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Um problema comum na administração pública é que as decisões executórias, através das criadas
autoridades administrativas (criadas através da separação destas das autoridades judiciárias, o que
foi um dos princípios norteadores dessa atividade), frequentemente conferem privilégios à
administração pública, contrapondo-se ao ideal de igualdade perante a lei. Essas prerrogativas e
privilégios que lhe são outorgadas, permitem-lhe assegurar a supremacia do interesse público
sobre o particular. É importante, assim, que decorra da lei o fundamento para as decisões
administrativas.
A administração pública (ou gestão pública) se define como o poder de gestão do Estado, no qual
inclui o poder de legislar e tributar, fiscalizar e regulamentar, através de seus órgãos e outras
instituições; visando sempre um serviço público efetivo. A administração se define através de um
âmbito institucional-legal, baseada na Constituição, leis e regulamentos. Originou-se na França,
no fim do século XVIII, mas só se consagrou como ramo autônomo do direito com o
desenvolvimento do Estado de Direito. Teve como base os conceitos de serviço público,
autoridade, poder público e especialidade de jurisdição.
Nesta perspectiva, a administração pública é uma actividade regular, permanente e contínua dos
poderes públicos com vista à satisfação das necessidades colectivas, ou seja, é uma actividade
típica dos órgãos instituídos para o efeito. No mesmo sentido, Alexandrino e Paulo (2012),
referem que a administração pública em sentido material, objectivo ou funcional, representa o
conjunto de actividades que costumam ser consideradas próprias da função administrativa, isto é,
o que é realizado, e não quem realiza.
Assim, pode-se definir administração pública no sentido material segundo Amaral (2014), como,
Actividade típica dos serviços públicos e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral
da colectividade, com vista à satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de
segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e utilizando as
formas mais convenientes.
O princípio de imprescritibilidade
Nos termos da Constituição da República, o regime jurídico dos bens do domínio público, bem
como a sua gestão e conservação deve respeitar o princípio da imprescritibilidade. O princípio de
imprescritibilidade significa que, praticamente, se um particular instalase numa parcela do
domínio público, e mesmo se este permaneça nesta um número indeterminado de anos, o referido
particular jamais poderá adquirir a propriedade desta parcela por prescrição aquisitiva como ele
como o poderia fazer no caso em que o terreno fosse propriedade de uma pessoa privada.
O princípio de impenhorabilidade
Qualquer que seja a natureza dos bens (obras públicas ou não), que fazem parte do domínio
público ou não, esses são impenhoraveis. No que diz respeito aos bens do domínio público o
fundamento é constitucional (n.° 3 do Artigo 98 da Constituição); no que concerne os outros, o
fundamento é legislativo.
O modelo administrativista
O modelo administrativista - chamado de administrador juiz ou de jurisdição ou justiça reservada
ou retenida, é aquele em que a decisão final dos litígios administrativos compete aos órgãos
superiores da Administração activa ou para parafrasear DIOGO FREITAS DO AMARAL:
Neste sistema, as questões litigiosas entre a Administração e os particulares são apreciadas
através de um processo jurisdicionalizado por um órgão independente, mas esse órgão, em vez de
proferir uma sentença, limita-se a proferir um parecer, que é ou não homologado pelo poder
executivo.
O modelo judicialista
No modelo judicialista, a decisão das questões jurídicas administrativas cabe a tribunais
integrados numa ordem judicial (de acordo com o princípio de que julgar a administração é
verdadeiramente julgar), quer se trate de tribunais comuns ou de tribunais especializados em
razão da matéria. Pode-se distinguir três modelos básicos no tocante à organização do controlo
da Administração por tribunais integrados numa ordem judicial.
Conclusão
Não se pode esquecer, parafraseando PROSPER WEIL que: “... a conquista do Estado pelo
direito é relativamente recente e não está ainda terminada em toda a parte. Os lentos progressos
da organização internacional revelam-nos, num outro aspecto, esta repugnância de qualquer
“soberania” em admitir outro julgamento além do seu O Direito Administrativo materializa o
processo de autolimitação do Poder Público através do que MAURICE HAURIOU chamava a
instituição administrativa
Bibliografia
http://www.fd.ul.pt/ICJ/Iuscommunedocs/cistacgilles.pdf;
Decreto de 1 de Dezembro de 1869, reformando a administração, publicada in Legislação
Colonial 1869, pp. 595-603.
Resumo
Quando se fala da Administração pública, tem-se presente todo um conjunto de necessidades
colectivas cuja satisfação é assumida como tarefa fundamental do Estado através da provisão de
serviços públicos. Trata-se de um ramo do direito, que descreve o conjunto de agentes, serviços e
órgãos instituídos pelo Estado com o objectivo de fazer a gestão de certas áreas de uma
sociedade, tais como a Educação, Saúde, Cultura, etc. Dito doutra forma, a administração pública
é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos. Como todas áreas
de conhecimento, a administração pública tem evoluído ao longo do tempo, assistindo-se nos
últimos anos a um conjunto de desenvolvimentos teóricos que muito enriquecem e contribuem
para o estudo das organizações públicas