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LE CORBUSIER
UNIDADE DE HABITAÇÃO DE
MARSELHA
Nos caminhos percorridos em sua vida, todos foram voltados para a linguagem da
arquitetura, desde seus estudos inspirados nos elementos naturais aprendidos na
Escola de Artes e Ofícios instigados pelo professor Charles L’Eplattenier até os
grandes encontros com os arquitetos Auguste Perret que utilizava o concreto
armado em seus projetos(material que será extremamente utilizado por Le
Corbusier), com Peter Behrens, Gropius e Mies Van der Rohe que já eram pioneiros
na nova estética do modernismo, funcionalidade alemã e a beleza sólida do
concreto.
Após experimentações das lições aprendidas ,Le Corbusier criou o manifesto purista,
onde é possível observar os 5 pontos da arquitetura: janela em fita horizontal, planta
livre de estrutura, fachada livre sem nenhum ornamento, pilotis que deixa a circulação
livre no pavimento térreo e terraço-jardim.
Também foi de sua criação um sistema de proporções largamente utilizado por ele
chamado MODULOR. O sistema surgiu do desejo de Le Corbusier de não converter
ao sistema métrico decimal as unidades como pés e polegadas. Ao invés disso,
passou a usar medidas modulares baseadas nas proporções de um indivíduo
imaginário, inicialmente com 1,75m (versão azul) e mais tarde com 1,83m de altura
(versão vermelha).
A criação do modulor foi de extrema importância nos períodos pós guerra, pois havia
uma grande necessidade de abrigar um considerável número de pessoas no menor
espaço possível, e a existência desse sistema tornou viável a construção de grandes
blocos habitacionais na Europa. Tais blocos possuíam o mínimo de espaço em cada
parte da habitação, variando as medidas de acordo com o recinto e na diversidade de
alturas de seus habitantes.
Le Corbusier além de grande arquiteto,urbanista, escritor e
inventor, também podemos dizer que ele foi o pioneiro na
divulgação do movimento moderno que percorreu o mundo
inteiro e quem decretou seu fim.
Villa Savoye
•Arquiteto: Le Corbusier.
•Localidade: Poissy, França.
•Data: 1928 a 1931.
•Tipo: Residência.
•Sistema de Construção: Concreto e Alvenaria.
•Clima: Temperado
•Contexto: Rural ou Suburbano
•Estilo: Moderno
•Considerações: Uma construção que paira acima de um plano de grama fina,
sustentada por Pilotis. Uso do concreto, janelas em fita e um telhado plano, são
explorados além da rampa, e de alguns toques constantes de paredes curvilíneas.
Escada Helicoidal
Fachada Norte e Leste
A forma do bloco da entrada é determinada pelo arco de curvatura mínimo de um carro, com a
dinâmica fundamental de um volume curvilíneo tensionado contra um retângulo. A porta de entrada
fica no lado oposto da casa e no meio de um painel de vidro que contorna o hall de entrada.
Recepcionados por uma rampa que sobe e revela as vistas convidativas da sala de estar, esta que se
abre para o terraço por meio de esquadrias que vão do piso até o teto, com quase 10m de largura,
metade qual desliza lateralmente com o acionamento de uma manivela.
No primeiro andar ficavam os espaços nobres da habitação (os quartos, a sala e a
cozinha), organizados em torno de um terraço-jardim.
Capela de Notre-Dame du Haut
•Localidade: Ronchamp, Haute-Saone, França
•Consagrada: 25 de junho de 1955 pelo arcebispo de Besançon.
•Dimensões: 25 x 15 metros
Data: 1955.
•Tipo: Religioso.
•Sistema de Construção: Concreto
•Clima: Temperado
•Implantação no Terreno: Isolado
•Estilo: Moderno
Croqui de implantação
Livro: Le Corbusier: le symbolique, le sacré, la spiritualité, 2004, p.164.
Planta de Implantação
BOESIGER,Willy; CORBUSIER,Le.Le Corbusier et son atelier rue de Sèvres 35:1952-1957. Edit d'Architecture, 7ª ed.,1985,p. 20
S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos. São Paulo, Editora Gráfica, vol 5, 2011, p.44
Nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial a antiga capela de Notre-Dame du Haut de Ronchamp,
situada próxima de Belfort, foi destruída. No inicio de 1950 decidiram reconstruir o edifício,retomando
a velha tradição das peregrinações, com origens pré-cristãs. Em junho do mesmo ano surgiram os
primeiros desenhos de Le Corbusier que foram logo aceitos pelo clérigo Lucien Lendeur.
A capela localiza-se no topo de uma das colinas da cadeia de montanhas Vosges, apresentando
uma posição de dominância visual sobre o vasto território envolvente.
S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos. São Paulo, Editora Gráfica, vol 5, 2011, p.44
A imagem exterior lembra uma escultura na qual a concentração de formas onduladas, articuladas
como se tratasse de um organismo vivo, ecoam o caráter do sítio da paisagem. Este sentido anímico
e naturalista das formas, assim como o recurso a fortes efeitos luminosos potencializam a criação de
emoções de sentido místico e religioso
CORBUSIER, Le.The Chapel at Ronchamp. Londres, Architectural Press, 1957,p. 89
O teto da capela assume a forma de concha escura de betão armado, simbolizando uma cúpula tradicional ou um
dólmen arcaico. No exterior foi colocado um altar ao ar livre com um púlpito e um pequeno santuário onde se
encontra a imagem da virgem que é visível também a partir do interior da nave, este que é utilizado para realizar
cerimônias religiosas de grandes peregrinações.
O interior, de dimensões modestas, totalmente assimétrico e bastante escuro, lembra uma caverna.
A parede sul perfurada irregularmente por profundos rasgos luminosos assume uma vigorosa presença visual.
O betão, escondido pela textura quente granulada do reboco lembra as construções da região mediterrânica.
Especificação de cobertura; Croqui da fachada Leste; Estrutura da
Cobertura e Carta de insolação
À volta da nave encontram-se as três capelas semicilíndricas, em forma de torres que funcionam como lanternins
orientados para a trajetória do sol.
Neste edifício, Le Corbusier sintetiza muitas das principais conquistas formais e técnicas da história da arquitetura
recente, e do seu próprio percurso criativo. Tornam-se evidentes as referências aos movimentos
expressionista, purista,neoplasticista e surrealista, numa tentativa de superar as limitações e cristalizações a que o
movimento moderno e o estilo internacional tinham conduzido a cultura arquitetônica.
Capitólio de Chandigarh
•Arquitetos: Le Corbusier e Pierre Jeanneret
•Localidade: Punjab-Haryane, Chandigarh, India
•Composição: 2 quadrados (um de 800m de lado e outro de 400m)
•Data: 1951-1961
•Tipo: Governamental
•Sistema de Construção: Concreto
•Clima: Sol intenso e Chuvas abundantes
•Estilo: Moderno
S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos. São Paulo, Editora Gráfica,vol 5, 2011, p.46 e 49
Planta de Implantação
BOESIGER, Willy; GIRSBERGER, Hans. Le corbusier 1910-65. Barcelona, Editorial Gustavo Gili,7ª ed., 2001.
Em Chandigarh, a capital administrativa de Punjab fundada sobre um platô aos pés do Himalaia, Le Corbusier,
entre 1951 e 1961, a pedido do governo, projetou o centro político, onde ficaria situada o palácio da assembléia,
do Secretariado, o Governo e da Alta Corte. Trata-se de um parque extenso, cuja geometria é definida por 2
quadrados um ao lado do outro(800m de lado e outro com 400m), ordenado por dois eixos principais: um
traçado em continuidade com a estrada que conecta a cidade ao Capitólio e o segundo perpendicular ao
primeiro, abrigando em suas extremidades a Alta Corte e a Assembléia.
Site: ArchWeb – Le Corbusier
Há ainda 2 eixos secundários que rege a disposição
dos trajetos de pedestres, as diferenças de cota e
algumas formas simbólicas, como a Mão
Aberta(metáfora de pássaro da paz e do gesto de
dar e receber), a Torre de Sombras e o Fosso da
Consideração, construídos somente nos anos de
1980.
Ao projetar o Capitólio junto com Pierre Jeanneret,
chegaram a expressões monumentais sem fazer
referencia direta ao repertorio ocidental, recusando
a linguagem brutalista de acordo com as tradições
da região. Eis o interesse pelos elementos plásticos
e as formas de conchas, cujos perfis derivam-se da
fauna e flora local.
De modo análogo, estuda os edifícios monumentais
e as construções civis da região para assimilar os Palácio da Assembléia
sistemas que protegem os ambientes internos dos S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos.
rigores do clima. São Paulo, Editora Gráfica, vol 5, 2011, p.48.
Daqui surge o recurso de uma trama compacta de brises –soleil, que com suas sombras,
segue a fachada dos edifícios.
A obra de Le Corbusier em Chandigarh representa o ápice de sua busca por uma estética
na qual a construção está impregnada de energia primitiva.
Convento La Tourette
•Arquitetos: Le Corbusier e Iannis Xenakis
•Localidade: Eveux-sur-Arbresle, França.
•Áreas: Igreja, casa paroquial, salas de aula, biblioteca, refeitório e celas monásticas
•Data: 1953-1960
•Tipo: Religioso
•Sistema de Construção: Concreto e vidro
•Clima: Temperado
•Implantação no Terreno: Isolado
•Estilo: Moderno
Vista aérea
S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos. São Paulo, Editora Gráfica, vol 5, 2011, p.51 e 52.
Convento dominicano construído entre 1953 e 1960, sob a direção
PLANTA DE ESTRUTURA do arquiteto Le Corbusier, que constitui um paradigma da
arquitetura moderna, fruto de um século que se voltou para o ateísm
o
Situado em Éveux, nas imediações do campus universitário de
Lyon, a escolha do lugar prendeu-se com a necessidade dos
monges de paz para o estudo e para a oração. Le Corbusier opta
por um espaço aberto, e não fechado como era tradicional na
arquitetura monástica,substituindo o claustro por um átrio. Para tal,
parte de um plano quase quadrado, que, ignorando os declives do
solo, se põe na paisagem. As celas dos monges ocupam três lados,
voltados para a paisagem mais recatada, erguendo-se a
igreja no lado norte. O ritmo das fachadas é dado pela fenestração e
pelos pilares que sustentam o declive sudeste. Um exame
cuidadoso da planta e dos volumes deste edifício revela a mestria
com que Le Corbusier utiliza a luz. A cada função do espaço
corresponde um tipo de intensidade luminosa, desde a cela ao
GIEDION, Sigfried. Espacio, tiempo y arquitectura.
refeitório. O convento foi uma forma de Le Corbusier aplicar
Espanha,Reverte,17º ed., 2009, p. 572.
as suas teorias da auto-suficiência, também exemplificadas na
Cidade Radiosa (Unidade de Habitação de Marselha).
Le Corbusier projetou não somente o edifício mas também todos os elementos internos
do mesmo, considerando sempre a idéia da maquina de morar, onde a funcionalidade e o
conforto ambiental é o lema. Estes conceitos podem ser vistos não somente nas obras de
Le Corbusier, mas também em prédios de outros arquitetos como as habitações de Lucio
Costa em Brasília.
Devido a toda essa fama, o governo alemão solicitou o mesmo projeto em Berlim,
totalizando 5 criações diferentes da mesma Unité d’Habitation e pelo mesmo arquiteto:
•1947 em Marseille,
•1955 em Nantes,
•1958 em Berlim;
•1963 em Briey em Foret;
•1965 – em Firminy
Fonte: Livro Unité d’Habitacion de Marseille
Fonte: Livro Unité d’Habitacion de Marseille
Fonte: Livro Unité d’Habitacion de Marseille
Desenhos originais da escada de Le Corbusier e foto da
escada original
Fonte: Fundação Le Corbusier
Maquete em madeira balsa sem informação de escala – Fundação Le Corbusier
REFERÊNCIAS
• ANTONINI, Debora [et al.]. Le Corbusier: le symbolique, le sacré, la spiritualité. Paris,
Fondation Le Corbusier, 2004, p.164.
• BAKER, Geoffrey. Le Corbusier: uma análise da forma. São Paulo, Livraria Martins Fontes
Editora Ltda, 1998.
• BOESIGER,Willy ; CORBUSIER, Le. Le Corbusier et son atelier rue de Sèvres 35: 1952-1957,
Editions d'Architecture , 7ª ed., 1985, p. 20.
• BOESIGER, Willy; GIRSBERGER, Hans. Le corbusier 1910-65. Barcelona, Editorial Gustavo
Gili,7ª ed., 2001.
• CORBUSIER, Le.The Chapel at Ronchamp. Londres, Architectural Press, 1957,p. 89,90 e 91.
• CORBUSIER, Le. Unité d’Habitacion de Marseille. Paris, edição do autor; 1956.
• GIEDION, Sigfried. Espacio, tiempo y arquitectura. Espanha,Reverte,17º ed., 2009, p. 509 – 580.
• PAULY, Danièle - Le Corbusier: la chapelle de Ronchamp. Paris, Birkhäuser, 2008, p 17.
• S.PAULO, Folha. Coleção Folha Grandes Arquitetos. São Paulo, Editora Gráfica, vol 5,2011.
• SEQUEIRA, Marta. A concepção da cobertura da Unité d’habitation de Marselha: três
invariáveis, Massilia, Associació d’Idees, Centre d’Investigacions Estètiques, San Cugat del
Vallès, 2005, p. 132–155.
• Potié, Philippe. Le Corbusier:Le Couvent Sainte Marie da la Tourette. Basel, Birkhauser, 2001,
p. 64