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SETEMBRO
A Santa Sé e o movimento
liturgico
D. B. Capelle, O. S. B.
"primeiro
mir a respeito do movimento liturgico. O
'
sobre ;
Cristo-Rei a instituição de uma festa
justificava
tancia da liturgia.
"mais
no ou ou no indefinido.
menos"
Julgou-se portan-
Onde Roma
do movimento liturgico.
profundidade quer
A ORDEM
196
e ser destas
páginas (1).
conservem todo o
sete textos
Afim de êsses
que
transcrevê-
documentário, começarmos
seu valor por
em nota. O comen-
com os originais
los, traduzidos
(2)
11 de Dezembro
PRIMAS, de
1. Enciclica
QUAS
-
Cristo Rei
de 1925 sôbre
da fé e revelar-
instruir o nas cousas
Para
povo
da vida, nada
assim as alegrias interiores possue
lhe
- dos documentos do
ainda do a
mistérios maior
que
- -
aquelas atin-
os mais instruídos ao
homens passo que
á inteli-
continuamente; falam estes
principalmente
á beleza e á diversidade
brar mais vivamente:
graças
ritual,
v
DIVINI CULTUS, de
2. Constituição apostólica
20 de Dèzembro de 1928
-
exceção feita á substancia do Sacri-
lhe
pois quanto
liturgiques" de Apareceu na
Maio de 1931 em Paris.
- -
ficio c dos Sacramentos tudo o ceri-
prescrever que
-
mônias, ritos, fórmulas, orações, canto assegure o
-'a
e dizia lei da oração determina a lei da crença.
que
-
-
Dei", depois oficio divino
de Deus opus e
as singelas melodias
na antigüidade,
já própria quanto
do Nas
correram o incremento da
piedade povo.
para
o bispo, o clero
velhas em nas
basilicas,
particular, quais
os louvores divinos,
e os fiéis cantavam alternadamente
-
a his-
os cantos liturgicos contribuíram
grandemente
- de bar-
um numero
tória o atesta trazer
para grande
templos, os
e á civilisação. Nos
baros, ao cristianismo
conhecer mais
católica aprenderam a
adversarios da fé
assim Va-
dogma da comunhão dos santos:
a fundo o
admiração \
romano, tomado de estranha
lente, imperador
mistérios, celebrados
majestade dos divinos
diante da
Milão, onde os
desfalecia; assim em
S. Basiüo,
por
fascinar as mui-
Ambrosio de
heréticos acusavam Sto.
^
tanto
liturgicos, esses cantos
tidões cantos que
pelos
e lhe inspiraram
o Agostinho
impressionaram
próprio
198 A ORDEM
fixar, de alteração, as
e
proteger preservar qualquer
e explicada ao cristão.
povo
preces publicas...
—
SETEMBRO
1938
199
restabelecido entre o
menos
povo, pelos as
para partes
as chamam, em o clero as
e associações
que
piedosas
culos legaram a
se achavam cheios
posteridade, porque
no de liturgia, realizado em de 27 a 29
Gênova
de NoVembro de 1934.
em torno de os se e os
si, esforçam
que por propagar
devem a
dos que presidir
a lembrança princípios
que
a lhe se-
dos meios
e a fixação propnos
essa atividade
o trabalho come-
intensificar
rem fornecidos,
permitam
esclarecida e^ coletiva
a uma atividade
çado, graças
A importan-
salutar expansao.
uma ampla e
revela
que
vir do
congresso precisamente,
cia desse parece
primeiro
o do movi-
trazer á luz
de êle programa
fato
procurar
mais vi-
mais oportuna,
luz tanto quanto
mento liturgico;
harmonizar os
de
a necessidade
se faz sentir
vãmente
liturgico com
desse movimento
e as realizações
objetivos
-
se
- ativos e florescentes
tão que
aqueles felizmente
e fácil ver
esse que
se considere programa,
menos
que
as formas de
piedade, quer privada
longe de
prescrever
Igreja,
e recomendadas pro-
admitidas pela
quer popular
do reli-
tanto espirito
a fidelidade
cura êle fortificar
no clero o zelo
favorecendo por
do culto eclesiástico,
e inteligente.
uma assistência fervorosa
o rito litur-
é relembrar
Eis que
por que preciso
as almas.
um a Deus e santificar
meio
para glorificar
deve
mister salientar um tão excelente
E' programa
que
a saber, a de
inspirar em duas idéias fundamentais,
se
tos mistérios...
—
SETEMBRO
1938
201
4. Resposta intermedio
do Cardial
por Pacelli
de 1934.)
nova liturgica
publicação editada
popular,
pela
"Opera
O aparecimento do hebdomadário
liturgico Vivi
'
nem sempre como seria fazê-lo e como o dese-
preciso
-
de oração, mas é elevar a os fi-
preciso^ pouco pouco
202 A ORDEM
— não cuidaria si
S. S. Padre, eu dela
valham a
verdadeiramente importantes,
cousas que pe-
a alma, a vida da
na delas nos ocupemos: Cristo,
que
"optimam
obra: elegisti ,
tinue a sua partem
grande
12 de Dezembro de 1935.
ência de
os liturgicos como o
e ilustrar textos
Difundir
de Mont César é
faz a Abadia Beneditina
(Louvain),
II COMENTÁRIO
-'cousas
a ser contada entre as raras verdadeiramente
-
mos"(3) e eu me lembrarei sempre do tom
profundo
tido.
—
nazes exprimiu-se o Papa com toda
preconceitos (4)
Cultus n°. 2)
(1) Divini (Documento
n.° 7)
(2) Autógrafo (Documento
de dezembro n.8 6)
(Documento
(3) Audijência
em P. L. XIX, 1934,
Ver I/idée Lliturgique, p.
(4) Q.
158 . 166.
—
SETEMBRO
1938
203
ca eu saiba
contêm os documentos
que que do magis-
exceção feita da
pete-lhe pois, substancia
do Sacrifício
e dos Sacramentos, -
tudo o
prescrever cerimônias,
que
"tos, formulas, -
oraçoes, canto assegura
o
perfeito
nome é Liturgia ou
peculiar sagrada"
exce-
por
lência".
é de assegurar o
çã° desempenho desse mi-
perfeito
nisterio augusto e
minisierium illud
publico, quibus
assim uma
A Igreja deve aqui
plena jurisdição.
prescre-
"praecipere".
ver
São as cerimônias, ritos formulas,
-'desse
ministério augusto e mas somente a-
publico",
o regula
Abrange e so-
quilo que perfeitamente. pois,
"culto
apex da frase:
final actio sacra
quasi praecellenter,
"ação
carecemos continuamente".
quais
''ação
estreita e miserá-
Como estamos longe da concepção
1930 o mo-
do em Antuérpia em
(1), protestávamos que
"não
de nem do arqueologia,
beleza estética,
ção gosto pela
* * *
por
imediatamente as conseqüências:
a santificação do
povo".
senão o lhe
que ensinam na Igreja nos ofícios em
que
mas, não é
o hábito
porque perdeu de tomar ver-
relembram ?
-
do ciclo liturgico anual temporal e santoral
gem próprio
-
nos oferece á contemplação tão harmoniosamente,
que
da Sagrada Escritura as
ginas e mesmas orações
m
meios fazer amá-la, convidando to-
próprios para
-'Para
enciclica miras instruir o nas
Quas (2). povo
Cultus n.# 2)
(1) Divini (Documento
n.° l.|
(2) Documento
206 A ORDEM
os mais sérios".
"Realmente
estes não
E eis aqui o comentário:
minoria de homens
influenciam senão uma
—
aquelas atin-
os mais instruidos ao
passo que
estes á in-
continuamente; falam
modo, principalmente
em sua emotividade
cisa ser também impressionado
ate transfor-
na divina nele
penetrará profundamente,
na vida espiritual.
energias o farão
progredir
_
estabelecendo o
cristã. O
protestantismo, principio
ção
é, católico. E
terio eclesiástico,
pois, profundamente
—
entusiásticos, os avisos as
os louvores Que
prescrições.
pedagogia penetrante!
enciado
profundamente aquilo
por só age sobre
^ que
beleza, e diversidade.
go pela pela Graças a esses
adeiro
Salavras lugar, entre os loca theologica. A liturgia
Igreja.
intrínseco oração
essa tão excecional, se
pelo qual
-'Ha
o seu lirismo contemplativo. uma cousa
guiar,
mento interior
em toda de emoção
que percebe plenitude
as Lá onde
magníficas orações do oficio dos domingos.
é sempre do
amparado e dirigido limpeza
pensa-
pela
Documento n." 6.
(1)
208 A ORDEM
cada ao cristão.
povo
"idéia
"idéia
ser meditada, do a 1
que primeira
de - - -
L'Esprit la liturgie Plon 1930 105
(1) Em pg.
- -
107
n.° 2
(2) Documento
- Mont-César.)
111 112.
pg. (Louvain,
SETEMBRO —
1938
209
o
principio tudo. E', í'a
que governa diz o Papa, união
a hierarquia sacerdotal".
Procurara descrevera
cm Divini
ja cultus^ citan-
reuniões desempenham
gradas as suas funções
em vir-
os seus
próprios".
"os
rárquico. Os sacerdotes aí são apresentados como
"causa
"Por
a Ele -'Igreja
somos unidos" Eis aí a em oração"
(2).
* * *
defini-la o
e lhe dar as suas normas. Primeiro, Papa
-
reconhece nome.
o movimento liturgico a cousa e o
"que
-
Louva-o e Disse-o clara-
ele
quer progrida".
desde
a sua
primeira página.
n.° 2)
(2) Divini Cultus
(Documento
110 A ORDEM
-'Não
ha nada de novo no de orientar a
propósito
-'reconquistar"
Tratava-se de os fiéis. Hoje ainda é
ção.
"reacender
"essa
-'optima
de obra", a Seria não tê-la compre-
pars".
''uma
ao Congresso de Gênova
(1) Carta n.8 3)
(Documento
n.° 6)
(3) (Documento
n.° 4)
(4) (Documento
—
SETEMBRO
1938
211
sacra da Igreja
gia
(1)".
riencia o atesta.
que Induzi-los
á
sem lhes dar
pratica
a verdadeira compreensão,
sem lhes
explicar
paciente-
cas se eficientemente,
que procederá mas fazendo agir:
inteligente
participaçao eis o método
eficiente.
An-
insiste "im-
nesse
evoca os cristãos
ponto: de outróra
buidos do zelo
pela e espirito
pelo liturgico,
^
piedade
studio ac liturgiae
pietatis spiritu imbuti,
e de-
clara
sob a influencia de
que Pio X, o
cristão
povo
medida
se tornava mais
que compenetrado
pelo senso
rito, -'E'
tudo seria vão. o espirito é importante".
que
(2)
nalise,
infundir novamente nos fiéis, é essa
procuramos
adesão integral á
e viva Igreja, esposa e corpo misti-
co de Cristo, mãe de os
todos cristãos, rezando
pelos
n.° 6)
(2) (Documento
ao de Gênova n.° 3)
congresso
(3) Carta (Documento
212 A ORDEM
no sagrado aí hau-
Os fiéis se reúnem lugar
para
fonte tomando
rir a como em sua
principal,
piedade
mistérios da Igreja e
uma ativa nos veneráveis
parte
Daí um diretor
nas orações e solenes.
principio
publicas
necessário, est,
absoluto: E' absolutamente
pernecesse
de estranhos ou de
os fiéis não tenham atitude
que
espectadores silenciosos.
da Igreja em oração;
não são estranhos, mas membros
-um é
coro imenso", familia católica", e
grande
se reúnem em
sob esse titulo formal é
preciso que
? * *
—
escolhos. Não são ilusórios e a ação liturgica seu
para
"Io.
-'2o.
Os meios oportunos esse fim não consistem em
para
-
Cultus Comparar com as correspon-
(1) Divini palavras
"0,s
cernir as restaurações
desejáveis
possíveis, e oportunas
-
3o- Longe de
as formas
prescrever de
piedade,
car uma
existente E' reler
prática qualquer. preciso
do congresso.
preocupação
-'não
O Papa aí repete o ê
principio que preciso
^
Sroibir
e oração". Mas de dizer acei-
acabava a Igreja
que
-'modos
ta de muito deficientes muito
rezar são e
que
imperfeitos", -'por
e a sua largueza é vezes in-
que
''assim
"Espirito
a
No da liturgia'Guardini tende demais
pulares. por
em
confundidas Liturgique et non liturgique,
o artigo:
(Ver
- á
fér. 1,27 147. devo-
des. Sem. liturg. Vol. X, Quanto
p.
muitas vezes
freqüentemente imperfeita,
ção popular perpetua
eliminar-se!
214 A ORDEM
essas de bondade, em se
pronumciou palavras que
-'que
dos homens: seja assim, diz ela; não
já que podeis
rezeis verdadeiramente".
que
o se
Sorque saber como ela entende a oração então é
quer
* * *
da fé e da
em todas as condições da vida"
piedade,
-'tomar
Deseja vê-la um
(1). novo impulso", convida
"
"
a levar mais longe o trabalho começado
(2),
"continuar
a nossa obra"
grande (3). Que poderíamos
ao P. Gemelli n.® 5)
(1) Carta (Documento
ao congresso de Gênova
(2) Carta n.° 6)
(Documento
de 12 de dezembro n.°
(3) Audiência 6)
(Documento
A crise das vocações e o dever dos
leigos no Brasil
oaquim de Sales
J
-
deante dos olhos do Homem Deus o imenso
panora-
Apostolos no tempo
E houve tão
porque poucos
os de hoje
de e tão são
padres pora
Jesus poucos
tão numero de
socorrerem espiritualmente um
grande
e difundir os
se conservar
para quantos proponham
diariamene, sôbre a
divinos e renovar
ensinamentos
a
verdadeiramente eleitas, gran-
duzir as almas pois
a das
deza Sacerdotal corresponde grandeza
da missão
a carac-
constituem
abnegações e renuncias
que
de Cns~
dos ministros
terislica o mistério
e
grâiidc
Israel, as multi-
terras de
to Percorrendo as
Jesus.
Elas testemu-
de David.
dões o Filho
acompanham
d Aquele Quc
nharam milagres P^~
os estupendos
o aplaudiram e lhe
o bem, elas
sou a vida espalhando
do mais alto
em transportes
entoaram hosanas,
a hora
se aproximava
regosijo mas
coletivo; quando
216
A ORDEM
donaram -'estranha
achando sua Durus est
palavra":
sementeira organisada
grande Nosso Senhor, Ele
por
e recrutar um numero
pensava maior de co-
queria
2ue
ivino, não basta o chamamento ou
pois a vocação,
_
electi*** Estas
do Salvador
palavras encerravam a
um tempo uma
verdade e uma dôr
grande
profunda,
em fóra.
C) acompanhavam.
quantos Em vão realisava os maio-
de fé e de
pouca nenhuma compreensão.
quasi Mas o
mitir o
recebera
poder que do Pae. O Ele
que
uista de almas, ás
se deveriam
quais dedicar,
^ pondo
Entrai
estreita, larga
pela porta é a e es-
pois
porta
o caminho conduz
paçoso á
que e não
perdição pou-
os e caluniam, afim de
pelos que perseguem que pos-
a da sua e miseri-
a tudo aplicando sanção
justiça
cordia.
Eles hão de
rugem dos vermes tudo destroem.
e
que
lá onde
o do só deve estar
rugem, tesouro
pois padre
se identifique
o coração. E' mister
estiver seu
que
é o ministro
o o Senhor de
com Quem
Jesus
padre
servir a dois
excelencia. Ninguém
e o servo pode
por
vidas antagônicas;
estes vivem
senhores
,
quando
um
e o outro a imundicie;
um é a quando
quando pureza
a salvação e
um é
é a o outro a treva;
luz e
quando
e ao di-
-'Não a Deus
o servir
outro a ruina.
podeis
tempo .
nheiro ao mesmo
Nao deve
mesma,
ha. de ser a abnegaçao
O
padre
-
Os
a sua subsistência. pas-
com
preocupar-se própria
e vosso Pai
e nem colhem
saros do céu não semeiam
os
valem mais
os nutre. E não que passa-
Celeste
o vos
-'Porque com
vos inquietais que
ros ?" também
^
os lirios do vale.
como crescem
haveis de vestir? Olhai
218 A ORDEM
digo Salomão,
em todo o seu esplendor
que nun-
"Não
ca se vestiu como um só desses lirios..."
vos inquieteis,
com o
portanto, de beber,
que .haveis
e sua e todas
justiça estas coisas vos serão dadas
simplesmente o mandamento.
E' ainda renun-
preciso
de servir a Deus e o
com mais eficiencia
próximo e li-
berdade.
tos e renuncias
sem as (juais não ê aos minis-
possivel
tros manterem
e continuarem a obra divina da re-
foi,
prometeu a existencia
portanto, dura, foram in-
as
gratidões, a chacota,
perseguições, a injustiça, o
desprezo,
e a maldade
dos homens contra aaueles
oue
esse
quanto devia aterrar
programa e afastar
grande
numero de candidatos,
multi vocati,
vero electi.
pauci
Dentre aqueles
o seguiam,
que dominados
sua dou-
pela
tnna,
seus milagres
pelos e seus exemplos,
pelos mui-
o
seriam os
poucos escolhidos, os
se ajustariam
que
a vida de abnegaçõos
e de sacrifícios de toda especie e
de todos os momentos.
* * *
Os bispos de nossos
dias igualmente
cada vez mais
onde a missão
países sacerdotal
não
exige tão radicais
abandonos.
Ha alguns anos
passados ainda
quando era bispo
de Corumbá, D. Maurício,
hoje
chefe da diocesse de
Bragança,
em S. Paulo, ouvi dos
lábios do
próprios
virtuoso ilustre
e
a rapida
prelado descrição
do era
que
a sua vasta
espiritual.
jurisdição Dois
apenasl
padres
—
SETEMBRO
1938
219
voluntários as milicias
inexistentes
para praticamente
* * *
oportunidades e ás exigen-
bordinada á contigencia das
na
da mesma forma
Será a Ação Católica
praticada
Suissa ? Sera
como na
Espanha convulsionada, pacata
na Ingla-
como ha de ser
ela desenvolvida na França,
nos
na Polonia, na Rumania,
terra, na Itaiia, na Suécia,
No
ou na China?
no Brasil, no
Estados Unidos, Japão,
as
segundo
variar tais
Brasil devem
processos
proprio
da Ação Cato-
os métodos
diocesses. Não é
possivel que
com
no Rio de
lica aqui Janeiro,
sejam empregados
o fos-
de desejar
cerca como seria que
de 200
padres,
Goiaz ou Corumbá.
sem no Amazonas, em
e extensissimos, priva-
Nesses lugares afastados
^e
da Ação Cato-
aos menbros
dos de ministros da Igreja,
220 A ORDEM
vros
e autenticando os nomes dos nubentes,
próprios na
moribundos,
confortando-os com exortações adequadas
de resignação -'Cavalheiro
e O
sem medo
piedade. e
não se confessou
padre ao seu escudeiro? Não
pre-
to da
mas um
penitencia, ato
praticar de
publico
perfeita.
caravanas
de
propaganda e comercial.
política Também
afim de
padre, levarem até aos mais afastados rincões
do Brasil a
de Deus, diretamente
palavra autorisados
bispos. Os bispos
pelos organisar
podem os missionários
leigos mcumbindo-os
de difundir a doutrina
lá onde
a ignorancia,
facilitando
consideravelmente
a obra fu-
tura do na sua
padre sagrada missão de atar e desatar,
e ouvir e
em nome do
perdoar,
recebeu de
poder que
almas /!...
* * *
Hierarquia
Eclesiástica, -'Padres"
os
Leigos, os
Missionários de calças,
jaqueta e
gravata...
Modernismo
senil
"L/intelligence
est au-dessus
du iemps.
"Le
Maritain,
J* Docteur
Angelique").
Padre Leopoldo
Aires
numero 4 da -"Diretrizes",
0 revista
se
que publi-
-preparar
a técnicos, isto é, dotadas de sufi-
pessoas
"A
de oficios ou de artes...
ou
parar práticos profissionais
se o o serve e o desenvolve...
homem
para preparar que
de ciências, uma
Uma escola de educação, uma escola
^
o objetivo desinte-
escola de filosofia e letras... com
ser de-
ressado de cultura, não
é meu) podem
(o grifo
mais no
paiz".
mesmo no
Está aí, não foi apenas o tecnicismo,
foi o cul-
sentido mas também
de técnicas superiores,
em si
intelectual
turalismo considera a cultura
(que
deve-se o
assinados Ao naturalismo
á Universidade.
dissociando-
erro os valores relativos,
de autonomizar
dentre os
os do o mais fundamental
espiritual, é
que
valores naturalista,
De inspiração portanto,
humanos.
222
A ORDEM
foi a iniciativa
realizou a instituição
que universita-
na do Distrito Federal.
Procura depois o articulista
salientar o contraste
entre a arquitetura da
primeira
Universidade
e a sua estrutura atual opondo ao ide-
ador daquela, -
homem do seu tempo", o remodelador
de -
agora, representante
entre nós da corrente inte*
insiste
em aconselhar
o retorno á claridade crepuscular
a mentalidade
do
e a do ultimo mentor
primeiro da
Universidade.
Todavia são injustas, a respeito do ulti-
"ho-
traste. Era -
o -
Reitor o articulista
primeiro
para
versidade
criou, figurava
que a formação técnica. Âcaso
universitário;
programa tão só, em nenhum deles
pre-
lho,
que a nossa
pretenciosamente, época haver
julga
monopolisado.
Quer-se, entretanto, esse associado ao
espirito de estudo.
versidade
do século X, segundo o discurso do Reitor,
"O
o saber e a ação, a tradição
e a invenção.
fim
de uma Universidade
o discurso)
(diz não é apenas a
"Não
seu citado discurso,
já está isto:
terá ela Uni°
(a
v^. e^ e a de busca-la
possível que eternamente". Tal
estudos forem de
e um orientador
que da cultura,
qual-
universitário,
nao trae o espirito sectarista
já o
que
com isso
planejou, contraditoriamente,
pretendendo, dar
—
SETEMBRO
1938
223
risaismo da liderdade de
cultural... Mas, a
pesquiza
articulista a de fazer-lhe
ponto o ser alguém
pensar que
-^hiperbólico",
durante o cada ramo de ciência
qual
da luz su-
integrante da ciência, é subir
pesquiza
aos ulti-
das intuições supremas, nos levam
perior que
ou herdadas, na
ou ás ultimas verdades, conhecidas
o do Reitor
ordem sobrenatural". Entre
pensamento
224 A
ORDEM '"
"Os
Reitor da Universidade, ao tomar
males
posse: da
na m
mais das lesões na vida do
profunda espirito e conse-
aglomerado de
porque, disiecta
membra".
"Precizamos
novas a interpretar
gerações a vida e a conceber o uni-
Para o articulista
com duas
que fulmina-
penadas
trinas do Aquinatense, só é
o movimento,
progresso em
-
Emstein -
e o articulista
lia o surto
paiavrca das ei-
"Sept
Maritain, no seu
escreve J. livro
leçons sur l'être",
a arte do filosofo
misturar com a tarefa do alfaite.
"Le
^
"julgar
mente barbaro No
lar daqueles
(sic.) primeiro citados
no diferem o
á sabedoria o
que progresso peculiar e
"mistério" "pro-
de modo diverso) as
Ias e
palavras
"problema".
''miste-
"o
em sem-
tões,
que predomina problema", postula
de modalidades na conceituação do
uma sucessão
pre
do conhecimento afim
lução só é
proprio problemático;
demonstra-lo á atividade
de claramente
particular
"As-
as es-
sim mudam e se sucedem
paisagens para quem
-'Diretrizes", usa
Ora, o articulista de
tá viajando".
-'Pontos tomis-
de vista
expressão idêntica (o
quasi
na marcha da huma-
mo) ficaram muito traz
já para
que
modo inverso ao de
nidade", mais, de
para proceder
226
A ORDEM
Maritain, isto é, -
no
para generalizar erra
que pois,
-
á filosofia, atividade ontologica, o critério cinematieo
da mutação vertiginosa
dos aspetos defronte á retina do
observador. De sorte
a ciência
que para dos feno-
menos, o
se faz substituição.
progresso
por Onde
o Espeto mistério",
porém, predomina o
progresso es~
to. A inteligência
mergulha no ser e dele extrai sempre
m
trama de
princípios, e robustecido
perpetuado tra-
pela
dição doutrinai -
vivificadora vetera novis augere et
Desorientou-se -
perficere. a inteligência
moderna
diz
-
Maritain depois
Descartes, negando
que a teologia,
e Kant, negando
a metafísica, a deixaram, indigente de
sespiritualizar
o conhecimento,
incapacitando-o
o
para
mistério ontologico
e buscando deformá-lo
na subordi-
evolução fenomenica.
i A moderna re-
de tantos
perar, séculos.
Chama o Padre Webert,
J.
"...uma
esja ar^en^e aspiração á tranqüilidade,
i ~
luzões. sucessivamente
relegados,
a" inteligência
moder-
na acha-se sedenta de um
pensamento substancial e
construtor .
de
da verdade.
perquinção E' assim acidental. A dos
E o moderno
pois si mesmo.
por Daí o furor depre-
nal,
velho. Daí,
passado, estas declarações vacuas
em torno do otimismo
moderno,
exalçado num con-
fronto é
que pejorativo as cousas
para e as doutrinas
SETEMBRO —
1938
227
^ ' ignorancia
geral em filo-
#•
de e se caricaturam
pensar, uns arroubos
ça de devoção
A recente remodelação
da Universidade
do Distri-
ao Tome a um
passado. sociologo moderno:
palavra
"O
transcrevi se encontra em en
pedagogique
—
France" F. Alcan, 1938.
- -
Nem o Reitor o ficou manifesto nem
que já
Ele continuaria a
to Tomás. A resposta é categórica.
construção doutri-
caria sem duvida o estilo da sua
dade
encontrasse sob os despojos
que dos sistemas frágeis,
construídos
nossos filosofos,
pelos ele o assimilaria
á
"anacro-
Maurice Blondel, não de todo o
que perfilha
"O
culista, consagrou-lhe
estes dizeres: verdadeiro
método de -aprofundamento"
Santo Tomás é
"dedução". primeiro
E assim
que trabalhar com ele e como
e completando-as
plicando-as as afirmações
funda-
ao tomismo:
surpreza
não conhece
para quem
não
a uma
porte pertence a
geração, todos os
pertence
séculos • O
Ch. Gide
protestante citado
(ainda
pelo
"A
P. L. Franca) escreveu: renascença
da escola cato-
lica do tomismo
torna hoje indispensável
o estudo des-
tas doutrinas,
se
que fosseis, e desenter-
julgavam
que
radas
tao vivas
parecem e semelhantes ás atuais,
que
nos maravilhamos
de ver
quão temos
pouco progresso
bate, conhecendo-o
so através
de informações male-
"no
doutrinas tomistas,
em
Sorbonne, meio do
plena
deslumbramento
da era nova",
despertam avidez e
^
interesse
meio do moderno
(2), por e origina] comenta-
me é de hoje em diante,
possível, abandonar o estudo
Nouvelles Litteraires" 3
1925). O articulis-
Janvier
- -
transparece de todo o artigo
que com os axi-
pelo
dernismo senil...
-Diretrizes"
O artigo de apareceu sem assinatura
"Fóssil
"Diretrizes",
interessante: enquanto no
to e lá encontro a noticia de um fato
o vale
a um nome do mundo cientifico europeu,
que
grande
—• a 50 alunos,
aí, dizia eu, é de 40
xeira Penido a frequencia
"auspicioso
mental da
o não de ser indicio de saúde
deixa
que
a revista,
havia sido entregue
A tempo: este artigo
Já
o sr. Alceu
se exonerou
da Reitoria da Universidade
quando
mais do
aqui não fiz
entretanto, eu que
Amoroso Lima. Como,
e so
atitude cultural
defender filosofica, uma
uma
posição
—
a oportuni-
a assumiu
acidentalmente me refiro aquele
que
de nenhum
é e
e razões pois,
dade destes argumentos perene,
"e.
L. Aires.
vicissitudes...
modo, as invalidam
quaisquer
de 1938.
Rio, Setembro
¥
Ferreira
Viana
ligioso, íntemerato
espirito de
e liberdade,
justiça en-
tranhado desvelo
pela desta terra.
pobre gente E
por-
seus contemporâneos.
Em meio á nossa vida
política
artificial, viciada
representações
pelas inexpressivas
^ ^ e
atitudes
distantes
pelas dos verdadeiros
anseios do
homens como
povo, Ferreira Viana são o simbolo do
secular e imenso
protesto e a sua voz o eco dos mi-
defendem.
que Nele rebentam
as correntes insopitaveis
correm nas
que Sua atitude
profundezas. intrépida,
seu
desvelo constante
sofrimento das
pelo massas
e seu es-
místico assemelham
pirito um desses maravilhosos
po-
artesianos,
ços donde repontam,
com espontanea
e ad-
Poucos
na historia
políticos, do nosso
têm
país,
compreendido
e tido a coragem de representar
a força,
os sentimentos
e os impulsos
dessas
reservas
grandes
nas conformações
jurídicas e sociais das leis e institui-
Ferreira Viana
Çoes- o ouvido
pos no coração desta
"cantochão
terra, auscultou o
dos dinamos
pande pro-
fundos
e espelhou em sua admiravel
atitude os traços
representativos
da verdadeira
alma do brasileiro,
povo
sentimento religioso,
profundo muitas vezes oculto mas
convivência
social e^ da luta
existencia de cada um;
pela
caracterisa e
que exalta os mais expressivos lances
SETEMBRO—
1938
231
da nossa historia,
alicerce
se aprofunda
que em tre*
uma finalmente,
geração; esse olhar debruçado
sobre
compreensão do a aproveitar
potencial a siner-
para
do corpo desse -
americano
poros gigante educação e
um nem
anulava a outra.
"Indepen-
do homem da liberdade.
e amante
justo
-
á humanidade comunidades religiosas
pelas
-
diz ele em discurso indepen-
seu
primeiro
direitos in-
treze séculos, independente de seus
mudo ao sa-
contestáveis, eu não assistir
poderia
do forte .
crificio do fraco saciar a avidês
para
dos
Foi conhecida conveniência
essa mudes, tão
pela
nossos soube
homens ele guardar
públicos, que jamais
causa. Estrei-
do estava em
a fraquêsa
quando justo
a tanto
ando religião tanto amou,
na defesa da que
que
marcan-
serviu foi uma das
e cuja qualidades
pratica
culmina, como
tes vida, Ferreira Viana
de toda a sua
232 A
ORDEM
e na
político celebre dolorosa
jurista, e
dos
Questão
Dispôs, defendendo
a as
e
justiça do
prerrogativas
po-
cilitado
pelo e uma
poder equivoca situação
por
poli-
tico-rehgiosa
originada
que, na colonia, terminaria
inevitavelmente
uma
crise ou uma
por heresia.
Quando
tantos
transigem
com suas convicções
e muitos
se
acovardam,
ele enfrenta o situacionismo
de então, des-
interesses
preza e facilidades
e o seu alto
põe saber
e a sua
coragem na
grande defêsa dos Bispos sacrifi-
cados ao cumprimento
estrito dos seus deveres.
Mas o
apenas nesses
momentos
grandes da historia de sua vida
e da historia do seu
e sim, também,
povo no viver di-
material
tanto opõe
que a civilisação
católica lati-
e
e
protestante. O eu
que não é deste
quero mundo
e o o mundo
que me
pôde dar eu não
quero"
e a sua resposta
evangélica
aos
que inda-
poderiam
o
gar ele
que com o incansavel
pretendia
labor do seu
aevotamento.
* * *
A
grande^
popularidade desfrutou
que em seu tem-
deve-a
po,
principalmente, ás suas destemerosas
porém,
atitudes na defêsa
da liberdade.
Rarissimos
homens têm
aparecido,
no cenário
brasileiro
político empenhados
em ta° alta
e
presistente campanha
em
das li-
pról
herdades
Não
publicas. lhe maculam
o verbo o opor-
doutnnador;
seu combate
o de um apostolo.
Defendia
convicção
pela de
era necessário
que defender,
pela
compreensão
que da realidade
possuía
do seu
politica
inato sentimento
pais, pelo de
justiça e liberdade
que
modelava
o seu caráter,
sentido
pelo do mundo
de imponderáveis,
histórica
dos
povos se
71 para em chuvas
precipitar
beneiicas ou
em tempestades
ameaçadoras.
O
povo
olhava-o
como o seu
como aquele
paladino, expri-
que
SETEMBRO -
1938
233
mia os anseios
profundos, ele não
que chegara a concei-
-Defensor
das liberdades —
políticas'9 chamou-o
sua atividade de
prodigiosa e de
jornalista
parlamentar
"O
bre a vida em nosso
publica disse está
país: que
-'um
ficou como dos espiritos mais acentuadamente
tempos futuros".
"Ao
—
ameaçado. o de Cezar,
principio pagão gênio
—
cristão o da li-
devemos opor o
principio gênio
—
aos seus eleitores e defi-
herdade" diz ele falando
de conduta sem*
nindo magistralmente a linha
que para
e social.
de e li-
religioso e o espirito
O sentimento justiça
um moti-
Viana não eram apenas
derdade de Ferreira
ou de rasgos oratorios.
vo de atitudes Quando
políticas
fez o
chamado á administração que pregava,
publica,
na assistência
idéias, desvelou-se
concretisou as suas
necessidades
das duas imensas
social, indo ao encontro
a aten-
chamando
ha séculos, esbracejam
que, quatro
e saúde.
do Brasil^ educação
dos homens
ção públicos
e de ampa-
higiênico
O interesse escolar,^
pelo problema
a
administrativ
toda atividade
ro aos desvalidos
polarisa
da Corte
Municipal
de Ferreira Viana, como
presidente
234 A
ORDEM
constituem
seu afan
seu desvelo
prediléto, constante
seu interesse
de
todos os dias.
Aí estão ainda
ho e'
as suas "Casa
criações,
principalmente esta
de São
agora
Jose , Instituto
com o nome do criador
e cuio
cioncoentenano
se comemora.
esse alti°
P°r sentimento
de solidariedade
hurr^l0Vld0
e
da
social necessaria
.poética ao
seu^í
seu pCOmPree?fSo
Ferreira
país, Viana
foi um verdadeiro
reformador
da assistência
no Rio
publica de
Seu
Janeiro. X de
administrador
despojava-se,
dos formalismos
porém, m
e
ocolos
pro e
de lado
punha as distancias
constrange-
aUtor,dade
e os. necessitados.
Dos asilos
e escoks não
era aPenas
o Criador,
mas
também
o as-
!
siduo visitante,
o
protetor e amigo
As crianças
e enfermos
beneficiados
não eram nara
ele meros
números
de
estatísticas,
mas
coraçfc
« o
seu afagava
e em cuja convivência
vivia
£
queri-
das roubadas q
á sua erande "r* j j í
como PaSS°U
tentos
Tubos"
eT^u^mnlo^V^
exemplo
continua
a ser
lição nara oc r,^ r
S1S°S
carnand°
carateristicos
fundamentais jlaS'
da
elevou-se
?osso P?vo, acima
dõ
pkSÔ ..
político e intelectual,
surgindo
comtf fiV» r S
com
<* <™£s
etonos
deC hün,ana'
°p °S temP?s'
08 eleitos da
Virtude, '
aqueles
n™'
q^is a
6 S"'
biu,
em arremesso
raro
de
Ulê^^^TT"011"5!.
Pasmando um m
homem
de exceção. De,eza'
Bio tipologia
nt edieval
de Santo
Alberto
Magno
Hamilton
Nogueira
Nos compêndios
de Biotipologia,
mesmo
aqueles
se referem
mais detalhadamente
que
á
histórica
parte
desse de
,ramo Biologia Humana,
notam-se,
apenas,
ligeiras referencias
aos estudos medievais,
como si nes**
tudos científicos*
Semelhante atitude é um reflexo
da
da inteligência no
quistas decorrer da Idade Média.
-
mas esqueceram verdadeira Mendel
a causa realmente
nisá-la. só um objetivo
Fugindo de
qualquer polemica,
236
A ORDEM
meios médicos,
_ _ utií
pareceu-nos
1
a sua divulgação.
Veremos
documentação
pela apre-
sentada, como
existe um
impressionante
paralelismo
entre a doutrina
dos temperamentos
de Pende
e a dou-
em referencia
ao de vista
ponto endocrinologico.
Mas
e esse Alberto,
quem o Grande?
as suãs
Quais cre-
denciais
ser citado num
para congresso
cientifico?
Pos-
sivelmente
essas
perguntas dos lábios
partirão de mui-
Alberto Magno
ser considerado,
pode sem favor al-
uma das
gum, mais belas inteligências
iluminaram
que
q mundo
e um
legitimo
homem de ciência,
qualquer
seja a definição
que se dê a essa
que Mesmo
palavra.
no conceito
positmsta, limita o campo da
que ciência
ao domínio da observação
e da experiencia,
foi ele um
verdadeiro
homem
de ciência.
No seu tempo
foi o
os seus contemporâneos.
E éra de fato, imensa,
a sua
sede de saber.
Basta lermos os títulos das suas obras
para
vermos
não
houve aspeto
que da realidade
universal
tivesse
que escapado a sua curiosidade.
Sua obra
(1)
i
* i
De Proedicabilibus
(1) et Proedicamentis,
in Locicam
super
p4:
i b%?
xá)
"
"
lib' "
IIL Ehicor. lib. X.
PoliUcó^Vh Vín T^etoph'ysiCOr-
GnAU eí sensato lib- I- -
De Memo-
ia
na e
et rÍv' / i k tt
Remimscent. -
hb. II. De Somno et vigília lib. -
I. De
motibus ammalium
lib. II. -
De
juventule et sen,ectute lib. I.
' "
11
De et vila lib.
e< ,reSP'cat,°ní
u rimen^o
et nutribili lib. -
I. De Nat. et. Orig. animae
SETEMBRO —
1938
ser considerada
como verdadeira
pôde
Suma do co-
nhecmcnto humano
até o Século
XIJI.
E' através de
Magno
Alberto o Ocidente
que recebe
em toda a sua
o
autentico
pureza pensamento de
Aristóteles,
até en-
tão deturpado
filosofos
pelos arabes.
filosofos, matematicos,
alquimistas
e médicos
arabes,
constituída Alkendi
e Alfarabi,
por Algazel
e Abubar,
e os escritos daqueles
i • i" i> '| eruditos
livre de interpretações
pletamente errôneas. E foi tão
a impressão o
profunda que aristotelico
pensamento
chegaram a negar
qualquer aos seus co-
personalidade
"o
- -
li,b. I. intellectus centra Averrohem lib. I. De Intel-
De Unit.
- -
lectu et intelligibili lib. II. De Natura locorum lib. I. De
-
Causis lib. I. De Passionibus aeris
elemenjtorum
proprietatum
-
lib. - Plant. lib. VII. De Principiis
,1. De Vegetal, et.
- -
motus Summa de Creaturis Speculum astro-
lib.T.
progressivi
—
- De Apprehensione
nomicum - lib. XVI
lib. I. De Animalibus
-
lib. I. De Al-
et apprehensionis modis II. Philosophia
pauperum
chimia lib. I.
"Revue
198- 244. Trabalho
na XXXVI
Thomiste", (1931) pp.
-
- P. e de Fr. M. Con-
da autoria H. Laurent O. J.
de Fr. M.
gar, O. P.
258
A ORDEM
diziam:
Albertus Magnus,
magnus in magia
major
in
maximus
philosophia, in theologia"
Considera-
(1).
vam-no,
de fato, um verdadeiro
mágico,
^ um
ho-
mem verdadeiramente
miraculoso. E na
palavra de UI-
''vir
rich Enhelbert,
in omni scientia adeo versatus,
ut
nostr\, tempons
stupor et miraculum
congrue
vocari
. Professor
possit (2) dos mais eminentes,
as suas
aulas,
em Paris,
quer em Colonia
quer eram concor-
ridissimas.
ii, dizem mesmo os autores
em Paris
que,
tão
era a afluência
grande de alunos
nâo havia
que
mais sala
comportasse o
que numeroso
auditorio,
ten-
a lecionar em
plena praça
pu-
b£ca obrigado
Mas, do
de vista
ponto cientifico,
puramente
qual
foi a contribuição
real de Alberto
Magno ? A
primeira
contribuição
é um roteiro admiravel
o conheci-
para
sua.bel? classificação
de ciências.
Segundo
Vai-
iCOwt?
et "aparece
a ciência
(3). Alberto Magno
para
sob duas
manifestações
grandes
ela é contemplativa
gerais:
ou
A
pratica. se divide
primeira em física,
matematica
e_ metafísica,
segundo
se elevem nas suas abstra-
acima dos
çoes indivíduos,
mas não da matéria
sen-
inteligível
ou da
quantidade, acima,
enfim, de toda
Cr t?da, a materia.
Não conside-
-
LF
rando senão a digmdade
dessas
ciências,
a metafisi-
ca ocupa,
incontestavelmente,
o
primeiro lugar. Vem
em segundo as matematicas,
e enfim a fisica. Mas a
ordem do conhecimento
é inversa
á da sua excelencia:
-O
estudo, -
de fato,
diz
Santo Alberto
não começa
(4),
maior
em si mas
é mais fa-
pelo que
Ííl i,
c 1 de conhecer.
Ora, a mteligencia
humana,
em vir-
Liedlt;7 "
Albert le
Grand
et Saint Thomas d'Aquin
52.
pg.
(<ll
Albeçt
le Grand 2
v nVfn " pg.
"
Philosophie
197
Yní ií?IS pg.
Alberto Magno Physcia
(4)
II. tr. I, c. I.
—
SETEMBRO
1938
sentidos, imaginação
pela e razão
pelos
pela (tal
a física)
como (1), depois á
passar-se-á ciência
se
que pó-
de adquirir imaginação e
pela razão
pela como
(tal
as matematicas), e terminar-se-á
aquela de-
por
que
exclusivamente da razão
como a metafísica)".
pende (tal
"o
elevando-se do sensivel ao
gradativamente inteligi-
"Com
tes"
(2).
das E no seu
fia a tradição é a mais fraca
provas (3).
"De
- a ne-
Mtindo et Co elo"
tratado
(4) proclama
de^ uma
no entanto,
terrestres. Toda ciência
precisa,
-
ensine a
disciplina oriente o
pensamento, que
que
enfim, a
a a
raciocinar, a discutir, procurar,
julgar,
da Lógica
atingir: é o
verdade se papel
que quer
Alberto Magno
E e comentada
a Lógica estudada por
medievais determinavam
- os filosofos
Física,
Pelo termo
(1)
todas as
dita, como também
não sómçnte a Fisica
propriamente
ciências naturais. _
?
L.I,c. 2, ò.
De Praedic.
Magno,
(1) Alberto
42 ^
ob. cit.
Van Weddingen, pg.
(2) Cons.
opinião e nao
ter uma
seria vergonhoso
filosofia,
(3) "Em
sem
faltar uma só Alberto Magno, nos seus
palavra.
"O
-
habito diz Vallet, foi sobrio em detalhes e explica-
"Novum
"Instauratio
obra a denominou
grande Magna Sei-
que
- -'De
um em inglez Dignitate et Augmentis Scienti-
- -"Novum
arum", e outro em latim Organum". O ter-
—
No dizer -'O
de Barbe: faltava sobretudo á
que
o Novo Órgão.
pecialmente Para Bacon são os fatos
as causas e as conseqüências.
O conjunto desses
pro-
o método de Bacon,
ninguém antes
porque dele en-
-
Barbe, }Philosophie 662.
(22)
pg.
—
SETEMBRO 1938 241
adhuc in ex singularibus
quibus quaeri-
quaedam
Magno a insistir no
não se limitou apenas Alberto
um experimentador. E levando-
Ele foi
proprio grande
na naturesa. Mesmo as
tantas verdades desvendadas
quando
em foram realizadas, o
ciência técnica do tempo
que gênio
o verdadeiro cria-
Magno deve ser considerado
Alberto
"Tudo
do em-
vem, da nossa experiencia,
própria quer
quer
só a experiencia
càsôs semelhantes
em
porque
- tr. I, c. Iv.
Magno De Praedicabil.
(1) Albecto
- natureües au Moyen-Age.
Hist oire des sciences
(2) Pouchet
242
A ORDEM
"Oportet
Bernard, afirmava
fizeram
quando que que
ro"
(3).
do; e ultimamente,
no exame critico da
do
geografia
a influencia
exerce sobre os
que climas, não somente a
berto Magno
a explicação dada
Kircher no
por
^antecipa
-
(1) Alberto Magno Eth. VI. tr. II. c. 22
de Maistre -
(2) Cons. Joseph Examen de la
de
philosophie
Bacon
-
(3) Claude Bernard Introduction
no dominio da Biologia.
•"Alberto
Magno, monge dominico, maestro de Santo
"Le
"TI
"les
9 I » ¦¦¦ ¦
-
— Barcelona,
Macedo. Biologia Fundamental.
(2) Morales
1936.
ob. cit. 79
Liechty,
(1) pg.
244
A ORDEM
idades
passadas."
de um Klages, exemplo.
por
Ele reconhece
ção. sua naturesa espiritual,
que, pela
as suas manifestações
atravéz da matéria corporal não
"Licet
do seu tratado
palavras de anima: anima et
subjectum
naturalis, est tamen
philosophiae es-
principium
turais, ciências
dependem da
que observação
e da ex-
periencia.
E segundo -
JeanGuiraud, a estrutura do corpo huma-
tion, II. 8
pg.
I
—
SETEMBRO 1938 245
'^Levados
-
dos estudos de Blainville, de G. Saint Hilaire e de Goe-
"o
-
estudos de fisiologia de Santo Alberto, e no di-
psico
"eles
-'in
dos olhos oculis
á fisionomia principaliter
porque
simul
physionomi".
Alberto Magno
o corpo e a alma,
as relações entre
da fisiognomia, dando
a antiga doutrina
desenvolve
á biotipologia me-
realmente carateristico
um cunho
diríamos hoje), á
dieval physionomia (como
(como
E' verdadeiramente
nessas diferenças individuais
resultantes
da constituição intima de cada indivíduo
está o objeto
que da biotipologia.
proprio
A alma não -
é individualisada
diz Alberto, senão
é recebida num
quando determinado
corpo, do
qual
e nao a forma
é o
? que da
^^teria^ principio
individual
ao". Nesse conceito lapidar
está sinte-
ante,
Alberto Magno,
que tal como fazem hoje os mais
eminentes biotipologistas,
relacionará
o temperamento
e
F. M. Barbado desenvolve
magnificamente
essa
tese no numero
especial da Revista
Tomista,
dedicado
a Santo Alberto. E desse trabalho
vamos
reproduzir
interessantíssimas.
pesquizas
Confrontando
os
temperamentos
quatro estudados
Santo Al-
por
erto com
dos temperamentos
quatro mais tipicos des-
cri os Pende,
por Barbado notou um
im-
paralelismo
pressionante, como
ser verificado
pôde neste
quadro
comparativo
retiramos
que da sua bela
monografia.
Temperamento
e carater
segundo
Santo
Alberto
Magno
e Pende
ALBERTO
MAGNO PENDE
Temperamento
colérico
Temperamento
Hiper-
iroideano
-
a) Fisionomia
Os cole-
a) Fisionomia -
Longiti-
ceis* za
habitual.
Physionomie,
le Tempérament
Pa ParAfdo' ,La et le
et ,a
™ ¦&«*.
«-e
$ESS>d
ágr"pie 1rd
Alberto Magno,
(2) De anima, 1. II, XIV XV.
SETEMBRO —
1938
247
—
b) Carater
São ágeis, —
b) Carater
Domina so-
muito
leves
e instáveis.
bretudo
irritabili-
grande
dade
inquieta-
psíquica...
cerebral, instabilida-
ção
de de todo o
processo
psiquico.
Temperamento
melan-
Temperamento -
Hipo
colico
suprarenalico
—
a) Fisionomia
Os me- —
a) Fisionomia
Habito
lancolicos
são tenros,
microsplannico
pe- longili-
e escuros.
quenos neo com tronco hipo-
Ossos tubulares
plástico.
delicados,
magreza
e ca-
chexia habituais...
pele
hipotrofica
com aumento
do
pigmento.
—
b) Carater Tem —
b) Carater
pensa- Depressão
mentos
e
graves quasi de toda a energia
grave
imóveis:
e as suas fói mas
mental,
exhauribi-
grave
em si divertimento al-
abulia, melancólica,
tris-
E também tem má
gum. teza invencível, falta de
são amados;
procuram
to de insonia.
Temperamento
Fleu- Temperamento
Hipo-
matico
tiroideano
—
a) —
Fisionomia São a) Fisionomia Habito
pe-
-amarelada -
gue. suja Reação
—
vaso motora lenta.
248
A ORDEM
acrocianose, tendencia
ao
da de frio, extremidade
—
b) Cara ter —
São b) Carater Apatia, len-
pre-
sonolentos
guiçosos, e tidão de todo o
processo
moles, de beleza
femi- Inteligência
psyco.
quasi
sonolentos,
tímidos...
e Freqüentemente
inferior
o
e a memória
gênio á média. Fácil esgota-
de sono.
Temperamento
San- T emperamento
Hiper-
guineo suprarenalico
—
a) Fisionomia
Os san- —
a) Fisionomia
Habito
são de boa
guineos carne apopletico
com hiper-
feita.
muscular.
pertonia
—
b) Carater
Saode com- —
b) Carater
Grande ener-
agradabibssima,
piexao
moral intelectual,
gia e
naotristes
nas vicissitu-
Euphoria.
rança,
de
e ex-
gênio
Convém notar
nos seus
que, estudos, Alberto
Magno
reporta-se
sempre aos antigos,
particularmente a Aris-
toteles
e ao medico
e filosofo
arabe
Avicena.
E
na
exposição da sua doutrina
dos temperamentos,
mui-
tas das
suas observações
e raciocínios
confirmam
o
"Como
" d°s
®eu^ ant?«ssores.
- Alberto
?l,
de
A»!í°teles,
é bom
lembrar,
F M VT ?
®?,F-
Barbado,
o Filosofo
que numa
passagem
Problei"as
distingue
dois
temera-
mprrfr»6
mentos l
melancohcos:
o frio
e o
Supera-
quente.
bundancia
do humor
melancolico
frio
torpor,
produz
enfraquecimento
da energia
e temor;
e chega a
£0-
a eStU.pldfZ 81 é em
q^ntidade excessiva
A
a bundancia
do humor
ao contrario,
quente, dá lugar
a um
carater alegre, loquaz,
intrépido,
com inclina-
—
SETEMBRO
1938
249
ao amor, a cólera, á
çoes ambição;
em caso de ex-
''Aristóteles
cesso determina
loucura furiosa.
diz ainda
si a melancolia
que, se acumula
quente na
par-
te em se encontra
que o orgão do
sobre-
pensamento,
vem fenômenos
se observam
que nas sibilas e nas ba-
cantes, e si ao contrario,
esse humor
abunda no cen-
com se distingam
que suas aptidões ás
por letras,
ás artes ou á administração
e cita como
publica;
são libidinosos".
-Tara
encontrar os fatores endocrinologicos
equi-
- -
dispõe se disse á critica e á abstração
já meta-
está o hipertiroidismo.
-"Por
outro lado, os traços fisionomicos Al-
que
''qui
-'longitipia
les do temperamento hipertiroideano:
"E'
acrescentar no Hipertiroidis-
preciso que
"caratteri
bene sv ilup-
mo se os sessuali
encontram
-
Aristóteles dizendo: me-
coincide a afirmação de
com
sunt". Pro-
lancholici libidinosi (Aristóteles.
plerique
"Esta
freqüente do
blemata). ligação gênio, quer
os impetuosos instintos
filosofico com
artístico
quer
-
Marafion e Pende. Cumpre
nos, como testemunham
250
A ORDEM
afirmar
pois o temperamento
que de
falam Aris-
que
toteles
e Alberto o Grande tem base
endocrino-
por
lógica a
predominância da função tiroideana, á
qual
outras,
juntam e em a função
particular
geiutal.
A coincidência
entre a descrição
quasi perfeita de Al-
berto o Grande
e a nos dá um dos especialistas
que
mais autorizados
da endocrinologia, é uma
mui-
prova
to clara de
as
que modernas relativas
pesquizas ao
tema
tratamos não
que trazem nada de substancial-
mente novo
ás doutrinas
tradicionais da nossa escola
psicologica.
Si bem
enriquecida
que estudos
pelos e
pelas
expenencias^
dos
modernos,
pesquizadores a doutrina
da correlação
entre a forma corporal, o temperamento
nova. Os filosofos
antigos
a conheciam,
já e os filo-
sotos medievas,
principalmente Avicena,
Alberto
Magno
e o. Tomas de Aquino,
deram-lhe um desenvol-
vimento
notável.
"S.
-
Tomás
escreve F. M. Barbado, não se con-
tenta "diversae
de afirmar
em
geral habitudi-
que,
proveniunt ex diversa
corporis
ísposi íone
mas assinala,
, além disso, de maneira
concreta, um
numero
grande de correlações
entre o
temperamento
e o carater;
ele explica ainda em
que
consiste
essa disposição
do corpo da
dependem
qual as
diversas
aptidões
mentais,
dizendo
é a compo-
que
siçao humoral
do sangue,
ou dizendo
de outro modo
a compleição.
Por isso afirma,
um lado,
por al-
que
maiSi
mteliêentes
do
outros
que em
"diversitas
e?T
comP'«içSo:
com-
n ^n,Ja íe,
inteiligendi
vel meliorem
,/acultatem
vil fUSat
boiiani
; e,
outro
? por lado,
ensina
j que a
predommanaa de tais
paixões depende
da diferen-
comP1?'Çao:,. -vdemus
ex diversis
complexio-
PassÍones attrfbuun-
1"*
túr lnTl^"
ammae n *dlVerSaS
. De sorte
segundo
que, o santo
Doutor
esferas da vida -
psíquica intelectual
e afeti-
ependem, nas
suas diferenças
- individuais,
da
^
composição
do sangue .
Vê-se
estamos em
que
modernidade,
plena
em
pie-
—
SETEMBRO
1938 251
110 doutrina
dinamico-humo-
psicologica
ral. «Mas
nos extender
podemos aos antigos humores
-
secreção interna fato -
hoje incontestável
vemos
,
que
"Alberto
humores se derramavam no sangue.
que Mag-
dos hu-
contrarias
aqueles em as
que propriedades
a duas".
autores medie-
notar-se muitos
E' curioso que
muitos
ás mesmas conclusoes pcs-
vais chegaram que
respeito á compo-
no diz
modernos
que
quizadores
organismo da mesma
de cada
sição
química particular
de um mesmo
de cada orgão
mais ainda
especie, e
a importancia e^s
organismo. Compreende-se pois
da compleição
do corpo,
davam ao conhecimento
jie
psico-afetivas.
252
A ORDEM
Tomas,
os médicos
podem da bondade
julgar do en-
tendimento".
Não ha negar
este ultimo
que conceito
ser considerado
pode como uma larga visão da moder-
Poderíamos
citar ainda algumas dezenas de
pro-
de Santo
posições Alberto Magno e de S. Tomás <le
ado em textos
ser facilmente
que podem consultados,
suficientemente
prova aquilo nos
que de-
propuzemos
monstrar:
a existencia de uma biotipologia
medieval,
concorda nas
que suas
linlias com
grandes as mais
modernas
doutrinas
biotipologicas.
"Nouvelle
99
Revue
de
Hongrie
REVISTA
CATÓLICA
MENSAL
Diretor
GEORGES
OTTILIK
Redação
e Administração:
Budapest
VI, Váci
Kôvut,
3
Assinatura
anual
150
francos
O Direito e suas relações
as com a
Moral e a Economia
Reginaldo SanfAna
-
1. O direito e as suas relações com a mo-
"Funda-se
-
tes, a vida externa e a vida interior constituem es-
-
o Direito, não ser
seguinte, a ordem exterior
pode
-
externa a coação. Entre este e as
sobre a força
Donde
se conclue
a coação não
que base
possue
psi-
cologica e representa
o fundamento independente
e
externo do Direito".
A conciencia
é apenas
a vida individual;
para
se trata da
quando vida em sociedade, deixamo-la
completamente
de lado, incumbindo
ao Estado
har-
monizar
coercitivamente
as liberdades em choque.
Na
sociedade, objetiva-se
apenas o equilibrio mecânico
das liberdades,
sem se ter nada a ver com a vida in-
terior
a um outro
que pertence mundo..:
Fica, de um
se conhecem
e nem se encontram. Esse espirito de
antinomia do racionalismo,
além de se manifestar
nessa dissociação
entre o Direiro e a Moral,
e com tu-
do o —
esta acima da
que Moral, seccionou o Direito
das ordens
lhe são inferiores,
que como a ordem
eco-
nomica.
Nos sabemos
toda Economia
que Classica
se
baseia no dogma
do determinismo.
Impossível
atuar
afirmações
dogmaticas,
nada resta. ao Direito
senão
numa indiferença
permanecer
budica deante
de
qual-
fenomeno
quer economico.
O Direito não
consi-
pode
^
naturalmente
produzido
pelas
leirW^conom"11
O Direito
fica reduzido
a uma múmia
em face
de tal concepção.
Marx
foi muito mais sincero do
que
os
pensadores burgueses,
aceitando
porque o determi-
msmo
economico,
subordinou
o Direito a esse deter-
minismo.
Um Direito vazio, num
espaço vazio, um
Direito abstrato
como o concebeu
a burguezia,
sem
relações
com esse mundo
onde os homens
se agitam
criam industrias,
fundam
empresas, -
comerciam,
é
um ireito inexistente.
A múmia
era considerada
um ser vivo,
e Marx demonstrou
era um cada
que ver
com espanto
hipócrita
da burguezia.
Algumas
considerações
,; a respeito
da
n
Ordejn
Jurídica. Entremos
na analise
do conteúdo
da ordem
jurídica. Nos
vimos
já a ordem
que
júri-
—
SETEMBRO 1938
255
as diferencie. A segunda é a se
particular que
que
A legal, a se dá dos
Justiça o
que particulares para
-
Comum, é alheia também a idéia de igual-
qualquer
da ordem Tomando a
plexidade jurídica. palavra Jus-
"é
-'Ora,
continua em seguida: regular essas rela-
para
do decalogo á
preceitos pertencem Justiça".
nossas obriga-
ocupa das
se
do
do exame quarto que
Doutor Angélico,
diz o quando
com os
ções para pais,
"As
da
seis últimos: partes Jus-
dos
a tratar
passa
temos
nossas dividas
as que
nos mandam
tiça pagar
a nos
e determinadas pessoas, que
com certas
para
Assim também
razHO especial»
âlgumâ
obrigamos
por
o
nos manda
dita pagar que
a
Justiça propriamente
e depois do
com Deus;
nossos deveres
os para
prir
cumprimos o
filial,
o da pelo qual
piedade
quarto,
íncluc todas as
e <jue
com os
dever pais ^
para
razão especial,
em alguma
obrigações fundadas
se estabele-
consequencia,
necessário que
era por
a
concernentes Justiça pro~
cessem certos
preceitos
os nossos de-
nos manda cumprir
dita,
que
priamente
com todos."
veres em
geral para
exclusivamente da
dimensão: constituia-se
uma
-'ordem
nessa Eram as
viesse se entrosar pes-
geral".
regidas normas
livres e iguais, em
sôas principio pelas
"ordem
estabeleciam obriga-
comuns da
geral", que
em todas as rela-
estavam
ses presentes
pressupostos
"ordens
fundamentadas em
comuns, das
particulares"
—
determinadas entidades, o
e
atributos especificos
do Bem Comum.
—
os contratos, daqueles deveres especiais devemos
que
258 A ORDEM
elemento desempenho,
uma função
No exerci*
própria.
Essa diferenciação
é uma necessidade
social, essa hie-
rarquia é indispensável
ao fim da instituição.
O con-
onentando-as
o fim as
ponentes, transcende.
para que
instituições diversas,
atingir finalidades
procurando va-
Codigos, ás
e ás legislações
Jurisprudências dos Es-
"mera
tados. Mesmo o Direito não
porque é uma se-
todas as organizações
sociais. Como se estabelece a"or-
Uma figura
ter a forma contratual
jurídica pode e
nenhuma
organização, repudiam hie-
que qualquer
rarquia
e autoridade, tendo como a
pressupostos liber-
*1 * i aT Jl
dade
e a igualdade, chamamos relações
de con-
tratuais.
Uma interessante é a do compor-
questão
A ORDEM
260
-
instituição, é uma tarefa onde se encontrarão, muitas
e terminam os sentidos.
çam
-
III. Ligação da ordem á mo—
ordem
juridica
—
ral. Nós consideramos o Espirito e a Matéria for-
que
-'uma
diz Bossuet, o Espirito é substancia racio-
que
-'Os
acendem uma
admira veis de
Jesus-Cristo: que
eles vejam as
dos homens" exterior)
(vida que
a indispensável visão
nos Céus", Os antigos tiveram
-
ordem moral unidade do corpo e do espirito,
A
-
unidade dos direitos da
e a ordem
persona-
jurídica
uma vez os
dem estar separadas e em desacordo,
que
manifestar de
direitos da têm se
personalidade que
e matéria em
acordo com a naturesa humana, espirito
A Moral esta,
atentar contra esta naturesa.
podem
as duas or-
indecisa na transição entre
nas uma faixa
a ordem e
dens. Os antigos admitiram entre
juridica
a ordem da equi-
a uma ordem intermediária:
mora],
262 A ORDEM
conhecer.
-
IV. Ligação entre a ordem e a or-
jurídica
—
dem economica. O Direito, d? Ordem Univer-
parcela
com as ordens -
lhe estão abaixo a ordem fisica,
que
-
mais
a ordem economica.
próxima vimos
Já que
a Economia -
Classica fundamentava-se
em um dogma
o determinismo.
A ação natural das forças economicas
levariam a sociedade ao á
e Si as leis
progresso paz.
e impossível
químicas, admitir-se a intervenção do Di-
um
inexistente,
problema havia cometido o
^ pois
grave
e como
jurídico, si fossem esferas insusceptiveis
de se
chocarem
em virtude da ação natural da lei da
gra-
vitação.
Vamos determinar os
de entie o
pontos
junção
moderna
teoria da Economia
Institucional. E' uma
nova
escola se baseia muito mais
que na experiencia
e na observação
a Economia
que Naturalista e a Psi-
cologica. Excele
estudar as
por empresas, as organi-
—
SETEMBRO 1938
263
os economistas do século
passado na
pensavam que
em o de finalidade. Nós
põe primeiro plano principio
264 A ORDEM
í*Les
em Nouveaux Courants de la Theorie Economi-
"A
-
aux E'tats Unis", diz: Economia de Commóns
que
e ser substituídas
parecer relações têm mais
por que
flexibilidade
e ao mesmo tempo mais finalidade. Pon-
do em
o de
primeiro plano finalidade, Com-
principio
mons humaniza
a Economia.
O Homem transaciona,
comercia, visando
satisfazer necessidades
presentes
ou futuras, caminhando
a consecução
para de fins ori-
dentro de
guiados si mesmo. E o Homem, acrescen-
visar objetivos
venham violar
que o equilibrio social,
"Le
Este deve
jurídico. regular aquele. Renard, em
das normas
no desenrolar
jurídicas de um fenomeno
economico, dizendo
aquelas
que adeantar, atra-
podem
trolando-lhe
a velocidade, aumentando-a,
ou diminuindo-a.
—
SETEMBRO 1938 265
elementos componentes.
-
tres especies de transações: I) Transação de troca.
-
E' a transação dos mercados, entre vendedor e com-
tornar indispensável a do
cessidade. E, si se
presença
-
Transação de direção e administração.
deste. II)
a das riquezas.
produção E' a transação
economica
entre o contra-mestre
gado, e o operário. Ela só se es-
tabelece depois
o operário ingressa na Usina.
que
•
se trata de
Quando saber o é devido ao ope-
# que
tiça distrbutiva.
E' essa diz: Si o opera-
Justiça que
no concorreu
os fins da
para da empresa
produção
para
a ingressou,^
a sua remuneração,
qual como a de todos
aqueles contribuíram
que a empreza com bens
para ou tra-
tude da
legal. Na realidade,
Justiça reina a
distri-
Justiça
butiva ? Evidentemente
não. Existem
que explorações,
com concorrem.
que Mas,
evitar esses
para males, é
necessaria a integração
da Economia no Direito.
-
de repartição.
"Transações Dizem respeito
de coletividade.
Será,
exemplo, o
por fato de uma
sociedade anônima
reparte os
que dividendos
entre os
acionistas, ou o da assembleia
legislativa
votando
a repartição
dos impostos
entre os cidadãos.
Essas duas
transações,
repartição
de benefícios,
distribuição
de
O Direito
contribue
dar maior
para beleza á or-
dem economica.
Ela constitue
uma seção da Ordem
Universal,
e si se destacar
da
lhe é superior
parte
que
e vizinha, nao
participará do esplendor
da harmonia do
no caos,
de odios
plena e de desordens.
O
grande
mal
herdamos
da cultura
que do século
foi
passado
o espirito de dissociação
e separação.
O isolamento
das -
tres ordens
a moral,
a
e a eco-
jurídica
-
nomica
so tem trazido
prejuízos. A Economia
foi en-
tregue as suas
forças,
próprias e surgiu a desordem
no mundo
economico,
originando
revoltas.
O Direito
isolou-se
da Moral,
e consagrou
todas as expio-
rações.
E tudo isso não foi mais do a consequen-
que
—
SETEMBRO 1938 267
A ordem moral,
preendida pelos pensadores. e
jurídica
•'fA
Ordem o mundo: o mundo da matéria e
governa
nosso umverso;
Universo; e
é ae
de n<
nossa razão achar repou-
proprio
a é a sua desforra."
Justiça (1)
—
«Le L'Ordre Raison».
Georges Renard Droit, et La
(!)
Letras contemporânea*
Serrano
Jonatas
—
Carlos Alberto Niunes OS BRASILEI-
—
- —
DAS S. Paulo Elvino Pa cai, ed. 1938.
—
Maria —
Eugenia Celso
JEUNESSE
saparecimento da Mais
ainda:
poesia. precisamente a
dominancia da E as conclusões do
prosa. filosofo,
que
tente
(os a miúdo coexistem
qualificativos no mesmo
—
individuo)
á vista
pode primeira no
parecer que,
-
de após 1914 1918, é sobrevivência inútil e moribunda
o culto da
e em especial
poesia assim) no
(digamo-lo
apressada
suposição,
em tão sumário. A
juizo morte
da
Religião
própria afinal, sobreexcele,
^ (que, e de
muito, em valores
humanos, Poesia e Ciência) tem
já
sido inúmeras
vezes
E, no final das
proclamada. con-
tas, morreram,
morrem
e morrerão os lhe
que passam
e. st ri a, so desaparecerão
com o desapare-
proprio
cimento da Especie,
o bipede
quando hou-
privilegiado
ta
predestinado.
me a realidade
e não depende,
psicologica em essencia,
dos assuntos.
Rima e métrica,
naturalmente, variam,
evoluem,
complicam-se, reduzem-se,
desaparecem ás
vezes
reaparecer,
para com mais vigor: não
quiçá são
0 essencial. O verso,
proprio esse tem a mesma imor-
—
SETEMBRO 1938 269
verdade, Mr.
Jourdain?)
mil E Os Brasileidas,
provas. que provai poema que
-
decassílabos, demonstra a fascinação
sos exer-
que
-Constituiu
trições. Textualmente: mim verdadei-
para
nha de 17 de
Julho.)
tados Dantas.
por Júlio
"A
de bolchevismo intelectual do
e afirma
qual com
"por
razão toda
que a inutilidade
parte preconiza das
regras
a destruição dos
gramaticais, monumentos
e dos
cânones lingüísticos
e a instituição da anarquia
idi-
omática universal/'
cimento mesmo do
de lei se
português afigura
origi-
nalidade
e talvez de
prova sentimento
pouco na cio na-
lista... Um Albano, na
José sua época, era um insulado
já
naculidade
algo mórbido,
caso
a reclamar
patólogico,
intervenções
terapêuticas....
dissimo
dos ainda
grupo estudam
que e estão em con-
classicas não
guas^ e se intimidam
com o riso da igno-
rancia
Pois si
presumida. até ousa ressucitar
o Olimpo
-
e ainda -
pecado mais
mescla os
grave mitos amerin-
os e °s heróis
precolombianos aos deuses
e semideu-
ses homericos
e virgilianos!
Anacronismo?
Não se es-
o
queça se inclue
que poema no
épico e o
gênero
poeta manter
quis a tradição
vinda da Iliada até os
Lusíadas.
Também
na obra
camoniana
prima o ma-
ravilhoso
reúne mitos
e dogmas
cristãos.
lod,° °
Problema está em
¦ saber si
, a nossa época
ma comum.
Mas
porventura não
terá o artista o di-
anacronismo:
não se está a erguer uma em S. Paulo?
K concluída,
quando não
será muito
mais bela do
que
uhra"modernos
de capitais adian-
tadissimTs°?StrengOS
ê
Naturalmente
um
poema épico
exige tal soma de
cu ura
faze-lo, ou
que, para mesmo só
entendê"
para
—
SETEMBRO
1938
271
lo, haverá
mui restrito.
publico Admitamos
haja
que
apenas algumas
centenas: o critério
da valia de uma
até
em regra, é o contrário.
que Em
hipótese,
qualquer
um minueto ou uma
por ou uma
gavota, sonata ou
nascença,
ou mesmo á maneira clássica;
si um autor
não
um erudito
poderá abalançar-se
poéta a uma
Como
se o fato
quer que é este
pense,
que poema
contém
realmente belas.
passagens Musica de decas-
-
ao erudito autor,
par, também de
pecado Odorico Men-
des e do -
Castilho é
proprio o excesso de inversões,
nismos, de metlaplasmos
e de tropos, de meto-
mmias e sinedoques,
de
propositados e não raro
obscunssimos
arcaísmos neologias.
e
Para o leitor co-
mum assume o
o aspeto de
poema obra hermética, e
o de
quasi livro escrito em idioma estranho.
^carater
mopia vocabular
caracteriza a nossa
que época. Para
entretanto
esteja em
quem condições de lhe saborear
vo^ade o mel do
genuino Himeto, o tres-
j prazer,
agudos,
repontam aqui
que e ali,
porventura para que-
ou mesmo os
graves, esdruxulos.
Alguns versos, em con-
traste
com a
do estão a
perfeição geral exi-
poema,
leves retoques.
gir
Tetos a
que dos Homens abafam
grita
canto V, 572)
(
272 A ORDEM
to VIII, 458)-
cantado.
sas letras.
também um a de todos
(e nos forma-
pouco quantos
Todo o volume
esta impregnado
de
e da
poesia
melhor, da
a ultima
primeira Forma
página. e fundo
se harmonizam
admiravelmente:
variedades
de ritmos
de imagens,
propriedade naturalidade
sem trivialidade'
revela
Jeunesse melhor confirma,
(ou
porque o sa-
já
buscados,
artifícios, alma vibra
que e sabe
exprimir
as
ne sais
Je chanter
que ma
peine
Tal é a
linha do
primeira soneto inicial.
E as duas
ultimas
confirmam
e explicam:
Oh! mon
coeur trop
pauvre
poete
Pour
la vie
que te combler!
püt
Compreende-se
bem o deve
haver de
que sinceri-
dade naquele
formoso
e expressivo
S'en aller,
nós
que
mesmo
tentamos um dia trasladar
ao nossso idioma.
Compreendem-se
também as ultinas
estrofes da derra-
deira
pagina:
Si sentant vaciller
ta flame,
oh! Poésie,
Au froid d un mortel
abandon,
u desertes
d un monde
ou les hommes
i (oublient
T
L<e naut
de ton
prix émotion,
II serait inhumain
mon couer
que te
(survive
Uans ce supreme
arrachement.
Toi
donnes le
qui Reve
á toute ame captive
Delivre-moi,
en m'emportant!
O cinema tem,
muita
para feito lamenta-
gente,
a verdadeira finalidade
da
arte. Filmes
própria
poli-
ciais, iilmes idiotas, filmes
ensinam o vicio
que e o cri-
de
e da beleza,
está fazendo
reviver a
banida
poesia
m
mens e uma menina raros
e em outros de valor
>
m
' v
4
Registro
focalizar o assunto
estranha a alguns
parece e conduz
não á suposição de
poucos o Chefe da Igreja, tal-
que
dor
Pelo menos a imprensa
polemico. do Fuehrer e seus
no exterior,
porta-vozes empenham-se
em fazer crer
tinado
contra o regime
partis-pris vigente na cha-
mada
Alemanha, não
grande somente se mostra in-
como exorbita
justo, de sua autoridade,
estendendo seu
a coisas meramente
julgamento
e aos nego-
políticas
relações
entre a Santa Sé e Berlim vem durando
que
ha mais de 2 anos.
Agravaçao
do Por
desgraça, inúmeros
são
conflito* os
fatores contribuam
que para
alimentar
esse conflito e mesmo
agravá-lo.
para Até os acontecimentos
internacionais
em lugar de concorrerem
a reconciliação
para entre o
tehgencia. E evidente
a cinica brutal
que e anexaçao
sistemático
e impiedoso de tudo formava a fi-
quanto
de sua religião,
quentemente só criar novos
poderia
obstáculos
aos esforços de
entre o Gover-
pacificação
no Nacional-socialista
e o Poder espiritual. E como si
cificação, a nova
internacional italiana,
poiitica veio
trazer-lhe
um contingente inesperado de dificuldades
276
A ORDEM
dos não
a esperança de reconduzir
que perderam a
aceitas em documento
e solene como
publico é uma
L/oncordata.
O contingente
Aqui mesmo, nesta secção,
fascista. temos
divulgado alguns fatos
inquietantes
da atualidade
fas-
esta,
levar á convicção
que podem do a apro-
que
ximação italo-germanica
se faz ao do sacrifício
preço
vão tamando na
italica, os
península assuntos
se
que
a racial,
prendem tendendo;
questão sempre mais, a as-
-Osservatore
no
Romano".
Infelizmente
atos oficiais
do
Governo
propno fascista vieram depois demons-
trar a corrente
que o impele
que á exacerbação
do
das circunstancias,
gravidade
Pio XI
oportuno
julgou
va onda -
de nacionalismo
exagerado",
tão contraria
a doutrina
católica
acrescentava
que, Sua
trazia implicitamente
em si mesmo a negação do Sim-
¦ ¦¦ —
»
As respostas
ao O Sr. Mussolini
sentindo-se
oanto Padre.
atingido
critica
pela do Sumo
Pontífice
ao nacionalismo
exa-
gerado, um discurso
pronunciou no dia 30 de
Junho
os
que italianos
jornais disseram
ser de resposta
áque-
a critica.
Nesse discurso,
contudo,
limitou-se
o Duce
a ahrmar
em
que de raça a
questão Italia seguia sim-
o
plesmente, o
programa Fascismo
que lhe traçara
ao
chegar ao
e nada
poder, impediria
que sua marcha
no
caminho
empreendera.
que Aqueles
repetindo
jornais
SETEMBRO— 1938 277
"Informa
matica",
sobre
publicou porém
a m
matéria em debate, uma nota mais moderada, in-
-defesa
e da do espiritual do Esta
patrimonio povo".
O importa si a
Saber racista da
que
política
a, influencias do exterior ou
sociais alemães,
com a tolerancia
que das autoridades
ritação demonstrada
com as
do Santo
palavras Padre,
de condenação
á idolatria
racista, significa
os fas-
que
cistas se doeram.
o não seria
que si entre
possivel ra-
cismo alemão
e racismo italiano não existisse maior
ou menor
solidariedade...
A competencia
do Chegou agora a vez de verifi-
Padre.
car si na
racista,
questão
pode
legitimamente
. _ intervir
a auto-
a
ridade do Papa.
Antes de tudo tenhamos
presente
e troianos
que gregos foram
sempre acordes
em afir-
mar, o Papa é
que excelencia
por uma autoridade
es-
Assim sendo,
piritual. necessariamente
todas as
ques-
toes espirituais devem
ser consideradas
de sua alçada.
-
Illustrazione
Diplomatica",
expontaneamente
re-
conhece
na "de-
que racista,
questão está incluída
a
tesa do
espiritual
patrimomo do
Acaso
povo". será
necessário
mais argumentos
nos convencermos
para de
seu direito,
como suprema
autoridade
espiritual?
Por-
ventura
aquela
publicação italiana
se equivoca
sobre
racista
qUestã(? ? De modo
nenhum.
E'
Qníü? ^f6Sa
suficiente,
reconhecer
para o seu acerto,
estar infor-
mado de tal
que como a
questão, Alemanha
e a Italia
e o;e compreendem
meio dos
por seus dirigentes,
da saúde
preservaçao e da vida do
ou de
povo,
pra-
facas
honestas, visando
o seu desenvolvimento
físico
em
condiçoes
de higiene
e robustês.
Não se trata igualmente
ae uma aceitavel
intervenção
do Estado no sentido
de
conservar
as características
essenciais
de um nação,
com
as
afirmou
quais sua
personalidade no meio
geogra-
fico,
na cultura
e na civilisação
mundiais.
Não,
tra-
ta-se de exigencias
da autoridade
incompati-
publica,
veis com a dignidade
da
humana
pessoa e as
prerroga-
—
SETEMBRO
1938
279
supremacia
de um tipo étnico, do
os demais não
qual
um culto orgulhoso
de si baseado
proprio, em um mes-
um
particularismo sombrio e de um imperialismo
in-
saciavel
, isso mesmo interessado,
por como adverte
"banir
o òanto Padre,
em a concepção
clara e
precisa
do Cristianismo
do ensino, da eaucação
e da orga-
mais na carta
entendermos
para o silencio do San-
que
ensivel,
dificilmente
porque ser interpretado
poderia
um intento visivelmente
dirigido contra a idéia cris-
sociedade;
eqüivaleria,
esta é a verdade, a uma tenta-
sacrilega de concordismo
entre o Cristo e o
{atlY*
Anti-Cristo.
Conferências
do Dr. A convite do Centro de Estu-
Alceu Amoroso
Lima dos
da Faculdade
Jurídicos de
em ®©lo Horizonte
Direito da Universidade
de
Belo-Horizonte
. esteve nessa ci-
,
°S as ^ deste mês o
^ nosso diretor
.e
rv. A^n^re
JJr. Alceu Amoroso^ Lima,
ali
que em va-
pronunciou
rias instituições
diversas
conferências.
Entre
e^as cumpre destacar
a teve tema
( que por
samente
mocidade mineira
pela e meios culturais
pelos
estudam e
que ter o
pode consolo de saber, não
que
da inteligência brasileira.
Sua culta,
palavra embora sem retórica, como
ouvida
sempre^ com agrado
e mais do isto com.
que
atenção,
e sempre embebida
pois do mais alto sentido
espiritual.
280
A ORDEM
De Belo-Horizonte
depois de ter ido até o velho
rendissimos
Padres Lazaristas
e alunos da Escola
pelos
Apostolica,
vendo
também ali
que naquêle remanso
de
e de estudo,
paz sua obra de dirigente dos católi-
cos e conhecida
e admirada.
Coroando
esses dias tao assmalaveis
de sua vida
infestação
de seus amigos,
que pela do sr.
palavra
Augusto
Frederico
Schmidt lhe testemunharam
toda
sua solidariedade.
Semana de Estudos
O Instituto
Católico de Es-
Tomistas*
tudos
Superiores
e o Centro
Vital
D. e levaram
t promoveram
se realizou
que no salão da Coligação
Católica Brasileira!
oram feitas,
sempre
com numerosa
assistência
—
Domingo
4, —
as 20,30
hs. Lição de aber-
tura
presidida S. Excia.
por o Sr. Núncio Aposto-
co Rev.Pe.Frei
Reginaldo
Garrigou
Lagrange,
~
*
e a filosofia
moderna/'
o iU, fomismo
5' -
horas
Rev-
.as
p_
Fe. - A7-30
Frei Sebastiao "A
Tauzm, —
O. P.
intuição
no bergsonismo
e no tomismo".
61 as —
17horas
-T^ça-;íeira Rev.
T Pe.
T
"A
Gualberto —
João do Amaral
filosofia de Santo
lomás,
simpatia
.
perene
-
Quinta-feira 8, as -
17,30
horas
Dr. Tasso
—
da Silveira -
A figura
e a vida de Santo Tomás".
—
oexta-feira
9, as 17,30 —
horas
Rev Pe
Maurilo "Nosso
Teixeira —
Leite
Penido
conheci-
mento
de Deus segundo
Santo Tomás:"
(l.a na ordem
parte) natural.
Sábado
10,^asi —
17,30 horas
Rev. Pe. Mau-
"Nosso
°r. eixeira —
Leite Penido
i conhecimento
de Deus,
segundo
Santo Tomás:"
—
SETEMBRO
1938
281
na ordem sobrenatural.
(2.a parte)
8,30 Horas
Missa na Igreja
com o
de Santo Tomás,
panegirico Rev. Pe.
pelo
Helder Camara.
—
Segunda-feira —
12, as 17,30 horas
Rev.
Pe. D. Xavier —
de Matos, O. S. í'A
B.
pedacofria
de Santo Tomás."
—
Terça-feira —
13, as 17,30 horas
Rev. Pe.
"A
D. Martinho —
Michler, O. B.
S. mistica de
Santo Tomás".
—
—
14, as 17,30
Quarta-feira horas
Sessão
—
de encerramento —
Dr. Alceu Amoroso Lima
"Os
sociais de
principios Santo Tomás."
Frei Valentim-Maria
Bréton, o. f. m. —
Novíssima
Vozes de Pettopolis,
editora. 1938. Preço 5$000.
Novíssima,
termo usado nas Escrituras,
e m
mesmo
no latim
corrente,
significa
as coisas verificadas
em
e o de últimos
fins, ou seja aquilo
encerra a vida
que
umana
sobre a terra.
Donde os novíssimos
do homem:
morte,
inferno,
juízo,
paraizo.
dades
essas os
que pregadores não esquecem de lem-
tianismo
e o amor de Deus
homem
pelo e a adoção
do homem
Deus, de
por a morte
que de Cristo na
Cruz constitue,
ao mesmo
tempo,
a revelação,
a
prova
e o símbolo.
O
mais importa
que ao homem
não é
I?°t-1,VO
insPirou
q"e este livro. E' uma forma
?
€( 1J?te^essan_íf
os cristãos
p^parar
4e
Dara T r t'
fec!,ad°s-
Destina-se
a toda
especie de
TwL F t''°S
esta,
isso, fadado
por a
otimos
produzir frutos.
L. S.
Lul#,.~
°
Problema da dor
jM~'° (nova
edição) —
9.» edição
Editora —
A. B. —
C. Rio 1938.
Acaba de ser
publicada mais uma —
edição
a
e conhe,^°
e espalhado
livriiiho
do
r™a 7 M l TtS?
nego Melo Lula: O
da dor".
problema
Num
estilo singelo,
ameno,
acessível
a todas as
e cabe na
que vida humana.
Dando-nos
como exem-
P , Cristo,
Jesus no Calvario
que, e no Horto,
re-
a a ultima
presen
da dor
palavra divinamente
conso-
ada, o autor
aponta o crucifixo
como o
livro
grande
—
SETEMBRO
1938
283
dos atribulados,
livro a todos
que cumpre consultar,
ler e meditar
incessantemente.
As sucessivas
edições da obra são uma demonstra-
clara
ção e evidente da sua aceitação
cada vez maior.
L- S-
—
He™JUe
Stieglitz Manual
do Catequísta
/t
—
IVj) Vozes de —
(lomo Petropolis, —
editora
1938
Preço 8$000.
damentos
da Lei de Deus e da Igreja, o
a
pecado,
virtude
e a O livro obedece
perfeição. a um método
fácil e se distingue
que clareza. A
pela matéria, antes
termo,
entrar-se na explanação,
para aplicação, re-
capitulação
e chegar-se á aplicação.
Livro indispensável
a todos os catequistas, muito
L. S.
Frei —
Basilio Rower, ofm. O Convento de
Santo Anto^iio — —
do Rio de
Rio 1937
Janeiro.
(2.» edição).
Nesse volumoso
livro de
500
quasi e
paginas
muitas
frei Basilio Rower
gravuras, conta a historia
sentidos alem
e do seu cunho
ao
particular quanto
convento, aproveita
á historia da capital
grandemente
A edição
primeira exgotou-se em 2 meses apenas
,
do seja o trabalho
geral que todos os titulos ilustre
por
L. S.
—
Walda Paixão —
Aventuras do Estevam
Vozes — —
de Petropolis,
editora 1938 Preço 3$000.
284 A ORDEM
-"Aventuras
Livro crianças, do Estevam"
para
L. S.
JORNAIS
- —
Comercio de S. Paulo O -
Jau' Globo
Rio - —
O Trabalho Porto Alegre Legionario
S. —
Paulo - —
Estrela da Manhã Rio A Cruz
Rio —Correio
- —
Catoüco Uberaba Magnificat
S. —
Paulo —
Gazeta de -
Nazaré Recife A Or-
—
-
dem Natal Pedra Branca -
Sul de Mi-
Jornal
~
nas - —
O Nordeste
Fortaleza
O Luzeiro
—
Curitiba A Cruz -
Cuiabá Senhor -
Bom
Jesus
Congonhas —
do Campo, Minas Idade -
Nova Porto
-
Alegre - -
O Sol Santos Dumont -
A Cruzada
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Sergipe Zealandia -
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REVISTAS
The Common.weal
União Pan-Americana
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anual
10$000
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Numero
iSi avulso
1$000
p
& Católica
e
Racismo
(Carta ás Universidades
e Faculdades
Católicas
sobre
a Igreja
Católica Racismo.)
e
Sagrada
Congregação
Roma, 13 —
de Abril
1938.
ano
passado, na vespera do nascimento
de Nos-
na sua alocução
aos eminentes
cardiais
e aos
pre-
lados da Cuna romana,
falou com tristeza
da
grave
perseguição
que como todos
grassa, sabem,
contra a
lgre,a
católica na Alemanha.
Mas a
principal alli-
do Santo
çao Padre e
desculpar
que para uma
in-
tao
justiça inventam-se
grande, calúnias
absurdas
e
espalham-se
as mas
perniciosas doutrinas, falsamente
disfarçadas
sob o nome de ciência,
para os
perverter
empreguem
que todos seus esforços
e sua atividade
defender
Para a verdade
contra invasão
a
do erro.
ambem os mestres
devem
empregar
todos os meios
a apologetica,
as ciências
jurídicas e morais, armas
suficientes
rebater
para as seguintes objeções:
As raças humanas,
)
,1* seus caracteres
pelos na-
turais e imutáveis,
são de tal módo diferentes,
que
a mais humilde dentre
elas está mais longe da mais impor-
tante,
a mais
elevada
que especie animal.
2. ) E
preciso todos os
por meios conservar
e
conduz a
que esse resultado
é, fáto mesmo,
pelo ho-
nesto
e
permitido.
todas as
que intelectuais
qualidades e morais
deri-
vam,
como de sua fonte
principal.
I
292 A ORDEM
supremo.
adaptar-se a ela.
a sagrada.
purpura
—
servo em Cristo Ernesto Ruffini, secretario;