, como continente americano. No Brasil
as do Rio Grande do Sul, ficava essas riquezas só foram encontra-
a oeste do meridiano e pertencia, das mais tarde pelos bandeirantes;
portanto, à Espanha. mas nos outros países, como o
Peru e o México, já as minas eram
Outra conseqüencia foi a pro- ativamente exploradas pelos ín-
pagação da civilização européia dios, quando os espanhóis os des-
pelas terras do Nôvo Mundo. Nes- cobriram. O ouro e a prata, leva-
sa obra distinguiram-se as ordens dos da América em grande quan-
religiosas, principalmente a dos tidade, tornaram ricas e podero-
jesuítas, padres que muito traba- sas as pessoas que não eram nO-
lharam pela catequese dos índios. bres mas que se dedicaram ao co-
Também com o descobrimento mércio e às conquistas. Também
da América o Atlântico passou a contribuíram para a construção de
ser o oceano de maior atividade grandes obras, como o famoso con-
comercial e até hoje mantém in- vento de M afra, em Portugal.
28
RESUMO
Descobrimento da América
a) As idéias de Colombo
O plano de chegar tls !ndias pelo ocidente: mapa de Paulo T<:Jscanelli com
a posição da China, Japão e lndia.
Colombo em Portugal: recusa de D. Joij.o li interessado em descobrir o
caminho pelo litoral africano.
As dificuldades na Espanha: luta dos "reis católicos" contra os árabes.
b) As viagens de Colombo
QUESTIONARIO
29
3) DESCOBRIME NTO DO BRASIL
.\fonte Pascoal.
33
de Lemos, para levar ao rei a ·car- Alvares Cabral teria recebido or-
ta de Pero Vaz de Caminha. dens secretas para chegar à costa
A 1.0 de maio foi rezada, ainda brasileira. Nesse caso, os portu-
por frei Henrique Soares, a segun- guêses já tinham conhecimen to ou
da missa, desta vez em terra·firme desconfiavam da existência do. Bra-
e diante de uma grande cruz de sil, mas só depois ·de garantir a
madeira, construída por dois car- sua posse pelo Tratado de Torde-
pinteiros da esquadra . . silhas ( 1494), é que resolveram
No dia seguinte a esquadra par- fazer seu descobrimento oficial.
tiu para as índias, deixando no Outra questão relativa ao desco-
Brasil dois degredados. Quando brimento é a de saber-se quem
se aproximava do Cabo da Boa estêve no Brasil antes de Cabral.
Esperança enfrentou violento tem- É o que se chama questão da
poral: · quatro navios afundaram, prioridade. Está provado que em
morrendo Bartolomeu Dias, co- janeiro de 1500 o espanhol Vicen-
mandante de um dêles. te Pinzón percorreu a costa norte
do Brasil, descobriu a foz do Ama-
. zonas, que chamou Mar Dulce, e
b) Questões sôbre chegou à do Oiapoque, rio que
o descobrimento do Brasil durante muito tempo teve o nome
de Vicente Pinzón. Pouco depois,
Há historiadores que afirmam outro espanhol, Diogo de Lepe,
ter sido por casualidade que a es- percorreu o mesmo caminho de
quadra de Cabral tocou na costa Pinzón.
brasileira: houve um g.rande des- Também se afirma que portu-
vio da rota para evitar as calma- guêses estiveram no Brasil antes
rias (falta de vento) ou porque de Cabral. Um dêles seria Duarte
os navios fôssem arrastados por Pacheco Pereira cuja viagem foi
corrente marítima. Os que não feita em 1498. Muitos pensam, po-
aceitam essa explicação afirmam rém, que Pacheco Pereira estêve
que o desvio não devia ser tão apenas no litoral da América do
·grande a ponto de a esquadra atra- Norte.
vessar o oceano Atlântico e, se os Outra questão refere-se aos no-
navios fôssem levados pela corren- mes dados ao Brasil. O primeiro
te, teriam chegado a um trecho do foi o de Ilha da Vera Cruz que
litoral muito mais ao norte. está escrito na carta de P.ero Vaz
Atualmente a opinião mais acei- de Caminha. Pouco depois o rei
ta é a da intencionalidade: antes era informado de que as terras
de partir para as índias, Pedro brasileiras ficavam num continen-
.14
/
Y/siC0
te: daí o nome de Terra de Santa guesa o sufixo eira designa profis-
Cruz que substituiu -o de Ilha da são ou ofício como nas palavras
Vera Cruz. Também em alguns pedreiro, carpinteiro. Somente
mapas o nosso país aparece com mais tarde é que o termo brasi-
0 nome de Terra dos Papagaios. leiro passou a denominar os que
Mas logo se tornou definitivo o • nasciam no Brasil.
de Brasil, em virtude da madeira, Finalmepte há a questão da data
encontrada em grande trecho da certa do descobrimento. Pensou-
costa, chamada pau-brasil, cuja se, durante muito tempo, que o
tinta avermelhada servia para tin- Brasil tivesse sido descoberto no
gir panos. dia 3 de maio por ser dia de
Quanto ao nome brasileiro con- Santa Cruz, um dos nomes dados
vém saber que a princípio ele era ao Brasil. Naquele tempo os por-
aplicado apenas aos que tinham a tugueses costu~_avam dar aos ~ci
p~ofissão de comerciar com aque- dentes geograhcos, como ba1as,
Ia madeira, pois na língua portu- ilhas, o nome do santo do dia que
35
era comemorado na ocasmo do Caminha dedica a maior partt'
descobrimento. Entretanto, a car- de sua carta em descrever os ín-
ta de Caminha, encontrada no dios que os portugueses encontra-
século passado, corrigiu o engano: ram no litoral da Bahia. Conta
nesse documento está escrito que que êles assistiram à missa, reza-
o Monte Pascoal foi avistado a 22 da em terra firme, com muita aten-
de abril de 1500. ção e respeito e, por isso, acon-
selha ao rei D. Manuel mandar
missionários para converte-los.
c) A carta A carta diz ainda que não fo -
de Caminha ram encontradas riquezas mine-
rais mas a fertilidade da terra é
Pera Vaz de Caminha tornou-se muito grande e deve ser aprovei-
figura importante no descobrimen- tada para a atividade agrícola . .
to do Brasil por haver escrito uma Outra observação importante de
carta ao rei D. Manuel relatando Caminha é a de que o Brasil, por
todos os acontecimentos ocorridos sua posição geográfica, poderá
com a expedição desde a partida abastecer os navios com destino à
da Europa até o dia 1. 0 de maio As ia.
de 1500, quando a esquadra já se A carta corrigiu dois erros gra-
preparava para deixar o Brasil em ves sôbre o descobrimento do Bra-
sua viagem com destino à Ásia. sil: o da data, que todos pensa-
Êsse importante documento, es- vam ser a 3 de maio e o do pôrto
crito em forma de diário, foi guar- 6ncontrado por Cabral, que não é
dado em Lisboa, na Tôrre de Tom- o atual Pôrto Seguro mas a baía
bo, onde, durante muito tempo, Cabrália, pois nessa baía está
permaneceu ignorado dos historia- o ilhéu onde foi rezada a primeira
dores. Somente em 1817 é que a missa.
carta de Caminha foi publicada,
pela primeira vez, no livro chama-
Ao lado: Elevação da Cruz,
do Corografia Brasílica, escrito em Pôrto Seguro.
pelo padre Aires do Casal. (Quadro do Pe. JosÉ PINTO PERES).
Descobrimento do Brasil
a ) A expedição de Cabral
O plano de D. Manuel: fundar um império colonial nas lndias.
Composição da esquadra: tripulação de 1200 homens, degredados, frades
franciscanos, Nicolau Coelho, Bartolomeu Dias e Diogo Dias.
Sinais de terra: botelhos e rabos-de-asno (dia 21 de abril) e fura-buchos
( 22 · de abril, pela manhã) .
As missas: primeira missa no ilhéu da Coroa Vermelha (26 de abril) e em
terra firme ( 1. 0 de maio).
c) A carta de Caminha:
O conteúdo da carta: desde a partida de Portugal até 1. 0 de maio de 1500.
A divulgação da carta: em 1817, no livro Corografia Brasílica, de Aires do
Casal.
As observações de Caminha: sôbre os índios, a inexistência de riquezas minerais
e a posição do Brasil para o abastecimento dos · navios que se destinam às
lndias.
QUESTIONA RIO
39
•
4) EXPLORAÇÃO DA CQSTA BRASILEIRA
40
A frota de Martim . Afonso de Sousa ancorada no Pôrto das Naus.
(Quadro de BENEDITO CALIXTO).
po. Entre esses negociantes esta- era comandada por Gonçalo Coe-
va Fernão de Noronha que dei- lho e formada por seis navios. Vi-
xou seu nome ligado a um arqui- nha novamente ao Brasil o floren-
pélago afastado da costa brasileira. tino Américo Vespúcio, como pilô-
A expedição de 1501 descobriu to de uma dessas embarcações.
importantes acidentes geográficos Era plano da expedição procurar
no litoral brasileiro: cabo de São no sul do Brasil uma passagem
Roque, foz do rio São Francisco, para a Oriente.
baía de Todos os Santos, Angra Junto ao arquipélago que depois
dos Reis e ilha de São Sebastião. se chamou Femão de Noronha,
A segunda expedição explorado- naufragou o navio de Gonçalo
ra partiu de Portugal em 1503, Coelho: dois outros, com Américo
ainda no reinado de D. Manuel: Vespúcio, adiantaram-se ao resto
41
A AMÉRICA NO PERiODO COLONIAL
encontro com navios fran-
ceses (Pernambuco)
2 encontro com Caramuru
(Bahia)
3 no Rio de Janeiro
4 encontro com o Bacharel
(Cananéia)
5 exploração no Rio da
Prata ( Pero Lopes de
Sousa)
6 - fundação da Vila de São
Vicente (1532)
I
da esquadra, dirigindo-se para o ra, guarda-costa e colonizadora:
litoral baiano. Continuando a na- era comandada por Martim Afon-
vegar para o Sul, Vespúcio chegou so de Sousa. -
a Cabo Frio, onde carregou pau-
brasil, fundou uma feitoria e fez
uma entrada pelo interior. Cha- c ) Expedição de
mava-se feitoria o armazém ou de-
pósito cnde eram guardados os Marfim Afonso de Sousa
produtos da terra, até que outros
navios viessem buscá-los. Com cinco navios e quatrocen-
Entretanto, numerosos navios tos homens partiu a expedição de
franceses vinham à costa brasilei- Lisboa, em dezembro de 1530. Em
ra fazer o contrabando do pau-bra- companhia de Martim Afonso vi-
sil. D. João III, sucessor de D. nha seu irmão, Pero Lopes de
Manuel, reclamou várias vêzes Sousa, autor de um diário onde
junto ao rei de França mas não nárra tudo que aconteceu durante
foi atendido. Resolveu então agir a viagem.
com energia: enviou ao Brasil uma Na costa de Pernambuco a ex-
expedição guarda-costas ( 1526). pedição capturou três navios fran-
Seu comandante, Cristóvão ]a- ceses carregados de pau-brasil. Em
ques, que já estivera no Brasil, seguida, Martim Afonso ordenou
atacou os navios franceses e apre- a Diogo Leite que fôsse explorar
sou vários dêles. a costa do Maranhão. É possível
Mas as expedições guarda-cos- que Diogo Leite tenha chegado
tas não conseguiram evitar o con- até a foz do rio Gurupi.
trabando porque os portuguêses O resto da esquadra continuou
nãp podiam. ao mesmo tempo, fis- a viagem para o sul e, na baía de
calizar todo o litoral, que era mui- Todos os Santos, encontrou um co-
to extenso. O melhor recurso seria lono português que há vinte anos
a colonização ou povoamento do vivia entre os índios: era Diogo
país com famílias de colonos, vin- Alvares, apelidado o Caramuru,
dos de Portugal, trazendo semen- que se havia casado com uma ín-
tes e instrumentos agrícolas. dia e tinha muitos filhos.
O primeiro sistema de coloniza- Martim Afonso estêve depois no
ção, aplicado no Brasil, foi o das Rio de Janeiro, onde fêz uma en-
capitanias hereditárias. Mas, an- trada para o sertão. Conta Pero
tes de ser criado êsse sistema, D. Lopes, no seu diário, que quatro
João III ainda enviou ao Brasil homens percorreram cento e quin-
uma expedição que foi explorado- ze léguas e trouxeram um chefe
44
índio que informou haver no rio .
Paraguai muito ouro e prata.
Depois de três meses de perma-
nência no Rio de Janeiro, a esqua-
dra continuou a percorrer o lito-
ral, chegando à baía de Cananéia,
onde encontrou um bacharel de-
gredado: teria vindo, provàvel-
4!>
voltaram: provàvelmente foram vam Piratinírnga, a povoação de
atacados e mortos pelos índios ca- Santo André da Borda do Campo.
rijós. Martim Afonso ainda estava no
Continuando para o sul, Martim Brasil, quando recebeu a carta de
Afonso aproximou-se do Rio da . D. João III, comunicando-lhe ha-
Prata, quando o colheu uma tem- ver dividido a colônia em quinze
pestade. Por isso, com receio de lotes, sendo reservados,- para ele,
perder tôda a esquadra, ordenou os dois que formaram a capita-
a seu irmão ·Pero Lopes que subis- nia de São Vicente. Finalmente,
se o rio, apenas com um barco. deixando na vila de São Vicente,
Martim Afonso voltou à costa como seu substituto, o padre Gon-
paulista onde, em janeiro de 1532, çalo Monteiro, Martim Afonso par-
fundou a vila de São Vicente, a tiu para a Europa, chegando a
primeira criada no Brasil. Depois, Portugal em 1533. Depois foi para
subindo a Serra do Mar, fundou, as 1ndias e lá continuou prestando
no planalto 9ue os índios chama- serviços à sua pátria.
HESUMO
46
Lugares percorridos .i pela expedição: costa de Pernambuco (captura de três
navios franceses); na costa da Bahia (encontro com Caramuru); no Rio de
Janeiro (uma entrada); em Cananéia (encontro co in o Bacharel e uma entrada);
exploração do Rio da Prata (por Pera Lopes de Sousa) e fundação da vila
de São Vicente, por Martim Afonso (janeiro de 1532).
QUESTIONÁRIO
1 ) Que é expedição exploradora?
2) Que é expedição guarda-costa?
3) Quais as finalidades da expedição de Martirn Afonso?
4) Por que somente Gaspar de Lemos poderia ser o comandante da expedição
de 1501?
\
5) Quem foi Fernão de Noronha?
6) Quais os acidentes geográficos descobertos pela primeira expedição exploradora?
7) Que fêz América Vespúcio durante a segunda expedição exploradora?
8) Quem foi Cristóvão J aques ?
9) Por que as expedições guarda-costas não conseguiam evitar o contrabando
no litoral brasileiro?
10) Quem foi Diogo Leite?
11) Quais os lugares da costa brasileira percorridos por Martim Afonso?
12) Que papel teve Pero Lopes de Sousa na expedição de Martirn Afonso?
13) Quais os europeus encontrados no litoral brasileiro po~ Martirn Afonso?
14) Quais as entradas feitas no Brasil por ordem de Martim Afonso?
15) Quando foi fundada a vila de São Vicente?
EXERCíCIOS
Sôbre a Unidade I (O Descobrimento)
1) As grapdes navegações
a) Completar as lacunas:
1) O fundador da dinastia de Borgonha foi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . que
se revoltou contra o reino de ........... · · . · · · · · · · · · ·
2) Muçulmanos eram o~ seguidores da religião chamada ...... .......... ,
fundada pelo árabe .................... .
3) O fundador da dinastia de Avis foi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e o
Príncipe Perfeito chamava-se ................ , ........... .
4) O último rei da dinastia de Avis foi ............... : :.. .. . .. .. que
morreu no ano de .. . .... .
47
/
2) Descobrimento da Améril-a
a) Numerar corretamentt':
i.
( l ) Boca do Dragiio ( ) Nome dado a foz do Amazonas
(2) Cipango ( ) Cidade onde morreu Colomb,, li
( 3) Guanaani ( ) Primeiro nome do oceano Pacífico
( 4) Mar Dulce ( ) ronlt dado à foz do Orenoco
(5) Rio Vieentc Pinzón ( ) Primeiro nome do rio Oiapoquc
(6) Mar do Sul ( ) Nome antigo do Japão
(7) 1494 ( ) Ano do Tratado de Tardes ilhas
(H) Valladolid ( ) Reino dos úrahes na Espanha
(9) 1506 ( ) Ano da murt\.! de Colombo
(lO) Granada ( ) Primeira ilha avistada por Colombo
b) Assinalar cou1 mn ~ as frases certas:
( ) Paulo Toscanelli era um sábio florentino.
( ) A povoa~;ão de São Domingos ficava na ilha de Cuba.
( ) Balboa descobriu o oc:Pano Pacífico.
( ) Femão de l\lagalhãt•s realizou o plano de Colombo.
( ) O primeiro nonw elo Pacífico foi Mar Tenebroso.
1) Dcs<:obrimento do Brasil
a ) Da1 o nome que convém às seguintes fra>e>:
L) Hezou as duas primeiras missas do Brasil
2) ' nme das aves ;wi~tadas a 22 de abril
48
3) Tribo indígena que os portugueses viram em 1500
4) Lugar onde está guardada a carta de Caminha
.5) Autor do livro Corografia Brasílica
b) Completai as lacunas:
49
oo; ou
21 FORMAÇÃO
DO POVO BRASILEIRO
O elemento branco
O indígena
O negro
5) O ELEMENTO BRANCO
1ndios do Brasil. 51
vir nos fortes e feitorias fundados Frio, por América Vespúcio, pilô- _
no litoral: os primeiros destina- to da expedição exploradora de
vam-se à defesa da colônia contra 1503.
os ataques dos índios e dos es-
trangeir~s; as feitorias eram arma- Muitos dos primeiros povoado-
zéns ou depósitos onde guarda- res do Brasil eram marinheiros
vam pau-brasil e outros produtos que, atraídos pela fartura da ter-
da terra até que os navios os le- ra, desertavam dos navios, pois na- -
vassem para Portugal. A primei- quele tempo a disciplina a bordo
ra feitoria foi construída em Cabo era muito severa.
Ponte de cipó e indígc11as do Amazonas.
Talllbém fora111 encontrados so- gava Caminha que eles fàcilmeute
breviventes de navios que haviam se converteriam à religião cristà
naufragado perto do litoral. Al- e aconselhava ao rei enviasse, para
guns deles, como Caramuru, con- a nova terra, padres missionários.
seguiram conquistar a amizade dos Enquanto os colonos procede-
índios e puderam prestar impor- ram com lealdade, puderam con-
tante ajuda a Portugal na obra da tar com a amizade dos índios. Os
colonização. selvagens ofereciam os artigos que
Com Martim Afonso de Sousa fabricavam, como rêdes, além dos
chegaram os primeiros colonos: produtos da terra, pequenos ani-
portugueses que vinham com o mais, macacos, papagaios; ajuda-
propósito de estabelecer lavouras vam também a cortar e a transpor-
e morar definitivamente no BrasiL tar pau-brasil. Em troca, recebiam
Os colonos eram em geral ilhéus objetos de vidro, colares, espelhos,
e vinham principalmente das ilhas ferramentas e tecidos. Houve até
dos Açôres. colonos que chegaram a constituir
família, unindo-se às índias, como
João Ramalho, na capitania de
h) As relações ent-re São Vicente, e Diogo Alvares, 11a
europeus e índios costa da Bahia, encontrados pela
expedição de Martim Afonso.
Os primeiros contatos entre os Entretanto, muitos colonos fin-
portugueses e os índios ocorreram giam-se amigos dos índios para
quando a esquadra de Cabral che- depois maltratá-los, escravizando-
gou à costa da Bahia. Os índios os ou entregando-os às tribos ini-
dessa região eram os tupiniquins. migas. Por isso, preferiam, às ve-
Pero Vaz de Caminha conta em zes, aliar-se aos franceses, porque
~ua famosa carta que esses índios estes os sabiam tratar com bonda-
~e aproximaram dos portugueses
Je. Desse modo, os franceses, qul'
sem nenhum temor; dois d<~les, que ocuparam o Rio de Janeiro, pude-
estavam numa canoa, foram leva- ram resistir aos portugueses, du-
dos à presença de Cabral; outros rante vários anos, porque tinham
ajudaram os marinheiros a carre- a ajuda dos tamoios.
gar água e a fazer uma cruz de
madeira. Depois, quando foi re-
zada a segunda missa em terra fir- c) Caramuru e Ramalho
me, os índios juntaram-se aos por-
tugueses e, com respeito, assistiram Entre os antigos povoadores, os
a tôda a cerimônia. Por isso jul- que mais serviços prestaram à co-
.')3
Ionização do Brasil foram Cara- Diogq Alvares e sua espôsa es-
muru e Ramalho. O primeiro cha- tiveram na França. Muitos auto-
mava-se Diogo Alvares e teria nau- res não acreditavam nessa viagem
fragado na costa baiana, provàvel- mas, há poucos anos, foi encontra-
mente em 1509. Exercia entre os da na igreja de uma cidade do sul
índios grande influência e por isso da França a certidão de batismo
pôde ser útil a Martim Afonso de de Paraguaçu. Por êsse documen-
Sousa e êste lhe deu muitas semen- to verifica-se que ela foi batizada
tes para desenvolver a lavoura na com o nome de Catarina Álvares.
Bahia. João Ramalho vivia nos campos
Diogo Alvares casou-se com uma de Piratininga onde mais tarde foi
índia, Paraguaçu, e deixou muitos fundada a vila de São Paulo. Não
descendentes, como Antônio Dias se sabe como veio para o Brasil
Adôrno, que foi ao sertão procurar - se era náufrago, desertor de al-
pedras preciosas, e Belchior Dias gum navio . ou degredado. Era
Moréia que afirmou haver desco- casado em Portugal mas no Brasil
berto minas de prata no interior uniu-se a uma índia, Bartira, filha
da Bahia. de Tibiriçá, depois batizada com
O próprio rei D. João III con- o nome de Isabel.
siderava Diogo Alvares como um Com a ajuda de João Ramalho
bom auxiliar e por isso escreveu- Martim Afonso pôde iniciar a co-
lhe uma carta pedindo-lhe que lonização no planalto de Piratinin•
ajudasse Tonté de Sousa no esta- ga, nas terras da capitania de São
belecimento do governo geral. Vicente.
RESUMO
O elemento branco
a) Os primeiros povoadores
54
As trocas: rêdes e produtos da terra por objetos de vidro, colares, espelhos,
ferramentas e tecidos.
As relações indígenas com os franceses: mais cordiais do que com os portuguêses.
c) Caramuru e Ramalho . ·
Diogo Alvares: náufrago na Bahia, provàvelmente em 1509.
Descendentes de Caramuru ( Diogo Alvares)·: Antônio Dias Adôrno e Belchior
Dias Moréia.
Viagem à França de Diogo Alvares e espôsa: batismo de Paraguaçu (Catarina
Alvares).
Nos campos de Piratininga: João R~malho em união com Bartira, filha de
Tibiriçá.
QUESTIONA RIO
1) Que era o degredado ?
2) Que sabe sôbre o Bacharel de Cananéia ?
3) Quando começam a chegar ao Brasil os primeiros colonos ? ·
4) Como foram os primeiros contá tos entre os marinheiros da esquadra de Cabral
e os índiôs da Bahia ?·
5) Como eram feitas as trocas entre europeus e índios ?
6) Por que os índios preferiam a aliança dos franceses ?
7) Por que os franceses puderam resistir aos portuguêses no Rio de Janeiro? ·
8) Onde naufragou Diogo Alvares ?
9) Quais os descendentes de Diogo Alvares ?
10) Quem foi Paraguaçu?
11 ) Onde foi batizada Paraguaçu ?
12) Que ajuda prestou à colonização Diogo Alvares ?
13) Quem foi João Ramalho?
14) Quem foi Bartira?
15) Qual o navegador que encontrou Caramuru e Ramalho na costa do Brasil ?
55
6) O IND1GENA BRASILEIRO
56
As tribos, que praticavam a agri-
cultura, preparavam as roças pon-
do fogo nos matos. É o que se
chama coivara, costume ainda ho-
je muito usado no interior do Bra-
sil. Para obter o fogo os índios
impnm1am, . com a palma das
mãos, um movimento de rotação
a um pequeno pedaço de pau, cuja
ponta se friccionava em outro, até
formar uma chama que se comu-
nicava a fôlhas sêcas. 1ndios charruas civilizados (Rio Grande
Os adornos principais dos índios do Sul). Famos os por sua valentia,
serviam como guias dos viaiantes que
consistiam em pintar o corpo com partiam para o interior. ( Desenho de
a tinta vermelha do urucu e azul DEBRET).
Tipu indígena.
(Desenho de RUGENDAS),
60
c) Principais nações com plantas espinhosas para que
se acostumassem a andar pelos
e tribos matos. Ficavam escondidos, aos
grupos, à beira dos caminhos para
Das nações indígenas a mais im-
atacar as pessoas que passavam,
portante era a dos Tupis que os
matá-las e depois devorá-las. Os
jesuítas denominavam índios da
atuais Xavantes, de Goiás, perten-
língua geral pois a língua tupí era
cem ao grupo ou nação dos Jês.
falada em tôda a costa brasileira.
·Essa nação compreendia muitas Das nações menores há a dos
tribos: Maués e Omáguas no Ama- Guaicurus, que eram índios cava-
zonas; Potiguares, no Rio Grande leiros de Mato Grosso. Durante
do Norte; Caetés, da Paraíba ao a guerra do Brasil com o Paraguai,
rio São Francisco; Tupinambás e êsses índios muito ajudaram os
Tupiniquins na Bahia; Tamoios no brasileiros.
Rio de Janeiro e, mais para o sul,
os Carijós e os Guaranis. d) A contribuição do índio
No Norte do Brasil vivia a na-
ç.ão dos Nuaruaques. Algumas de Os índios muito éontribuíram
suas tribos tinham notável adian- para a formação do povo brasi-
tamento, como prova a cerâmica leiro. Do seu cruzamento com o
marajoara, vasos de argila feitos branco formou-se o tipo mamelu-
com perfeição, encontrados na ilha co que teve importante papel em
de Marajó. São Nuaruaques os grandes acontecimentos da Histó-
Manaus e os Aruãs. ria do Brasil: eram mamelucos
Os Caribas ou Caraíbas formam muitos dos que participaram d~s
outra nação. Algumas de suas tri- entradas e bandeiras.
bos eram tão cruéis que do nome Dos antigos mamelucos descen-
cariba se derivou canibal, que é dem os atuais caboclos, que po-
sinônimo de antropófago. Tam- voam principalmente a Amazônia.
bém habitavam as Antilhas e eram Embora muito mais ·raro, houve
hábeis canoeiros. também cruzamento entre o índio
Outra nação era a dos ]ês ou e o negro. Dês se cruzamento .re-
Tapuias. Uma de suas tribos· mai~ sultou o tipo conhecido por ca-
atrasadas e ferozes, a dos Aimo- fuzo.
rés, vivia no Espírito Santo. Os Foi muito variada a influência
Aimorés não faziam casas, dor- dos índios nos usos e costumes do
miam no chão sôbre fôlhas e ti- povo brasileiro. Na alimentação
nham o hábito de açoitar os filhos basta lembrar o emprêgo tão co-
61
mum da farinha de mand_ióca e
do milho.
São também de origem indígena
a rêde, tão apreciada pelas po-
pulações do No r te e N ardeste, pro-
cesses ainda hoje usados de pesca
e de ~ça, tipos de embarcação
como a canoa e a fangada, a apli-
cação de numerosas ervas e raízes
no tratamento de muitas doenças
e o uso doméstico de utensílios de
barro. Deixaram ainda, principal-
mente os de língua tupi, um gran-
de vocabulário que se aplica à
maioria dos acidentes geográficos
do Brasil, como montanhas, ilhas,
rios ~ cidades.
João Ramalho e o filho. (Quadro
de W ASTH RODRIGUES, no Museu
do Ipiranga, S. Paulo).
RESUMO
O indígena brasileim
a) Origens do indígena da América
62
_:) Principais nações e tribos
A nação dos TJJpis: Maués e. Omáguas ( Am~zonas); P?tigua~es (Rio Grande
do Norte.); Caetés (da Paraíb~ an rio São Francisco); Tupmambas e Tupiniquins
. (Bahia); Tamoios (Rio de Janeiro); Carijós e Guaranis (sul do Brasil).
Nuaruaques: Manaus e Aruãs.
Caribas ou ·Caraíbas: origem do nome canibal COil!O sinônimo de antropófago.
]ês ou Tapuias: Aimorés e Xavàntes.
Os Guaic~rus: índios. cavaleiros de Mato Grossó.
d) A contribuição do indio
O tipo mameluco: cruzamento do branco com índio.
O c~fuzo: cruzamento do indio com o negro.
Na alimentação: farinha de mandioca e milho.
. Outras influências: a rêde, a canoa, a jangada, a medicina indígena, objetos
-ile barro e o vocRhnlário tupi.
QUESTIONÁRIO
1) Que é autoctonismo ? . .
2) Que ~ homem pré-colombiano ?
3) Quais as teorias sôbre O· povoamento da América ?
4) De que se alimentava o índio brasileiro ?
5) Que é a coivara?
6) Como o índio obtinha o fogo ?
7) Quais eram as armas dos índios r
8) Quais eram os instrumentos musicais dos índios ?
9) Quais as principais tribos tupis?
·10) Que é cerâmica marajoara?
11) Qual a origem do - nome canibal?
12) Como viviam os Aimorés ?
13) Que particularidade apresentavam os Guaicurus ?
] 4) Quais os cruzamentos dos índios ?
15) Quais as principais influências indígenas na formação do povo brasileiro ?
(i:J
LEITURA
65
7) O NEGRO E A ESCRAVIDÃO
66
Vista do Rio antigo: Viaduto de Santa Teresa, vendo-se ao fundo a Igreja da Glória.
( Quadro de W. GoRE ÜUSLEY).
os dentes estavam em bom estado mada bateia, até hoje usada pelo
ou se havia defeitos pelo corpo. garimpeiro para catar ouro no fun-
No Brasil o negro praticou to- do dos rios . Também de algumas
dos o~ ofícios e serviu até como bandeiras participaram os africa-
criado doméstico. Conhecedor do nos, que os paulistas chamavam
trabalho da mineração, tornou-se tapanhunos·.
indispensáyel .nas minas, onde va- Mas foi no engenho que os es-
lia elevado preço. É de origem cravos prest~ram os maiore~ ~ervi
africana a espécie de peneira, cha- ços: trabalhavam -nos canaviais, na
'67
Mulher da tribo dos Coroados.
(Desenho de RuGENDAs ).'
70
~E SUMO
O negro e a escravidão
b) O quilombo de Palmares
As atividades no quilombo: roças de milho, feijão e mandioca. ·
Organização do quilombo: conselho de chefes militares presidido pelo rei.
O sucessor do rei: seu ·sobrinho, o Zumbi.
Fim do quilombo de Palmares ( 1694) : vitória de Dom_ingos Jorge Velho.
QUESTIONÁRIO
71
EXERClCIOS
1 ) O elemento branco
· Completar as lacunas:
1 ) O Bacharel de . Cananéia, encontrado pela expedição comandada por
.............. , foi deixado no Brasil pela expedição comandada por
2) O indígena brasileiro
72
c) Numerar corretamente:
(l) Maracá ( ) Sinônimo de antropófago
(2) Cauim ( ) Arma de madeira pesada
(3) Guaicurus ( ) Servia para pintar o ·corpo
(4) Canibal ( ) Habitavam o Espírito Santo
(5) Morubixaba ( ) Habitavam o Rio Grande do Norte
(6) Caribas ( ) Nome do chefe dos índios
(7) Potiguares ( ) Chocalho dos índios
(8) Ta cape ( ) lndios canoeiros das Antilhas
(9) Aimorés ( ) lndios cavaleiros
(lO) Urucu ( ) Bebida dos índios
3) o negro e a escravidão
a) Dar a significação das seguintes palavras:
1) Tumbeiro ( )
2) Banzo ( )
3) Bateia ( )
4) Tapanhuno ( )
5) Senzala ( )
b) Completar as lacunas:
1) Os três portos brasileiros que mais escravos negros receberam foram
.............. , .. . .. . ........ e ...... . ...... .
2) O cafuzo resultava do cruzamento do . . . . . . . . . . com o ......... .
3) O bandeirante paulista . . . . . . . . . . . . . . venceu o quilombo de Palmares,
quando era governador de Pernambuco .. .. . .... .... .
4) O quilombo de Palmares ficava na serra .. . . . ... . . . .. . , no atual Estado .
de ........ . .... .
Amador Bueno.
73
/
LEITURA
As capitanias hereditárias
O govêrno-geral
Povoados, vilas e cidades
A obra dos jesuítas
Riquezas do Brasil colonial
I
I·
Vista de Olifida.
78
serviço e até vender certo número Duarte Coelho fundou a Vila de
dêles em Lisboa. Mas a exporta- Olinda, durante muito tempo capi-
ção do pau-brasil só podia ser fei- taf de Pernambuco. Quando, po-
.ta por ordem do rei: era monopó- rém, os holandeses ocuparam essa
lio da Coroa. . capitania, preferiram localizar a
capital na povoação de Recife que
possuía excelente pôrto.
Duarte Coelho -trouxe para a
b ) As capitanias de Nova Lusitânia, além da espô-
São Vicente sa, D. Brites de Albuquerque; o
e Pernambuco cunhado Jerônimo de Albuquer-
que; êste casou-se com uma í-nd~a,
A capitania de São Vicente era depois batizada com o nome de
formada por dois lotes e ficava Maria e foi pai do mameluco -tam-
situada em terras dos atuais Esta- bém chamado Jerônimó de Albu-
dos de São Paulo e Rio de Janei- querque, conquistador do Rio
ro. Martim Afonso, depois da fun- Grande do Norte e vencedor dos
dação da Vila de São Vicente franceses do Maranhão.
(1532), nunca mais voltou à sua ca-
pitania. Entretanto, ela continuou
prosperando com as plantações de c) As outras
cana e o fabrico do açúcar.
capitanias
O primeiro administrador da ca- No Sul, o. irmão de Mar·tim
pitania de São Vicente·, em nome ·Afonso, Pero Lopes de Sousa, pos-
do donatário, foi o Padre Gonçalo suía dois. lotes: o de Santana,
onde
- Monteiro. Outro administrador,
atualmente é o Es-tado de Santa
Brás Cubas, fundou, em 1546, a
Vila· de Santos. ·
Catarina, e ó de Santo Amaro, que
compreendia terras no atua~ Es-
A capitania de Pernambuco tam-· tado de São Paulo. Pero - Lopes
bém se chamava Nova Lusitânia. ainda possuía o de Itamaracá, com
Seu donatário, · Duartu- Coelho, a ilha do mesmo nome, perto da
soube aproveitar suas terras, pró-
prias para as plantações de cana capitania de Pernambuco.
e que . se chamam massapé. Com No atUal Estado do Rio de
êsse donatário formaram-se as pri- J~neiro havia a capitania de Sfio
meiras lavouhs e engenhos e, até Tomé doada a Pero de Góis. :t!:sse ·
hoje, é o açúcar a principal rique- donatário fundou a Vila da RaiDha
da de Pernambuco. e iniciou plantações de cana-de-
79
A COLONIZAÇAO DA AME:RICA DO SUL
açúcar, mas tudo que fez foi des- sil. Seu substituto, Francisco Ho-
truído pelos ·a taques dos índios. mero, não soube conter as desor- ·
No govêrno de Tomé de Sousa, dens dos colonos e os ataques dos
Pero de Góis foi escolhido para índios que provocaram a ruína da
o ca~go de capitão-mor da costa. capitania.
Seguia-se, ao norte, a
capitania A da ·Bahia foi doada a Fran-
do Espírito Santo. Seu donatário, cisco Pereira Coutinho. :ltsse do-
Vasco FeTJUindes Coutinho, per- natário foi aprisionado e morto
deu no Brasil tudo que t_inha e pelos selvagens da ilha de Ita-
morreu na miséria, acusado do ví- parica.
cio de fumar, naquele tempo con-
denado pela religião. Ao norte do rio São Francisco
No atual Estado da Bahia ha- ficava a capitania de Perqambuco.
via três capitanias: Pôrto Seguro, Seguia-se o lote de Itamaracá, de
Ilhéus e Bahia. A da Bahia es- Pero Lopes.
tendia-se até o rio São Francisco, Tôdas as terras ao norte de Ita-
onde limitava com a de Pernam- maracá formavam as capitanias,
buco. Compreendia ainda todo o que não foram colonizadas, do
atual Estado de Sergipe. - Rio · Grande, Ceará e Maranhão.
A de Pôrto Seguro ficava na A do Rio Grande pertencia a João
costa que Cabral percorreu em de Barros, a do Ceará a Antônio
1500. Seu donatário, Pero do Cam- Cardoso de Barros, que veio com
. po · Tourinho, construiu engenhos o governador Tomé de Sousa e
e desenvolveu a pesca da garou- foi provedor-mor da Fazenda; a do
pa. Mas depois da sua morte a Maranhão compreendia dais lotes:
capitania foi devastada pelos um que pertencia a Fernão de An-
aimorés. drade e outro a João de Barros,
O donatário de Ilhéus, Jorge Fi- donatário da capitania do Rio
gueiredo Correia, não veio ao Bra- Çrande.
RESUMO
a) ·,Criação do regime das capitanias
C0;r~cterísttca fundamental do regime: colonização do Brasil à custa dos próprios
donatanos. '
Causas do malôgro das capitanias no Brasi·l: a grande extensão da terra, os
ata9ues freqüentes dos ín_dios, incapacidade ou falta de recursos de alguns dona-
tános e a grande extensao que separava a colônia da Europa. .
82
'.
Pod~res concedidos aos donatários: dar terras, fundar vilas e nomear funcio-
nários.
A exportação do pau-brasil: monopólio da Coroa.
c) As outras capitanias
Os lotes. de Pero Lopes de Sousa: Santana e Santo Amaro (Sul) e Itamaracá
( Nardeste) .
Capitania de São Tomé: Pero de Góis, capitão-mor da costa no govêrno de
Tomé de Sousa.
Capitania do Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho.
As capitanias do Estado da Bahia: Pôrto Seguro (Per? do Ca~po Tou~nho),
Ilhéus (Jorge de Figueiredo Correia) e Bahia ( Franc1sco Pere1ra Coutmho).
As capitanias do Norte: Rio Grande (João_ de Barros), Ceará (~ntônio Cardoso
de Barros) e os lotes do Maranhão ( F ernao de Andrade e Joao de Barros) ·
QUESTIONARIO
1) Qual a desvantagem de colonizar o Brasil por meio de expedições ?
2) Por que D. João III criou o regime das capitanias hereditárias?
3) Por que o regime das capitanias não deu bons resultados ?
4) Quais os podêres dados aos donatários ?
5) Quem foi o padre Gonçalo Monteiro ?
6) Que fêz Brás Cubas ?
7) Que é o massapê ?
8) Quem foi o mameluco Jerônimo de Albuquerque?
9) Qual a antiga capital de Pernambuco ?
10) Quais eram os lotes de Pero Lopes?
11 ) Quem foi Pero de Góis ?
12) Que aconteceu a Vasco Fernandes Coutinho?
13) Quais as capitanias do Estado da Bahia?
14) Quem foi Pero Lopes? ..
15) Quais as capitanias ao norte de Itamarac.á?
J
9) O GOV:E:RNO-GERAL
trangeiros, e um provedor-mor da
a) C1·f,ação Fazenda, que cuidava das rendas
da colônia, como cobrança dos
do govêrno-geml impostos, e das despesas, como pa-
gamento dos funcionários.
Achava D. João III que as ca-
pitanias não progrediam porque
·faltava uma autoridade a que to-
dos os donatários obedecessem. !..> ) Adminístmção
Foi essa autoridade, nomeada por de Tomé de Sousa
êle, em 1548, que se chamou go-
vernador-geral. · Tomé de Sousa recebeu do rei
89
f:
,.
li
I! Rap~so Tavares.
90
-
RESUMO
O govêrno-geral
a) Criação do govêrno-geral
Razão da escolha da Bahia para sede do govhno-geral: sua posição entre
o Sul e o Norte.
A compra da Bahia ao filho do donatário: o donatário fôra morto pelos índios.
Os auxtliares de Tomé de Sousa: alcaide-mor, chefe da milícia, ouvidor-geral
(cuidava da justiça), capitão-mor da Costa (para a defesa do litoral), e prove-
dor-mor da Fazenda (cuidava das. rendas da colônia).
c) Segundo governador-geral
Acompanhantes de D . Duarte da Costa: José de Anchieta e D. Alvaro da Costa.
Acontecimentos do govêmo de b. Duarte da Costa: morte do bispo, ocupação
do Rio de Janeiro pelos franceses, fundação do Colégio de São Paulo ( 25 de
janeiro de 1554), morte de D. João III e de Caramuru.
d) Terceiro governador-geral
Ação de Mem de Sá na Bahia: combate ao jôgo, à epidemia da varíola e orga-
nização das aldeias ou missões de índios mansos.
Mem de Sá no Rio de Janeiro ( 1560): vitória contra os franceses e destruição
do forte de Coligny. . ·
Estácio de Sá no Rio de Janeiro (1565-1567): fundação da cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro ( 1. 0 de março de 1565), vitória dos portuguêses
em Uruçu-Mirim e Paranapeeu, morte de Estácio de Sá e transferência da cidade
( 1. 0 de março de 1567).
A Confederação dos Tamoios: pacificada por Nóbrega e Anchieta.
O sucessor de Mem de Sá: D . Luís de Vasconcelos, morto, juntamente com
os Quarenta Mártires do Brasil, pelos corsários.
e) Os sucessores de Mero de Sá
. Divisão do Brasil em dois governos: Norte (capital Salvador) com Luís de
Bnto e Almeida e Sul (capital Rio de Janeiro) com Antônio Salema.
9.1
L?~renço da Veiga, sucessor de Luís de Brito: passagem do Brasil para 0
domrnw espanhol ( 1580).
Primeiro vice-rei do Brasil: D. Jorge de Mascarenhas (1640):
Oltimo governador-geral e vice-rei do Brasil: oitavo Conde dos Arcos, até 1808.
QUESTI ONÁRIO
1) Por que D. João III criou o govêrno-geral?
2) Por _que o · rei escolheu a Bahia para sede do govêrno-geral?
3) Quais eram os cargos criados com o de governador-geral?
4) Quais foram os auxiliares de Tomé de Sousa?
5) Que fêz Tomé de Sousa?
6) .Como foi o conflito entre D. Duarte da Costa e o bispo?
7) Qual a origem da cidade de São Paulo?
8) Quais as pessoas importantes que morreram no govêrno de D. Duarte da
Costa?
9) Que fêz Mem de Sá quando chegou à Bahia?
10) Como agiu Mem de Sá no Rio de Janeiro, em 1560?
11) Quando foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro?
12) Como foram vencidos os franceses no Rio de Janeiro?
13) Quem foi D. Luís de Vasconcelos?
14) Quem foi Lourenço da Veiga?
15) Como terminou o regime do govêrno-geral?
92 .
10) POVOADOS, VILAS · E CIDADES
93
Ao alto: "Uma junta em Pernambuco··.
(Sc•gundo dt>srnho dt" R uc: ENI>A!oõ).
94
b ) As primeiras cidades de do Brasil, a de São Sebastião
do Rio de Janeiro, entre os m.or-
A primeira cidade do Brasil foi ros Pão de Açúcar e Cara de Cão.
a do Salvador, fundada por Tomé O lugar, porém, por estar situa-
de Sousa, em 1549, na baia de do entre elevações, não permitia
Todos os Santos. Para construí-la o desenvolvimento da cidade e,
o governador-geral teve a ajuda por isso, em 1567, Mem de Sá
dos jesuítas, chefiados pelo padre resolveu transferi-la para o mor-
Manuel da Nóbrega; dos índios ro de São ]anuário, que também
de Diogo Alvares, o Caramuru, e se chamou do Castelo e foi de-
dos antigos colonos, que residiam pois demolido.
na pequena Vila do Pereim e ti-
nham vindo para o Brasil com o Até 1763 Salvador foi a capital
donatário Francisco Pereira Cou- do Brasil mas, nesse ano, o mi-
tinho. Foram logo construídas as nistro português Marquês de Pom-
primeiras casas, como a do Go- bal passou a sede da colônia para
vêrno e a do Colégio dos Jesuítas. o Rio de Janeiro. A atual capital,
Também foram levantadas as for- Brasília, foi inaugurada a 21 de
tificações para a defesa da cidade / abril de 1960, durante o govêrno
contra o ataque dos índios e dos chek. do presidente Juscelino Kubits-
estrangeiros.
Ainda no govêrno de Tomé de A última cidade fundada no
Sousa, o papa, ao nomear o pri- Brasil, no· primeiro século da co-
lonização, chamou-se Filipéia de
meiro bispo para servir no Bra-
sil, escreveu no decreto ou bula, N assa Senhora das Neves, mai,s
tarde Paraíba, e atualmente João
em lugar de Salvador, o nome São
Pessoa. Seu fundador foi Frutuo-
Salvador. Por isso até hoje a ca-
so Barbosa, empenhado na con-
pital da Bahia é conhecida pelos
dois modos. quista da região dominada pelos
potiguares. :E:sses índios eram
A 1. 0 de março de 1565 Está- amigos dos franceses e do chefe
cio de Sá fundou a segunda cida-· tabafara, o bravo Pirafibe.
96
RESUMO
Povoados, vilas e cidades
a ) Feitorias e vilas
b ) As primeiras cidades
A primeira cidade: fundada por Tomé de Sousa ( 1~49 ~ · .
O ~me São Salvador: êrro na bula que nomeou o pnme1ro b1spo. ,
A segunda cidade: fundada por Estácio de Sá, entre ~s mobos -~ão dde ;çucdr
e Cara de Cão · ( 1,0 de março de 1565), chamada Sao Se astJao o 10 e
Janeiro. . · . (. ·' 20 d b iJ
As capitais do Brasil: Salvador até 1763, Rio de_ Jane1ro ate e a r
de 1960) e Brasília. .
A última cidade fundada no sécu·lo XVI: Filipéia de Nossa Senhora das Neves
( atualmente João Pessoa) fundada por Frutuoso Barbosa.
- QUESTIONARIO
1) Que era a feitoria ? . . ?
2) Que sabe sôbre a primeira feitona fundad~ no Bras1l ·
3) Onde foi fundada a primeira vila do Brasil ?
4) Qual a origem da primeira cidade de São Paulo ?
5) Quem foi Brás Cubas ?
6) Que era a Nova Lusitânia?
· ·7 ) Quais as vilas fundadas por Duarte Coelho ?
8) Que foi a Guerra dos Mascates ?
9) Onde ficava a vila de Conceição ?
10) Como foi fundada a primeira cidade do Brasil? ·-
11) Que sabe sôbre a fundação da cida d e d e S-ao Seb as t1ao do Rio de Janeiro?
12) Quem foi o Marquês de Pombal ?
13) Que houve a 21 de abril de 1960?
14 ) Qual foi a última cidade fun d a d a no pnme1ro
· · se'culo da colonização?
15) Quem foi Frutuoso Barbosa?
tl) .\ OBHA DOS JESVITAS
a) A catequese
os padres organizavam festas, pro-
Foram importantes os serviços cissões e até representações tea-
prestados · ao Brasil pela C ompa- trais.
nhia de Jesus, fundada pelo es- No govêrno de Mem de Sá fun-
panhol Inácio de Loyola . . Além daram-se as primeiras aldeia~ ou
do trabalho da catequese, os je- - -missões de índios convertidos.
suítas defenderam os índios con- Essas missões foram numerosas,
tra os colonos que queriam escra- principalmente no Norte, onde os
vizá-los, fundaram escolas e foram jesuítas aproveitaram o curso do
quase os únicos professôres em · Amazonas e seus afluentes .e in-
todo o período colonial. ternaram-se pelo sertão à procura
das -tribos jndígenas. No século
Os primeiros jesuítas que vie-
XVII, somente no Maranhão, ha-
ram ao Brasil, chefiados pelo pa-
via, dirigidos pelo padre Antônio
dre Manuel da Nóbrega, desem-
Vieira, vinte e nove aldeamentos.
barcaram na Bahia com o gover-
nador-geral Tomé de Sousa . . Na· Os bandeirantes, quando perse:
cidade do Salvador, que ajudaram guiam os índios para escravizá-los,
a fundar, estabeleceram o primei- preferiam atacár as aldeias jesuí- ·
ro colégio, o dos Meninos de Je- ticas, onde os naturais, orientados
sus. Pouco depois, o padre Leo- pelos padres, adquiriam hábitos de
nardo Nunes fundou outro em São trabalho e até aprendiam ofícios
Vicente; o de São Paulo, origem mecânicos. Por isso alcançavam,
da cidade do mesmo nome, foi como escravos, preço maior que
inaugurado em 1554.
os selvagens apanhados no meio
Na obra da catequese os jesuí- das matas.
tas compreenderam quanto era di-
Melhor organizados que os do
fícil ensinar os adultos, pois êstes
Brasil foram os aldeamentos fun-
já haviam adquirido hábitos que
dados pelos jesuítas espanhóis nos
não queriam mais abandonar, co-
vales do Paraná, Paraguai e Uru-
mo o da antropofagia. Por isso
voltaram sua atenção para os pe- guai. Nessas aldeias as ruas cor-
quenos índios, os curumins, e, para tavam-se em ângulo reto, as casas
que o ensino fôsse mais agradável, eram muito bem feitas, cobertas
de telha e com varandas. A terra
98 Ruínas de uma Igreia dos Jesuítas em São Miguel, Rio Grande do
era dividida em lotes e distribuí-
da pelas famílias dos índios. Cul-
tivavam mate, algodão e outros
produtos que os jesu.ítas vendiam
para aquisição de roupas e ferra~
mentas. Atacadas pelos bandei-
rantes paulistas, essas regiões fo-
ram depois incorporadas ao Bra-
sil, quando Espanha e Portugal re-
solveram considerar nulo o meri-
diano de Tordesilhas.
h) Nóbrega e Anchieta
O padre Manuel da Nóbrega es-
tudou na Universidade de Coim-
bra e era muito admirado pela
Sede da Missão Jesuítica Espanhola,
sua grande cultura. Chegando à
Bahia em 1549, cuidou imediata-
na Califórnia. ment~ da .fundação do Colégio dos
Meninos de Jesus. Foi êle quem
aconselhou ao rei D. João III a
vinda de um bispo para o Brasil,
pois ·com a sua autoridade seria
mantida a ordem, ameaçada pelo
abuso dos colonos:
Em 1553, Nóbrega foi nomeado
provincial ou chefe da Província
do Brasil, pois os jesuítas haviam
dividido em províncias as regiões
do mundo onde exerciam suas
atividades. O padre Manuet da
Nóbrega morreu no Rio de Ja-
neiro, onde passou os ·três últimos·
anos de sua vida.
José de Anchieta era espanhol,
nasceu nas ilhas Canárias e veio
ainda muito jovem para o Brasil
100
com o governador D. Duarte da ceses do Rio de Janeiro e teve
Costa. Escreveu a primeira gra- importante papel na pacificação
mática da língua tupi, destinada a dos tamoios que se haviam revol-
facilitar aos padres que viessem . tado contra os portuguêses.
da Europa o ccnhecimento do
idioma dos índios. No planalto de Nomeado provincial do Brasil,
Piratininga, Anchieta fundou o co- Anchieta exerceu êsse cargo du-
légio que deu origem à cidade de rante sete anos. Morreu no Espí-
São Paulo ( 1554). No govêrno de rito Santo, em 1597, cercado pelos
Mem de Sá, juntamente com Nó- índios que o estimavam como a
brega, ajudou a expulsar os fran- um pai.
RESUMO
QUESTIONARIO
1 ) . Quem foi Inácio de Loyola ?
2 ) Como se chamou o colégio que os jesuítas fundaram na Bahia ?
3) Quem foi Leonardo Nunes ? .
4) Que eram os curumins ?
5) Quem foi o padre Antônio Vieira?
6) Por que os bandeirantes atàcavam as aldeias jesuíticas?
7 ) Como eram os aldeamentos dos jesuítas espanhóis ? .
101
Fachada da Igreja de Congonhas 'ao Campo, MG, d
ven o-se as P-sculturas
do "ALEIJADINHO".
102
8) Onde os jesuítas espanhóis fundaram .os seus aldeamentos ?
9) Quem foi o primeiro provincial do Brasil ?
10) Com que· governador veio ao Brasil o padre Manuel da Nóbrega ?
Ü) Onde morreu o padre Manuel da Nóbrega?
12) Quem é o autor da primeira gramática da língua tupi ?
13) . Com que governador veio .ao Brasil o· padre José de Anchieta?·
14) Que foi a pacificação dos tamoios?
15 )- Onde morreu José de Anchieta ?
LEITURA
As missões
Os jesuítas, dominicanos e franciscanos tiveram a seu cargo as missões, que
alcançaram um progresso apreciável; a vida tranqüiÍa que nelas 'decorria atraiu
.
milhares de índios que fugiam das propriedades, onde eram explorados como
. t .
escravos,
Em meio da selva, à margem de um rio ou na encosta de um monte, fundava-se
a missão, aldeia de choças com uma ou outra casa de pedra; no centro ficava
a praça pública e, nela, a igreja e o colégio, Rodeavam o povoado as lavouras
e pomares dos índios, sempre bem cuidados, pois, de . suas colheitas, 'se alimen-
tavam as famílias da missão.
O trabalho era lei para todos.
Nas missões jesuíticas cultivavam-se cana-de-açúcar, . milho, mandioca e algodão.
Uma parte dêsses produtos destinava-se ao consumo local e o. resto era trocado
por artigos manufaturados provenientes da metrópole.
Os índios levantavam-se muito cedo e rezavam; em seguida se dirigiam para
as plantações; o término ae trabalho e a hora das refeiçqes eram indicados por
toques de campainha. Ao pôr do sol, depois do ·jantar, que terminava • com
orações, cada família .se recolhia à sua choça .
.Nas missões, além da leitura, escrita e cálculo, ~risinavam-se ·ofícios de carpin-
teiro, ferrejro e tecelão; também eram cultivadas certas artes, como a pintura e
·a escultura em madeira ou pedra.
e
As missões mais notáveis . pela organização · progresso que alcançaram foram
as do Paraguai, Texas e Califórnia.
103
12) RIQUEZAS DO BRASIL CO
LO NIA L
105
Também o algorf,ão é planta ·in- cnaçao destinava-se a fornecer
dígena importante; pois deu ori- animais . para o transporte, mover
gem a um ativo comércio e, ainda engenhos e · produzir alimentos,
.hoje, é uma das grandes riquezas como leite, manteiga e carne de
do Brasil.
que precisavam colonos e escravos.
Mas o arame farpado, para as
c) A criação de gado cêrcas, vinha de Portugal em poú-
ca quantidade pe modo que essa
Enquanto a lavoura da cana-de- foi uma das causas do afastamen-
açúcar se desenvolveu junto à cos- to das fazendas de gado para o
ta, a criação de gado foi ativida- interior. pois de .outra forma os
de que se propagou para o inte- animais destruiriam as plantações.
rior. Entretanto, as primeiras fa- Foi Tomé de ·sousa quem man-
z~n?as ou currais ficpram nás pro- dou vir das ilhas de Cabo Verde
ximidades dos engenhos, pois o as primeiras cabeças de gado que
gado foi introduzido no Brasil para chegaram ao Brasil. Pouco depois
auxiliar na produção ~ açúcar. A as fazendas estendiam-se até o São
106
Francisco, ocupando o território mas fazendas, ainda de Sergipe,
que é atualmente Sergipe. tomaram o rumo de oeste, atingi-
Do rio São Francisco, em Ser- ram os rios Tocantins e Araguaia,
gipe, as fazendas ?e
~ado qu~ povoando os sertões de · Mato
Grosso e Goiás.
avançaram para o mtenor segm-
ram três direções: umas subiram No Sul da colônia foram os je-
o próprio rio e atingiram as suas suítas os introdutores do gado:
nascentes, no sertão de Minas Ge- formaram-se fazendas nos campos
rais, onde se encontraram com dos atuais Estados do Paraná, San-
criadores e bandeirantes que vi- ta Catarina e Rio Grande do Sul.
nham da capitania de São Vicen- Além da carne e do leite, o gado
te; outras, também partindo de fornecia o couro que, ou era ex-
Sergipe, atravessaram o rio São portado ou tinha, mesmo na colô .
Francisco e avançaram para o nor- nia, muitas aplicações. Houve até
te, povoando os atuais Estados do a época do couro: matava-se o ga-
Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba do, jogava-se a carne fora e apro-
e Rio Grande; finalmente, algu- veitava-se apenas o couro com que
se fazia quase tudo: cordas, rou-
pas, calçados e até portas e jane-
las das casas do interior.
d ) As indústrias e as minas
Logo depois do descobrimento,
iniciou-se a indústria extrativa:
consistia na exploração dos pro-
dutos indígenas, principalmente
pau-brasil. Mais tarde, com a co-
lonização, o desenvolvimento da
agricultura provocou o apareci-
mento da indústria açucareira.
Outra indústria, com algum desen-
volvimento na colônia, foi a do
couro e lacticínios.
No Brasil fabricavam-se quase
todos os artigos comuns, como cal-
çados e tecidos, mas a sua pr~
Va queiro caboclo do Maraió .
dução era pequena, pois se destl-
107
Gaúchos e os pampas no Rio Grande do Sul.
nava geralmente <~o consumo local: fabrico de instrumentos para :1
em cada engenho havia pessoas agricultura e .ferraduras para ani-
habilitadas em todos os ofícios, mais.
para produzir o que fôsse neces-
sário, evitando-se a sua compra Foi o príncipe D. João, quando
. nas cidades. estêve no Brasil, quem fêz a lei,
Muitas vêzes o govêrno mandou que deu liberdade a tôdas as in-
dústrias.
fechar certas indústrias ou limitou
a sua produção porque havia em O descobrimento de ouro em
Portugal industriais que fabrica- Minas Gerais provocou o rápido
vam artigos semelhantes e que- povoamento dessa região, surgindo
riam vendê-los para o Brasil. Foi núcleos, que deram origêm a mui-
o gue aconteceu com as fábricas tas cidades, como Caeté e Vila
Rica, atualmente Ouro Prêto. Tam-
de tecidos, pois uma lei estabele-
bém foi descoberto ouro em Mato
ceu que elas só poderiam fazer
G~osso, Goiás e Bahia.
panos grossos para sacos e roupas
de escravos. Também a siderur- O metal era procurado entre os
gia ou indústria elo ferro chegou cascalhos, nos leitos dos rios, uti-
a ser proibida durante o período lizando-se a bateia, espécie de pe-
colonial, ainda que fôss e de gran- neira de origem africana. Também
de utilidade, pois se destinava ao foi encontrado ouro nas rochas
-mas a sua exploração já é mais
108
Carro de bois.
difícil, pois, para a~ornpa nhar o Das riquezas min erais e~plora
filão ou veio pelo interior da terra, das, a quinta par~e era ?evida ao
é necessário abrir galerias e poços. reino como imposto: tinha, ~or
Ainda em Minas descobriram- isso, o nome de quinto. ~sse Im-
se os primeiros diamantes. A ~tual pôsto deu a Portugal tão grande
cidade de Diamantina teve ongem renda que D. João V pôde com
no Arraial de Tijuco, onde essas êle construir obras de grande luxo,
pedras foram encontradas. como o famoso convento ele Mafra .
RESU M O
aos cristãos-no~os. .
0 pau-brastl no rema c1o c1e D · João III: contrabando feito pelos franceses.
D. O
Henriq ue.
massapé: terra própria para o .cultivo da cana-de-açúcar em Pernambuco.
As plantas indígenas: mi Ih o, man d 10 ca ' fumo e algodão.
109
-.
I
c) A criação de gado
d) As indústrias e as minas ·
QUESTIONARIO
1) Quais eram as utilidades do pau-brasil ?
2) Que é costa do pau-brasil?
3) Que eram os cristãos-novos ?
4) Que é massapê ?
5) Quais são as plantas indígenas do Brasil ?
6) Que era a erva-santa ?
7) Que utilidade tinha o gado nos engenhos ?
8) Por que o gado .se afastou dos engenhos ?
9) Que papel teve o São Francisco na criação do gado ?
10) Quem introduziu o gado no Sul do Brasil?
11 ) Que foi a época do couro ?
12) Por que não havia na colônia liberdade industrial?
13) Quais são os tipos de exploração do ouro ?
14) Quais as cidades do Brasil que surgiram com a e~ação ele riquezas
minerais?
15) Que era o quinto?.
di~~--
I .<\ssinatura de Pera Vaz de Caminha.
I
I 110
I!
I!'
l
EXERC1CIOS
Sôbre a Uni d ad e III . (A Colonização _)
1 ) As capitanias hereditárias
2) o govêmo-geral
a) Completar as lacunas: .d I ............ .
1) No -govêmo de Tomé de Sousa foi nomeado ouvi or-gera
e capitão-mor da Costa · · · · · · · · · · · : d T é d Sousa, era ...... · ·
2) O provedor-mor da Fazend~, n? governo e om e
e tambéw donatário da ca_p1tama · · · · · · · · · • · ·. e foi
3) O bispo D. Fero ~ernandes embarcou no naviO . ....... . ... .... .
devorado pelos indios · · · · · · · ·. · · · · . na aldeia de
4) O .poema à Virgem Maria fm escnto por ............ , .
......... ... d Sá orreu combatendo os indios foi ......... .
5) eO 0fj.lhobrinh~e
so o, que efundo~ea ~idade de São Sebastião do Rio de Janeiro,
Mem
chamava-se . · · · · · · · · · · ·
b) Dar o nome do governador-geral! quando ocorreram os seguintes acon-
tecimentos:
1 ) Fundação da cidad~ de_ São Sebastião do Rio de Janeiro
2 ) Criação do primeiro b1spado
111
I
li
3) Passagem do Brasil p~ra o domínio espanhol
4) Fundação do colégio de São Paulo
5) Morte de D. João III
6) Fundação da cidade do Salvador
7) Ocupação do Rio de Janeiro por Villegagnon
8) Introdução· do gado no Brasil
9) Chegada do príncipe D. João ao Brasil
i O) Pacificação dos tamoios
c) Dar a significação dos seguintes vocábulos •
1) Sesmarias
2) Quarenta Mártires do Brasil
3) Uruçu-Mirim
4) Restauração
5) Nossa Senhora da Ajuda
6) Cunham bebe
7) Paranapecu
8) Missões
9) Iperoig
10) Serigipe
114
...
3) Fundou o colégio de São Vicente
4) Primeiro provincial do Brasil
5) Morreu em 1597 no Espírito Santo
b) Completar as lacunas:
1 ) Os judeus convertidos ao catolicismo ou ....... · . · · · · · assina~am com
0 rei . . . . . . . . . . . . . . um contrato para a exploração do pau-brasJI.
2) 0 donaÜrio .............. , acusado do vício de fumar, foi censurado
pelo bispo ............. .
3) Quem mandou plantar cana na ilh~ da . Madeira. foi · · · · · · · · · · · · · · e
quem a trouxe para a capitania de Sao VIcente fo1 · · · · ·_· · · · · · · · ·
4) V1.la R.tca, atu aJ. . ........... , .surgiu com a exploraçao ........... .,
5) 0 antigo nome de Diamantina era ....... _. . . . . . . . ~ o impôs to pago a
Coroa pela exploração de riquezas mmera1s chamava-se · · · · · · · · · · · · · ·
c -------
-----·-----·-
.115
...
41 A EXPANSAO GEOGRAFICA
As regiões setentrionais
As entradas e as bandeiras
Os tratados de limites
118
A CONQUISTA DO NORTE
119
Quando estava no Maranhão, primeira vez, percorreu o seu cur-
scube Alexandre de Moura que so, em 1542, foi o espanhol Fran-
havia franceses, holandeses e in- cisco Orellana. :E:sse espanhol des-
glêses estabelecidos na foz do cia o rio, vindo do Peru, quando
Amazonas (Pará.), Para expulsá- pensou haver visto uma tribo de
los foi preparada uma expedição mulheres guerreiras. Como há.
de três navios. Seu comandante, uma lenda grega sôbre mulheres
Francisco Caldeira Castelo Bran~ guerreiras, chamadas amazonas,
co, fundou na baía de Guajará o foi êsse o nome escolhido para de-
forte de Presépio e a povoação nominar o grande rio.
que deu origem à cidade de Be- Em 1637, Pedro Teixeira fêz a
lém. Também nessa região foi viagem pelo Amazonas, mas em
constituída uma nova capitania, a sentido contrário ao seguido por
elo Grão-Pará. Orellana, pois, partindo da foz, al-
O descobridor da foz do rio cançou o Peru. Quando voltou,
Amazonas foi Vicente Pinzón, em Pedro Teixeira foi nomeado capi-
janeiro de 1500; mas, quem, pela tão-mor da capitania do Pará.
RESUMO
As regiões setentrionais
a) As primeiras conquistas
Conquista de Sergipe: por Cristóvão de Barros.
Conquista da Paraíba: ·por Frutuoso Barbosa . .
Origem da atual João Pessoa: cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
120
c) Maranhão, Pará e Amazonas
Os france.~es rw Maranhão: chefiados por Daniel de La Touche, Senhor de
La Ravardiere, o fundador de São Luís.
Início da luta contra os frauceses: chefiada pelo mamelul'O Jerônimo de
Albuquen1ue.
Derrota dl::finitiva dos franceses: tropas chefiadas por Alexandre de Moura.
Origem da cidade de Belém: forte de Presépio fundado por Francisco Caldeira
Castelo Branco.
Descoberta da foz do rio Anwzonas: por Vicente Pinzón (janeiro de 1500).
O nome Ama;:;onas: dado por Francisco Orellana ( 1542).
A viagem de Pedro Teixeira ( 1637): partindo da foz até o Peru.
QUESTIONAR IO
l) Quem foi Cristóvão de Barros ?
2) Quem foi Pirajibe ?
3) Qual a origem da atual cidade de João Pessoa?
4) Quem foi Manuel de Mascarenhas Homem ?
5) Qual a origem da cidade de Natal?
6) Por que foi fácil a conquista do Rio Grande do Norte ?
7) Quem foi Pero Coelho de Sousa ?
8) Que aconteceu com o padre Francisco Pinto?
9) Qual a origem da cidade de São Luís ?
lO) Quem foi Alexandre de Moura?
11 ) Como foi fundada a cidade de Belém ?
12) Qual a origem do nome Amazonas ?
13) Quem descobriu a foz do rio Amazonas ?
14) Quem foi Pedro Teixeira?
I?>) Quando foi dcsl'oherta a foz tio rio Amazonas?
121
14) ENTRADAS E BANDEIRAS
122
h ) Principais entradas
Foi Américo Vespúcio. pilôto
da expedição exploradora de 1503,
quem fêz a primeira entrada, pe-
netrando no sertão de Cabo Frio
com quarenta homens.
Martim Afonso. quando estêve
no Brasil, ordenou que fôssem fei-
tas duas entradas, com o propósi-
to de procurar ouro: uma no Rio
de Janeirc e outra em São Paulo.
A do Rio de Janeiro compunha-se
de apenas quatro homens e per-
correu cerca de duzentos e trinta
léguas. A segunda partiu de Ca-
nanéia, chefiada por Pero Lobo:
era formada por ojtenta homens e
não voltou mais, tendo sido pro-
vàvelmente atacada pelos índios
carijós.
Também Tomé de Sousa pro-
curou saber se no Brasil havia
ouro e por isso organizou uma en-
trada ao sertão baiano. A expe-
dição, chefiada por Francisco Bru-.
za Espinhosa. partiu já no govêrno
seguinte, de D. Duarte da Costa.
Muito importante foi a entrada
de António Dias Adórno, neto de
Caramuru, feita ao sertão baiano,
durante o govêrno de Luís de Bri-
to e Almeida. A· expedição. que
havia partido à procura de rique-
zas minerais, voltou com sete mil
índios escravizados.
Também na Bahia foi feita a
entrada de Gabriel Soares de Sou-
sa. português que havia escrito um Bandeirante Paulista.
123
ROTAS DAS PRINCIPAIS BANDEIRAS
--·-
----
Paulistas
Amazonenses
Baianas
•••••• Pernambucanas
••• Maranhenses
124
Brasil serviu de assunto para o Os alimentos, constituídos prin-
romance As Minas de Prata de cipalmente por farinha de man-
José de Alencar. clicca e carne-sêca, logo se acaba-
vam, consumidos por tanta gente.
Tinham então que recorrer a ro-
ças de milho, que faziam nos
c) As bandeiras acampamentos mais demorados, ou
à alimentação '()ferecida pela pró-
As duas finalidades das bandei- pria natureza: peixe, caça, palmi-
ras eram a caça ao índio e a pro- to e frutos silvestres.
cura de riquezas minerais. Mas A bandeira possuía, além do che-
também houve bandeirantes que fe, que os paulistas daquele tem-
as autoridades contratavam para po chamavam capitlio do arraial,
combater índios revoltados, como um capelão, isto é, um padre para
os cariris do Nordeste, ou agrupa- prestar assistênda religiosa c, se
mentos de negros fugidos, como a expedição era de caça ao índio,
o que se formou em Alagoas e se também um repartidor, pessoa que
chamou Quilombo ele Palmares. repartia entre os principais da
As bandeiras de caça ao índio, bandeira os índios aprisionados .
porque se destinavam à guerra no As primeiras reduções ou aldeias
interior, contra as tribos selvagens dcs jesuítas espanhóis, atacadas
ou contra as missões dos padres pelos bandeirantes, ficavam na re-
jesuítas, eram formadas de nume- gião do Guairá, isto é, na parte oc~
rosa tropa, de que às vêzes faziam dental do atual Estado do Parana.
parte milhares de índios mansos, Depois dêsses ataques em que se
armados de arco e flecha. Tam- distinguiu o bandeirante Manuel
bém de algumas bandeiras parti- Prêto, conhecido pelo apelido de
cipavam escravos negros, que os "Herói do Guairá", os padres es-
paulistas chamavam tapanhuniJs. panhóis abandonaram essa região
Os bandeirantes, geralmente ma- e foram fundar outras reduções no
melucos, levavam, além de outras Uruguai (noroeste do Rio Gran-
armas, a escopeta, espécie de es- de do Sul), na região do Tape
pingarda curta, e a espada. Para (centro do Rio Grande do Sul) e
defender-se das flechas inimigas, no ltatim (sul do Mato Grosso).
vestiam-se com coletes de couro As aldeias dos jesuítas no Itatim
ou acolchoados ele algodão; alguns foram atacadas por Antônio Ra-
também se armavam de escudos pôso Tavares. :f:sse bandeirante,
redondos, conhecidos pelo nome que era portugues, fez uma longa
de rodelas. caminhada: subiu o rio Paraguai
até às suas nascentes e, através
de outros rios, atingiu o Amazo-
nas, chegando à foz, no Pará, de-
pois de três anos de jornada, en-
frentando índios, feras e febres.
Quando voltou à sua casa, em São ·
Paulo, estava tão magro e enve-
126
A mais importante das bandei- Foi êle quem estabeleceu comuni-
ras, que se dirigiu para Minas, foi cações entre essa região e o Rio
a de Fernão Dias Pais, a quem o de Janeiro.
rei deu o título de Governador Outras bandeiras descobriram
das Esmeraldas. O velho bandei- ouro em Mato Grosso e Goiás. As
rante, com mais de sessenta anos minas de Cuiabá foram descober-
de idade, partiu de São Paulo, em tas por Pascoal Moreira Cabral e
1674, à procura das famosas pe- as: de Goiás, por Bartolomeu Bue-
dras. Levava, em sua companhia, no ·da Silva, filho do bandeirante
o genro Borba Gato e o filho Gar- do mesmo nome, ambos apelida-
cia Rodrigues Pais. Depois de dos Anhangüera, palavra indígena
percorrer o sertão de Minas, du- que significa Diabo Velho. .
rante sete anos, enfrentando todos :l!:sse apelido Anhangüera teve
os perigos, Fernão Dias morreu origem num episódio interessante.
de impaludismo, junto ao rio das Conta-se que Bartolomeu Bueno
Velhas, com a certeza de haver da Silva, o pai, não conseguiu
descoberto esmeraldas. Entretan- convencer os índios a que lhes
to as pedras não passavam de tur- mostrassem onde iam buscar o
malinas sem valor.. ouro que traziam como adôrno;
Ao morrer, Fernão · Dias pediu ameaçou então pôr fogo às águas
ao filho, Garcia Rodrigues, para do rio e, para provar seu estra-
ser enterrado na vila de São Paulo. nho poder, incendiou o álcool que
Ninguém sabe até hoje como o trazia numa vasilha. Os índios, dês-
filho dedicado conseguiu embalsa- se modo iludidos, ficaram assom-
mar o corpo do pai, para depois brados e chamaram-no de Diabo
levá-lo pelos piores caminhos, atra- Velho (Anhangüera).
vés de mais de mil quilômetros, Com o descobrimento de rique-
até a vila, onde foi sepultado. zas minerais surgiram várias cida-
Ainda que não encontrasse as des do interior, como Cuiabá, em
esmeraldas, a bandeira de Fernão Mato Grosso, Caeté, Vila Rica,
Dias foi importante porque indi- atualmente Ouro Prêto, e Diaman-
cou o caminho para. outras expe- tina, em Minas Gerais. Esta últi-
dições que depois descobriram ma, Diamantina, era o antigo
ouro. Garcia Rodrigues fêz ainda Arraial do Tijuco, onde foram des-
duas expedições a Minas Gerais. cobertos diamantes.
127
RESUMO
Entradas e Bandeims
a) Formas de penetração
A conquista do litoral: atividade agrícola, instalação de engenhos, exploração
do pau-brasil e defesa do litoral.
Formas de penetração: entradas, bandeiras, missões religiosas e fazendas de gado.
Conseqüências das bandeiras: conhecimento do interior, descobrimento de
riquezas minerais e aumento do território nacional.
b) Principais entradas
c) As bandeiras
Tipos de bandeiras: procura ele riquezas minerais, caça ao índio, guerra aos
índios revoltados ou negros fugidos.
Apetrechos dos bandeirantes: escopeta, espada, colête de couro nu acolchoado
de algodão, escudos.
Componentes da bandeira: chefe, capelão e repartidor.
As reduções atacadas: Guairá (Paraná), Uruguai (noroeste do Rio Grande
do Sul), Tape (centro do Rio Grande do Sul) e Itatim (sul de Mato Grosso).
Principais bandeirantes: Manuel Prêto (atacou o Guairá), Antônio Rapõsn
Tavares (atacou o Itatim), Fernão Dias Pais (explorou Minas Gerais), Pascoal
~lorcira Cabral (explorou ~lato Grosso) e Bartolomeu Bueno da Silva (explorou
(;,>iás) .
Cidades que surgiram da exploração de riquezas minerais: Caeté, Vila Ri<:a
(atual Onro Prêto) e Diamantina.
128
QUESTIONARIO
1) Quais as causas do povoamento da costa do . Brasil ?
2) Quais as causas da penetração para o interior ?
3) Quem foi Domingos Jorge Velho?
4) Que diferença se pode fazer entre entrada e bandeira ?
5) Que sabe sôbre as entradas de Martim Afonso?
6) Quem foi Francisco Bruza Espinhosa ?
7) Que sabe sôbre as minas ele prata?
8) Que levava o bandeirante quando partia para o sertão ?
9) Quais eram os principais elementos da bandeira ?
1O) Onde ficavam as principais reduções dos espanhóis atacadas pelos bandei-
rantes?
11 ) Quem foi Antônio Rapôso Tavares ?
12) Que sabe sôbre a bandeira de Fernão Dias Pais ?
13) Quem foi Pascoal Moreira Cabral?
14) Qual a origem do nome Anhangüera?
15) Quais as cidades de Minas Gerais que surgiram com a exploração de riquezas
minerais?
129
15) OS TRATADOS DE LIMITES
130
MERIDI.ANO DE TORDESILHAS
+ + Tratado de Madri
Tratado de Santo Ildefonso
133
cilmente dominados. Gomes Frei- de um atentado contra a vida do
r~. porém, não quis tomar posse rei D. José I, pois os padres da
da região por falta de segurança: Companhia de Jesus foram acusa-
afirmava que os colonos poderiam dos por Pombal, ainda que sem
ser depois atacados pelos índios provas, de haverem participado
que se haviam internado nos dêsse crime.
matos. · Foram grandes os males que
Como não quis receber os Sete causou ao Brasil a expulsão . dos
Povos do Uruguai,. Gomes Freire jesuítas: a instrução foi muito· pre-
também não entregou aos espa- judicada, pois a colônia perdeu os
nhóis a Colônia do Sacramento. t:nicos professôres capazes que pos-
Os trabalhos de demarcação foram suía; também os índios, sem os
suspensos até que, em 1761, Es- seus protetores, passaram a ser ex-
panha e Portugal concordaram em plorados como escravos e, por isso,
anular o tratado de Madrid. Quan- abandonaram as aldeias e volta-
to ao Norte, os trabalhos de de- ram ao estado selvagem.
marcação nem sequer foram ini-
ciados ainda que houvessem sido
nomeados os demarcadores.
c) Tratado
Além de eç>ncorrer para a anu-
lação do tratado de Madrid, a re- de Santo lldefonso
volta dos guaranis teve um outro
resultado importante: o poderoso .Durante a Guerra . dos Sete
. ministro Marquês de Pombal, que Anos, na Europa, Portugal e Es-
governava o reino português, era panha combateram como inimigos.
inimigo dos jesuítas e, por isso, Na América também houve lu-
aproveitou a ocasião para acusar tas entre as colônias das duas na-
os padres de haverem aconselha- ções: os espanhóis ocuparam a
do acs índios aquela revolta; afír- Colônia do Sacramento, invadiram
nJava que eles queriam fundar na ·o território que é atualmente o
região dos Sete Povos um império, Rio Grande do Sul e a ilha de
independente de Espanha e Por- Santa Catarina. Entretanto, uma
tugal. ordem de Espanha obrigou-os a '
Com essas aznisações queria o abandonar essas conquistas. Pou-
Marquês de P-ombal obter moti- co depois, em outubro de 1777, os
vos para expulsar os jesuítas de dois países, Portugal e Espanha,
1
Portugal e suas colônias. Afinal, assinavam o tratado de Santo
a expulsão foi decretada, · depois Ildefonso.
134
I
Diamantina •
Sabara e
Vila Rica e
135
RESUMO
Os tratados de limites
a) O aumento do território brasileiro
O Tratado de Tordesilhas ( 1494): meridiano a 370 léguas a oeste das ilhas
do ~abo Verde; as terras a leste, portuguêsas e a oeste, espanholas.
Tratado de Madrid ( 1681): posse por Portugal da Colônia do Sacramento.
Tratado de Utrecht, com a França ( 1713): rio Oiapoque ou Vicente Pinzón, 1)
como limite entre o Brasil e a Guiana Francesa.
Tratado de Utrecht, com a Espanha ( 1715): posse portuguesa da Colônia do
Sacramento.
II
QUESTIONÁRIO
1) Quando foi assinado o Tratado de Tordesilhas?
2) Que estabelecia o Tratado de Tordesilhas ?
3) Como seria o Brasil se vigorasse até hoje o Tratado de Tordesilhas?
4) Onde ficava a Colônia do Sacramento ?
5) Que estabelecia o Tratado de Lisboa ?
6) Que outro nome tinha o rio Oiapoque ?
7) Que estabelecia o Tratado de Utrecht com a !"rança ?
8) Que estabelecia o Tratado de Utrecht com a Espanha?
I
!;
136
i
9 ) Como Alexanure ue Gusmão conseguiu vantagens territoriais para Portugal
com o Tratado de Madrid ?
10) Que estabelecia o Tratado de Madrid no Sul?
11) Que são demarca dores ?
12 ) Quais foram os demarca dores do Sul?
13) Por que foi interrompida a execução do Tratado de Madrid?
14 ) Por que foram expulsos os jesuítas de Portugal e suas colônias?
15) Que estabelecia o Tratado de Santo lldefonso ?
1)
EXERCíCIOS
Sôbre a Unidade ÍV (Expansão geográfica)
1) As regiões setentrionais
a) Numerar corretamente:
(1) Conquistou Sergipe Francisco Castelo Branco
(2) Forte dos Reis Magos Martim Soares Moreno
(3) Francisco Orellana Subiu o rio. Amazonas
(4) Morto pelos índios do Ceará Cristóvão de Barros
(5) lndio Poti Francisco Pinto
(6) Alexandre de Moura Origem de Natal
(7) Pedro Teixeira Desceu o rio Amazonas
(8) Conquistou o Pará Chefe indígena do Rio Grande
)
(9) Conquistou o Ceará Origem de Belém
(10) Forte de Presépio Conquistou o Maranhão
137
Negros carregadores. No tempo da escravidão eram raros, nas cidades, os
carros puxados por animais: todos os transportes eram feitos pelos escravos.
2) Entradas e bandeiras
h) Completar as lacunas:
138
3) Capitão do arraial era . . . . . . . . . . . . . e ao reparti~or cabia ....... · · · · · ·
4) A região do Tape ficava .......... . ... e o Itabm · · · · · · · · · · ·. · · ·
5) Vila Rica chama-se hoje .............. e o Arraial do Tijuco tem o
nome de .... : ........ .
3 ) Os tratado de limites'
Casa colonial
139
,.
I
SI A DEFESA DO TERRITÓRIO
Os franceses no Brasil
As invasões holandesas
O govêrno de Nassau e a campanha
de libertação
I
j
142
Houve dois combates importan- Luís, origem da cidade do mesmo
tes: o de Uruçu-Mirim, forte que nome, atual capital do Estado.
ficava na praia do Flamengo, e o Governava, nessa ocasião, a
de Paranapecu, nome que os ín- França a rainha Maria de Medi-
dios davam à ilha que depois se eis, mas como regente, porque o
chamou Governador. No combate seu filho, depois rei com o nome
de Paranapecu foi ferido por fle- de Luís XIII, era ainda uma crian-
cha Estácio de Sá, que morreu no ça. A rainha interessou-se tanto
mês seguinte (fevereiro de 1567). pela expedição que chegou a ofe-
O governador-geral trans~eriu a recer-lhe uma bandeira com a se-
cidade para um morro, que de- guinte inscrição: "Uma rnulher é
pois se denominou do Castelo, e chefe de tão grande emprêsá'.
entregou seu govêrno a. outro so_- Em 1614, com reforços coman-
brinho, Salvador Correta de Sa. dados por Diogo de Campos, Je-
rônimo de Albuquerque fundou
na praia, em frente à ilha do Ma-
c) Os franceses ranhão, o forte de Santa Maria.
La Ravardiere desembarcou com
no Maranhão suas fôrças no continente e ata-
Expulsos po Rio de Janeiro, em cou os portuguêses, mais foi der-
1567, continuaram os franceses a rotado.
percor,rer a costa do Bra~il. Es-_ Essa vitória sôbre os franceses
tiveram no N ardeste ( Serg1pe, Pa- foi considerada um verdadeiro mi-.
raíba, Rio Grande do Norte e lagre; pois as tropas portuguêsas,
Ceará), onde praticavam o con- em número muito menor, estavam
trabando dos produtos da terra, fatigadas de taptas marchas e não
ajudados pelos índios. Mas foi no tinham roupas nem alimentos. Por
Maranhão que quiseram fundar isso essa expedição teve o nome
outra colônia, como a do Rio de de I ornada Milagrosa.
Janeiro, dessa vez com o nome de Apesar de derrotado, La Ravar-
França Equinocial. diere não tinha ódio aos vencedo-
Chefiava a expedição de três .res: quando soube que entre êles
navios Daniel de la Touche, Se- havia muitos feridos, mandou seu
nhor de la Ravardiere, que partiu médico socorrê-los e enviou-lhes
da França em 1612, trazendo, além medicamentos.
de outros nobres, quatro frades pa- Entre os dois chefes, la Ravar-
ra catequizar os índios. Desem- diere e Diogo de Campos, ficou
barcando na ilha do Maranhão, La estabelecida uma trégua, até que
Ravardiere fundou o forte de São viessem novas ordens da Europa.
143
Mas no ano seguinte ( 1615), a cidade, quando devia esperar os
luta recomeçou, sob o comando de invasores nos sub{\l"bios. Essas
Alexandre de Moura, e ainda com tropas teriam fàcilmente vencido
a participação de Jerônimo de Al- o inimigo. Entretanto, elas nem
huquerque. o velho mameluco, chegaram a lutar. Foi a popula-
com quase setenta anos de idade. ção que resistiu heroicamente: en-
Os franceses, derrotados, voltaram quanto muitos moradores comba-
pnra a Europa, mencs acpu\les que tiam nas ruas, outros atiravam das
se haviam casado con1 índias do janelas, sôbre os franceses, móvei~,
Maranhão e que preferiram ficar pedras e até azeite fervente.
como colonos.
No lugar que depois se chamou
Largo do Paço e hoje é a Praça
Quinze de Novembro houve o
d) Ataques franceses combate final, sangrenta luta onde
ao Rio de I aneiro os inimigos tiveram muitos mor-
tos. Vendo-se perdido, Duclerc
em 1710 e em 1711 refugiou-se com o resto de suas
tropas num trapiche ( depósito de
Houve na Europa uma guerra, mercadorias). Só então apareceu
chamada Guerra de Sucessão da o governador para intimá-lo a
Espanha, em que a França e a render-se.
Espanha lutaram juntas contra a
Duclerc ficou prisioneiro da ci-
Inglaterra. Portugal a princípio
dade: morava numa casa, ofere-
foi aliado da França mas, depois, cida pelo govêrno, andava pelás
passou para o lado da Inglaterra; ruas como qualquer pessoa, mas
os franceses ficaram indignados e não podia afastar-se do Rio de Ja-
resolveram, por vingança, atacar o neiro. Apesar de sempre vigiado,
Rio de Janeiro, em 1710 e em 1711. foi misteriosamente assassinado em
A primeira expedição era co- 1711.
mandada por Duclerc que, com Para vingar a morte de Duclerc,
suas tropas, desembarcou no lugar organizou-se outra expedição con-
chamado Guaratiba. Guiados por tra o Rio de Janeiro, dessa vez
um preto, os franceses fizeram difí- uma poderosa esquadra, de 18 na-
cil caminhada até entrarem no Rio vios, sob o comando de um famo-
de Janeiro, onde chegaram descal- so marinheiro, chamado Duguay-
ços e esfarrapados. Trouin.
O governador, Francisco de Cas- Duguay-Trouin chegou à baía
tro Morais, pouco fez pela defesa: de Guanabara em setembro de_
apenas reuniu tropas no centro da 1711 e começou o bombardeio da
Rio de Janeiro: Largo do Boticário, como se apresenta atualmente, •
144
ainda com as características da época colonial.
( Aquar<'la rlc Rt·<;F:Nn ,., ·
cidade, abandonada pela popula- mil cruzados, 100 cabos de açú-
ção apavorada e pelo próprio go- car e 200 bois.
vernador, ainda Francisco de Cas- Francisco de Castro Morais foi
tro Morais. Em seguida, desem- acusado de não ter querido defen-
barcaram os invasores e entraram der a cidade: por êsse ato de co-
pelas casas, destruindo tudo que vardia sofreu a pena de degrêdo,
não podiam carregar. Para retirar- com prisão perpétua numa forta-
se do Rio de Janeiro, Duguay- leza da índia, além da perda de
Trouin recebeu, como resgate, 600 todos os seus bens.
RESUMO
Os franceses no Brasil
b) A França Antártica
146
d) Ataques franceses ao Rio de Janeiro em 1710 e em 1711
1
QUESTIONARIO
1) Quais as medidas tomadas por D. João III para evitar o contrabando feito
pelos franceses na costa do Brasil ?
2) Quem foi Bois-le-Comte ?
3) Que papel tiveram os índios na luta entre franceses e portuguêses no Rio
de Janeiro?
4) Quais os combates em que foram derrotados os franceses ?
5) Que era a França Equinocial ?
6) Que é JJrnada Milagrosa?
7) Quem foi Alexandre de Moura ?
8) Quem foi Maria de Medieis ?
9) Qual a origem da capital do Maranhão ?
10) Por que os franceses atacaram o Rio de Janeiro em 1710 e em 1711?
11) Quem foi Francisco de Castro Morais ?
12) Como Duclerc foi derrotado ?
13) Como morreu Duclerc ?
14) Que resgate exigiu Duguay-Trouin para abandonar o Rio de Janeiro?
15) Que aconteceu a Francisco de Castro Morais ?
;! ~
147
I
17) AS INVASOES HOLANDESAS
148
ram que não viria mais. Enquan-
to isso o comércio se via prejudi-
cado e as roças estavam abando-
nadas. Então, para não perturbar
mais a vida econômica da cidade,
resolveu Mendonça Furtado dis-
pensar suas tropas. Nessa ocasião
apareceu o inimigo e, sem ~ncon
trar resistência, entrou na Cidade,
aba11donada pela população.
149
menta em que entrava o inimigo até o México e o Peru, onde havia
e o prendia, para, logo depois, ricas minas de ouro e prata, resol-
enviá-lo para a Holanda. veu mandar ao Brasil poderosa
Matias de Alb·uquerque, suces- esquadra. Comandada por D. Fa-
sor de Diogo de Mendonça Fur- drique de Toledo Osório, essa es-
tado, encontrava-se em Pernam- quadra chegou à baía de Todos
buco e, por isso, foi escolhido os Santos em abril de 1625. Cer-
Antão Mesquita, logo depois subs- cados por terra e por mar, os ho-
tituído pelo bispo D . Marcos Tei- landeses renderam-se no dia 30
xeira. dêsse mês.
D. Marcos Teixeira organizou A cidade do Salvador ficou tão
tôda a resistência contra o inimigo, empobrecida com a ocupação ho-
preparando pequenos ataques de landesa que o governador não ti-
emboscada, que impediam a saída nha dinheiro nem para pagar as
dos holandeses da capital. Nessa tropas. Naquele tempo um solda-
ocasião, o comandante das tropas do ganhava um vintém por dia,
holandesas, ]ohann van Dorth, o que corresponde num mês, em
afastando-se de seus companhei- moeda atual, à quantia de sessenta
ros, foi morto à espada por Fran- centavos.
I cisco Padilha. Conta-se que logo
l. depois chegaram alguns índios
mansos, aliados dos portuguêses, c) Invasão de Pernambuco
e, cheios de ódio, cortaram os pés,
as mãos e a cabeça do chefe Na segunda invasão, os holan-
holandês. deses preferiram atacar Pernam-
A situação piorou para os holan- buco, porque essa capitania era
deses no Brasil, quando chegaram muito rica, com grande produção
reforços à Bahia, comandados por de açúcar e pau-brasil.
D . Francisco de Moura. O inimi- Quando na ·Europa se soube que
go já não podia mais sair da cida- os holandeses iam atacar Pernam-
de, pois estava cercado. Faltava, buco, Matías de Albuquerque, go-
porém, completar o cêrco por mar, vernador dessa capitania, encon-
para que êle não pudesse receber trava-se na Espanha. :E:le foi en-
ajuda da Holanda. tão despachado para o Brasil com
No comêço a Espanha não to- apenas três caravelas e vinte e
mou nenhuma medida para a ex- sete soldados. Com tão poucos re-
pulsão dos holandeses. Mas de- cursos, embora contando com o
pois, receando que o domínio auxílio de centenas de defensores,
holandês se estendesse também nada pôde fazer contra a esqua-
150
à.ra inimiga, de mais de cinqüen- Adrian Pater. Inventaram depois
ta navios e sete mil homens. Em a lenda de que êle se envolveu
1630, essa esquadra chegava ao na bandeira da pátria e atirou-se
litoral pernambucano. Com fôr- ao mar, exclamando: "O oceano
ças tão poderosas puderam os ho- é o único túmulo digno de um
landeses tomar fàcilmente Recife almirante batavo".
e Olinda. Matias de Albuquerque, Em Pernambuco a situação dos
porém, ainda teve tempo de in- invasores era cada vez mais difí-
cendiar vinte e quatro navios que cil, pois as guerrilhas e embosca-
estavam no pôrto, carregados de das impediam que êles avanças-
pau-brasil e açúcar, para que o sem para o interior. Mas, em 1632,
inimigo não se apoderasse dessas a deserção de Domingos Fernan-
riquezas. des Calabar, que antes havia luta-
Para cortar as comunicações en- do ao lado de Matias de Albu-
tre Recife e Olinda, Matias de Al- querque, veio favorecer os holan-
buquerque fundou o Arraial do deses.
Bom Jesus que, durante cinco Guiados por Calabar, o inimigo
anos, resistiu a todos os ataques. apoderou-se da Vila de Igaraçu e
Em 1631 a Holanda enviou ao conquistou o forte do Rio Formo-
Brasil uma esquadra de socorro, so, defendido apenas por vinte ho-
sob o comando de ·Adrian Pater. mens. Quando entraram nesse for-
A Espanha organizou outra que te, depois de quatro ataques, en-
tinha por comandante D. Antônio contraram dezenove cadáveres.
Oquendo. O combate entre as Estava vivo apenas o comandante,
duas esquadras, no litoral da Ba- Pedro de Albuquerque, que havia
hia, não teve resultados decisivos. 'recebido dois ferimentos .
Mas o navio principal dos holan- Com a conquista do Arraial do
deses, isto é, o capitânia, incen- . Bom Jesus, em 1635, Matias de
diou-se e morreu o . comandante, >Albuquerque não pôde mais ficar
---~- --.- - .
Forte Maurício, às margens do río São Francisco, atual Penedo.
151
em Pernambuco: retirou-se então chamado a Portugal, acusado de
para Alagoas, numa longa cami-
não ter sabido defender a colônia.
nhada, acompanhado de milhares
de pessoas, homens, mulheres e Em 1637, chegava a Pernambu-
até crianças, que não queriam co, para governar os domínios ho-
viver sob o domínio dos invaso- landeses no Brasil, o Conde ]oão
res. Durante essa retirada, houve Maurício de Nassau. .E:sse conde
o combate de Pôrto Calvo: o ini- fêz muito boa administração e
migo, derrotado, entregou Cala- chegou a conquistar a simpatia
bar, que foi condenado à morte dos vencidos. Só depois de sua
e enforcado. volta para a Europa, é que reco-
Pouco depois, sofria Matias de meçou a luta, até a expulsão d~
Albuquerque grande injustiça: foi finitiva dos invasores.
As invasões holandesas
a ) O domínio espanhol
A morte de D. Sebastião ( 1578): em Alcácer-Quibir, em luta contra os
muçulmanos.
O sucessor de D. Sebastião: o cardeal D. Henrique (de 1578 a 1580).
O domínio espanhol (1580-1640): causa importante das invasões holandesas.
A Restauração ( 1640): D. João, Duque de Bragança, liberta Portugal do
domínio espanhol.
O ato de Filipe li que provocou as invasões holandesas: fechamento · dos
portos de tôdas as colônias aos navios holandeses.
b) Invasão da Bahia
1.52
c) Invasão de Pernambuco
QUESTIONARIO
1) Por que o Brasil passou para o domínio es?anh~l ? h I d ?
2) Por que o domínio espanhol provocou as mvasoes o an esas .
3) Como se iniciou em Portugal a dinastia de Bragança ?h 1 d atacaram
4) Como agiu · Diogo de Mendonça Furtado quando os o an eses
a Bahia? , . ?
5) Quem foi D . Fadrique de Toledo Osono b ?
6) Por q ue os holandeses atacaram Pernam uco . h l d ?
7) Que reforços recebeu Ma tias de Alb uquerque para combater os o an eses ·
8) Quem foi Adrian Pater ?
9) Quem foi Calabar ? com a ajuda de Calabar ?
10) Quais as vitórias obtidas pelos holandeses
11) Quem foi Pedro de Albuquerque ?
12) Como morreu Calabar? , . B ·1 ?
13) Quem ch egou em 1637 para governar os d omm1 Os holandeses no ras1 ·
14 ) Quem foi D . Antônio O~uendo? ?
15) Que injustiça sofreu Manas de Albuquerque.
153
18 O COV "R O DE A S O
E A GA fPA ·n D I IBERTACÃ )
154
Conde João Maurício de Nassuu.
Primeira batalha dos Guararapes, 1648.
(Quadro de VICTOR MEIRELLES).
156
Entretanto, . a Holanda extgm de respeitar a trégua. Logo de-
qu(:l . a luta fôsse suspensa, quan- pois chegavam de Portugal refor-
do protestou junto ao rei D. João· ços para os pernambucanos.
· IV, reclamando que havia uma
Eq~. abril de 1648, travou-se a
trégua ·assinada co!TI Portugal. O
rei foi obdgado, por isso, á inti- primeira batalha dos M antes Gua-
mar os pernambucanos a que ces- mrapes, em que os holandeses fo-
sassem as hostilidades, pois, em ram derrotados. Outra batalha, no
virtude daquela trégua, o govêr- mesmo lugar, feriu-se no . ano se-
no· havia reconhecido os domínios guinte, ainda com a derrota dos
holandeses no Brasil. Mas o sobe- · invasores.
rinio rião·Joi atendido: os pernam- Entretanto, a luta prolongou-se
bucanos declararam que combate- até janeiro de 1654. Nesse ano,
riam até o fim e que, somente os holandeses, cercados em Recife,
depois de. expulsos os estrangeirós, pelas tropas de joão Fernandes
iria~ a Portugal para . receber o Vieira e · por uma esquadra, vinda
castigo de sua desobediência. . de Portugal, não puderam. mais re-
Em 1647, corri o ataque ·à Bahia, sistir e assinaram a rendição da
()5 própr~os hqlándeses. deixaram Campina dn Taborda.
.· :
157
RESUMO
QUESTIONA RIO
158
13) Que ato dos holandeses determinou o rompimento da trégua com Portugal ?
14) Quais as duas batalhas finais da Insurreição?
15) Como se chamou a rendição dos holandeses ?
EXERC1CIOS
1 ) Os fraJ]ceses no Brasil
a) Numerar corretamente:
( 1) Maracajás · .( Nome de batismo de Araribóia
( 2) Guaratiba ( ) Governador do Rio de· Janeiro
( 3) Uruçu-Mirirn ( ) lndios aliados dos franceses
( 4) Martim Afonso de Sousa ( ) Lugar onde desembarcou Duclerc
( 5) Francisco de Castro Morais ( ) lndios aliados dos portuguêses
(6 ) J erô~irno de Albuquerque ( ) Forte na praia do Flamengo
( 7) Tatnoio.s ( ) 1710
( 8) Ano em que Duclerc chegou · ( ) Fundou o forte de Santa Maria
ao Rio de Janeiro .
( 9) Paranapecu 1711
( Ü>) Ano em que Duguay-Trouin ) · Nome da ilha do Governador
chegou ao Rio de Janeiro
2) As . invasões holandesas
a ) Completar as lacunas:
·1) A Restauração foi feita no ano de .. . . .... , por ..... . ....... .
2) A esquadra holandesa, que atacou a Bahia, era comandada por · .. - .... · . ·
e tinha como comandante das tropas ............. .
159
Segunda invàsag;--hõla~sa
( 163011>4) .~ -
_----:...-:- -......:...-
Primeira invasãÕ_-holandesa.
(1624/25)
Primeira- inv~âo:-jrancesa
(155"5/ 61)
3) O bispo da Bahia . . . . . . . . . . . . . . preparou a resistência e . .. .. ....... .
foi morto por Francisco Padilha.
4) A Espanha enviou uma esquadra sob o comando .... . ........ . , que
chegou à Bahia no ano de ....... .
5) A esquadra holandesa, que atacou Pernambuco, era formada de . ·. ·....
navios e : . . . . . . . . . . . soldados.
163
61 O SENTIMENTO NACIONAL
.loiío VI . 165
mento de libertação: resolveram zer da Africa 500 escravos por ano,
aclamar Rei de São Paulo a Ama- e da Europa certa~ mercadorias
dor Bueno, uma pessoa importan- que não havia no Maranhão, co-
te dessa vila. Mas o próprio Ama- mo bacalhau e azeite. A campa- ·
dor Bueno recusou êsse título, de- nhia, porém, não cumpriu com o
clarando em público que continua- prometido: os escravos que trazia ·
ria fiel ao rei de Portugal. eram em número muito reduzido
Ainda nesse século houve uma e as mercadorias, de má quali-
revolta no Maranhão e, no comê- dade.
ço do seguinte, ocorreram dois Em fevereiro de 1684 irrompeu
movimentos nativistas importan- a revolta em São Luís. Manuel
tes: o primeiro, chamado Guerra Beckman tomou conta do govêr-
dos Emboabas, na região das mi- no, expulsou os jesuítas e extin-
nas, atualmente Estado de Minas guiu a companhia de comércio.
Gerais, e o outro Guerra dos Mas- Entretanto, Manuel Beckman,
cates, em Pernambuco, entre os dotado de gênio violento, conquis-
habitantes de Olinda e os de Re- tou muitos inimigos, enquanto Por-
cife.
tugal enviava ao Brasil, para go-
vernar o Maranhão, um homem
inteligente, Gomes Freire de An-
b) A revolta do Maranhão drada. Com o apoio da popula-
ção e das tropas, o nôvo governa-
Em 1684, houve . no Maranhão dor conseguiu sufocar o movi-
uma revolta chefiada por Manuel mento.
Beckman, rico senhor de engenho.
O chefe da revolta, Manuel
Os colonos' estavam desconten- Beckman, procurou esconder-se
tes com o apoio dado pelo reino mas foi afinal prêso. Seu afilhado
de Portugal aos jesuítas, pois êstes Lázaro de Melo, que lhe merecia
insistiam em defender a liberdade tôda a confiança, o traiu, indican-
dos índios que os fazendeiros em- . do o lugar onde êle. se havia ocul-
pregavam nas lavouras como. es- tado.
cravos.
Manuel Beckman foi condenado
Finalmente procurou-se um meio à morte e executado, sendo todos
de atender aos padres sem preju~ os seus bens vendidos em leilão.
dicar os colonos: substituir- o ín- Quanto · a Lázaro de Melo, teve
dio pelo negro africano. Foi en- morte horrível, garroteado ao de-
tão fundada uma companhia de sembaraçar os bois que moviam
comércio com a obrigação de tra- um engenho.
166
c) Gue1Jra úos Emboabas Emboaba, para muitos escrito-
res, deriva-se de mboab, nome que
As minas de ouro, descobertas os índios tupis davam a uma ave
pelos bandeirantes, atraíram para com pernas e pés cobertos de pe-
a região, que depois se chamou nas. Os _paulistas aplicavam o mes-
Minas Gerais, gente de tôda par- mo nome aos portuguêses porque
te, até mesmo de Portugal. A essas êles andavam sempre calçados com
pessoas, que chegaram depois, os grandes botas. ·
paulistas deram, por desprêzo, o Entre os paulistas e os emboa-
apelido de emboabas, palavra de bas havia constantes brigas, pois
origem provàvelmente tupi. os primeiros receavam perde.r as .
O preparo da mandioca.
( RuOENDAs).
167
minas, descobertas com tantas di-
ficuldades. Quando os emboabas
se sentiram muito fortes , resolve-
ram aclamar Gov_ernador das M i-
nas o portugues Manuel Nunes
Viana, dono de muitas fazendas de
gado nas margens do rio São Fran-
cisco.
O mais importante combate en-
tre paulistas e emboabas ocorreu
, junto ao rio das Martes, no lugar
chamado Capão da Traição. O
vencedor, Bento do Amaral Cou-
tinho, prometeu garantir a vida
Uma rua de São Luís (Maranhão). Os
prédios antigos, com as paredes cobertas dos vencidos, desde que êles en-
de azuleío, mostram a influência árabe, tregassem as armas. Entretanto,
trazida para o Brasil pelos portuguêses. q11ando estavam desarmados, fo-
16&
ram mortos pelos emboabas. Os gas famílias pernambucanas que
que fugiram, alca?çaram. Sã~ P~u· se haviam enriquecido com enge-
lo, mas suas esposas e 1rmas, m- nhos de açúcar. Mas, com as in-
dignadas, exigiram que voltassem vasões holandesas, muitos olinden-
para vingar a morte dos compa- ses perderam suas riquezas e .a
nheiros. própria Olinda deixou de ser capi-
Nessa ocasião, o governador do tal de Pernambuco. Os holande-
Rio de Janeiro, Antônio de Albu- ses preferiram estabelecer a sede
querque, que também tinha auto- do govêrno em Recife, que era
ridade na região mineira, conse- simples povoação mas possuía um
guiu que Manuel Nunes Viana re- bom pôrto. Com a vinda de Nas-
nunciasse ao título de Governa- sau, Recife teve importantes me-
dor das Minas, dado por seus com- lhoramentos: construíram-se mui-
panheiros. Mas ?ão ;onseguin tas casas, até palácios e jardins.
evitar que os pauhstas fossem no- Mais tarde, expulsos os invaso-
vamente ao rio das Mcrtes, onde res, a capital voltou para Olinda,
queriam vingar a derrota anterior. mas era Recife que apresentava
Durante a noite, quando o comba- progresso cada vez maicr. Os ha-
te já se havia iniciado, resolveram bitantes dessa povoação, em geral
os paulistas retirar-se ao saber que portuguêses enriquecidos no. co-
os emboabas iam receber reforços. mércio, tinham origem humilde:
Essa luta teve resultado impor- os olindenses, por isso, chamavam-
tante: uma lei de 1709 reconhecia nos por desprêzo de mascates.
os esforços dos paulistas na explo-
Em 1710, houve a revolta dos
ração das riquezas minerais: São
olindenses, porque Recife se tornou
Paulo e Minas passavam a formar
uma capitania separada da capi- vila, deixando, portanto, de. obe-
decer às autoridades de Ohnda.
tania do Rio de Janeiro. Dois
O governador de Pernambuco,
anos depois, o rei de Portugal con-
Sebastião de Castro Caldas, acusa-
cedia aos paulistas outra vanta-
do de ser favorável aos mascates,
gem: a vila de São Paul'o era ele-
foi ferido e fugiu para a Bahia.
vada à categoria de cidade.
Em seu lugar foi escolhido o bis-
po de Olinda, D. Manuel Alvares
d) Guerra dos Mascates da Costa, que decretou a anistia
geral: perdão para todos os que
O episódio chamado Guerra dos estavam envolvidos na revolta.
Mascates verificou-se entre os ha- Nem com a anistia o bispo con-
bitantes de Olinda e os de Recife. seguiu acabar com a luta. Os oli~-
Os primeiros pertenciam a· anti- denses, que haviam cercado Rt>c1-
16P
I '
~'
RESUMO
a) A formação do nativismo
O sentimento nativista: sentimento de amor à terra natal.
Causas do nativismo: luta contra os holandeses e descobrimento de riquezas
minerais.
Primeiro movimento nativista: aclamação de Amador Bueno Rei de São Paulo
(1641).
b) Revolta do Maranhão:
Chefe da revolta: Manuel Beckman, rico senhor de engenho.
O programa da companhia de comércio: trazer 500 escravos por ano e certas
mercadorias, como bacalliau e azeite.
A revolta vitoriosa: Manuel Beckman no govêmo, expulsão dos jesuítas e
extinção da companhia.
A reação do. govêrno portugu~: Gomes Freire de Andrada sufoca o movimento,
Manuel Beckman é prêso, condenado à morte e executado, sendo seus bens
vendidos em leilão.
c) Gueira dos Emboabas
Emboabas: nome dado pelos paulistas aos que iam para a região das minas.
· Manuel Nunes Viana: aclamado Governador das Minas pelos emboadas.
Combate entre. paulistas e emboabas: vitória de Bento do Amaral Coutinho
no Capão da Traição e morte dos paulistas desarmados.
O pacificador da região das minas: governador Antônio de Albuquerque.
170
d ) Guerra dos Mascates
., Causa da Guerra dos Mascates: rivalidade entre Recife e Olinda:
O nome mascate: dado aos habitantes de Recife.
O progresso de Recife: capital de Pernambuco no tempo dos holandeses.
Proposta de Bernardo Vieira de Melo: Pernambuco independente sob govêrno
republicano.
Pacificação de Pernambuco: govêrno de Félix José Machado.
QUESTIONARIO
l) Que é nativismo ? ·
2) Quais as causas do nativismo ?
3) Que houve em São Paulo em 1641 ?
4) Quais as causas da revolta de Beckman ?
5) Quem foi Gomes Freire de Andrada ?
6) Quem foi Lázaro de Melo ?
7) Qual a origem da palavra emboaba ?
8) Que houve no Capão da Traição ?
9) Quem foi Manuel Nunes Viana?
lO) Como Antônio de Albuquerque pacificou a região das minas ?
ll) Que eram os mascates ?
12) Por que houve a Guerra dos Mascates ?
13) Quem foi Sebastião de Castro Caldas ?
14) Quem foi Bernardo Vieira de Melo?
15) Quem foi Félix José Machado?
Assinatura de D. João VI .
171
20) OS MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS
172
que os inglêses fundaram na Amé- da quis prometer, declarando que
rica do Norte. não tinha ordem de seu govêrno
Também muitos brasileiros, que para tratar de tão importante
estudavam na Europa, pensaram assunto.
em fazer a independência do Bra- José Joaquim da Maia morreu
sil. Um dêles, José Joaquim da na Europa, mas outros estudantes
Maia, teve, na França, uma .en- brasileiros, quando regressaram ao
trevista com I efferson, ministro Brasil, encontraram em Minas o
dos Estados Unidos da América. movimento com o mesmo plano de
Nessa ocasião, o estudante expli- libertar a colônia do domínio de
cou-lhe o plano para libertar o Bra- Portugal.
sil e pediu o apoio da grande na- Era, nessa ocasião, muito difí-
ção arnedcana. Mas Jefferson na- cil a situação econômica da capi-
17.'3
encarregado de comandar as tro-
pas revoltadas, José Alvares Ma-
ciel, que fabricaria a pólvora, vá-
rios padres e os poetas CJáudio
Manuel da Costa, Alvarenga Pei-
xoto e Tomás Antônio Gonzaga.
Em março de 1789 o coronel
]vaquim Silvério dos Reis, que se
Tomás Antônio Gonzag4 . fingia amigo dos conspiradores,
traiu os companheiros, denuncian-
tania de · Minas, com a produção do o movimento ao Visconde de
do ouro cada vez mais reduzida; o Barbacena.· O governador, para
povo, por zombaria, chamava Vila evitar o descontentamento popu-
Rica de Vila Pobre. lar, suspendeu a derrama e comu-
O governador de Minas, Viscon- nicou imediatamente a denúncia
de de Barbacena, resolveu lançâr ao vice-rei, Luís de Vasconcelos.
a derrama, nome que se dava à Tiradentes achava-se nessa oca-
cobrança dos impostos atrasados. sião no Rio de Janeiro e várias
Por isso, os conspiradores combi- ·· vêzes encontrou-se com Joaquim
naram que a revolução deveria Silvério dos Reis, a quem contava
. irromper no dia em qu~ fôssem tudo que acontecia, sem descon-·
cobrados êsses impostos. Dêsse fiar da traição. · Afinal, perceben-
módo, o de~contentamento do po- do -que estava sendo vigiado, pro-
vo, provocado pela derrama, torna- curou escc •der-se numa casa da
ria vitorioso o movimento. Rua dos Latoeiros, atualmente
Em suas reuniões os conspirado- Gonçalves Dias, sendo aí prêso.
res estabeleceram que seria pro- Os outros conspiradores foram
clamada a República. Também presos em Vila Rica e um dêles,
ficou decidida a adoção de uma Cláudio Manuel da Costa, apare-
bandeira com as palavras Libertas ceu enforcado debaixo da escada
quae sera tamen, verso de um poe- da prisão, acreditando-se que se
ta latino chamado Virgílio, e cuja tenha suicidado.
tradução é Liberdade ainda que O processo durou três anos,
tardia. · sendo afin~ lid~ a. sentença que
Foram principais figuras da In: condenava a morte doze dos prin- ·
confidência o alferes Joaquim José cipais conjurados; no dia seguinte,
da Silva Xavier, apelidado o Ti- uma nova 11entença modificava a
radentes, o tenente-coronel Fran- anterior, mantendo a pena de mor-
cisco de Paula Freire de Andrada, te somente para Tiradentes.
174
O grande brasileiro foi enforca- tro. :E:sse brigadeiro, diante dos
do e esquartejado no Rio de Ja- soldados, dirigiu tão graves ofen-
neiro, a 21 de abril de 1792. Os sas aos oficiais brasileiros que um
outros conspiradores foram envia- dêles, I osé dt: _Barros Lima, apeli-
dos para a África, onde sofreram dado o Leão Coroado, o matou
o degrêdo, uns por tôda vida (de- com a espada. Imediatamente os
gr~do perpétuo) 'e outros menos soldados também se revoltaram e
culpados, ~penas por alguns allbs. o governador foi obrigado a refu-
giar-se numa fortaleza, embarcan-
do depois para o Rio de Janeiro.
c) Revolução Em seguida os revoltosos pro~
pernambucana de 1817 curaram o apoio das capitanias vi-
zinhas, mas só conseguiram a ade- .
Em Pernambuco havia um gran- são de Alagoas, Paraíba e Rio
de descontentamento pelo domínio Grande do Norte.
português. Os brasileiros nunca, Para tentar o apoio da Bahia
exerciam altos cargos; também no foi enviado a essa capitania o Pa-
exército em raro um brasileiro dre Roma, apelido que tinha o
ocupar pôsto de oficial. advogado José de Abreu Lima, que
Na revolução pernambucana de antes havia sido sacerdote e esti-
1817 teve grande atuação a ma- vera estudando naquela cidade.
çonaria, sociedade secreta, ainda Mas o Padre Roma não teve sorte:
hoje existente, a qual muito tra- foi prêso, condenado à morte e
balhou pela independência doBra-. fuzilado.
sil. Nessa ocasião, governava Per- Da Bahia o governador, Con-
nambuco Caetano Pinto de Miran- de dos Arcos, enviou tropas a Per-
da Montenegro. :E:sse governador nambuco para dominar a revolu-
recebeu a denúncia de que, na ção. Também do Rio de Janeiro
casa do negociante Domingos José partiu uma esquadra comandada
Martins, se reuniam várias pessoas por Rodrigo L6bo.
para conspirar contra o domínio Vencida a revolução, os chefes
de Portugal. Foram detidos, além foram condenados à morte. Do-
de Domingos José Martins, o pa- mingos José Martins foi fuzilado
. dre João Ribeiro Pessoa e outros na ·Bahia e José de Barros Lima,
conspiradores. ;m Pernambuco. Também houve
Pll!a prender os militares acusa- algumas condenações · na Paraíba,
dos, foi indicado o brigadeiro por- . capit~nia que ~avia apoiado a re-
tuguês Manuel Barbosa Q,e Cas- voluçao.
175
RESUMO
a) Revolução de Filipe dos Santos
Causa principal da revolta: estabeledme~to das . casas de fundição para a
transformação de ouro em barras.
O governador da capitania de Minas: D. Pedro Miguel de Almeida, Conde
Üc Assumar ..
O chefe da revolta: Filipe dos Santos, prêso em Cachoeira do Campo, conde-
nado à morte e enforcado. '
b ) Inconfidência Mineira
Causa exterior da Inconfidência: independência dos Estados Unidos .
O movimento na Europa: entrevista de José. Joaquim da Maia com Jefferson.
O pretexto da revolta: o lançamento da derrama pelo governador Visconde
de Barbacena. ·· · ,· · .
Principais inconfidentes: Joaqui.til José 'da Silva Xavier, o Tiradentes, Fran-
cisco · de Paula Frdre de- Andrada; José Álvares Maciel, Cláudio Manuel da
Costa, Alvarenga. Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga. ·
A traição ao movimento: denúncia feita por Joaquim Silvério dos Reis ao
Visconde de Barbacena.
A sorte dos inconfidentes: suicídio de Cláudio Manuel da Costa, execução de
Tiradentes ( 21 de abril de 1792), degrêdo perpétuo ou temporário para os
outros inconfidentes.
QUESTIONARIO
1) Que medida tomou o governador de Minas para evitar u contrabando do ouro?
2) .Que era o quinto ? .
3) Que era o Arraial do Ouro Podre ?
4) Que aconteceu com Filipe dos Santos ?
5) Quem foi José Joaquim da Maia? ~
176
6) Que era a derram~ ? . . . . .. ?
7) Quais eram os pnnc1pa1s m~onhd~ntes .
8) Quais eram os planos dos mc~onhdentes ?
9) Por que não. houve a revoluçao ?
10) Como foi prêso Tiradentes ?
11) Que sorte tiveram os inconfidentes ?
12) Quais as causas da revolução pernambucana de 1817?
13) Como começou a revolução ·p~rnambucana?
'14) Quais as principai~ figuras da .revolução ? .
15) Como agiu o governo portugues para vencer a revolução ?
EXERCíCIOS
Sôbre a Unidade VI (O sentimento nacional)
1) Manifestações nativistas
a) Numerar corretamente:
( I ) Aclamado Rei de São Paulo Sebastião de Castro Caldas
( 2) Afilhado de Manuel Beckman Manuel Nunes Viana
( 3) Propôs a independência de Per- Bento do Amaral Coutinho
nambuco
( 4) Governador do Rio de Janeiro Lázaro de Melo
( 5) Venceu os paulistas no Capão da Antônio de Albuquerque
Traição
( 6) Bispo de Olinda . ( ) Amado; Bueno
( 7) Governador das Mmas ( ) Bernardo Vieira de Melo
( 8) Governador de Pernambuco ·( ) Gomes Freire de Andrada
( 9) Venceu a revolta do Maranhão ( ) D. Manuel Álvares da Costa
( 1O) Governador ferido em Recife ( ) Félix José Machado
2) Os movi!Jlentos revolucionários
177
c) Numerar corretamente:
( 1) Conde de Assumar Francisco de Paula Freire de
(2) Vice-rei do Brasil Andrada
(3) Arraial do Ouro Podre José de Abreu Lima
. (4) Encarregado de fabricar a pólvora Filipe dos Santos
(5) Teve uma entrevista com Jefferson José Joaquim da Maia
(6) Chefe da revolução de 1817 D. Pedro Miguel de Almeida
(7) Chefe prêso em Cachoeira do Luis de Vasconcelos
Campo José Alvares Maciel
(8) Nome antigo de Mariana
(9) Inconfidente que comandaria as ( ) Morro da Queimada
tropas ( ) Domingos José Martins
(lO) Tinha o apelido do Padre Roma ( ) Vila do Carmo
d) Completar as frases:
1 ) A revolução rl., Filipe nos Santos ocorreu no ano de .......... , em
Almirante Cochran e.
R E .S UMO
A Guerra da Independência
a) Guerra da Independência na Bahia
198
]J ) A guerra nas outras províncias
Outras províncias fav orável·s "'ts côrtes: Piauí, Maranhão, Pará e Província
Cisplatina. . .,
No Piauí: derrota de João da Cunha Fidit•.
No Mamnhão: ação de Lorde Cochrane.
No Pará: ação de Grenfell.
Na Cisplatina (atual Uruguai): cêrco em ~ontevidéu das tropas de D. Álvaro ·
ela Costa de Macedo pelas de Carlos Fredenco Lecor.
QUESTIONARIO
199
o dinheiro· para a compra da pas- b ) A transferência da côrte
sagem de volta a Partugal; por portuguêsa para o Brasil
isso, teve que o pedir empresta-
do a amigos. Quando Napoleão era Impera-
Outro vice-rei, que se preocupou dor da França, governava Portu-
com a defesa da cidade, foi o se- gal D. João, como príncipe-regen-
gundo Marquês do Lavradio, D. te, pois a rainha D. Maria I, sua
Luís de Almeida Portugal. .E:sse mãe, sofria de doença mental.
vice-rei cuidou também de várias Napoleão, inimigo da Inglater-
indústrias e chegou a iniciar no ra, decretou em Berlim o bloqueio
Rio de Janeiro a criação do bicho- continental: todos os países do
da-sêda. O Marquês do Lavradio continente europeu eram obriga-
vestia-se com muita elegância e, dos a fechar seus portos ao comér-
por isso, o povo deu-lhe o apelido cio inglês.
de O Gravata. ,
Entretanto, o príncipe-regente
O suc0ssor- do Marquês do La- não quis obedecer a Napoleão. Por
vradio foi Luís de Vasconcelos : iS$0, êsse imperador combinou com
era amigo dos escritores e embe- a Espanha a invasão de Portugal,
lezou o Rio de Janeiro, consç-uin- levada a .efeito pelas tropas do ge-
do o atual Passeio Público. Foi neral Junot. D. João, não poden-
quem mandou prender Tiradentes. do resistir às fôrças dêsses dois
Depois de Luís de Vasconcelos, inimigos, resolveu embarcar para
governou o segundo Conde de Re- o Brasil, acompanhado da família
sende. Em st<u tempo foram jul- real e de cêrca de quinze mil
gados TiradenteS' e seus compa- pessoas.
nheiros porque haviam conspirado A esquadra dirigia-se para o Rio
em favor da independência do de Janeiro mas uma tempestade
Brasil. fêz com que alguns navios, como
O último vice-rei chamou-se D . o em que viajava D. João, fôs-
Marcos de Noron:w, oitavo Conde sem tocar na costa da Bahia. O
dos Arcos. Durante seu govêrno príncipe chegou à capital baiana
chegaram ao Brasil, em 1808, o em janeiro de 1808 e, no mês se-
Príncipe D. João e a família real guinte, partiu para o Rio de Ja-
portuguêsa. neiro, onde foi recebido com mui-
A partir de 1808, o Rio de J a- tas festas.
neiro tornou-se a sede da monar- Quando ainda estava na Bahia,
quia : termina, portanto, nesse ano, D . João, aconselhado por um gran-
o govêrno dos vice-reis. de brasileiro, José da Silva Lisboa,
182
depois Visconde de Cairu, assinou, o Brasil já procedia como nação
a 28 de janeiro de 1808, a carta- livre, comerciando com tôdas as
régia que abria os portos do Bra- outras.
sil a tôdas as nações amigas. Essa Quando chegou ao Ri0 de Ja-
medida é considerada como um neiro, D. Joãf> declarou guerra à
passo importante para a indepen- França e, para vingar a invasão
dência porque, enquanto as outras do território português pelos fran-
colônias só podiam comerciar com ceses, mandou invadir e ocupar a
a metrópole, ou país colonizador, Guiana Francesa.
Dona Carlo.ta ]oaquina,
espôsa de D. João VI.
( Re!Tato por DEBRET).
183
~ -
~1
capital da Guiana Francesa. Em dado quando D. João, a 16 de de-
1817, quando Napoleão já havia zembro de 1815, elevou o Brasil
I
sido derrotado, essa colônia foi de- à categoria de Reino Unido.
volvida à França. Em 1818, quando já havia mor-
Ainda no tempo em que a famí- rido D . Maria I, o príncipe-re-
lia real estêve no Brasil, foi con- gente foi coroado rei com o título
quistada a Banda Oriental, região de D. João VI.
que atualmente constitui Repúbli- Apesar de sua espôsa, D. Car-
ca Oriental do Uruguai . lota Joaquina, detestar o Brasil, o
rei D. João VI não queria mais
! voltar para a Europa, embora as
1: c ) Principais realizações · tropas francesas já tivessem sido
de D. João expulsas de sua pátria. Houve, po-
rém, em 1820, na cidade do Pôrto,
O príncipe-regente tomou mui- em Portugal, uma revolução que
tas medidas que concorreram para exigiu a sua volta.
o progresso do· Brasil. As mais Quando, em 1821, D. João VI
importantes foram a fundação da partiu, deixando no Brasil D. Pe-
Fábrica de Pólvora, da Biblioteca dro, para em seu nome governar
NacioTUil, do Jardim Botânico e da como príncipe-regen'te, o rei já
Aca{iemia da Marinha. A Impres- sabia que o Brasil não tardaria
são Régia, também criada por êle, muito a fazer sua independência.
publicou o jornal chamado Gazeta Por isso disse ao filho: - "Pedro,
do Rio de Janeiro. se o Brasil se separar, antes seja
Outras medidas de D. João des- para ti, que me hás de respeitar,
tinaram-se ao progresso econômi- do que para algum desses aven-
co do Brasil: foram estabelecidas tureiros".
184.
-
RESUMO
Os vice-reis e o Brasil-Reino
a) Os vice-reis na Bahia e no Rio de Janeiro . A
QUESTIONÁRIO
1) Quem foi D. Jorge de Mascarenhas? .
2)Quem foi o último vice-rei com sede na Bah1a ?
3)Como foi a administração do Conde da Cunha ?
4)Quem foi D. Luís de Almeida Portu'gal ?
5)Que fêz Luís de Vasconcelos ?
6)Quem foi o último vice-rei do Brasil ?
7)Por que governava Portugal o príncipe D. João?
8)Que fêz D. João na Bahia? .
9)Por que D. João conquistou a Gumna Francesa?
10)Que recebeu o Brasil da Guiana Francesa ?
11)Que era a Banda Oriental ? . .
12)Quais as realizações de D. Toão no RIO de Janeuo?
13)Que houve a 16 de dezem_bro de 1815 ?
14) Quem foi D. Carlota Joaquma?
15) Que disse D. João VI ao filho quando embarcou para Portugal?
185
'22) A REG.RNCIA DE D. PEDRO
E O GRITO DO IPIRANGA
186
Os patriotas, como Joaquim
Gonçalves Ledo e I osé Clemente
Pereira, compreenderam que er_a
necessário unir-se para unpedir
que as ordens das côrtes fôssem
cumpridas: por isso, fundar~m o
Clube da Resistência e enviara_:n
emissários às províncias de ~ao
Paulo e Minas onde devenam
obter assinaturas, pedindo que o
príncipe ficasse . no Brasil. ,
A 9 de janeiro de 1822, Jose Cle-
mente Pereira, à frente de um
grande cortejo, dirigiu-se para o
Palácio da Cidade, situado no Lar- O Grito do lpiranga - Quadro de
go do Paço (atual Praça Quinze de PEDRO AMÉruco, no Muset~ do Ipiranga, .
Novembro), onde len a represf'n- S:io Paulo.
I
IJ. Pedro Il aos seir UIH' '· ]nsé Bonifácio de AIIC!rada e Silu1.
RESUMO
189
BRASIL INDEPENDENTE
b) O Fico
DeterminaÇão das côrtes: volta de D. Pedro para Portugal.
Reação dos patriotas: fundação do Clube da Resistência.
Principais patriotas: Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira.
O dia do Fico: 9 de janeiro de 1822.
O ministério da Independência (janeiro de 1822): principal figura, José Boni-
fácio de Andrada e Silva. ·
O decreto de fevereiro de 1822: aprovação do príncipe para qualquer lei ou
medida que viesse de Portugal.
c) O Grito do lpiranga
Partida de D. Pedro para São Paulo: nomeação da espôsa, a princesa D. Leo-
poldina para substituí-lo.
D. Pedro às margens do riacho lpiranga: o grito da Independência ( 7 de
setembro de 1822).
D . Pedro na cidade de São Paulo: recebido com grandes festas.
QUESTIONÁRIO
190
EXERCíCIOS
Sôbre a Unidade VII (A Independência)
1 ) Os vice-reis e o Brasil Reino
a ) Dar o nome correspondente:
1) Nome do Marquês de Montalvão
2) Introduziu no Rio de Janeiro a criação do bicho-da-sêda
3 ) Vice-rei que mandou prender Tiradentes
4) Vice-rei no tempo da execução de Tiradentes
5) último vice-rei do Brasil
b ) Dar
( 1)
o número correspondente:
r_-
Aconselhou a abertura dos portos João Severiano Maciel da Costa
( 2) Governou a Guiana Francesa D. Carlota Joaquina
( 3) Espôsa de D. João 1808
( 4) Oitavo Conde dos Arcos D. Leopoldina
(5) Mãe de D. João D. Maria I
( 6) Data da abertura dos portos D. Marcos de Noronha
(7) Espôsa de D. Pedro José da Silva Lisboa
c) Completar as frases:
1) A fruta-pão veio da ............ , quando era governada por ........... ·
191
1 I O P R I ME I R·O R E I N A O O
· A guerra da Independência
As lutas internas
Polític~ externa do Primeiro Reinado
A abdicação
1) A GUERRA DA INDEPENDf:NCIA
Ti·radentes. 195
Ocorreram muitos conflitos em
Salvador: foram atacados quartéis,
casas particulares e até um con-
vento, no bairro da Lapa, onde
foi morta pelos portuguêses a irmã
superiora, soror Joana Angélica.
As tropas brasileiras abandonaram
a cidade que ficou em poder de
Madeira de Melo.
Para combater as fôrças portu-
guêsas da Bahia, foi enviada ·do
Rio de Janeiro uma pequena es-
quadra com tropas comandadas
pelo brigadeiro Pedro Labatut, ofi-
cial francês a serviço do Brasil.
I
196
Lima que depois substituiu Laba- tá-lo, foi derrotado e teve que se
tut no comando das tropas. render.
Para comandar a esquadra e Lorde Cochrane dominou o Ma-
bloquear os portuguêses, na capi- ranhão; partindo da Bahia, eT
tal baiana, D. Pedro contratou perseguição à esquadra portugue-
Lorde Cochrane, almirante esco- sa, Lorde Cochrane chegou a essa
cês de muita bravura que se ha- província e, usando de um ardi~,
via distinguido nas lutas pela in- conseguiu obrigar a junta a demi-
dependência do Chile. tir-se: afirmou o almirante que o
Cercados por terra e por mar e, resto da esquadra não tardaria a
por isso, impedidos de receb~r chegar, quando na realidade só
mantimentos, as tropas portugue- tinha o navio em que viajava.
sas resolveram abandonar a cidade A dominação do Pará foi conse-
a 2 de julho de 1823. Na viagem guida por Grenfell, oficial ingles
para Portugal seus navios foram a serviço do Brasil. Recorrendo
perseguidos até a foz do Tejo pela ao ardil usado por Cochrane no
fragata Niterói, comandada por Maranhão, Grenfell aterrorizou o
T aylor, marinheiro inglês a servi- govêrno da província favorável aos
ço do Brasil. portuguêses, declarando-se chefe
.., de uma esquadra, quando apenas
dispunha de uma embarcação e
b ) A guerra nas cem homens. Mas, depois de no-
outras províncias meada nova junta, houve confli-
tos na cidade de Belém: brasilei-
Também no Piauí, Maranhão, ros exaltados saíram pelas ruas,
Pará e Província Cisplatina (atual- assaltando as lojas dos portuguê-
mente República Oriental do Ura- ses e até matando seus proprie-
guai) as juntas governativas não tários. Para manter a ordem teve
quiseram aderir à Independência. Grenfell de agir com energia con-
No Piauí os. brasileiros revolta- tra os próprios brasileiros: man-
ram-se contra a junta governativa dou fuzilar cinco culpados; o cô-
de Oeiras, então capital da Pro- nego Batista de Campos, qu~ havia
víncia. Apesar de ajudados por sido amarrado à bôca de um ca-
tropas do Ce~Vá , foram vencidos nhão, foi, à última hora, perdoado.
pelo major João da Cunha Fidié, Nessa ocasião aconteceu um fato
que defendia as côrtes portuguê- impressionante: como as prisões
sas. O movimento, porém, espa- não fôssem suficientes, duzentas e
lhou-se por outros lugares e Fidié, cinqüenta e quatro pessoas foram
sem fôrças suficientes para enfren- alojadas no porão de um navio.
197
2) AS LUTAS INTERNAS
200
poldina. Mas, já nesse dia, ao pro- mostrava D. Pedro I não ter for-
ferir o seu discurso ou Fala do mação de um verdadeiro demo-
Trono, êle provocou eerta descon- crata, pois era seu dever aceitar
fiança entre os deputados, quando qualquer constituição feita pelos
declarou manter a Constituição representantes do povo.
que ia ser elaborada pela assem- Na assembléia, enquanto se dis-
bléia, "se ela fôsse digna do Bra- cutia um projeto de Constituição,
sil e dêle". Com essas palavras. vários deputados, em discursos
201
violentos, atacavam o Imperador. No decrete de dissolução da
Entre êsses, estavam os Andradas, assembléia, D . Pedro I havia pro-
com o apoio do jornal O Tamoio metido dar ao país uma consti-
e um outro que tinha um título ·tuição democrática. Para isso o
enorme: chamava-se Sentinela da imperador nomeou uma comissão
Liberdade à beira do mar da de dez membros, que elaborou a
Praia Grande. Constituição do Império, promul-
No Sentinela, um jornalista que gada a 25 de março de 1824. Ape-
se assinava "O Brasileiro Resolu- sar de outorgada, isto é, dada pelo
to", escreveu violento artigo chefe do Estado e não votada pe-
contra dois oficiais portuguêses, los representantes do povo, era
acusando-os de traição ao impera- uma constituição muito bem feita
dor. :E:sses militares, indignados, e teve longa duração: só foi revo-
espancaram o farmacêutico David gada em 1889, com a proclamação
Pamplona, apontado como o autor da República.
do artigo. :E:sse incidente era uma
questão para· a polícia resolver, Além dos três podêres, o Exe-
mas os deputados mais exaltados ctUivo, exercido pelo imperador e
levaram o caso para a assembléia, seus ministros, o Legislativo pelo
onde foram feitos violentos discur- Senado e Câmara dos Deputados,
sos contra os filhos de Portugal e o Judiciário, pelos Juízes e tri-
que haviam aderido à Indepen- bunais, a Constituição de 1824 es-
dência. Por isso os oficiais portu- tabelecia o Poder Moderador, pri-
guêses dirigiram-se ao soberano, vativo do soberano: êle agia, em
que resolveu agir com energia: fo- certas ocasiões, como a dissolu-
ram reunidas tropas em São Cris- ção da Câmara dos Deputados,
tóvão e a assembléia, compreen- sem precisar da aprovação dQ mi-
dendo a ameaça de ser dissolvi-
nistério.
da, declarou-se em sessão perma-
nente na noite de 11 de novem- Em 1834, durante o período re- -
bro de 1823. Essa data ficou fa. gencial, a Constituição do Impé~
mosa na História do Brasil pelo rio foi modificada e as emendas
nome de Noite de Agonia. então introduzidas tiveram o no-
No dia seguinte, 12 de novem- me de Ato Adicional. Uma des-
bro, as tropas · cercaram o edifício sas emendas criava o Município
e, à saída, foram presos e depois Neutro, depois chamado Distrito
exilados alguns deputados da opo- Federal, atualmente Estado da
sição, como os Andradas. Guanabara.
202
J.l _...
y
c)- Confedemção do Equado·r
RESUMO
As lutas intemas
a) As questões políticas no Primeiro Reinado
204
c) Confederação do Equador
QUESTIONÁRIO
·
1) Quais as idéias dos homens poli t1cos no. t ~~p~ ?de D. Pedro I?
2) Por que José Bonifácio se demitiu do m1~~steno . . . ?
3) Por que D. Pedro I dissolveu a Assemble1a Conshtumte .
4) Que é Noite de Agonia?
5) Quando foi promulgada a Cons~tuição do, ~mpé~io ? ?
6) Por que se diz que a Cons~ituiçao do Im_pe~I~ foi outor~~da?.
7) Quais os podêres estabelecidos pela Conshtmçao do Impeno .
8) Qual a origem do Estado da Guanabara ?
9) Que é Confederação do Equador ?
10) Por que houve a Confederação do Equador?
11 ) Que aconteceu com o chefe da Confederação do Equador ?_
12) Que papel teve 0 pai do Duque de Caxias na Confederaçao do Equador ?
13) Quem foi Francisco Pais Barreto ?
14) Como morreu Frei Caneca ?
15) Por que se diz que Frei Caneca é um frade carmelita?
205
3) POLíTICA EXTERNA DO PIUMEIRO REINADO
206
b ) A Guerra da Cisplatina dos espanhóis e falavam a línguà
espanhola. .
e a Independência
De Buenos Aires partiu uma pe-
do Uruguai quena expedição que, em abril de
1825, desembarcou na margem
Foram os portuguêses os pri- oriental do Rio da Prata: eram os
meiros que se estabeleceram na famosos trinta e três, que iam ten-
margem oriental do Rio da Pra- tar a libertação da pátria, chefia-
ta, onde fundaram a Colônia do dos por I oão Antônio Lavalleja.
Sacramento. Mas o povoamento Pouco depois, os revoltosos tive-
dessa região, atualmente Repúbli- ram o apoio do chefe cisplatino
ca Oriental do Uruguai, coube Frutuoso Rivera e receberam re-
:1os espanhóis que nela fundaram forços de Buenos Aires; o movi-
Montevidéu. Ela formou com os mento revolucionário propagou-se
territórios da Argentina e d..o Pa- por todo o país. .
raguai o vice-reino do Prata, sob Ná Vila de Flórida reuniu-se um
o domínio da Espanha, com a ca- congresso que declarou a provín-
pital em Buenos Aires. cia Cisplatina separada do . Brasil
· Em 1810, houve em Buenos Ai- e, em seguida, decidiu que ela
res a revolta pela independência; seria anexada à República das Pro-
logo depois o território do Para- víncias Unidas, atualmente Ar-
guai transformava-se numa repú- gentina. Então o Brasil aceitou,
blica. Em Montevidéu a luta pela como uma declaração de guerra, a
libertação era chefiada por I osé comunicação de Buenos Aires de
Artígas; mas o Príncipe D. João, .q ue havia incorporado o Uruguai.
que se encontrava no Brasil, man- · Enquanto o povo argentino que-
dou invadir essa região por tropas ria a guerra, pois cónsideravam os
comandadas por Carlos Frederico cisplatinos, que também falavam
Lecor, depois Visconde da Lagu- a língua espanhola, como seus ir-
na. Artigas, derrotado, retirou-se mãos, essa guerra era no Brasil
par.a o Paraguai, onde morreu po- impopular. O imperador foi até .
bre e esquecido, e sua pátria foi obrigado a ir à Provínci;i do Rio
anexada ao Brasil com o nome- de Grande para tentar levantar. o en-
Província Cisplatina ( 1821). tusiasmo das tropas.
A união entre o Brasil e a Cis- Na Guerra da Cisplatina, a ma-
platina não podia manter-se por rinha · brasileira obteve triunfos
muito tempo, pois, enquanto o mas também sofreu reveses e, já em
Brasil tinha tradição portuguêsa, abril de 1827, conseguiu uma gran-
os cisplatinos eram descendentes de vitória, com a batalha de M on-
208
Assinatura de homens ilustres do Brasil e da América.
te Santiago. Os brasileiros eram depois abandonou a Província do
comandados pelo almirante Pinto Rio Grande.
Guedes, que depois recebeu o tí- Ainda em 1827, o govêrno das
tulo de Barão ao Rio da Prata. Províncias Unidas, · diante dos
Em terra, o mais importante en- enormes prejuízos que sofriam a
contro entre os dois exércitos, ar- marinha e o comércio argentinos,
gentino e brasileiro, verificou-se estava resolvido a obter a paz,
em fevereiro de 1827: foi a ba- ainda que em condições desvanta-
talha de ltuzaingó ou Passo do josas. Por isso, foi assinado no Rio
Rosário, sem resultado decisivo. de Janeiro um tratado que punha
Comandava as tropas adversárias fim à luta e declarava manter a
o general argentino Carlos Maria união da Cisplatina com o Brasil.
de Alvear e as brasileiras o Mar- Mas, quando chegou a Buenos Ai-
.quês de Barbacena. Quando a mu- res a notícia dêsse tratado, o povo
nição faltou e o incêndio lavrou protestou indignado e, por isso, o
no ·campo, ateado pelo inimigo, govêrno não pôde aprová-lo, ven-
Barbacena ordenou a retirada do do-se obrigado a prosseguir na
seu exército, o que foi feito em or- campanha.
dem, ficando no campo de bata- Afinal, em 1823, terminou a luta:
lha apenas alguns feridos e um foi assinado o tratado de paz que
canhão com as rodas quebradas. reconhecia a independência da
Alvear, entretanto, não soube apro- Província Cisplatina com o nome
veitar essa vantagem, pois pouco de República OrientaZ.do Uruguai.
RESUMO
210
b) A Guerra da Cisplatina e a Independência do Uruguai
Origem da Província Cisplatin~: Colônia do Sacramento, fundada pelos portu-
guêses. · L li ·
Início da revolta da Cisplatina: Os "Trinta e Três", chefiados por ava e1a.
O Congresso da. Vila de Flórída: independência da Cisplatina e sua incorpo-
ração à Argentina. .. .
.A .guerra no mar: vitória do Brasil na batalha de Monte Santiago.
_ A guerra em terra: batalha de Ituzaingó ou Passo do Rosário (sem resultados
decisivos).
Fim da ·luta-( 1828) : independência da Cisplatina (República Oriental do
Uruguai). '
QUESTIONÁRIO
1) Por que foi fácil o reconhecimento da Independência do Brasil pelos Estados
Unidos?
2) Quais as dificuldades para . o reconhecimento da Independência pelas nações
·da Europa ? · .
3) Que era a Santa Aliança ? ·
4) Por que a Inglaterra não queria reconhecer a Independência do Brasil ?
5) Por que o govêrno inglês resolveu reconhecer a Independência do Brasil ?
6) Em que condições Portugal reconheceu a Independência do Brasil ?
7) .Que era o vice-reino do Prata?
8) Quem foi José Artigas ? _
g) Por .que a união entre o Brasil e a Cisplatina não, podia ter longa duraçao ?
1O) Que eram os "Trinta e Três"?
11) Por que houve a guerra en.tre o Brasil e a República das Províncias Unidas?
12) Que sabe sôbre a guerra da Cisplatina no mar ?
-13) P~r que não vigorou o . primeiro tratado de paz assinado no Rio de Janeiro?
14) . Como foi a batalha de Ituzaingó?
15) Que nome tem hoje o _território que foi a Pro.víncia Cisplatina ?
211
4) A ABDICAÇÃO
212
Museu Nacional, antigo Palácio de São Cristóvão, M Quinta da Boa Vista
(Rio de Janeiro). O Museu foi criado no Govêrno dP, Floriano Peixoto.
213
queio que a marinha brasileira fa- vieram para o Brasil, fugindo à
zia no Rio da Prata. Enquanto perseguição de seu irmão. Essa
algumas potências apresentaram questão política, que tanto ocupa-
reclamações junto ao govêrno do . va o imperador e não interessava
Brasil, o almirante Roussin, da ao Brasil, aumentou o desconten-
França, ameaçou bombardear o tamento dos brasileiros e provocou
Rio de Janeiro se sua pátria não contra o govêrno violentos discur-
fôsse indenizada pelos danos so- sos na Câmara dos· Deputados.
fridos. O povo indignado esperava
que o imperador agisse com ener- b) A crise de 1831
gia; êle, entretanto, preferiu ceder
às exigências do almirante francês, Em fins de 1830, D. Pedro I,
ficando, assim, ferido o orgulho acompanhado por sua segunda es-
nacional. Além de tudo isso a pôsa, D. Amélia de Leuchtenberg,
guerra ainda trouxe a diminui~ão partiu para Minas: esperava, com
do território brasileiro, com a per- a sua presença, acalmar os ânimos
da da Província Cisplatina. nessa província, como já havia
Com a morte de D. João VI, conseguido em outra ocasião, an-
em 1826, foi aclamado rei de Por- tes da Independência.
tugal o imperador do Brasil com .Dessa vez, porém, o imperador
o título de D. Pedro IV. Mas o foi mal recebido pelos mineiros.
Conselho de Estado não quis a Para ofendê-lo houve em certas lo-
união das duas coroas, pois se calidades manifestações de pesar
temia que o Brasil voltasse à con- pela morte de um seu inimigo po-
dição de Reino Unido. Então D. lítico, o jornalista Líbero Badaró,
Pedro I preferiu ficar com a da que havia sido assassinado em São
América, deix<J.ndo o trono portu- Paulo. Em março de 1831, quan-
guês para sua filha D. Maria da do D. Pedro I regressou ao Rio
Glória. Por ser menor, deveria de Janeiro, houve nessa cidade o
ocupar o trono, como regente, seu conflito chamado Noites das Gar-
~io _e noivo, o Infante D. Miguel, rafadas, entre portuguêses e bra-
1rmao de D. Pedro I. D. Miguel, sileiros, porque . êstes não quise-
porém, proclamou-se rei absoluto, ram aderir às manifestações pro-
usurpando o trono da sobrinha. movidas em homenagem ao im-
Para combater os míguelístas, perador.
D. Pedro I armou os portuguêses D. Pedro I ainda organizou um
que se haviam refugiado na In- ministério com políticos brasilei-
?;laterra, e ainda sustentou os que ros. Mas, êsse ministério não teve
214
a energia necessária para acabar der, pois a Constituição lhe dava
com as agitações e, por isso, foi o direito de nomear e demitir li-
demitido a 5 de abril, sendo no- vremente os ministros. Na madru-
meado um outro que não era sim- gada do dia seguinte, 7 de abril,
pático ao povo•. resolveu abdicar em favor de seu
Na noite de 6 de abril o povo filho, D. Pedro de Alcântara.
e a tropa reuniram-se no Campo Pouco depois, partiu o ex-impe-
da Aclamwção (atual Praça da Re-
rador para a Europa, onde se co-
pública), resolvidos a exigir . do
briu de glórias, vencendo o abso-
imperador a yolta do ministério
demitido. Foram enviados ao pa- lutismo do irmão e restabelecen-
lácio vários emissários: três juízes do o regime constitucional. Mor-
de paz e depois o brigadeiro Fran- reu em 1834, com 36 anos de ida-
cisco de Lima e Silva. O impe- de, no Paço de Queluz, no mesmo
. rador, entretanto, não queria ce- quarto onde havia nascido.
215
HESUMO
.\ abdicação
a) Impopularidade do imperador:
Acusações ao imperador: não querer governar em regime constitucional.
A Aurora Fluminense: jornal de Evaristo da Veiga. .
AconteCimentos do . exterior que contribuíram para ~ a impopularidade de
D. Pedro I: a revolução de Paris, de 1830, a sucessão em Portugal e a Guerra
da Cisplatina.
h) A crise de 1831
Segunda espôsa de D. Pedro I: D. Amélia de Leuchtenberg.
Noites das Garrafadas: incidente entre portuguêses e brasileiros no Ri:o de
Janeiro. ·
Causa imediata da abdicação: demissão do ministério de 5 de abril.
Abdicação de D. Pedro I: 7 de abril de 1831.
Mórte do ex-imperador: no Paço de Queluz, em 1834, com 36 anos de idade.
QUESTIONARIO
1) Que é absolutismo ?
2) Que era a Assembléia Geral?
3) Que era a Fala do Trono ?
4) Que sabe sôbre o ministério brasileiro ?
5) Por que a revolução de 1830, em Paris, foi comentada no jornal Aurora
Fluminense ?
6) Quais os acontecimentos ocorridos fora do Brasil que concorreram para a
abdicação de D. Pedro I? ·
7) Querri foi o almirante Roussin ?
8) Que eram os miguelistas ?
9) Como se chamava a segunda espôsa de D. Pedro I ?
10) Quem foi Líbero Badaró?
11) Que episódio tem o nome de "Noites das. Garrafadas" ?
12) Que aconteceu a 5 de abril de 1831 ?
13) Que papel teve Francisco de Lima e Silva no episódio da abdicação ?
14) Quando foi a abdicação de D. Pedro I?
15) Quando morreu D. Pedro I?
216
EXERC1CIOS
1 ) A Guerra da Independência
a) Escrever ao lado a nacionalidade de cada uma das seguintes figuras da
Guerra da Independência:
1) Inácio Luís Madeira de Melo (
2) Taylor (
3) Pedro Labatut (
4) Grenfell (
5) Almirante Cochrane (
b ) Assinalar cóm um x as frases certas:
) As tropas portuguêsas retiraram-se da Bahia a 2 de julho de 1823.
) João da Cunha Fidié defendeu as côrtes no Maranhão.
) A fragata Niterói era comandada por Lorde Cochrane.
) Grenfell submeteu o Pará.
) Carlos Frederico Lecor submeteu a Cisplatina.
217
,.
2 ) As lutas internas
a) Completar as lacunas:
.I
a) Numerar corretamente:
( 1) João Antônio Lavalleja Almirante Pinto Guedes
( 2) Carlos Maria de Alvear Lutou pela independência do
Uruguai.
( 3 ) José Artigas Chefe dos "Trinta e Três."
( 4) Vencedor da batalha de Monte Carlos Frederico Lecor
Santiago
( 5) Marquês de Barbacena General argentino
( 6) Teve o título de Visconde da Comandou os brasileiros na
Laguna batalha de Ituzaingó
218
,....
.4 ) A abdicaçã()
b) Completar as lacunas:
1) Na Fala do Trono de 1829 D. Pedro I limitou-se a dizer: ............. .
2") O chefe do ministério "brasileiro" ou "popular" foi ............. .
3) A primeira espôsa de D. Pedro I chamava-se . . . . . . . . . . . . . . e a segunda
219
'
2 I AS R E G E N C I A.S
As regências trinas
Regência una: Feifó e Araúfo Lima
A maioridade
223
cia Trina Permanente, provocou A 12 de agôsto de 1834 foi pro-
várias agitações no Rio de Janeiro. mulgado o Ato Adicional que mo-
Prêso na Fortaleza de Villegagnon, dificou a Constituição do Impé-
conseguiu fugir e desembarcou na rio em alguns artigos: as provín-
cidade do Rio de J aneirÔ, onde cias tiveram maior autonomia, es-
pretendia agitar o povo com o in- tabeleceu-se o govêrno de um só
tento de demitir os regentes, aca- regente e ·destacou-se da Provín-
bar com o Senado e convocar uma cia do Rio de Janeiro o território
assembléia constituinte. Mas, Mi- que se chamou Município Neutro.
guel de Frias não teve o apoio po- Como resultado dessa medida, a
pular que esperava, e foi vencido cidade do Rio de Janeiro, no Mu-
com seus partidários pelas fôrças nicípio Neutro; dEti,.xou de ser ca-
do major Luís Alves de Lima. pital da província· do mesmo no-
me. Foi então que se escolheu
Ainda durante. a Regência Trina 'para a nova sede da Província do
Permanente surgiu um terceiro Rio de Janeiro, do outro lado da
partido político, com a participa- baía de Guanabara, a Vila da
ção dos irmãos Andradas e de Praia Grande, dois anos depois, em
José da Silva Lisboa, Visconde de 1836, elevada à categoria de ci-
Cairu: era o Caramuru ou Restau- dade com o nome de Niterói.
rador, que pretendia a volta de Com a primeira Constituição da
D. Pedro ao trono. República, de 1891, o Município
Em abril de 1832, revoltaram- Neutro converteu-se em Distrito
se os restauradores. José Bonifá- Federal, pois, como nos Estados
cio, por pertencer ao partido, es- Unidos da América, é êsse o no-
tava comprometido no movimento me que se dá ao pequeno territó-
e, por isso, achava Feijó que êle rio onde está localizada a capi-
não podia mais ser tutor do mo- tal do país. A partir de 21 de
narca. A Câmara dos Deputados abril de 1960, durante o governo
aprovou a proposta do ministro de Juscelino Kubitschek, o Distri-
da Justiça para demitir José Boni- to Federal transferiu-se para Bra-
fácio dêsse cargo mas o Senado sília, construída ·especialmente pa-
rejeitou-a pela maioria de apenas ra servir de capital e situada num
um voto. Então, desgostoso, Fejjó pequeno trecho do Estado de
deixou o ministério; entretanto, no Goiás. Também, como resultado
ano seguinte, também era demi- da mudança da ·sede política do
tido José Bonifácio do cargo de país, o antigo Distrito Federal
tutor,. sendo nomeado, para subs- passou a ser, a partir daquela data,
titní-lo, o Marquês de ltanhaém. o Estado da Guanabara.
224
RESUMO
As regências trinas
a) Período rege~cial
A questão sucessória na Constituição: dezoito anos para o imperador, vinte
e cinco anos para o regente da família imperial ou regência trina.
Cp.usa da continuação do regime monárquico: D. Pedro ter nascido no Brasil.
Membros da Regência Trina Provisória: Francisco de Lima e Silva, Nicolau
de Campos Vergueiro e o Marquês de Caravelas (José Joaquim Carneiro de
Campos).
Atos da Regência Trina Provisória: manifesto ao povo, restabelecimento do
ministério e anistia.
QU E S T I O N Á R.J O
. 225
6) REG:RNCIA DE FEIJO E DE ARAúJO Llt-.IA
226'
ria era opos1çao, se Feijó adotas- já falecido, renunciou à Regência.
se o sistema parlamentar, teria Seu sucessor, Pedro de Araújo Li-
que escolher os ministros entre ma, fu_turo Marquês de Olinda,
seus adversários políticos. ocupou o cargo interinamente,
Em -setembro de 1837, Feijó, sendo eleito para o mesmo, no ano
sem o apoio de Evaristo da Veiga, seguinte.
227
b) Regência de Araúfo Entre as principais realizações
Lima e a Maioridade da Regência de Araújo Lima cita-
se a fundação do Colégio de Pedro
Araújo Lima era um dos chefes li ( 1837) e do Instituto Histórico
do Partido Conservador, que for- e Geográfico ( 1838).
mava a maioria na Câmara dos De- Entretanto a agitação continua-
putados e havia alcançado grande va nas províncias. Além da Guer-
vitória com a renúncia de Feijó. ra dos Farrapos, somente pacifi-
Portanto, com Araújo Lima os con- cada em 1845, houve a Sabinada
servadores estavam no govêrno e na Bahia e a Balaiada no Mara-
os liberais na oposição. nhão. Também a Balaiada só foi
Assumindo o govêrno, Araújo Li- vencida no Segundo Reinado, em
ma convidou para o gabinete os jane~ro de 1841.
mais ilustres membros do Partido
O nome Sabinada, dado à revo-
Conservador: foi o M inistérío dos
lução baiana, deriva-se de um dos
Capacidades, com a participação seus chefes, o médico Sabino Al-
de Bernardo Pereira de Vascon-
e<>los.
vares da Rocha Vieira. Os rebel-
des conseguiram, em fih&. de 1837,
apoderar-se da cidade do Salva-
dor, onde proclamaram o Estado
da Bahia. Não queriam, porém,
uma separação definitiva, pois afir-
mavam que essa provínda seria
novamente incorporada ao Impé-
rio logo que D. Pedro fôsse decla-
rado maior. Em 1838 a revolução
foi sufocada, sendo a capital to-
lllada pelas tropas da Regência.
A Regência de Araújo Lima de-
veria prolongar-se até 1842. Nesse
;:no seria eleito outro regente para
~cvernar até dezembro de 1843,
pois nessa ocasião D. Pedro com-
pletaria dezoito anos e, com essa
idade. de acôrdo com a Constitlli-
c .. ma de D. Pedro li, at!Mllmente
' " " - - - - - - - - - . . . . : : ._ _ _ __....,. 110 Museu Imperial de Petrópolis, f{/.
ção do Império, êle seria declara- Carlos Ribeiro de Andrada, irmão
elo maior. Mas a sua maioridade de José Bonifácio. Era secretá-
foi antecipada e, no dia 23 de ju- rio do Clube da Maioridade, que
lho de 1840, subiu ao poder D. reunia todos os políticos favorá-
Pedro II. veis à declaração da maioridade
Uma das figuras principais do do imperador, an~es da idade. le-
movimento maiorista foi Antônio gal, que era dezoito anos.
RESUMO
QUESTIONÁRIO
1) Quais as revoluções ocorridas durante o govêmo do regente Feijó ?
2) Quem foi Bernardo Lôbo de Sousa ?
3) Quem foi Francisco José Soares de Andréia ?
4) Que era o partido Regressista ?
5) Por que Feijó ;enunciou à Regência ?
229
r
EXERCíCIOS
· a) Completar as frases:
1) O período regencial começou no ano de . . . . . . . . e acabou no ano de
[! ~·
h) Escrever ao lado o que estiver certo:
1) Redator do jornal Aurora Fluminense (
2) Nome do Marquês de Caravelas (
3) Data da promulgação do Ato Adicional (
4) Partido do Visconde de Cairu (
5) Ano da criação do Distrito Federal (
230
... i
r
2 ) Regência de Feij6 e de Araújo Lima
Araújo Lima:
a ) Escrever o nome do regente Feijó ou
)
1) Fundação do Colégio de Pedro II
)
2) Início da Balaiada
( )
3) Início da Cabanagem
)
4) Criação QO Ministério das Capacidades ( )
5) Derrota da Cabanagem (
[! ~·
231
i I
• 31 POLITICA INTERNA
DO SEGUNDO REINADO
b ) Revolução de 1842
O primeiro ministério organiza-
do por D. Pedro li, em 1840, era
formado por políticos do Partido
Liberal, pois foram ·os liberais, co-
mo Antônio Carlos Ribeiro de An-
drada, que defenderam a anteci-
pação da maioridade do Impera-
dor. Mas, em 1841, êsse gabinete
foi substituido por outro, de con-
servadores. Esperavam então os
liberais que a nova Câmara dos
Deputados se reunisse para com-
ba-ter as medidas tomadas pelo
nôvo ministério. Entretanto, es·sa
câmara foi dissolvidá pelo Impe-
rador, pois ficou provado que as
eleições foram ·fraudulentas. ~sse
ato do govêrno foi a causa prin-
cipal da revolução que irrompeu,
ainda em 1842, em São Paulo e
Minas.
O movimento paulista, com o
Luís Alves de Lima, Duque de Caxiai, apoio do Padre Feijó, teve, como
Patrono do Exército brasileirÓ. centro, Sorocaba, e o de Minas,
Barbacena:
Para submeter os rebeldes, o go-
vêrno indicou Luís Alves de Lima,
que acabava de pacificar o Mara-
nhão. Vencidos em Venda Gran-
234
de e em outros combates menores,
os revoltosos não puderam impe-
dir que Caxias entrasse vitorioso
em Sorocaba. Nessa ocasião foi
prêso Feijó, que redigia o jornal
dos · revoltosos. Estava paralítico
o grande brasileiro e, por isso,
teve que ser conduzido em sua
própria cadeira, como prisioneiro,
para o quartel de Caxias.
Em Minas houve, em 1842, o
combate de Santa Luzia: os rebel-
des ocupavam posição vantajosa,
no alto de uma coli.na, de onde
desceram para perseguir o Barão
de Caxias, que fingia recuar; nes-
sa ocasião surgiu, pelo flanco,
uma outra coluna, o que decidiu
a vitória dos legalistas.
236
-
A revolução começou em 1848, Das revoluções dêsse período
quando subiu ao poder um minis- somente a Praieira não foi paci-
tério conservador. Chefiava a re- ficada por Caxias. · Mas, em tôdas
volta Joaquim Nunes Machado e as outras, distinguiu-se o grande
seu centro era Olinda. Mas, no soldado, que garantiu com a sua
ano seguinte, os praieiros ataca- . espada a unidade do país, impe-
ram Recife. dindo que as províncias se sepa-
Nunes Machado morreu em Re- rassem. Sabia também Caxias con-
cife, lutando contra as tropas do quistar a admiração e o respeito
nôvo presidente da província, Ma- até de seus adversários, não so-
nuel Vieira Tosta, futuro Marquês mente por sua capacidade militar
de Muritiba. No interior ainda corno ainda pelo tratamento gene-
resistiu por algum tempo o chefe roso que sempre dispensou aos
Pedro Ivo da Silveira que depois vencidos.
foi derrotado e prêso.
RESUMO
b) Revolução de 1842:
Principal causa da revolução: dissolução da Câmara dos Deputados pelo
imperador.
Os centros da revolução: Sorocaba (São Paulo) e Barbacena (Minas).
Vitórias de Caxias: Venda Grande . (São Paulo) e Santa Luzia (Minas).
237
.
Os revoltosos em Santa Catarina: fundação da República Juliana.
Ação de Caxias: acôrdo com David Canabarro ( 1.0 de março de 1845) .
Condições 'de acôrdo favoráveis aos revoltosos: ingresso dos oficiais rebeldes
no exército imperial e liberdade para os escravos qu e, como soldados, haviam
lutado pela revolução.
d) A Praieira
QUESTIONARia
241
Também foram ministérios con- panha republicana agitava a opi-
servadores que apresentaram as nião pública e Ouro Prêto, para
outras leis abolicionistas, a dos afastar o perigo que ameaçava o
Sexagenários e a Lei Aurea. regime, fêz um programa de go-
O último gabinete da monar- vêrno com muitas reformas. tl:sse
quia era liberal e chefiado por programa, porém, não chegou a
Afonso Celso de Assis Figueiredo, ser executado porque, seis meses
Visconde de Ouro Prêto (junho depois, a 15 de nuvembro de 1889,
oe 1889). Nessa ocasião a cam- era proclamada a República.
242
RESUMO
QUESTIONÁRIO
1) Quais os períodos em que se divide o Segundo R.e inado ?
2) Por que se diz que Luís Alves de Lima foi pacificador ?
3) Por que o telégrafo se desenvolveu principalmente no Sul do país i'
4) Que fêz Irineu Evangelista de Sousa ?
5) Quando foi fundado o Partido Republicano ?
6) Qual o país da Europa que influiu na adoção do parlamentarismo no
bnpério? .
7) Como procedia D. Pedro li quando queria escolher nôvo ministério?
8) Quais os dois partidos políticos que ocuparam o poder durante a monarquia ?
9) De que partido eram os ministérios que apresentaram as leis abolicionistas ?
10) Que é gabinete de Conciliação?
11) Quais as realizações do gabinete de Conciliação?
12) Quem chefiou o mais longo gabinete da monarquia?
243
13) Quem foi o Barão do Rio Branco ?
14) Qual foi o último gabinete da monarquia ?
15) Por que o primeiro gabinete do s.egundo reinado era liberal ?
LEITUR A
,, A prisão de F eijó
Entrando vitorioso em Sorocaba, em 1842, Caxias encontrou Feijó, que parti-
cipava da revolução.
- V. Exa. está prêso, disse Luís Alves de Lima. Só o dever de soldado me
obrigaria a praticar êsse ato.
- Estou às suas ordens.
- V. Exa. deve levar alguma coisa para o quartel, porque de tudo estou
desprovido.
- Com uma esteira e um travesseiro tenho o suficiente, responde Feijó, com
admirável simplicidade.
O grande sacerdote que, em outros tempos havia tido, co~o regente, o govêrno
do Império, estava paralítico e, em sua cadeira de braços, foi levado por quatro
soldados para o quartel dn Barão de Caxias.
EXERCí CIOS
244
b ) Assinalar com um x a· frase certa:
) O título de Barão de Caxias foi dado a Luís Alves de Lima por haver
pacificado o Maranhão.
) A Balaiada começou na Regência de Feijó.
) Feijó participou. da revolução de 1842, em Barbacena.
) A República Juliana foi fundada na Província de Santa Catarina.
) Pedro ivo da Silveira participou da Guerra dos Farrapos.
a) Numerar corretamente:
( 1 ) Pacificou as províncias revoltadas José Maria da Silva Paranhos
Jünior
( 2) Irineu Evangelista de Sousa 1870
( 3 ) Ano da criação da Presidência do Barão e Visconde de Mauá
Conselho
( 4) Criou o gabinete de Conciliação ,"·~ Barão de Caxias
( 5) Ano da Lei dos Sexagenários c; ( 1847
( 6) Barão do Rio Branco ( 1885
( 7) Afonso Celso de Assis Figueiredo ( José Maria da Silva Paranhos
( 8 ) Ano da fundação do Partido ( Marquês de Paraná
Republicano
( 9) Visconde do Rio Branco 1871
( 10) Data da Lei do Ventre Livre Yisconde de Ouro Prêto
245
41 POLTTICA EXTERNA
DO SEGUNDO REINADO
A Questão Christie
Guerra contra Oribe, Rosas e Aguirre
Guerra do Paraguai
9) A QUESTÃO CHRISTIE
248
1
RESUMO
A Questão Christie
a ) As relações com a Inglaterra:
As vantagens do comércio inglês no Brasil: o tratado de 1810.
Influência cultural inglêsa: presença de brasileiros na Inglaterra.
Influência política: o parlamentarismo no Império.
As duas grandes questões com a Inglaterra: a qu estão do tráfico e a questão
Christie.
b ) A Questão Christie
O incidente de 1861 : naufrágio do navio Prince of Walles no Grande do Sul
e a indenização reclamada por Christie ( 3200 libras).
O incidente de 1862: a prisão de três ofjciais embriagados e a pretendida
ofensa à marinha inglêsa. ·
Solução do primeiro incidente: o govêrno brasileiro paga, sob protesto, a
quantia de 3200 libras .
Solução do segundo incidente: decisão favorável · ao Brasil dada pelo árbitro
Leopoldo L
Reatamento das relações diplomáticas do Brasil com a Inglaterra: encontro
entre D. Pedro II c Thornton, em Uruguaiana ( 1865 ).
QUESTION A RIO
1 ) Por que o tratado de 1810 trouxe vantagem para o comércio· inglês ?
2) Por qu e o tráfico de africanos provocou conflito com a Inglaterra ?
3) Quem foi William Cliristie?
249
10) ·GUERRA CONTRA ORIBE, ROSAS E AGUIRRE
250
perto de Buenos Aires. Rosas, der- ·Grande. O govêrno brasileiro ain-
rotado, refugiou-se na legação in- da tentou conseguir, por meios pa-
glêsa, de onde fugiu para a In- cíficos, o pagamento, por parte do
glaterra. Nesse país, na cidade de Uruguai, dos danos feitos às fa-
Southampton, veio a falecer já bas- zendas do Sul, mas não foi aten-
tante idoso. dido.
As tropas brasileiras eram .co-
mandadas pelo marechal Mena
c) Ação contra Aguirre Barreto e as fôrças navais pelo Ba-
rão de Tamandaré, Joaquim Mar-
A derrota de Oribe não restabe- ques Lisboa.
leceu a ordem no Uruguai. A luta No comêço de 1865 Tamandaré
continuou, entre os dois partidos, bloqueou Montevidéu e a popu-
- Blancos e Coldrados, cada vez lação dessa cidade, indignada,
mais ·violenta. arrastou pelas ruas a bandeira do
Em 1864, sendo presidente do Brasil. Em fevereiro, com a amea-
Uruguai Atanásio Cruz Aguirre, do ça do bombardeio . da capital,
partido dos Blancos, repetiam-se Aguirre abandonou o govêrno que
os ataques às nossas fronteiras e depois foi entregue a Venâncio
os assaltos às propriedades no Rio Flôres, amigo .do Brasil. .
251
A guerra contra Aguirre teve um veria guerra· entre o Brasil e o Pa-
resultado importante: o ditador do raguai. Entretanto, ainda em no-
Paraguai, Francisco Solano López, vembro de 1864, López iniciou as
havia, em agôsto de 1864, protes- hostilidades contra o Brasil, apo-
tado contra a intervenção do Bra- derando-se do navio Marquês de
sil no Uruguai e declarado que o Olinda que viajava para Mato
Paraguai considerava am~açada a Grosso. Começou assim a Guerra
sua soberania. Apesar dêsse pro- do Paraguai que durou mais de
testo ninguém acreditava que ha- cinco anos.
RESUMO
252
QUESTIONÁRIO
1) Quem foi o primeiro prestdente constitucional do Uruguai ?
2) Quais eram os partidos políticos do Uruguai?
3) Como procedeu o Marquês do Paraná para lutar contra Oribe?
4) Quem foi Urquiza?
5) Por que houve guerra com Rosas?
6) Como Rosas governou a Argentina ?
7) Quem comandava as tropas brasileiras contra Rosas ?
8) Quando foi a batalha de Caseros ?
9) Que fêz Rosas quando se viu derrotado ?
lO) Por que o Brasil tinha necessidade de manter boas relações com a Argentina ?
11) Quem era o presidente do Uruguai em 1864?
12) Quem comandava as fôrças navais na luta contra Aguirre?
13) Quem foi Venâncio Flôres ?
14) Por que a luta contra Aguirre provocou a Guerra do Paraguai?
U5) Como começou a Guerra do Para~ai ?
LEITURA
253
11) GUERRA DO PARAGUAI
254
Buenos Aires, no tempo da Guerra da Tríplice
Aliança contra o Paraguai (1861).
Museu Imperial, antigo Palácio de Petrópolis,
residência de verão de D. Pedro li.
256
Para bloquear os portos para- combatido em seu próprio terri-
guaios uma parte da esquadra bra- tório pelas fôrças aliadas, coman-
sileira, sob o comando de Fran- dadas por Mitre, depois pelo Mar-
cisco Manuel Barroso, depois Ba- quês de Caxias e, finalmente, pelo
rão do Amazonas, subiu o rio Pa- Conde . d'Eu.
raná, encontrando-se junto à foz
do Riachuelo com a esquadra ini-
miga. Feriu-se então, com a vitó- c) C amando de M itre
ria do Brasil, a batalha do Ria-
chuelo, o maior encontro naval em Combinada a invasão do Para-
tôda a guerra ( 11 de junho de guai, as tropas aliadas atravessa-
1865). ram o rio Paraná no lugar cha-
mado Passo da Pátria; em territó-
Em setembro dêsse mesmo ano, rio inimigo, feriu-se, a 24 de maio
a coluna paraguaia, que havia in- de 1866, a Batalha de Tuiuti, em
vadido o Rio Grande, sob o co- que se distinguiu o general Ma-
mando do coronel· Estigarribia, nuel Luís Osório, depois Marquês
rendeu-se em Uruguaiana às fôr- do Herval.
ças brasileiras, na presença do
Em setembro de 1866, os alia-
Imperador.
dos tomaram o forte de Curuzu. ~
Com a rendição de Uruguaiana Mas, o ataque que se seguiu à
terminou a ofensiva paraguaia: daí fortaleza de Curupaiti, foi um de-
por diante Solano López vai ser sastre: os paraguaios resistiram
Batalha do Riachuelo.
(Quadra de VICTOR NfEIRELLES).
257
bravamente e as fôrças atacantes d) Comando· de Caxias
tiveram que recuar, com muitos
mortos e feridos. O general Mitre, O Marquês de Caxias assumiu
desgostoso com essa derrota, re- o comando das tropas brasileiras
tirou-se para Buenos Aires. A guer- em 1866. No ano seguinte, verifi-
ra poderia tomar-se favorável aos cou-se em Mato Grosso o episó-
paraguaios, porque havia desen- dio que se chamou Retirada da
tendimentos entre os chefes alia- ·Laguna: , a tropa brasileira que,
dos.· Mas a escolha do Marquês por essa província, havia invadi-
de Caxias para o comando do do o Paraguai, chegou até Lagu-
exército brasileiro e, depois, de tô- na, em território inimigo; não po-
das as fôrças aliadas, ia dat nova dendo prosseguir, pois estava tudo
orientação à campanha, garantin- devastado, resolveu retirar-se e a
do a vitória da Tríplice Aliança. volta para o Brasil foi cheia de
Batalha de Avaí. ( Quadro de PEDRO
sacrifícios: os soldados eram envol-
AMÉRxco, atualmente no Museu ·de vidos pelo fogo qce o inimigo atea-
Belas Artes do Rio de Janeiro) . va nos matos, assaltados pela fo-
258
me, febres e por uma doença ter- canç~:ru a vitória .. Depois foi a ba-
rível, o cólera, que causou muitas talha de Avaí, onde Osório foi feri-
mortes. do no queixo por um tiro; seguiu-
Ocupado em reorganizar as trO- se a de Lomas V alentinas e a
pas, somente em fevereiro de 1868 rendição de Angostura.
pôde o Marquês de Caxias iniciar A 5 de janeiro de 1869, o exér-
as operações contra Humaitá. Suas cito aliado entrava vitorioso em
fôrças contornaram a poderosa Assunção. Estava pràticamente
fortaleza, ao mesmo tempo que terminada a guerra e Caxias,
seis navios brasileiros, sob o co- doente,. retirou-se da campanha.
mando de Delfim Carlos de Car-
valho, depois Barão da Passagem,
faziam a travessia dêsse trecho do
rio Paraguai. Diziam que essa tra. e) C ornando do C onde d' Eu
vessia era impossível porque os
paraguaios tinham colocado no rio Em ,Asunção foi organizado por
·grossas correntes que impediam a José Maria da Silva Paranhos, de-
passagem dos navios. Para atra- pois Visconde do Rio Branco, um
vessá-lo foi preciso rebentar essas govêmo provisório que declarou
correntes a tiro de canhão ou pas- livres todos os escravos paraguaios.
sar por cima de outras aprovei- Entretanto López, já sem nenhu-
tando o período das enchentes. ma possibilidade de vencer, con-
Depois da tomada de Humaitá, tinuava a resistir.
o exército de Caxias empreendeu Foi nomeado para o comando
a famosa "Marcha de Flanco", pe- do exército aliado o Príncipe Con-
lo território do Chaco e, já em de d'Eu, Gastão de Orléans, es-
dezembro de 1868, alcançou o pôso da Princesa Imperial D. Isa-
Pôrto de Santo Antônio. . bel. Feriram-se, já em agôsto de
Começou então a Dezembrada, 1869, os dois mais importantes en-
um~ série de feitos memoráveis. O contros dessa última fase da cam-
primeiro foi a passagem da Ponte panha: Peribebuí e Campo Gran-
de Itoror6: oito tentativas foram de. López, derrotado, não quis
feitas para tomar a posição, va- render-se e fugiu para o norte do
lentemente defendida pelo gene- país, sempre resistindo, com fôr-
ral Caballero; na oitava, Caxias, ças muito reduzidas.
à frente de seus soldados e ani- A 1. 0 de março de 1870 verifi-
mando-os com a frase: "Os qu~e ·cou-se o último combate rla _guer..--
fo!T'em brasileiros, sigam,.me", ai- ra: foi o de Cerro Corá,. oriéle as
259
fôrças brasileiras eram comanda-
das pelo general José António Cor-
pez, fer,ido, ainda quis fugir, mas
quando atravessava um riacho
I
t·eia da Câmara, depois Visconde tombou sem vida. Com sua mor-
de Pelotas. O ditador Solano Ló- te terminou a Guerra do Paraguai.
RESUMO
Jl
A Guerra do Paraguai
a) Antecedentes da guerra
O progresso do Paraguai: obra de Carlos López, pai ·de Solano López.
O plano de conquista de So·lano López: transformar o Paraguai em potência
marítima (o Paraguai Maior).
A causa da guerra: protesto de López contra a intervenção do Brasil no
Uruguai.
O início da guerra: apreensão do navio Marquês de Olinda.
b) Invasão paraguaia
Invasão de Mato Grosso: conquista do forte de Coimbra e da Colônia Militar
de Dourados.
A Tríplice Aliança ( 1. 0 de maio de 1865) :· Brasil, Argentina e Uruguai para
combater o Paraguai. ·
Principal batalha naval ( 11 de junho de 1865) : Riachuelo, vitória de Barroso.
Derrota dos paraguaios no Rio Grande: rendição de Uruguaiana (setembro
de 1865). ·
c) Comando de Mitre
~ Vitória de Osório: batalha de Tuiuti ( 24 de maio de 1866) ..
Ii i
Outros episódios militares: tomada de Curuzu e derrota das tropas aliadas no
ataque a Curupaiti.
Conseqüência da derrota de Curupaití: retirada de Mitre para Bl!enos Aires.
d) Comando de Caxias
O episódio dramático da guerra: a Retirada da Laguna.
Primeira grande vitória de Caxias: tomada de Humaitá.
A Dezembrada (dezembro de 1868): Itororó, Avaí, Lomas Valentinas e An'gos-
tura.
Fim do comando de Caxias ( 5 de janeiro de 1869): entrada triunfal das
tropas aliadas em Assunção.
260
e) Comando do Conde d'Eu
Principais encontros: Peribebuí e Campo Grande.
Fim da guerra ( 1.0 de marÇo de 1870): morte de Solano López em Cerro
Corá.
Q U E S TI ON A R I O
Jl
1) Como D. Carlos López governou o Paraguai?
2) ·Qual era ·o plano de conquista de Solano López ?
3) Como começou a Guerra do Paraguai ?
4) Que sabe sôbre a ação dos paraguaios em Mato Grosso ?
5) Por que a Argentina entrou na guerra contra o Paraguai ?
6) Que estabelecia a Tríplice Aliança ?
7) Que sabe sôbre a Batalha do Riachuelo ?
8) Como terminou a ofensiva paraguaia . no Rio Grande ?
9) Qual foi a maior vitória d.e Osório ?
10) Por que Mitre se desgostou do comando das tropas aliadas?
11) Que foi ~ Retirada da Laguna ?
12) Que sabe sôbre a Dezembrada ?
13) Como foi a tomada de Itororó?
14) Que aconteceu a 5 de julho de 1869?
15) Como terminou a Guerra do Paraguai ?
LEITURA
a) A bravura de Barroso
"Da parte oficial de Barroso se conclui que logo as duas esquadras se
saudaram com fogo nutrido, chovendo de parte a parte balas e metr~lhas; era
uma chuva de respeito.
Recordando-se do almirante Nelson na Batalha de Trafalgar, o _grande Barroso
empolgou os nossos homens com o sinal - O Brasil espera quo c~da um cumpra
o seu dever. De pé sôbre a caixa de rodas da Amazonas, com a longa e alva
barba ao vento, ereto, impassível e invulnerável sob um chuveiro de . fogo, é
êle o primeiro e o maior exemplo."
(Jônatas Serrano - História do Brasi·l)
261
b ) O heroísmo do tenente Antônio ]oão
Quando Solano ~6pez invadiu Mato Grosso, apoderou-se de Dourados, ~u~
contava com uma guarnição de dezesseis homens. Seu comandante, o tenent
Antônio João Ribeird, mandou pedir reforços urgentes, mas o emissário foi prêso
pelos paraguaios. ·
No bilhete em que reclamava auxílio, Antônio João · havia . escrito: "Sei que
morro, -mas o meu sangue e o de meus companheiros servirão de" prot'esto solene
contra a invasão do solo de minha pátria."
Quando os paraguaios entraram em Dourados, havia dezesseis cadáveres de
soldados brasileiros.
EXERCíCIOS
3) Guerra do Paraguai
a) Assinalar os acontecimentos ocorridos nas .seguintes datas:
1) 11 de novembro de 1864 (
2) 1.0 de maio de 1865 (.
3) 11 de junho de 1865 (
4) 24 de maio de 1866 (
5) 1.0 de março de 1870 · (
b) Numerar · corretamente:
( 1 ) Venâncio Flôres ( :) Batal11a de Tuiuti
( 2) Francisco Manuel Barroso ( ) Presidente da Arge1;1tina
( 3) Manuel Luís Osório \ ) Barão da Passagem
( 4) Delfim Carlos de Carvalho ( ) Chefe uruguaio colorado
( 5) Coronel Estigarribia ( ) Chefe paraguaio em Uruguaiana
( 6) José Francia ( ) Batalha de Riachuelo
(7) General Caballero ( ) Batalha de Avaí
( 8) Bartolomeu Mitre _( ) Primeiro ditador do Paraguai
( 9) Marquês de Caxias ( ) Chefe paraguaio em Itoror6
( 10) Príncipe Conde d'Eu ( ) Batalha de Campo Grande
2§3
( ' SI A ABOLIÇÃO
• 'L
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'
..
'
.
A escravidão negra e o tráfico de ~scravos
267
Apesar do bill Aberdeen o trá- lucro dividido entre êle e o pro-
fico de escravos não diminuiu por- prietário.
que as fazendas de café, formadas O sistema de parceria deu tão
nessa ocasião no vale do rio Paraí- bons resultados que os colonós se
ba,J precisavam de um número tornavam também fazendeiros e
cada vez maior de braços. Embo- mandavam vir da Europa novos
ra reforçada a vigilância das auto- imigrantes, com os quais adota-
ridades, o contrabando era prati- vam ô mesmo método. Mas, para
cado intensamente: os navios ne- evitar que o Império continuasse
greiros tinham cúmplices em ter- a ser humilhado pela marinha bri-
ra, os quais, por meio de sinais, in- tânica, tornava-se urgente a abo-
dicavam os lugares da costa não lição definitiva do contrabando de
fiscalizados pelas patrulhas. escravos.
A 4 de setembro de 1850 foi de-
Entretanto, muitos brasileiros cretada a Lei Eusébio de ·Queirós:
defendiam a idéia de substituir o punia com penâs severas os que
t~abalho do negro pelo do colo- transportassem negros para o Bra-
no europeu. Era uma boa solução sil. Contudo, ainda houve contra-
porque acabava com o tráfico sem bando, porque os juízes dos luga-
I
)
prejudicar o progresso do país. Em res pouco povoados quase sempre
1835 foi fundada a Sociedade Co- protegiam os réus. I
lonizadora para ajudar os imigran- Para acabar definitivamente com j
tes que chegassem da Europa: o . tráfico, o ministro Nabuco de
Cinco anos depois, o senador Ver- Araújo, em julho de 1854, refor-
gueiro estabeleceu em sua fazen- mou a Lei Eusébio de Queirós,
da em São Paulo, com alguns co- determinando que os contraban-
. lonas portuguêses, o sistema de distas fôssem julgados pelos tri- I
lI
268
RESUMO
b) O tráfico de escravos
O tratado do Brasil com a Inglaterra em 1827: abolição do tráfico em 1831.
Causa da continuação do tráfico: desenvolvimento da lavoura do café.
O bill Aberdeen ( 1845) : perseguição a navios negreiros brasileiros até em
costa brasileira.
O sistema de parceria: inaugurado pelo senador· Vergueiro.
I A Lei Eusébio de Queirós: 4 de setembro de 1850.
)
A reforma de Nabuco de Araújo: julho de 1854.
última tentativa de desembarque: em Pernambuco ( 1855).
I
j
QUESTIONARIO
269
13) A CAMPANHA ABOLICIONISTA E SEU. TRIUNFO
272
c) A Lei Áurea vêrno constava a abolição da es-
cravatura. Por isso foi apresenta-
Para substituir D. Pedro li, que do ao Parlamento, no dia 8 de
havia partido para a Europa, maio, um projeto de lei supri-
ocupou o trono sua filha, a Prin- mindo a escravidão no Brasil.
cesa Imperial D. Isabel. Pouco Discutido e aprovado pela Câma-
depois, em 1887, ela recebia do ra e pelo Senado, êsse projeto re-
Clube Militar uma mensagem que cebeu a assinatura da Princesa D.
muito fortaleceu a campanha abo- Isabel, a 13 de maio, em meio de
licionista: nesse documento o geral entusiasmo.
Exército pedia à Princesa Isabel
que não lhe fôsse mais confiada . A libertação dos escravos não
a tarefa de perseguir negros fugi- deixou de concorrer para o fim do
dos, por considerá-la desonrosa. regime monárquico, pois apressou
Ainda em 1887, o movimento a Proclamação da República, que
pela abolição do cativeiro teve o se verificou no ano seguinte. É
apoio valioso da Igreja: por inter- que muitos fazendeiros deixaram
médio dos seus bispos, ela se de- de apoiar a Monarquia ou toma-
clarava solidária com a grande ram decidida posição ao lado dos
causa e pedia aos senhores que li- republicanos. Contudo, não houve
bertassem seus escravos. nem as desordens sociais, nem as
Em 1888 o ministério do Barão crises econômicas que muitos es-
de Cotegipe pediu demissão, sen- peravam, e até muitos negros, por-
do organizado outro, também con- que eram bem tratados, preferi-
servador, de João Alfredo de Oli- ram ficar, como trabalhadores li-
veira. Do programa do nôvo go- vres, nas fazendas em que serviam.
RESUMO
273
-
b) A campanha abolicionista
11
Principais abolicionistas: Rui Barbosa, José do Patrocínio, L tís Gama e Castro
Alves.
A campanha no Rio de Janeiro: a Confederação Abolicioni~ ta.
A campanha no Nordeste: libertação dos escravos do Cear.. ( 1884).
A Lei dos Sexagenários ou Saraiva-Cotegipe: libertação dc.s escravos maiores
de sessenta e cinco anos ( 28 de setembro de 1885).
c) A Lei Áurea
QUESTIONARIO
274
-
EXERC1CIOS
11
Sôbre a Unidade V (A Abolição)
·~
José do Patrocínio era jornalista.
Castro Alves escreveu O Guarani.
( Em 1884 o Ceará libertou seus escravos.
( A espôsa de D. P~dro II cham~va-se p.
Teresa Cristina.
( Quem assinou a Lei do Ventre Livre fm D. Pedro II.
275
61 O PROGRESSO NACIONAL
DO IMPrRIO
Pedro I.
277
Também atravessava extensos
cafezais a estrada de rodagem
União e Indústria, que ligava as
províncias do Rio de Janeiro e
Minas Gerais.
No Império continuou a ser
muito cultivada a cana-de-açúcar, ·
principalmente no Nordeste, onde
encontrou solo favorável, o mas-
sapê. Mas, o açúcar, nessa oca-
279
RESUMO
b) Indústria e comércio
Início do desenvo·lvimento industrial: vinda do Príncipe D. João para o Brasil.
A lei de 1808: livre fabricação de tecidos.
Desenvolvimento industrial em 1889: mais de 650 fábricas.
Conseqüências da criaçiío de fábricas de tecidos: desenvolvimento da lavoura .
de algodão.
Conseqüências da expansão do comércio: desenvolvimento das finanças, criação
de numerosos bancos, construção de estradas e fundação da Companhia de
Navegação a Vapor.
QUESTIONARIO
1) Por que certas indústrias eram proibidas ou tinham produção limitada durante
o período colonial ?
2) Quem foi Francisco de Melo Palheta ?
3) Como se desenvolveu a lavoura cafeeira durante o Segundo Reinado?
4) Que é terra roxa ?
5) Que é massap~?
6) Quais os principais produtos agrícolas cultivados, durante o segundo reinado ?
7) Que prejudicou a produção do açúcar do Brasil, durante o Segundo Reinado ?
8) Quem foi Irineu Evangelista de Sousa ?
9) Por onde passava a primeira estrada de ferro construída no Brasil ?
10) Por onde passava a estrada União e Indústria?
11) Quantas fábricas tinha o Brasil em 1889 ?
12) Que estabelecia a lei de 1808 ?
13) Que era a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional?
14) Que havia em Ponta de Areia ?
15) Quais as conseqüências da expansão do comércio ?
280
LEITURA
O ministro e a rosa
. _:Nos Estados Unidos da América a abolição dos escravos provocou uma guerra
sangrenta que durou vários anos e custou· ao país imensos sacrifícios. Entre
as vítimas do grande conflito, a mais ilustre foi, sem dúvida, o Presidente LincO'ln,
assassinado num teatro, quando se festejava a vitória, por um fanático escravista.
Durante a discussão da Lei do Ventre Livre, houve calorosos debates parla-
mentares e o mais ilustre de todos os oradores foi o Visconde do Rio Branco
que havia proposto a lei ~ a defendeu com brilhantismo. Quando a lei fõi
aprovada, a multidão que enchia o Parlamento não pôde conter seu entusiasmo
e até flôres foram jogadas no recinto onde a campanha abolicionista acabava
de obter os maiores triunfos. Então, o representante dos Estado~ Unidos da
América desceu ao plenário, apanhou uma rosa e declarou que ià levá-la para .
sua pátria, a fim de que lá soubessem que no Brasil se fêz com flôres aquilo
q ue na sua pátria. custara tanto sangue.
RESUMO
Transportes e comunicações
a) Navegação fluvial e marítima
Início da navegação a vapor no Brasil: iniciativa do Marquês de Barbacena.
Comércio marítimo no litoral: Companhia Brasileira de Navegação a Vapor.
A obra de Mauá: desenvolvimento dos estaleiros da Ponta de Areia e início
da ·exploração regular da navegação no rio Amazonas.
284
•
-
b ) As estradas
Primeira estrada de ferro ( 1854) : inaugurada por Mauá, do litoral à subida
da Serra de Petrópolis.
Estrada de Ferro D. Pedro II ( 1858): atual Central do Brasil, inaugurada
por Cristiano Otôni.
Primeira estrada de rodagem carroçável: Estrada do Comércio, do rio Paraíba
à Vila de Iguaçu.
A União e Indústria: do Rio a Juiz de Fora, inaugurada por Mariano Procópio
Ferreira Laje.
Outras estradas de rodagem: da Graciosa (de Curitiba a Antonina) e de
Mangaratiba a São João Marcos (Província do Rio de Janeiro).
c) Meios de comunicação
Primeira linha telegráfica aérea: do Rio a Petrópolis.
Desenvolvimento do telégrafo aéreo: para o Sul, em conseqüência da Guerra
do Paraguai.
Os correios no Brasil: criação dos postilhões pelo Príncipe D. João.
Os primeiros selos ( 1843) : os olhos-de-boi.
QUESTIONÁRIO
285
16) CmNCIAS, LETRAS E ARTES
286
Vista do Rio antigo: Praia de Botafogo. (Pintura de RuGENDA~) .
prosador toi ]osé de Alencar, que 1·a de Letras, que deixou numero-
escreveu Iracema e O Guarani. sas obras em prosa e em verso.
Um grande poeta que viveu du- O Realismo na poesia chamou-
rante o Império foi Castro Alves. se Parnasianismo, escola que apre-
sentou grandes poetas, como Ola-
'Esse poeta muito ajudou a cam- vo Bilac e Raimundo Correia. Das
panha abolicionista, pois em seus poesias de Olavo Bilac é célebre
versos descrevia os sofrimentos dos O Caçador de Esmeraldas, que tem
escravos.
por assunto a bandeira de Fernão
Depois do Romantismo, surgiu Dias Pais.
a escola do Realismo, assim cha- Dos oradores brasileiros, um dos
mada porque achava que o escri- mais ilustres foi Rui Barbosa: teve
tor devia descrever as coisas como maior atuação no período republi-
elas são na realidade e não exage- cano, sendo várias vêzes candidato
rad.as pelo sentimento ou pela fan- à Presidência da República. Tam-
tasw, como faziam os autores ro- bém foram notáveis oradores o
mânticos. · À escola realista per- Visconde do Rio Branco e os abo-
tence Machado de Assis; um dos licionistas José do Patrocínio e
fundadores da Academia Brasílei- Joaquim Nabuco.
287
c) As mtes inspiradas na Bíblia, como em seu
quadro "Visão de São Paulo". De-
Foi D. João quem llllCIOu no pois da Guerra do Paraguai, Pe-
Brasil um grande movimento artís- dro Américo abraçou a pintura
tico, atraindo à côrte artistas es- heróica, que busca reproduzir os
trangeiros, principalmente france- grandes acontecimentos militares.
ses, como o famoso pintor Debret. Ao gênero heróico pertence sua
Dois grandes pintores nacionais obra-prima "Batalha de Avaf'.
viveram durante o Império: Vítor Outros quadros famosos de Pedro
Meireles e Pedro América. O pri- Américo são "Batalha de Campo
meiro pintou os quadros "Primei- Grande" e "Proclamação da Inde-
ra Missa do Brasil" e "Batalha de pendência".
Guararapes." ... Na música, além de Francisco
Pedro Américo, que teve a pro- Manuel da Silva, autor do Hino
teção de D. Pedro li e, por isso, Nacional, cita-se o grande com-
pôde estudar na Europa, dedicou- positor de óperas, António Carlos
se primeiramente a assuntos bíbli- Gomes, cuja obra mais importante
cos, isto é, pintou cenas religiosas foi o Guarani.
RESUMO
b) As letras
288
o Realismo: Machado de Assis, um dos fundadores da Academia Brasileira
de Letras.
Os poetas parnasianos: Olavo Bilac e Raimundo Con:eia.
Os oradores: Rui Barbosa, Visconde do Rio Branco, José .do Patrocínio e
Joaq uim Nabuco.
c) As artes
Os grandes pintores do lmpéri~: Vítor Meireles (Primeira Missa no Brasil)
e Pedro Américo · ( Batalha de Avm) .
A música: Francisco Manuet' da Silva (Hino Nacional) e Carlos Gomes
(Guarani).
Castro Alves
QUESTIONARlO
l:) Que sabe sôbre a missão do sábio russo Langsdorff?
2) Quem foi Castelnau ?
3) Quais os brasileiros que se distinguiram nos estudos históricos ?
4) Quem foi Gonçalves de Magalhães ?
5) Que são escritores indianistas ?
6) Quais as principais obras de José de Alencar ?
7) Quem foi Castro Alv'ês ?
8) Que é Parnasianismo ?
9) Quais são os maiores poetas parnasianos ?
1O) Quais são os grandes oradores do Segundo Reinado ?
11) Quem foi Debret ?
289
12) Quais os ·principais quadros de Vítor Meireles ?
13) Quais os gêneros de pintura a que se dedicou Pedro Américo ?
14) Quem foi Francisco Manuel da Silva ?
15) Quem foi Carlos Gomes ?
EXERClCIOS
2) Transportes e comunicações
290
3) Ciências, letras e .artes
c) Assinalar com um x o nome dos escritores que têm relação com o movi-
mento abolicionista:
Machado de Assis
Gonçalves Dias
Joaquim Nabuco
Castro Alves
Gonçalves dé Magalhães
José do Patrocínio
Carlos Gomes
291
71 A REPÚBLICA
Proclamação da República
A Constituição de 1891
Governos republicanos até 1930
Política exterior; Ri9 Branco
Promulgação e iuramento
da Constituição Republicana
(24-2-1891). Detalhe do
quadro de AuRÉLIO FIGUEI-
REDO, no Museu da Repú-
blica, Rio de Janeiro.
294
apena~ foram eleitos três deputa- c1vrs. A situação, porém, não me-
dos partidários da República: Pru- lhorou e, em outubro, durante uma
dente de Morais e Campos Sales, homenagem aos oficiais chilenos
que depois foram presidentes qa que .visitavam o Brasil, o tenente-
RP.oública, e Alvaro Botelho. coronel Benjamim Constant B~te
lho de Magalhães fêz violento ais-
curso defendendo o Exército da
b) O ministério •acus;ção de indisciplinado, ~~i~
Ouro Prêto mando que os solda?os eram . c~
dadãos fardados" e tmham o drrel-
O último ministério da monar- to, como -qualquer outr~, .de de-
quia, chefiado pelo Visconde de fender sua opinião. O mmrstro da
Uuro Prêto, Afonso Celso de Assis Guerra, sentindo-se ofendido, reti-
Figueiredo, era do partido libe- rou-se em meio à solenidade, e
ral-e subiu ao poder em junho de o Visconde de Ouro Prêto quis
1889 substituindo o conservador prender o orador, mas D. Pedro II
de J~ão ·Alfredo de Oli\~eira, que não permitiu.
havia abolido a escravidão. .
Para conter as agitações polí-
ticas, cada vez mais graves, pre- c) Proclamação da
tendia o Visconde .de Ouro Prêto República
realizar reformas que atendessem
a tudo que os republicanos que- Até a véspera da Proclamação
riam sem precisar mudar o regi- da República, o marechal Deodo-
me. Também queria desenvolv~r ro da Fonseca permaneceu solidá-
a imigração, o comércio e a agn- rio com a monarquia porque, ape-
cultura para prqvar a todos que sar de descontente com o minis-
a monarquia era ,a melhor forma
tério admirava e estimava o impe-
de govêrn~ O ministro, entretan-
to, não pôde realizar o que pr~
rado; e não . desejava destroná-lo.
tendia porque já era tarde demars A revolta estava marcada para
para conter o movimento republi- a noite de 20 de novembro. Mas
cano, vitorioso cin.co meses depois. o major Sólon Ribeiro, receoso de
·Para conservar o apoio das clas- que o governo tivesse tempo para
ses armadas ao regime monárqui- organizar a defesa, resolveu ante-
co, o Visconde de Ouro Preto en- cipar o movimento, espalhando r>o
tregou aos militares os ministérios dia 14 a fals~ notícia de que o
da Guerra e da Marinha que, na- ministério havia ordenado a pr~
quele tempo, eram ocupados por são de Deódoro e ae Benjamim
295
rr /
i
I
I
Constant. O mesmo- oficial com- lis, pedindo a demissão do minis-
binou com os companheiros, para
li a manhã do dia 15, a marcha, para
· o centro da cidade, da tropa em
tério. Pouco depois, abriram-se os
portões do quartel para a entrada
triunfal de Deodoro.
II que servia, aquartelada em São
Cristóvão.
· Informado do que ocorria, o ma-
Vitorioso o movimento, as · tro-
pas desfilaram pelas principais
I rechal Deodoro deixou a sua re- ruas da cidade, dirigindo-se depois
sidência e assumiu o comando das para o Arsenal da Marinha, onde
fôrças que se reuniram no Campo Eduardo W andenkolk garantiu o
· de Santana, atual Praça da Repú- apoio de sua corporação. Ainda
blica. · Nessa ocasião, já o minis- no dia 15 de novembro, pela tar-
tério· se encontrava no Quartel- de, José do Patrocínio pronunciou
general, e o Visconde de Ouro eloqüente discurso na Câmara Mu-
Prêto, confiando no apoio do ma- nicipal, sendo depois· lavrada uma
rechal · Floriano Peixoto, ordenou ata, em que se declarava procla-
a êste militar que atacasse as tro- mado o regime republicano.
pas revoltadas. As suas ordens, O ·imperador, informado das pri-
porém, p.ão foram cumpridas, por- meiras ocorrências, desceu de Pe-
que Floriano também estava de trópolis e tentou ainda organi~ar
acôrdo com os cevoltosos; e, quan- nôvo ministério. Mas pouco de-
do o ministro compreendeu que pois o marechal Deodoro assinava
estava sendo enganado, telegrafou os primeiros atos republicanos co-
ao imperador, então em Petrópo- mo chefe do govêrno provisório.
RESUMO
Proclamação da Rep~blica
{I) Principais causas
296
b) O ministério. Ouro Prêto l Visconde
'l . . . té 'o da monarquia: do partido liberal, chefiado pe o
D u hmo mmts " 1 d A · Figueiredo)
de Ouro Prêto Jd.Afon~o. Ctée .so O~ro ~~~to: realizar ~s reformas pretendidas pelos
0 programa o mtms no .
bli mudança do regune. d
. cid tsem homenagem aos o tctat
repu canos f' . 's chilenos ·· violentolh-discurso o repu-
en e na
O m tenente-corone . . Constant Botelho de Maga aes.
l B enJamm
blicano
c) Proclamação da República
da prisão
Antecipação da revolta: o major Sólon Ribeiro espalha o boato
de Deodo ro e BenJ'amim Constant. p · t usa se a
o marechal Floriano etxo o rec -
0 ministério no Quartel-General:
combater os revoltosos. d W d k lk
O apoio da Marinha: dado por Eduar o an en o .
QUESTIONAR IO
d
1) Por que no Brasil a República não foi proclama a co~
a Independência
d t?
arqma depois a mor e
2) Por que havia brasl'leiros que não queriam a mon
D. Pedro li?
3) Que foi. a Questão Militar.?. estão Militar?
4) Quais os militares que parhctparam da Qu d . 1884 ?
5) Quais os brasileiros que foram eleitos dep~ta os em .
6) Qual foi o último ministério da monarqma ~
· · ' · Ouro Preto ?
7) Qual era o programa do mmt·~~eno inistér~os da Guerra e da Marinha ?
8) ·Por que Ouro Prêto deu a mtttares os m prestada aos oficiais
g) Que aconteceu, em ou tu b_ro, d u rante a homenagem
chilenos? monarquia?
10) Por que Deodoro não queria combater a
11 ) Para quando seria a revolta ?
'I Rib . ?
12) .Como agiu o major So on euo : Peixoto no Quartel-general ?
13) Qual foi o procedimento de Flonano
14) Q em foi Eduardo W andenkolk ? ?
15) C~mo agiu o imperador .quando soube do .movimento
.··'
297 .
18) A CONSTITUIÇÃO DE 1891
298
b) A Constituição de 1891
a eleição q~e escolheu para presi-
dente Deodoro da Fonse~a ~ para o Brasil, durante o regime. r~
vice-presidente da Repubhca ? - publicano, teve cinco constitui-
rechal Floriano Peixoto. lnstl-
Ul a d , ções: a primeira, promulgada em
tuído, dêsse mo o,. o regtme cons-
1891 durou até 1930, quando hou-
titucional no Brasil, o Cong~esso ve ; revolução chefiada por C:e-
Constituinte separou-se em Cama-. túlio Vargas; seguiu-se um gover-
ra dos Deputados e Senado.
299
no provisório, até que, em 1934,
foi promulgada a segunda, de em que o ministério é da con-
curta duração, pois, em 1937, en- fiança da Câmara dos Deputados.
trou em vigor a Carta que esta- .l!:ste nôvo regime durou até 1963,
beleceu o Estado Nôvo; seguiu-se quando um plebiscito, a 6 de ja-
a de 1946 e, finalmente, a que foi neiro dêsse ano, determinou a
promulgada em janeiro de 1967. volta do presidencialismo.
A Constituição de 1891 é um O poder legislativo era exerci-
trabalho notável, influenciada pela do, como ainda hoje, pelo Con-
que vigora, ainda hoje, nos Esta- gresso Nacional, constituído pelo
dos Unidos. O chefe do poder exe- Senado Federal e a Câmara dos
cutivo, o presidente da República, Deputados. O mandato dos sena-
era eleito pelo povo para um go- dores tinha a duração de nove anos
vêrno de quatro anos, período que e o dos deputados, de apenas três.
voltou a vigorar na atual Consti- Em 1926, durante a presidên-
tuição. Os ministros eram de livre cia de Artur Bernardes, a Consti-
nomeação do presidente que os tuição foi revista pelo Congresso
escolhe entre pessoas de sua con- Nacional, sendo modificada em
. fiança: é o que se chama regime alguns pontos. Estêve em vigor
presidencialista, em vigor no até 1930, quando, vitoriosa a re-
Brasil até setembro de 1961, quan- volução contra o govêrno de Was-
do se instituiu o parlamentarismo hington Luís, Getúlio Vargas su-
biu ao poder.
RESUMO
A Constituição de 1891
a) O govêmo provisório
300
Outra medida importante do g~vê~nq pr ' . ~oletiva do ministério (janeiro
ovis6rio. a grande naturalização.
Dificuldades do govêmo proms6no: renuncia
de 1891) · . . - . 24 d fevereiro de 1891. )
p omulgação da Constttulçao. .e l .d te (Deodoro da Fonseca e
r
Eleição para o govêrno constitucwna
. ) : presi en .
.
vice-presi.dente (Floriano PeiXoto .
· · - de 1891
b ) A Consbtwçao d (1934) a terceira
As constituições da República: .a pr~~~7 (1891), a segun a , .
( 1937), a quarta (1946) e .a ~~mt~ ( 1891 ~.regime presidencialista e influência
Características da ConstltUIÇao e .
dos Estados Unidos. . 1 para\ um período de quatro
o preSI"d ente da República: eleito pe o povo
anos.
Os membros do poder legislativo: senadores para nove anos e deputados
para três.
Reforma da Constituição d e 1891 ·. feita em 1926, na presidência de Artur
Bernardes.
QUESTIONARIO
301
19) GOVERNOS REPUBLICANOS ATÉ 1930
a) Deodoro e
no. Dêsse modo, Deodoro resol-
Floriano Peixoto veu recorrer à fôrça e, a 3 de no-
vembro de 1891, dissolveu o Con-
Promulgada a Constituição da gresso e dirigiu à nação
um mani-
República, o Congresso procedeu festo, justificando a
sua atitude.
à eleição para presidente e vice- A dissolução
presidente. do Congresso provo-
cou, a 23 de novembro, a revolta
Os que estavam descontentes da esquadra. ·
com o govêrno provisório propu-
seram, para presidente, a candi- O navio Riachuelo disparou uma
granada que caiu sôbre a cúpula
datura de Prudente de Morais.
da igreja da Candelária, alarman-
Entretanto, venceu o marechal
do a população. Mas Deodoro,
Deodoro da Fonseca pela peque-
para evitar derramamento de san-
na maioria de trinta e dois votos. gue, pois
dispunha de meios para
Para vice-presidente ganhou o can- · vencer
a revolta, preferiu deixar
didato da oposição, Floriano Pei- o poder,
desiludido com a políti.
xóto, contra o do govêrno, Eduar-
do W and~nkolk. ca. O velho marechal morreu em
agôsto do ano seguinte.
O temperam!O!nto autoritário de
Deodoro, impedindo-o de agir c~m Foi Floriano Peixoto quem con-
prudência e habilidade, concorreu cluiu o primeiro período presiden-
para fortalecer a oposição ao seu cial, ocupando o govêrno até 1894.
govêrno. Ainda durante o govêr- Logo- que assumiu o poder, Flo-
no provisório, isto é, antes de ser riano Peixoto restaurou o Congres-
eleito presidente constitucional, a so e substituiu todos os governa-
escolha de elementos ligados à dores estaduais que haviam apoia-
monarquia, como o Barão de Lu- do o golpe de Deodoro, o que pro-
cena, Henrique Pereira de Luce- do vocou agitações em vários pontos
país.
na, para formar nôvo ministério,
causou grande descontentamento. Também na capital a situação
O Barão de Lucena procurou era grave e a população '(ivia alar-
negociar com · os adversários de mada por insistentes boatos de re-
Deodoro, mas o vice-presidente volta. -Pouco depois, treze gene-
do Senado, Prudente de Morais, rais enviaram ao chefe do govêr-
não quis colaborar com o govêr- no um manifesto, reclamando a
eleição para presidente, pois afir-
302
O Marechal Deodoro. (Museu da República, Rio de Janeiro).
303
~m 1894, ~erminou o primeiro
penodo presidencial, sendo elei-
to, para o período seguinte, Pru-
dente de Morais e Barros.
b) Prudente de Morais
e a 1·evolta de Canudos
Assumindo o govêrno, em 1894,
teve Prudente de Morais de en-
fr~ntar séria~ , ~ificuldades pois,
al~m de ser difiCI! a situação finan-
ceua do país, foi obrigado a fazer
enormes gastos, reparando as for-
talezas e os . navios avariados du-
rante a revolução de Custódio José
de Melo; em conseqüência, foi
aumentada a dívida externa do
Brasil, fazendo-se urn empréstimo
em Londres de seis milhões de
libras.
Prudente de Morais conseguiu
pacificar o Sul, decretando a anis-
tia para os revoltosos federalistas
que, se haviam. insurgido contra ~
governo antenor. Teve, porém,
que enfrentar pequenas revoltas
que ocorreram na capital.
A maior agitação verificada no
govêrno de Prudentes de Morais
foi, porém, a revolta de Canudos
no sertão baiano, onde numeroso~
sertanejos fanáticos , os jagunços,
Campos Sales. obedeciam a um visionário conhe-
cido por Antônio Conselheiro. Seu
verdadeiro nome era Antônio Vi-
cen_te Mendes Maciel e, durante
mmtos anos, percorreu o sertão
baiano, fanatizando os sertanejos
304
com idéias religiosas absurdas, fa- de Castro, acusado de adquirir
lando em fim do mundo e com- armas e dinheiro para os jagun-
batendo . a República. A princí- ços, foi. assassinado a tiros.
pio as autoridades não lhe deram Organizaram-se batalhões de
atenção, pois não o julgavam ca- voluntáríos e o govêrno preparou
paz de perturbar a ordem. Tor- poderosa expedição com tropas
nou-se, porém, um perigo público vindas de quase todos os Estados.
depois que se fixou no lugar cha- O próprio ministro da Guerra, ma-
mado Canudos onde, com seus fa- rechal Carlos Machado Bitten-
náticos, os jagunços, fundou um court, embarcou para a Bahia a
arraial. E, quando correu o boato fim de orientar pessoalmente as
de que os sertanejos iam atacar operações.
a cidade de ]uàzeiro, o govêrno A luta foi difícil: além da re.
· da Bahia enviou contra êles uma sistência heróica dos sertanejos,
pequena tropa que foi derrotada. que combatiam com fanatismo, os
Logo • depois, despachou outra, soldados sofreram o suplício da
pouco mais numerosa, mas tam- fome. Foram abatidos os bois, que
~bém foi vencida. puxavam os canhões, e, em certa
O govêrno federal, já apreen- ocasião, houve apenas um litro de
sivo com êsses dois desastres, com- farinha para sete homens.
binou com o da Bahia a organiza- Em outubro de 1897, depois de .
ção de uma forte coluna, de mais vários meses de cêrco, foi tomado
de mil homens, que seria coman- o arraial de Canudos. Mas nas
dada pelo coronel Moreira César. choupanas, destruídas pelo contí-
Depois de penosa marcha até Ca- nuo bombardeio, os vencedores
nudos as tropas conseguiram pe- não encontraram um só homem
netrar no arraial mas foram repe- válido.
lidas pelos jagunços, morrendo Em novembro de 1897, verifi-
Moreira César. cou-se um atentado contra a vida
Essa derrota repercutiu no país de Prudente de Morais. Estava o
inteiro como se fôsse um desastre presidente no Arsenal de Guerra,
nacional. No Rio de Janeiro es- onde fôra cumprimentar os com-
palhou-se o boato absurdo de que batentes, que voltavam vitoriosos
Antônio Conselheiro tinha c apoio de Canudos, quando o anspessada
dos monarquistas. Grupos de pes- M arcelíno Bispo sacou uma arma
soas exaltadas atacaram a redação para matá-lo. Ao tentar desarmar
dos jornais que pregavam a volta o criminoso, foi por êste assassina-
do antigo regime. O proprietá- do o ministro da Guerra Carlos
rio de um dêles, o coronel Gentil Machado Bittencourt.
305
c)' Campos Sales questões de limites. O prefeito
e Rodrigues Alves Francisco -Pereira Passos, auxilia-
do pelo engenheiro Paulo de Fron-
Eleito presidente, para o terceiro tin, transformou o Rio de Janeiro
quatriênio, de 1898 a 1902, Ma- numa · cidade moderna. Foram
nuel Ferraz de Campos Sales em- construídas amplas avenidas, co-
barcou 4nediatamente para Lon- mo a Avenida Central, atualmen-
dres, a. fim de estudar com os ca- te Rio Branco e. a Avenida Beira-
pitalistas inglêses um plano para Mar e belos edifícios, como o Tea-
-melhorar as finanças do Brasil. tro Municipal.
Com a ajuda do seu eficiente co- Foi ainda na presidência de Ro-
laborador, o ministro da Fazenda, drigues Alves que Osvaldo Cruz,
Joaquim Murtinho, pôde Campos grande higienista, então diretor da
Sales realizar seu programa, esta- · Saúde Pública, promoveu o sanea-
belecendo um regime de rigorosa
mento da cidade do Rio de Ja-
economia. Teve, porém, que au- neiro. Além . das duas moléstias
mentar os impostos, o que provo- graves, o cólera e a varíola, a po-
cou descontentamento popular; a
pulação carioca era vítima de epi-
imprensa da oposição deu-lhe o demias periódicas de febre · ama-
apelido de Campos "Selos".
rela, que se verificavam mais in-
Quando, em 1902, Campos Sa- tensamente nos meses quentes.
les deixou o poder, as finanças Nessas ocasiões os navios estran-
estavam em boa situação, o câm- geiros ~vitavam o pôrto da capi-
bio alto e metade da dívid& paga. tal e as pessoas de recursos trans-
Sua adp1inistração permitiu ao feriam-se para Petrópolis.
presidente seguinte, Rodrigues Al- Mas as medidas saneadoras de
ves, contar com os recursos neces- Osvaldo Cruz provocaram violen- ·
sários para realizar as grandes ta oposição. E quando o govêrno
obras que assinalaram o seu go- decretou a vacina obrigatória con-
vêrno. ,
tra a varíola, houve desordens pro-
Soube o presidente Rodrigues movidas por populares, e até um
Alves escolher ministros capazes. levante, o da Escola Militar, que
O ministério da Viação foi ocupa- foi ràpidamente sufocado. .
do por Lauro Muller, que cons- Para a iluminação da cidade do
truiu vias férreas e reformou o pôr-
Rio de Janeiro, que se deve ao
to do Rio de Janeiro. No das Re- prefeito Pereira Passos, o govêrno
lações Exteriores, o Barão do Rio assinou contrato com a Light and
Branco (José Maria da Silva Pa- Power, companhia canadense que
ranhos Júnior) resolveu · várias havia construído poderosa usina
306
Nilo Pessanha
309
estendeu por todos os . países, re- poder, sendo conduzido, como prê-
percutiu no Brasil, o que concor- so político, para o. Forte de Copa-
li reu para a revolução que irrom- cabana. Não chegou portanto a
1: peu em outubro de 1930. No dia terminar seu govêrno, o que de-
24 dês se mês, o presidente W as- veria suceder a 15 de novembro
hingtoll Luís teve que deixar o de 1930. .
RESUMO
310
d) Afonso Pena e Nilo Pessanha
Govêrno de Afonso Pena ( 1906-1909): construção da Estrada de Ferro
Noroeste (São Paulo a Mato Grosso) e Exposição Nacional comemorativa da
abertura dos portos.
Campanha eleitoral de 1910: civilistas (partidários de Rui Barbosa) e her-
mistas (partidários de Marechal Hermes).
QUESTIONÁR IO
1) Por que Deodoro renunciou ao cargo de presidente?
2) Quais as revoltas que Floriano Peixoto enfrentou ?
3) Quem foi Antônio Conselheiro ?
4) Quem foi Marcelino Bispo ?
5) Como foi o govêrno de Campos Sales ?
6) Quais os auxiliares de Rodrigues Alves ?
7) Qual a obra de Osvaldo Cruz ?
8) Que provocou a vacina obrigatória ?
9) Qual a importância da Estrada de Ferro Noroeste?
10) Como foi a campanha eleitoral de 1910?
11) Qual a causa da revolta chefiada por João Cândido?
12) Quem foi o padre Cícero ? ·
13) Quem foi eleito presidente em 1918?
14) Qual a causa da revolta do Forte de Copacabana em 1922 ?
15) Como foi o govêrno de Washington Luís?
311
20) POUTICA EXTERIOR : RIO BRANCO
314
c) A vida do Barão O Barão do Rio Branco defen-
do Rio Branco ~ia o ponto de vista de que o Bra-
sil, para ser respeitado, devia pos-
O Barão do Rio Branco, José suir território definido. Por isso
Maria da Silva Paranhos Júmor, assinou com os países vizinhos
foi durante muitos anos cônsul em vinte e nove tratados de limites
Liverpool, na Inglaterra. Já então e procurou fortalecer os laços de
havia escrito vários trabalhos de amizade que unem o Brasil às
História, sendo o primeiro uma outras repúblicas do continente.
biografia do Barão do Serro Lar- Uma das melhores provas da po-
go, que morreu na batalha de Itu- lítica de boa vontade do Barão
zaingó, durante a guerra da Cis- do Rio Branco com os Estados
platina. vizinhos foi dada quando sugeriu
Depois de defender com brilhan- ao govêrno brasileiro o ato de
tismo os direitos do Brasil nas 1909 que deu também ao Uruguaí
questões de fronteiras com a Ar- o direito de navegar no rio ]agua-
gentina e a Guiana Francesa, o rão e Lagoa Mirim, direito que
ilustre brasileiro foi convidado pe· até então era exclusivo do Brasil
lo presidente Rodrigues Alves para É importante lembrar també~
ocupar o ministério das Relações que Rio Branco foi sempre mo-
Exteriores. Foi então que Rio narquista mas suas idéias políticas
B.ranco voltou ao Brasil, dt'pois de não o impediram de servir como
vmte e seis anos de ausência, c ministro de vários governos repu-
ao desembarcar no Rio de Janeiro blicanos: é que o grande brasilei-
recebeu grande manifestação po- ro achava que para servir ao Bra-
pular. Como ministro serviu à Re- sil não se deve levar em consi-
pública desde 1902 até a sua mor- deração o se11 regime político.
te, ocorrida em 1912.
RESUMO
.'315
Sentença favorável ao Brasil: proferida pelo árbitro Grover Cleveland, presi-
dente dos Estados Unidos.
Questão com a França: vitória do Brasil (rio Oiapoque) por sentença do
govêmo da Confederação Suíça.
Questão do Acre: resolvida pelo Tratado de Petrópolis ( 1903).
Questão com a Inglaterra (Guiana Inglêsa): divisão da região do Pirara
entre o Brasil e a Guiana Inglêsa (árbitro rei da Itália).
b ) Outras questões diplomáticas:
Ocupação da ilha da Trindade pela Inglaterra: decisão favor~vel ao Brasil
do mediador D. Carlos I, rei de Portugal. ·
As Conferências Internacionais Americanas: para fortalecer a paz e harmonia
entre as nações da América.
O Brasil na Conferência Internacional da Paz, em Haia: representado por
Rui Barbosa ( 1907).
Outras questões diplomáticas: o Brasil· na primeira Guerra Mundial ( 1917)
e membro da Liga das Nações.
QUESTIONARIO
1) Como foi a questão do território de Palmas ?
2) Que é arbitramento ?
3) Como foi a questão do Amapá ?
4) Que estabelecia o Tratado de Petrópolis ?
5) Por que foi injusta a sentença do rei da Itália sôbre a questão com a
Guiana Inglêsa ?
6) Que· sabe sôbre a ocupação da ilha da Trindade pelos inglêses ?
7) Que houve em Haia, em 1907?
8) Que era a Liga das Nações ?
9) Como começou o Barão do Rio Branco sua carreira diplomática ?
10) Quem foi o Barão do Serro Largo?
11) Quanto tempo foi o Barão do Rio Branco ministro das Relações Exteriores ?
12) Quantos tratados de limites assinou o Barão do Rio Branco com as nações
vizinhas?
13) Que sugeriu o Barão ao govêrno sôbre a navegação do rio J aguarão e
lagoa Mirim ?
14) Quais eram as idéias políticas do Barão do Rio Branco ?
15) Em que questão de limites teve participação Joaquim Nabuco?
316
EXERCíCIOS
1 ) Proclamação da República
a ) Assinalar o que estiver certo:
1 ) Participou da Questão Militar:
(Cunha Matos, Gastão d'Orléans ou Alvaro Botelho)
2) Antecipou o movimento para o dia 15 de novem?r~:
(Benjamim Constant, Sena Madureira ou Sólon R1berro)
3) Republicano eleito deputado em 1884: _
(José do Patrocínio, Sena Madureira ou Alvaro Botelho)
4) Nome do Visconde de Ouro Prêto:
(Afonso Celso, João Alfredo ou Gastão d'Orléans)
5) Deu apoio a Deodoro no Quartel-general:
(Eduardo Wandenkolk, Sólon Ribeiro ou Floriano Peixoto)
b ) Completar as frases:
1 ) Os dois oficiais da Questão Militar eram ......... . ... · e .. · · · · · · · · · · · ·
2) Os dois deputados republicanos, em 1884, futuros presidentes da República,
foram .............. e ............ · ·
3) Os dois últimos ministérios da, monarquia foram chefiados por . · · · · · · · · · · ·
e por ............. .
4) Sólon Ribeiro espalhou o boato de que iam ser presos ... · . · · · · · · · · · e
2) A Constituição de 1891
317
8) Ministro da Marinha do govêrno provisório
9) Data da instituição da Bandeira da República
10) Ano em que subiu ao poder Getúlio Vargas -~
a) Numerar corretamente:
( 1) O Ministro da Guerra .assassinado ) Francisco Pereira Passos
( 2) Acabou com a febre amarela ) Afonso Pena
( 3) Participou da revolta do Forte de ) Miguel Calmon
Copacabana
( 4) Chefiou a revolta de Canudos Osvaldo Cruz
( 5) Tentou contra a vida de Pru- Antônio Conselheiro
dente de Morais
( 6) Chefe da revolta da Armada Carlos Machado Bittencourt
( 7) Ministro da Fazenda de Campos Eduardo Gomes
Sales
( 8) Prefeito no govêrno de Rodrigues Marcelino Bispo
Alves
( 9) Morreu no cargo de Presidente Custódio José de Melo
( 10) Ministro da Viação de Afonso Joaquim Murtinho
Pena
318
J) Morreu quando eleito pela segunda vez:
(Rui Barbosa, Afonso Pena ou Rodrigues Alves)
4) Viveu no Ceará:
(Padre Cícero, José Maria Agostinho ou Antônio Conselheiro)
5) Não acabou o govêrno:
(Floriano Peixoto, Marechal Hermes ou Washington Luís)
b) Completar as frases:
1) Os limites do Brasil com a Argentina no território de }'almas são os
rios: ........... '...... · · · · · · · · · · · · · · ·
2) Com a França houve a questão .............. , pois achava êsse país
que o rio Vicente Pinzón era ............. .
3) ç:om ? _Tratado de Petrópolis o Brasil construiu . . . . . . . . . . . . . . e pagou
a Bohv1a ................... .
4) Na questão com a Guiana Inglêsa foi árbitro .............. e a região
disputada tinha o nome de ............. .
5) Os novos limites com a Guiana Inglêsa foram estabelecidos pelos rios
.............. e ............. .
6) A Conferência Internacional da Paz, em 1907, reuniu-se na cidade de
. . . . . . . . . . . . . . e teve por representante brasileiro ............. .
7) A Liga das Nações foi fundada por .................... , presidente
319
8 I O B RAS ll CONT E; MP·O RÂ N E O
322
Ao alto: Getúlio Vargas (1930-
1945 e 1951-1954).
. 323'
ao país. Começa então o Estado tido Social Democrático, que ha-
Nóvo, que é o regime de ditadu- via apresentado a candidatura do
ra: _foi suprimida a liberdade de general Eurico Gaspar Dutra, e a
imprensa, proibida a formação dos União De1rwcrática Nacional, cujo
partidos políticos e criado o Tri- candidato fôra o brigadeiro Eduar-
bunal de Segurança para julgar os do Gomes. ~sses dois partidos,
crimes contra o govêrno. com o objetivo de facilitar os tra-
Mas a participação do Brasil na balhos da Constituinte, procura-
última Guerra Mundial e a vitória vam entender-se sempre que as
das nações democráticas tiveram questões eram de difícil solução.
importantes conseqüências na po- Foi assim que se resolveu fixar em
I I lítica interna brasileira: provoca- cinco anos a duração do mandato
ram a liberdade de imprensa, a presidencial enquanto que a opi-
i formação dos partidos, a anistia
aos presos políticos e as eleições
nião · anterior do Partido Social
Democrático era de seis anos.
de 2 de dezembro de 1945, que Em 1950 procederam-se às elei-
restabeleceram no país o regime ções para a suce~são presidencial,
democrático. Estava então no po- sendo eleito o senador Getúlio
der José Linhares, pois Getúlio Vargas. Em jarieiro do ano .se-
Vargas havia sido deposto por um guinte tomou posse o nôvo pre-
golpe mili~ar a 29 de outubro· dês- sidente que procurou normalizar a
se ano. situaçâo econômica e financeira
do Brasil. ·
c) O regime constitucional A crise política continuava, po-
rém, grave e, em 24 de agôsto de
Em princípio de 1946, os de- 1954, teve· um desfecho. trágico:
putados e senadores, eleitos a 2 o presidente Vargas suicidou-se.
· de dezembro do ano anterior, reu- Passou então a governar o vice-
ninim-se em Assembléia Consti- presidente João Café Filho.
tuinte pois, para completar a re- A situação política não melho-
democratízação do país, era neces- rou e, a 11 de novembro de 1955,
sário elaborar nova Constituição o ministro da Guerra general T ei-
que substituísse a Cartf). de 1937. xeírâ Lott, com o apoio de outros
Era então presidente da Repúbli- oficiais superjores, depôs Carlos
ca o general Eurico Gaspar Du- Luz, presidente da Câmara, que
tra; eleito a 2 de' dezembro de ocupava interinamente a Presidên-
1945. cia por achar-se enfêrmo Café Fi-
Na Assembléia, os partidos de lho. Foi então chamado ao poder
maior representação eram o Par- o senador Nereu Ramos que, em
324
janeiro de 1956, deu posse a Jus-
celino Kubitschek.
Apesar da má situação financei-
ra; empenhou-se o govêrno do
presidente Juscelino Kubitschek
em atrair capitais estrangeiros e
em desenvolver as indústrias, par-
ticularmente a automobilística. De
suas obras mais importantes, assi-
nala-se a construção de Brasília
que,..- a partir de 21 de abril de
1960, passou a ser a capital do
Brasil. Em conseqüência, o antigo
A Catedral de Brasília.
Distrito Federal converteu-se em ( Projeto de O•car N tEMEYER) .
Estado da Guanabara, com gover-
nador eleito e Câmara Legislativa.
Em outubro de 1960 foi eleito, agôsto de 1961, sem qu~· ninguém
para substituir Juscelino Kubits- esperasse, comunicou ao Congres-
chek, ]ânio Quadros. _O nôvo pre- so que renunciava ao cargo de
sidente traçou um programa de Presidente da República. Nessa
rigorosa economia, ordenou que ocasião o vice-presidente João
fôssem feitos numerosos inquéri- Goulart, que deveria substituí-lo,
tos, para apurar irregularidades viajava . pelos países da Ásia e o
em vários ministérios e autarquia~. poder foi exercido pelo presiden-
Achava que eram necessários no- . te da Câmara dos Deputados, Ra-
vos mercados para o escoamento nieri Mazzilli, durante uma s-e ma-
da produção agrícola e industrial na de grave crise nacional, quando
d_o país e, por isso, iniciou nego- foi estabelecido o parlamentaris-
Ciações com os Estados socialis- mo no Brasil.
tas e com as novas nações do con- Com o nôvo govêrno, cujo pri-
t!~ente africano. Também em po- meiro-ministro foi Tancredo Ne-
h~ica exterior d efendeu o princí- ves, foram ultimadas as negocia-
piO de autodeterminação dos po- ções e restabelecidas as refações
vos, com que justificou a posição diplomáticas e comerciais com a
do Brasil em manter as relações União Soviética.
co~ a República de Cuba que Para substituir o primeiro-minis-
hav1a adotado o regime socialista. tro Tancredo Neves, que deixara
S~u govêrno, porém, durou apenas o cargo em junho de 1962, o pre-
cerca de set e meses, pois, a 25 de sidente João Goulart indicou o
325
nome do professor Santiago Dan- fêz aos Estados Unidos e ao
tas que liavia ocupado a pasta México, onde foi recebido com
das Relações Exteriores. A Câ- grandes manifestações populares.
mara dos Deputados, porém, não
aprovou o seu nome e, então, o A inflação, com suas conse-
presidente, de acôrdo com a lei, qüências imediatas - desvaloriza-
levou à considel'ação da Câmara ção da moeda e aumento do
o do senador Auro de Moura custo de vida - foi uma das
Andrade. Pouco depois, contudo, causas importantes das crises que
irrompia violenta crise política, agitaram o país durante todo o
pois o presidente se recusou ener- ano de 1963 e princípio de 1964.
gicamente a nomear os novos Sucederam-se as greves, com fre-
ministros indicados por êsse sena- qüência cada vez maior, princi-
dor. Alegava que não eram ho- palmente nos estados da Guana-
mens capazes de realizar um pro- bara e de São Paulo; mas, muitas
grama para salvar o país da crise delas tinham caráter político e
econômica, financeira e social em eram quase sempre promovidas
I que o mesmo se encontrava. :f!:sse pelo C. G. T. (Comando Geral
'! I
programa consistia principalmente . dos Trabalhadores), organização
operária que contava, entre seus
I
na realização das chamadas re-
formas de base, como a reforma membros, com líderes extremistas.
agrária, e na manutenção da polí- Também no interior verifica-
tica exterior, inaugurada pelo ram-se graves agitações, quando
presidente Jânio Quadros (co- trabalhadores rurais, arregimenta-
mércio e relações políticas com dos em ligas camponesas, invadi-
os países socialistas ) . ram propriedades, ocorrendo gra-
Ainda em julho de 1962, foi ves conflitos com fazendeiros em
indicado pelo presidente da Re- Minas Gerais, Goiás e no Nor-
pública e aceito pela Câmara dos deste.
I 1
Deputados, como primeiro minis- Em março de 1964, a situação
tro, Francisco de Paula Brochado política tornou-se mais grave:
da Rocha. Seu sucessor foi H er- num comício realizado na Guana-
mes Lima, que ainda ocupava o bara, no dia 13, com a presença
poder quando o plebiscito de 6 do presidente da República, fo-
de janeiro de 1963 restabeleceu o ram feitas violentas críticas ao
presidencialismo. Congresso, chegando-se a propor
Também é considerado aconte- a convocação de uma Consti-
cimento importante do govêrno tuinte para a realização imediata
de João Goulart a vtsita que êle das chamadas reformas de base.
326
Ocorreram, dias . depois, atos de titucional que modificou a Cons-
. subordinação de elementos da tituição: suprimiram-se as ~a~an
Marinha e do Corpo de F uzi·1 e~-.
m tias individuais, para permitir a
ros Navais, sendo que os man- cassação de mandatos dos repr_e-
nheiros pertenciam a uma ~s sentantes do povo ou a supressao
sociação considerada subversiva dos direitos políticos por dez
pelos oficiais da Armada e pelo anos além do confisco de bens,
próprio ministro. daq~eles que fôssem acusados de
Finalmente, a 31 de março, em atividades subversivas ou de prá-
tica de corrupção. Também o
apoio a um manifesto. do. gove~
mesmo Ato estabeleceu eleição
nador de Minas Gerais, msurgi-
ram-se tropas do Exército sedia- imediata, pelo Congresso, do pre-
das nesse Estado e resolveram sidente e vice-presidente da _Re-
pública, sendo eleitos, respectiva-
marchar para o Rio de Janeir?.
O govêrno federal, que se hav1a mente, o marechal Humberto de
deslocado para essa cidade, com- Alencar Castelo Branco e o
deputado José Maria Alkmin.
preendeu a inutilidade d~ .qual-
quer resistência quando fm mfor- Para conter a inflação, tomou
mado de que o II Exército, de o govêrno severas medida~ ~inan
São Paulo, apoiava o movimento, ceiras: suprimiu os sul;>si~h~s a
marchava também para o Rio e produtos importados, disciplmou
aproximava-se de Resende, on~e o crédito e em 1967, adotou como
unidade ~onetária o cruzeiro
obtivera a adesão da Academia
Militar de Agulhas Negras ( 1. 0 nôvo.
Em outubro de 1965, depois das
de abril). Retirou-se então o pre-
eleiç9es para governador de al-
sidente da República para Brasí-
lia, em seguida para Pôrto Alegre guns Estados, foi publica~o .nôvo
ato institucional que supnmm os
e, antes de buscar refúgio no Uru-
partidos então existentes e esta-
guai, fêz uma declara~ão em que
beleceu a eleição indireta, pelo
dispensava qualquer aJuda para a
sua causa. Congresso, dos gove~a~ores e do
presidente da Repubhca. Para
Nessa ocasião, na capital do suceder ao presidente Castelo
país, já havia assumido o govêrno Branco, foi eleito, em outubro de
o presidente da Câmara dos 1966 o marechal Artur da Costa
D eputados, Ranieri Mazzilli; se- e Sil~a e, em janeiro de 1967, foi
guiu-se a publicação do Ato Ins- promulgada a nova Constituição.
327
RESUMO
Governos republicanos depois de 1930
a) Revolução de Outubro
Os candidatos à sucessão de Washington Luís: Júlio Prestes (do govêrno)
e Getúlio Vargas (da oposição).
Causa da revolução de Outubro: crise econômica (café) e crise política (assas-
sínio de João Pessoa).
Vitória da revolução: 24 de outubro de 1930.
b) Primeiro govêrno de Getúlio Vargas
Govêmo provisório: criação do Ministério de Educação e Saúde e Revolução
Constitucionalista de São Paulo ( 1932).
Criação do Estado Nôvo: lO de novembro de 1937.
José Linhares no poder: depois da deposição de Getúlio Vargas ( 1945).
c) O .regime . constitucional
General Eurico Dutra no poder: promulgação da Constituição de 1946.
As eleições de 1950: vitória de Getúlio Vargas.
A crise de 1954: suicídio de Getúlio Vargas.
A crise de 11 de novembro de 1955: deposição de Carlos Luz e Café Filho
( Nereu Ramos no poder) .
Govêrno do presidente Juscelino Kubitschek: indústria automobilística, cons-
trução de Brasília e criação do Estado da Guanabara.
A crise de 25 de agôsto de 1961: renúncia de Jânio Quadros, e Ranieri Mazzilli
no poder. .
João Goulart como presidente da República: sob o regime parlamentarista.
Política exterior de João GC1ulart: manutenção da política àe Jânio Quadros e
visita do presidente aos Estados Unidos e México.
QUESTIONARIO
1) Por que houve a revolução de Outubro de 1930?
2) Quem foi João Pessoa?
3) Que houve a 24 de outubro de 1930 ?
4) Como foi o primeiro govêmo de Getúlio Vargas ?
5) Por que houve a Revolução Constitucionalista de 1932?
6) Que houve em 1937?
7) Quem foi José Linhares ?
8) Como foi o govêmo do general Eurico Gaspar D4tra ?
9) Que houve a 24 de agôsto de 1954?
10) Que aconteceu a 11 de novembro de 1955?
11) Como foi o govêrno do presidente Juscelino Kubitschek?
12) Qual era o programa do presidente Jânio Quadros?
13) Que houve a 25 de agôsto de 1961 ?
14) Que sabe sôbre o ministério parlamentarista de Tancredo Neves?
15) Como se explica a crise de julho de 1962 ?
328
22) O REGIME CONSTITUCIONAL
E O PARLAMENTARISMO
329
vigor durante tôda a monarquia, lhou ativamente na elaboração do
d~ve-s~ a D. Pedro I, que havia nôvo texto constitucional, afinal
dissolvido a Assembléia Consti- promulgado a 18 de setembro do
tuinte (novembro de 1823). Ape- mesmo ano.
sar de sua origem, pois surgira Como as três constituições an-
como favor de um soberano tan- t~riores, estabelecia o presidencúi.-
tas vêzes acusado de absolutista ltsmo: ao presidente da República
a ConstituiÇão ·de 1824 permitit; atribui-se, privativamente, o po-
o pleno, f_uncionamento do regime der executivo. Os ministms são,
demccrahco no Brasil. Mas a portanto, de sua exclusiva confian-
outra, a Carta de 1937, outorgada ça: o presidente os nomeia ou de-
por Getúlio Vargas, estabeleceu a mite à sua vontade.
ditadura no país.
Entretanto, desde o primeiro
período republicano, quapdo es-
b) A Constituição de 1946 tava em vigor a Constituição de
1891, havia políticos e escritores
e a crise de 1961 notáveis que desenvolviam, no
. . , Congresso, em jornais e em livros,
Em 1945, quando eleito Presi- ·ativa propaganda em favor do
c~ente da República o general Eu- parlamentarismo. ·
nco Gaspar Dutra, também foram Apesar da combatividade e in-
eleitos deputados e senadores com teligência dos defensores do sis-
ma~dato de constituintes: em pri- tema parlamentar, foram sempre
meuo lugar formariam uma assem- rejeitados os projetos de emenda
bléia para votar e promulgar à Constituição apresentados com
uma Constituição democrática, em o objetivo de estabelecê-lo. Eu-
substituição à Carta de 1937 que tretanto, ia o Congresso, inespera-
havia implantado, com o nome de damente, adotar êsse sistema de
Estado Nôvo, o regime ditatorial. governo, durante a grave crise po-
Era a redemocratização do Brasil, lítiGo-militar ocorrida em 1961. No
que se processava, com o fim da dia 25 de agôsto. a nação foi sur-
Segunda Guerra Mundial ( 1939- preendida pela renúncia do pre-
1~45) em que as grandes democra- sidente Jânio Quadros. Ocupou
c1as, com a participação das fôrças então interínamente o Poder o
brasileiras, haviam triunfado sôbre presidente da Câmara dos Depu-
as nações do Eixo (Alemanha, Itá- tados, Ranieri Mazzilli, pois o su-
lia e Japão). cessor, vice-presidente João Gou-
Empossada em janeiro de 1946, lart, viajava pelos países da Ásia.
a Assembléia Constituinte traha- Mas os ministros militares decla.-
330
raram-se contrários à posse de Congresso para um mandato de
João Goulart. Contra essa decla- cinco anos.
ração houve protestos, e o go- As atribuições do poder exe-
vernador Leonel Brizola, do Rio cutivo, · até então privativas do
Grande do Sul, assumiu posição presidente da República, passa-
francamente revolucionária, com ram a ser exercidas por êle e pelo
o apoio das tropas do Exército primeiro ministro, isto é, presi-
sediadas nesse Estado, sob o co- dente do Con.selho de Ministros.
mando do general Machado Lo- O presidente da República no-
pes. Entretanto, o Congresso, meia o primeiro ministro e êste
afirmando haver o perigo da nomeia os ministros das diversas
guerra c~vil, resolveu adotar po- pastas. Tanto o presidente do
sição conciliadora, promulgando Conselho como os demais minis-
o Ato Adicional que estabeleceu tros são de confiança da Câmara
o parlamentarismo ( 2 de setem- dos Deputados e respondem pelos
bro). A crise foi afas•t ada mas seus atos junto a ela.
foram retiradas do presidente da O primeiro ato de um Nôvo
República muitas das suas atribui- Conselho de Ministros é a elabo-
ções, transferidas para o primei- ração de um programa de govêrno
ro ministro, cargo criado com o que será submetido à apreciação
nôvo regime. Por isso houve logo da Câmara dos Deputados, onde
muitos partidários do presidente deverá obter o voto de confiança
Goulart que defenderam modifi- da maioria dos presentes.
cações no Ato Adicional e volta Qualquer deputado, com o apoio
ao presidencialismo com o obje- de cinqüenta assinaturas de seus
tivo de restituir-lhe seus antigos pares, poderá propor à Câmara
podêres. uma moção de desconfiança ao
Conselho de Ministros. Se apro-
vada, o ministério não mais pode-
c) O parlamentarismo rá manter-se, e o presidente da
República conceder-lhe-á a de-
As principais modificações, es- missão. Enquanto não se organiza
tabelecidas na Constituição pelo outro ministério, responderá pelo
Ato ·Adicional, que instituiu o expediente de cada pasta minis-
parlamentarismo, foram as se- terial o subsecretário de Estado.
guintes: 11: muito fácil compreender co-
Extinguiu-se o cargo de vice- mo se forma o Conselho de Minis-
presidente e o presidente da Re- tros, de acôrdo com o Ato Adicio-
pública passou a ser eleito pelo nal, de setembro de 1961: o pre-
331
side?te da República escolhe um
presidente de Conselho e sub me- t~mbém tem que obter a aprova-
te 0 çao ?a Câmara. Se três nomes para
seu nome à apreciação da
Câmara dos Deputados A d president~ do Conselho, escolhidos
a ind· - · prova a pelo presidente da República fo-
ICaçao, caberá ao escolhido
npmear os ministros, cujos nomes [em ,sucessivamente recusados' pe-
a Camara dos Deputados, deverá
332
então o Senado indicar o presi- sidencialismo para o parlamenta-
dente do Conselho, desde que P,ão .rismo, julgou indispensável ouvir
seja nenhum dos três anteriores. a opinião pública. Ficou então es-
tabelecido, pelo mesmo Ato Adi-
Se houver a queda consecutiva cional, que haveria um plebiscito,
de três ministérios por falta de isto é, uma consulta ao povo para
confiança da maioria dos deputa- que êle dissesse se desejava ou
dos, o presidente :la República não a permanência do siste:qJ.a
poderá dissolver a Câmara, con- parlamentar. A 6 de janeiro de
vocar novas eleições num prazo 1963, por expressiva maioria, o
de noventa dias e nomear um povo declarou-se favorável à volta
Conselho de Ministros em caráter do regime presidencialista. Tam-
provisório. bém presidencialista é a atual
O Congresso Nacional, ao mu- Constituição promulgada em 24
dar o sistema de govêrno, de pre- de janeiro de 1967.
RESUMO
333
QUESTIONARIO
1 ) Que é a Constituição r
~ ) Qna~ é a função da comissão de justiça das câmaras ?
2ums
··ll ))
, .n 1110
os drecursos contra medidas inconstitucionaJ·s das
• autoridades ?
~ ' P0 em ser as constituições ?
-~) (,lllais, foram as constituições outorgadas do Brasil?
(, ! \lu c e presidencialismo ? · '
7) Como foi a crise de 1961 r
8) Que solução encontrou 0 · c
9) Q d f . ongresso para resolver a crise de 1961 ?
uan o OI promulgado o At Ad. . I .
10) Como é escolhido o presidente ~o C~~~:~~ que ~e~olveu a crise de 1961 ?
11 ) Que é subsecretário de Est d ? o de MmJstros pelo .Ato Adicional ?
12) Quando o Se d0 Ih a o .
,· _ na esco e o primeiro-ministro, d A
13) Que e moçao de desconfiança ? . segun o o to Adicional ?
14) Que é plebiscito? ·
15) Quando renuncioU Jânio Quadros ?
335
ferro era explorada por compa- ·
nhias •estrangeiras, em geral inglê-
S'as;--- ~m produção limitada.
'. Para lança! as bases da grande
siderurgia brasileira, metade do ·
capital necessário foi fornecido
pelos Estados Unidos, segundo o
acôrdo firmado em setembro de
1940. Criada a Companhia Side-
rúrgica Nacional, iniciou-se ime-
diatamente a construção da Usina
de V alta Redonda, no Estado do
Rio de Janeiro, à margem do
Paraíba, entre Barra Mansa e
Barra do Piraí. O carvão nela em-
pregado provém de Santa Catari-
na e o minério, de Minas Gerais.
Monteiro Lobato Durante alguns anos, agitou a
O grande escritor foi um dos primeiros
a se interessar pelo petróleo nacional.
opinião pública a maneira como
deveria ser explorado o petrpleo
brasileiro. Enquanto uns seguiam
Henry Ford, o grande industrial a corrente de um rigoroso
norte-americano, obteve do go-
nacionali8mo, pois admitia!ll que
vêrno brasileiro a concessão de só o Estado devia explorar essa
extensa área na Amazônia para a riqueza, outros julgavam que o
e~loração do produto. Infeliz- melhor seria entregar a ~ua explo-
mente, em 1945, depois de gran- ração às companhias estrangeiras.
des prejuízos, Henry Ford foi obri- O governo, porem, em. mensagem
A '
RESUMO
337
I
b) A indústria
c) Desenvolvimento cultural
QUESTIONARIO
338
EXERClCIOS
339
2 ) O Regime Constitucional e o parlamentarismo
340