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Formato: PDF
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Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89340-68-3
Editora e-Publicar
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br
Sumário
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................................... 9
HORTA ESCOLAR: CONTRIBUIÇÕES PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAR NO
PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO/CAFS/UFPI ......... 9
Carlene Carvalho Rezende
Adeisa Pereira da Silva
Raquel Silva Santos
Ágata Laisa Laremberg Alves Cavalcanti
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................................ 22
A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NO ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA COMUNIDADE GRUTA
DE ANTÔNIA LUZIA: UM ESTUDO DE CASO .................................................................... 22
Ademir Guilherme de Oliveira
Cleomara Gomes de Sousa
Carlos Eduardo Maia da Silva
Priscila Sousa Pereira
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................................ 33
UMA PROPOSTA DE PROCESSO BASEADA NO FRAMEWORK SCRUM PARA O
GERENCIAMENTO DE AULAS ........................................................................................... 33
Francenila Rodrigues Junior
Felipe Furtado
Gustavo Alexandre
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................................ 53
PROTAGONISMO JUVENIL NAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO:
ORIGEM E REPERCUSSÕES NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE ................................... 53
Dayane Priscilla Bernardes Anjos
Iracema Campos Cusati
Neide Elisa Portes dos Santos
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................................ 72
HOME SWEET HOME: UMA PROPOSTA DE ENSINO ENVOLVENDO JOGOS E A
INTERATIVIDADE ............................................................................................................... 72
Lerissa Kunzler
Priscila Rostirola dos Santos
CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................................ 84
DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVOS COM O USO DE METODOLOGIAS APLICADAS
NA INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL .................................................. 84
Pedro Arly de Abreu Paula
Gilberto Saraiva Dantas
Antônio Joel Ramiro de Castro
Maria Sônia Silva de Oliveira Veloso
CAPÍTULO 7 ...................................................................................................................................... 101
A EDUCAÇÃO NO/DO CAMPO: PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE DE ESTUDOS DOS
ALUNOS DE UMA ESCOLA EM JEQUIÉ – BA .................................................................. 101
Paulo Roberto Nogueira Silva
Claudia de Faria Barbosa
Maria De Fátima Araújo Di Gregório
RESUMO
O presente trabalho objetiva compreender a importância da Educação Ambiental, através da
reimplantação de uma horta orgânica na escola do campo, desenvolvida no âmbito do Programa
Residência Pedagógica (RP). A alimentação escolar é um direito de todos os estudantes, e com
esse trabalho, nós procuramos valorizar o meio ambiente, promovendo pequenas ações ao longo
de processo educativo que visavam desenvolver atividades voltadas para a educação ambiental
e qualidade de vida. O projeto foi desenvolvido a partir de uma intervenção realizada na Escola
Municipal Benedito Rodrigues da Silva, localizada na zona rural do município de Floriano-
Piauí, pelos discentes do curso de Licenciatura em Educação do Campo/Ciência da Natureza,
da Universidade Federal do Piauí, Campus Amílcar Ferreira Sobral. Os envolvidos no projeto
são alunos da RP e do PIBID, além dos alunos do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental II e da
EJA, da referida escola. A proposta consistiu em 06 (seis) momentos: aplicação de questionário
aos alunos, elaboração do aporte teórico, a etapa “Mãos na massa”, adubação e preparação dos
canteiros, plantio das sementes com orientações sobre a manutenção da horta até a colheita, e
por fim a reunião com os pais.
A realização dessas atividades permitiu aos alunos trabalhar em equipe, compreendendo a
importância de consumir as hortaliças orgânicas e perceber o papel da Educação Ambiental, no
processo de ensino e aprendizagem dentro do contexto escolar. Por meio dessa participação
durante as atividades de plantio e manutenção de hortaliças a escola busca desenvolver um
aprendizado interdisciplinar. Nesse contexto, concluímos que a horta orgânica traz muitos
benefícios para a comunidade escolar, bem como, para os acadêmicos, que fizeram seu papel
de orientar e sensibilizar os alunos quanto a Educação Ambiental, despertando neles o interesse
pela produção de alimentos orgânicos e da implantação de uma horta na sua casa, para que estes
possam ter uma alimentação saudável.
Cada vez está mais evidente a importância de uma alimentação saudável livre de
agrotóxicos, uma solução rápida e de fácil acesso é a construção de pequenas hortas orgânicas,
que além de promover uma alimentação rica em benefícios para saúde desenvolve maiores
cuidados com o meio em que se vive. Dessa forma, é de fácil entendimento a preocupação de
estudiosos da área da saúde em promover hábitos saudáveis desde a infância e conscientizar os
pais sobre a importância de tais ações, como demonstra o estudo de Oliveira et al. (2005), em
que revelam que as crianças tendem a imitar os hábitos alimentares de sua família.
Nessa perspectiva, os produtos que consumimos nem sempre são de boa qualidade, por
essa razão há uma necessidade de implantar uma horta na escola, tanto para desenvolver hábitos
saudáveis quanto para estudos pedagógicos, com isso as atividades podem ser utilizadas nas
aulas de ciências ou em qualquer outra disciplina onde o professor relaciona diferentes
conteúdos. Para Morgado (2006, p.45) a horta no ambiente escolar, “[...] pode ser um
laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em
educação ambiental e alimentar unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no
processo de ensino aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho
coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos”.
Assim, a horta escolar é uma das ações locais, que consegue envolver a comunidade
escolar e local, sendo assim importante destacar que com o auxílio da mesma, a educação
acontece além dos seus espaços tradicionais e os conhecimentos obtidos na escola podem ser
relacionados com os adquiridos fora dela, na vivência diária de cada um. Para tanto, é
importante que os envolvidos nesse projeto (alunos, professores e comunidade escolar)
conheçam as técnicas desenvolvidas no cultivo de uma horta orgânica, assim como, as
substâncias presentes nas hortaliças que serão plantadas. A horta pode trazer benefícios para a
saúde dos educandos, da comunidade escolar e local, além de ser um excelente recurso
pedagógico. E no auxílio ao estudo da educação ambiental busca promover o conhecimento,
habilidades e atitudes para que na coletividade todos possam cumprir o dever de proteger o
meio ambiente.
Desse modo, a horta escolar é um espaço onde a aprendizagem se efetua de forma lúdica,
prazerosa, onde os alunos podem interagir uns com os outros e assim buscar de forma respeitosa
entender seus direitos e deveres de cidadão. Com essa intervenção foi possível levar o aluno a
trabalhar coletivamente, entender a importância de consumir as hortaliças orgânicas e perceber
o papel da educação ambiental e assim, servir-se dela como instrumento prático no processo de
ensino e aprendizagem dentro do contexto escolar.
REFERENCIAL TEÓRICO
Nesse sentido, a Educação Ambiental passa a ter uma relevante importância para o
indivíduo, onde é a escola, a principal instituição capaz de colaborar com as tomadas de
decisões sobre os problemas da sociedade, transmitindo às crianças e jovens informações,
auxiliando nas pesquisas, formando uma comunidade responsável pelo meio social e buscando
As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a Natureza
ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a
interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências,
técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos
culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram
a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de
dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos seus recursos (PARANÁ,
2008, p. 41).
Numa horta escolar há possibilidade de se trabalhar diversas temáticas, dentre as
quais, os conceitos, princípios e o histórico da agricultura; a importância da educação
ambiental; a relevância das hortaliças para a saúde. Além das aulas práticas onde se trabalham
as formas de plantio, o cultivo e o cuidado com as hortaliças. Com a implantação de uma horta
na escola é possível desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, por meio da prática, além
de despertar valores sociais como participação, relação interpessoal, senso de responsabilidade
em relação às questões relacionadas ao meio ambiente. Giovanni e Zanetti (2006) apontam que
o desenvolvimento de uma ação educativa, como método de sensibilização dos educandos, é
uma maneira de melhorar a qualidade de vida dos seres humanos, enunciando as vantagens que
esta apresentaria em relação aos métodos convencionais de cultivo. É nesse contexto é que se
insere a horta escolar, como possibilidade para o educando aprender fazendo. Conforme aponta
Martins (1997), a sala de aula percebida de forma interativa estimula o aluno a formular
hipóteses, argumentar, raciocinar sobre os fatos, a fim de entender como integrante ativo na
construção do conhecimento.
Discutir a questão da Educação Ambiental dentro de sala, além de ser um reflexo dos
conceitos desenvolvido dentro de uma proposta interdisciplinar, tem se tornado uma
necessidade e uma preocupação quanto às soluções que se pretendem para garantir uma melhor
METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de uma proposta de intervenção que foi
realizada na Escola Municipal Benedito Rodrigues da Silva, localizada na comunidade
Tabuleiro do Mato, acerca de 15 km do município de Floriano-Piauí. A mesma foi inaugurada
em fevereiro de 2006 e atende 7 localidades circunvizinhas e oferece as seguintes modalidades
nos turnos matutinos e vespertinos: Maternal, Pré I e II, Ensino Fundamental I e II, Educação
de Jovens e Adultos (EJA) e também possui Atendimento Educacional Especial (AEE),
totalizando 207 alunos. Os envolvidos no projeto são residentes do Programa de Residência
Pedagógica do curso de Licenciatura em Educação do Campo/Ciência da Natureza, da
Universidade Federal do Piauí, Campus Amílcar Ferreira Sobral, acadêmicos do Programa de
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) e os alunos do 4º ao 9º ano do Ensino
Fundamental II e Turmas de EJA da referida escola, com idades entre 06 a 17 anos. As
atividades propostas foram orientadas e supervisionada pela Preceptora e Supervisora de ambos
os programas, que auxiliaram a execução das mesmas. O público-alvo desta ação foram os
alunos das turmas do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental I e II e de duas turmas de EJA do
turno vespertino, totalizando 75 alunos matriculados na escola.
Para finalizar as etapas, a gestão marcou a reunião com os pais e nesse momento foi
realizada uma avaliação sobre o projeto intitulado como Horta Escolar: Contribuições para
Educação Ambiental e Alimentar. Onde a mesma colheu alguns relatos sobre a importância
desse projeto para os filhos e comunidade local.
Dessa forma, esse tipo de intervenção promove a educação integral de crianças e jovens
de escolas e da comunidade local, o que proporciona aos mesmos compreender a importância
de uma alimentação nutritiva, saudável e um ambiente sustentável como eixo da prática
DISCUSSÃO E RESSULTADOS
Através deste estudo, ficou clara a importância de explorar temas ligados à educação
ambiental e alimentar. Nesse sentido, as atividades iniciaram com a aplicação de um
questionário aberto, como consta na Tabela 1 sobre os conhecimentos em relação às hortaliças,
seus hábitos e preferências alimentares, tipo de hortaliças que já conheciam e a frequência de
consumo em suas casas, conhecimento quanto aos nutrientes presentes nas hortaliças, e qual
importância de ter uma horta na escola. O mesmo foi realizado com 30 alunos das turmas do 4º
ao 9º e uma turma de EJA escolhidos aleatoriamente. As respostas afirmaram que 42% dos
alunos consumir cebolinha, alface, tomate, 48% conhecem mais não tem preferência em
consumir alface e apenas 10% tiveram preferência em consumir o tomate. O tipo de hortaliça
que os alunos tinham conhecimento onde 79% afirmam conhecer alface, coentro, cebolinha,
repolho, quiabo. 21% disseram não conhecer nenhum tipo de hortaliça. Quanto aos nutrientes
encontrados nas hortaliças. 25% disseram cálcio, ferro, e vitaminas A. 75% não têm
conhecimento. Na última questão sobre a importância da horta na escola, 62% responderam
que ia melhorar o sabor do lanche, 38% relataram que não sabiam. Quanto ao consumo em suas
casas 85% optaram pelo o tomate e coentro e os 15% não quiseram optar.
Nome do aluno:
idade:
Turma
Pesquisa:
1 – Você conhece algum tipo de hortaliças? ( ) SIM ( ) NÃO
2 - Se SIM, escreva o nome deles? ( ) SIM ( ) NÃO
A produção da horta escolar como ferramenta no ensino de ciências fez com que os
alunos tivessem um maior contato com a terra e, com isso, puderam aprender a preparar o solo,
a semear, plantar, cultivar, além de estudar temas voltados para o ensino de ciências. Nesse
sentido, foram reativados 05 (cinco) canteiros, dispostos em área plana, com boa luminosidade
de fácil acesso a água. Todas as ferramentas necessárias para a reativação da horta foram
emprestadas pela comunidade, visto que a escola não dispõe desses equipamentos. Na
construção dos canteiros, por se tratar de crianças e jovens, os acadêmicos atuaram de forma
mais ativa nas escolas. Após a finalização, todas as demais etapas ficaram sob responsabilidade
Foto 2: Preparação e adubação dos canteiros e Plantio das primeiras sementes de coentro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MARTINS, J.C. Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e
desvendar o mundo. Série Idéias, n.28, p.111-122, 1997
PORTO, A. Um olhar comprometido com o ensino de Ciências. Belo Horizonte: FAPI, 2009
SILVA, Luandson José da Silva e et al. Horta agroecológica como ferramenta de ensino e
educação ambiental. 2013. Disponível em: Acesso em: 05 de set. de 2019.
RESUMO
Trata-se de um relato de experiência, cujo objetivo é analisar a experiência vivenciada no
estágio de docência enquanto aluna do Curso de Licenciatura em Ciências Agrárias, o estágio
foi realizado na comunidade Gruta de Antônia Luzia onde refletir sobre o cotidiano dos
agricultores familiares na comunidade. O estágio de vivência surge como atividade de extensão,
onde nos permite uma troca de saberes entre a universidade e o meio. A pesquisa é de cunho
qualitativo com ênfase no paradigma fenomenológico, tendo como níveis de investigação, a
pesquisa de campo. O público-alvo constou dos produtores da agricultura familiar da
comunidade “Gruta Ana da Luzia”, localizada próximo ao Distrito da Chã do Lindolfo, no
município de Bananeiras, Estado da Paraíba. No trabalho de campo, utilizou-se uma amostra
de 05(cinco) produtores campesinos. A pesquisa realizou-se inicialmente com o contato sobre
a realidade da comunidade, em seguida um diagnóstico sobre a história dos produtores que ali
habitam, mediante isso foi realizada uma entrevista sobre o cotidiano dos investigados e por
fim a analise do discurso.
INTRODUÇÃO
O tema foi escolhido devido à experiência vivida na comunidade Gruta Antônia Luzia
teve o prazer de conhecer vários agricultores, comerciantes que plantava pra sobreviver, e
consumir o que se planta naquela pequena comunidade onde pude vivencia a luta de todos os
agricultores que trabalha para da uma vida melhor a sua família e também as pessoas que
comprava seus produtos.
FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Já Caldart (2004), ao falar dos atores, das identidades e dos valores da educação
campesina vivenciada se posiciona da seguinte forma:
A educação do campo se identifica pelos seus sujeitos: é preciso compreender que por
trás da indicação geográfica e da frieza de dados estatísticos, está uma parte do povo
brasileiro que vive nesse lugar e desde as relações sociais especificas que compõem a
vida no e do campo, em suas diferentes identidades e em sua identidade comum; estão
pessoas de diferentes idades, estão famílias, comunidades, organizações, movimentos
sociais... (CALDART, 2004, p. 150)
Diante do exposto pelo autor acima citado, a educação do campo tem sua origem no
seio das organizações campesinas, nos movimentos sociais do campo e nas diversas formas de
lutas que historicamente os atores constroem, tendo em vista a permanente construção e
Licenciatura em Ciências Agrárias que fazem extensão rural podem consolidar nos
espaços não escolares, como assentamentos e comunidades, as teorias vistas nos ambientes
Na complexidade do contexto das vivências nas práticas dos licenciados em estágio nas
comunidades campesinas, Santos (2016 concorda que as experiências) construídas no espaço
do campo como também nas periferias urbanas requerem uma compreensão em torno dos
processos pedagógicos construídos nas lutas do campesinato nordestino e da contribuição dos
movimentos sociais populares nas lutas pela terra, reforma agrária, moradias, direito sociais
nascida numa teologia da liberdade e revolução no campo e na cidade.
Nessa direção, segundo Silva Op. Cit, Stedile(2011), se deu em das direções: A
primeira, já mencionada, trouxe milhares de camponeses pobres da Europa, para habilitar e
trabalhar na agricultura nas regiões sudeste e sul. A segunda vertente teve origem nas
populações mestiças que foram se formando ao longo dos 400 anos de colonização, com a
miscigenação entre brancos e negros, negros e índios, índios e brancos, e seus de descendentes.
METODOLOGIA
Para o atendimento das exigências dos objetivos propostos para a realização do presente
estudo, optou-se pelo método de investigação “Estudo de Caso”. Nesse sentido, para González,
Fernández e Camargo (2014), neste tipo de estudos, o caso em si mesmo é considerado de
interesse e é abordado em sua complexidade. O estudo de casos apresenta algumas
características: é particular, focado sobre uma situação, fato ou fenômeno particular; a
particularização e especificidade do caso é o centro de interesse para o investigador; o alto
conteúdo descritivo permite marcar o caráter multifatorial. Portanto, aborda explicações sobre
como os fatos ocorrem e seus porquês e quais as razões imediatas e o contexto em que
acontecem.
ANALISE DO DISCURSO
A forma de realização da descrição dos discursos dos sujeitos da pesquisa ocorre através
da análise de conteúdo sobre os fatos ou fenômenos em torno do objeto de estudo. Logo, Bardin
(2007) define análise de conteúdo conforme abaixo: “um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a interferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas
mensagens” (BARDIN, 2007, p. 37). A referida análise teve como base as respostas de 05(cinco)
famílias e cada família composta por 03 (três) a 04 (quatro) membros dos produtores
campesinos da comunidade “Gruta de Ana Luzia” em torno das seguintes categorias: Questão
1 – Quantas pessoas fazem parte da família? Questão 2 – Possui renda familiar ou vive do que
produz? COMENTE; Questão 3 – O que produz (Plantação/Criação)? COMENTE; Questão 4
– Participa de Programa Governamental de incentivo à produção? COMENTE; Questão 5 – A
família consume o que produz ou vende o excesso da produção? COMENTE; Questão 6 –
Como é realizada a coleta de lixo no local? COMENTE e; Questão 7 – Como é feita a gestão
da água (Tratada ou Não)? COMENTE:
Com base nas das famílias em torno da “Questão 2 – Possui renda familiar ou vive do
que produz? COMENTE”, elas apresentaram o seguinte comentário: “Das cinco famílias
entrevistada algumas viviam do que produzia e outras famílias tinha renda familiar”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, LDA, 2007.
CALDART, R. S. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. IN:
ARROYO, Miguel, et. al. (Org.). Por uma educação do campo. Petrópolis-RJ. Vozes 2004. p.
SILVA, O. O que é extensão universitária. Integração: Ensino, pesquisa e extensão. São Paulo-
SP: V.3, N.9, p. 148-9. Mai/1997.
STEDILE. J. P. (Org). A questão agrária no Brasil: O debate tradicional (1500- 1960). 2. ED.
São Paulo-SP: Expressão popular. 2011. 304 p.
RESUMO
Organizar conhecimentos não é uma tarefa fácil para muitas pessoas, por isso, o uso de técnicas
e métodos que guiem o processo pode ser um aliado primordial para se conseguir um
planejamento bem organizado e acessível. O uso de metodologias ágeis na engenharia de
software tem sido cada vez mais adequado a projetos que demandam mais produtividade em
um menor espaço de tempo, bem como a adequação a requisitos mutáveis no projeto. Foi
pensando nessa flexibilidade e agilidade que este trabalho propõe um processo baseado na
utilização do Scrum para melhorar o planejamento de aulas e consequentemente torná-lo um
processo claro e organizado.
INTRODUÇÃO
Para que isso seja possível, uma etapa crucial é o planejamento das aulas, que envolve
a necessidade de organizar conhecimentos de forma que possam ser repassados e entendidos
por indivíduos de diferentes níveis de compreensão (MELO et al,2012). Porém nem sempre
essa etapa é vista e trabalhada com a atenção necessária, conforme descrito abaixo.
Dentre várias metodologias ágeis há o Scrum, que é bastante objetivo, com papéis bem
definidos, de fácil adaptação e curva de aprendizado relativamente baixa, isso explica sua
grande aceitação em projetos no mundo todo. O Scrum permite criar produtos adaptados à
realidade do cliente de forma ágil, além de trazer benefícios para a equipe como
comprometimento, motivação, colaboração, integração e compartilhamento de conhecimento,
o que facilita em muito o gerenciamento e sucesso dos projetos (SCRUM,2020). Também
permite trabalhar com equipes pequenas, requisitos instáveis ou até mesmo desconhecidos e
iterações curtas para garantir a visibilidade de todo o desenvolvimento (SBROCCO &
MACEDO,2012).
A adaptação do Scrum para a sala de aula tem como objetivo auxiliar na solução de
problemas citados acima, com o professor adotando uma metodologia para melhorar o seu
planejamento de aulas, tornando-o mais organizado e eficiente.
Planejamento de aulas
Para que o professor elabore um bom plano de aula, ele deve ter plena consciência da
importância desse trabalho, que não deve se resumir à atividade em que o professor preenche e
entrega à secretaria da escola um formulário previamente padronizado e diagramado em
Como parte do processo de tomada de decisão sobre a sua forma de agir, o professor
necessita ter clara consciência dos objetivos, conteúdos, métodos, técnicas e avaliações que
serão utilizadas ao longo do período entre o início e finalização da disciplina (MEC,2006).
O objetivo deste trabalho não é medir o quanto um plano de aula é bom ou ruim, mas
analisar quais dificuldades podem ser apontadas nesse processo e sugerir uma forma de
melhorá-lo.
Scrum
Fonte: pt.wikipedia.org
Solução Proposta
Fase1: Planejamento - inicia-se com uma visão inicial do produto final, que irá resultar
na definição dos requisitos, ou seja, funcionalidades necessárias para o produto, obtidas através
das user stories (histórias de usuários), que descrevem as tarefas. Com essas informações, é
realizada a delimitação do escopo do produto e em seguida será realizada a especificação de
requisitos para detalhamento de cada funcionalidade e são identificadas as atividades que irão
fazer parte do processo. Essas atividades são fragmentadas em tarefas e dá origem ao Product
Backlog (backlog do produto), que deve ser estimado e priorizado para conhecimento do
tamanho de cada tarefa e quanto tempo será necessário para realizá-la. Verifica-se a necessidade
de incluir ou excluir tarefas e após a inclusão, alteração ou manutenção delas é estimado o
esforço da Sprint, ou seja, o planejamento de quanto tempo será necessário para desenvolver as
tarefas que vão ser desenvolvidas nesta etapa, gerando o Sprint Backlog (backlog da sprint).
Fase2: Execução - É nesta fase que é posto em prática o que foi planejado, iniciando a
execução das tarefas em si e mantendo o Sprint Backlog atualizado para manter a transparência
e inspeção do andamento do processo. Através do encontro diário, o Daily Meeting, o time
atualiza informações do que já foi feito, o que falta fazer e impedimentos encontrados. O
Product Backlog é atualizado quando necessário, mantendo a característica da adaptação.
Fase3: Entrega - É a fase final do processo, onde são feitas as reuniões de revisão e
retrospectiva da Sprint, para avaliar se os objetivos foram alcançados, pontos positivos e
negativos, bem como o que pode ser melhorado nas próximas Sprints. O product backlog deve
ser atualizado. Todas informações relevantes ao projeto devem ser documentadas para
consultas futuras com as lições aprendidas e a base histórica.
Características da Proposta
Ciclos Curtos: todo o processo de desenvolvimento deve ser feito em ciclos curtos e
iterativos, garantindo a qualquer momento do projeto a possibilidade de se avaliar o que está
sendo feito. No contexto educacional, deve-se considerar o tratamento de turmas distintas, com
necessidades e características particulares.
Versões pequenas e funcionais – permite que se tenha uma melhor noção do avanço do
projeto, reduzindo riscos como atrasos e auxiliando na detecção prévia de falhas do sistema,
além de melhorar a comunicação entre desenvolvedor e usuário/cliente. O trabalho deve ser
dividido em uma lista de entregáveis pequenos e concretos e a lista de atividades classificada
por prioridade e estime o esforço relativo de cada item. No contexto educacional, trabalha-se
com conceito de planejamento semestral ou anual, ambos divididos em bimestres.
Fonte: www.semeru.com.br
Fonte: https://artia.com/
Para realizar o estudo da aplicação do processo, primeiro foi feita a escolha do time, que
aceitou participar de forma voluntária, então foram definidos os papéis de cada um e cada
docente escolheu uma disciplina para trabalhar.
Apesar de serem disciplinas voltadas para a área de tecnologia, esta característica não
deve interferir no resultado, pois o que se está sendo avaliado aqui é como o processo de
planejamento das aulas são afetados pela proposta deste trabalho.
Para avaliar o uso da metodologia proposta (PAS) foi observado o atendimento das
seguintes métricas:
Observações e entrevistas com todo o time foram utilizadas para desenvolver e validar
o processo PAS. Os resultados foram obtidos aplicando questionários.
Detalhamento do estudo
Inicialmente foi realizado o levantamento dos requisitos e criadas as User Stories pelo
coordenador do curso, para serem usadas como base para o início das atividades. Em seguida
esses requisitos foram especificados de maneira detalhada, gerando o Product Backlog foi
produzido com as atividades necessárias para resolver o problema em questão. Cada
planejamento refere-se a uma disciplina única. A tabela 5 contém o detalhamento do Product
Backlog:
Para estabelecer a prioridade das tarefas, foi levado em consideração as que devem ser
realizadas primeiro. Para a estimativa foi estabelecido que a medida seria em dias, portanto,
como as tarefas são pequenas foi acordado que nenhuma dessas tarefas passaria de 3 dias e para
entrar em acordo quanto ao número, foi feito um jogo com as mãos onde, uma vez definida a
tarefa, cada integrante mostrava a mão com a quantidade de dedos que ele achava que seria o
tamanho da tarefa (a quantidade de dedos determinando o número de dias). Na maioria dos
casos dois achavam um valor e um achava outro valor com diferença de um dedo para menos
ou para mais, então a maioria vencia. Não houve necessidade de incluir ou excluir tarefas.
A execução das tarefas foi iniciada e primeira Sprint composta das atividades templates,
calendário, tópicos, apresentação, práticas, avaliações, testes e revisão. Na segunda Sprint,
estão presentes todas as mesmas tarefas com exceção da criação de templates e calendário.
Dentro das sprints estão incluídas as reuniões Sprint Planning, Sprint Review e Sprint
Retrospective.
Para acompanhamento da proposta, foi criada uma pasta no google drive que era
constantemente atualizada com artefatos dos projetos, separando por subpastas para cada
disciplina, facilitando assim o acompanhamento das atividades e permitindo a atualização do
Sprint Backlog.
Quanto aos artefatos utilizados, além do Product Backlog descrito acima, foi feita a
utilização de uma extensão do navegador Chrome chamado Scrumme[ Scrumme: extensão do
Google Chrome que permite o gerenciamento de projetos através do seu próprio navegador de
Internet. Com esse complemento, é possível organizar pautas, marcar reuniões, descrever e
listar projetos ou tarefas, além de autorizar os seus colaboradores a ajudá-lo na extensão.]. Ele
permite a criação de projetos que irão ser trabalhados com Scrum, seus times, criação e
acompanhamento de Sprints através do quadro de tarefas e geração de estatísticas dos projetos,
sprints e times. Esse contexto pode ser visualizado no Anexo A.
O gráfico burndown foi gerado para acompanhamento visual das sprints de cada
disciplina/projeto, onde foi percebido que o desvio entre o planejado e o realizado foi mínimo.
Pelo fato de que é uma novidade esse tipo de trabalho na educação, foi analisado o
aprendizado e a adaptação em relação aos envolvidos, os processos e ferramentas adotadas,
com o objetivo de identificar e ordenar principais itens que foram bem e potenciais melhorias
para a próxima iteração. Como resultado, teve-se uma satisfação por parte do time por estarem
realizando a atividade de forma mais organizada e rápida, obedecendo o controle, o prazo e o
compartilhamento dos artefatos gerados.
Metodologia Utilizada
Uma pesquisa deve ser classificada quanto a sua natureza, forma de abordagem,
objetivos e procedimentos técnicos. Este trabalho foi desenvolvido segundo:
A análise do processo proposto teve por objetivo verificar se o mesmo cumpriu sua
finalidade, que é a de tornar o planejamento das aulas, uma atividade transparente, colaborativa
e de fácil inspeção e foi percebida uma melhoria significativa nesse processo, visto que,
normalmente não se utilizam ferramentas e procedimentos formais para seu acompanhamento,
como é o caso da instituição analisada.
Outro ponto destacado é o fato de que disciplinas comuns a vários professores, como é
o caso de Informática básica, que está presente em todos os cursos do ensino médio na
instituição e vários professores ministram-na, poderá ser planejada de forma mais unificada,
evitando muitas diferenças entre elas.
(i)Entregas no prazo
Esta foi uma vantagem do uso do PAS, visto que não havia qualquer acompanhamento
da instituição no planejamento de aulas, isso causava uma certa acomodação dos docentes,
havendo até casos em que a apresentação da aula era feita imediatamente antes das mesmas.
Nesse caso não há o que comparar, pois não existia nenhum tipo de acompanhamento anterior,
visto os docentes faziam o acompanhamento sem troca de informações entre si ou qualquer tipo
de documentação.
O ganho neste caso está presente no fato de que cada disciplina terá todo o seu
planejamento realizado no início do semestre/ano letivo, o compartilhamento do cronograma e
arquivos desenvolvidos, bem como a colaboração entre professores de disciplinas semelhantes.
(ii)Motivação da equipe
As dificuldades mais apontadas foram pressão por resultados, encaixe difícil em outras
atividades e empenho na disciplina que dificultou o planejamento de outras.
Os itens mais marcados para a questão “Como o time vê o processo no contexto ensino-
aprendizagem” foram: bom para a divisão do tempo; útil; interessante observar o trabalho em
curso; facilidade em acompanhar o de devem fazer, rendimento e produtividade; bom;
ferramenta que continuarão a usar; melhor organização das atividades e melhor uso do tempo.
Um ponto bastante positivo segundo os participantes é que o uso desse tipo de proposta
estimula uma maior organização do tempo e atividades, evitando que as tarefas de planejamento
sejam subestimadas. Outra questão levantada é que foi identificado através deste trabalho que
o planejamento de aulas pode sim ser visto como um projeto, que possui atividades e
cronograma de execução, além de seguir alguma metodologia e possuir acompanhamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizar o planejamento de aula, como em grande parte dos projetos, demanda tempo,
esforço e dedicação do docente. No desenvolvimento de software, essas variáveis têm sido
gerenciadas com o uso das metodologias ágeis, que tornam o processo mais produtivo.
O processo pode ser adotado pela instituição, onde é feito o acompanhamento de todos
os docentes; por coordenação, onde parte da instituição pode realizar o acompanhamento
separadamente; e por docente, onde um profissional que queira realizar o seu trabalho de forma
mais organizada e seguindo a metodologia pode fazê-lo de forma independente.
Tomando como base a metodologia Scrum, foi possível sugerir para o planejamento de
aulas os papéis, artefatos, cerimônias e processos que devem ser executados seguindo iterações
pré-acordadas, com cronograma e ferramentas específicas.
Este tema é muito amplo e não poderia ser abordado em um único trabalho, por isso,
fica como sugestão para trabalho relacionados: A utilização do Scrum para melhorar outras
etapas do processo ensino-aprendizagem, como formato de aulas, avaliações, dinâmicas, etc; a
criação de uma ferramenta de apoio para acompanhamento do processo de ensino-
aprendizagem; utilização da metodologia proposta fazendo o planejamento de forma presencial
durante um intervalo de tempo onde a equipe esteja reunida para melhor aproveitamento do
conceito de colaboração; ou utilização da metodologia proposta utilizando outras métricas para
avaliar e quantificar variáveis diversas com a mesma no âmbito da educação.
REFERÊNCIAS
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MELO, C.; SANTOS, V.; CORBUCCI, H. et al. Métodos ágeis no Brasil: estado da prática em
times e organizações. Relatório Técnico RT-MAC-2012-03. Departamento de Ciência da
Computação. IME-USP. 2012.
YIN, R. K. Estudo de Caso - Planejamento e Métodos. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman. 2010.
RESUMO
A Educação Integral nas Escolas de Referência em Ensino Médio da Rede Estadual de
Pernambuco visa, em sua dimensão pedagógica, a promover a formação integral do aluno e a
garantir condições para a sua aprendizagem. Para tanto, valoriza o protagonismo juvenil como
ação autoral no processo de desenvolvimento discente. Esta pesquisa teve como objetivo geral,
analisar se, e como, são estabelecidas as relações entre o protagonismo juvenil e a formação
integral no contexto das Escolas de Referências em Ensino Médio (horário integral e semi-
integral) no município de Petrolina-PE. Quanto ao percurso metodológico, foi feita pesquisa
bibliográfica e documental com abordagem analítica de cunho qualitativo. Também foram
utilizadas entrevistas de grupos focais como instrumento de coleta de dados. As conclusões
dessa investigação apontam para a educação como direito e o direito à educação integral como
fundante na superação de reducionismos educativos em prol da geração de uma identidade
protagonista de jovens via autoconhecimento, emancipação e desenvolvimento de autonomia
ao longo dos três anos letivos do Ensino Médio.
INTRODUÇÃO
O protagonismo juvenil pode ser entendido como a atuação dos jovens e adolescentes
de maneira significativa no processo de construção do seu conhecimento (SILVA, 2009),
possibilitando aos educandos uma ação autoral em seu processo de desenvolvimento e
aprendizagem enquanto constituintes do ambiente escolar. Motivada por essa premissa, o
objetivo desta pesquisa é analisar se, e como são estabelecidas as relações entre o protagonismo
juvenil e a formação integral no contexto das Escolas de Referências em Ensino Médio (horário
integral e semi-integral) na cidade de Petrolina-PE.
A educação escolar ganha um novo espaço por meio da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) nº. 9.394/96 que, em seu Artigo 34, aponta mudanças, como a
gradativa instituição da Educação Integral, no Ensino Fundamental.
De acordo com o artigo 211 da CF, as instâncias devem organizar os seus sistemas de
ensino de forma colaborativa. De acordo com o referido artigo:
Costa (2001) defende a ideia de que “Cada um de nós é o resultado das oportunidades
que teve e das decisões que tomou ao longo da vida” (p. 49), assim, o jovem necessita de
organização para que o ser e o fazer, possibilitem a construção de seu projeto de vida, fato
importante para visão futura do indivíduo enquanto ser social.
O Plano Nacional de Educação1 (PNE, 2014), em sua meta seis aponta que os estados
deverão “oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das
escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos(as)
alunos(as) da educação básica”. (BRASIL, 2014) Assim, a expectativa é que o ambiente escolar
1
Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências.
(BRASIL, 2014)
Compreende-se que a educação integral independe do tempo que dure a jornada escolar,
pois objetiva reconhecer que o aprendiz é formado em várias dimensões e “busca compreender
a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas
que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva”. (BRASIL, 2017,
p.12).
A escola de tempo integral, por sua vez, está associada a um processo histórico e
político, começando com a experiência do educador Anísio Teixeira, com a Escola Parque na
década de 1960 e os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), de Darcy Ribeiro, década
de 1980.
O projeto das Escolas Parque tinha como um dos objetivos, amparar crianças e jovens
até os 18 anos, que estavam em situações de risco, fossem elas de caráter educacional ou social,
então esse ambiente ofereceria desde atividades de cunho intelectual a atividades práticas que
envolvessem esses indivíduos para lhes proporcionar bem-estar.
O fato é que Anísio Teixeira não encontrou meios para efetivar sua utopia, pois a década
era de crise social. No entanto, tornou-se o diretor do Instituto Nacional dos Estudos
Pedagógicos (INEP), ligado ao Ministério da Educação (MEC), e, na articulação do Plano
Educacional para a capital brasileira, almejou 28 Escolas-Parque nas superquadras de Brasília.
Exatamente no dia de inauguração da cidade de Brasília, foi também inaugurada a primeira
Escola Parque com o projeto do renomado Oscar Niemeyer.
No ano de 2007, volta a ênfase a essa etapa do ensino, por meio do Programa Mais
Educação, instituído pela Portaria e Interministerial nº 17/2007 (MEC, 2007) e regulamentado
pelo Decreto nº 7.083/10 (BRASIL, 2010). Criado pelo MEC com o objetivo estratégico de
estabelecer a educação integral no país, tinha por finalidade, a viabilização para o Ensino
Fundamental, a oferta de atividades em contraturno ampliando a possibilidade de formação e a
jornada escolar.
Para suprir as demandas do Ensino Médio, surge o Programa Ensino Médio Inovador
(ProEMI), criado pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009 (MEC, 2009), alinhado às ações
do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A carga horária estabelecida para o Ensino
Médio a partir das orientações do MEC foi de 3.000 horas (MEC, 2009), sendo assim instituída
a Educação Integral para essa etapa da Educação Básica.
Com base nos resultados das avaliações externas relacionadas ao Ensino Médio no ano
de 2007, o governo do estado de Pernambuco contratou a TREVISAN Consultoria para realizar
um levantamento quantitativo de escolas de Ensino Médio Integral que seriam necessárias para
atender aos jovens de 15 a 17 anos, apresentando uma proposta que reestruturaria o sistema
organizacional da Secretaria de Educação do estado. Com vistas à melhoria na qualidade do
ensino no estado e visando à reestruturação do Ensino Médio, o levantamento realizado pela
TREVISAN Consultoria entre os anos de 2007-2010 constatou que, a partir do projeto piloto
de escolas integrais seriam necessárias a construção de mais 160 Centros, com amplitude para
atender mil estudantes nos municípios do estado, contemplando assim, o percentual de 50%
dos jovens matriculados no Ensino Médio - meta do Plano Nacional de Educação (PNE), haja
vista que era esperado um quantitativo de 320 mil jovens matriculados no ano de 2010.
Toda essa organização para gerir o Programa de Educação Integral, reverbera na busca
de formação de uma juventude proativa, possibilitando a convivência com adultos e pares, que
muitas vezes fica restrita ao espaço escolar. Nesse processo, o ambiente escolar necessita mudar
suas concepções, para promover uma educação com conhecimento de/para o mundo. Neste
sentido, Arroyo (2012) afirma a importância da transformação dos programas educacionais em
políticas públicas de Estado para que não seja ofertada apenas uma ampliação no tempo da
escola, mas que seja considerada toda atenção pois “[...] nada será inocente, nem a boa vontade
pedagógica quando a disputa é política” (ARROYO, 2012, p. 38).
2
As escolas podem ter 9, 12, 15 ou 18 salas de aula, 5 laboratórios (Física, Química, Biologia, informática e
Línguas), refeitório, biblioteca e quadra coberta.
A proposta curricular referida neste trabalho, trata do currículo oficial para as EREMs,
que está correlacionado ao que deve ser planejado para as salas de aula. No entanto, não se
pode deixar de considerar que as modificações ocorrem de acordo com o contexto da prática
onde esse currículo está para ser aplicado.
3
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01, de 28 de fevereiro de 2012. Fixa normas para a reorganização das
Matrizes Curriculares da Educação Básica no âmbito das Escolas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco,
para o ano letivo de 2012. (Aqui observa-se a primeira normativa quanto a questão de ajuste da matriz curricular
em Pernambuco)
4
Portaria SEE Nº 910, de 06 de fevereiro de 2018. Disponível em: siepe.educacao.pe.gov.br
Na parte diversificada de cada série é ofertada carga horária para aulas complementares
de estudo dirigido e eletivas, em que na primeira, o aluno tem um horário onde não ocorre
ministração de conteúdos da base comum, dando possibilidade para formar grupos de estudo,
realizar atividades e monitorias, sempre com a supervisão de um professor. Para as aulas
eletivas são ofertadas, pelos professores, disciplinas que contam com o interesse e a adesão do
aluno. A cada semestre, o aluno opta por cursar uma eletiva.
Para que os alunos, enquanto sujeitos que estão no processo de formação e construção
de conhecimentos, adquiram valores significativos, a escola precisa buscar estratégias eficazes,
pensando em perspectivas positivas que possam os constituir de maneira ética. Cabendo uma
reflexão sobre currículo e as relações que permeiam a comunidade escolar. (ARAÚJO, 2007).
A escola tem inúmeras possibilidades para promover ações que levem ao protagonismo,
cabendo aqui ações intencionais de transformação da realidade, abertura para o novo, referência
ao futuro, por meio do componente curricular Projeto de Vida, onde os alunos podem re(fazer)
seus caminhos. (ARAÚJO, 2007, p.41-42).
Puig (2007), afirma que o ser humano precisa saber fazer suas escolhas, pois a sociedade
vive em um mundo precário, de seres inacabados, em constante construção, por este motivo,
ressalta que como seres sociais é preciso aprender a viver, sendo, convivendo, participando e
habitando o mundo. Assim, essas escolhas contribuem com as relações interpessoais
necessárias à sobrevivência humana.
O refinamento da pesquisa foi realizado entre os anos de 2008 a 2019, após essa fase,
foi iniciada a fase de seleção do material coletado, baseando-se em critérios como a presença
dos descritores: ensino médio, escolas de referência, protagonismo juvenil, educação integral.
O recorte temporal está associado ao ano de implementação da Política Pública de Educação
Integral no estado de Pernambuco e ao ano de realização desta pesquisa.
As escolas que fizeram parte da pesquisa funcionavam como escolas de ensino regular
dentro da jurisdição da Gerência Regional de Ensino (GRE), passando à Escola de Referência
em Ensino Médio por meio de Decretos específicos, publicados no Diário Oficial do Estado de
Pernambuco (DOEPE).
Atualmente 81 escolas integram a GRE do Médio São Francisco, dentre estas 20 são
EREMs. Entretanto, a pesquisa teve como lócus, 05 (cinco) Escolas de Referência em Ensino
Médio. Os critérios para escolha destas escolas basearam-se no fato de serem localizadas no
município de Petrolina e por fazerem parte da política de educação integral, com atuação em
tempo integral e semi-integral a mais de cinco anos.
A análise dos dados, fase analítica e descritiva do material coletado, foi feita por
intermédio do rigor da pesquisa de campo e qualitativa. “A pesquisa de campo caracteriza-se
pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta
de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa” (FONSECA, 2002, p.
32)
Foram analisadas as falas dos PJs nos grupos focais e nas entrevistas, em consonância
Os projetos executados nas EREMs têm o objetivo de promover uma consciência cidadã
em combate aos aspectos negativos que podem ser desencadeados por situações da realidade.
O Protagonismo está ligado a ações autorais e discursos voltados a esse conceito têm
permeado as práticas educativas e instalando-se na construção da identidade dos jovens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para finalizar, outro ponto importante a considerar é que a escola deve contribuir na
formação humana dos sujeitos, promovendo espaços para atuação real dos jovens em relação a
situações-problema também reais, para que possam se tornar cidadãos conscientes dos
problemas da sociedade e que, sensíveis a eles apresentem soluções e sugestões.
ARAÚJO, Ulisses F. A construção social e psicológica dos valores. In: ARAÚJO, Ulisses F.;
PUIG, José Maria; ARANTES, Valéria Amorim (Org.). Educação e valores: pontos e
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Alegre: EDIPUCRS, 2010.
RESUMO
O presente artigo traz uma proposta didática desenvolvida durante a disciplina de Estágio
Supervisionado de Língua Inglesa, com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola
municipal do interior do RS. Apresenta o plano de unidade que aborda a temática Home sweet
home, sendo dividido em três partes: pre-reading, reading e post-reading (atividades de pré-
leitura, leitura e pós-leitura). Considerando o papel essencial da interação em uma aula de LE,
as atividades propostas e desenvolvidas com os alunos envolvem trabalhos em grupos e o uso
efetivo da língua inglesa em sala de aula. Também são apresentados dois jogos que instigam a
interação, além de considerar as quatro habilidades linguísticas essenciais no aprendizado de
uma língua: reading, writing, listening, speaking (ler, escrever, ouvir e falar).
1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo apresentar e comentar sobre o plano de unidade que foi
desenvolvido durante a disciplina de Estágio Supervisionado de Língua Inglesa com uma turma
do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal. O plano aborda a temática Home
sweet home, que se justifica por possibilitar aos alunos refletirem sobre aspectos culturais
relacionados aos lares diversos ao redor do mundo, inclusive, a respeito de seus próprios lares
e o que estes representam para eles.
Um bom plano de unidade caracteriza-se por trazer uma série de atividades que giram
em torno de dois pontos centrais: o texto e uma temática. O planejamento das unidades didáticas
pelo professor terá como centro um texto autêntico e a escolha de uma temática que servirá
como um fio condutor e que possibilitará a expansão e a problematização das discussões feitas
em sala de aula. As atividades desenvolvidas e aqui apresentadas se dividirão em três etapas:
pre-reading, reading e post-reading activities (atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura).
engajar-se em atividades que demandem o uso dessa língua para refletir sobre temas
relevantes ao seu contexto e ampliar sua atuação através da compreensão da sociedade
em que vive, da circulação segura por diferentes gêneros do discurso e da
possibilidade de expressar o que quer dizer. (p.134)
Sendo assim, os temas abordados nas aulas devem ser escolhidos com cuidado, de forma
que sejam ao mesmo tempo relevantes, mas também ligados à realidade do aluno, ou seja, que
este possa compreender o assunto e ser capaz de se manifestar sobre. A escolha dos gêneros e
a diversidade destes também é fundamental. Dentro dos gêneros, a escolha de textos autênticos
se torna essencial, pois é por meio destes que o aluno tem a oportunidade de ter contato com a
língua em seu uso real e em contextos relevantes.
deve levar em conta: valores ideológicos e culturais presentes no texto; a relação com
o contexto dos alunos; um equilíbrio entre conhecimento novo e velho para o aluno,
ou seja, a adequação ao nível de conhecimento prévio e à faixa etária do aluno, à
extensão e às características linguísticas do texto. (p.14-15).
O uso de textos autênticos também é ressaltado pelos Referenciais Curriculares do Rio
Grande do Sul (2009), sendo que fazer uso de textos autênticos significa “criar oportunidades,
em aula, para usar a língua em contextos relevantes e para refletir sobre como pode se dar (ou
não) a inserção do educando em diferentes grupos e práticas sociais”. Há inúmeras
possibilidades de gêneros e também de plataformas onde esse texto pode ser encontrado:
revistas, redes sociais, sites informativos... Além disso, o texto pode ser uma música, uma
charge, um poema, um anúncio, dentre tantos outros.
Após a seleção de um bom texto autêntico, de acordo com Schlatter (2009), o passo
seguinte é o de observar quais são as habilidades que aquele texto específico permite
desenvolver, quais são os recursos linguísticos utilizados e também quais são as funções
linguísticas que serão focalizadas. É a partir da definição desses aspectos, que se passa à
construção do plano de unidade, dividido nas três etapas.
Aqui é importante também apontar para algumas estratégias de leitura que Solé (1998)
traz em relação à etapa de pré-leitura. Solé foca no ensino de diferentes estratégias de leitura,
mas sua obra traz algumas estratégias que também podem ser aplicadas aqui, como a divisão
das etapas em antes da leitura, durante e após – e também as estratégias de pré-leitura.
para que o leitor seja efetivamente um leitor ativo que compreende o que lê, deve
poder fazer algumas previsões com relação ao texto; [...] algumas características do
texto, a superestrutura ou tipo de texto, sua organização, algumas marcas, etc. -, [...]
constituíam o ‘material’ que gerava essas hipóteses ou previsões. Estas previsões,
antecipações, ou seja lá o que for, devem ser compatíveis com o texto, ou ser
substituídas por outras. Quando estas são encontradas, a informação do texto integra-
se aos conhecimentos do leitor e a compreensão acontece. (1998, p.116)
Após essa etapa preparatória para o contato do aluno com o texto, tem-se a etapa de
leitura, que Schlatter (2009) define como “atividades de compreensão”. A etapa da leitura é
quando o aluno entra em contato com o texto e é também quando o texto e suas características
são exploradas, possibilitando uma melhor leitura e compreensão.
quando um leitor compreende o que lê, está aprendendo; à medida que sua leitura o
informa, permite que se aproxime do mundo de significados de um autor e lhe oferece
novas perspectivas ou opiniões sobre determinados aspectos..., etc. A leitura nos
Cabe salientar, porém, que o objetivo dessa proposta não é prescrever o modelo ideal
de trabalho nas aulas de língua estrangeira, no entanto, configura-se em uma sequência didática
já aplicada e que, por sua vez, trouxe resultados muito positivos na formação dos aprendizes de
LE, neste caso, de inglês.
Após essa exploração inicial do conhecimento prévio dos alunos – etapa importante pois
permite ao professor ver o que os alunos já conhecem e o quanto pode ser desenvolvido – foi
apresentada aos alunos, como forma de introduzir a temática, a série de fotos intitulada Where
children sleep, produzida pelo fotógrafo australiano James Mollison (para mais informações,
consultar referências). A série de fotos mostrava diferentes quartos de crianças ao redor do
mundo e, a partir dessas, foi guiada uma discussão em torno do assunto.
Após o jogo, os alunos tinham de usar uma cartolina para criar a planta de uma casa.
Podiam desenhar a mobília, ou então fazer uso de figuras recortadas de folhetos de propaganda
de lojas de móveis. Em seguida, tinham também de colocar os nomes dos cômodos da casa e
da mobília. Essa atividade foi iniciada nessa etapa de pre-reading, mas a finalização dela ocorre
com uma atividade de produção, na etapa de post-reading.
Na etapa de reading, ainda antes de ter contato com o texto, os alunos foram
questionados quanto aos elementos presentes em um anúncio de vendas, podendo então tecer
hipóteses acerca do texto. Em seguida, receberam o texto e tinham então de primeiramente
conferir se os elementos listados (imagem da casa, endereço, preço...) estavam presentes nele.
Nessa etapa de reading também foram explorados alguns conhecimentos culturais como
localização, no que consiste o Reino Unido, a moeda estrangeira e a conversão para a nossa
própria moeda, dentre outros. Foi também a partir do texto que se pôde explorar alguns
conhecimentos gramaticais, como prepositions of place, adjectives e there is x there are, a partir
de exemplos e, após, atividades específicas que colocavam esses novos conhecimentos em
prática, como a atividade em que, a partir de imagens de cômodos da casa, os alunos tinham de
descrever como ele era, o que havia nele e onde se encontravam os objetos.
A proposta de produção consistia em, a partir da house plant construída na etapa de pre-
reading, em que cada aluno criou a planta de uma casa, criar agora o anúncio de vendas dessa
casa. Sendo assim, os alunos já conheciam os elementos que normalmente são encontrados
nesse gênero textual e já tinham os conhecimentos necessários para, por fim, poderem criar seu
próprio anúncio. Após os processos de escrita e reescrita, os alunos tinham que colocar suas
produções em um pôster, como se fossem divulgar de fato a venda dessa casa, explorando assim
também os elementos visuais que estão relacionados a um anúncio.
Para finalizar, cada aluno pôde apresentar a sua house plant e o seu anúncio para os
demais colegas, em um momento de compartilhamento de ideias e de prática de speaking.
A teoria que fundamenta e que é a raiz desse plano de unidade é a teoria sócio
interacionista desenvolvida pelo psicólogo russo Lev Vygotsky (1998). Essa teoria considera a
aprendizagem por sua natureza sócio interacional, ou seja, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Estrangeira (1998), a aprendizagem é gerada “por
meio da interação entre um aluno e um participante de uma prática social, que é um parceiro
mais competente, para resolver tarefas de construção de significado/conhecimento com as quais
esses participantes se deparem” (p.57).
Dessa forma, não adianta um professor apenas saber que essa interação é fundamental
para a aprendizagem, se sua prática não coincidir com isso. O professor de LE deve então
planejar suas aulas de modo a promover essa interação de alguma maneira. Como afirmam
Os jogos são outro exemplo de atividades que abrem espaço para a interação e têm
efeitos especiais sobre a aprendizagem, pois permitem que o aluno se divirta ao mesmo tempo
em que aprende, o que, por consequência, torna a aprendizagem algo agradável e prazeroso.
Pensando nisso e levando em consideração os aspectos da teoria de Vygotsky (1998), alguns
jogos foram desenvolvidos no plano de unidade e, por meio deles, os alunos também tiveram
diferentes oportunidades de trabalhar em grupos, interagindo com os demais colegas.
Esse primeiro jogo foi muito bem-sucedido em reforçar as novas noções referentes à
mobília e aos cômodos da casa, pois os alunos queriam que seus grupos ganhassem e davam o
máximo para lembrarem das novas noções, além de se divertirem durante todo o processo. Ao
final do jogo, os alunos já tinham conhecimento de diversos cômodos da casa e objetos,
diferente do início quando o único termo que conheciam era bedroom.
Assim, por meio desse jogo, os alunos tinham a oportunidade de praticar sua
compreensão em relação a todas as novas noções – de objetos, da localização destes, e da
compreensão de noções gerais relacionadas à casa e seus cômodos. Ainda, além de permitir
uma revisão geral de todo o aprendizado, o jogo abria espaço para a interação usando a LE e,
ao mesmo tempo, os alunos se divertiam – e aprendiam.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pôde-se notar, a partir do que foi apresentado, que o foco do plano de unidade é a leitura
e a importância de se fazer uso de textos autênticos, de forma a proporcionar ao aluno uma
aprendizagem significativa e contextualizada que possibilitará a expansão e a problematização
das discussões feitas em sala de aula. A partir da escolha desse texto, que é o centro do plano
de unidade, o plano se divide nas etapas de pré-leitura, leitura e pós-leitura. Essas etapas, como
se pôde observar, possibilitam a construção gradual do aprendizado, sendo que primeiro o aluno
é introduzido às novas noções, para depois poder explorá-las e compreendê-las melhor e, por
fim, poder produzir algo a partir daquilo que aprendeu.
Considerando tudo isso, fica claro que quando o professor se prepara por meio de um
bom planejamento que permite a ele e aos próprios alunos saber onde se quer chegar, tem um
bom suporte teórico para suas aulas e faz escolha de bons materiais e práticas que guiam a uma
aprendizagem efetiva, a aula de LE se torna bem-sucedida. E é assim que, ao final, comparando
o conhecimento inicial dos alunos em relação ao assunto com o conhecimento final e tudo o
que conseguiram desenvolver, a prática docente adquire um sentido todo especial, pois torna-
se significativa e faz uma real diferença na vida dos estudantes.
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RESUMO
A pesquisa tem como objetivo de apresentar práticas pedagógicas metodológicas que possam
serem utilizadas para as aulas de física no ensino médio. Trabalhando meios de processos para
o desenvolvimento da inclusão do aluno com deficiência visual. A partir de levantamentos dos
estudos vivenciados na escola, foram selecionadas duas turmas da escola de ensino médio de
Pacoti-CE: uma de 2ª série, tendo um aluno com deficiência visual e outra de 3ª série. Algumas
práticas foram realizadas apenas com o deficiente visual, onde foi trabalhado e aplicado a
pesquisa. Utilizando-se de uma metodologia de pesquisa-ação, qualitativa, exploratória, para a
construção e análise dos dispositivos que foram aplicados aos alunos. Com os resultados
obtidos por meio dos questionários e avaliações, verificou-se que os objetivos destacados para
cada assunto da física estudado, foram alcançados, valendo ressaltar que os alunos (deficiente
visual e videntes) descreveram que essa metodologia torna as aulas mais interessantes e fáceis
de entender. Sendo assim, considera-se por meio desta pesquisa, que as as práticas pedagógicas,
que são de suma importância para o processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento do
aluno com deficiência visual.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é uma parte do resultado de uma pesquisa maior, tendo como
objetivo principal a construção de práticas pedagógicas inclusivas no ensino de Física,
abordando o conteúdo de eletricidade, voltadas, em especial, à educação de deficientes visuais.
Tendo em vista as dificuldades encontradas por esses alunos, procura-se prover formas que
auxiliem esses educandos na compreensão dos conteúdos relacionados à física. Nessa mesma
linha, tem-se também alguns entraves vinculados às metodologias dos professores, já que eles
necessitam rever suas práticas pedagógicas. Diante disso, existiu a necessidade da idealização
de dispositivos que pudessem minimizar os entraves relacionados ao aprendizado da disciplina.
5
Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, desenvolvida em um Mestrado Profissionalizante em Física na
UECE.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Educação Inclusiva
O tema da inclusão vem sendo bastante discutido pelos docentes, tendo em vista as
diversas formas que esses profissionais almejam para que se tenha uma educação de qualidade
para todos os alunos. Nessa perspectiva, os autores Dellani e Deisy (2012, p.3) destacam a
relevância de uma educação para todos:
Com relação à análise da inclusão social, percebe-se que deve ser realizada uma reflexão
ampla no aspecto pedagógico, tendo em vista que não só os alunos deficientes devem ser
O grande problema da inclusão não está nem nas diferentes concepções existentes
sobre este processo, nem nas iniciativas tomadas para sua viabilização. O problema
está de fato na concepção do homem e do mundo que delineiam as ações e orientam
as formas de se pensar a própria inclusão. Inclusão é, portanto, a participação do
indivíduo junto à família e a comunidade, pois ele precisa de muito apoio e incentivo
para superar suas dificuldades e integrar-se na sociedade com respeito e dignidade.
Integrar, portanto, institui a inserção de uma forma mais radical, uma vez que o
objetivo é incluir um aluno ou grupo de alunos que não foram anteriormente
excluídos. A meta da integração é, desde o início, não deixar ninguém fora do sistema
escolar, que terá de se adaptar às peculiaridades de todos os alunos para concretizar o
seu desenvolvimento cognitivo.
Diante desse pensamento de Jesus (2014), fica claro que a inclusão inicia dentro da casa
do indivíduo, envolvendo a família, em seguida envolvendo a comunidade em geral. Sendo
assim, podemos perceber que há um processo a ser seguido para que ninguém de fora para o
desenvolvimento cognitivo do indivíduo. A autora Anjos (2017) descreve que para que se tenha
uma relação entre a educação regular e a educação especial é necessário que a escola tenha uma
sala de recurso com uma pessoa técnica com o objetivo de complementar as atividades
desenvolvidas na sala regular. Isso irá fortalecer, dentre outras ações, o trabalho de evitar que
o aluno seja desestimulado e que haja a evasão.
No Brasil, embora a educação para deficientes visuais ainda tenha diversas dificuldades
para se desenvolver plenamente, ela foi implantada a mais de um século conforme relata a
autora Moreno (2017, p.1) “Os primeiros registros de educação especial no Brasil ocorreram
na época do império quando em 1.854, D. Pedro II fundou o Instituto dos Meninos Cegos, que
passou a se chamar em 1.891 de Instituto Benjamin Constant – IBC”.
O ensino para deficientes visuais requer uma reflexão por parte do professor em relação
a sua prática pedagógica. Para Pereira (2013), é importante que o docente perceba não a
deficiência do discente, mas o aluno que ali se encontra para aprender assim como os demais
da turma.
O professor não precisa aprofundar-se a respeito das deficiências dos seus alunos, para
isso existem os especialistas. Mas é necessário que tenham um conhecimento
considerável sobre a necessidade do seu aluno deficiente, e que o considerem como
um sujeito de direitos, um cidadão que ocupa um lugar na sociedade e que possui
capacidades como todos os demais alunos, cabe ao professor planejar metodologias,
fazer uso de recursos para implementar as práticas pedagógicas e proporcionar o
desenvolvimento do seu aluno.
A inclusão inicia com esse planejamento da metodologia, envolvendo esse aluno e
relacionando ele com os outros, de forma que todos possam participar e compreender o a teoria
e prática da aula.
Nesse sentido deve-se pensar num ambiente educacional para todos e conforme os
Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Especial (BRASIL, MEC/SEF/SEESP, 1998,
p.31):
A escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita ajustar o fazer
pedagógico às necessidades dos alunos. Ver as necessidades especiais dos alunos
atendidas no âmbito da escola regular requer que os sistemas educacionais
modifiquem, não apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos,
mas, também, que se organizem para constituir uma real escola para todos, que dê
conta dessas especificidades.
Cada vez mais a promoção da inclusão tem sido necessária nas salas de aula, isso
visando garantir o direito à educação a todos os educandos. Afinal, como ressalta as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, (BRASIL, 2001a, p. 20):
Na obra de Camargo, intitulada como “Saberes docentes para inclusão do aluno com
deficiência visual em aulas de Física” são relatadas algumas formas que o professor de física
deve trabalhar para que se possa ter um resultado desejado no que consiste ao processo de
ensino e aprendizagem do educando deficiente. Com isso, o autor enumera alguns possíveis
questionamentos em relação aos docentes. Conforme afirma Camargo (2012, p.23):
O processo de construção dos mecanismos pedagógicos vai sendo analisado por todos
os discentes, já que a proposta desse trabalho está sendo desenvolvida não só com os alunos
cegos, mas todos com todos que estão na sala de aula. Com isso, constrói-se uma percepção
melhor de como aperfeiçoar determinadas competências e habilidades referentes aos
parâmetros curriculares do ensino de física (BRASIL, 2000) a todos os discentes. Conforme
esses PCNs, pode-se fortalecer a contextualização sociocultural, e isso se dá pelo trabalho em
sala através da construção junto dos alunos de um juízo de valor que esteja entrelaçado com os
aspectos sociais relacionados com o caráter físico e tecnológico (BRASIL, 1996).
A escola deve desenvolver uma inclusão em que realmente o educando com deficiência
participe do processo de ensino-aprendizagem, em detrimento da situação em que o discente
simplesmente esteja presente na sala sem aprender da mesma forma dos demais alunos da
turma. Para que essa inclusão efetiva ocorra, é necessário que vários fatores pedagógicos e
estruturais estejam presentes nessa escola. Segundo Sant’Ana (2005, p. 228):
No que concerne à educação especial, a formação continuada também tem uma grande
importância na busca de meios pedagógicos que vão ser desenvolvidos de forma a trabalhar
com o fortalecimento da educação inclusiva. Segundo Oliveira (2016, p.33), “O movimento de
Educação Inclusiva pressupõe não só uma escola comprometida com o ensino da diversidade,
mas um professor com conhecimento para atender às especificidades desse alunado”.
A proposta da didática multissensorial que é descrita por Soler (1999) apud Camargo
(2016, p.30) é também um tema a ser discutidos pelos docentes, tendo em vista que essa
ferramenta traz uma reflexão com relação a metodologias que trabalham somente com
elementos ligados ao sentido da visão. Essa reflexão é importante para fortalecimento de
propostas voltadas para inclusão, tendo em vista, principalmente, o discente que tem uma
deficiência visual. Nesse sentido, os professores devem ir em busca de diversas formas que
possam auxiliá-los para que todos da sala, inclusive os especiais possam construir o
conhecimento.
Na física existe uma grande tendência de se ministrar aulas trabalhando somente com a
percepção da visão, em detrimento dos outros sentidos que também podem ser bastantes úteis
no processo de ensino aprendizagem para todos os alunos, não somente os discentes que têm
deficiências em algum sentido. Conforme afirma Camargo (2016, p.31):
[...] nosso cérebro é preparado para sintetizar a partir da análise e analisar a partir da
síntese. A aprendizagem significativa dá-se pela combinação de processos sintéticos
e analíticos com a participação de diferentes canais de captação de informações.
Portanto, a didática multissensorial é um método pedagógico de interesse geral para
o ensino e aprendizagem das Ciências Naturais e Experimentais, que utilizam todos
os sentidos humanos possíveis relacionando-os de modo a formar conhecimentos
multissensoriais completos e significativos. Por isso, traz benefícios tanto
quantitativos (aumento de pessoas com possibilidades reais de perceber informações
científicas) quanto relativos (com o aumento da quantidade de informações recebidas
há a formação de conceitos com significados mais completos).
A aprendizagem significativa será bastante importante para ser discutida pelos docentes
no processo de ensino-aprendizagem, pois segundo o Ausubel (1980), esse conceito descreve
que a aprendizagem é um processo que interliga o novo conhecimento com aqueles que outrora
foram adquiridos.
Outro fator bastante relevante nesse processo didático é a necessidade de elaborar algum
parâmetro para o entendimento da maquete, pois isso influenciará na independência do
entendimento por parte do aluno, o que é muito importante no processo de ensino aprendizagem
de física para cegos, já que o próprio aluno deficiente poderá facilmente relatar um determinado
processo físico para outro colega da turma. Dessa forma, após a construção do mecanismo, o
professor deverá descrever elementos que possam servir de parâmetro nas maquetes ou nos
aparelhos sonoros, o que, consequentemente, facilita o entendimento dos conteúdos envolvidos.
METODOLOGIA
Esse ciclo que relaciona quatro processos de ensino poderá fortalecer a prática da
utilização de maquetes na aprendizagem dos conteúdos de eletricidade. Tal atividade acontece
por meio do reconhecimento de um problema, depois, planeja-se a solução, faz-se sua
aplicação, monitora e avalia sua eficácia.
Para o trabalho com maquetes relacionadas aos assuntos de física que podem auxiliar
os professores nas ministrações de aulas, foram realizados os seguintes passos:
Quarto passo - Análise do local onde serão desenvolvidas as atividades: sala de aula;
laboratório de ciências.
https://drive.google.com/file/d/1RUUr949CMhG_cAQWz0mEIZkrXeBMEj1/view?usp=
sharing
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Prática sobre o movimento de elétrons livres sem a diferença de potencial e com diferença
de potencial
O assunto referente à maquete de corrente elétrica foi trabalhado na 2 série “A” do turno
matutino. Essa turma é composta por 42 discentes, dentre eles, tem-se o aluno DV.
Uma semana antes da realização do trabalho com as maquetes, houve uma discussão
sobre o desenvolvimento dela. Foi aplicada uma avaliação diagnóstica, nesse dia só estavam
presentes 34 alunos. Um dos alunos videntes estava ajudando o aluno DV na leitura das
avaliações, pois essas não estavam escritas em braile.
Com relação à sexta pergunta, embora poucos alunos tenham conseguido responder
sobre a funcionalidade dos elétrons livres, ocorreu um bom resultado já que na avaliação
diagnóstica não houve nenhuma resposta para tal questionamento. Esses resultados mostraram
o quanto as discussões dos assuntos agregados a utilização da maquete tátil-visual ajudaram na
compreensão dos conteúdos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que novas formas pedagógicas sejam criadas e aprimoradas, os professores deverão
terem mudanças estruturais e pedagógicas na aplicação de suas aulas teóricas e práticas no
ensino. Possibilitando oportunidades, quebrando barreiras e abrindo portas para os alunos com
diversos tipos de dificuldades e habilidades na escola e na sociedade. Como observado por essa
pesquisa, o processo de ensino e aprendizagem por meio de maquetes táteis-visuais junto à
filosofia de aprendizagem significativa mostrou que o desenvolvimento e aplicação dela poderá
ser uma excelente opção de ferramenta pedagógica. Ela pode ser trabalhada por professores e
alunos de física na sala regular ou no laboratório, sendo essa ferramenta uma propulsora para o
Essa pesquisa proporcionou ganhos e visões mais amplas para outras pesquisas que
poderão serem desenvolvidas aos alunos com deficiências visuais, como também, abrindo
caminhos para outros tipos de deficiências. Como nessa pesquisa está somente a primeira parte
dos resultados e análises adquiridos, entretanto, podemos concluir a partir dos resultados
obtidos com as avaliações realizadas e das opiniões fornecidas através dos questionários
respondidos pelos alunos, como também com a construção do manual, que o objetivo desse
trabalho foi alcançado. Com elas, tornou-se perceptível que não só o aluno deficiente visual
conseguiu compreender os assuntos relacionados aos assuntos que foram abordados, mas
também os videntes que outrora não conseguiam entendê-las.
Por fim, acredito que os resultados e reflexões destacados poderão apontar caminhos a
serem explorados. Concluo que essas questões são de interesse para futuros trabalhos, ou seja,
que possam surgir e evoluir novas inquietações e novas respostas a partir dessa pesquisa.
REFERÊNCIAS
ANJOS, A. D. dos. Alunos Cegos e de Baixa Visão no Meio Escolar. Só Pedagogia. Virtuous
Tecnologia da Informação, 2017. Disponível em:
http://www.pedagogia.com.br/artigos/alunoscegos/?pagina=5. Acesso em: 04 mar. 2019.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB. Lei n°9394/96: MEC, 1996.
BRASIL, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Lei nº 13.146. Promulgada
em 6 de julho de 2015.
CAMARGO, E. P. Saberes docentes para inclusão do aluno com deficiência visual em aulas
de Física. São Paulo: Editora UNESP, 2012.
RESUMO
O presente trabalho investiga, em uma perspectiva teórica e interpretativa como alunos do 9º
ano de uma escola do campo pensam sobre a continuidade nos estudos e quais são suas
perspectivas de jovens diante da vida e de suas condições no mundo. Faz-se uma
contextualização histórica sobre a educação no/do campo no Brasil a partir do marco legal.
Diante disso, questiona-se: de que maneira os alunos do 9º ano dessa instituição projetam em
relação à continuidade de seus estudos? Para tanto, objetivos específicos são: identificar se os
alunos do 9º ano têm perspectivas de continuidade dos estudos; elucidar a proposta da escola;
analisar as condições no mundo profissional para jovens do campo na sociedade atual. Analisa-
se os relatos de alunos Egressos e atuais da referida escola sobre suas possibilidades de
conhecimentos no mundo do trabalho, suas perspectivas de trabalho e de continuidade na
formação e verifica-se sobre o que pretendem com a continuidade na vida escolar e acadêmica.
Trata-se de uma pesquisa social, qualitativa, empírica, utiliza-se da metodologia da história oral
e de abordagem narrativa que põe em evidencia o trabalho da escola do campo e as expectativas
dos estudantes
INTRODUÇÃO
A educação no/do campo possui diferença entre educação rural que é oferecida
atualmente no Brasil. A educação rural trabalha para formar o aluno em um agricultor para o
mundo do trabalho, enquanto a educação do campo é voltada para levar ensino, recursos e
técnicas ao campo, ou seja, visa qualificar o aluno do campo, contribuindo para a sua formação
enquanto um sujeito crítico, reflexivo e conhecedor de seus direitos para intervir no meio social.
Nos últimos anos a educação do campo tem conquistado um lugar na agenda política
nas três instâncias: municipal, estadual e nacional, fruto das demandas dos movimentos sociais
dos trabalhadores rurais, sobretudo, do Movimento Sem Terra. Ela expressa uma nova
6
Resultado de pesquisa desenvolvida na Pós-Graduação em Educação do/no Campo da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB).
REFERENCIAL TEÓRICO
Conforme Fernandes et. al. (2004, p. 25) a utilização da expressão campo foi adotada
em função da reflexão sobre o “[...] sentido atual do trabalho camponês e das lutas sociais e
culturais dos grupos que hoje tentam garantir a sobrevivência deste trabalho”. Os autores citam
que a intenção explícita é resgatar o conceito de camponês e aprofunda-se a definição de campo
como um lugar de vida, onde as pessoas podem morar, trabalhar e estudar com dignidade. A
identidade cultural da pessoa que mora no campo não é somente o lugar da produção
agropecuária e agroindustrial do latifúndio e da grilagem de terra, mas é espaço e território de
viver dos camponeses e dos quilombolas. Arroyo e Fernandes (1999) enfatizam que o termo
campo é o resultado de uma nomenclatura proclamada pelos movimentos sociais e deve ser
adotada pelas instâncias governamentais e suas políticas educacionais, mesmo quando ainda
relutantemente pronunciada em alguns universos acadêmicos de estudos rurais. Historicamente
a criação do conceito de educação escolar no meio rural esteve vinculada à educação “no”
campo, descontextualizada, elitista e oferecida para uma minoria da população brasileira.
Porém, na atual conjuntura a educação “do” campo, estreita laço com projetos democráticos
que contribuem para o fortalecimento da educação popular, sobretudo nas áreas rurais.
Para Caldart (2004, p. 5), “a Educação do Campo se afirma no combate aos “pacotes”,
tanto agrícolas como educacionais e à tentativa de fazer das pessoas que vivem no campo
instrumentos de implantação de modelos que as ignoram e as escravizam”. Também se
contrapõe à visão estreita de educação como preparação de mão-de-obra e a serviço do
mercado. A autora leva em conta que no campo há diferentes sujeitos que são pequenos
agricultores, quilombolas, povos indígenas, pescadores, camponeses, assentados, ribeirinhos,
povos da floresta, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra, agregados, caboclos, meeiros e
assalariados rurais. Segundo a autora há uma diversidade de sujeitos que estão inseridos no
campo e necessitam de uma educação diferenciada que atenda às suas expectativas, não
deixando de lado o seu pertencimento, para a manutenção da sua identidade e suas tradições.
As ações por parte dos governos federal, estaduais e municipais e criação de leis são
necessárias para dar uma contrapartida com ações efetivas para uma política pública de
[...] Se refere aos processos produtivos que são a base da sustentação da vida humana
em qualquer país. Não é possível pensar um projeto de país, de nação, sem pensar um
projeto de campo, um lugar social para seus sujeitos concretos, para seus processos
produtivos, de trabalho, de cultura e de educação (CALDART, 2008, p. 74).
De acordo com Caldart (2008) os anseios dos sujeitos do campo brasileiro estão muito
além do que atender somente os anseios pedagógicos das escolas do campo ou de demanda do
mercado de trabalho. É preciso ter a dimensão da necessidade, portanto, desses sujeitos para o
desenvolvimento do país.
Nos artigos 23 e 28, a referida lei dispõe sobre a implementação de uma educação que
deve atende as especificidades da área rural. No art. 23 consta que a organização curricular
pode ocorrer em séries anuais, períodos semestrais, ciclos e alternância regular de período de
estudos e grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios ou
forma diversa de organização, sempre que o interesse dos estudantes no processo de
aprendizagem assim demandar. No 2º art. expõe que o calendário escolar deve adequar-se às
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de
ensino sem, com isso, reduzir o número de horas letivas previstas nesta lei. O art. 28 enfatiza
as adaptações necessárias ao atendimento da população rural ressaltando que na oferta de
educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
necessárias a sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
Freire (1992, p. 157) chama atenção para a lógica de que “a luta pela unidade da
diversidade obviamente é uma luta política, implica a mobilização e a organização das forças
culturais em que o corte de classe não pode ser desprezado, no sentido da ampliação e no do
Para Caldart (2004, p. 91) os sem-terra do MST também começaram a lutar por escolas
e, sobretudo, para cultivar em si mesmos o valor do estudo e do próprio direito de lutar pelo
acesso a ela, considerando que a Escola do MST é uma escola do campo, vinculada a um
movimento de luta pela Reforma Agrária. Caldart relata que a relação existente entre o MST e
educação é de origem, ou seja, “[...] a história do MST é a história de uma grande obra
educativa” (2004, p. 105).
Caldart (2004) relata que o MST luta desde 1984 pelo acesso à educação pública e de
qualidade em todos os níveis para as crianças, jovens e adultos de acampamentos e
assentamentos. Os esforços nesta área buscam alfabetizar todos os trabalhadores rurais de
acampamentos e assentamentos a conquista de condições reais para que todas as crianças e
adolescentes estejam na escola. Nas últimas três décadas a história do MST é marcada por várias
lutas de classes e a concepção de escola passou por diferentes momentos.
Dessa forma nasce a proposta da educação do campo, conceito e princípio. Ela denuncia
a histórica contradição sociocultural e política entre campo e cidade que constitui um projeto
de desenvolvimento sociocultural e econômico para o campo brasileiro; uma concepção de
educação vinculada ao conjunto de saberes, à cultura e à identidade dos povos do campo. Uma
primeira conquista constitui a demarcação de um marco legal para a Educação do Campo e a
instituição do Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (PRONERA), programa
que garante o financiamento dos projetos específicos para atender as demandas educativas dos
povos do campo, entre elas, relacionados à democratização do acesso à Educação Superior.
Para Freire (1992, p. 24), o educando se reconhece conhece os objetos, descobre que é
capaz de conhecer, assiste à imersão dos significados em cujo processo se torna também
significador crítico. Freire (1992, p. 47) explica que assumir-se como educando significa
reconhecer-se como sujeito que é capaz de conhecer e que quer conhecer em relação com outro
sujeito igualmente capaz de conhecer.
Para Morigi (2003, p. 57), a ênfase dada à educação pelo MST é mensurada pela
afirmação de que investir em educação é tão quanto o gesto de ocupar a terra. No âmbito dessa
discussão emerge a luta específica, o direito a educação para os povos do campo, convocada
pelo MST e articulada a outros movimentos sociais do campo.
METODOLOGIA
Resgatar a história de alunos por meio da história oral contada por eles mesmos e por
alunos egressos da escola interessou a esse estudo, no sentido de pensar e debater paradoxos
existentes entre a memória coletiva e a história, além de registrar e organizar textualmente o
acervo oral dos alunos da escola. Desse modo, o resgate histórico foi realizado com a análise
Toda fonte histórica deriva da percepção humana é subjetiva, mas apenas a fonte oral
permite-nos desafiar essa subjetividade: descolar as camadas da memória, cavar fundo
em suas sombras, na expectativa de atingir a verdade oculta (THOMPSON, 1992, p.
197).
Nesta perspectiva, referenciar as fontes orais pressupõe que elas permitem compor parte
desta investigação com subsídios nas entrevistas e questionários semi- estruturados, com alunos
do 9º ano e egressos de uma escola do campo.
Este estudo investiga como alunos do 9º ano de uma escola do campo pensam sobre a
continuidade nos estudos, após período de escolarização, registrando suas perspectivas de
jovens diante da vida e de suas condições para o mundo do trabalho. Pressupõe-se de que a
educação do campo tem conquistado lugar na agenda política em diversos âmbitos. É fruto das
demandas dos movimentos e organizações sociais dos trabalhadores rurais e expressa uma nova
concepção sobre o campo, o camponês e o trabalhador rural, além de buscar fortalecer o caráter
de classe e lutas sociais.
A educação oferecida no campo até o final dos anos 90 esteve longe do ideal para as
pessoas do meio rural, bem como, ainda apresenta ligada à sede de educação com uma visão
urbanocêntrica, tornando uma proposta inacabada que não qualificava os sujeitos inseridos no
campo. Os estudos de Arroyo (2001) mostram que a cultura hegemônica trata os valores, as
crenças, os saberes do campo de maneira romântica ou de maneira depreciativa, como valores
ultrapassados, como saberes tradicionais, pré-científicos, pré-modernos. O modelo da educação
básica ofertado para a educação do campo possui currículos da escola, saberes e valores
urbanos, como se o campo e sua cultura pertencessem a um passado a ser esquecido e superado
Conforme o Projeto Político Pedagógico da escola ela foi fundada com o intuito de se
contrapor a currículos pensados e elaborados para a cidade, para a produção industrial, com
uma visão urbanocêntrica e, por isso, tem atuado na busca de condições e qualificação aos
alunos residentes no campo no povoado da Cachoeirinha e Vila Frisuba, subsidiando-os seus
alunos para uma educação do campo diferenciada, durante os seus 50 anos de atuação, (PPP,
2011).
DISCUSSÃO
Tenho 20 anos e resido aqui mesmo no Povoado da Cachoeirinha. Vim estudar aqui
na Escola José Augusto Barreto com 9 anos de idade, conclui o 9º ano do ensino
fundamental em 2013. Considero a José Augusto Barreto uma boa escola, com bons
professores. Atualmente estou aqui na escola atuando como monitora no programa
Mais Educação e estou realizando o meu sonho, estou cursando a graduação em
Engenharia Civil na Faculdade Pitágoras, que é o curso que eu sempre quis estudar.
Além de contribuir com a formação de seus sujeitos a escola ao longo dos anos contribui
também com as perspectivas de trabalho dos seus egressos, dá oportunidade a eles de
participarem de seleções públicas para o ingresso nas atividades laborativas e pedagógicas
desenvolvidas pela própria escola. Esta constatação fica evidente na fala de Girassol, egressa
do ano de 2014.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna. Por
uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004.
ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna (orgs.).
Por uma educação do campo. 4ª. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 4024/61. Disponível em:
< http://www.pedagogiaemfoco.br. Acesso em 13/03/2019
BRASIL. MEC, Informações sobre a educação no Brasil, programas e projetos. Disponível em:
http://www.mec.gov.br Acesso em fev. 2019.
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Petrópolis: Vozes, 2000.
__________. Sobre a educação do campo. In: SANTOS, Clarice (Org.). Educação do campo:
Campo políticas públicas educação. Brasília: INCRA; MDA, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
__________. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980.
MORIGI, Valter. A escola do MST: uma utopia em construção. Porto Alegre: Mediação, 2003.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro,
Volume 5, n. 10, 1992.
THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Projeto Político Pedagógico – PPP, Escola Municipal José Augusto Barreto – DE UMA
ESCOLA DO CAMPO, Jequié – BA, 2011.
RESUMO
O trabalho trata-se de um relato de experiência exitosa vivenciada no contexto do IFTO,
Campus Araguatins através disciplina de Psicologia da Educação ofertada nos cursos de
licenciatura em Ciências Biológicas e Computação. O objetivo geral era promover o
compartilhamento de saberes na área do desenvolvimento humano e aprendizagem,
oportunizando a formação de profissionais docentes integrados à realidade das escolas de
educação básica. A proposta foi implementada pelos estudantes de Licenciatura durante o 2º
semestre/2019, iniciando-se com um levantamento bibliográfico sobre as fases do
desenvolvimento humano da fecundação até a idade adulta e as consequências para a
aprendizagem no decorrer da vida. Sequencialmente articularam atividades em grupo: estudo
dirigido, atividades culturais, oficinas e palestras temáticas que foram orientadas e
acompanhadas pela professora titular da disciplina. A culminância da proposta consistiu na
realização de uma Mostra Pedagógica para a socialização dos resultados alcançados e contou
com a participação de professores e estudantes de licenciatura da comunidade local.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A construção de saberes para ensinar tem como base a formação inicial dos professores.
Nesse sentido, as instituições de formação docente devem se constituir não apenas como espaço
de ensino, mas desenvolver competências do saber-fazer para atender as demandas exigidas na
sociedade em constante transformação. “O enfoque da formação do novo professor deve ser na
Segundo Tardif (2014), o saber dos professores é social por ser um saber partilhado por
um grupo, por repousar sobre um sistema que o legitima e o transforma no espaço e tempo das
mudanças sociais. Para Charlot (2005) o saber é um constructo social que se produz
racionalmente e se desenvolve ao longo da carreira.
3 METODOLOGIA
4 DISCUSSÃO
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para
conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade [...]. (FREIRE,
2002, p.32).
A carga horária da disciplina consiste em 60 horas, sendo 03 aulas semanais, dessas, foi
criado um cronograma para tratar somente das atividades de estudo temático e socialização da
proposta sobre aspectos do desenvolvimento e consequências ao aprendizado. Após várias
sessões de pesquisa e debates sobre a temática, os acadêmicos se organizaram em equipe e sob
a orientação e acompanhamento da regente da disciplina, realizaram seminários semanalmente
que serviram como parâmetro avaliativo sobre os conhecimentos adquiridos. Importante
ressaltar que o respectivo estudo teórico envolveu também planejamento e produção de material
do Pré-Natal à Adolescência para instrumentalizar a exposição na culminância da proposta.
Fonte: https://www.facebook.com/IFToCampusAraguatins/photos
Fonte: https://www.facebook.com/IFToCampusAraguatins/photos
Após a realização da Mostra, foi realizada uma roda de conversa com as turmas
envolvidas para avaliar os pontos positivos e negativos da proposta. Nessa oportunidade, cada
estudante apresentou suas considerações e complementou as colocações dos colegas. Tratando-
se de um momento democraticamente compartilhado que cada um trouxe suas observações,
críticas e reclamações quanto às dificuldades para implementar a proposta.
5 RESULTADOS
Nessa avaliação dos resultados ficou também perceptível que a curto prazo os futuros
professores aprenderam conceitos e práticas inovadoras, experimentaram uma forma de
transposição didática, além da consolidação de conhecimentos por parte dos estudantes de
períodos anteriores e formação continuada de profissionais em exercício que participaram do
evento.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BESSA, Valéria da Hora. Teoria da Aprendizagem. 2.ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011.
DEMO, Pedro. Habilidades e competências no século XXI. Porto Alegre: Mediação, 2010.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 25a edição, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática.5 Ed. Goiânia:
Alternativa, 2000.
M.; DELORS, Jacques (org.). Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para UNESCO
da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. UNESCO: Publicação MEC,
1998.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: a docência
universitária em busca de legitimidade [online]. Salvador: EDUFBA, 2010. Acesso em: 30 jan.
2021.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
RESUMO
O texto aborda o uso das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do
estudante da Educação Básica, buscando perceber através de uma revisão bibliográfica, aliada
a prática docente na disciplina de Língua Portuguesa vivenciada na escola “Ruth Passarinho”,
com enfoque na importância destes recursos e do papel docente no processo de ensino-
aprendizagem no ensino médio. Considerando que as práticas docentes no ensino médio atuais
são alvo debates na área educacional, reflexo de uma sociedade globalizada e informatizada;
faz-se necessário a discussão das reais funcionalidades das práticas docentes hoje utilizadas.
Diante do contexto atual, busca-se apresentar a gamificação como metodologia ativa de ensino-
aprendizagem, que serve como recurso didático para uma formação crítica, que possa levar a
uma reflexão construtivista da atuação docente em sala de aula, além de destacar o uso da
gamificação para tornar a aprendizagem do aluno mais significativa nesse segmento da
educação.
1. INTRODUÇÃO
O tema escolhido para esta prática é "Metodologias Ativas na Educação Básica” Nesse
contexto, levanta-se a importância da didática e do papel docente no processo de ensino-
aprendizagem na educação básica, considerando que as metodologias ativas de ensino-
aprendizagem servem como recurso didático na formação crítica e reflexiva do aluno do ensino
médio.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A origem do termo gamificação foi cunhada pelo britânico, Nick Pelling, em 2002, mas
apenas em 2010 que passou a ter notoriedade mundialmente, no meio empresarial e do
marketing, com objetivo de utilizar os fundamentos dos jogos fora do contexto dos games a fim
de promover uma maior interação entre os serviços e os consumidores (LEMOS, 2019).
3. METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida por meio das bases de dados da Scielo e
Google Acadêmico e do material de apoio da Uniasselvi disponível na biblioteca virtual da
faculdade que possibilitaram o levantamento de monografias, teses, artigos científicos e livros
que trouxeram a temática principal e retrataram as Metodologias Ativas, sendo utilizado a
técnica de observação como análise destes documentos.
O material coletado foi analisado e forneceu bases para a realização deste trabalho,
aliado a experiência da prática docente na Escola “Ruth Passarinho” no período de regência de
Língua Portuguesa, seguindo as normas pré-estabelecidas pela instituição com base nas normas
da Associação Brasileira de Normas técnicas -ABNT.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. 1. GAMIFICAÇÃO
A leitura tem uma grande influência na vida das pessoas, porque possibilita a
compreensão do mundo e as tornar cidadãos mais críticos e reflexivos capazes de entenderem
a sociedade na qual vivem.
Para levar a gamificação à sala de aula, o docente pode fazer uso de algum jogo pronto,
ou pode construir um jogo/dinâmica. O educador pode explorar a gamificação através de certas
dinâmicas com sua turma: a principal é trabalhar a partir de missões ou desafios, que funcionam
como combustível para a aprendizagem. Dessa forma, todo conhecimento serve a um propósito,
o que envolve os estudantes no processo. Outras alternativas são utilizar pontos, distintivos ou
prêmios como incentivo; definir personagens (avatares) ou cenários (LORENZONE, 2016).
Figura que mostra a pirâmide com os principais elementos dos games. No topo dessa
pirâmide encontra-se a dinâmica do jogo. Eles são elementos conceituais do mais alto nível
dentro o jogo ou em algum contexto gamificado. Werbach o denomina de “gramática”, ou seja,
algo que funciona como uma estrutura. No próximo nível está a mecânica do jogo e segundo
Werbach (2017) as mecânicas são como “os verbos de um jogo ou gamificação”, isto é, são
elementos que contribuem para que a ação do jogo avance. Já no nível mais abaixo da pirâmide
podemos visualizar os componentes de um jogo, tais componentes têm a função de executar as
ações representadas pelas dinâmicas e mecânicas do jogo. Essa etapa tem a finalidade de
premiar os jogadores com algumas recompensas (LEMOS, 2019).
REFERÊNCIAS
GIL, António Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3ª edição. São Paulo, Editora
Atlas, 1996.
RESUMO
A experiência de facilitador lúdico e pesquisador de jogos de mesa contemporâneos permite
vivenciar e pôr em circuito a questão da potencialidade da experiência mágica dos jogos e a
capacidade de agregar pessoas e proporcionar uma rara combinação de aprendizagem e prazer
e, sobretudo hoje em dia, questionar onde se encontra a imaginação na Educação nos processos
de ensino aprendizagem. A vivência a seguir descreve a experimentação inicial de dois jogos
de mesa, Dobble e Dixit, a mais de uma centena de jovens que desconheciam as mecânicas e
jogabilidades, e que aprenderam e desenvolveram rapidamente o sentido da ludicidade desses
jogos. O escrito estimula pesquisas mais avançadas da aprendizagem baseada em jogos que
podem ser utilizadas de forma a estimular várias possibilidades de competências cognitivas e
não cognitivas, ambas essenciais para as diversas estratégias de aprendizagem e da
competências socioemocionais. Convida a pensar o lugar do jogo de mesa contemporâneo na
Educação assim como o estímulo ao letramento lúdico dos educadores que possam ter
curiosidade em descobrir, jogar, conhecer as inúmeras mecânicas e interações ilimitadas dos
jogos de mesa contemporâneos, ainda muito restritos a círculos de jogadores e colecionadores,
e explorar, além da aprendizagem, o imenso potencial pedagógico do encontro e da presença
do outro em tempos de massificação das mídias eletrônicas e do universo, quase que natural,
dos chamados nativos digitais, aqueles que nasceram imersos na tecnologia, sobretudo a partir
do alvorecer do século XXI.
INTRODUÇÃO
FRYE (2017) parte de algumas questões fundamentais, dentre elas, qual o lugar da
imaginação no processo de aprendizagem?! O autor estabelece três níveis da mente e uma
linguagem para cada um:
O conceito de círculo mágico foi criado pelo filósofo holandês Johan Huizinga em seu
livro Homo Ludens, de 1938, uma referência incontornável para os profissionais das áreas
relacionadas ao estudo dos jogos. Para HUIZINGA(2019), o jogo é constitutivo da cultura, é
no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve. Aponta que desde a mais tenra
infância, o encanto do jogo é reforçado por se fazer dele um segredo. Algo que possa ser
compartilhado entre nós e que nos diferencie dos outros no interior do círculo mágico do jogo,
onde as leis e os costumes da vida cotidiana perdem validade. O jogo, segundo ele, é mais do
que um fenômeno fisiológico ou um reflexo psicológico, é uma função significante, isto é,
encerra um determinado sentido que transcende às necessidades imediatas da vida e confere um
sentido à ação.
A utilização dos jogos de mesa contemporâneos significa de forma muito clara para
minhas vivências como facilitador lúdico um manancial inesgotável para estimular várias
possibilidades de competências cognitivas e não cognitivas, ambas essenciais para as diversas
estratégias de aprendizagem. Quer sejam jogos cooperativos ANTUNES(2018) aos jogos de
caráter competitivo AZEVEDO(2017), os educadores jogadores começam a utilizar em
ambientes educacionais experiências lúdicas diferentes dos jogos conhecidos do grande
público. Dentre os vários estudiosos dos jogos e da gamificação, utilizo a definição apresentada
por Karl M. Kapp em seu livro “The gamification of learning and instruction: Game-based
Methods and Strategies for Training and Education” em livre tradução como A gamificação
Existe uma máxima experimentada no mundo dos jogos: enquanto se joga, não se julga.
Os jogos ajudam a pensar livremente, estimulam a criatividade e a comunicação, ensinam a
respeitar as regras e a respeitar os outros, e permitem compartilhar experiências, enquanto
ocorre diversão junto às pessoas de quem mais se gosta. Os jogos são fundamentais para o
crescimento, para a integração e identificação das pessoas como membros da sociedade.
Por esses motivos que o jogo sempre foi parte essencial de todas as culturas, das
milenárias e distantes, até as contemporâneas e próximas. Em todas as épocas, em todos os
lugares, o jogo sempre esteve presente na vida dos homens, mulheres, crianças e idosos. O jogo
derruba barreiras geracionais, de idioma, de raça e de religião. Segundo CASTRO (2015)
jogavam os faraós, mas também os escravos. Em seu interessantíssimo livro jogo intitulado
Jogos de Tabuleiro dos cinco continentes respalda a teoria de Huizinga e contribui para
complementar o conhecimento de História e Geografia através dos diversos jogos de todas as
épocas e culturas do mundo para crianças do Ensino Fundamental.
A análise dos números aponta que os jogos mais praticados, na sondagem inicial, que
capturavam o interesse dos estudantes eram predominantemente eletrônicos 78%, 16% jogos
de tabuleiro tradicionais como dama, xadrez, baralho e gamão enquanto que 4% relacionados
com atividades esportivas como jogo de futebol e vôlei. À época um dado que chamou muita
atenção foi a referência massiva ao jogo Free Fire, um jogo de tiro (com possibilidade de vários
armamentos) e sobrevivência que transcorre em uma diversidade de cenários simulando a
realidade. Nesse quantitativo da grande maioria de jogos eletrônicos representados pelo
fenômeno do Free Fire não houve diferença de gênero, tanto meninos como meninas apontavam
o jogo como o preferido do momento e a grande maioria jogava no próprio smartphone.
Por fim, no último dia da ação, a proposta de intervenção contou com uma apresentação
intitulada “Conversas sobre Educação e autoconhecimento” no Município de Goianinha para
os Educadores e Gestores da Educação do Município. O auditório contou com a participação
Dixit e Dobble são considerados jogos de entrada para o hobbie dos jogos de mesa
contemporâneos. É uma interessante experiência que milhões de jogadores em todo o mundo
registram como ponto de viragem para experiência de mecânicas e interações com jogadores
que não encontram precedentes a pouco mais de 10 anos. Estes dois icônicos jogos são muito
conhecidos em países com maior cultura de jogos e do direito ao jogar e é comum que eles
possam ser encontrados nos eventos lúdicos em souvenires (objetos de lembrança)
simbolizando marcas consagradas.
Cabe uma distinção sobre o que caracteriza um jogo de mesa contemporâneo, que pode
ser um jogos de carta (cardgame) ou que se desenvolva com um suporte físico como um
tabuleiro (board game). Utilizamos um cardgame Dobble e o Dixit, um jogo de cartas que
utiliza um tabuleiro de pontuação com coelhinhos coloridos como peças(meeples),
simbolizando os jogadores. Em termos de tipologia o termo jogos contemporâneos é mais
preciso do que jogos modernos pelo fato de considerar que a partir de 1995 houve uma
revolução em que o Jogo Colonizadores de Catan, ou simplesmente com o tempo chamado
Catan, tomou para si o paradigma do que é um jogo de mesa contemporâneo com características
próprias. Vamos então a uma breve cronologia para sinalizar a evolução dos jogos e situar as
especificidades da proposta dos jogos contemporâneos de mesa.
Jogos Antigos, aqueles surgidos na Idade Antiga, período que se estende desde a
invenção da escrita(cerca de 4.000 a.C. a 3.500 a.C.) até a queda do Império Romano do
Ocidente(476 d.C.) São jogos com regras simples e normalmente de temática abstrata, mas com
aspectos culturais atrelados aos seus elementos narrativos e estéticos. Como exemplos de jogos
antigos temos o Senet egípcio, os Mancala indo-africanos e o Go da China antiga.
Jogos Clássicos, aqueles surgidos ou consolidados na Idade Média (entre o ano de 476
d.C. até 1453). Predominantemente abstratos, competitivos, estratégicos e para dois jogadores.
Xadrez, Dama e Gamão são seus mais conhecidos representantes, cujo registros originais e
difusão coube aos europeus.
Jogos Modernos, aqueles surgidos entre 1453 até meados da década de 1990. São jogos
com regras relativamente simples e repetitivas, com dependência média ou elevada da sorte,
caracterizada por mecânicas dependentes da rolagem de dados ou do saque de cartas. War, Jogo
Fonte: https://www.dobblegame.com/en/homepage/
A totalidade dos jovens desconhecia os jogos apresentados Dobble e Dixit assim como
qualquer jogo de mesa contemporâneo. Interessante ressaltar que no ano da oficina, 2019, o
divertido jogo Dobble, que nos Estados Unidos chama-se Spot It, fez aniversário de 10 anos de
lançamento. Nessa década, tornou-se um fenômeno global, tendo vendido mais de 12 milhões
de cópias em todo o planeta e ganhado mais de 100 edições diferentes, inclusive com formato
PNP (print and play), imprima e jogue, gratuito para impressão. METROPOLYBAR(2019).
Fonte: https://www.metropolybar.com.br/dixit-o-estranho-jogo-frances-que-conquistou-multidoes/
Dixit – eis uma palavra em latim que fãs dos jogos de tabuleiro têm na ponta da língua
e que desperta paixões sobre a experiência do jogo. Desde 2008, quando foi lançado, o jogo
francês já vendeu milhões de cópias, recebeu uma dezena de prêmios e é um dos maiores
sucessos globais da atualidade.
Em um primeiro momento, ele mais parece um jogo infantil. Os desenhos das cartas
lembram ilustrações de livros para crianças, por causa das cores fortes, uso de personagens e
animais antropomórficos, situações oníricas…mas logo percebe-se uma certa ‘estranheza’.
Inicialmente, o protótipo do Dixit foi criado para ser um jogo para todas as idades. Mas
o sucesso inicial deveu-se, mesmo, aos adolescentes. Em 2005, ao levar para o trabalho uma
primeira versão (o jogo de cartas foi usado para ajudar jovens a se comunicar melhor), Roubira
e seus colegas começaram a perceber o forte apelo e valor terapêutico da brincadeira. Ainda em
2005, diversos centros franceses de apoio a jovens começaram a requisitar o Dixit para utilizar
em sessões de terapia. Com este sucesso, logo o jogo foi oficialmente lançado pela Libellud,
empresa então recém-criada por um amigo de Roubira. Em pouco tempo, as cartas de Dixit
conquistaram a França, a Europa e o mundo. METROPOLYBAR (2017)
Para o seu criador, Jean Louis Roubira, cada partida é um momento mágico e ele diz
que quando assiste as pessoas jogando Dixit, às vezes vejo-as descobrindo sua criatividade pela
primeira vez. Elas percebem que são capazes de criar algo, mesmo que seja algo muito simples,
como uma palavra diferente, e isso é revelador. Elas não sabiam antes que podiam fazer isso.
Talvez esta seja uma das razões pelas quais o Dixit é tão popular. Talvez ele seja um jogo que
revela às pessoas o criador que existe dentro de cada uma. Para Roubira os jogadores gostam
de observar as imagens das cartas de Dixit porque elas lembram algo pessoal, lembram
sentimentos, memórias. As cartas possuem inúmeros símbolos. Elas são como trechos de
sonhos, ou pequenas janelas que se abrem na imaginação. Isso cria uma atmosfera de paz, que
permite às pessoas se comunicar com facilidade. Segundo ele isso é o maior dos prazeres que
você pode oferecer aos jogadores.
Uma das curiosas adaptações do Dixit que pode ser utilizada para várias faixas etárias é
por meio das tabelas periódicas das emoções podendo ser explorado como conteúdo de
autoconhecimento e educação socioemocional. Maria Jesus Campos, especialista em psicologia
de crianças e jovens, utilizou o jogo em uma oficina de inteligência emocional e
desenvolvimento de estratégias de aprendizagem da qual participa um grupo de 6 crianças entre
10 e 12 anos. Na oficina, María Jesús, trabalha vários conteúdos como emoções básicas (alegria,
tristeza, raiva…) ou emoções mais complexas (admiração, inveja, gratidão…). O objetivo em
suas oficinas, além de identificar e administrar essas emoções, é analisar o processo vivido
quando uma determinada emoção surge e por meio de quais fatores como pensamentos, reações
corporais e comportamentos estão envolvidos. CAMPOS(2018)
Basicamente alguns critérios nortearam a escolha desses dois jogos: São jogos de
entrada, também chamados jogos festivos e/ou familiares, portanto possuem um baixa curva de
aprendizagem, as regras podem ser explicadas rapidamente; possuem uma comunicação visual
convidativa à curiosidade para as regras e o funcionamento; têm alta interação e diversão e são
adaptáveis para contextos educacionais e como ferramenta pedagógica; apresentam
rejogabilidade que motiva os jogadores a quererem jogar várias vezes. Uma das características
mais presentes nesse tipo de jogo, os modernos, é a pouca influência da sorte e a substituição
dessa pelo pensamento estratégico e pela tomada de decisão que pode ser observada durante a
atividade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência do jogo nos inscreve num lugar afetivo em nossas memórias e nos coloca
numa categoria em que todos somos iguais: jogadores. O círculo mágico muitas vezes fica
relegado à infância e perde sua importância e potência para o mundo adulto, quando muito o
jogar parece ter o sentido de distração, mero entretenimento ou fonte de prazer fugaz no mundo
da realidade. A experiência da oficina de jogos de mesa contemporâneos foi circunscrita a uma
Os jogos de mesa contemporâneos são produzidos no mundo como uma outra maneira
de interagir com o outro sem mediações tecnológicas de forma a proporcionar aprendizagem
compartilhada e permitir a formação de vínculos além de promover autoconhecimento,
habilidades socioemocionais e aprendizagem de competências de argumentação e negociação,
solução criativa de problemas, autonomia e cooperação em um contexto didático e de
aprendizagem dos conteúdos curriculares.
ANTUNES, Queiroz, Santos e Lima. Ciclo criativo de jogos colaborativos: um método para
criação de jogos educativos. Holos, Ano 34, Vol. 02. 2018.
CASTRO, Javier. Um mundo de jogos: jogos de tabuleiro dos 5 continentes, Blumenau, SC:
Todolivro Editora, 2015.
CAMPOS. Maria Jesus. Conociendo más sobre emociones. 2018. Disponível em:
https://www.mariajesuscampos.es/conociendo-mas-emociones/ Acessado em: 22.04.2018
FORTE. Lilian K. Site Fonologica, 2018. Jogo Dobble para treino F x V. Disponível em:
http://www.fonologica.com.br/blog/2018/05/03/jogo-dobble-para-treino-f-x-v/ Acesso em: 10
jan. 2021.
KAPP. K. M., Blair, L. and Mesch, R. The Gamification of learning and instruction: Game-
based Methods and Strategies for Training and Education – Fielbook. Idea into practice.
San Francisco. Willey. (2014).
POLDOSKI, Bruno. Cinco aspectos dos boardgames modernos. Estrutura Ludens. 2014.
Disponível em: https://estruturaludens.wordpress.com/2014/01/29/cinco-aspectos-dos-board-
games-modernos/. Acesso em: 20.01.2021.
RESUMO
A formação histórica do Brasil foi marcada por constantes silenciamentos e negações da cultura
popular, sendo a sua valorização uma ação contra hegemônica. O ensino dos jogos tradicionais
nas aulas de Educação Física escolar pode favorecer condições para ampliar o reconhecimento
de uma parcela significativa da cultura popular. O estudo tem caráter teórico, sendo o seu
objetivo utilizar a teoria da Praxiologia Motriz para reconhecer os elementos dos jogos
tradicionais, buscando ampliar o reconhecimento cultural e sócio-histórico enquanto conteúdo
escolar. A Praxiologia Motriz é a teoria da “ação motriz”, ela permite compreender de maneira
sistematizada os acontecimentos presentes nas práticas motrizes, os instrumentos praxiológicos
que vamos utilizar com maior ênfase no estudo são, a saber: a) lógica interna, b) lógica externa,
c) CAI e d) Universais Ludomotrizes. A Praxiologia Motriz permite compreender o universo
das práticas motrizes com maior profundidade, o que pode contribuir com as escolhas do
planejamento dos jogos tradicionais nas aulas de Educação Física escolar, favorecendo
condições para ampliar a coerência entre as escolhas docentes com os objetivos e
intencionalidades pedagógicos esperados, por exemplo, caso queira desenvolver valores
cooperativos, o ensino de jogos tradicionais sociomotrizes exclusivamente com companheiros
pode favorecer uma experiencia ao estudante genuinamente cooperativa, o que pode gera
coerência entre o objetivo proposto e a prática motriz desenvolvida.
INTRODUÇÃO
No caso do ensino da Educação Física escolar brasileira, até a década de 1980, foi
predominante, segundo Bracht (1999, 1997, 2010) uma busca por “talento” nos esportes e a
compreensão do estudante como um ser exclusivamente biológico. Na mesma década, este
ensino foi questionado pelo “Movimento Renovador da Educação Física” 7 sendo
problematizado qual seria o papel da Educação Física na escola, sobretudo para o
desenvolvimento de ações “inovadoras” na área que almejassem uma reconstrução em prol de
um ensino que diversificasse as práticas motrizes8 e as experiências culturais dos estudantes, as
intencionalidades docentes, as ações pedagógicas inclusivas, democráticas, contra hegemônicas
e críticas (BRACHT, 2010; FERSTERSEIFER; SILVA, 2011).
7
O “Movimento Renovador da Educação Física” ocorreu na década de 1980 quando concepções de ensino
pautadas predominantemente na aptidão física e na técnica esportivista de maneira excludente começaram a ser
questionadas por parte da área. O “Movimento Renovador” proporcionou novos objetivos e intencionalidades para
a Educação Física escolar, sendo apresentados novos caminhos críticos para o ensino, como a contextualização do
estudante enquanto ser cultural e problematizações sobre as exclusões presentes nas aulas (BRACHT, 1999; 2010).
8
Segundo Parlebas (2008) não são todas as ações humanas que fazem parte do universo das práticas motrizes,
elas, são situações em que existe um objetivo motor associado a ação, como por exemplo, jogos tradicionais,
esportes, ginásticas, danças, lutas, práticas de aventura e alternativas. Movimentos livres do cotidiano, como
levantar de uma cadeira ou locomover de um local da casa para outro não são do universo das práticas motrizes,
porém, levantar ou correr e correr no jogo do “nunca três” tem associado ao movimento um objetivo motor na
prática, o que o torna uma prática motriz.
Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi apresentar, por meio de um estudo teórico à
luz da teoria da Praxiologia Motriz, os elementos estruturais que caracterizam os jogos
9
Embora reconheça semelhanças e diferenças na literatura para conceituar os termos, “brincadeiras, jogos
tradicionais, jogos populares e jogos”, no presente estudo utilizamos a definição de jogos tradicionais de Parlebas
(2008). Algumas características dos jogos tradicionais são: a sua relevância dentro da cultura popular; ação
motriz/objetivo motor (movimento enquanto parte da vivência prática intencional do jogar); regras não
institucionalizadas, podendo ser alteradas de acordo com os interesses e motivações dos jogadores; códigos e
linguagens únicas (PARLEBAS, 2008).
Esta teoria foi criada na década de 1960, pelo francês Pierre Parlebas. O objeto central
da Praxiologia Motriz é a ação motriz e a lógica interna das práticas motrizes. A ação motriz,
para Parlebas (2008, p.41), é definida como: “[...] processo de realização de condutas motrizes
de um ou vários sujeitos que atuam em uma situação motriz”. Para Ribas (2002), apenas ações
humanas intencionadas ao movimento são associadas a uma prática motriz como parte dos
estudos praxiológicos. Por exemplo, correr no jogo tradicional esconde-esconde é uma ação
motriz, enquanto parar para amarrar o cadarço do tênis no transcorrer deste mesmo jogo não,
na medida em que esta última não está circunscrita pelos modos de funcionamento do jogo
(FERREIRA; RAMOS, 2017).
Cada prática motriz, segundo Parlebas (2008) possui uma lógica interna única, com
semelhanças e diferenças entre elas. A lógica interna, segundo Ribas (2002), é um dos
principais avanços da teoria praxiológica para compreensão das práticas motrizes, ela pode ser
compreendida como a gramática das práticas motrizes, possibilitando desvendar as ações
motrizes pertencentes às práticas motrizes. Para Parlebas (1987, p. 8), a lógica interna é definida
como: “[...] o sistema das características pertinentes de uma situação motriz e as consequências
que entranha para a realização da ação motriz correspondente”.
Ainda que o campo de estudos praxiológicos dê relevo a análise da logica interna e das
ações motrizes, Parlebas (2008) apresenta também o conceito de lógica externa. A lógica
externa envolve todos os elementos que circundam as práticas motrizes como sociais, culturais,
psicológicos, econômicos. É importante destacar que ambas as lógicas interna e externa
ocorrem simultaneamente durante a realização de uma prática motriz pelos seus participantes,
sendo a sua separação uma forma de aprofundar os estudos científicos sobre a temática
(PARLEBAS, 2008).
Deste modo, os jogos tradicionais que antes eram praticados em constante relação com
os valores da cultura local, como festas de colheitas, cerimônias religiosas e construção coletiva
das regras, tiveram o seu prestigio reduzido com as mudanças das sociais. O alinhamento da
dinâmica do esporte com a sociedade industrial contribuiu para fortalecer as bases desta prática
motriz o que acabou resultando no surgimento de instituições que desenvolveram regras que
foram se tornando cada vez mais rígidas para que as modalidades esportivas, tendo o futebol
masculino como um de seus principais representantes, fossem reconhecidas e jogadas de um
mesmo jeito em todo o mundo. Como podemos notar, ainda que consagrado como um
fenômeno social, o esporte ao se balizar pela unificação, padroniza e extraí a construção coletiva
e a valorização da cultura popular que é presente nos jogos tradicionais (BRACHT, 1997;
PARLEBAS, 2008; LAVEGA e Cols., 2011).
Cumpre reforçar que não se trata da valorização dos jogos tradicionais e da negação dos
esportes, mas de chamar atenção para um outro conhecimento que, por conta de características
muito próprias vem sendo deixado de lado enquanto no ensino da Educação Física escolar.
Das oito possibilidades do CAI, metade são pertencentes aos ambientes padronizados,
ou seja, praticas motrizes realizadas em locais em que o ambiente não oferece imprevisibilidade
na leitura de informação do local, como em uma quadra poliesportiva. A outra metade das
categorias são práticas motrizes em ambientes não padronizados, exigindo do participante
leitura de informações em sua interação com o local, por exemplo, práticas em contato direto
com a natureza, como no mar (PARLEBAS, 1987; 2008).
Primeira categoria (Ø): psicomotriz10 sem interação direta entre os participantes e sem
instabilidade do ambiente físico (padronizado), por exemplo, os jogos tradicionais, pular corda
(individual), amarelinha, corrida do saco (individual), terra mar, morto vivo e brincadeiras com
arcos (individual).
Segunda categoria (I): psicomotriz sem interação direta entre os participantes e com
instabilidade em ambiente físico (não padronizado), por exemplo, os jogos tradicionais, corrida
do saco e brincadeiras com arcos (individual) contato com a natureza (grama/árvores).
10
Psicomotriz, segundo Parlebas (2008), são práticas motrizes realizadas individualmente (sem a presença de
companheiros e/ou adversários) ou práticas motrizes sem interação motriz direta de cooperação e/ou oposição
entre os participantes. Por exemplo, uma corrida ou natação com raia. Nestes dois casos, ainda que exista
simultaneamente adversários eles não podem interagir alterando sua ação motriz de maneira direta.
Existem jogos tradicionais com ausência da rede de pontuação e/ou de marca, por
exemplo, alguns dos jogos tradicionais psicomotrizes, como pular corda ou brincar com o arco
individualmente. Os jogos tradicionais sociomotrizes com companheiros não possuem rede de
pontuação ou de marca, sendo práticas motrizes genuinamente cooperativas, pois, todos os
participantes se unem em torno da realização de um objetivo em comum no jogo, o que favorece
ações cooperativas estimuladas pela lógica interna, não existindo pontuação ou vencedor, por
exemplo, malabares, frescobol e a pirâmide humana (FRANCI; RIBAS, 2016; LAVEGA e cols.
2011; MARIN; RIBAS, 2013; PARLEBAS, 2008).
A lógica interna dos jogos cooperativos valoriza interações motrizes em uma constante
rede de comunicação, com ações cooperativas em prol do objetivo em comum da dupla ou
equipe. Os valores despertados pela lógica interna dos jogos cooperativos são pouco
valorizados na sociedade (lógica externa) em que estamos inseridos, destacando-se práticas
motrizes com a presença de adversários, que possui a demarcação da vitória.
Os papeis e subpapéis são as funções diretas e indiretas assumidas durante uma prática
motriz pelos jogadores, como por exemplo, escolher no pique-bandeira, qual espaço ocupar,
marcar ou atacar, quando estiver com a bandeira, esperar, progredir ou passar a bandeira, além
de outras inúmeras possibilidades existentes no jogo. As possibilidades de papeis e subpapéis
em um jogo tradicional são relacionadas a diversos elementos da lógica interna, entre eles as
relações de interação motriz entre os estudantes e ao meio ser ou não padronizado
(PARLEBAS, 2008).
A relação dos papeis é estável e constante nos esportes, porém, em alguns jogos
tradicionais ela pode ser alterada, existem jogos tradicionais em que um jogador pode alterar o
seu papel e mudar de time, por exemplo, pega-pega corrente, a relação de oposição entre os
pegadores da corrente e os corredores é alterada quando um jogador da corrente consegue
encostar no corredor, naquele momento ele deixa de ser um corredor começa a fazer parte da
corrente, assumindo uma nova relação, de cooperação com a corrente para tentar “pegar” outros
jogadores, sendo uma relação alternada dos papeis durante o jogo. Outra possibilidade são os
jogos tradicionais em que o estudante possui uma dupla possibilidade, ele pode escolher ser
companheiro ou adversário, o que gera uma incerteza a todo o momento na leitura das
informações, como no jogo do terremoto/casas ou no jogo do passe amigo adversário.
A Educação Física segundo Parlebas (2008) é a “pedagogia das condutas motrizes”, ela
é a responsável em compreender os sentidos, significados, objetivos e intencionalidades do
processo de ensino das práticas motrizes. Uma das funções da Praxiologia Motriz é a
possibilidade de aprofundar com critérios de maneira sistematizada o reconhecimento das ações
motrizes e a lógica interna das práticas motrizes em geral, entre elas, dos jogos tradicionais.
A interpretação coerente da lógica interna com critérios pode favorecer elementos para
a escolha pedagógica do professor, ao compreender que cada lógica interna desperta
experiências únicas aos estudantes. Vamos apresentar algumas reflexões em que o CAI e os
Universais Ludomotrizes podem colaborar no planejamento e escolhas das ações docentes nas
aulas de Educação Física escolar, sobretudo nos jogos tradicionais (PARLEBAS, 2008).
5. Ambiente físico padronizado: o segundo critério utilizado pelo CAI é a relação dos
participantes com o espaço físico, podendo ser ou não padronizado (estável). A arquitetura das
escolas brasileiras em geral favorece predominantemente experiências em ambientes estáveis,
O CAI não deve ser uma “receita” em que o planejamento deve ser sempre dividido de
maneira aritmética entre as suas categorias de classificação, mas sim, uma possibilidade de
compreender quais experiências e aprendizados cada prática motrizes pode favorecer aos
estudantes, sempre que todas elas não devem ser simplesmente reproduzidas na escola, mas,
sim, adequadas e ressignificadas em sua lógica interna e externa de acordo com os objetivos e
intencionalidades pedagógicos esperados para atingir as expectativas de aprendizagem que
desejamos que o estudante alcance.
Outro exemplo que os Universais Ludomotrizes podem colaborar com a escolha são em
mudanças para ampliar a participação inclusiva, por exemplo, no jogo tradicional “nunca três”
é realizado com todos sentados em duplas e dois estudantes de pé (pegador e corredor), o
objetivo do corredor é sentar em qualquer dupla para não ser pego, em uma breve análise
praxiológica a possibilidade de sentar em qualquer lugar torna o jogo tradicional “nunca três”
com grande imprevisibilidade em sua rede de comunicação, porém, caso um grupo de amigos
resolva sempre sentar nos mesmos lugares, isso irá tornar o jogo pouco inclusivo para grande
parte da turma. Ainda que reduza as possibilidades de interação motriz no jogo, algumas
mudanças nas regras com objetivos pedagógicos podem ampliar a participação ativa de um
maior número de estudantes, por exemplo, não vale ir duas vezes seguidas, apenas quando todos
ou uma quantidade determinada já tiver participado do jogo o mesmo estudante pode ir
novamente, isso reduz a imprevisibilidade do estudante quando ele irá sentar, mas, amplia a
participação de um maior número de estudantes de maneira inclusiva no jogo, sendo os
conhecimentos praxiológicos utilizados associados intrinsicamente aos objetivos pedagógicos.
Além dos pontos que sinalizamos em que a lógica interna pode colaborar com a
Educação Física escolar, Parlebas (2008) também aponta que ainda que não seja o objeto de
estudos da Praxiologia Motriz, a lógica externa é um conhecimento igualmente importante,
portando, ela pode proporcionar importantes reflexões e caminhos para o ensino dos jogos
tradicionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Freire (2015a, 2015b); Silva (2017) a cultura popular deve ser presente na
Educação brasileira, sendo a sua valorização uma ação contra hegemônica de situações de
exclusão de uma parcela da população que teve (ainda tem) os seus saberes negados e
silenciados historicamente. Na Educação Física escolar, um dos conteúdos que possibilita a
valorização da cultura popular são os jogos tradicionais, que segundo Parlebas (2008) são parte
intrínseca da cultura e dos valores de uma sociedade, possibilitando com a intencionalidade
pedagógica de seu ensino, valorizar parte da cultura popular.
Além dos elementos da lógica externa que justificam os jogos tradicionais enquanto
conteúdos na Educação Física escolar, a Praxiologia Motriz demonstrou importantes elementos
estruturais da lógica interna que valorizam o jogo tradicional enquanto conteúdo. Com essa
afirmação não descartamos a possibilidade do jogo tradicional e do jogo ser um importante
recurso metodológico como meio para o ensino de outros conteúdos, porém, sinalizamos que
sua redução apenas a essa função desvaloriza culturalmente e também reduz as possibilidades
de experiências motrizes dos estudantes.
As práticas motrizes podem gerar conflitos relacionados com a lógica interna ou lógica
externa segundo Marques, Ramos e Ferreira (2020), a grande diversificação de possibilidades
de interação dos jogos tradicionais podem aparecer conflitos, sinalizamos que essa temática
O jogo tradicional além das possibilidades em sua lógica interna que apresentamos,
também é uma importante parcela da cultura popular, o seu ensino nas aulas de Educação Física
Escolar deve valorizar a cultura popular enquanto conteúdo sistematizado. Para representar a
cultura popular presente nos jogos tradicionais do Brasil de maneira coerente com nossa
formação social, cultural e histórica, o ensino dos jogos tradicionais deve abrangem além das
múltiplas possibilidades da lógica interna apontadas, também a diversificação da lógica externa,
sendo realizados e problematizados jogos tradicionais de diferentes origens, sendo os jogos
tradicionais Europeus não normalmente hegemônicos nas aulas não mais os únicos a serem
ensinados, eles podem ser mantidos enquanto parte do planejamento, que deve também
contemplar espaço para jogos tradicionais de origem indígenas, africanos e afro-brasileiros,
pois, todos eles são parte de nossa cultura popular e não devem ser negados ou silenciados nas
aulas de Educação Física.
REFERÊNCIAS
BRACHT, V. e cols. A Educação Física Escolar como tema da produção do conhecimento nos
periódicos da área no Brasil, 1980-2010: parte II. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 18, n.
2, p. 11-37, abr./jun. 2012.
LAVEGA, P.; RIBAS, J. F. M.; MARIN, E. C.; SOUZA, M. S. Os jogos tradicionais no mundo:
associações e possibilidades. Licere. Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos
do Lazer, v. 14, n. 2, 2011.
LAVEGA, P.; LAGARDADE, F. O.; MARCH, J., ROVIRA, G.; ARAÚJO, P. C. Educação
Física ecto de la cooperación motriz en la vivencia emocional positiva: perspectiva de género.
Revista Movimento, Porto Alegre, v.20, n° 2, p.593-618,2014.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente. 52. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2015a.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 59. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015b.
RIBAS, João Francisco Magno. Praxiologia Motriz: construção de um novo olhar dos jogos e
esportes na escola. Motriz. Revista de Educação Física. UNESP, v. 11, n. 2, p. 103-110, 2005.
MARQUES, Rodrigo Gonçalves Vieira; RAMOS, Glauco Nunes Souto; FERREIRA, Lílian
Aparecida. Práticas motrizes no currículo oficial do estado de são paulo no ensino médio: Uma
análise praxiológica preliminar com base no cai. Acciónmotriz, n. 25, p. 91-104, 2020.
RESUMO
Este artigo tem como tema central o Supervisor Escolar, com o objetivo geral de contribuir para
a reflexão sobre o papel do supervisor escolar no contexto da escola inclusiva. Identificando o
papel do supervisor escolar e sua importância dentro da instituição educacional, além de
discorrer sobre a escola inclusiva, identificando suas principais características e importância na
atualidade, e apontando o papel do supervisor escolar para a eficácia da escola inclusiva, aliando
tudo isso às contribuições de um ensino reflexivo, com suporte teórico nas ideias de autores
como Maio, Silva e Loureiro (2010), Glat e Fernandes (2005), além da LDB 9.394/96 para
contribuir a reflexões sobre como o supervisor pode ajudar na construção de uma escola
inclusiva. Sabemos que a sociedade atual é marcada pela busca de igualdade em todos os
âmbitos da vida, pela luta para que os direitos dos cidadãos sejam de fatos assegurados e
cumpridos, e a escola, como instituição formadora desses sujeitos deve estar preparada para a
formação dos mesmos, de forma a prepará-los e orientá-los nessa jornada.
INTRODUÇÃO
A referida pesquisa, com o tema sobre o Supervisor Escolar, tem como título:
“Reflexões Acerca do Papel do Supervisor Escolar no Contexto da Escola Inclusiva”, com a
problemática de refletir sobre a contribuição desse profissional para a eficácia de uma escola
inclusiva.
O estudo tem como base as ideias de Maio; Silva e Loureiro (2010) sobre a análise do
papel do supervisor escolar como fator de sustentabilidade da escola, além das contribuições de
Glat e Fernandes (2005) sobre educação inclusiva. A relação entre gestão escolar e escola
inclusiva segundo Tezani (2009) e reflexões de acordo com Sanches (2005) acerca da
investigação-ação na escola inclusiva.
Tem como objetivo geral contribuir para a reflexão sobre o papel do supervisor escolar
no contexto da escola inclusiva, e como objetivos específicos, (i) identificar o papel do
supervisor escolar; (ii) discorrer sobre a escola inclusiva, e (iii) apontar o papel do supervisor
escolar para a eficácia da escola inclusiva.
Com base nisso, buscamos apresentar conceitos sobre supervisão escolar e escola
inclusiva para através disso identificar a importância do trabalho desse profissional para o
exercício eficaz de uma escola que priorize a educação inclusiva, aliando esses conceitos às
contribuições de um ensino reflexivo, pois não se pode pensar a educação inclusiva sem refletir
sobre os mais diferentes aspectos e sujeitos que envolvem a mesma.
Mas é fundamental destacar que para que uma educação inclusiva aconteça, o trabalho
dos profissionais da educação deve estar aliado à busca pela integração da comunidade externa
à comunidade interna escolar, em que diretores, coordenadores, supervisores, professores e
demais funcionários escolares estejam unidos com familiares, responsáveis e amigos de seus
aprendentes para promoverem um elo de construção e valorização das diversidades, pois
segundo Carvalho (2004, apud Tezani 2009) uma escola inclusiva deve reconhecer, atender as
diferenças individuais e respeitar as necessidades de qualquer um do corpo discente.
Antes de mais nada, podemos questionar quem é o supervisor escolar? Qual a real
função deste profissional e quais as competências que o mesmo deve apresentar? Seu trabalho
é de fato importante para a construção de uma escola inclusiva? Como ele pode contribuir para
o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem?
Seu trabalho pode ser melhor entendido de acordo com Carlos e Lodi (2012, p. 60), em
que afirmam que
De acordo com Sergiovanni (1999 apud Maio; Silva; Loureiro, 2010), um bom
supervisor escolar deve apresentar competências para desenvolver um trabalho de excelência.
São elas: comportamentos de liderança, proficiência na comunicação, capacidade de liderar
Esse profissional deve buscar integrar-se do todo escolar, deve permear todos os espaços
escolares, conhecer e reconhecer a importância de cada indivíduo integrante da organização, e
a partir daí contribuir através de suas teorias e experiências para a evolução da escola; ele não
só orienta como também aprende e ensina aos demais, pois cada sujeito envolvido no processo
tem formas e ideias diferentes de lidar com as mais diversas situações, o que agrega valor aos
diálogos, proporcionando harmonização ao trabalho pedagógico.
Diante disso, entende-se que a supervisão irá contribuir para o estímulo de participação
ativa de professores e alunos sobe a ótica da perspectiva formativa, na qual irá procurar
valorizar os contextos vividos pelos sujeitos, orientando aos educadores que busquem
estratégias de ensino que seus alunos aprendam de forma significativa, através de um ensino
contextualizado. Sem esquecer da importância da autoavaliação, que irá proporcionar ao
professor pensar e repensar suas práticas e atitudes, tornando-se um profissional mais
participativo e de responsabilidade com compromisso pela aprendizagem.
O valor principal que norteia a ideia da inclusão está calcado no princípio da igualdade
e diversidade, concomitante com as propostas de sociedade democrática e justa.
Fundamenta-se na concepção de educação de qualidade para todos, respeitando a
diversidade dos alunos e realizando o atendimento às suas necessidades educativas
(TEZANI, 2009, p. 1).
A educação inclusiva necessita proporcionar, em suas práticas cotidianas, um clima
organizacional favorável que estimule o saber e a cultura, proporcionando aos alunos
o desenvolvimento de conhecimentos técnicos, éticos, políticos, humanos, para que
se tornem emancipados e autônomos (TEZANI, 2009, p. 5).
A inclusão deve permear os direitos de igualdade e diversidade, ou seja, independente
da especificidade daquele sujeito, o mesmo deve ser incluído no ensino regular e ter as mesmas
condições de acesso e permanência escolar que os demais, deve haver condições para seu pleno
desenvolvimento.
Ainda segundo Tezani (2009), a construção de uma escola inclusiva precisa vincular
democracia, participação e autonomia, o que não é processo de fácil construção, pois deve haver
um compromisso em comum dentro da comunidade escolar para proporcionar a todos os alunos
a melhoria da educação, e isso só poderá acontecer com a consciência e valorização dos fatos e
das normas coletivas de acordo com a responsabilidade social para daí a escola cumprir seu
papel para a transformação social.
Podemos reforçar essas ideias de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) 9.394/96, que em seu artigo nº 59, afirma que o sistema de ensino deve assegurar o
direito de todos à educação, e que os métodos, técnicas e currículos devem contribuir para
atender às necessidades de cada aluno (BRASIL, 1996).
Com base na referida Lei, podemos refletir sobre como a escola irá ofertar esse ensino
de qualidade e igualitário para todos, qual o papel do gestor, do supervisor, do professor nesse
processo e quais as contribuições deles para que essa educação seja inclusiva.
Este profissional deve ter seu foco principal em monitorar e regular os processos de
ensino e aprendizagem, com orientações sobre as práticas pedagógicas, desenvolvendo um
trabalho mais eficaz para os professores, de forma que os mesmos entendam melhor como atuar
com seus alunos, de forma clara, objetiva, dinâmica, com conteúdos que abracem os mais
diversos contextos, de forma significativa, sem esquecer de que estes devem ser avaliados com
frequência, para que possam refletir sobre seu trabalho, e modificá-lo à medida que for
necessário.
O docente, através de suas práticas de ensino deve buscar conhecer seu aluno,
compreender suas necessidades, identificar suas aptidões, e buscar construir métodos e técnicas
de auxílio nesse processo de ensino-aprendizagem, procurando valorizar o potencial dos seus
alunos, independente de suas especificidades, e ajudando-os a se desenvolverem como sujeitos
autônomos e construírem suas identidades.
Acredita-se que a instituição escolar, primeiramente deve ter por base a reflexão, ou
seja, deve incentivar seus participantes a serem sujeitos pensantes e críticos quanto suas
práticas. É local de disseminação de aprendizagem, de saberes, é onde todos os envolvidos estão
trabalhando para um objetivo comum: a aprendizagem.
essa escola tem uma equipe pedagógica que atua enquanto mediadora do processo,
problematizadora da prática pedagógica e organizadora de situações de formação
continuada do professor […] é uma escola de criação, autora e autônoma em suas
ações, com base no direito à diversidade (Pereira; Delving Ely, 2005, p. 64).
De acordo com os autores, a escola reflexiva tem por base um trabalho pautado na
construção de ações livres, em que seu corpo docente irá atuar de forma a mediar o
conhecimento, trazendo problematizações acerca dos conteúdos, organizando as informações
de forma que os alunos possam aprender de maneira crítica, com significação. Essa escola
reflexiva é baseada na inclusão, pois “traz para si todo o corpo de alunos e professores num
movimento de conhecer-se e se fazer conhecer, respeitando as individualidades, vivências e
limitações (Pereira; Delving Ely, 2005, p. 62)”.
Uma escola que tenha em suas práticas a inclusão ocorrendo de fato tem sido um grande
desafio para a educação atual, pois atribui a responsabilidade de educar seu público
independente de suas diferenças. O que reforça a importância de possuir profissionais éticos e
compromissados, com estratégias formativas e reflexivas, (re) pensando suas ações e seus
posicionamentos frente a realidade de seus aprendentes (SANCHES, 2005).
Toda ação tem uma teorização e requer um esforço de todos envolvidos no processo
escolar, pois a construção teórica se dá quando conseguimos ler nossas experiências
através do viés da análise das intenções. [...] A escola reflexiva vê nos problemas
motivo de crescimento, pois toda busca gera a aprendizagem. [...] A base da escola
reflexiva é a formação em serviço, visto que a avaliação constante das práticas conduz
ao aprendizado (PEREIRA, DELVING ELY, 2005, p. 61).
Ainda de acordo com as ideias de Pereira e Delving Ely (2005), o supervisor pedagógico
contribui significativamente nesse processo, pois irá colaborar para a formação de professores
buscando a articulação entre teoria e prática para a construção de uma troca significativa de
aprendizagens com interações, problematizações, questionamentos e vivências escolares.
Podemos entender que um bom supervisor escolar, pautado numa educação reflexiva
irá contribuir significativamente para a construção de uma escola inclusiva, pois este
profissional, de acordo com suas experiências, suas pesquisas e formações estará sempre
comprometido para a melhoria dos resultados escolares.
Um bom supervisor deve apresentar algumas capacidades, que segundo Vieira (apud
Maio, Silva e Loureiro, 2010), são:
III. Antevisão – tentar prever o que poderia vir a acontecer (se antecipar);
IV. Retrovisão – ver o que poderia ter acontecido e não aconteceu (criar hipóteses);
V. Segunda-visão – procurar saber como fazer o que deveria ter de fato acontecido e
não aconteceu (traçar metas e caminhos para alcançar os objetivos desejados).
Uma escola inclusiva deve ser aquela que atenda à todos, independente de suas
limitações físicas ou cognitivas, de sua classe social, cor de pele, etc., o direito à uma educação
de qualidade é de todos e está assegurado por lei; então a escola deve estar de portas abertas
para esses alunos, deve preocupar-se com suas especificidades para atendê-las sem distinção,
mas de acordo com suas necessidades, oferecendo um ambiente acolhedor, pautado no respeito
e no compromisso com a educação.
O supervisor irá ajudar o professor, orientará seu trabalho numa perspectiva formativa
e facilitadora, buscando construir uma relação de confiança para que os docentes não o vejam
somente como um fiscal do seu trabalho e possam buscá-lo sempre que necessário, além de
trocarem experiências para a construção de um processo de ensino-aprendizagem inclusivo, que
abrace todos os alunos e consiga atender suas necessidades da melhor forma possível.
Para tais atitudes, deve haver contribuições do gestor da escola, em que o mesmo seja
capaz de promover aos seus colaboradores um ambiente aberto ao novo, com possibilidades de
crescimento e construção da identidade e liberdade, que tenha a empatia de reconhecer os
problemas e buscar meios de saná-los com a colaboração de todos, para que de fato estejam
envolvidos e comprometidos com a educação.
REFERÊNCIAS
PEREIRA, Edlúcia Passos Carvalho; ELY, Vanessa Delving. O supervisor na escola reflexiva:
gestão-formação-ação. Linguagens, Educação e Sociedade-Teresina, n. 13, 2005.
TEZANI, Thaís Cristina Rodrigues. A relação entre gestão escolar e educação inclusiva: o que
dizem os documentos oficiais? Revista online de Política e Gestão Educacional, n. 6, 2009.
RESUMO
O trabalho fundamenta-se em apresentar Intervenções Psicopedagógicas para as dificuldades
de alfabetização. A maneira como as crianças são ensinadas a ler e escrever é essencial para o
sucesso delas, o professor deve sugerir o conhecer as letras e a leitura como uma atividade
valiosa, significativa e divertida. O psicopedagogo ajuda a promover mudanças, intervindo
diante das dificuldades que a escola apresenta, trabalhando com equilíbrio e desequilíbrio,
resgatando o desejo de aprender através das intervenções realizadas. A referido trabalho dentre
os métodos da pesquisa qualitativa, optou-se pelo estudo de caso, que conforme Yin (2001)
contribui para compreendermos melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais
e políticos da sociedade e na investigação de um indivíduo ou grupo que permite discussões
sobre determinados fenômenos. Esse estudo de caso, fez parte da prática psicopedagógica como
requisito obrigatório para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia Institucional e
Clínica. , realizado em uma escola da rede particular de ensino em um dos bairros da cidade
de Salvador, tendo como sujeito da pesquisa um discente de 07 anos que cursava o 1 ano do
ensino fundamental I e que apresentava limitações para a execução das atividades escolares,
principalmente no referente a leitura, escrita e coordenação motora, considerando esse período
como o norteador para a escrita no intuito de compreender como as intervenções
psicopedagógicas contribuem nas relações de mediação dos discentes com déficits de
aprendizagem. Construiu-se o embasamento teórico a partir dos pressupostos de TEBEROSKY
(1994), MOREIRA (2011), FERREIRO (2014), AUSUBEL (1963), dentre outros. Para
desenvolvimento da pesquisa em questão adotou-se predominantemente a abordagem
qualitativa, fez-se necessário utilizar esse tipo de abordagem para fins de conhecimento do
perfil do sujeito pesquisado e estabelecimento uma relação desses dados com o tema em questão
desenvolvido nesse trabalho. levantamento bibliográficos de artigos e revistas cientificas de
acesso ao público. Como método de coleta de dados foram aplicados a E.O.C.A, provas
projetivas, provas operatórias de Piaget, provas pedagógicas, jogos e fichas de anamnese
familiar e escolar. Para o prognóstico alguns aspectos foram analisados: Linguagem e Escrita,
Raciocínio-Lógico Matemático, Aspectos Didático-Pedagógico, Aspecto corporal e Aspecto
afetivo social. Nos dados coletados verificou-se que o discente traz um histórico inicial escolar
que não possibilitou a construção de novas elaborações do saber. Com a mudança de
estabelecimento de ensino, o discente apresentou melhoras em relação ao contexto vivenciado.
Foram observadas que as dificuldades estavam relacionadas a não aquisição das primeiras
etapas da aprendizagem. Além disso, a dificuldade visual que não foi observada pela família e
a unidade escolar anterior, colaborou para que não houvesse avanços significativos na
INTRODUÇÃO
Partindo desse pressuposto, a pesquisa justifica-se pelo estudo de caso, que fez parte
da prática psicopedagógica como requisito obrigatório para obtenção do título de especialista
em Psicopedagogia Institucional e Clínica, onde um discente de 7 anos do 1 ano do ensino
fundamental I de uma unidade escolar privada recebeu um encaminhamento informando que
apresentava limitações para a execução das atividades escolares, principalmente no referente a
leitura, escrita e coordenação motora. Para a pesquisa optou-se uma abordagem qualitativa,
estudo de caso, levantamento bibliográficos de artigos e revistas cientificas de acesso ao
pública. Durante a prática foram realizadas onze sessões de 75 minutos, durante uma vez por
semana, utilizando como instrumentos as técnicas psicopedagógicas: E.O.C.A, provas
operatórias de Piaget, Provas projetivas, provas pedagógicas e jogos educativos, anamnese
familiar e escolar.
A escrita é uma das mais antigas tecnologias que a humanidade já conheceu. Serviu e
tem servido para muitas finalidades, de religiosas a políticas, de literárias a
publicitárias. TEBEROSKI (1994 pg. 21)
A história da humanidade aponta a escrita como um instrumento cultural, como uma
produção social, onde a humanidade experimenta o que a grafia pode proporcionar através da
firmação e perpetuação do ato de escrever. Atualmente, a escrita é fundamental para cada
indivíduo, pois sem ela é impossível compreender um contrato, um manual de instruções e até
mesmo defender seus direitos. Ela continua sendo uma ferramenta indispensável para a
propagação do conhecimento e excelente meio de comunicação. No entanto, professores e
educadores, muitas vezes, encontram dificuldades relacionados com a escrita.
As crianças, não são ignorantes com respeito à linguagem que se escreve e esperam
aprender a escrever uma linguagem culta. A dissociação inicial entre aspecto técnico
e linguagem é uma eleição da escola que, preocupada com o aspecto gráfico, ignora
que, por trás das letras, há a linguagem escrita, como diz Vigotsky (1978).
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Sendo o professor capaz de oferecer uma ajuda eficaz no que diz respeito a diversidade
de situações de uso da linguagem e escrita, o aluno terá oportunidade de aprender, por meio
desse uso, as regras de funcionamento da linguagem escrita.
O professor tem uma função mediadora que é realizada a partir de ações intencionais,
conscientes, dirigidas para um fim específico de propiciar a instrumentalização básica do aluno
de modo que permita que este conheça, de forma crítica, a realidade social e que, a partir deste
conhecimento, haja a promoção do desenvolvimento individual. Facci (1998, p.26)
Ainda conforme Facci, (1998, p.38) o professor tem o de ensinar o aluno aquilo que ela
não consegue aprender por si só e o processo educativo é responsável por direcionar o
desenvolvimento psíquico do indivíduo. O professor é um referencial para a criança na
construção, na aventura do saber. As práticas pedagógicas utilizadas pelo professor precisam
ser desenvolvidas pelo seu objetivo de ensinar, tendo como finalidade a apropriação do
conhecimento pelo educando.
Ainda para Libanêo, o professor tem como tarefa principal garantir a unidade didática
entre ensino e aprendizagem, por meio do ensino. Pois é função do professor planejar e dirigir
o processo de ensino, estimulando e suscitando a atividade própria dos alunos para a construção
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Segundo Ausubel (1963), aprendizagem significativa é o processo pelo qual uma nova
informação se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva à estrutura cognitiva do
aprendiz. Na concepção de Ausubel, o termo estrutura cognitivo significa uma estrutura
hierárquica de conceitos a partir das experiências apreendidas pelo indivíduo. Para Piaget, esses
conceitos são chamados de esquemas.
Pensada para o espaço escolar, a teoria de Ausubel, valida à história do aluno levando
em conta a importância do papel do professor propondo condições favoráveis à construção do
aprendizado. Segundo ele, a aprendizagem significativa acontece quando o conteúdo
ministrado é atraente e o aluno dispõe a aprender. O aluno precisa atuar propositadamente para
internalizar os significados dos conteúdos de maneira não arbitraria, mas consistente. Levar em
conta o que o aprendiz já sabe é fundamental para que o conhecimento seja absorvido, do
contrário, a preparação da aula seria em vão. Mas, é o aluno que decide se houve aprendizado
e para que isto aconteça à apresentação do conteúdo deve favorecer a reflexão e a interação dos
significados.
Durante o desenvolvimento, a criança passa por etapas nas quais ela terá uma
determinada organização mental (estado de equilíbrio) que será modificada à medida
que adquire novas informações e nova forma de compreender a realidade. Quando
chegar ao final da adolescência o indivíduo terá a maneira intelectual pronta para a
vida adulta (GOULART, 2008; MUNARI, 2010; PIAGET, 2013).
De acordo com George Kelly (1963), a aprendizagem ocorre através dos construtos
pessoais. O sujeito vê o mundo por meio de moldes, ou padrões, transparentes construídos por
ela e a partir de então procura ajustar a eles as realidades do mundo.
Uma avaliação para dificuldades de aprendizagem não se limita apenas a confirmar que
existe uma lacuna significativa entre a capacidade de uma criança para aprender e seu real
desempenho em vários campos dos saberes escolares fundamentais, mas também precisa
comprovar que o aprendente teve oportunidades apropriadas de aprendizagem, investigando e
descartando possíveis causas de desenvolvimento abaixo do esperado. Portanto, é necessário
equipes multidisciplinares de profissionais no processo de identificação, as quais, devem
Há uma ampla gama de ferramentas e técnicas disponíveis que favorece aos membros
das equipes de avaliação a coleta de informações. É importante usar tantos métodos quantos
forem necessários para obter uma visão bem-fundamentada do aluno. Numa avaliação
abrangente além de localizar as dificuldades de aprendizagem do aluno, ela aponta as
competências e habilidades desse aluno, definindo como seu desempenho é afetado nas
diferentes abordagens e ambientes de ensino.
PROVAS OPERATÓRIAS
PROVAS PROJETIVAS
Segundo Visca (1995, p. 23), as técnicas projetivas tem como finalidade investigar os
vínculos estabelecidos entre o indivíduo nos domínios sendo eles o escolar, familiar e consigo
mesmo, sendo possível distinguir o grau de consciência dos diferentes aspectos que estabelecem
o vínculo da aprendizagem.
De acordo com Sara Paín (1992, p. 61) é através do desenho ou relato que a competência
do pensamento para construir uma organização harmoniosa e coerente é avaliada. Segundo a
PROVAS PEDAGÓGICAS
Segundo Weiss (1997, p. 93) a avaliação pedagógica ou prova pedagógica, tem como
objetivo principal de investigação a análise do avaliando no que diz respeito ao seu desempenho
em relação aos conteúdos escolares ministrados. A observação do caderno e demais materiais
também estão inclusos nessa avaliação, pois é imprescindível que se examine o que o indivíduo
já aprendeu, como organiza as diferentes informações entre si, bem como usa esses dados nas
diferentes situações escolares e como processa e assimila os novos conhecimentos.
Essa avaliação precisa ser preparada com muita atenção, levando em conta o que a
escola de fato trabalhou, como trabalhou e como e o que deveria ter trabalhado. Vale salientar
que as atividades precisam estar de acordo com a faixa etária, série e a queixa apresentada
quanto ao avaliando. O foco principal das provas pedagógicas é investigar e analisar o
desempenho do conhecimento escolar do aprendiz nos aspectos da leitura, escrita e
conhecimento matemático.
JOGOS
RESUMO DIAGNÓSTICO
Essa atividade é um instrumento que possibilita um contato direto com a criança, por
essa razão, permite a sondagem da problemática de aprendizagem. Para esta técnica de
sondagem, foi utilizada a proposta: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer o que
aprendeu a fazer”. A primeira sessão é de suma importância para as observações e
acompanhamentos posteriores.
Após a análise dos dados obtidos durante o processo de investigação foi possível
observar cinco aspectos (Linguagem e Escrita, Raciocínio-Lógico Matemático, Aspectos
Didático-Pedagógico, Aspecto corporal e Aspecto afetivo social) importantes e norteadores
para as atividades de intervenções psicopedagógicas. Segundo Rubinstein (1996) o processo
diagnóstico, serão construídos um conhecimento e uma compreensão a respeito do processo de
aprendizagem. Isso permite que o psicopedagogo tenha maior clareza a respeito dos objetivos
a serem alcançados no atendimento psicopedagógico
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
REFERÊNCIA
MACEDO, Petty & Passos. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. 2005. Editora
Artmed
TFOUNI, Leda Verdiane. Letramento e Alfabetização. 9° edição. Editora Cortez, Vol. 15,
2010.
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo identificar e analisar como o professor de matemática da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolve sua ação didática para melhor ensinar. Partiu-
se do pressuposto de que esse docente precisa mobilizar atributos profissionais para subsidiar
sua proposta de ensino de maneira que atenda às especificidades dos educandos da EJA. O
estudo procura revelar o que é preciso que seja incorporada na prática pedagógica dos
professores de matemática, para que haja uma completude do processo do ensino e da
aprendizagem dos jovens e adultos. O conhecimento da matemática e as estratégias didático-
pedagógicas a serem mobilizadas pelo professorado devem ser capazes de motivar o alunado
de tal maneira que estes sintam necessidade de incorporar em seus conhecimentos saberes
matemáticos capazes de torná-los com maior chance de ter acesso aos benefícios sociais,
econômicos e do mundo do trabalho.
1. INTRODUÇÃO
O tema profissionalização apesar de estar presente nas últimas décadas nos congressos
acadêmicos e bases de pesquisas no país não se mostram com a mesma intensidade nas
instituições formadoras e nos programas de formação inicial e continuada. A ausência dessa
temática como componente curricular no currículo dos cursos de formação de futuros
professores nos leva a questionar: como fazer com que a profissionalização seja incorporada no
repertório da classe docente?
Com base no exposto, o presente estudo tem por objetivo buscar alternativas para a
seguinte questão: como desenvolver novas perspectivas pedagógicas, que levem os docentes da
disciplina de matemática da EJA a repensar a sua prática dentro do conhecimento profissional,
especialmente o conhecimento didático-pedagógico dessa disciplina?
Ao longo dos tempos a Educação de Jovens e Adultos não era definida como prioritária
no campo da política educacional. Ela passou muitos anos situada quase que de maneira
“marginal” no âmbito do sistema educacional como um todo. A atenção do estado esteve
dividida, em menor monta, com a educação básica, apesar do esforço para universalizar o
atendimento quantitativo, e em alta monta com a educação superior e pós-graduação, os níveis
de educação mais elitizado do país
A EJA era tratada como um programa educacional temporário, inicialmente criado para
reduzir o índice de analfabetismo gritante no país, esteve sempre destinado ao atendimento das
camadas mais pobres, excluídas do processo de escolarização regular.
No cenário das políticas públicas é visível o pouco cuidado com a EJA que muitas vezes
é organizada por intermédio de políticas provisórias e reformas que não reformam. Esse aspecto
é notado a seguir numa breve perspectiva histórica.
No final dos anos 1980 e em meados de 1990 no Brasil, realizaram-se estudos sobre a
EJA, desencadeando a necessidade de mudança na educação básica. Assim, os programas
destinados aos jovens e adultos não poderiam estar voltados apenas para a alfabetização, mas
também precisavam garantir a possibilidade de continuidade para outras séries.
A formação profissional tem sido uma preocupação constante e desafiadora para todos
aqueles que fazem parte do mundo do trabalho. Esse mundo, voraz e selecionador, apontam
caminhos para os profissionais revelando o perfil que eles devem ter para se inserirem no
mercado de trabalho. Entende-se que no campo educacional a educação continuada está
relacionada com esses aspectos, tanto numa perspectiva de desenvolvimento profissional como
pessoal. Como diz Nóvoa (2000, p. 50): “em grande parte tal serenidade provém certamente do
domínio da situação pedagógica”. Essa satisfação pessoal alinhada à profissional acontece em
detrimento a um esquema estratégico de organização pedagógica, a construção da docência pela
prática Gauthier, Nuñez e Ramalho (2003). Dessa forma tem que existir aspectos teóricos e
metodológicos para que ocorra êxito nesse fazer pedagógico. Como relatam Gauthier, Nuñez e
Ramalho (2003, p. 26): “A reflexão da prática é insuficiente quando não se dispõe de recursos
metodológicos e teóricos que permitam uma nova práxis profissional”.
O cotidiano dos alunos está impregnado dos saberes e fazeres próprios da matemática,
D’Ambrósio (2002) fala que a todo o momento os indivíduos comparam, quantificam, medem
usando instrumentos intelectuais próprios da matemática.
A temática da formação docente passou a ser relevante nas últimas décadas nas
instituições formadoras, nos congressos científicos. No entanto se olharmos para o que está
sendo discutido e publicado, pouco tem a ver com a prática pedagógica dos professores de
matemática na atualidade. Há um discurso sobre as características do professor que segundo
Filho (2008, p. 22), “Quase todos falam do professor como profissional reflexivo, investigador
de sua prática, produtor de saberes, elemento-chave das inovações curriculares na escola e
principal responsável pelo seu desenvolvimento profissional”. No entanto não conhecem os
vários tipos de professores que surgiram ao longo da história.
4.1.4. O professor técnico- foi um tipo de professor que surgiu no auge do movimento
da Escola Nova. Ele desempenhava o trabalho docente com uma forte tendência tecnológica. A
base de ensino estava baseada no planejamento e controle. (González, Elortegui) O
planejamento se baseava numa programação rígida, seguida de uma sequência de
procedimentos.
4.1.5. O professor descobridor- Esse professor acredita que o aluno tem capacidade de
reelaborar o conhecimento com autonomia. Ele defende o método científico empirista e
considera os alunos como investigadores. O planejamento designa trabalhos investigativos de
larga duração e os alunos se comunicam entre si com mais frequência do que com o professor.
5. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nas considerações desse trabalho indagamos até que ponto o repensar da formação
docente implicará no interesse de construção e reconstrução do professorado de matemática da
EJA, considerando a situação atual de frustração de vários aspectos equivocados que regem
essa profissão e o descaso por parte das instituições educacionais e dos programas de governo
em relação a modalidade de ensino EJA.
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel. Formar educadores de jovens e adultos. In: SOARES, Leôncio. Formação
de educadores de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica/SECAD-MEC/UNESCO,
2006.
BRASIL, [Lei de diretrizes e bases da educação nacional]. Apresentação Carlos Roberto Jamil
Cury. 8. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
GONZÁLEZ, F. J., ELORTEGUI, E., N. Que pensam os professores acerca de como se deve
ensinar. Revista Enseñanza de Las Ciências. p. 1-8.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
RESUMO
A leitura é uma atividade interativa responsável pela produção de sentidos na realidade social.
Os diferentes gêneros textuais presentes no cotidiano escolar permitem o estabelecimento de
diversas interações sociocomunicativas, assim como, o desenvolvimento da leitura crítica,
analítica e relacionada ao seu uso cotidiano. Dessa forma, a atuação docente tem uma
participação importante na condução da prática de leitura, em que é possível estabelecer
relações interativas fundamentais para a apropriação do ato de ler no meio escolar. A utilização
de estratégias de leitura é um dos facilitadores da compreensão do texto, permitindo o aluno
pensar e estabelecer novas relações de sentido com o seu contexto social. A atuação docente
tem uma participação importante na condução da prática de leitura, devendo utilizar-se de
estratégias de leitura que facilitem a compreensão do texto, permitindo o aluno pensar
criticamente e estabelecer novas relações de sentido. Através de uma mediação leitora
satisfatória, o docente torna-se capaz de estabelecer relações significativas fundamentais para a
apropriação do ato de ler transformador no meio escolar. Neste sentido, o trabalho tem como
objetivo refletir sobre a prática do ensino de leitura em sala de aula. Para isso, faz-se necessário
a constante reflexão da prática docente, criando novas situações interativas que estimulem a
produção de leitores críticos. Sendo assim, este trabalho torna-se relevante ao ensino, visto que
o ato de ler deve ser despertado desde a tenra idade, estimulando o sujeito a desenvolver
estágios mais elevados de compreensão leitora essencial à formação cidadã. Para alcançar este
propósito, utilizamos autores que pesquisaram sobre a importância do desenvolvimento da
leitura no meio escolar, dentre eles: Zilberman (1987), Freire (2011), Solé (1998), Silva (2002),
Azevedo (2007), Kleiman (2008) e Pontes (2012). Portanto, o docente precisa cumprir com o
seu papel de trabalhar a leitura de forma significativa, incentivando o aluno a ler e produzir
diversos conhecimentos para a apreensão da realidade social.
INTRODUÇÃO
Na ação de ler deve haver interação entre o indivíduo e o mundo que o cerca, não
podendo ser mecânica e nem autoritária, mas numa atividade que admite diferentes
interpretações, o desvendar das ideias ainda omitidas pelo texto, a busca da existência no
mundo, estabelecendo uma integração diversa do ler e uma ação mediadora entre o leitor e seu
contexto social, permitindo um entendimento do passado e as expectativas para o seu futuro.
De acordo com Cirrillo e Padrino (2001, p. 21),
Os PCN (Brasil, 1997, p. 44) recomendam o trabalho com a leitura de maneira diária
para torná-la em hábito prazeroso e envolvente no contexto de sala de aula. Existem várias
possibilidades de aplicá-la, sendo realizada através de:
Hoje em dia, a leitura fluente envolve a mobilização de uma série de estratégias como
seleção, antecipação, inferência e verificação se, caso não utilizadas, empobrece a maneira
proficiente do ato de ler. Ao integrar linguagem e pensamento, o leitor pode dialogar com
diferentes informações e desenvolver suas próprias impressões textuais, ampliando o seu nível
As teorias mais recentes de aquisição da linguagem têm evidenciado o papel dos gêneros
para efetiva produção de textos orais e escritos, sendo uma ferramenta imprescindível para a
vida social humana. O seu trabalho é essencial para o ensino, visto que o discente aprende a
usar a linguagem em diferentes contextos comunicativos, representando de forma significativa
a realidade social.
Brandão (2003, p. 19) argumenta que esses estudos “têm atravessado, ao longo dos
tempos, as preocupações dos estudiosos da linguagem, interessando tanto à história da retórica
quanto às pesquisas contemporâneas em poética e semiótica literária e às teorias linguísticas
atuais”. Porém, a Linguística ingressou nesses estudos há pouco tempo. Como “ciência
específica da linguagem”, é recente a sua preocupação com os estudos discursivos do texto.
Somente por volta dos anos 60, ela deixa de privilegiar o estudo sistemático da frase e passa a
compreender o texto como produto sócio-histórico criando em seu processo de significação.
É preciso dominar bem os gêneros para empregá-los livremente (...) Quando melhor
dominamos os gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e
nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso e possível e
necessário), refletimos de modo mais flexível e sutil a situação singular da
comunicação; em suma, realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto de
discurso (BAKHTIN, [1979], 2003, p. 285).
Os gêneros textuais exercem uma função social abrangente no ato da comunicação,
possuindo características próprias e sendo utilizados de acordo com a necessidade de uso e em
determinado ambiente propício para a prática da linguagem. Estão presentes no cotidiano, são
diversos, pois atendem as mais variadas formas de comunicação social. Estes cumprem uma
função social ao permitir o sujeito interagir verbalmente e ampliar os seus discursos socialmente
construídos. Através de Marcuschi (2002, p. 23) é possível entendê-los como:
Diante de uma nova abordagem da língua, o gênero pode ser entendido como uma
ferramenta necessária para o desenvolvimento de práticas discursivas, levando em consideração
a abordagem de diferentes textos para a formação do leitor crítico e reflexivo. Em seus estudos,
Schneuwly (apud MACHADO, 2005) enfatiza que, nas práticas de linguagem, os gêneros
podem ser configurados como importantes ferramentas semióticas complexas, que permitem a
realização de práticas interativas com o textos disponíveis na sociedade.
Sem negar a importância dos que respondem a exigências práticas da vida diária, são
os textos que favorecem a reflexão crítica e imaginativa, o exercício de formas de
pensamento mais elaboradas e abstratas, os mais vitais para a plena participação numa
sociedade letrada. Cabe, portanto, à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo
dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los.
Dessa forma, os gêneros devem ser trabalhados em sala de aula para a criação de
contextos de aprendizagem que viabilizem um melhor aproveitamento da leitura no campo
individual e coletivo do sujeito. Eles constituem como ricas ferramentas para o ensino e
aprendizagem da língua, podendo ser utilizados em vários contextos comunicativos no meio
social. Existem variadas atividades a serem trabalhadas, podendo assim enriquecer a visão de
mundo e ampliando a interação verbal do indivíduo no contexto escolar. Para Schneuwly (apud
BARBOSA, 2000), o gênero pode ser caracterizado como uma ferramenta imprescindível para
a compreensão e produção dos enunciados concretos na realidade social, estabelecendo meios
adequados para a prática da leitura de diferentes contextos interativos. Este instrumento
potencializa o ensino da linguagem, no entendimento da função social dos textos e o fomento
Através do uso das estratégias, é possível entender uma infinidade de gêneros textuais
que circulam no meio social. Sabe-se que a falta delas podem afetar todo o entendimento do
texto, gerando, muitas vezes, a falta de interesse e dificuldade do discente em não conseguir
desenvolver plenamente a compreensão da leitura. Com a relação a esta situação, Solé (1998,
pp. 79-80) declara que:
(...) a partir de uma visão global daquilo que é o processo de leitura, mediante o ensino
– com os recursos desta e de outras propostas – deve-se conseguir que os alunos se
transformem em leitores ativos e autônomos, que aprenderam de forma significativa
as estratégias responsáveis por uma leitura eficaz e que são capazes de utilizá-las
independentemente em vários contextos.
Neste sentido, para compreender as estratégias, o aluno precisa apender a interagir com
o texto, na produção de uma leitura significativa, articulando situações que relacione o que é
lido, bem como as suas vivências práticas, afim de promover a aprendizagem significativa. O
professor tem que ensinar estes procedimentos que mobilizam a compreensão do texto,
estimulando o discente a vivenciar situações e estabelecer relações mais significativas, evitando
assim possíveis dificuldades no trato com a leitura.
Sendo assim, o aluno precisa assistir a um processo de leitura que lhe possibilite ver
estratégias de compreensão do texto em ação em uma situação significativa e funcional. Faz-se
Segundo Solé (1998), as tarefas de leitura compartilhada devem ser consideradas para
um melhor aproveitamento dos alunos ao compreenderem e usarem as estratégias úteis para
entender os textos. Sendo assim, será possível exercitar práticas construtivas que despertem o
desejo da leitura e a possibilidade de melhor compreensão dos textos lidos.
Sem dúvida, a leitura é uma rica atividade que se movimenta entre o que se reconhece
no texto e o que se expropria dele, revelando a produção de estratégias complexas de produção
de sentido para a plena interação verbal entre sujeito e linguagem, condicionando uma
habilidade fundamental do ser humano, o envolvimento com a prática social e como ato de
coprodução do texto.
No ato de ler, o sujeito precisa fazer de forma autônoma e participativa uma leitura
textual com todo o seu entendimento e bagagem sociocultural, constituindo-se como cidadão
que projeta suas próprias impressões no texto, aproximando-se e distanciando-se das
informações que o texto sugere, mesclando ao seus pensamentos, as implicações de sentidos
textuais incitam o surgimento de novas leituras, o que lhe é permitido pela incompletude do
texto e pelas lacunas deixadas pelo autor.
O trabalho com a leitura em sala de aula é apresentado por Solé (1998) em três etapas
de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura. Esta pesquisadora evidencia
que grande parte das atividades escolares são inteiramente voltadas para a decodificação da
leitura dos discentes e não para o trabalho com as estratégias que ajudam a formar o leitor
proficiente.
• Ideias gerais: estes procedimentos constituem por meio de alguns esclarecimentos que
o educador tem que saber antes mesmo de realizar a leitura. Existem alguns aspectos que devem
ser levados em consideração, devendo ser conhecidos e aplicados para a construção de práticas
leitoras eficientes e significativas. Neste sentido, faz-se necessário trabalhar com a antecipação
• Motivação para a leitura: Em qualquer atividade que envolva o ato de ler, é preciso que
os participantes estejam motivados para que possam desenvolver perspectivas favoráveis na
construção do sentido textual.
• Formular previsões sobre o texto a ser lido: prever previsões ajudam na construção do
sentido, já que facilitam a compreensão e instigam o desejo do aluno tentar adivinhar o
significado que vai sendo construído do próprio texto.
• Estabelecer possíveis dúvidas sobre o texto: é importante questionar o texto para que
dúvidas possam ser esclarecidas na própria leitura.
• Formulação e resposta de perguntas: talvez seja uma das estratégias mais utilizadas no
meio escolar depois da leitura do texto. É fundamental que o discente saiba formular e responder
perguntas sobre o texto para que possa expressar os vários conhecimentos que conseguiu
compreender sobre a leitura.
Em suma, as estratégias de leitura para antes, durante e depois do ato de ler pretendem
desenvolver a competência leitora do aluno e o incentivo à prática na formação do leitor, que
necessita alcançar um melhor estágio de proficiência para dominar os processamentos básicos
da leitura em seus diferentes contextos sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Miriam Dantas de. Do hábito de ler à leitura como significado: qual a diferença? In:
AMARILHA, Marly (org.). 1º Seminário Educação e Leitura. 1995, Natal, anais. Natal:
UFRN. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Educação, pp. 88-95, 1996.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, (1979),
1997.
INTRODUÇÃO
É evidente que o contato direto com animais, principalmente exóticos e silvestres, pode
apresentar riscos diretos à saúde humana e configurar-se em um problema de saúde pública.
Além disso, o desconhecimento acerca da transmissão de zoonoses e das medidas profiláticas
tornam alguns grupos populacionais mais vulneráveis, dentre eles as crianças, que em sua
maioria não compreendem o conceito de zoonoses e da importância da profilaxia para a saúde.
Dessa forma, Peroni et al. (2018) relatam que é escassa as informações sobre o assunto, e que
o desconhecimento da população, aliado à falta de políticas públicas de controle e prevenção,
geralmente são as principais causas da emergência e reemergência dessas infecções.
No que diz respeito aos jogos de RPG (role-playing game), Silva (2019) afirma que
estes vêm crescendo bastante dentro do contexto escolar, isto porque muitos professores
acreditam no seu potencial como ferramenta educacional complementar para ratificar os
conteúdos ensinados. Além disso, os jogos de RPG também apresentam estrutura e dinâmica
diferentes, capazes de estimular os alunos, incentivar o raciocínio e a cooperação, e desenvolver
a criatividade e a interdisciplinaridade.
Tentar definir o jogo não é uma palavra fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo
cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de jogos políticos,
de adultos, crianças, animais ou amarelinha, xadrez, advinhas, contar histórias, brincar
de “mamãe e filhinha”, futebol, dominó, quebra-cabeça, construir barquinho, brincar
na areia e uma infinidade de outros. Tais jogos, embora recebam a mesma
denominação, têm suas especificidades. Por exemplo, no faz-de-conta, há forte
presença da situação imaginária, no jogo de xadrez, regras padronizadas permitem a
movimentação das peças. [...] Já a construção de um barquinho exige não só a
representação mental do objeto a ser construído, mas também a habilidade manual
para o operacionaliza-lo. (KISHIMOTO, 1996, p. 13).
Seus criadores são anônimos. Sabe-se, apenas, que são provenientes de práticas
abandonadas por adultos, de fragmentos de romances, poesias, mitos e rituais
religiosos. A tradicionalidade e universalidade dos jogos assenta-se no fato de que
povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente brincaram de amarelinha, de
empinar papagaios, jogar pedrinhas, e até hoje crianças o fazem da mesma forma.
Esses jogos foram transmitidos de geração em geração através de conhecimentos
empíricos e permanecem na memória infantil. Muitos jogos preservam sua estrutura
inicial, outros modificam-se, recebendo novos conteúdos. (KISHIMOTO, 1996, p.
13).
Segundo Pietski (2019), como os jogos se fazem presentes ao longo das gerações de
formas variadas, o pensamento sobre a sua utilização vem se modificando ao longo dos tempos.
E, atualmente, os jogos já são considerados uma possibilidade para o processo de aprendizagem,
pois eles são capazes de atuar no processo de aprendizagem para a tomada de decisões, como
também para emancipação e autonomia dos jovens.
O RPG é uma sigla em inglês que pode ser traduzida como “jogo de interpretação de
papéis”. Existem várias maneiras de se jogar, entretanto, na forma mais tradicional, um grupo
de amigos se reúne para criar a própria história do jogo. O objetivo do RPG é fazer com que os
Sobre a origem do RPG, de acordo com Cupertino (2008), esses jogos foram criados
por militares no final do século XIX, com a finalidade de treinar militares para uma situação-
problema. Com o passar do tempo, em meados de 1970, esses jogos começaram a unir-se com
os elementos medievais baseados nas trilogias de J. R. R. Tolkien (O Hobbit e O Senhor dos
Anéis) e pouco tempo depois o primeiro jogo de RPG foi lançado, nomeado de “Dungeons &
Dragons”.
De acordo com Cupertino (2008), existem os livros de RPG, os quais contêm os sistemas
de regras que orientam os jogadores nos processos de criação do jogo. Porém, para criar o RPG,
três passos são fundamentais. Eles são a escolha do mundo onde irá se passar a história, a
escolha do mestre e dos personagens, como também a escolha das habilidades e competência.
Normalmente, as habilidades são associadas a números e, durante o jogo, são jogados dados
para saber se o personagem foi bem-sucedido ou não em sua ação. Os dados fazem parte de um
sistema de regras que o mestre poderá utilizar para acrescentar elementos do acaso à história.
Ainda conforme Cupertino (2008, p. 39):
Na cultura dos games, o avatar é similar à manutenção das personagens nos RPGs. É
o espectro de representação utilizado para se situar no universo da cibercultura e,
especialmente, nos espaços de discussão nos fóruns de Internet. A relação entre o
jogador e sua persona implica o uso de avatares, reorganizando-se os ambientes
virtuais metamorfoseados em espaços de socialização, de criação (CUPERTINO,
2008, p. 39).
O jogo inteiro se baseia na narração feita pelo mestre e pelas escolhas feitas pelos
personagens. Sendo assim, de acordo com as ações dos jogadores, a história vai se moldando.
Geralmente o mestre descreve consequências, de acordo com as escolhas do personagem, e
assim novas situações vão ocorrendo na história. Segundo Costa, (2011) as sessões de RPG são
chamadas de aventuras, porque os jogadores se divertem criando e interpretando papéis que
A presente proposta foi pensada e desenvolvida para ser aplicada em turmas do Ensino
Fundamental II (disciplina de Ciências) e Ensino Médio (disciplina de Biologia). Para a
aplicação deste RPG, recomenda-se a realização de aulas expositivas sobre o assunto de
zoonoses, para que os alunos possam adquirir o conhecimento necessário sobre a temática e
tornarem-se aptos para jogar. Deve-se destacar que a linguagem utilizada nas aulas, bem como
os temas relacionados a zoonoses, devem ser adequados à turma em que será aplicada a
metodologia, visando facilitar a assimilação do conteúdo.
Para a elaboração do role-playing game, foi criada uma história que narra o surgimento
de uma doença que está dizimando a população. O objetivo é fazer com que os alunos utilizem
o conhecimento sobre zoonose para conseguirem sobreviver no jogo e descobrir qual é a doença
e as formas de tratamento para combater a infecção. A história descreve os acontecimentos
durante o jogo; assim, a criação dos personagens, os desafios propostos e as ações realizadas
pelos jogadores durante o RPG devem condizer com a história criada.
Para jogar o role-playing game, o número recomendado de jogadores pode variar entre
quatro a dez estudantes. Nesse caso, o professor deverá formar grupos para que, assim, todos
os alunos tenham a oportunidade de participar. Um dos personagens do RPG, chamado de
Mestre, é o responsável pela narração da história e por conduzir os outros personagens pelo
game, estabelecendo consequências de acordo com as ações dos jogadores. Nesse caso, por ter
a autoridade máxima do jogo, o papel do Mestre deve ser interpretado pelo docente. Para a
criação dos outros personagens, cada aluno deve utilizar de sua criatividade para preencher a
“ficha de personagem” com as características físicas e habilidades que eles próprios
escolheram.
No ano de 1348, ao norte da Europa, o reino Shadow comemorava sua vitória na guerra
contra o reino o vizinho, Greenbow. Em estado de euforia, por ganhar uma guerra que havia
sido traçada a mais de cinquenta anos, o Rei Wallace decretou que todo o palácio comemoraria
sua vitória por cinquenta dias. O castelo abrigou todos os senhores feudais; e, para isso, grandes
quantidades de comidas foram levadas para dentro do palácio. Além disso, o dobro de serviçais
precisou ser contratado para suprir a demanda das tarefas.
Em celebração à vitória, o grande circo Bravos foi contratado para alegrar a todos do
palácio. O circo era famoso por toda Europa por ter grandes apresentações de teatro e dança,
além de vários números com diversas espécies de animais exóticos. Os serviçais trabalhavam o
dia todo para conseguirem cumprir todas as tarefas, e tudo parecia ir bem; o palácio estava
lotado de senhores, as festas continham grandes baquetes e muitas bebidas e as apresentações
do circo alegravam a todos.
Por volta do quadragésimo terceiro dia, o primeiro hóspede do castelo morreu. Todos
ficaram agitados e preocupados, e o caos se instalou no palácio. Os senhores feudais começaram
a arrumar suas malas para voltarem para casa, e o Rei Wallace perdeu todo o controle da
situação. Os médicos que haviam sido convidados pelo rei chegaram ao castelo, e começaram
a analisar os sintomas dos pacientes. Porém eles não chegaram a nenhum laudo.
Os médicos relataram ao rei que não sabiam de qual doença se tratava e que jamais
haviam visto todos esses sintomas em uma só doença; mas que as condições em que o palácio
Os médicos alertaram sobre a situação para toda a população, mas já era tarde. Quase
todos no castelo já haviam contraído a doença e não se sentiam capazes de viajar de volta para
suas casas. O seu objetivo como jogador é ajudar os médicos a descobrirem qual animal é o
transmissor, qual patógeno responsável pela doença e quais as vias de transmissão. Lembre-se:
utilize as medidas de profilaxia para não contrair a doença e morrer no jogo.
O primeiro passo para jogar o RPG é a criação do mundo. Para isso, os jogadores
precisam decidir em conjunto qual será o cenário do jogo. O segundo passo será a escolha dos
personagens. Entre eles se, tem o Mestre; jogador responsável pela narração da história e pelas
regras do jogo. Os outros personagens serão criados pelos próprios jogadores. Para isso, é
necessário preencher um formulário ou ficha de personagem (Figura 1), onde será anotado todas
as características e habilidades do personagem. Normalmente, as habilidades são associadas a
números e, durante o jogo, são jogados dados para saber se o personagem foi bem-sucedido ou
não em sua ação.
O docente deverá escolher uma das zoonoses das quais foram trabalhadas em sala e
introduzi-la na história. É recomendável que os sintomas da doença sejam citados ao longo do
jogo. Caso necessário, o professor também pode adaptar a história à realidade da turma ou criar
seu próprio mundo.
Antes de narrar a história, o docente deverá explicar as regras do RPG, conforme foi
exposto anteriormente, para que os alunos possam jogar de maneira correta e consigam alcançar
o objetivo. Ao final do jogo, mais de um aluno pode sair vencedor, pois vencerá quem conseguir
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vários fatores podem influenciar a ocorrência das zoonoses; entre eles, a falta de
conhecimento sobre as doenças zoonóticas e sobre suas profilaxias. Sendo assim, reitera-se a
importância da educação em saúde para sanar essa problemática. Nesse sentido, a utilização de
métodos alternativos para ensino sobre zoonoses pode ser um grande passo para a diminuição
na ocorrência dessas infecções.
REFERÊNCIAS
CUPERTINO, Edson Ribeiro. Vamos jogar RPG?: Diálogos com a Literatura, o Leitor e a
Autoria. 2008. 132 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua
Portuguesa) Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
ESTEVAM, Gustavo; JOB, José Roberto Pretel Pereira. Animais exóticos domesticados com
potencial zoonótico: revisão da literatura. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica
Médica, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 114-120, 2016.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O Jogo como Elemento da Cultura. 5. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2001.
PEREIRA, Martha Sousa Brito et al. Avaliação do Uso de RPG para Revisão de Biologia pelos
Estudantes da Terceira Série do Ensino Médio. Brazilian Journal Of Development, Curitiba,
v. 8, n. 6, p. 57502-57520, 2020.
SILVA, Diêgo Vinícius da. O uso do rpg (rola-playing game) como ferramenta alternativa
para auxiliar na aprendizagem do reino fungi com alunos do ensino médio. 2019. 24 f.
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas), Universidade Federal de Pernambuco,
Vitória de Santo Antão, 2019.
RESUMO
Este trabalho analisou a contribuição do cálculo da pegada ecológica como estratégia de ensino
para o desenvolvimento de uma consciência socioambiental de alunos da Educação Básica no
município de Fortaleza, Ceará. A pesquisa foi qualitativa, de natureza descritiva realizada com
alunos que calcularam sua pegada ecológica com auxílio de uma ferramenta digital, disponível
no site do Global Footprint Network (GNF) seguidos de um grupo de discussões formado para
analisar os resultados. As respostas de todos os educandos demonstraram que eles não
apresentam hábitos sustentáveis de vida, reflexo da vida em uma sociedade pautada pelo
consumo. A partir da pegada ecológica foi possível identificar que todos os alunos precisariam
de mais de um planeta Terra para sustentar seu estilo de vida. Esses dados demonstram uma
sociedade orientada a partir de uma abordagem do consumo. Esse processo de sensibilização
da comunidade escolar, por meio de ações com o uso da pegada ecológica, pode fomentar
iniciativas que transcendam o ambiente escolar, atingindo outros espaços de convivência,
permitindo uma educação centrada nos aspectos socioambientais.
INTRODUÇÃO
A escola reflete esse paradoxo, uma vez que ela deve ajudar a reconstruir o saber cultural
e ambiental, mas em vez disso, frequentemente é mais outra fonte de ideias confusas. Nesse
ínterim, nos permitimos reivindicar para a escola um papel mais atuante na disseminação do
conhecimento (AGUILAR et al., 2013).
Isso só será possível por meio de ações que aproximem o aluno da linguagem científica
de forma autônoma, crítica e participativa para que o discente construa novos conceitos
científicos para utilizá-los no seu cotidiano, tornando-se agentes transformadores em favor da
preservação do meio ambiente.
Desse modo, uma condição imprescindível para que ocorra uma diminuição das
pressões consumistas e degradadoras do meio ambiente é a presença, em todas as práticas
educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do
ser humano com seus semelhantes e com o ambiente (GÓMEZ-MOLINÉ; REYES-SÁNCHEZ,
2004).
Dentro dos PCN o meio ambiente é tratado como Tema Transversal, o objetivo seria de
promover uma visão ampla que envolva não só os elementos naturais, mas também os
elementos construídos e todos os aspectos sociais envolvidos na questão ambiental. Dessa
forma, pretende-se que os alunos cheguem a correlacionar diferentes situações da vida real e a
adotar a posturas mais críticas.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido com alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola
da rede particular de ensino do município de Fortaleza. De início foi ministrada uma aula
expositiva dialogada sobre as características e as consequências do efeito estufa. Esta aula
contemplou o fenômeno climático referido e suas implicações para o equilíbrio ambiental e a
importância da manutenção da temperatura no planeta. Também foi abordada a influência da
emissão de gases poluentes a partir de atividades humanas que foram intensificadas após a
revolução industrial, bem como a utilização não sustentável de recursos ambientais. No
próximo encontro, dividiu-se a turma em cinco grupos de oito alunos e através do site do GNF
foi calculada a pegada ecológica de um representante de cada grupo. Após esse momento, foi
realizado um grupo de discussão para avaliar os resultados obtidos com a utilização da internet
na quantificação da pegada ecológica e a contribuição dessa pegada no desenvolvimento de
uma consciência ambiental. Quanto aos aspetos éticos, os pais ou responsáveis dos alunos
receberem um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) para assinatura, no qual
foram explicados os objetivos da pesquisa, a importância dessas atividades educacionais e ainda
abordado o caráter voluntários desse estudo, que não gerou nenhum dano aos sujeitos da
pesquisa, sendo preservado seu anonimato.
As respostas dos alunos revelam que nenhum dos discentes apresentam um hábito
sustentável de vida, uma vez que todos precisariam de mais de um planeta Terra para sustentar
seu estilo de vida. Tais dados também demonstram uma sociedade a partir de uma abordagem
orientada pelo consumo. Esse comportamento traz inúmeras implicações para o planeta, como
a escassez dos recursos naturais, os desequilíbrios climáticos, a poluição do ar, das águas, do
solo, o destino inadequado dos resíduos, o aquecimento global e a perda da biodiversidade.
DISCUSSÃO
Essa cultura consumista está evidente nas respostas do aluno do grupo 4 quando ele
relata a troca constante de aparelhos mais antigos por mais modernos, na compra de roupas todo
mês e durante o grupo de discussão esse aluno revelou que “eu amo fazer compras, porque me
faz bem, eu me sinto muito feliz, esqueço meus problemas e gosto de estar na moda”. O aluno
foi questionado como paga as suas compras constantes, ele afirma que “eu pago com a mesada
que eu recebo dos meus pais e quando ela acaba, eu divido no cartão de crédito”.
Cabe alertar que a explosão do consumo gera uma contradição, uma vez que muitas
pessoas, como o aluno do grupo 4, vislumbram na compra, na aquisição de bens materiais uma
maneira de preencher o vazio da alma ou uma busca incessante de satisfação. Á medida que se
apropria desses recursos, mais sente necessidade de comprar e cada vez mais aumenta o vazio
existencial, uma vez que um consumista compulsório gasta suas energias e dinheiro no hoje,
porque o amanhã é uma preocupação do futuro e não tem espaço para ele dentro do presente.
O presente já tem suas forças voltadas para as principais consequências do hiperconsumo: o
endividamento e o consumo contínuo.
Para Lipovetsky (2009), o mundo vivencia a era da ditadura da felicidade, uma vez que
ninguém pode estar triste. A fórmula da felicidade está nas lojas, nas receitas de saúde, nas
academias, no shopping, nas dietas, no prolongamento da juventude e essa tão almejada
felicidade está constantemente em oferta e acessível a qualquer indivíduo com potencial de
compra. Entretanto, cabe ressaltar que essa oferta da felicidade é tão passageira quanto o
Nos itens que questionam sobre a forma de transporte utilizado para locomoção, os
resultados apontam que todos os discentes utilizam como principal meio de transporte, o carro
e apenas um aluno utiliza o transporte público. Esses dados revelam que é preciso alertar
urgentemente que as atividades humanas têm excedido os limites do planeta, uma vez que a
grande quantidade de gases tóxicos liberados da queima de combustível fósseis pelos carros é
assustadora, isso em termos ecológicos significam segundo Odum (2007) que o óxido de
enxofre liberado da queima do óleo diesel e do carvão mineral, quando combinado com o
oxigênio e a água formam o ácido sulfúrico, que é altamente corrosivo e origina a chuva ácida.
Outro gás eliminado nesse processo é o dióxido de carbono que torna-se poluente em
altas concentrações sendo o gás responsável pelo efeito estufa e o monóxido de carbono que
apresenta alta afinidade com a hemoglobina e pode causar a morte do indivíduo por asfixia.
Pereira (2008) supõe que a oferta de combustível fóssil é muito menos limitada do que a
habilidade da biosfera em lidar com o desperdício, a biosfera necessitaria de uma capacidade
adicional para acomodar esses resíduos.
Outro tópico relevante assenta na pergunta de como a sua pegada ecológica se compara
está relacionada a unidade de medida da pegada, o hectare global (GHA) que corresponde de
acordo com Cervi e Carvalho (2007), aos hectares com potencial para produzir biomassa
utilizável igual à média potencial mundial de um determinado ano. Por exemplo, como a pegada
ecológica leva em conta o consumo, segundo Pereira (2008), se produtos florestais são
explorados a uma taxa que é o dobro da taxa de regeneração, sua pegada é duas vezes o tamanho
da floresta. Isto significa que essa exploração ocorre de forma insustentável. Este mesmo autor
É certo que a revolução precisa ser urgente, mas que representa um processo de intensa
transformação e que não se consegui essa modificação radical de rasgar o estilo de vida que se
encontra hoje e implantar um novo, para o presente. A construção de um novo cenário de vida,
que resgata valores éticos, democráticos e humanísticos certamente não acontecerá do dia para
a noite. O primeiro passo está em alterar o estilo de vida apresentado pelos alunos, procurando
alternativas mais saudáveis e sustentáveis para cada indivíduo e para a sociedade de modo geral,
partindo do princípio de respeito ao próximo.
Considera-se que as aulas de ciências precisam completar ações que trabalhem com os
conteúdos atitudinais, alertando para a complexidade da crise ambiental que todos nós
vivenciamos.
Além disso, incentivou o envolvimento do aluno, já que todos queriam participar, pois
demonstraram curiosidade em conhecer a sua pegada ecológica. Portanto, podemos conjecturar
como positiva a interação entre a pegada ecológica como uma estratégia didática e a formação
de uma conscientização frente às inúmeras propostas de indução ao consumo.
É, nesse ambiente, na escola, e nesse momento, nas aulas de ciências, propício para a
construção da personalidade do discente e que a intervenção pedagógica marcará o
desenvolvimento emocional, cognitivo e comportamental desses alunos. Portanto, a escola
precisa aflorar a incorporação de forma reflexiva de novas estratégias didáticas e perspectivas
diferentes de se conceber o processo de aquisição e formação de conceitos científicos pelos
alunos para um ensino de ciências renovado e comprometido como uma maneira de enfrentar
a simples memorização e o ensino puramente conteudista com ações voltadas para o
desenvolvimento de uma consciência ambiental.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
AGUILAR, T. M.; REIS, J. E.; CASTILLO, V. M.; RIBEIRO, F.; GOMES, V. M.; LINS, L.
V. Oficinas de educação ambiental do Projeto pato aqui, água acolá em Escolas de São Roque
de Minas, MG. e-Scientia, v. 6, n. 1, p. 16-35, 2013.
CERVI, J. L.; CARVALHO, P. G. M. A Pegada Ecológica: breve panorama do estado das artes
do indicador de sustentabilidade no Brasil. In: 7o. Encontro Nacional da Sociedade Brasileira
de Economia Ecológica. Fortaleza, 2007.
DIETZ, T.; ROSA, E. A.; YORK, R. Driving the human ecological footprint. Frontiers in
Ecology and the Environment, v. 5, n. 1, p. 13-18, 2007.
FIALA, N. Measuring sustainability: Why the ecological footprint is bad economics and bad
environmental science. Ecological economics, v. 67, n. 4, p. 519-525, 2008.
TURCATO, J. C.; CARNEIRO, L.; FERNANES, S. B. V.; ROTILI, L. B.; ZALUSKI, F. C.;
BAGGIO, D. K.; LOPES, L. F. D. Os limites do desenvolvimento: o debate entre crescimento
econômico, desenvolvimento sustentável e decrescimento. Gestión Joven, n. 20, p. 97-108,
2019.
WACKERNAGEL, M.; KITZES, J.; MORAN, D.; GOLDFINGER, S.; THOMAS, M. The
Ecological Footprint of cities and regions: comparing resource availability with resource
demand. Environment and Urbanization, v. 18, n. 1, p. 103-112, 2006.
RESUMO
Este capítulo se deriva de parte do relatório descritivo-analítico de atividades letivas para o
curso de Licenciatura em Artes Visuais. Apresenta-se um projeto de intervenção pedagógicaque
busca propor diálogos entre a arte literária, por meio de poemas em língua portuguesa, e as artes
visuais, manifestadas em ilustrações e pinturas. Em diálogo com a Base Nacional Comum
Curricular, o objetivo é conhecer movimentos artísticos a partir da estesia e da fruição de obras
visuais em sua relação com a poesia.Espera-se que os discentes possam explorar a percepção,
o imaginário e a capacidade de simbolizar, por meio das construções imagéticas proporcionadas
pelos poemas; que aprendam a reconhecer elementos inerentes às Artes Visuais – como ponto,
linha, forma e cor – nas ilustrações apresentadas; que observem o poema e a ilustração como
fenômenos culturais, históricos, sociais e sensíveis a diferentes contextos; que motivem a
compreensão sobre distintos movimentos artísticos, a partir das relações entre o estilo visual e
o literário; e que desenvolvam a criticidade sobre as artes literárias e visuais, além da autoria
de produções artísticas.
INTRODUÇÃO
Quanto aos objetivos específicos, são: reconhecer as Artes Visuais como um fenômeno
cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos; compreender as relações entre as
Artes Visuais e suas práticas integradas, sobretudo a poesia; pesquisar e conhecer distintas
matrizes estéticas e culturais; experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a
imaginação, no âmbito das Artes Visuais; desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o
trabalho coletivo e colaborativo nas Artes Visuais.
Pensa-se inicialmente que “na vida da criança, do adolescente e do adulto, a arte está
intimamente ligada ao seu processo de apreensão da realidade, à maneira como ele vê e percebe
o meio em que vive, como o entende e como o traduz para si mesmo e para os outros”, como
afirma Prosser (2012, p. 6). Isso posto, nota-se ser imprescindível que a arte seja trabalhada em
sala de aula, sobretudo no Ensino Fundamental, desde os anos iniciais.
Outro ponto importante a ter em mente é o caráter inter, multi, pluri e transdisciplinar
das artes, uma vez que “a manifestação artística tem em comum com outras áreas de
conhecimento um caráter de busca de sentido, criação, inovação” (IBRA, 2020a, p. 15). Para
além disso, as artes auxiliam na busca significativa pela “construção de objetos de
conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas
filosóficos, éticos e estéticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas das culturas”
(IBRA, 2020a, p. 16).
Nessa linha de raciocínio, podem ser classificadas, como Arte, dentro da lógica
educacional contemporânea do Brasil, quatro segmentos: artes visuais, dança, música e teatro
(BRASIL, 2017). No entanto, é possível incluir outra manifestação artística de forte relevância
para o cenário cultural brasileiro e consagrada desde a antiguidade: a literatura, seja de ficção,
seja poética.
Para poder ver e entender, é preciso conhecer. E aí está o papel da arte na escola:
possibilitar que o educando leia o que é apenas sugerido, veja o que está por trás da
imagem, ouça o que não é sequer sussurrado. Permitir que ele vivencie a arte em todas
as suas dimensões é deixar que perceba os significados das manifestações artísticas (a
serviço ou não de outros objetivos), podendo ser senhor da sua própria história. Olhar
criticamente é, portanto, libertar-se (PROSSER, 2012, p. 10).
Nesse sentido, a metodologia está pautada no discente: inicia-se pela observação das
obras previamente selecionadas (o poema e a ilustração/o quadro), fazendo uma discussão
coletiva sobre os aspectos que compõem cada uma delas (linhas, formas, cores, no caso da
imagem; versos, rimas, efeitos de sentido, no caso do texto).
As Artes Visuais, enquanto linguagem do componente curricular Arte, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental (do 1.º ao 5.º ano), estão ligadas a seis objetos de conhecimento, de
acordo com a BNCC (BRASIL, 2017), a saber: contextos e práticas; elementos da linguagem;
matrizes estéticas e culturais; materialidades; processos de criação; e sistemas da linguagem.
Cada segmento tem habilidades específicas a serem desenvolvidas.
Sabe-se que, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o componente curricular Arte –
que integra as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro – contribui para o desenvolvimento
do aluno em seu processo de alfabetização e letramento. Em outras palavras, “ao possibilitar o
acesso à leitura, à criação e à produção nas diversas linguagens artísticas, contribui para o
desenvolvimento de habilidades relacionadas tanto à linguagem verbal quanto às linguagens
não verbais” (BRASIL, 2017, p. 199).
Para os planos de aula, foram pensados nos seguintes critérios em comum – a saber:
carga horária, metodologia, avaliação e bibliografia. Com a finalidade de evitar a repetição,
apresentam-se esses pontos, para posteriormente omiti-los sem prejuízos ao texto:
As Artes Visuais, enquanto linguagem do componente curricular Arte, nos anos finais
do Ensino Fundamental (do 6.º ao 9.º ano), estão ligadas a cinco objetos de conhecimento, de
acordo com a BNCC (2017), a saber: contextos e práticas; elementos da linguagem;
materialidades; processos de criação; e sistemas da linguagem. Cada segmento tem habilidades
específicas a serem desenvolvidas.
A contextos e práticas, cabe “pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes
visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de
diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais” (BRASIL, 2017, p. 207), de
maneira que se possa “ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-
visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório
imagético” (BRASIL, 2017, p. 207).
Sabe-se que, nos anos finais do Ensino Fundamental, o componente curricular Arte
contribui para o aprofundamento do aluno em diversas linguagens, propondo experiências
distintas. Além disso, espera-se que “no diálogo entre elas [as linguagens] e com as outras áreas
do conhecimento –, com vistas a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências
e vivências artísticas” (BRASIL, 2017, p. 205).
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte contemporâneas, tais como:
midiatização; convergências linguísticas; experimentalismo; crítica social; reflexão filosófica;
irreverência (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte moderna, em sua 2.ª fase, isto é, dos anos
1930 a 1945, a partir da proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte modernas, em sua segunda
fase, tais como: denúncia social; crítica político-econômica; posicionamento ideológico;
registro “cinematográfico” das ações; representação da sociedade (CEREJA; MAGALHÃES,
2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte moderna, em sua primeira fase, isto é, dos
anos 1920, a partir da proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte modernas, em sua primeira
fase, tais como: negação do passado; destruição; nacionalismo; valorização do cotidiano;
coloquialidade; ironia (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Conteúdo programático: Obra A fonte, de Marcel Duchamp (1917); poema Para fazer
um poema dadaísta, de Tristan Tzara (1916?); biografia de Marcel Duchamp; biografia de
Tristan Tzara.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte vanguardistas, em especial
dadaístas, tais como: irreverência; deboche; agressividade; ilogismo (CEREJA;
MAGALHÃES, 2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte simbolista, isto é, do final do século XIX,
a partir da proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte simbolistas, tais como:
subjetivismo; linguagem fluida, que busca sugerir em vez de mostrar; abundância de metáforas;
misticismo e religiosidade; pessimismo; interesse pelo noturno, pela tristeza e pela morte
(CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte realistas/parnasianas, tais
como: objetivismo; racionalismo; busca pela perfeição formal; universalismo; presença da
mitologia greco-latina; arte pela arte (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte romântica, isto é, do início do século XIX,
a partir da proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte românticas, tais como:
sentimentalismo; idealizações (do herói e da mulher); oposição aos valores sociais; linguagem
metafórica (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte árcades/neoclássicas, tais
como: fugere urbem; aurea mediocritas; clareza das ideias; convencionalismo amoroso;
pastoralismo; bucolismo; universalismo (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte barroca, isto é, do século XVII, a partir da
proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte barrocas, tais como: carpe
diem; consciência da efemeridade da vida e do tempo; concepção trágica da vida; jogo de claro-
escuro; oposição entre o mundo material e o mundo espiritual; morbidez; requinte formal e
detalhamento (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
Ementa: Apresenta textos e imagens da arte renascentista, isto é, do século XVI, a partir
da proposição dialógica entre um quadro e um poema.
Avaliação: A avaliação deve ocorrer de forma diagnóstica, a partir das observações dos
alunos a respeito de alguns elementos presentes nas obras de arte renascentistas, tais como:
idealização amorosa; predomínio da razão; influência da cultura greco-romana;
antropocentrismo; busca do equilíbrio formal (CEREJA; MAGALHÃES, 2003).
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
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Lira dos Cinquent’anos. São Paulo: Global, 2019.
BILAC, Olavo. Ora (direis) ouvir estrelas! – Via Láctea (1888). In: BILAC, Olavo. Poemas
de Olavo Bilac: seleção de poemas. São Paulo: Melhoramentos, 2014.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: Ministério da Educação, 2017.
Disponível em: https://bit.ly/3jp0xcz. Acesso em: 20 jul. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n.º 544, de 16 de junho de 2020. Disponível em:
https://bit.ly/2ODig26. Acesso em: 18 jul. 2020.
CAMÕES, Luís Vaz de. Amor é fogo que arde sem se ver (obra publicada postumamente, em
1595). In: CAMÕES, Luís Vaz de. Sonetos. São Paulo: Principis, 2019.
COSTA, Cláudio Manuel. Quando cheios de gosto, e de alegria (1768). In: COSTA, Cláudio
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DACOSTA, Milton. Roda. 1942. Óleo sobre tela. Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ.
ENDER, Thomas. Bairro das Laranjeiras. 1817. Aquarela sobre lápis, 25,20 cm x 40,20 cm.
GOYA, Francisco de. Saturno devorando um filho. 1819-1823. Óleo sobre tela, 1,43 m x 81
cm.
GULLAR, Ferreira. mar azul (1959). In: GULLAR, Ferreira. Experiência neoconcreta. São
Paulo: Cosac & Naify, 2007.
HEEM, Jan Davidszoon de. Vaso de flores. 1645. Tinta a óleo, 70 cm x 56 cm.
IBRA, Grupo Educacional. Introdução às artes visuais. 2020a. Disponível em ambiente on-
line restrito. Acesso em: 15 jul. 2020.
MATOS, Gregório de. Pica-flor (1680?). In: ESCRITAS. Gregório de Matos e Guerra. 2020.
Disponível em: https://bit.ly/30CUKYz. Acesso em: 21 jul. 2020.
NOVA ESCOLA. Planos de aula. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3fAG6at. Acesso em: 18
jul. 2020.
TAKAHASHI, Regina Toshie; FERNANDES, Maria de Fátima Prado. Plano de aula: conceitos
e metodologia. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 114-8, 2004.
Disponível em: https://tinyurl.com/y4hbym3u. Acesso em: 14 nov. 2020.
TZARA, Tristan. Para fazer um poema dadaísta (1916?). In: SlideShare. Disponível em:
https://bit.ly/32GWgLW. Acesso em: 21 jul. 2020.
WARHOL, Andy. Marilyn Diptych. 1962. Acrílico sobre tela, 205,44 cm x 289,56 cm.
RESUMO
Atualmente, os professores de química enfrentam inúmeras dificuldades no seu processo de
ensino, sendo a falta de interesse por parte dos alunos uma delas. Os jogos didáticos têm sido
cada vez mais utilizados pelos docentes para solucionar este problema, como outros no ensino
de química. Diante disto, o presente trabalho consiste em uma aplicação de um jogo lúdico
“Baralho Periódico” que está relacionado com o assunto “tabela Periódica”, com objetivo de
melhorar o desempenho, no assunto em questão, dos alunos que serão submetidos ao jogo. O
jogo foi aplicado na turma do primeiro ano “C” da escola estadual professora Clara Teteo, sendo
que a metodologia usada foi de caráter qualitativo-quantitativo, onde utilizou de um
questionário que possuía questões objetivas e subjetivas para obter as avaliações sobre a
aplicação do “baralho periódico”. Foi feita ainda uma revisão de literatura, considerando os
autores Kiya (2014), Bandeira (2009) e Ferreira (2013). Com base nos dados obtidos com o
questionário, foi possível perceber que o jogo foi muito bem aceito por parte dos alunos,
levando a concluir que essa ferramenta pode ser inclusa no ensino de química, mais
especificamente no conteúdo “tabela periódica.
INTRODUÇÃO
Como ferramenta para tentar solucionar esse problema de aulas monótonas, sem uma
participação ativa do aluno com mais frequência os professores estão utilizando o jogo lúdico
Ainda sobre atividades lúdicas, estas devem possuir duas principais funções: a lúdica e
educativa, que por sua vez devem coexistir de forma equilibrada (KISHIMOTO, 2001). Sobre
essas funções, Santana e Rezende (2008) defende que a lúdica não deve prevalecer sobre a
educativa, pois será a atividade será apenas um jogo e que se a educativa for predominante terá
apenas um material didático.
Porém é necessário que o docente tome o devido cuidado na utilização de jogos lúdicos
nas suas aulas, pois essa ferramenta utilizada de forma imprudente pode trazer duas
desvantagens: tornar-se um “apêndice” em sala de aula, onde os alunos jogam só pelo interesse
lúdico, sem se importar com o conteúdo abordado e também gastar muito tempo em atividade
lúdica pode ocorrer o sacrifício de outros assuntos que alunos deveriam aprender
(FERNANDES et al 2013).
O assunto tabela periódica é um dos que é considerado mais entediante por alunos de
ensino médio. Geralmente os discentes culpam a metodologia utilizada pelo professor, uma vez
que apenas utilizam de métodos de “decoreba” sobre os elementos, suas famílias e suas
características, sem utilização de atividades interativas nas aulas, como também não trazem
aulas que relacionem esses conhecimentos sobre a tabela periódica com o dia-a-dia do seu
aluno, que tem como consequência uma aprendizagem não significativa (FERREIRA et al,
2012).
Neste sentindo, o presente trabalho consiste em uma aplicação do jogo lúdico “Baralho
Periódico” que está relacionado com o assunto “tabela Periódica”, com objetivo de melhorar o
desempenho, no assunto em questão, dos alunos que serão submetidos ao jogo.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Aplicar o jogo “baralho periódico” com intuito de verificar se ele é uma ferramenta
didática adequada para o ensino de química.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Souza (2010) defende que professores que produzem seus próprios materiais didáticos
expandem seus conhecimentos, pois o constrói pela própria ação e assim encontram as lacunas
nos conhecimentos construídos e aceitam o conhecimento de forma não definitiva. Além disso,
de acordo com este autor, o professor traz enriquecimento para si com essa construção e fazendo
com seus alunos tenham um ensino diferenciado que propicie a reflexão mais ampla do processo
de ensino-aprendizagem.
Dentro dos produtos pedagógicos que define um material didático, se encontra os jogos
lúdicos/educativos e as brincadeiras educativas (BANDEIRA, 2009). Os jogos
lúdicos/educativos apresentam uma alternativa metodológicas eficaz no processo de
aprendizagem de conceitos e abstrações complexas, já que possibilitam uma interação entre
docentes e discentes, oportunizando o raciocínio e argumentação do aluno(CAMPOS,
BORTOLOTO e FELICIO, 2003).
Em corroboração com essa afirmação, Kiya (2014, p. 11) afirma que “o uso de
atividades lúdicas como brincadeiras, jogos, músicas, expressão corporal, como prática
pedagógica, além de contribuir para o aprendizado dos alunos possibilita ao professor o preparo
de aulas mais dinâmicas e interessantes
Além disso, os jogos lúdicos trazem vários benefícios, como afirma os parâmetros
curriculares para o ensino médio:
Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo
emente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as
própriasatividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de
consciência. Seestivermos num salão de dança e estivermos verdadeiramente
dançando, não haverálugar para outra coisa a não ser para o prazer e a alegria do
movimento ritmado,harmônico e gracioso do corpo. Contudo, se estivermos num
salão de dança, fazendo deconta que estamos dançando, mas de fato, estamos
observando, com o olhar crítico ejulgativo, como os outros dançam, com certeza, não
estaremos vivenciando ludicamenteesse momento.
Frente a isso, vemos que uma atividade, que pode ser um jogo didático e que possua um
potencial lúdico, todavia os aspectos individuais de vivência de cada aluno devem ser lavados
em consideração. Pois a utilização de instrumentos didáticos pode despertar o interesse de
METODOLOGIA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Primeiro foi feitauma revisão de literatura buscando trabalhos que abordem a utilização
de jogos lúdicos como materiais didáticos no ensino de química. Durante toda a realização do
projeto foi feita a realização de revisão bibliográfica que contribuiu para discutirmos os
resultados obtidos com a aplicação do nosso projeto, como também foi material de consulta de
formas de aplicação do material didático no ensino de química.
A Escola escolhida para execução do projeto foi a Escola Estadual Professora Clara
Teteo (Figura 1) que funciona na forma de ensino em tempo integral. A turma escolhida foi um
primeiro Ano do ensino médio, mais especificamente o “1º Ano C”. Realizou uma visita na
escola e mais especificamente na turma escolhida, para juntamente com a professora de química
determinar a data e a quantidade aulas que serão utilizadas na aplicação do projeto.
O jogo é composto por dois componentes básicos: As cartas (figura 3), umas possuem
os elementos químicos da tabela periódica e outras informações com relação a estes elementos
e uma tabela periódica para os jogadores analisarem as informações das cartas e se “nortearem”.
Perguntas: “As regras do jogo ‘Baralho periódico’ são de fácil entendimento?”, “O jogo
contribui para a fixação do conteúdo ‘tabela Periódica?’”, “O jogo Possibilitou uma aula mais
dinâmica?”, “O jogo incentiva o trabalho em grupo?” e “O jogo pode ser melhorado de alguma
forma? Se sim, como?”. As alternativas de resposta das quatro primeiras questões serão “Sim”
e “Não”. Na última questão (subjetiva) o aluno ficou livre para responder o que preferir e com
suas palavras.
Nesta etapa foram feitos gráficos a partir dos resultados obtidos com o questionário.Para
cada pergunta será feito um gráfico, se necessário, para melhor organização dos dados. Também
foi feita a análise de todas as respostas discursivas obtidas com a última questão.
Sim Não
Outra resposta que corrobora com essa afirmação foi a de um aluno, “X1”, na questão
subjetiva, onde ele afirmou “O jogo está ótimo, pra mim estava de fácil entendimento”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, é possível firmar que a inclusão de jogos
didáticos como um recurso auxiliador nas aulas de Química, torna-se um aliado importante pois
esse recurso pode proporcionar um alto grau de aprendizagem, o que poderá contribuir para o
Sendo assim, é visível que a maioria dos estudantes avaliou de forma positiva a proposta
de se trabalhar com o jogo didático, Baralho Periódico, afirmando que ele é de fácil
entendimento, auxilia na fixação do conteúdo e possibilita uma aula mais dinâmica,
colaborando assim para a sua aprendizagem. Com base nessa observação, podemos esperar que
a utilização de recursos dessa natureza, venham a ser mais cada dia mais incorporados nas
escolas, de maneira que ajudem a diminuir as dificuldades de aprendizagem dos alunos e que
incentive cada vez mais o interesse pelas aulas de Química.
REFERÊNCIAS
KIYA, Marcia Cristina da Silveira. O uso de Jogos e de atividades lúdicas como recurso
pedagógico facilitador da aprendizagem. Paraná: Secretaria de Educação do Paraná, 2014.
41 p.
LUCKESI, C.C. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta
pedagógica a partir da Biossíntese in Educação e Ludicidade, Coletânea Ludo pedagogia
Ensaios 01, organizada por Cipriano Carlos Luckesi, publicada pelo GEPEL, Programa de Pós-
Graduação em Educação, FACED/UFBA. MIRANDA, S. NO FASCÍNIO DO JOGO, A
ALEGRIA DE APRENDER. In: Ciência Hoje, v.28, p. 64-66. 2000.
RESUMO
Devido a necessidade de retomada do Ensino em Instituições de nível Superior devido a
pandemia do Coronavírus 2019 o ensino necessitou de um planejamento estratégico de modo
remoto. Objetivo: Diante do exposto este relato tem como objetivo relatar a percepção de
Alunos Universitários sobre a viabilidade do Ensino Remoto do componente curricular de
Fisiologia Vegetal da Universidade de Pernambuco Campus Mata Norte. Metodologia: Estudo
do tipo relato de experiência. O ensino do componente Curricular foi distribuído em 60 horas
semestral, ministradas de modo remoto, com 10 encontros síncronos e encontros assíncronos,
durante o período de agosto a novembro de 2020 fazendo uso de ferramentas online, como o
Google Meeting e Google Form. O processo de ensino aprendizagem, contou com a
contribuição da Professora Mediadora, e dos discentes a fim de desenvolverem práticas
pedagógicas através de metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Ao término do semestre
foi realizado um questionário sobre o período administrado Resultados e Discussão: Foram
analisados 23 discentes que optaram por cursar o componente, distribuídos em diferentes
períodos, destes apenas 13,04% já tinham vivenciado o modo remoto, 52,17% já tinham algum
conhecimento sobre Botânica, 95,65% informaram que a abordagem através de aulas síncronas
associadas as metodologias ativas foram relevantes e que o uso das diferentes metodologias
ativas foi excelente para 69,56% , boa para 21,74 % e médio para 8,70%dos discentes. Quanto
a possível transposição didática da aprendizagem, 21,74% informaram que já ministram aulas
em sala de aula, destes 80% já ministrou de modo remoto e destes 40 % fez uso dos materiais
didáticas partilhados durante o componente ministrado. Por fim 86,95% dos discentes
classificaram o componente de fisiologia vegetal abordado de modo remoto como excelente e
13,05 % bom, demostrando assim de modo geral uma satisfação dos discentes em relação a
abordagem proposta Conclusão: O relato demonstram que o ensino remoto aliado a
metodologias ativas é uma ferramenta útil e viável para facilitar o processo de ensino e
aprendizagem .
INTRODUÇÃO
O atual cenário mundial, enfrenta diversos desafios frente a pandemia por COVID-19,
no âmbito educacional o Brasil através da Portaria n⸰ 544 de 16 de junho de 2020 do Ministério
da Educação “dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por meios digitais enquanto
durar a situação de pandemia do novo coronavírus – COVID-19”(BRASIL,2020).Diante do
Entende-se por Ensino Remoto ou Aula Remota, segundo Moreira e Schlemmer (2020,
p. 8 ):
Nesse sentido, concorda-se com Moreira e Schlemmer (2020, p.8) quando afirmam que
“a Educação mediada pelo digital faz parte de um novo ecossistema educativo que muito tem
contribuído para a reconceitualização dos processos de ensino e de aprendizagem”. Porém,
prosseguem os autores destacando que “a tecnologia sozinha não muda as práticas pedagógicas,
sendo que para maximizar os benefícios da inovação tecnológica, principalmente os que se
referem as tecnologias digitais, importa alterar a forma como se pensa a educação (MOREIRA
; SCHLEMMER 2020, p. 6 ).
METODOLOGIA
O questionário contou com 9 perguntas, a saber: “Qual seu período? Antes deste
semestre já cursou componentes de modo remoto? Antes desse semestre já cursou Botânica?
A abordagem através de aulas síncronas e exercícios de fixação foi relevante? Quanto o uso
da metodologia através da confecção de jogos, correlacionando os conteúdos trabalhados, a
abordagem foi?(Excelente, Bom, Médio ou Ruim); Ministra aulas em sala de aula ? * Caso
tenha experiência em sala de aula já ministrou de modo remoto ? ( Usar não se aplica, caso
não tenha experiência); Caso tenha experiência em sala de aula, chegou a utilizar algum
material ou abordagem usada nas aulas remotas de fisiologia vegetal? ( Usar não se aplica,
caso não tenha experiência) Como classifica o componente de fisiologia vegetal abordado de
modo remoto?(Excelente, Bom, Médio ou Ruim)”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1. Perfil dos discentes Componente Curricular de Fisiologia Vegetal no Curso de Ciências Biológicas
UPE, Campus Mata Norte ministrado no período remoto do PSL.
1° Periodo 4,35%
2° Periodo 4,35%
3° Periodo 13,04%
4° Periodo 26,08%
5° Periodo 30,43%
6° Periodo 17,40%
7° Periodo 0,00%
8° Periodo 4,35%
Sim 13,04%
Não 86,96
Sim 52,17%
Não 47,83%
FONTE:BRAZ,2020
Para investigar a percepção dos discentes ao término de todos os encontros, indagou-se
sobre a relevância da abordagem através de aulas síncronas e exercícios de aprendizagem se
foi relevante para Abordagem do Componente Curricular de forma remota, constatou-se que
95,65% dos discentes responderam que acharam relevante, por sua vez 4,35%, responderam
que não. Já em relação ao uso de metodologias através da confecção de jogos, correlacionando
os conteúdos trabalhados, todos apresentaram respostas positivas, classificadas em excelente
Observa-se também que esses resultados podem ter relação com a forma educativa e
inovadora que foram administradas durante o modo remoto, fazendo uso de práticas educativas
atrativas e prazerosas, resultados semelhantes foram verificados por Savi e Ulbrichti (2008),
ao inferir que os jogos digitais educacionais permitem o desenvolvimento de habilidades
cognitivas, estimulam o aprendizado por descobertas, permitem experiências de novas
identidades, socialização e estimula a coordenação motora. Prosseguem Nicola e Paniz, (2016,
p. 362) destacando que os jogos:
Sim 95,65%
Não 4,35%
Excelente 69,56%
Bom 21,74%
Médio 8,70%
Ruim 0%
FONTE: BRAZ,2020
TABELA 3. Transposição didática das estratégias compartilhadas durante Componente Curricular de Fisiologia
Vegetal no Curso de Ciências Biológicas UPE, Campus Mata Norte no período remoto do PSL.
Sim 21,74%
Não 78,26%
Sim 80%
Não 20%
Utilização de materiais didáticos usados nas aulas remotas de Percentual dos Discentes (n=23)
fisiologia vegetal
Sim 40%
Não 60%
FONTE: BRAZ,2020
Ao serem questionados se já haviam ministrado algum Componente curricular em sala
de aula, verificou-se que 21,74% dos discentes informaram que sim, em seguida, quando
questionou-se se foi de forma remota, observou-se que 80 % responderam que sim e por fim
perguntou-se se fizeram uso de algum material didático elaborado durante o componente
curricular, 40 % destes discentes responderam que sim. Conforme observa-se na tabela 3.
GRÁFICO 1. Opinião dos discentes sobre ministrar o Componente Curricular de Fisiologia Vegetal no Curso
de Ciências Biológicas UPE, Campus Mata Norte de modo remoto.
100
90 86.95
80
70
60
50
40
30
20 13.05
10
0 0
0
Excelente Bom Médio Ruim
Classificação do componente de fisiologia vegetal abordado de modo remoto (%)
FONTE: BRAZ,2020
Diante da aceitação dos discentes em relação a proposta de ensino remoto durante o
PLS, verificou-se que a metodologia proposta garantiu métodos de ensino e aprendizagem
dentro do desenvolvimento de habilidades e competências individuais, tornando o aluno o
centro do aprendizado. Corroborando com Daros (2018, p. 33) quando ressalta que “se os
alunos conseguem estabelecer relações entre o que aprendem no plano intelectual e as situações
reais, experimentais e profissionais ligadas a seus estudos, certamente a aprendizagem será mais
significativa e enriquecedora”.
Conclui-se afirmando que nesse relato foi possível demonstram que o ensino remoto
aliado a metodologias ativas entre essas tais como jogos e as atividades lúdicas mostrou-se uma
ferramenta útil no processo de metodologias de ensino sendo está uma estratégia viável para
facilitar o processo de ensino e aprendizagem de qualquer componente curricular, uma vez que,
facilita o processo de aprendizagem tornando-a significativa e prazerosa.
REFERÊNCIAS
BACICH, L.; MORAN, J. (Org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BEZERRA,K.P. et al. Remote teaching in state public universities: the future that is present.
Reseach Society and development,v.9,n.9, e359997226,2020. DOI:
http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7226
DAROS, T. Por que inovar na educação? In: F. CAMARGO ; DAROS, T. (org.). A sala de
aula inovadora. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 3-7.
ESTEVES,L.M. Meio Ambiente & Botânica. São Paulo. Editora SENAC.2011(Serie Meio
Ambiente 12).
RESUMO
O presente trabalho tem como objeto de estudo as Ligas Acadêmicas, como uma metodologia
alternativa no processo de ensino e de aprendizagem. A necessidade da reestruturação das
metodologias de ensino para atender as atuais diretrizes curriculares nacionais dos cursos de
medicina veterinária é notória. As Ligas Acadêmicas surgem como uma alternativa às novas
perspectivas de formação profissional, dentro do contexto da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, que são pilares universitários. Na medicina veterinária, a formação e a
atuação das Ligas Acadêmicas ainda é algo pouco conhecida e discutida. Diante disso, a Liga
Acadêmica de Medicina Veterinária Preventiva (LAVEP) da Universidade Federal do Piauí,
campus Professora. Cinobelina Elvas (UFPI-CPCE), em ações de promoção à saúde,
desenvolvidas em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Municipal de
Agricultura e a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI), no município de Bom Jesus
- PI. A execução das atividades programadas pela LAVEP tem demonstrado uma maior
capacitação dos futuros profissionais da medicina veterinária, na integração entre a saúde
humana, a animal e a ambiental, fundamentais para proporcionar a compreensão e a tradução
das necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades. A inserção e a propagação de
Ligas Acadêmicas nos cursos de medicina veterinária viabilizam os processos de ensino,
pesquisa e extensão, atuando como importantes mecanismos de metodologias de ensino e
vivências didáticas, atendendo às atuais diretrizes e perspectivas profissionais.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O município de Bom Jesus está localizado na região sul do estado do Piauí, possui uma
população estimada em 25.179 habitantes e é sede do Campus Professora Cinobelina Elvas
(UFPI-CPCE), onde são ministrados os cursos de graduação em Medicina Veterinária;
Zootecnia; Engenharia Agrônoma; Engenharia Florestal e Licenciatura em Educação do Campo
e Ciências Biológicas.
A construção desse relato data os cinco meses de atuação da Liga e estão divididas em
duas etapas realizadas no município e uma terceira etapa correspondente à revisão de literatura
sobre as categorias teóricas orientadoras para a discussão do relato.
DISCUSSÃO
As ações em saúde ligadas à posse responsável e à prevenção de maus tratos aos animais
foram desenvolvidas durante todo o mês de abril e envolveram palestras de conscientização,
distribuição de laços laranjas, que simbolizavam o apoio a causa animal, além de dinâmicas,
relacionadas aos cuidados necessários aos animais de estimação, com enfoque na prevenção de
zoonoses e na preservação do bem-estar.
Além disso, foi demonstrada a técnica de contagem de ovos por gramas de fezes,
utilizada para o controle de helmintoses e os procedimentos de pré e pós-dipping, necessários
para a prevenção da mastite nos rebanhos.
De acordo com Figueiredo et al. (2016), a formação dos profissionais da saúde deve
visar a aquisição de conhecimentos, atitudes e práticas, de modo a capacitar o futuro
profissional a promover a saúde, prevenir doenças e lidar com as condições mais prevalentes
no seu meio.
Segundo Bastos et al. (2012), com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos
da área da saúde passaram a sugerir a utilização de metodologias que privilegiassem a interação
entre ensino, pesquisa, extensão e assistência, bem como atividades que devem ser voltadas
para a cidadania, fundamentos esses que ocorrem nas Ligas Acadêmicas, a exemplo da LAVEP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A execução das atividades programadas pela LAVEP tem proporcionado nos âmbitos
do ensino, da pesquisa e da extensão a capacitação dos futuros profissionais da medicina
veterinária da UFPI-CPCE, agregando conhecimentos imprescindíveis para a integração entre
a saúde humana, a animal e a ambiental, alicerces fundamentais para proporcionar a
compreensão e a tradução das necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades.
BASTOS, M. L. S.; TRAJMAN, A.; TEIXEIRA, E. G.; SELIG, L.; BELO, M. T. C. T. O papel
das ligas acadêmicas na formação profissional. JBras de Pneumol, São Paulo, v. 6, n. 38, p.
803-805, novembro 2012.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
RESUMO
Apesar de longos anos de educação, ainda hoje percebe-se a utilização de uma metodologia
centrada na figura do professor. Diante disso, verifica-se que ainda existem muitas barreiras
nesse processo, muitas dificuldades e desafios para se concretizar um ensino de qualidade.
Dessa forma, precisa-se discutir novas propostas metodológicas que facilitem o processo de
aprendizagem. Diante disso, a Metodologia Ativa é um método que prioriza o aprendizado do
aluno, colocando ele como o mais importante no processo de ensino, contribuindo para o
desenvolvimento de habilidades e competências, capaz de associar conhecimentos aprendidos
com sua vivência, tornando uma aprendizagem mais significativa, direcionando ao
desenvolvimento adequado do processo de ensino e aprendizagem, por conduzir o aluno à
formação crítica. Para Borges e Alencar (2014), a utilização de metodologias ativas pode
favorecer a autonomia do educando, em que desperta a curiosidade; estimula tomadas de
decisões. Fazendo com que os alunos participem mais do seu processo de aprendizagem. Além
dos métodos de aprendizagem ativas, o professor pode utilizar recursos didáticos que facilitem
a compreensão dos alunos. Os referidos recursos didáticos, como: laboratórios, livros, filmes,
jogos, aulas de campo, modelos biológicos e experimentos, desempenham pontos positivos para
os estudantes. Proporcionando meios de motivá-los em relação aos conteúdos trabalhados em
sala de aula, o que facilita a compreensão e assimilação dos conteúdos, além de possibilitar
ganhos significativos no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, é perceptível que a
Metodologia ativa é uma boa metodologia que pode ser utilizada tanto no ensino de ciências
como em outros, aprimorando o aprendizado dos estudantes.
INTRODUÇÃO
Há muito tempo, a metodologia tradicional vem sendo utilizada nas salas de aulas, na
qual o professor se apresenta como o detentor de todo o saber e os alunos são sempre passivos;
logo, seu papel, é receber todas as informações transmitidas pelo professor (ATAIDE e SILVA,
2011).
Nesse sentido, Krasilchik (2008) assevera que o docente, por falta de autoconfiança,
preparo ou por comodismo, se restringe a apresentar aos alunos, com poucas modificações, o
material previamente elaborado por autores que são aceitos como autoridades.
Nicola e Paniz (2016), acreditam que muitos professores utilizam quase exclusivamente
o livro, por ser um recurso mais acessível, visto que a escola disponibiliza, porém, o problema
não é o uso do livro didático, mas a forma como o mesmo é utilizado, com retenção de matérias
em detrimento do auxílio aos alunos – ele pode se configurar como um ótimo recurso quando
se alia às Metodologias Ativas de Aprendizagem. Nesse entremeio, o ensino de Ciências precisa
de uma metodologia que vá além da memorização e seja capaz de atender às necessidades de
um processo de ensino e aprendizagem mais significativo (SEGURA; KALHIL, 2015).
De fato, a metodologia ativa surge para mudar essa prática e ensinar o professor a
colaborar com a aprendizagem dos alunos. O discente passa a ser o elemento mais importante
no processo, ao participar ativamente sobre a própria aprendizagem, o que desperta a
curiosidade, enquanto o docente passa a ser mediador do conhecimento, quando emprega
diversos recursos que facilitam a aprendizagem dos estudantes, inclusive do livro didático.
Borges e Alencar (2014, p. 120) afirmam que as metodologias ativas são “formas de
desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a
formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas”.
Dessa maneira, o aluno adquire um novo conhecimento a partir dos saberes já existentes,
ao fazer com que o ensino seja mais interativo e autodirecionado, com o desenvolvimento de
habilidades e competências. As metodologias ativas são formas inovadoras de educar, que
estimulam a aprendizagem e a participação do estudante em sala de aula, para utilizar todas as
suas dimensões sensório-motoras, afetivo-emocionais e mental-cognitivas (NASCIMENTO;
COUTINHO, 2016), o que contribui ainda mais no processo de ensino e aprendizagem.
Diante disso, a pesquisa toma como objeto de estudo, as metodologias ativas como
facilitadoras e também suas implicações na melhora do processo ensino aprendizagem de
ciências.
Esse método de aprendizagem centrado no aluno faz com que ele deixe de ser receptor
passivo, recebendo conhecimento apenas do professor, e passe a ser protagonista do seu próprio
aprendizado através da busca de novos conhecimentos. (NASCIMENTO; COUTINHO, 2016,
p. 138).
A metodologia ativa auxilia na formação do conhecimento do aluno, uma vez que ele
busca informações por si próprio. Ademais:
A contribuição das metodologias ativas nos permite ver os alunos saindo da escola não
com a ilusão de terem aprendido algo só porque foram expostos a conteúdos em aulas
expositivas, mas teremos alunos que experimentaram situações de aprendizagem
profundamente significativa em suas vidas (BARBOSA; MOURA, 2013, p. 65).
No ensino de Ciências é necessária a interação dos alunos, por haver assuntos bastante
diversificados. Isso facilita a compreensão dos estudantes, pois eles fazem questionamentos,
tiram dúvidas e participam ativamente dos assuntos estudados. De acordo com Nascimento e
Coutinho (2016):
Na metodologia ativa, pode-se usar vários métodos de ensino e recursos que agregam à
aprendizagem, seja em grupos ou individualmente. O trabalho em grupo muitas vezes é mais
utilizado pelos professores, talvez por acreditarem que a interação possa ocorrer com mais
frequência. Nessa situação, os alunos tiram dúvidas uns com os outros, debatem sobre o assunto
e, consequentemente, aprendem entre si.
Quando o aluno tem um confronto com um problema, o qual tem como ponto de partida
a aprendizagem. O trabalho desenvolvido pelos alunos em grupo para resolver o problema, visa
à construção de conhecimento e o desenvolvimento crítico dos alunos (MORENO, 2016, p.
105).
Esse método estimula o aluno a aprender com a situação vivenciada na prática, além de
estimulá-lo a ser pesquisador. Ele passa a explorar novas áreas e a aprender a trabalhar em
grupo, com observância de aspectos que antes não eram possíveis, e isso fortalece a
aprendizagem significativa.
Assim como na aprendizagem baseada em problemas, esta permite que o aluno seja
ativo e tenha autonomia na busca dos conhecimentos, e o professor passa a ser orientador e
mediador. Com isso, os estudantes se tornam conscientes do processo de ensino e
aprendizagem, pois aprendem a aprender, a desenvolver as capacidades de escolha e
planejamento, a assumir responsabilidades e a ser agentes das próprias aprendizagens
(NASCIMENTO; COUTINHO, 2016).
Esse método está focado na prática dirigida pelo aluno, atento às exigências de planejar
e trabalhar em equipe, o que favorece o desenvolvimento de competências e habilidades
necessárias no ambiente escolar e para a profissão futura. De acordo com Segura e Khalil
(2015), o desenvolvimento de liderança, comunicação, argumentação textual, autogestão,
O professor pode fazer uso de diversos recursos, mas não individualmente e/ou sem
reflexões acerca do assunto abordado. Qualquer elemento utilizado apenas para deixar a aula
diferente, sem nenhum propósito, não contribui para uma aprendizagem significativa, pois:
De acordo com Krasilchik (2008), as aulas de laboratório são insubstituíveis nos cursos
de Biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os alunos tenham contato direto
com os fenômenos, ao manipularem os materiais e equipamentos e observarem organismos.
Esse método faz com que os estudantes vejam algumas reações químicas e estruturas que não
são vistas ao olho nu, facilitando o aprendizado sobre o assunto.
O jogo é outro excelente recurso para as aulas de Ciências. Ele desempenha papel
importante na assimilação e na construção de novos conhecimentos, devido ao ensino dessa
disciplina ser bastante abrangente e possuir nomenclaturas complexas. Para Fortuna (2003):
Nesse caso, o professor pode propor que os alunos desenvolvam um jogo que permita a
criatividade e a autonomia. Isso amplia os conhecimentos sobre determinado assunto e leva a
refletir sobre o conteúdo estudado.
Enquanto isso, os alunos demostram interesse pelas aulas quando são trabalhados
recursos diferentes, como algo que eles possam tocar e visualizar, em vez de utilizar apenas o
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COCATO, M.; FARIA A.: Aprendizagem Baseada em Projeto. In. COSTA, OLIVEIRA e
CECY, (Orgs) Metodologias Ativas: aplicações e vivências em Educação Farmacêutica. São
Paulo. Abenfarbio. 2013.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da Edusp, 2008.
SEGURA, E.; KALHIL, J. B. A metodologia ativa como proposta para o ensino de ciências.
Revista REAMEC, Cuiabá-MT. n.03. p. 87-98, 2015.
RESUMO
O Programa de Residência Pedagógica e o Estágio Supervisionado nos cursos de licenciaturas
no Brasil são estratégias pedagógicas que visam imergir o licenciando nas vivências e práticas
pedagógicas que envolvem o contexto das escolas brasileiras. Desse modo, o presente artigo
busca trazer um relato de experiência sobre as vivências de um licenciando em Química, do
IFPI campus Cocal, em uma escola-campo pública de ensino médio no Estágio
Supervisionado/Programa de Residência Pedagógica. Para isso, o discente foi inserido na
instituição e as atividades a serem desenvolvidas foram divididas em três etapas: observação da
escola campo de estágio, observação em sala de aula e planejamento e coparticipação no ensino
médio. A partir da realização de todas as etapas pode observar que o Estágio Supervisionado e
o Programa de Residência Pedagógica são ferramentas essenciais para que o licenciando possa
obter novas experiências, manter-se inserido nas escolas-campo e desenvolver vivências
pedagógicas que podem auxiliar o mesmo em sua carreira docente. Portanto, conclui-se que
esta experiência foi essencial para o desenvolvimento do licenciando e que a mesma
proporcionou uma série de novos conhecimentos e vivências que foram incorporados para o
desenvolvimento docente do estagiário/residente.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Os estagiários ganham diversas oportunidades durante o seu estágio, pois ele permite
que os futuros professores ponham em prática os seus conhecimentos e as suas habilidades
adquiridas no decorrer da sua graduação. Mas vale ressaltar que a principal tarefa nesse
momento é fazer a observação da documentação da escola e da prática docente, pois a sua
participação efetiva irá ser na segunda etapa do estágio (SOUSA et al. 2020).
Além disso, para que o estágio seja realizado com êxito, o currículo do curso deve obter
tanto conteúdos específicos da área, quanto conhecimentos pedagógicos (CARVALHO et al.,
METODOLOGIA
Esta experiência pedagógica foi desenvolvida em uma escola de ensino médio da cidade
de Cocal-PI, na qual trabalhou-se com duas turmas do 3° ano. Esta experiência foi desenvolvida
juntamente com o Programa de Residência Pedagógica, da CAPES, e com a disciplina de
Estágio Supervisionado IV, do curso de Licenciatura em Química do IFPI campus Cocal. Desse
modo, o trabalho encontra-se estruturado em três grandes segmentos: observação da escola
campo de estágio, observação em sala de aula e planejamento e coparticipação no ensino médio.
Com isso, cada ponto trata de um eixo específico da escola campo ou do processo
pedagógico que foi analisado, discutido e refletido para a criação deste trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que concerne às salas de aulas, espaço em que ocorre o processo formal de ensino-
aprendizagem na escola, estas possuem uma capacidade para comportar até 50 alunos, no
entanto, observou-se que grande parte das cadeiras e mesas destinadas aos alunos e professores
já se encontram em mal estado de conservação, fato que pode estar ligado ao grande uso desses
patrimônios ou a falta dos cuidados necessários para a conservação destes objetos. Dessa forma,
a sala multiuso para laboratório e vídeo atualmente está sendo utilizada como sala de aula
devido ao grande número de alunos que estão matriculados na instituição.
A sala de aula é um ambiente onde o aluno constrói vínculos, onde passa grande parte
de seu dia e que está diretamente relacionada com o processo educacional. Acredita-se que se
a escola oferecesse uma estrutura adequada e materiais para a realização de práticas de ensino
diferenciadas, os discentes valorizariam mais o processo de aprendizagem e os docentes se
sentiriam mais motivados a realizarem suas aulas. No entanto, o discente também tem papel
relevante na conservação da estrutura oferecida pela escola.
Ademais, também não se deve desconsiderar o fato que vários dos docentes possuem
uma carga horária alta de trabalho e que, além de trabalharem na escola-campo, os mesmos, em
sua grande maioria, possuem trabalho em outras instituições de ensino na cidade de Cocal-PI e
em outras instituições de cidades vizinhas.
Além disso, a partir de conversas com o diretor da instituição, percebeu-se que a grande
maioria dos docentes possuem formação continuada na qual a mesma consiste na obtenção de
título de professor/professora especializado(a) em algum curso que envolva a área de atuação
do docente. Percebeu-se também que os docentes ao realizarem os cursos de especialização,
não investem mais em uma formação continuada, como por exemplo, realizar um curso de
mestrado e/ou doutorado.
Deve-se ressaltar que os cursos de formação continuada são de grande valia para que os
professores/professoras aprimorem seus métodos de ensino e com isso acabem por diferenciar
e repensar as suas metodologias de ensino, realizando uma autocrítica e angariando mais
conhecimentos para serem disseminados ao longo de suas atividades pedagógicas (PEDROSA,
2003; RODRIGUES; LIMA; VIANA, 2017).
As aulas da professora não envolviam a leitura excessiva do livro didático. O livro era
utilizado por ela apenas como uma ferramenta de consulta para a sua sequência didática, para
realizar atividades e para indicar aos alunos qual a localização do conteúdo que estava sendo
ministrado durante a aula, pois dessa forma, os discentes poderiam acompanhar a sequência
didática da professora ao longo do curso de suas aulas.
Com isso, a professora, visando possibilitar uma aprendizagem mais significativa para
os discentes, utilizava-se de exemplos contextualizados na explanação dos conteúdos de
química, sendo que a contextualização era promovida por meio da abordagem de problemas
sociais que envolviam a química. Quando estas abordagens aconteciam, percebia-se que os
alunos se mostravam mais interessados em participar das aulas e debater sobre os conteúdos
que eram propostos. De acordo com Adams et al. (2020), quando o professor adota em suas
metodologias a contextualização, o ensino passa a ser mais significativo, uma vez que o mesmo
se torna mais atrativo e possibilita ao aluno relacionar o conhecimento cientifico com as
situações reais e do seu cotidiano.
Em relação à observação dos alunos das turmas de 3° ano “A” e “B”, percebeu-se que
os mesmos se mostravam tímidos durante alguns questionamentos que eram feitos pela
professora sobre o conteúdo, no entanto, ao longo que a aula ia acontecendo os discentes se
Com isso, à medida que os discentes se apresentavam mais assíduos para colaborarem
com o andamento das atividades de reforço, começou-se a solicitar que os mesmos
desenvolvessem questões sobre os conteúdos que estavam sendo estudados e sobre os
conteúdos que foram estudados ao longo do período de aula. A partir disso, ficou perceptível
que os alunos que compareciam assiduamente nas aulas de reforço apresentavam grande
evolução na compreensão dos conteúdos de química e no desenvolvimento de questões
desafios, pois os mesmos sempre concluíam as atividades solicitadas de forma correta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após esta imersão na escola na qual o estágio foi realizado, pode-se compreender
diversos fatores ligados ao fazer docente, que somente com os saberes teóricos não poderia
compreender com plenitude a profissão e o que é ser professor de fato. Foi possível obter
bastantes aprendizados sobre a profissão, que é complexa, mas também realizadora, com os
saberes experienciais por meio da prática.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, S.M.S; SILVA, J.F.; BENTO, M.G. Relato sobre o programa de Residência
Pedagógica: um olhar sobre a formação docente. Revista multidisciplinar e de Psicologia, v.
13, n. 48, p. 670-683, 2019.