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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFISSIONAL EM ECONOMIA
“AVALIAÇÃO DE PROCESSOS
ESTOCÁSTICOS APLICADOS A OPÇÕES
FINANCEIRAS”
i
“AVALIAÇÃO DE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS APLICADOS A OPÇÕES
FINANCEIRAS”
ii
“AVALIAÇÃO DE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS APLICADOS A OPÇÕES
FINANCEIRAS”
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
iii
1) Thiago Sávio de Andrade Dumortout Castro;
3) 2014;
4) Finanças;
6) Este trabalho visa demonstrar o valor justo de uma opção financeira com 1 ano de prazo para maturação europeia
exótica do estilo best of com 3 ativos objetos no lançamento: Ouro, Petróleo e Câmbio (USD x BRL). Para melhor
avaliar o comportamento de cada ativo objeto e definir o processo estocástico que mais se adequa a cada ativo objeto,
analisamos a estacionariedade das series históricas e efetuamos algumas medidas de aderência. Foi utilizada a
decomposição de Cholesky para que pudesse captar as interações entre variáveis e correlacionar o componente
aleatório que está presente no processo estocástico.
iv
DEDICATÓRIA
v
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Carlos Lamare Bastian Pinto, pela paciência na orientação e incentivo que
À minha namorada, Rafaela Lima, por toda compreensão de minha ausência no período do
mestrado.
Aos professores do Ibmec, Luiz de Magalhães Ozório e José Valentim Machado Vicente,
pelas ótimas aulas ministradas no curso e pelas contribuições que fizeram no trabalho.
À meus amigos Anderson de Alencar Araripe e Rodrigo Bauce por toda compreensão no
vi
RESUMO
Este trabalho visa demonstrar o valor justo de uma opção financeira com 1 ano de prazo para
maturação europeia exótica do estilo best of com 3 ativos objetos no lançamento: Ouro,
Petróleo e Câmbio (USD x BRL). Para melhor avaliar o comportamento de cada ativo objeto
e definir o processo estocástico que mais se adéqua a cada ativo objeto, analisamos a
utilizada a decomposição de Cholesky para que pudesse captar as interações entre variáveis e
Browniano.
vii
ABSTRACT
This work aims to demonstrate the fair value of a financial option with 1 year term to maturity
of exotic European style best of 3 underlying assets at launch: Gold, Oil and Parity USD x
BRL. To better evaluate the performance of each underlying asset and define the stochastic
process that best suits, it was analyzed the stationarity of the historical series and made some
fitting measurements. Cholesky decomposition was used so it could capture the interactions
between variables and correlating the random component that is present in the stochastic
process.
Key Words: Option; Stochastic process; Mean Reversion; Geometric Brownian Motion.
viii
LISTA DE FIGURAS
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Variáveis que afetam o preço de uma opção européia ........................................... 21
Tabela 2 - Parâmetros adotados para cálculo da Opção da Petrobras ...................................... 37
Tabela 3 - Resultado de Opção de Compra via modelo de B&S ............................................. 37
Tabela 4 – Matriz de Correlação Histórica entre os Ativos Objetos ........................................ 88
Tabela 5 – Matriz de Cholesky ................................................................................................. 89
Tabela 6 - Resultado de Estatísticas Descritivas - MGB .......................................................... 91
Tabela 7 – Resultado de Estatísticas Descritivas - MRMG ..................................................... 91
Tabela 8 –Parâmetros Estimados .............................................................................................. 91
Tabela 9 – Resultados Obtidos pelos dois modelos ................................................................. 91
Tabela 10 – Teste de Raíz Unitária XAU (Ouro) ..................................................................... 93
Tabela 11 – Teste de Raíz Unitária USDBRL.......................................................................... 94
x
LISTA DE ABREVIATURAS
DI Depósito Interfinanceiro
xi
Strike Preço de Exercício
RV Razão de Variância
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................1
2 DERIVATIVOS .......................................................................................................3
2.1 TIPOS DE RISCOS ASSOCIADOS A DERIVATIVOS ...................................................................... 4
3 OPÇÕES ..............................................................................................................16
3.1 OPÇÕES DE AÇÕES .............................................................................................................................. 21
xiii
5 SISTEMAS LINEARES .......................................................................................70
5.1 MÉTODO DE ELIMINAÇÃO DE GAUSS.......................................................................................... 71
8 CONCLUSÃO ......................................................................................................96
xiv
1 INTRODUÇÃO
tem sido frequente pelo mercado. Além disso, ativos que proporcionem custos mais atrativos,
rentabilidades que podem estar atrelada a mais de um ativo objeto e características que estão
operação e tamanho do contrato, são outros fatores que auxiliam sua disseminação. A esses
ativos intitulamos de derivativos de balcão ou Over-the-Counter por seu registro não ser em
Dentre os quatro grandes grupos de derivativos as opções são aquelas que possuem maior
geral, soluções analíticas como a fórmula de Black & Scholes (1973) não podem ser aplicadas
1
No mercado brasileiro são chamadas de exóticas aquelas opções que o payoff não sejam igual
a uma plain vanilla. Em geral, os fundos de investimentos brasileiros que negociam opções
exóticas preferem as opções com barreira simples do tipo knock in e knock out, ao passo que
no mercado offshore além das opções citadas anteriormente pode-se verificar opções
asiáticas, binárias, worst of, best of, compound, opções a termo entre outras.
Esse trabalho visa efetuar o apreçamento no data do lançamento de uma opção exótica do tipo
best of composta por três ativos com base na SMC. Porém, antes disso foi avaliado o
Reversão à Média Geométrico ou Movimento Geométrico Browniano. Por fim, foi utilizada a
2
2 DERIVATIVOS
ativo/bem ou outro instrumento financeiro que lhe serve de referência. É um contrato no qual
se estabelecem pagamentos futuros, cujo montante é calculado com base no valor assumido
por uma ou mais variáveis como, por exemplo: taxa de juros, preço de título ou valor
mobiliário, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de bolsa de valores, índice de preços,
investimento inicial seja inexistente ou pequeno em relação ao valor do contrato, e que sejam
taxas de juros, índices, entre outros, transferindo os riscos aos quais um agente econômico não
pode ou não deve se expor. Outras finalidades que são atribuídas ao uso dos derivativos são
principal preocupação não é obter lucro em derivativos, mas garantir o preço de compra ou
venda de determinada mercadoria em data futura. Equivale a ter uma posição em mercado
derivativo oposta à posição assumida no mercado à vista, para minimizar o risco de perda
3
Alavancagem: Dado que o aporte inicial de recursos para poder negociar esse tipo de
instrumento exige menos capital do que a compra de ativos à vista, o investidor poderá
adicionar posições de derivativos a seus investimentos para tentar obter uma maior
lucro. Sua atuação consiste na compra e venda de contratos futuros apenas para ganhar o
diferencial entre o preço de compra e o preço de venda, sem ter interesse no ativo objeto. O
produto/ativo que é negociado em mercados distintos. O arbitrador tem como meta o lucro,
mas não assume nenhum risco. Sua atividade consiste em buscar distorções de preços entre
Os derivativos podem ser negociados tanto em bolsas de valores como também em mercado
de balcão (Over-the-Counter).
preços de mercado, volatilidade dos fatores de risco e correlação entre os mesmos. O efeito de
Abaixo listamos os principais riscos de mercado, a que uma empresa possa estar exposta,
recursos no exterior, havendo custo indexado a variação cambial. Possuir ativos vinculados à
variação cambial.
ii. Risco de Taxa de Juros: Consiste no risco de perdas em função de oscilações observadas
nas taxas de juros. Ex.: Estar comprado (long) em títulos pré-fixados. Existência de
iii. Risco de Preços de Ações: Consiste no risco de perdas devido às oscilações no valor de
mercado de carteiras de ações. Ex.: Variação nos preços das ações da Petrobras, Vale, Itaú,
Bradesco, etc.
mercado das commodities. Ex.: Variação nos preços de carteiras constituídas por ouro, prata,
contraparte não cumprir com suas obrigações, enquanto o risco operacional diz respeito a
falhas nos sistemas de operações da BM&F Bovespa. Para que esses riscos sejam
depósito de margens iniciais de garantia, estabelece limites de oscilações diária das cotações
5
para que não acumulem perdas muito grandes em um único pregão e cobra ajustes diários dos
investidores cujas posições no mercado futuro tenham sofrido perdas em um dado pregão.
Para tentar mitigar mais ainda o risco de crédito, caso a perda de um investidor inadimplente
não possa ser coberta com as garantias por ele depositadas, a BM&F Bovespa recorrerá as
garantias que os membros de compensação devem prestar para serem autorizados a atuar
como tais e, em caso destas não serem suficientes, ela recorre ao patrimônio de fundos de
Swaps e Opções. Este último será descrito em um capítulo a parte, por ser o instrumento mais
certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, na data de
realização do negócio, para liquidações futuras. Em geral, as operações a termo são mantidas
até a data de entrega física do ativo ou a liquidação financeira, impedindo assim o repasse do
Os contratos a termo não são padronizados, o que permite uma maior maleabilidade na
sem que haja a necessidade de depósito de margem ou garantia entre as partes para que sirva
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de colchão caso ocorra algum default de uma das partes, o que faz com que a operação seja
Toda operação a termo que é registrada na BM&F Bovespa requer que seja depositada uma
Bovespa. As garantias a serem apresentadas podem ser feitas de duas formas: Cobertura ou
ii. Margem: O valor da margem inicial requerida é igual ao diferencial entre o preço à vista e
o preço a termo do papel acrescido do montante que represente a diferença entre o preço à
vista e o menor preço à vista possível no pregão seguinte, estimado com a volatilidade
histórica do título. Existe a possibilidade de ser solicitada uma margem adicional, isso ocorre
dos títulos depositados como margem e/ou dos títulos-objeto da negociação, será necessário o
reforço a garantia inicial, que poderá ser efetuado mediante depósito de dinheiro ou demais
As principais vantagens para o investidor que decide fazer um termo de compra são: proteger
o preço de compra de uma eventual elevação, diversificar risco e obter recursos e alavancar
ganhos.
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i. Proteger preço: Dado que o investidor espere uma alta no preço do ativo objeto no futuro,
ele pode comprar a termo, fixando o preço de compra em uma data futura beneficiando-se
ii. Diversificar riscos: Um investidor que deseja adquirir algumas ações que acredite que
estejam com preços deprimidos, porém, não quer concentrar todos os seus recursos em apenas
um ou dois papéis para não assumir riscos elevados. Ele adquire, por exemplo, quatro ações a
menores do que a compra à vista de um papel, já que a eventual perda com uma ação poderá
iii. Obter recursos – Operação Caixa: Para os investidores que possuem carteiras de ações que
necessitam de recursos para uma aplicação rápida e não querem se desfazer de nenhuma ação,
podem vender à vista as suas ações e fazer uma compra a termo dos mesmos ativos. Dessa
forma, o investidor conseguirá obter caixa no momento inicial e ao mesmo tempo manterá sua
participação na empresa.
As principais vantagens para um investidor que deseje fazer um termo de venda são:
que deseja financiar, com o objetivo de ganhar a diferença entre os preços à vista e a termo;
ii. Aumento de receita: Tomada a decisão de vender uma ação sem haver a necessidade de uso
imediato do dinheiro, o investidor poderá optar por vender a termo os papéis, maximizando
assim o seu ganho, pois receberá juros de um período além do preço à vista da ação;
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2.2.2 Tipos de Contratos a Termo
Existem dois tipos de contratos a termo: contrato a termo com entrega física e contrato a
i. Contrato a termo com entrega física: São aqueles que no vencimento do contrato o
exemplo mais comum para ilustrar esse tipo de operações é o termo de ações;
ii. Contrato a termo sem entrega física: Popularmente conhecido no mercado por Non
Deliverable Forward (NDF), essa modalidade de contrato a termo permite que no vencimento
valor a ser recebido pelo comprador do termo será a diferença entre o preço no vencimento da
operação e o preço inicialmente acordado multiplicado pelo valor base (se o preço no
vencimento for maior que o preço inicial). Caso o preço no vencimento seja inferior ao inicial,
diversas bolsa de valores que negociam esses contratos. As duas maiores bolsas dos Estados
Unidos que negociam contratos futuros são a Chicago Board of Trade e a Chicago Mercantile
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Eurex são as bolsas de valores com maior destaque que negociam contratos futuros. No Brasil
a bolsa que negocia contratos futuros é a Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros Bovespa.
Na grande maioria dos casos onde se operam mercados futuros ocorre que não há entrega
física na data de vencimento, isso acontece devido à maior parte dos investidores preferir
encerrar suas posições antes do período de entrega especificado no contrato. (HULL, 2005, p.
19) Para encerrar uma posição em contrato futuro, basta realizar a operação inversa à
operação inicial.
Os contratos futuros são padronizados, dessa forma, existe uma especificação para cada tipo
de contrato como: data de entrega, o tipo de ativo, qualidade do ativo, tamanho do contrato,
local de entrega do ativo, etc. Para a qualidade do ativo e os locais de entrega, são
Quando o ativo atrelado ao futuro é uma commodity é importante que a bolsa estipule o(s)
tipo(s) da commodity que são aceitáveis para entrega. A New York Cotton Exchange
Padrão U.S. Grade A, com mínimo de 57 graus de valor Brix, tendo razão
entre o valor Brix e acidez inferior a 13 por 1 nem supeior a 19 por 1, com os
fatores de com e sabor não inferiores a 37 pontos cada, com um mínimo de
19 pontos para defeitos, e com pontuação mínima total de 94 pontos.
(HULL, 2005, p. 20)
O contrato especifica a quantidade do ativo a ser entregue, dessa forma, se o contrato for
muito grande, muitos investidores que desejarem fazer hedge de posições pequenas ou que
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contrato. Por outro lado, se o contrato for muito pequeno, a negociação será excessivamente
cara dado que existem custos associados a cada contrato negociado. A decisão do tamanho
correto de um contrato depende do seu possível usuário. Nos Estados Unidos, os contratos
futuros de produtos agrícolas variam de US$ 10.000 a US$ 20.000. Já os contratos futuros
futuro de bônus do Tesouro, negociado na Chicago Board of Trade, que estabeleceu a entrega
Esses mercados funcionam como uma garantia, tanto para o produtor rural quanto para a
época da comercialização da safra (contratos agrícolas). Entretanto, para que esses mercados
liquidez no mercado, ou seja, facilidade de entrar e sair do mercado, o que implica num
cotação para uma data futura. Esse preço reflete as expectativas que os participantes do
mercado têm sobre as condições de oferta e demandas futuras do produto. Os preços futuros
negociação. Os preços futuros referem-se ao local de formação de preço, ou seja, uma região
geográfica representativa daquele mercado que a Bolsa considera como local de referência do
preço do produto.
Com relação aos contratos futuros de dólar (DOL), que segundo a Futures Industry
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O objeto de negociação é a taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos, para
Nacional; a cotação do contrato é expressa em reais por US$ 1.000; o comprador ou vendedor
dos contratos futuros não receberá ou entregará a moeda negociada; apenas estará
Para o primeiro vencimento, o preço de ajuste é estabelecido pelo preço médio dos negócios
O preço de ajuste dos demais vencimentos é calculado pela condição de não arbitragem entre
O código dos contratos futuros negociados na BM&F Bovespa é composto por seis
caracteres. Esta estrutura indica qual é o ativo objeto, o mês de vencimento e o ano de
ativo objeto do contrato futuro. O quarto caractere indica qual é o mês de vencimento
deste contrato, enquanto o quinto e o sexto caracteres indicam qual é o ano de vencimento.
Outro tipo de contrato futuro bastante negociado na BM&F Bovespa é o futuro de depósitos
interfinanceiros (DI) de um dia, que tem como ativo objeto a taxa de juros dos depósitos
interfinanceiros de 1 dia de prazo que é apurada pela Cetip acumulada para o período entre a
Este derivativo é uma referência para a economia como um todo ao sintetizar, em seus
pregões, as expectativas do mercado para a taxa de juros para períodos futuros. Isso é possível
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porque esse ativo possui elevado grau de liquidez, o que garante a formação de preços em
proteger investimentos em títulos públicos com taxa prefixada, como a Letra do Tesouro
100.000 pontos, sendo que cada ponto é igual a R$ 1,00. Dessa forma, as taxas de juros
negociadas são expressas em Preço Unitário, ao trazer os 100.000 pontos a valor presente,
Onde:
n: nº de dias úteis entre a data atual e a data de vencimento do contrato futuro.
Swap é um acordo bilateral para troca de fluxos de caixa no futuro. O acordo define as datas
em que os fluxos de caixa serão pagos e de que forma serão calculados. Em geral, o cálculo
dos fluxos de caixa envolve os valores futuros de uma ou mais variáveis de mercado. No
Brasil, são contratos negociados em balcão e registrados na BM&F Bovespa via sistema
eletrônico ou na Cetip.
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O tipo mais comum de swap no Brasil é o swap “plain vanilla” de taxas de juros. Neste tipo
de modalidade uma das partes se compromete a pagar fluxos de caixa referente a uma taxa de
juros predeterminada com base em um valor nocional por um período de tempo previamente
estabelecido. Em contrapartida, receberá fluxos de caixa baseados em uma taxa de juros pós-
O contrato a termo pode ser visto como um exemplo simples de swap dado que o comprador
do termo irá receber o ativo objeto do contrato que irá variar indefinidamente (indexador pós-
fixado) ao passo que o vendedor do termo irá receber um valor predefinido no vencimento do
contrato. Enquanto os contratos a termo estabelecem a troca de fluxos de caixa em uma única
data no futuro, nos swaps podem ocorrer diversas trocas de fluxos de caixa em datas futuras.
A liquidação de um swap em geral ocorre na data de vencimento do contrato, porém, pode ser
encerrado antecipadamente se houver acordo entre as partes. Caso ocorra a liquidação normal
Onde:
VLt = valor de liquidação no contrato na data “t”;
VI = valor inicial;
FCA1t = fator de correção acumulado do parâmetro 1;
FCA2t = fator de correção acumulado do parâmetro 2;
Na BM&F existem 21 variáveis que são autorizadas que podem ser alternativas de negociação
de um swap, o que totaliza o número de 172 combinações possíveis. Dentre elas, as mais
Para o mercado offshore, os tipos de swap mais comuns são os de taxas de juro e o de moedas.
Assim como no swap de taxa de juro onshore, em geral não ocorre troca do valor principal no
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vencimento da operação. Já no swap de moeda, uma parte concorda pagar juros sobre o
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3 OPÇÕES
Opção é o direito que se tem de comprar ou vender algum ativo a um preço pré-determinado
em uma data previamente estipulada. Existem dois tipos de opções, opção de compra (call) ou
opção de venda (put), no qual o indivíduo poderá adquirir ou lançar opções de compra ou
venda.
i. Compra opção de compra: O investidor que adquire uma opção de compra, paga um prêmio
para ter o direito e não a obrigação de poder comprar o ativo atrelado à opção pelo preço pré-
ii. Compra opção de venda: O investidor que compra uma opção de venda, paga um prêmio
para ter o direito e não a obrigação de poder vender o ativo atrelado à opção pelo preço pré-
iii. Vende opção de compra: O investidor que vende uma opção de compra recebe um prêmio
para que o comprador da opção tenha o direito e não a obrigação de poder comprar o ativo
iv. Vende opção de venda: O investidor que vende uma opção de venda recebe um prêmio
para que o comprador da opção tenha o direito e não a obrigação de vender o ativo objeto
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atrelado à opção ao lançador da opção pelo preço pré-estabelecido na/até a data de
vencimento da opção;
y: payoff; t: tempo;
Opção europeia, americana ou asiática: Além das opções serem classificadas como opção de
compra ou venda elas também são classificadas quanto ao seu estilo, europeia, americana ou
asiática.
i. Opção europeia é aquela que dá o direito de exercer ou ser exercido somente na data de
ii. Opção americana dá o direito de exercer ou ser exercido a qualquer momento até a data de
iii. Opção asiática é aquela que dá o direito de comprar ou vender o ativo atrelado a opção
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No mercado brasileiro as opções de venda não possuem muita liquidez, desse modo, foi
padronizado pela BM&F Bovespa que as opções de compra negociadas em bolsa são opções
Ativo objeto: As opções podem ter diversos tipos de indexadores atrelados à opção, como por
exemplo: ações, commodities, taxas de juros, moedas estrangeiras, índices futuros, etc.
As opções podem ser classificadas de acordo com o preço corrente do ativo objeto e o seu
strike.
i. Para uma opção de compra (call) na qual o preço do ativo subjacente esteja sendo
negociado a um preço superior ao seu strike price, ela é chamada de opção in-the-money
(ITM). Dessa forma, para uma opção de venda (put) em que o preço do ativo objeto seja
ii. Para uma opção de compra (call) na qual o preço do ativo subjacente esteja sendo
(OTM). Dessa forma, para uma opção de venda (put) em que o preço do ativo objeto seja
iii. As opções sejam elas de compra (call) ou de venda (put), que estão sendo negociadas por
um preço que se equivale ao seu strike são chamadas de opções at-the-money (ATM);
baixa, da mesma forma, uma opção é chamada de in-the-money (ITM) quando sua
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probabilidade de exercício é alta. Por fim, uma opção é chamada de at-the-money (ATM)
Chamamos de valor intrínseco o valor imediato de uma opção em relação ao preço do ativo
objeto, independente de outros fatores como juros e tempo até o vencimento. O valor
intrínseco de uma opção é calculado como a vantagem imediata que a opção proporciona ao
titular da opção. Dessa forma, uma opção de compra só possui valor intrínseco quando seu
preço corrente for superior ao seu strike price, valendo a pena assim o titular da opção exercer
o seu direito de compra do ativo objeto. O valor intrínseco de uma opção de compra (call) é
calculado pela subtração do valor corrente do ativo objeto do strike. Por outro lado, as opções
de venda somente possuem valor intrínseco quando seu strike for maior que o preço corrente
do ativo objeto, valendo a pena assim o titular da opção exercer o seu direito de venda do
ativo objeto. O valor intrínseco de uma opção de venda (put) é calculado como a diferença
entre o strike e o preço corrente do ativo objeto. (ADVFN. O que é o Valor Intrínseco e
Exemplo 1: O ativo BBAS3 (ativo objeto) está sendo negociado no mercado à vista pelo valor
de R$ 24,94. Uma opção de compra deste ativo-objeto pelo valor de R$ 24,00 (strike) possui
Exemplo 2: O ativo BVMF3 está sendo negociado no mercado à vista pelo valor de R$ 11,02.
Uma opção de venda deste ativo (ativo objeto) pelo valor de R$ 12,00 (strike) possui um valor
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contrato de opção. Disponível em. <http://br.advfn.com/educacional/opcoes/valor-
opção gerar algum tipo de vantagem para o investidor. Quanto maiores forem as chances de
que a opção gere vantagens ao titular maior será o valor extrínseco da opção. Dessa forma, o
valor extrínseco da opção deverá ser acrescido ao valor intrínseco da opção para compor o
prêmio. O valor extrínseco da opção é calculado pela subtração do preço corrente da opção
pelo valor intrínseco da mesma. (ADVFN. O que é o Valor Intrínseco e Valor Extínseco de
Exemplo 1: Uma opção está sendo negociada no mercado a R$ 1,50 e o seu valor intrínseco
está R$ 1,20. Dessa forma, o valor extrínseco da opção é a diferença entre o preço corrente da
opção e o seu valor intrínseco, sendo assim o valor extrínseco é de R$ 0,30. (ADVFN. O que
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Tabela 1 – Variáveis que afetam o preço de uma opção européia
As opções de compra europeias em ações que não pagam dividendos serão mais valiosas
quanto maior for o período para a expiração, todas as outras coisas sendo iguais, por duas
razões. Em primeiro lugar, o preço da ação final será mais incerto quanto maior for o tempo
até a expiração. A incerteza representada anteriormente faz com que as opções sejam as mais
valiosas. Além disso, dado o mesmo preço de exercício, quanto maior for o prazo para o
vencimento, menor será o valor presente do preço de exercício pago pelo detentor de uma
opção de compra. Por outro lado, o desconto de um preço de exercício faz com que as opções
de venda europeias sejam menos valiosas. Assim, a combinação dos efeitos de incerteza e
desconto gera um resultado ambíguo. Dessa forma, as opções de venda europeias podem ter
seus valores aumentados ou diminuídos quanto mais elevado for o período de expiração.
O mercado de opções no Brasil não é tão maduro quanto os mercados americano, europeu e
asiático. Dessa forma, observamos em geral baixa liquidez para boa parte desses ativos. Os
participantes de mercado utilizam com frequência modelos de precificação para tentar estimar
o valor justo dos ativos, deixando de observar muitas vezes a quantidade de negócios.
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Em geral, podemos observar que grande parte das instituições financeiras do país utiliza o
preço negociado ao final do dia da opção na precificação de suas carteiras, acreditando ser
esse o valor justo do ativo. Porém, existem outras várias instituições financeiras que acreditam
que a melhor forma de mensurar o valor justo de uma opção, seja ela um ativo líquido ou não,
Segundo o CPC 38, parágrafo 48, a melhor evidência de valor justo de um instrumento
financeiro é a utilização de preço cotado em mercado ativo. Caso o instrumento não seja
líquido, a entidade deverá estabelecer o valor justo por meio de uma técnica de avaliação. A
técnica de avaliação escolhida inclui o uso de transações recentes com isenção de partes
Partindo do modelo de Black & Scholes & Merton (1973) é possível provar que a opção tem o
mesmo valor que a carteira composta de um ativo livre de risco e do seu ativo risco de
referência. O objetivo é transformar o preço desse ativo de risco em um processo que tenha
uma taxa de crescimento esperada que ele teria em um mundo livre de risco. Dessa forma, em
uma realidade que não possua risco, os indivíduos estariam dispostos a manter o ativo em
questão em suas carteiras desde que a taxa de crescimento esperada fosse igual à taxa livre de
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Cox, Ingersoll e Ross (1985) defendem, através de seu Lema 4, que o preço de equilíbrio de
um ativo é dado pelo valor esperado descontado pela taxa livre de risco, quando se leva em
consideração que o cenário é ajustado pelo risco. Este ajuste de risco é feito através da
Mesmo em um mundo livre de risco não é possível resolver de forma analítica o problema,
isto porque em um mundo livre de risco os indivíduos descontam fluxos de caixa apenas pela
taxa livre de risco, impossibilitando a valoração das funções não lineares que derivam do
preço. Sob o mesmo contexto, Majd & Myers (1985) e Jacoby & Laughton (1985) utilizaram
uma técnica de simulação conhecida por convergir para o valor correto, esta simulação é
chamada de Monte Carlo. Este método foi introduzido por Cox & Ross (1976) e parte do
2010).
binomiais. Ela é uma representação gráfica de possíveis valores intrínsecos que uma opção
pode obter em diferentes períodos no tempo. O Valor da opção depende do valor do ativo
Em 1979, Cox, Ross e Rubinstein (CRR) desenvolveram um modelo com base no método
Browniano. CRR mostraram que a distribuição de probabilidade lognormal contínua pode ser
modelada através de árvore binomial discreta, onde Ds = μSdt + σSdz. Nesse modelo, a cada
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passo o preço (S) é multiplicado por uma variável aleatória que pode tomar dois valores, “u”
ou “d”.
Para que essa representação simule uma distribuição lognormal, é necessário escolher valores
apropriados para “u”, “d” e a probabilidade “p” de forma que a média “ “ e a variância
Browniano (MBG) de “S”. Após um período, ”S1“ assumirá o valor “Su” ou “Sd”. Para
O modelo binomial assume que o preço S do ativo objeto segue um processo binomial
Adicionalmente, o ativo não paga dividendos e a taxa livre de risco é igual a r. (VALENTIM,
p. 50-51)
uma posição vendida em uma opção de compra. Calcula-se o valor do , o que faz que o
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portfólio seja sem risco. Se o preço da ação subir de US$20 para US$22, o valor das ações
será de 22 e o valor da opção será US$1, de tal modo que o valor do portfólio seja 22 -
1.Se o preço da ação cair de US$20 para US$18, o valor das ações será 18 e o valor da
opção será zero, de tal forma que o valor total do portfólio seja 18 .
Resolução: O portfólio será sem risco se o valor de for escolhido de modo que o valor final
Portanto, um portfólio sem risco é long em 0,25 ação e short em uma opção. Se o preço da
Dessa forma, independentemente do preço que a ação assuma no próximo período, o valor do
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Portfólios sem risco devem, na ausência de arbitragem, render a taxa de juros livre de risco.
Suponha que a taxa de juros livre de risco seja de 12% ao ano. Então, o valor do portfólio hoje
Sabe-se que o valor do preço da ação hoje é US$20 e que o preço da opção seja “f”. O valor
do portfólio hoje é:
Isso mostra que na ausência de arbitragem o valor da opção deverá ser US$0,633. Se o valor
da opção for superior a US$0,633, o portfólio custaria menos que US$4,367 e renderia mais
que a taxa de juros livre de risco. Se o valor da opção fosse inferior a US$0,633, ficar vendido
no portfólio iria proporcionar uma forma de pegar dinheiro emprestado a uma taxa de juros
Vamos supor um portfólio com posição long (comprada) em ações posição short (vendida)
em uma opção. Calcula-se o valor de , o que faz que o portfolio seja sem risco. O preço da
opção é denotado por “f”. Caso o preço da ação suba, o valor do portfólio no vencimento da
opção será . Caso o preço da ação caia, o valor será . Os dois valores são
iguais quando:
ou
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Nesse caso, o portfólio é sem risco e deve render a taxa de juro livre de risco. Se a taxa e juros
livre de risco for denotada por “r”, o valor presente do portfolio será: . O
ou
por: em que .
Exemplo 2: Com base nos dados do exemplo anterior, vamos assumir os seguintes valores: u
Resolução:
Exemplo 3: Calcule o valor de uma put e uma call americana at-the-money (ATM) com seu
preço à vista igual a 50, taxa de juros livre de risco igual a 10% ao ano e volatilidade igual a
Resolução:
27
Árvore Binomial da Ação
Árvore Binomial da Put
Árvore Binomial da Call
Dessa forma, podemos dizer que o preço justo da Put seria de 4,49 e o preço justo da Call de
6,36.
O Modelo de Black & Scholes & Merton (1973) é o modelo de precificação de opções de
compra e de venda europeias mais utilizado pelo mercado financeiro, pelo fato de ser de
ao modelo de Black & Scholes (B&S), a saber, a sub precificação de opções fora-do-dinheiro
(BLACK, 1975; GULTEKIN et al, 1982), a sub-precificação de opções de ações com baixa
28
volatilidade (GULTEKIN et al, 1982; WHALEY, 1982) e a sub-precificação de opções com
curto tempo para vencimento (BLACK, 1975; WHALEY, 1982). Outra evidência já bem
A fórmula de Black & Scholes é baseada no prêmio justo com a suposição de que os preços
probabilidades são neutras ao risco, logo a esperança do retorno da ação é igual ao da renda
fixa, o ativo não paga dividendos ou outros benefícios, a opção é europeia e não há custos de
transação. A justificativa para o uso da distribuição log-normal pode ser feita através do
Teorema Central do limite, que afirma que a adição de muitas variáveis aleatórias
independentes tende a uma distribuição normal. Como os log-retornos são aditivos, então os
Outra forma de demonstrar a fórmula de Black & Scholes é feita através do limite do modelo
de Cox, Ross e Rubinstein (CRR) para um número de períodos tendendo a infinito. A terceira
forma, que foi a publicada por Black & Scholes, vem através da solução de uma equação
A compra ou a venda de um derivativo cria uma posição com vários tipos de riscos, dos quais
alguns podem ser indesejados. Fazer hedging, neste caso, é o ato de reduzir estes riscos
onde os riscos se encontram o trader deverá saber a sensibilidade do preço do derivativo com
relação a diversos parâmetros que afetam o seu valor. As sensibilidades do preço de uma
opção são comumente conhecidas como gregas, visto que muitas delas são rotuladas por letras
29
gregas. Dessa forma será abordado o que cada grega representa e suas equações, para uma
i. Delta (): é a sensibilidade do preço da opção com relação ao ativo subjacente, ou seja, ele
mede a variação do preço da opção em relação à mudança de uma unidade monetária no preço
do ativo subjacente. O delta é sempre positivo para uma opção de compra (call) (entre 0 e 1) e
negativo para uma opção de venda (put). Quando a opção está entrando muito dentro do
dinheiro (deep Into The Money), o delta se aproxima do seu valor máximo, 1, e se a opção
está ficando muito fora do dinheiro (deep Out-of-the-Money), o seu delta será próximo do seu
valor mínimo, 0. No caso de uma opção In-the-Money (ITM), um delta próximo de 1 reflete a
maior probabilidade de que a opção seja exercida e, no caso de uma opção Out-of-the-Money
(OTM), existe uma grande probabilidade de que a opção não seja exercida.
Abaixo, está sendo representado o gráfico do delta de uma call e de uma put em função do
preço à vista do ativo objeto. Ceteris paribus, à medida que o preço do ativo objeto reduz o
30
Do modelo de Black & Scholes, podemos obter o delta das opções pelas seguintes equações:
ii. Gama (): Representa a sensibilidade de segunda ordem da opção à medida que ocorra
uma variação no preço do ativo subjacente. Ele nos diz o quanto o delta irá se alterar se o
preço do ativo subjacente não for mais o mesmo. Podemos usar delta e gama em conjunto
para calcular as mudanças da opção, devido a mudanças no preço das ações subjacentes. Esta
1
var iação no preço do ativo
2
var iação no preço da opção var iação no preço do ativo
2
Da equação acima, podemos observar que gama faz a correção para o fato de que o valor da
opção não é uma função linear do preço do ativo subjacente. Essa aproximação vem da
Abaixo, está sendo representado o gráfico do gama de uma call e de uma put em função do
preço à vista do ativo objeto. Ceteris paribus, à medida que o preço do ativo objeto se reduz,
o gama vai aumentando até o seu limite de 0,03 e posteriormente à medida que o preço do
ativo objeto continua reduzindo volta ao seu estado inicial, tendo o seu valor máximo quando
o preço do ativo objeto está próximo de 85. Como podemos observar no gráfico, o gama de
uma call e de uma put é o mesmo. Outra coisa que podemos observar é que o gama é um
31
Figura 6 - Gráfico do Gama de uma Opção Européia
N ' d 1
Com base no modelo de Black & Scholes, o gama é igual a: S T t
iii. Teta (): O teta de uma opção é a taxa pela qual o preço da opção varia ao longo do tempo.
As gregas anteriores medem a mudança do preço da opção à medida que varia um dos fatores
de risco, porém, como o tempo está sempre se movendo para frente, dessa forma mesmo que
todas as outras variáveis estejam em ceteris paribus, o valor da opção irá se alterar a medida
O valor da opção é a combinação de valor de tempo e o valor do ativo. À medida que o tempo
passa, o valor temporal da opção diminui. Dessa forma, a taxa de variação do preço da opção
com a passagem do tempo, teta, é geralmente negativa. Como a passagem do tempo em uma
opção não é incerto, não é necessário efetuar um hedge de um portfolio contra o efeito da
passagem do tempo. No entanto, o teta ainda é considerado um parâmetro útil, porque ele é
32
Abaixo, está sendo representado o gráfico do teta de uma call e de uma put em função do
preço à vista do ativo objeto. Com base no modelo de Black & Scholes, o teta de uma call e
iv. Rho (): Rho é a letra grega que representa a sensibilidade do preço da opção com relação
modelo de Black & Scholes o rho de uma opção europeia é dado por:
Call KTe r T t N d 2
Put KTe r T t N d 2
Tanto os preços das calls quanto das puts são praticamente lineares a alterações na taxa de
juros. O motivo para isso é que alterações na taxa de juros somente causam efeitos de
primeira ordem no preço das opções. A interpretação do rho é o quanto irá variar o preço da
opção se ocorrer uma variação de 100 bps (1%) na taxa de juros livre de risco.
33
Abaixo, está sendo representado o gráfico do rho de uma call e de uma put em função do
v. Vega (): Apesar do vega não ser uma letra grega ela representa a sensibilidade do preço da
opção a alterações na volatilidade do ativo objeto. Apesar das opções europeias serem
contradiz uma das hipóteses do modelo de Black & Scholes de que a volatilidade assumida é
No modelo de Black & Scholes o Vega de uma opção de compra e de venda é dado pela
seguinte equação:
S T N ' d 1
Abaixo está sendo representado o Vega de uma call e uma put em função do preço à vista do
ativo objeto.
34
Figura 9 - Gráfico do Vega de uma Opção Européia
apreçamento de opções de câmbio de até um ano de vencimento. Uma posição delta neutra
pode ser obtida por meio de negociações do ativo objeto, porém, o mesmo não pode ser feito
para se obter uma posição vega neutra. Uma posição Vega neutra está sujeita a alterações
mercado de derivativos de cambio. Esse modelo consiste em ajustar o valor teórico obtido
pelo modelo de Black & Scholes pelo custo de uma carteira que protege contra o risco de três
preço à vista do ativo objeto, e volga, a derivada do vega com relação a volatilidade.
2C 2C
Vanna 2 0
S 0 S
2C
Vo lg a
2
Onde 0 .
35
3.2.4 Simulação de Monte Carlo
O método conhecido como Monte Carlo surgiu no ano de 1949 com o artigo The Monte Carlo
Method, o qual foi escrito por John von Neumann e Stanishlaw Ulam. O nome dado ao
método foi em homenagem ao tio de Ulam, o qual era frequentador do cassino em Monte
Carlo.
O método em questão permite simular qualquer processo que dependa de fatores aleatórios. O
aproximações numéricas de funções complexas no qual não é viável obter uma solução
O apreçamento de opções por meio de Simulação de Monte Carlo (SMC) foi proposto
Para demonstrar a convergência entre modelos, foi efetuado o apreçamento de uma opção de
compra da Petrobras pelos métodos: Black & Scholes, Árvore Binomial e Simulação de
36
Figura 10 - Tela de Preços da Bloomberg para Opção de Petrobras
Parâmetros
Preço à vista (S) R$ 20,93
Strike descontado os dividendos (K) R$ 19,34
Vencimento (T) 16/12/2013
Data de cálculo 21/11/2013
Taxa de juros livre de risco (i) 9,545% ao ano
Volatilidade 41,397% ao ano
37
Figura 11 - Payoff Opção da Petrobras via Árvore Binomial
39
4 PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
O processo estocástico pode ser entendido como a tentativa de descrever uma variável que se
desenvolve no tempo de forma total ou parcial aleatória. Os processos estocásticos podem ser
no tempo em torno da média, de modo que a escolha de uma origem dos tempos não é
importante;
ii. Processos não-estacionários: Os processos não estacionários são aqueles que o valor
esperado da variável aleatória pode crescer sem limite e sua variância, T anos a frente,
aumenta com T;
iii. Processos de tempo discreto: t é uma variável que assume valores discretos. O valor da
40
v. Processos de estado discreto: A variável objeto pode assumir somente alguns valores
discretos;
vi. Processos estado contínuo: A variável objeto pode assumir qualquer valor;
De acordo com Dixit e Pindyck (1994), um processo estocástico pode ser descrito como uma
variável que evolui com o tempo e que é, pelo menos em parte, aleatória. Colocando de forma
mais formal, o processo estocástico pode ser definido por uma lei da probabilidade para a
Variáveis cujo valor muda no tempo de forma não determinística no qual o estado no período
seguinte, momento t + 1 não está determinado pelo estado atual, t. Processo estocástico, que é
definido como uma coleção indexada de variáveis aleatórias , onde o índice t pertence a
não estacionários, onde o valor esperado pode crescer sem fronteira. Estes processos podem
processo que melhor descreve a trajetória dos preços do ativo objeto a ser avaliado. Nesta
41
tempo de vida do ativo, as dificuldades de estimação de parâmetros do modelo escolhido,
outros.
considerado algo de menor relevância, possibilitando sua escolha ser em função da facilidade
desempenho do ativo será crucial na determinação do seu valor. Dixit & Pindyck (1994)
demonstraram que em períodos curtos de tempo, processos do tipo MGB são dominados
prioritariamente por choques estocásticos, enquanto, à medida que tempo evolui passam a ser
propriedade de que as probabilidades associadas com o processo num dado instante do futuro
dependem somente do estado presente, sendo assim independentes dos eventos que ocorreram
no passado. Esse tipo de processo estocástico também é conhecido como “falta de memória”.
42
assumir valores discretos, essa definição é expressa como
presente respectivamente.
A interpretação da equação 1 é que a probabilidade da variável X ter valor igual a certo valor
igual a um certo valor x no tempo t, dado apenas que a variável tenha assumido o valor no
tempo . Dessa forma, podemos definir que o Processo de Markov é um tipo de processo
estocástico onde somente o valor presente de uma variável é relevante para prever o futuro.
Usualmente se assume que a evolução nos preços das ações obedece a um processo de
Essa propriedade é consistente com a forma fraca de eficiência de mercado1. Caso a forma
fraca de eficiência de mercado não fosse verdadeira, decisões poderiam garantir ganhos acima
1
Forma fraca de eficiência de mercado diz que o preço atual de uma ação encerra toda a informação contida num
registro de preços passados. Forma semi-forte de eficiência de mercado diz que o preço atual da ação somente
reflete todas as informações contidas nos dados históricos, mas também reflete todos os conhecimentos públicos
disponíveis. A forma forte de eficiência de mercado vai além e diz que o preço atual da ação reflete também
todas as informações, sejam elas insiders ou públicas.
43
da média somente a partir da análise de tendências do comportamento histórico de preços
mercado eficiente se supõe que devido ao grande número de participantes no mercado que, se
Os Processos de Itô são processos de Markov em tempo contínuo, e podem ser utilizados para
investir.
Uma das dificuldades deste processo é não possuir uma derivada convencional em relação ao
tempo, ou seja, que não pode ser manipulada usando-se regras ordinárias de cálculo. Para isto,
O processo de Itô é contínuo no tempo e não diferenciável pelas regras ordinárias de cálculo.
Porém, para calcular o valor de uma opção é necessário achar algumas derivadas e integrais
que tem como argumento Processos de Itô. Para conseguir resolver esse problema é
necessário utilizar o Lema de Itô, também conhecido como Teorema Fundamental do Cálculo
Estocástico.
O Lema de Itô pode ser entendido como uma versão da Expansão de Taylor para o cálculo
estocástico (DIXIT, PINDYCK, 1994)). Para ilustrar sua utilidade prática será considerada
44
2. Considera-se também a função F(x,t) que é diferenciável ao menos duas vezes em relação à
Sabendo-se que (ver 4.3) para n > 1; e que (ver 4.4), obtêm-se:
O comportamento de uma variável z, a qual segue um processo de Wiener, pode ser entendido
tempo (∆t).
Existem três propriedades básicas que deve apresentar para que z siga tal processo
estocástico:
45
Propriedade 1:
independentes.
Da propriedade 1: então
Da propriedade 2 decorre que os são independentes dois a dois. Dessa forma, da equação
É plausível em obter um desvio padrão crescente em relação a T, dado que é o desvio padrão
que mensura a incerteza de quanto será o valor da variável em um tempo T, e, quanto maior
for T, maior será a incerteza. Dessa forma, é possível entender melhor porque foi definido que
46
como o , pois é a variância da soma será a soma das variâncias. Dessa forma, surge a
dependem unicamente de seu valor atual, não sendo afetada por valores passados ou qualquer
outra informação, ainda que atual. Ou seja, o valor atual da variável é tudo o que se precisa
Como a distribuição no processo de Wiener deve ser sempre normal, é possível que alguns
considerem que os preços são variáveis que não podem ser modeladas através deste processo,
já que não podem assumir valores negativos, sendo mais apropriada, então, uma distribuição
lognormal. No entanto, esta condição implica apenas que se deve trabalhar com os logaritmos
propriedades:
É um processo de Markov: ;
47
Mudanças normalmente distribuídas e com variância crescente ao longo do tempo;
A terceira propriedade é decorrente das duas primeiras. A primeira propriedade remete para a
normalidade de dz é dado por uma constante dt e por uma variável aleatória que segue uma
são:
Então, .
A derivada dt é considerada infinitesimamente pequena, o que faz com que toda vez que for
48
4.5 MOVIMENTO ARITMÉTICO BROWNIANO
Onde:
: tendência;
: variância;
apesentar uma tendência linear no tempo. O valor esperado e a variância podem ser
Onde:
Então:
49
Portanto, dx terá uma distribuição de probabilidade dada por:
Caso haja um derivativo escrito sobre um ativo que segue um MAB, o seu diferencial
estocástico poderá ser determinado por intermédio da aplicação do Lema de Ito. Seja
possibilita o surgimento de valores negativos. O que seria uma característica não desejável
em precificação de opções.
estocástica:
50
Onde é um Movimento Browniano ou processo de Wiener, e são respectivamente a
observar o comportamento de uma variável que segue este processo, é possível verificar que
Onde ~ N(0,1) significa ter distribuição Normal padronizada (média zero e variância 1) de
probabilidade.
No caso particular em que , a equação estocástica passa a ser uma equação diferencial
ordinária,
quanto de opções reais. Esse processo estocástico é utilizado no modelo de Black & Scholes e
Merton (1973) para cálculo de opções financeiras como também no modelo de Padock, Siegel
51
No modelo de Padock, Siegel & Smith (1988), a variável estocástica é a reserva de petróleo
desenvolvida, porém em Dias (1999), ele observa que em diversos outros modelos a variável
estocástica seja ela a reserva desenvolvida ou o preço do petróleo, seguem a cada instante
Sob a hipótese do MGB, a previsão dos preços tem as seguintes expressões para a média e a
Pode-se observar que à medida que t tende a ∞ a variância do preço também tenderá para ∞.
A figura 13 ilustra o MGB para preços, mostrando uma sequência de distribuições lognormal
com variâncias que crescem monotonicamente com o horizonte temporal de previsão, e média
(ou tendência ou “drift” > 0) que cresce (ou decresce se < 0) exponencialmente.
52
O grande problema do MGB é o fato de que ele pode divergir, fazendo com que os preços
tendam para o infinito à medida que o intervalo de tempo seja aumentado, característica essa
O procedimento adotado para estimação dos parâmetros do MGB inicia com a obtenção da
série de sobre a qual é aplicada uma regressão linear para obtenção dos parâmetros da
equação:
Com base no erro padrão da série, serão utilizadas as fórmulas abaixo para estimação dos
parâmetros:
S t 1 2
N Média ln ;
S t 1 2 N
O teste padrão para o processo efetuado é efetuado a partir da análise da hipótese nula de
que o coeficiente (b) de na regressão seja unitário, teste esse conhecido como raiz
unitária de Dickey-Fuller2 .
Pode-se verificar na prática que dificilmente será rejeitada a hipótese nula, e, por
consequência, a hipótese de que o processo segue um MGB. Isso não significa que não exista
outro processo que mais se adeque na descrição do comportamento dos preços. Um caso
interessante ocorre quando b < 1, o que mesmo sem a rejeição do MGB, indicaria a
2
A hipótese nula do teste de Dickey-Fuller é que a série tenha raiz unitária, e portanto não seja estacionária.
53
Outra forma de efetuar o teste de Dickey-Fuller é através da regressão abaixo:
Para esse caso, a hipótese nula do teste é que o coeficiente na regressão seja
Uma das críticas à utilização do processo de Movimento Geométrico Browniano para estimar
preço de commodities é a de que ele tende a se afastar de seu ponto de partida. Segundo
alguns autores, isto pode ser verdadeiro para algumas variáveis econômicas, mas não reflete o
casos, esta é uma característica desejada, como em preços de ativos especulativos, mas em
outros não. Preços de commodities como o cobre ou o óleo tendem a estar relacionados com o
custo marginal de produção de longo prazo. Isto significa que no curto prazo o preço do
petróleo, por exemplo, pode subir ou descer aleatoriamente, mas no longo prazo ele tende a
voltar para o custo marginal de produção. Logo, o preço do petróleo ou do cobre deve seguir o
processo de reversão para a média. No entanto, a hipótese dos preços das commodities
seguirem um MGB não pode ser descartada, portanto este estudo analisa os resultados sob as
argumentos para validar esta hipótese. Os principais argumentos utilizados são descritos
abaixo.
No curto prazo, o preço do petróleo flutua para cima e para baixo em resposta a
54
prazo o preço tende a retornar ao seu custo marginal de produção ou, “no caso de uma
commodity cartelizada como o petróleo, o preço que maximiza o lucro no longo prazo
buscado pelos administradores do cartel” (Jacoby & Laughton, 1995). Logo, o preço de
Um dos problemas na utilização do MGB é o fato de que este processo pode divergir levando
os preços para o infinito, gerando modelos eventualmente não muito realistas em caso de
longo prazo, a demanda do produto tende a crescer à medida que a produção reduz. Isso se
deve ao aumento do consumo da commodity de preço baixo ao passo que o baixo retorno para
as empresas produtoras irá forçar a postergação de novos investimentos e até mesmo reduzir
Um teste realizado por Pilipovic (1998) mostra que o melhor modelo para estimar o preço
futuro do petróleo tipo WTI é a reversão à média do logaritmo do preço. Pindyck & Rubinfeld
econométricos feitos por Bessembinder (1995) também sugerem que a reversão à média deve
Outra evidência importante de que a reversão à média é um modelo mais adequado para a
modelagem dos preços de petróleo vem do mercado futuro. De acordo com Baker, Mayfield e
Parsons (1998), foi observado que o preço futuro está caindo se o preço spot está alto e
subindo se o preço spot está baixo. Além disso, se o preço seguisse um movimento
55
browniano, a volatilidade do preço futuro deveria ser aproximadamente igual à volatilidade do
preço spot, o que não acontece. Na prática, o preço spot é muito mais volátil que o preço
futuro.
Dias e Rocha (1999) defendem que não só o preço do petróleo deve ser modelado através de
um processo de reversão à média, como deve ser combinado a um choque estocástico (jump),
que é modelado como um processo de Poisson, para refletir alterações bruscas no preço
provocado por mudanças políticas e/ou econômicas de grande impacto no mercado. Essa
é dada por:
dx x x dt dz
Apesar do MRA ser um processo de Markov ele não possui incrementos independentes, dado
que a variação esperada em x é função da diferença entre a média de longo prazo e a última
observação do processo.
56
4.7.1.1 Média e Variância (Momentos)
E xt x x0 x e t t0
2
Var xt
2
1 e 2 t t 0
lim Ex t x
t
2
lim Var x t
t 2
Quando → ∞, temos:
lim E x t x
57
lim Var x t 0
Quando → 0, temos:
lim Ex t x0
0
lim Var x t 2T
0
Podemos concluir que quando t → ∞, o valor esperado do processo MRA irá convergir para
2
x e a variância para , diferentemente do MGB cujo valor esperado e a variância da
2
MRA também irá convergir para x e a sua variância irá convergir para zero. Pode-se observar
quando → 0, o MRA tende para o processo Movimento Browniano Simples. Uma forma
diferente de poder verificar esse resultado é se substituirmos por zero na equação do MRA
Para que se possa simular o processo em questão, será necessária a equação em tempo
1 e 2t
xt xt 1e t x 1 e t
2
N 0,1
58
Dessa forma, podemos assim concluir que a variável aleatória x(t) possui distribuição normal.
118).
Para que possamos determinar os parâmetros do MRA, escrevemos esse processo a partir da
xt x x 0 x e t xt x 1 e t e t xt 1
xt xt 1 x 1 e t e t 1 xt 1
xt xt 1 x 1 e t e t 1 xt 1 t
Onde o erro ε_t é normalmente distribuído com média zero e variância . Substituindo os
xt xt 1 a b 1xt 1 t
x 1 e t = a
e t
1 = b – 1
59
Então poderemos estimar os parâmetros do processo em questão fazendo uma regressão linear
ln b
t
a
x
b 1
2
2
2
1 e 2 t t 0
e t
1 b
ln b
t
60
Bastian-Pintoe Brandão (2007) apresentam duas formas equivalentes de avaliação de fluxos
de caixa descontados: utilizando a taxa ajustada ao risco, utilizando, por exemplo, o modelo
CAPM ou descontando a taxa livre de risco, utilizando uma certeza equivalente (método de
neutralidade ao risco).
utiliza a taxa livre de risco como fator de desconto do processo. Para um MRM de Orstein-
Sendo:
r
61
Na forma neutra ao risco, substituímos o crescimento do processo, , por . No
de x : x x .
Com base na equação acima, é possível calcular o crescimento neutro ao risco para o processo
MRM:
r r r r x x r x x r
r x
r x
verificar que a diferença entre os processos ocorre pela subtração do prêmio de risco
normalizado,
r , na média de longo prazo ( x ).Dessa forma, podemos concluir que o
processo neutro ao risco os valores revertem para um nível abaixo daquele que é observado no
r
dx x x dt dz
62
Na forma neutra ao risco, o processo é simulado (válido também para grande) pela
r 1 e 2t
xt xt 1e t x
1 e
t
2
N 0,1
Como foi dito anteriormente, a maior limitação do modelo de movimento de reversão à média
movimento browniano aritmético é que é possível obter valores negativos para a variável .
Apesar de números negativos serem aceitáveis quando se está modelando o retorno de algum
Em seu artigo de 1997, “The Stochastic Behavior of Commodity Prices: Implications for
Valuation & Hedging”, The Journal of Finance .vol. LII, no. 3, July 1997, Eduardo Schwartz
desenvolveu três modelos de reversão à média, sendo um de fator único, e outros dois de dois
e três fatores.
diferencial:
dS ln S Sdt Sdz
63
Onde:
S : Variável estocástica;
: Parâmetro de equilíbrio de longo prazo;
: Velocidade de reversão;
: Volatilidade do processo;
dz : Pr ocesso padrão de Wiener;
dt : Incremento do tempo no processo;
Schwartz (1997) essa premissa não foi adotada e o mesmo deduziu diretamente o valor de α a
partir de séries de preços futuras utilizando a técnica do filtro de Kalman. Será considerado
nesse estudo consideraremos que ln S e, a equação passará a ser:
dS ln S ln S Sdt Sdz
Uhlenbeck, os modelos geométricos trabalham com o logaritmo natural dos preços. Para o
caso de commodities, que em geral possuem uma distribuição log-normal dos preços, é
x x
dx ln S ln S S
1 2x 2 2 x
S dt S dz
t S 2 S S
2
64
x x 1 2x 1
0 2
t S S S 2
S
1
dx 0 ln S ln S S
2S
1 1 2 2
2
1
S dt S dz
S S
1
dx ln S ln S S 2 dt dz dx ln S
2
2
2
ln S dt dz
2
Como e x ln S , podemos observar que a equação acima é a mesma do
2
Orstein-Uhlenbeck encontramos:
E xt lnS t 0 e t ln S
2
2
1 e
2t
2
VarlnS t Varxt
2
1 e 2t
E S t exp ln S t 0 e t ln S
2
2
1 e 2t
2
4
1 e 2t
65
4.7.2.3 Discretização do Modelo
1 e 2t
xt xt 1e t x 1 e t
2
N 0,1
Temos:
x t ln S t 1 e t ln S
2
2
1 e t
1 e 2t
2
N 0,1
S t explnS t 1 e t ln S
2
2
1 e t
1 e 2t
2
N 0,1
fornece uma discretização exata, permitindo altos valores em . Para simular trajetórias
2
esperar, mas para S exp , o que cria uma limitação no modelo de Schwartz.
4
2 2 2
E S T exp ln S
2 4
E S T exp ln S
4
E S T S exp
2
4
66
4.7.2.4 Simulação de Parâmetros
xt xt 1 x 1 e t e t 1 xt 1
S 2
ln t 1 e t ln S e t 1ln S t 1
t 1
S 2
2
a 1 e t ln S
2
b 1 e t 1
S
ln t a b 1S t 1
S t 1
estimar os parâmetros do processo por meio de uma regressão linear sobre as séries de preços
ln b
S t . O parâmetro também se comporta da mesma maneira, então temos que: .
t
67
Assim como no modelo de Orstein-Uhlenbeck, a volatilidade, , também pode ser estimada
2
através da variância dos erros da regressão, , que é dada pela equação:
2
1 e 2t .
2
2 2 2
2
2
1 e 2t 2 2 2 1 e 2t 2
1 e 2t
2 2 ln b 2 ln b
1 e 2t 1 b 2 t b 1t
2
a 2 a 2
ln S S exp
1 b 2 1 b 2
Com base na equação acima, podemos verificar que o nível de reversão de longo prazo
ln b
determinarmos os parâmetros da regressão, substituiremos o valor de por , e também
t
2 ln b
de por , como podemos verificar anteriormente:
b 2 1 t
a 2t ln b a 2 2
S exp 2 exp exp 1 b
1 b
2t ln b b 1
2
S 2
1 b 1 b
ou S
a
1 b
68
4.7.2.5 Simulação Neutra ao Risco
Para se obter a equação que simula o movimento de reversão a média geométrico de Schwartz
x ln S
2
2
, e substituir na equação de discretização o modelo. Desse modo, temos:
2 r
S t explnS t 1 e t ln S
2
1 e t
1 e 2t
2
N 0,1
69
5 SISTEMAS LINEARES
de problemas fundamentais da álgebra linear que foram estudados desde longa data. Leibniz
o método para resolver sistemas de equações lineares, também conhecida como Regra de
produto de uma matriz inferior por uma matriz escalonada (conhecido atualmente como
fatoração de LU).
A solução para sistemas de equações algébricas lineares é obtida através de técnicas diretas e
iterativas. Estas técnicas são implementadas pelos métodos direto e iterativo. Os métodos
diretos são caracterizados por uma sequência de operações, depois da qual se obtém a solução
estabelece que uma matriz simétrica e positiva definida3 possa ser decomposta em uma matriz
3
Em álgebra linear, uma matriz é chamada de definida positiva se ela for simétrica de ordem n e todos os seus
autovalores são maiores que zero .
70
Cholesky é um método direto de resolução de sistemas de equações lineares . Antes
de Gauss.
para resolver sistemas de equações lineares. Usando operações elementares entre linhas na
O modelo de eliminação de Gauss para que se possa encontrar a solução do sistema consiste
em 3 etapas:
Etapa 3: Resolver o sistema linear A b por substituição regressiva;
71
a11 x1 a12 x 2 a13 x3 b1 L1
a 21 x1 a 22 x 2 a 23 x3 b2 L2
a31 x1 a32 x 2 a33 x3 b3 L3
a 21 a
Dessa forma, a11 0 e vamos definir as constantes k e w 31 . A partir daí são feitas
a11 a11
L21 L2 kL1
L31 L3 wL1
72
Fase 2: A partir daí, o objetivo passa ser zerar todos os elementos da segunda coluna abaixo
1
1 a 31
que a 22 0 , e define-se outra constante v 1 . Efetuando a operação abaixo, temos:
a 22
triangular superior.
2
b 2
x3 3
2 , a33 0
a 33
x2
b a x
2
2 2
23 3
2
a 22
x1
b 1
2
a122 x 2 a132 x3
a112
Uma consideração que deve ser feita sobre o método de eliminação de Gauss é que ele só
pode ser usado para resolver sistemas lineares associados a matrizes escalonadas reduzidas
73
com elementos das suas diagonais principais diferentes de zero, ou seja,
a111 , a 22
2 3 n
, a 33 ,..., a nn 0.
5.2 DECOMPOSIÇÃO DE LU
Em álgebra linear, a decomposição LU (em que LU vem do inglês lower e upper) é uma
forma de fatoração de uma matriz não singular como o produto de uma matriz triangular
A importância de se escrever uma matriz como o produto de duas outras matrizes triangulares,
uma inferior e a outra superior, se dá pelo fato de que, ao assumir que é possível
e a segunda para , obteremos a conclusão de uma forma mais simples do que fazer pelo
Para conseguir calcular as matrizes, é necessário que seja feito o escalonamento da matriz
composta pelas colunas pivô de cada passo do escalonamento, com os elementos de cada
74
3 1 2
Para exemplificar, vamos escrever a matriz A 3 2 10 em sua forma fatorada
9 5 6
. Como A possui três linhas, a matriz L será 3 x 3. Note que a matriz A não precisa
elementares, obtemos:
3 1 2 3 1 2 3 1 2
A 3 2 10 ~ 0 3 12 ~ 0 3 12
9 5 6 0 2 0 0 0 8
Neste momento, já sabemos que a última matriz obtida é a nossa matriz U, ou seja,
3 1 2
U 0 3 12 . Observe que U é, de fato, uma matriz triangular superior (“upper”).
0 0 8
Agora, será demonstrado como será obtida a matriz L. Sabe-se que ela é triangular inferior.
Os elementos de suas colunas, então, serão os elementos das colunas pivô de cada estágio do
divididos pelo pivô que, neste caso, é 3. Assim, como a primeira coluna de A é (3, -3, 9),
Assim, a primeira coluna de L será (1, -1, 3), pois esses são os elementos da primeira coluna
de A divididos pelo pivô 3. O pivô da segunda coluna, no segundo estágio, é -3 e, abaixo dele,
75
temos -2. Dividamos esses elementos por -3 e obtemos a segunda coluna, (0, 1, 2⁄3). O pivô
da terceira coluna, no terceiro estágio, é -8, sem elementos abaixo dele. Dividindo-o por -8,
1 0 0
obtemos a terceira coluna, (0, 0, 1). Dessa forma, nossa matriz L será L 1 1 0 .
3 2 3 1
(http://www.andremachado.org/artigos/950/fatoracao-lu-como-fazer.html)
O método de Cholesky tem como objetivo decompor uma matriz A na forma , onde
L é uma matriz triangular inferior com elementos da diagonal principal estritamente positivos.
Para que a fatoração de Cholesky possa ser realizada é necessário que a matriz A seja definida
positiva4.
ortogonais;
2 1 0
4
Ex.:
1 2 1 é simétrica e, além disso,
0 1 2
2 1 0 x
x z 1 2 1 y 2 x 2 2 xy 2 y 2 2 yz 2 z 2 x 2 x y y z z 2 0
2 2
y
0 1 2 z
76
Uma matriz simétrica A é definida positiva se, e somente se, cada um dos seus autovalores
Uma matriz simétrica A é definida positiva se, e somente se, as suas submatrizes principais
Uma matriz simétrica A é definida positiva se, e somente se, o processo de eliminação de
Gauss pode ser realizado sem permutação de linhas e colunas e todos os seus elementos pivôs
positivos;
Abaixo, será demonstrado como se obter a matriz L do método de Cholesky (CONTE, 1965).
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 0 0 ... ... ... ...
a k1 ak 2 ... a kn l k1 lk 2 ... l kk ... 0 0 0 ... l kk ... l kn
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
a n1 an2 ... a nn l n1 ln2 ... l nk ... l nn 0 0 ... 0 ... l nn
Agora, vamos calcular os coeficientes da primeira coluna lij para depois calcularmos a
Coluna 1 aij
a11 l112
a
21 l 21l11
... ...
a n1 l n1l11
77
a j1
Então: l11 a11 e l j1 , j 2,3,..., n
l11
Coluna 2 a j 2
a 21 l11l 21
a l 2 l 2
22 21 22
a32 l31l 21 l32 l 22
... ...
a n 2 l n1l 21 l n 2 l 22
a j 2 l j1l 21
Então: l 22 a 22 l 212 e l j 2 , j 3,4,..., n
l 22
Coluna k a jk
a k1 l11l 21
a
k2 l 21l k1 l 22 k k 2
... ...
2 2
a kk l k1 l k 2 l k 3 ... l kk
2 2
... ...
a kj l j1l k1 l j 2 l k 2 ... l jk l kk
... ...
a nk l n1l k1 l n 2 l k 2 ... l nk l kk
k 1
jk l ji l ki
a
Ou ainda: l kk a kk l k21 l k22 l k23 ... l k2,k 1 e l kj , j k 1, k 2,...n
i 1
l kk
78
6 AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
A tarefa de avaliar qual processo estocástico melhor explica a realidade de um problema está
longe de ser trivial. Para isso, existem diversas técnicas que podem auxiliar na escolha do
modelo mais aderente. Nesse trabalho, serão abordadas as técnicas de Raiz Unitárias, Razão
processos que evoluem ao longo do tempo e que podem causar problemas na inferência
estatística, se não for tratada adequadamente. Um processo estocástico linear tem uma raiz
estacionariedade do processo.
A grande parte das séries econômicas possui raiz unitária. Quando a hipótese de raiz unitária
for verdadeira para uma série, os choques aleatórios que ela sofre geram um efeito
permanente. As flutuações neste caso não são transitórias, derrubando, por exemplo, as teorias
79
Portanto, quando uma variável apresenta raiz unitária, os pressupostos estatísticos de que a
média e a variância devem ser constantes ao longo do tempo são violados comprometendo,
Também conhecido como teste de Dickey-Fuller, este teste consiste em analisar a hipótese
A não rejeição da hipótese nula reforça a ideia da presença do MGB. No caso dos
na equação abaixo:
A prática demonstra que normalmente é difícil rejeitar a hipótese que o processo siga um
MGB, o que também não permite dizer que não haja outro processo estocástico mais
adequado que descreva o comportamento dos preços. Um caso interessante ocorre quando
MRM. Dixit & Pindick (1994) mostram que testes efetuados com séries de 30 a 40 anos não
80
permitem rejeitar o MGB para os preços do petróleo, apenas conseguindo rejeitar a raiz
Outra abordagem que pode ser utilizada como suporte à escolha do processo mais adequado é
a verificação de até que nível os choques de preços são permanentes. Muitos testes estatísticos
foram concebidos para testar a Random Walk Hypothesis (RWH), mas uma classe de teste,
com base na metodologia da razão de variância (RV), ganhou enorme popularidade nos
últimos anos (ver, por exemplo, Campbell e Mankiw, 1987; Cochrane, 1988; Lo e
de ordem k) para a variância do retorno de um período (ou a primeira diferença). Assim, para
força de reversão, ao passo que em um MGB os choques de preço são permanentes. Pindick
(1999) utiliza o Teste de Razão de Variância (Variance Rato Test) que consiste em verificar
81
umas hipóteses primárias do MGB. O teste mede o nível para qual a variância de uma série
cresce com o “atraso” ou lag do dos preços. A razão de variância pode ser medida por
preços , com atraso (lag) de períodos. No caso de um MGB, à medida que a variância
presença de reversão à média, por outro lado, a variância é delimitada a certo nível com
deveria cair indicando que os choques de preço não são permanentes e que os preços revertem
efetuar análises com base em medidas de aderência “dentro da amostra”, que partem dos
resultados estimados “um passo a frente” dos modelos e das observações das séries de preços.
Dentre as medidas de aderência, abordaremos três metodologias: Pseudo R2, Erro Médio
6.3.1 Pseudo R2
82
preço. Valores maiores (mais próximos a 1) do Pseudo R2 indicam em tese uma maior
Pesquisadores muitas vezes têm o desejo de criar uma estatística que varie de 0 a 1, que possa
regressão linear serve como um padrão para tais medidas (DRAPER; SMITH, 1998). Os
décadas (ver, por exemplo, McFadden (1973), McKelvey e Zavoina (1975), Maddala (1983),
Agresti (1986), Nagelkerke (1991), Cox e Wermuch (1992), Ash e Shwartz (1999), Zheng e
R2, ganharam alguma popularidade nas ciências sociais (MADDALA, 1983; LAITILA, 1993;
uma variável latente contínua que está relacionada com os preditores, através de um modelo
Onde:
83
E S t S t 1 são valores estimados um passo a frente das observações de preço.
para um dado problema, mas sim um conjunto de critérios que podem ser utilizados para
seleção e comparação. Dessa forma, podemos definir o Erro Quadrático Médio como a média
dos quadrados das diferenças da série de preços, ou seja, uma forma de avaliar a diferença de
Seja uma amostra aleatória tomada de uma distribuição parametrizada por . Dessa
forma, podemos definir o EQM de um estimador de como:
2
EQM E
2
EQM E E E
2 2
EQM E E E
2
EQM Var E
84
Onde o termo E é chamado de vício ou viés de estimador e denotado por B .
Portanto, podemos definir o EQM também como a variância do estimador mais o quadrado do
seu viés.
Em modelagem estatística, o EQM é usado para determinar em que medida o modelo não se
ajustou aos dados ou se remover certos termos poderia simplificar o modelo de forma
estimador. Se tirarmos a raiz quadrada do EQM iremos obter o Desvio Quadrático Médio, que
Ter um EQM igual à zero é o ideal, porém na maioria das situações não é possível. O EQM
igual à zero significa que o estimador prevê observações com precisão perfeita. Uma crítica
ao modelo é que o EQM coloca mais peso em grandes erros do que em pequenos (resultado
O Erro Percentual Absoluto Ponderado consiste na média dos módulos das diferenças dos
valores estimados um passo à frente e os valores reais das observações da série de preços. De
forma análoga a interpretação do EQM, menores valores encontrados para o MAPE indicam
uma melhor capacidade preditiva do modelo testado. Podemos definir o MAPE por meio da
seguinte equação:
85
Onde são observações da série de preços e são valores estimados um passo à
Muitas organizações utilizam o MAPE ao avaliar a precisão das previsões. Isso se deve à
facilidade de interpretação, pelo fato de ser em termos percentuais. Apesar disso, o MAPE é
uma escala sensível e não deve ser utilizado quando se trabalha com poucos dados históricos.
Note que, por o valor da demanda estar no denominador da equação, o MAPE irá assumir
escala torna o MAPE ineficiente como medida de erro quando utilizamos um baixo volume de
dados.
86
7 ESTUDO DE CASO
O objetivo desse trabalho é avaliar qual seria o valor justo no lançamento de uma call exotica
européia, estilo Best of5, que esteja atrelada a 3 ativos objeto distintos: ouro, petróleo e o
dólar. Dado que a opção não é uma opção plain vanilla não utilizaremos o cálculo via solução
analítica de Black & Scholes e por árvores binomiais e sim por simulações. Avaliou-se o
comportamento dos ativos objetos via dois processos estocásticos: Movimento Geométrico
resultado de cada ativo via os dois processos estocásticos, avaliamos os resulados encontrados
por meio dos testes de aderência para que possamos definir qual processo estocástico mais se
adequa a cada ativo. Verificamos as correlações entre os ativos objetos e calculamos a matriz
normalmente distribuídos.
A opção possui 1 ano para a maturação e o preço de exercício para cada ativo objeto são os
5
Uma opção best/worst of é uma opção composta por uma cesta de opções, sejam elas calls ou puts, todas com
mesma data de vencimento, porém com ativos subjacentes distintos. Na data de vencimento, apenas a opção de
melhor desempenho será exercida, ou seja, a opção In-the-Money (ITM). O payoff de uma opção de compra best
of será aquela que o ativo objeto apresentar a maior relação com o strike, ou seja: % de mudança da opção de
melhor desempenho > strike. Para uma opção de venda a conta é o inverso: % de mudança da opção de melhor
desempenho < strike. Para uma opção worst of de uma opção de compra o payoff será: % de mudança da opção
de pior desempenho > strike. Para uma opção de venda o payoff de uma opção worst of é: % de mudança da
opção de pior desempenho < strike.
87
Dado que a opção em questão é europeia, ou seja, só poderá ser exercida na data de
normalmente simbolizando o resultado dos erros agregados de cada uma das variáveis até o
vencimento. Para esse sorteio foram efetuadas 10.000 simulações de erros normalmente
Após isso, calculamos as correlações históricas dos ativos entre o período de 14/06/2000 até
14/06/2013 com base em dados dos preços de fechamento. Após isso, calculamos a matriz de
Correlação (Matriz )
XAU Cmdty USD x BRL Crncy CL1 Cmdty
XAU Cmdty 1 ‐11% 27%
USD x BRL Crncy ‐11% 1 ‐19%
CL1 Cmdty 27% ‐19% 1
88
Tabela 5 – Matriz de Cholesky
Fatoração de Cholesky
= A.A'
A
1,0000 ‐ ‐
‐
0,1119 0,9937 ‐
‐
0,2715 0,1576 0,9494
A'
‐
1,0000 0,1119 0,2715
‐
‐ 0,9937 0,1576
‐ ‐ 0,9494
Abaixo, estão apresentadas as séries diárias dos preços históricos de fechamento, em dólar
opção.
89
Figura 16 - Gráfico de Preços de Fechamento do Petróleo
Após calcularmos a média e a volatilidade histórica dos ativos foram feitos os testes de
90
Tabela 6 - Resultado de Estatísticas Descritivas - MGB
MAPE EQM Pseudo^2
CL1 Comdty MGB 0,0177915 2,3283305 0,997
XAU BGN Curncy MGB 0,0083844 129,01728 0,999
USDBRL BGN Curncy MGB 0,0073901 0,0007440 0,997
Com base nos parâmetros acima obtivemos os seguintes resultados de cada ativo objeto no
vencimento da operação:
Observando os resultados estimados pelos dois processos estocásticos, pode-se verificar que o
ouro (XAU Cmdty) foi o ativo que apresentou o melhor desempenho com base no MGB e o
91
câmbio (USDBRL Curncy) foi o ativo que apresentou os melhores resultados quando
opção atrelada ao Ouro (XAU Cmdty) em 1299 das 10000 simulações feitas. Com relação ao
câmbio (USDBRL Curncy), foi verificado que em 5655 simulações ocorreriam o exercício e
para o petróleo (CL1 Cmdty) ocorreriam 1330 cenários de exercício da opção. Considerando
o cálculo feito pelo MGB, o número de vezes em que o ouro (CL1 Cmdty) seria exercido
passaria para 7431 vezes, ao passo que o câmbio (USDBRL Curncy) seria exercido 4886
Após obtenção dos resultados de desempenho dos ativos, efetuou-se o teste de raíz unitária
nas séries XAU Cmdty e USDBRL Curncy para verificar se são estacionárias. A hipótese nula
(Ho) testa se as séries possuem raíz unitária. A não rejeição da hipótese nula, ou seja, a série
Abaixo, aprsentamos os resultados obtidos da série XAU Cmdty com base no programa
92
Tabela 10 – Teste de Raíz Unitária XAU (Ouro)
Null Hypothesis: SERIES01 has a unit root
Exogenous: Constant, Linear Trend
Lag Length: 0 (Automatic - based on SIC, maxlag=28)
t-Statistic Prob.*
autocorrelacionada visto que seu coeficiente está entre 1,85 e 2,15. A partir disso podemos
avaliar o resultado da regressão e, verificamos que a hipótese nula da série possuir raíz
unitária não foi rejeitada a 1%, 5% e 10% de significância. Outro indicativo para isso é o
resultado obtido para o p-valor que é superior aos níveis de significância citados acima. Dessa
forma, podemos concluir a não estacionariedade da série e que ela possivelmente segue um
MGB.
93
Abaixo, apresentamos o resultado para a série do USDBRL Curncy para efeito de
t-Statistic Prob.*
Podemos observar que a série não é autocorrelacionada com base no resultado da estatística
de Durbin-Watson e que a série não rejeita a hipótese nula de possuir raíz unitária aos níveis
a hipótese nula não foi rejeitada e dessa forma podemos assumir que a série possa ser
94
Dessa forma, podemos concluir que o ativo que apresentou o melhor desempenho foi o XAU
Cmdty e que o modelo que o melhor explica é o MBG. Trazendo a valor presente o payoff
calculado para o Ouro pela taxa Libor, verificamos que o valor dessa opção seria de USD
308,31.
95
8 CONCLUSÃO
Opções de balcão estão sendo cada vez mais comercializadas por instituições financeiras e
Esse trabalho teve como objetivo calcular o valor justo de uma opção exótica de estilo Best of
com 3 ativos objetos no seu lançamento. Os ativos objetos foram modelados com base em
Foram utilizadas técnicas estatísticas como o teste de raíz unitária, ou teste de Dickey-Fuller,
para avaliar se as séries possuíam ou não raíz unitária, além da utilização de algumas medidas
normalmente distribuído entre as séries e por fim chegou-se a conclusão que o ativo que
Como sugestões para trabalhos futuros na mesma linha de pesquisa ficam a ser desenvolvido
Processos com saltos de Poison podem ser modelados com base em equações estocásticas,
96
conforme demonstrado por Dias e Rocha (1999). Dessa maneira, é importante ressaltar a
97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTIAN PINTO, Carlos Lamare. Modelagem de opções reais com processos de reversão
à média em tempo discreto: uma aplicação na indústria brasileira de etanol. Tese (Doutorado
em Administração de Empresas). Rio de Janeiro: PUC, 2005.
BURDEN, Richard L.; FAIRES, J. Douglas. Análise numérica. 8. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2008.
DIAS, M. A. G.; ROCHA, K. Petroleum concessions with extendible options using mean
reversion with jumps to model oil prices. 3rd Real Option Conference, Anals,
Wassenaar/Leiden, 1999.
98
DICKEY, D., FULLER, W. Likelihood ratio statistics for autoregressive time series with a
unit root. Econometrica, n. 49, 1057-1072, 1981.
HU, Bo; SHAO, Jun; PALTA, Mari. Pseudo-r2 in logistic regression model. Statistica
Sinica, n. 16, 2006, p. 847-860.
HULL, John. Fundamentos dos mercados futuros e de opções. São Paulo: BM&F, 2005.
LAY, David C. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
ROUAH, Fabrice Douglas. The Heston Model and its Extensions in Matlab and C#, +
Website. New Jersey: Wiley, 2013.
99
ANEXO A - TABELA DE CONTRATOS FUTUROS NEGOCIADOS NA BM&F
BOVESPA
100
BC7 Contrato Futuro de Swap de Crédito de 7 Anos da Dívida Soberana do Brasil
B13 Contrato Futuro de Global Bond Due 2013
B14 Contrato Futuro de Global Bond Due 2014
B15 Contrato Futuro de Global Bond Due 2015
B19 Contrato Futuro de Global Bond Due 2019
B20 Contrato Futuro de Global Bond Due 2020
B24 Contrato Futuro de Global Bond Due 2024
B25 Contrato Futuro de Global Bond Due 2025
B27 Contrato Futuro de Global Bond Due 2027
B30 Contrato Futuro de Global Bond Due 2030
B34 Contrato Futuro de Global Bond Due 2034
B37 Contrato Futuro de Global Bond Due 2037
B40 Contrato Futuro de Global Bond Due 2040
T10 Contrato Futuro de US Treasury Note de 10 Anos
DOL Contrato Futuro de Dólar Americano Comercial
AUD Contrato Futuro de Dólar Australiano
CAD Contrato Futuro de Dólar Canadense
NZD Contrato Futuro de Dólar Neozelandês
EBR Contrato Futuro de Euro
EUR Contrato Futuro de Euro
CHF Contrato Futuro de Franco Suíço
JPY Contrato Futuro de Iene
CNY Contrato Futuro de Iuan
GBP Contrato Futuro de Libra Esterlina
TRY Contrato Futuro de Lira Turca
CLP Contrato Futuro de Peso Chileno
MXN Contrato Futuro de Peso Mexicano
ZAR Contrato Futuro de Rande Sul-africano
WBG Contrato Futuro Mini de Boi Gordo
WCF Contrato Futuro Mini de Café Arábica
WDO Contrato Futuro Mini de Dólar Americano Comercial
WEU Contrato Futuro Mini de Euro
WIN Contrato Futuro Mini de Índice Ibovespa
101
ANEXO B - RESUMO DE CONTRATO FUTURO DE DI NEGOCIADO NA BM&F
BOVESPA
Resumo do Contrato de DI
Item Descrição
A taxa de juros efetiva até o vencimento do contrato, definida para
Objetivo de esse efeito pela acumulação das taxas diárias de DI no período
Negociação compreendido entre a data de negociação, inclusive, e o último dia
de negociação do contrato, inclusive.
Ambiente de Pregão viva-vos (somente vencimentos estipulados pela BM&F) e
Negociação sistema eletrônico (GTS).
PU multiplicado pelo valor em reais em cada ponto, estabelecido
Unidade de Negociação pela BM&F.
Taxa de juro anual, base 252 dias úteis, com até três casas
Cotação decimais.
Os quatro primeiros meses subsequentes ao mês em que a operação
Meses de Vencimento for realizada e, a partir daí, os meses que se caracterizarem como
início de trimestre (janeiro, abril, julho outubro).
Último dia de
Negociação Dia útil anterior à data de vencimento.
Na data de vencimento, as posições em aberto, após o último
ajuste, serão liquidadas financeiramente pela Bolsa, mediante o
registro de operação de natureza inversa (compra ou venda) à da
Liquidação no
posição, na mesma quantidade de contratos, pela cotação (preço
Vencimento
unitário) de 100.000 pontos. Os resultados financeiros da
liquidação serão movimentados no dia útil subsequente a data de
vencimento.
102
ANEXO C - TABELAS DE VARIÁVEIS ADMITIDAS NAS NEGOCIAÇÕES DE
SWAP NA BM&F BOVESPA
103
ANEXO D - TABELAS DE VENCIMENTOS DAS OPÇÕES DE AÇÕES
NEGOCIADAS NA BM&F BOVESPA
Opção Mês de
Compra Venda Vencimento
A M Janeiro
B N Fevereiro
C O Março
D P Abril
E Q Maio
F R Junho
G S Julho
H T Agosto
I U Setembro
J V Outubro
K W Novembro
L X Dezembro
Fonte: BM&F Bovespa
104
ANEXO E - DEDUÇÃO DA FÓRMULA DE BLACK & SCHOLES PELO PRÊMIO
JUSTO6
A ideia para a dedução da fórmula de Black & Scholes para precificação de uma opção pelo
2. A esperança do log-retorno tem que ser igual à renda fixa “r”, ou seja,
3. O prêmio deve ser igual à esperança de lucro intrínseco do titular usando a log-normal
6
Fórmula utilizada para o cálculo dos prêmios das opções no capítulo 22 de André Marins, “Mercado e
Derivativos e Análise de Risco”, AMS Editora 2004.
105
Que pode também ser escrita como:
2 2
2 2
ln ST ln S r T ln ST ln S r T
2
2
2 2T 2 2 T
e e
c e rT dST Xe rT dST
X 2 T X 2 T ST
dST
w ln ST dw dST ST dw e w dw
Vamos fazer a mudança de variável ST para reescrever a
integral como:
2 2
2 2
w ln S r T w ln S r T
2
2
2 2T 2 2 T
e e
c e rT
ln X 2 T
e w dw Xe rT
ln X 2 T
dw
2
2
w ln S r T
2
2 2 T
e
I2 2 T
dw
Vamos começar com a segunda integral ln X . Mudando a variável para
2
w ln S r T
2 z2
1
z I2 e 2
dz zo
T 2
chegamos a zo
, onde
S 2
ln r T
X 2
zo d 2
T , logo I 2 d 2 .
106
2
2
w ln S r T
2
2
w
2 T
e
c e rT dw Xe rT d 2
Nesse ponto já temos o resultado: ln X 2 T , faltando
2
2
w ln S r T
2
2
w
2 T
e
I1 2 T
dw
apenas resolver a primeira integral ln X . A ideia é completar
2 2
2 2
w ln S r T w ln S r T
2 2
w ln S rT
2 2 T 2 2 T
2
w ln S r T
2
z
Nesse ponto troca-se a variável para T , a qual nos leva ao limite
2
S
ln r
2
T
X
zo d1
inferior T , e ao resultado intermediário:
c S d1 Xe rT d 2
e p Xe d 2 S d1 , com:
rT
S
2 2
S
ln r ln r
2
T T
X 2 X
d1 d2
T e T .
107
ANEXO F - DEDUÇÃO DA FÓRMULA DE BLACK & SCHOLES PELA
CONVERGÊNCIA DO MODELO CRR7
n n k k
n
1 k np 2 1
z2
k q p
ko 2 npq
e
2 npq
dk
e dz
2 ko np
2
ko
npq
x z2
1
x e 2
dz
Seja 2 a função distribuição de probabilidade cumulativa da Normal
N 0,1
padrão . Podemos usar a simetria da Normal,
z x z
2 2
1 1
e 2 dz e 2 dz x
2 x 2 , para expressar a somatória como
n
n k np
k q n k
pk o
pq n
ko . Já a somatória complementar será dada diretamente por
ko
n k np
k q n k
pk o
npq
0 .
7
Convergência do modelo de CRR para Black & Scholes foi retirada nas notas do Prof. Don M. Chance,
Teaching Note 00-08: Convergence of the Binomial to the Black-Scholes Model (July 8, 2008). Disponível em:
<http://www.bus.lsu.edu/academics/finance/faculty/dchance/Instructional/Instr.htm>. Acesso em 21 mar 2014.
108
Trocando o retorno pelo log-Retorno r ln 1 R , ou 1 R e , no modelo CRR chegamos
r
a:
n
n n
n
c S D* n k U* k Xe rn Dn k Uk
k k k
*
k k k
*
* *
k
n k
n
p Xe rn Dn k Uk S D* n k U* k
k 0 k k 0 k
k *T k UT
c S cut U
Xe rT cut
U D T
, ou c S d1 Xe d 2 .
* * rT
U U T
Essa é quase a fórmula de Black & Scholes desde que possamos expressar tudo em termos do
log-retorno r e sua volatilidade , em lugar das probabilidades . Note que o preço da ação
qualquer. A idéia, portanto, é escrever tudo em termos da esperança e variância dos preços
k
ST U S U S U
Dn ln T k ln n ln D E ln T E k ln n ln D
S D , portanto, S D . Nesse caso S D de
S
E ln T n ln D
k
S
U
ln
onde tiramos que D . Nada aqui depende das probabilidades.
109
S S U
2 2
S ST
k
ln S S
T
kcut k
ln E ln
S
X
U
ln k
Dessa forma obtemos D , e podemos escrever ln S S
T
S S
UU D D e rT
n
E T rT
ln E T
S , e que S . Se x segue uma log-normal então
2 2 1
E x e
2 ln E x E ln x V ln x
, de onde tiramos que 2 2 . Daqui vemos
1 2
E ln x ln E x V ln x
que 2 2 . Usando esse resultado obtemos:
S T
2 2
S
E ln T ln E T r T
S S 2 2
S
2
ln
2
r T
k* k X
d2
k T .
U* e rU U
U
1 e r D e r D 1
U D U*
U D r
. Isolando para e temos que, U , que
U D* D U*
e r
pode ser transformado em UD . Desse resultado extraímos que:
110
U D* D U* 1 * 1
er U* D
UD U D
S 1 1 S S
E t 1 U* D* e r E t 1 r ln E t 1
Mas St U D logo St e St . Entretanto
S S S
S S S S S
o 1 T 1 t 1 E E t 1 E t 1
ST S1 S 2 ST t St e ST t St t St , porque se x e y são
S 1
n
1 S 1 1
E t 1 U* D* E U* D* e rT
t
S U e
D T
S U D . De onde tiramos que
S
rT ln E
ST .
2 2
S S
E t e 2 E t 1 e 2
Agora se S segue uma log-normal, então t 1 . Todavia, t
S S
porque a
S S
E ln t E ln t 1
esperança troca de sinal, mas a variância não, ou seja: St 1 St , mas
2
S S S T 2 T 2
V ln t V ln t 1 E e r
St 1 St . Dessa forma ST e 2 . Daqui, portanto,
2
S
ln r
2
T
S 2
X
E ln T rT 2 T d1
extraímos que S . Assim obtemos T .
c S d1 Xe rT d 2
e p Xe d 2 S d1 , com:
rT
111
2 2
S S
ln r T ln r
2
T
X 2 X
d1 d2
T e T .
112