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SILVA DO AMARAL
Aproveitamento da Energia das Marés
Usina Maremotriz do Bacanga, MA
[Rio de Janeiro] 2007
XIII, 121 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,
M.Sc., Engenharia Oceânica, 2007)
Dissertação – Universidade Federal do
Riode Janeiro, COPPE
1. Energia das Marés
2. Energia dos Mares
3. Energia Renovável
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)
ii
“Utilisez la nature, cette immense auxiliaire dédaignée. Faites travailler pour
vous tous les souffles de vent, toutes les chutes d'eau, tous les effluves
magnétiques. Le globe a un réseau veineux souterrain ; il y a dans ce réseau
une circulation prodigieuse d'eau, d'huile, de feu ; piquez la veine du globe,
et faites jaillir cette eau pour vos fontaines, cette huile pour vos lampes, ce
feu pour vos foyers. Réfléchissez au mouvement des vagues, au flux et
reflux, au va−et−vient des marées. Qu'est−ce que l'océan? Une énorme force
perdue. Comme la terre est bête! ne pas employer l'océan!”
iii
À minha família,
Conceição, Hercília e Alice
iv
AGRADECIMENTOS
Ao professor e amigo Segen Farid Estefen, por ter contribuído, através de sua visão
empreendedora e pioneira, na minha opção pela pesquisa.
Aos amigos e colegas de trabalho Eliab Ricarte, Paulo Costa, Marcelo Pinheiro e André
Mendes, pela convivência, aprendizado e conselhos que possibilitaram a elaboração
trabalho.
Ao amigo Leonardo Barreira, por ter contribuído com sua experiência neste trabalho.
Ao Dr. Marcio Vaz dos Santos, Secretário da Prefeitura de São Luís, pela colaboração no
fornecimento de dados e recepção na visita a cidade.
À minha família, por me apoiar e acreditar no meu empenho para a realização do trabalho.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Maio/ 2007
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
May/ 2007
The tidal energy, although known and explored since Antiquity, is considered
today as an alternative source for electric energy generation. The energy of the tides is
a type of renewable, non-pollutant energy and its costs are comparable to the
hydroelectricity. Few places in the world are appropriate for tidal energy harnessing.
The main evaluation parameters are the tidal range and proximity to energy consuming
markets. In Brazil, there are possibilities in the Northern region states, where the
greatest amplitudes are observed. Nowadays, low head turbine developments allow
other places to be competitive for tidal power exploitation. The Bacanga dam, located
in São Luís city, Maranhão state, is a potential site to convert tidal energy into
electricity. A new concept for the tidal plant, considering border reservoir occupation,
silting and especially low head turbines, is proposed.
vii
ÍNDICE
Agradecimentos ............................................................................................................. v
Resumo ......................................................................................................................... vi
1 – Introdução ................................................................................................................. 1
3 – Metodologia ............................................................................................................ 65
5 – Resultados ............................................................................................................ 90
viii
5.1 – Levantamento batimétricos.................................................................. 90
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Reservas estimadas e produção anual das fontes energéticas (Fonte: WEC,
2004)
Figura 2.2 (a) e (b) Consumo mundial de energia primária e seu uso final
Figura 2.3 – Funcionamento do moinho de maré (Fonte: ERIH, 2007)
Figura 2.4 – Moinho de maré no local monástico de Nendrum, Irlanda (Fonte: ERIH,
2007)
Figura 2.5 – Exemplos de aproveitamentos de antigas estruturas
(a) Turbina Salto del Pirineo instalada em um castelo da Espanha
(b) Turbinas Hidromatrix da VATech instalada em uma eclusa de
navegação na Áustria
Figura 2.6 – Locais com alturas de maré superior a 5 m, apropriados para o
aproveitamento maremotriz
Figura 2.7 – Ciclo de simples efeito – reservatório simples
Figura 2.8 – Funcionamento em simples efeito, geração na vazante
Figura 2.9 – Funcionamento em simples efeito, geração na enchente
Figura 2.10 – Funcionamento em duplo efeito
Figura 2.11 – Esquema de reservatórios múltiplos
Figura 2.12 – Usina maremotriz de La Rance, França – localização e imagem aérea
Figura 2.13 – Barragem da usina maremotriz de La rance
Figura 2.14 – Turbina bulbo empregada na usina de La Rance
Figura 2.15 – Funcionamento da usina de La Rance
Figura 2.16 – Usina Piloto de Kislaya Guba – localização e fotografia
Figura 2.17 – Usina piloto de Annapolis Royal e potencial da Baía de Fundy
Figura 2.18 – Detalhe da casa de força da usina piloto de Annapolis Royal
Figura 2.19 – Turbinas Straflo utilizadas em Annapolis
Figura 2.20 – Projeto de barragem no rio Severn
Figura 2.21 – Localização do projeto da usina maremotriz de Sihwa na Coréia do Sul
Figura 2.22 – Esquema geral da usina do projeto Sihwa (Fonte: Kim et al., 2004)
Figura 2.23 – Sistema Terra-lua – Centros de massa
Figura 2.24 – Sistema Terra-lua – Forças de interação
Figura 2.25 – Decomposição da força tangencial nas direções norte e leste
Figura 2.26 – Esfera celeste: posição relativa da lua
x
Figura 2.27 – As marés de sizígia (luas cheia e nova) e de quadratura (luas quarto de
crescente e quarto de minguante)
Figura 2.28 – Sistemas anfidrômicos (Fonte: Dean & Dalrymple, 1984)
Figura 2.29 – Esquemas de turbinas de baixa queda utilizadas em maremotrizes
Figura 2.30 – Sistema de 25 turbinas Hidromatrix instaladas na eclusa Freudenau,
Áustria
Figura 2.31 – O esquema Tidal Lagoon com três reservatórios (Tidal Electric, 2007)
Figura 2.32 – Turbinas hidrocinéticas de eixo horizontal (Fonte: MCT, 2007,
Hidrocinética, 2007)
Figura 2.33 (a) Tidal Fence (Fonte: Blue Energy, 2007) (b) Turbina Gorlov (Fonte:
GCK, 2007)
Figura 2.34 – Instalação do protótipo do Stingray (Fonte: EB, 2003)
Figura 3.1 – Disposição das linhas de sondagem
Figura 3.2 – Níveis de maré (Fonte: Marinha 2007)
Figura 3.3 – Cotas consideradas em um levantamento batimétrico realizado com
ecobatímetro
Figura 3.4 - (a) Marés semidiurnas (b) Marés semidiurnas com desigualdades diurnas
Figura 4.1 – Série de marés observadas (azul) e previstas (vermelho)
Figura 4.2 – Valores de variação da maré no litoral brasileiro
Figura 4.3 – Localização do estuário do rio Bacanga na cidade de São Luís, Maranhão
Figura 4.4 – Foto Aérea do estuário do rio Bacanga (Fonte: Maranhão, 2006)
Figura 4.5 – Bacia hidrográfica do rio Bacanga
Figura 4.6 – Esquema da operação da usina
Figura 5.1 – Ecossonda GP 1650 WF, Furuno e trandutor de bronze
Figura 5.2 – Linhas de sondagem do levantamento batimétrico
Figura 5.3 – Calculadora do algoritmo de Vicenty adpatado para o levantamento
batimétrico
Figura 5.4 – Dados de apresentação na tela do ecobatímetro e saída para o computador
Figura 5.5 – Levantamento batimétrico do reservatório realizado em 2007
Figura 5.6 – Batimetria do reservatório visto em superfícies isóbatas
Figura 5.7 – Batimetria do reservatório vista em 3 dimensões
Figura 5.8 – Curva cota x área x volume do reservatório
Figura 5.9 - Levantamento batimétrico do estuário realizado em 2007
Figura 5.10 - Batimetria do estuário visto em superfícies isóbatas
xi
Figura 5.11 - Batimetria do estuário vista em 3 dimensões
Figura 5.12 (a) Alturas de maré durante o mês de janeiro em Ponta da Madeira
(b) Alturas de maré durante o mês de junho em Ponta da Madeira
Figura 5.13 – Curva de permanência das alturas da maré em Ponta da Madeira
Figura 5.14 – Níveis do estuário e do reservatório para a maré de h = 4,3 m
Figura 5.15 – Esquema de geração para a maré média h = 4,4 m
Figura 5.16 – Esquema típico de um dia de geração na maré de quadratura
Figura 5.17 – Esquema típico de um dia de geração na maré de sizígia
Figura 5.18 – Esquema típico de um mês de geração
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Comparação entre as fontes de energia primária (Fonte: WEC, 2004)
Tabela 2.2 – Potencial da energia das marés na Europa Ocidental
Tabela 2.3 – Sítios potenciais para o aproveitamento maremotriz
Tabela 2.4 – Movimentos astronômicos
Tabela 2.5 – Principais componentes harmônicas que influenciam a maré
Tabela 3.1 – Ordens de levantamento hidrográfico (Fonte: Marinha, 2007)
Tabela 5.1 – (a) e (b) Áreas e volumes do reservatório em relação a sua cota de
enchimento
Tabela 5.2 – Componentes harmônicas de maré maiores que 1 cm em Ponta da Madeira
Tabela 5.3 – Freqüência das alturas de maré em Ponta da Madeira
Tabela 5.4 – Estimativa de produção de energia
xiii
1- Introdução
A energia das marés pode ser extraída de dois modos: conversão da energia
potencial, através da construção de uma barragem para criar um reservatório, havendo
desnível entre estuário e reservatório, ou pela conversão da energia cinética das
correntes de maré.
1
possível aproveitamento daquele estuário para a geração de energia elétrica. No presente
trabalho, uma metodologia para a abordagem de parâmetros de aproveitamentos de
energia das marés é apresentada. Adicionalmente, são discutidas concepções
alternativas para exploração da energia das marés no estuário do rio Bacanga, estado do
Maranhão, Brasil.
2
1.1 – Objetivos
3
2- Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica
4
Em seguida, a Conferência de Estocolmo (UN Conference on the Human
Environment, 1972) introduziu a dimensão ambiental na agenda internacional e
ressaltou as dependências entre desenvolvimento e o meio ambiente. Os principais
problemas ambientais identificados afetavam, de maneira geral, todo o globo terrestre,
tais como a destruição da camada de ozônio, o efeito estufa, as mudanças climáticas e a
chuva ácida. A aceleração desses problemas ambientais globais estava ligada ao
desenvolvimento industrial, verificado principalmente nos países ricos e desenvolvidos.
A partir de então, a abordagem de tais problemas ambientais passou a considerar a
dimensão social, à medida que, os países industrializados, por provocarem maiores
danos ao meio ambiente, responderiam em maior proporção em suas ações mitigadoras
do que aqueles em desenvolvimento.
5
inclusão de metas bem definidas que não restringiriam a evolução econômica de tais
países.
6
formação de mercados para as tecnologias “limpas”, paralelamente à cobrança de custos
ambientais das alternativas mais poluentes.
7
Figura 2.1: Reservas estimadas e produção anual das fontes energéticas (WEC, 2004)
A principal diferença entre estas fontes e as renováveis reside no fato que suas
reservas esgotam-se rapidamente em virtude da utilização acelerada pelo homem destes
recursos e, desta maneira, impossibilitando sua recomposição pela natureza.
Contrariamente, as fontes alternativas constituem-se em uma opção ao paradigma
vigente baseado em combustíveis fósseis e caracterizam-se pelo fato de serem energias
limpas e renováveis. Nesta classificação estão a energia solar, eólica, hidráulica, das
ondas, das marés e do hidrogênio. Ainda pode ser incluída como renovável, as energias
provenientes da biomassa, que, entretanto, podem causar comprometimentos ao meio
ambiente, como desertificação provocada pelo desmatamento não planejado ou exaustão
do solo decorrente da monocultura, poluição provocada pela queima da biomassa com
emissão de gases tóxicos e produção de resíduos.
8
A matriz energética mundial é baseada na utilização de fontes não-renováveis,
com a participação de 38% do petróleo e derivados, 26% de carvão mineral e 6% de
combustível nuclear. A larga aceitação dos combustíveis fósseis em detrimento de
outras fontes pode ser explicada pelo seu baixo preço praticado no mercado. Esse
motivo, também, configura-se em um obstáculo para o desenvolvimento das tecnologias
renováveis, uma vez que, não considerando seus aspectos ambientais positivos, estes
não alcançam competitividade econômica.
9
2.2- Energia das Marés
10
Embora os romanos conhecessem e usassem as rodas hidráulicas, como fonte de
energia mecânica, não exploraram muito o seu uso, pois contavam com abundantes
escravos. Durante a ocupação romana da Grã-Bretanha, vários moinhos foram
construídos com o objetivo de moer grãos.
Figura 2.4: Moinho de maré no local monástico de Nendrum, Irlanda (Fonte: ERIH, 2006)
11
Em 1613, foi estabelecido o primeiro moinho de maré no continente americano.
O moinho foi construído pelos franceses com auxílio dos índios Micmac, em Port
Royal, atualmente na região de Annapolis Royal, onde está localizada hoje uma usina
maremotriz. Sucessivamente, regiões da Nova Inglaterra, Nova York, Passamaqoddy
(atual EUA) receberam aproveitamentos deste tipo (Charlier & Menanteau, 1997).
12
estuários foram propostos no Reino Unido (Severn e Mersey), França (La Rance) e nos
EUA (Passamaquoddy).
As energias solar, eólica, hidráulica e do mar são fontes alternativas que têm
como características o fato de serem renováveis e limpas, ou seja, não se esgotam e não
produzem resíduos ou emissões ao ambiente. A maior parte desses recursos é originada
da energia do sol, havendo concentração dessa energia nos processos de formação dos
ventos, ondas, correntes e do ciclo hidrológico.
Embora o potencial mundial das marés seja cerca de 3 TW, somente parte deste
potencial pode ser convertido, em virtude da dispersão de energia em mar aberto e
conseqüentes alturas de marés modestas para exploração. Desta forma, estima-se que
somente 2 a 10% do potencial poderia ser explorado, em determinados locais junto à
linha de costa ou em estuários, onde as alturas de maré sejam adequadas para a
implantação de uma usina. Os principais parâmetros para o aproveitamento da energia
talassométrica são suficientes alturas de maré em locais favoráveis aos trabalhos de
engenharia e proximidade do mercado consumidor de eletricidade (Charlier, 2003).
13
Todavia, devido ao impulso das energias renováveis, verificado nas últimas
décadas, a concepção de usinas de grande porte que centralizam a produção de
eletricidade e reduzem os custos, vem perdendo espaço para pequenas usinas
descentralizadas, que aproveitam recursos considerados outrora não apropriados e,
principalmente, que produzem menos impactos ambientais, antrópicos e econômicos.
Em relação ao aproveitamento maremotriz, Charlier (2003) afirma que os
desenvolvimentos da tecnologia de turbinas de baixa queda têm permitido que centenas
de outros locais tornem-se favoráveis à exploração de energia.
(a) (b)
As marés têm amplitude nula em mares interiores como o mar Negro, entre a
Rússia e a Turquia, ou o mar Báltico, entre a Suécia e os países Bálticos. No mar
Mediterrâneo, a altura de maré tem valores desprezíveis, cerca de 20 a 40 centímetros,
sendo por esta razão que as antigas civilizações da Antiguidade, praticamente, não
tinham conhecimento acerca do fenômeno. Contrariamente ao oceano Pacífico, que
possui modestas alturas de maré, no oceano Atlântico são verificadas as maiores marés.
14
Canadá, com alturas até 15 metros, no estuário do Severn, Grã-Bretanha, com alturas de
13,6 metros ou no estuário do Rance, com alturas de 13,5 metros.
Na Tabela 2.2, o potencial de energia das marés nos países europeus, onde esse
recurso é significativo, foi estimado através de uma abordagem paramétrica (Baker
apud Hammons, 1993). Esse potencial é principalmente composto pelas marés da Grã-
Bretanha e França e, em menor parte, pela Irlanda, Holanda, Alemanha e Espanha. Por
outro lado, não há potencial expressivo nos países escandinavos, países bálticos,
Portugal, Itália, Grécia e outros países mediterrâneos por possuírem baixas alturas de
maré.
Recurso disponível
% do total
País teoricamente
europeu
GW TWh/ano
Reino Unido 25,2 50,2 47,7
França 22,8 44,4 42,1
Irlanda 4,3 8 7,6
Holanda 1 1,8 1,8
Alemanha 0,4 0,8 0,7
Espanha 0,07 0,13 0,1
Total Europa Ocidental 53,8 105,4 100
Canadá
Rússia
Reino Unido
França
Alasca
EUA Coréia
China
Índia
Brasil
Austrália
Argentina
Figura 2.6: Locais com alturas de maré superior a 5 m, apropriados para o
aproveitamento maremotriz
15
Existem poucos lugares adequados no mundo para a exploração da energia das
marés. O principal fator condicionante é a altura da onda da maré, que implica na
utilização de turbinas hidráulicas de baixa queda. Alguns exemplos de usinas existentes
no mundo, tanto de caráter experimental quanto comercial, são La Rance de 240 MW na
França, Annapolis de 20 MW no Canadá, Jiangxia de 3,2 MW e Kislaya de 0,4 MW na
Rússia. Recentemente, com o desenvolvimento da tecnologia de turbinas de baixa
queda, muitos outros locais podem ser interessantes para o aproveitamento da energia
das marés (Charlier, 2003).
A energia das marés pode ser extraída de dois modos: conversão da energia
potencial, através da construção de uma barragem para criar um reservatório, havendo
desnível entre estuário e reservatório; ou pela conversão da energia cinética das
correntes de maré.
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A energia potencial pode ser definida como a energia contida num corpo de
massa m que esteja a uma altura h do campo gravitacional de aceleração g, conforme a
equação:
E P = mgh (2.1)
A energia cinética, por sua vez, pode ser definida como a energia dispendida no
movimento de um corpo de massa m com uma velocidade v, de acordo com a equação:
mv 2
EC = (2.2)
2
ρVv 2
EC = (2.4)
2
17
A potência e energia potencial do movimento das marés, durante seu ciclo de,
aproximadamente, 6,2 horas, podem ser calculadas pelas equações (2.7):
H
E P = AR ρg ∫ hdh (2.7 a)
0
H
AR ρg ∫ hdh
P= 0
(2.7 b)
T
H
E esv = ρg ∫ A(h)hdh (2.8)
0
H
E ench = ρg ∫ A(h)( H − h)dh (2.9)
0
Então:
Entretanto, apenas 30% pode ser de fato absorvido, por exemplo, num
reservatório unitário de 1 km², a capacidade em kWh, produzida nas maiores marés,
será:
18
E a máxima vazão turbinada, em m³/s, será:
Qmax = 57 AR H (m 3 / s) (2.14)
As usinas maremotrizes podem ter seu funcionamento de efeitos simples ou
duplo, isto é, geração de eletricidade só na maré enchente ou vazante ou em ambas,
aumentando a produção. Pode haver ou não bombeamento, durante as horas de espera,
para otimizar o nível do reservatório.
Figura 2.8 – Funcionamento em simples efeito, geração na vazante (Fonte: Díez, 2002)
19
eficiência é menor do que na geração durante a vazante, porque o reservatório funciona
com níveis menores e o armazenamento de água é menor. Após esse período, durante 5
a 6 horas, ocorre a turbinagem da água havendo geração de energia elétrica (Figura 2.9).
Figura 2.9 – Funcionamento em simples efeito, geração na enchente (Fonte: Díez, 2002)
20
Adicionalmente, alguns projetos foram concebidos com a utilização de múltiplos
reservatórios, para garantir menor intermitência na geração de energia (Figura 2.11).
Esses esquemas configuram-se por dois ou mais represamentos que operam de maneira
alternada, frequentemente sendo realizado bombeamento entre os represamentos. Em
contrapartida, os custos das obras civis, devido à construção de diques, barragens e
comportas, são proporcionais à sofisticação do sistema, acarretando na sua inviabilidade
econômica.
a) Bacia dupla com geração em simples efeito, casa de força na barragem principal
21
b) Bacia dupla com casa de força na barragem de separação
Esse esquema foi proposto por Decoeur em 1890, que também foi responsável
pela patente das turbinas hidráulicas para o aproveitamento de marés nos estuário do
Sena. Trata-se de uma variante do esquema de Bernshtein 1946, onde a casa de força
está localizada na barragem de separação. A geração ocorre apenas entre as bacias
inferior e superior, enquanto o mar preenche a bacia superior na enchente e a bacia
inferior é esvaziada para o mar na vazante. Sua vantagem é a produção contínua ao
longo do dia, porém não é capaz de compensar as desigualdades mensais da maré.
c) Bacia dupla com duas casas de força e estação de bombeamento na bacia superior
22
igualam. Ao longo do mês, em função das posições relativas do sistema Terra, lua e sol,
as amplitudes de maré variam a cada ciclo, havendo duas marés de sizígia e duas marés
de quadratura. Como conseqüência, a geração de energia durante a maré de sizígia é
superior do que aquela gerada durante a quadratura.
23
precipitações ao longo do ano, uma vez que, pode considerar a operação prevista da
usina maremotriz (Eletrobrás, 1981).
A energia total dissipada pelas marés é estimada em 3 TW, dos quais cerca de 1
TW está disponibilizado nas regiões próximas ao litoral. Claramente, maiores estudos
são necessários para determinação do potencial teórico de cada região no mundo, como
o conhecimento da morfologia costeira, das elevações de maré, batimetria e topografia
das áreas entre outros. Diversos autores diferem em suas pesquisas sobre os sítios
potenciais, por vezes, incluindo ou excluindo determinada região, em função da
abrangência de sua pesquisa ou disponibilidade de fontes confiáveis.
24
Tabela 2.3: Sítios potenciais para o aproveitamento maremotriz (Fonte: WEC, 2004)
La Rance, França
25
diversos moinhos de maré funcionaram neste litoral, porém somente em 1921, surgiu a
iniciativa de Gerard Boisnoer para a conversão da energia do estuário de La Rance.
Uma medida importante, para a viabilização dos projetos de energia das marés
nesta região, foi a criação da Sociedade de Estudos para Utilização das Marés (SEUM),
em 1943. Posteriormente, a sociedade foi absorvida pela Eletricité de France (EDF).
Somente em 1952, houve a permissão por parte do governo francês para a construção da
usina. Sua construção demorou cerca de 6 anos, de 1961 a 1966, quando foi inaugurado
pelo então presidente Charles de Gaulle e, em 1967, entrou em operação a última
unidade da usina.
26
A barragem é composta por uma eclusa, a usina, um dique de fechamento e uma
barragem móvel. A usina, propriamente dita, tem extensão de 386 metros de
comprimento, onde estão localizados os 24 grupos geradores (Figura 2.13). Em seguida,
um dique de 164 metros realiza o fechamento da usina até a ilha Chalibert. Na margem
direita, está localizada uma barragem móvel de 115 metros composta de seis
vertedouros-orifícios dotados de comportas tipo vagão de 15 x 10 metros. A capacidade
de vertimento para um desnível de 1 metro entre o mar e o reservatório é de cerca de
5.000 m³/s.
Os grupos geradores são equipados com turbinas bulbo (Figura 2.14), um tipo de
turbina especialmente desenvolvido para o aproveitamento de La Rance. Tais turbinas
têm a característica de serem reversíveis, por isso podem operar em ambos os sentidos
de geração e também são duplamente ajustáveis nas pás e no distribuidor, o que garante
a compensação da variação da vazão e da carga hidráulica. Essas unidades ainda podem
ser usadas como bombas e como órgãos descarregadores nos dois sentidos de
escoamento.
27
em um nível acima daquele máximo alcançado pela água. O obstáculo encontrado nesta
configuração era a necessidade de fundir a roda Kaplan, desde que se desejava aumentar
a velocidade de rotação, até uma profundidade incompatível com a coluna de água
existente para evitar a cavitação. Com a adoção das turbinas bulbo, o gerador está
debaixo da água protegido por uma carcaça e o seu eixo é horizontal, que desta forma,
eliminam os problemas encontrados anteriormente (Villalba, 1997, Eletrobrás, 1980).
(a)
(b)
A construção da usina foi realizada inteiramente a seco, para tanto era necessário
interromper o fluxo de água entre o rio e o mar, estimado em cerca de 18.000 m³/s. A
solução encontrada foi a utilização de caixões cilíndricos de concreto armado. Esta
compreendeu três etapas: o ensecamento de uma área na margem esquerda para a
construção da eclusa, outra área na margem direita para a barragem com comportas e
uma grande área para a central hidrelétrica e o dique de fechamento, o qual utilizou as
rochas provenientes da escavação da central.
28
A construção da eclusa procedeu-se de maneira mais simples, através de um
muro de concreto erguido durante a baixamar, que possibilitou a execução dos trabalhos
a seco. Para a construção tanto da barragem como da central, utilizou-se um sistema de
ensecadeiras compostas por caixões cilíndricos de concreto armado. Posteriormente, as
ensecadeiras da grande área central apresentaram problemas de instabilidade, os quais
foram vencidos pela união de cada dois caixões vizinhos e preenchimento dos espaços
entre eles com pranchas de concreto armado (Villalba, 1997).
29
O projeto da usina piloto foi desenvolvido pela equipe de Bernshtein para a baía
de Kislaya, empregando turbinas bulbo de eixo horizontal instaladas em caixões de
concreto armado. A escolha do local foi condicionada à pequena largura da baía, entre
30 e 50 m, com o propósito de reduzir as obras civis, uma vez que se tratava de uma
usina piloto. A altura de marés neste local varia entre 1,1 e 3,9 m e a área do
reservatório formado é de 1,1 km², possuindo profundidade média de 3 m e duas
grandes depressões de 36 m, que permitem um razoável volume de armazenamento.
30
Todavia, estudos para a conversão da energia maremotriz em eletricidade ocorreram a
partir de 1944, quando foi proposto um projeto ligando os rios Petitcodiac e
Memramcook, através de um canal, formando um esquema de reservatório duplo.
Nas décadas seguintes, outras iniciativas foram feitas, uma vez que o projeto
anterior foi abandonado por ter sido considerado anti-econômico. Posteriormente, na
década de 1960, 23 localidades na baía de Fundy foram analisadas com vistas à escolha
do local mais viável para instalação de uma usina. Três lugares foram selecionados, o
primeiro na baía de Shepody, outro na bacia de Cumberland e o último na baía de
Cobequid. O monitoramento desses três locais foi conduzido por um órgão formado
pelos governos do Canadá, New Brunswick e Nova Scotia, e finalizado em 1972.
31
7,3 m de altura, numa elevação de 1,83 m acima das comportas. A capacidade de
vertimento, nas marés baixas, é de 500 m³/s pelo vertedouro e de 80 m³/s pela passagem
dos peixes (Eletrobrás, 1981).
32
reservatório se configurou como o esquema a ser adotado em futuros projetos de usinas
maremotrizes em detrimento de outros mais complexos.
Diversas pequenas usinas têm sido construídas na China ao longo das últimas
décadas, que por muitas das vezes não são consideradas pelo fato de não existirem
informações concisas sobre elas ou por produzirem quantidades modestas de energia.
Charlier (2004) estima existirem 128 centrais em operação atualmente, totalizando 7,6
MW de potência instalada. Na província de Zhejiang, a mais promissora para o
aproveitamento da energia maremotriz, foi instalada uma pequena usina com um único
grupo gerador de 40 kW, em 1959. Já em 1970, seis usinas foram implantadas em
Zhejiang, Jiangsu e Shandong, totalizando 1,9 MW de potência instalada.
A maior usina, Jiang Xia foi construída em 1980, em Wen Lin, província de
Zhejiang. Trata-se de uma usina de duplo efeito, composta de seis grupos geradores, a
primeira unidade de 500 kW, colocada em operação em 1980, a segunda de 600 kW em
1984 e da terceira a quinta cada de 700 kW, já estavam operando em 1985, totalizando
3,2 MW. A altura de queda utilizada na central é de 8,4 m.
33
Reino Unido
34
Nova comissão foi formada em 1978 e estava incumbida de investigar meios de
produção de energia no estuário do Severn, analisando apenas a viabilidade técnica da
construção de uma barragem. O esquema proposto pela Comissão da Barragem de
Severn indica a construção da barragem entre Somerset e Glamorgan, resultando num
comprimento de 16 km. A escolha do local de implantação foi condicionada ao mínimo
impacto ambiental, menor risco de construção e viabilidade econômica. Assim sendo, o
reservatório formado teria 500 km² e a geração seria em simples efeito na vazante.
35
Argentina
O litoral sul da Argentina, entre a Terra do Fogo e o golfo de San Matias possui
alturas médias de maré superior a 7,5 m, e algumas entre as maiores do mundo que
podem alcançam até 13 m de altura (WEC, 2004).O interesse no aproveitamento da
energia das marés é evidente e está relacionado com o suprimento de eletricidade para a
Patagônia, visando o seu desenvolvimento. A primeira iniciativa data de 1928, quando
uma comissão de estudos sobre as marés patagônicas publicou cinco projetos, dos quais
o maior na baía de San José teria 1.000 MW de potência ou 3.650 GWh/ano, e
totalizava 9.750 GWh de produção anual de energia.
Coréia do Sul
36
energia gerada pela usina poderia suprir a demanda induzida pelas áreas ocupadas do
entorno do reservatório, formado pela própria barragem.
Vista do mar
Vista em planta
Vista do reservatório
Figura 2.22: Esquema geral da usina do projeto Sihwa (Fonte: Kim et al., 2004)
37
Em relação aos grupos geradores, o projeto contempla o emprego das turbinas
bulbo, por satisfazer as condições de uso em maremotrizes, como características de boa
operação e eficiência em operações de baixa queda e flutuação na geração, redução no
tamanho das usinas e consequentemente no seu custo e proteção contra corrosão
marinha. A disposição da usina consiste de 12 unidades geradoras do tipo bulbo de
potência de 21 MW e 6 unidades vertedouras.
Austrália
A região mais promissora para a extração da energia das marés está localizada
na porção noroeste da Austrália, onde existem reentrâncias e baías com grandes
amplitudes de maré, são exemplos a enseada de Walcott, baía Secure, bacia de Saint
George e King Sound. Por ouro lado, a geração de energia em larga escala não é
vantajosa, pelo fato desses locais estarem situados numa região remota, acarretando no
encarecimento da transmissão (WEC, 2004).
38
Brasil
Além do mais, o contexto da época fazia com que os projetos fossem guiados
por baixos custos unitários de implantação, o que justificava a construção de enormes
centrais hidrelétricas, equipadas com turbinas de grande potência. Em oposição, os
estudos ambientais eram mais restritos comparados com os atuais e, dessa forma,
estimulavam os aproveitamentos em locais com grande potencial hidroenergético em
detrimento daqueles mais modestos. O crescente interesse pelas energias renováveis a
nível mundial e nacional configura uma tendência de aproveitamento de sítios
considerados outrora pouco significativos para a geração elétrica e justifica o
desenvolvimento de turbinas para tais aplicações.
39
Adicionalmente, um projeto conceitual foi elaborado para o Bacanga, definindo
o dimensionamento da usina, o arranjo das obras, determinação da potência instalada e
energia gerada, os equipamento a serem utilizados e o orçamento da obra. Dependendo
do tipo de operação da usina, isto é, simples efeito e duplo efeito, foram estudadas
alternativas de potência instalada de 9 MW a 72 MW. As duas alternativas escolhidas
foram a usina operando em duplo efeito com utilização de 6 turbinas bulbo de 4,5 MW
cada, totalizando 27 MW e operando em simples efeito com 3 turbinas Straflo de 11,3
MW cada, totalizando 34 MW.
40
Estados Unidos
Outros países
41
localização nem sempre próxima ao mercado consumidor. Outra característica é o fato
do fenômeno das marés sofrer variações diárias e semanais, com defasagem diária dos
seus picos de preamar e baixamar, o que nem sempre coincide com o pico de demanda.
A transmissão de eletricidade por linhas de alta voltagem pode ser mais barato
do que o transporte de carvão, tornando as explorações near-shore economicamente
competitivas em relação a esse quesito (Charlier, 2003). Os custos de linhas de
transmissão e subestação crescem proporcionais à tensão, por exemplo, tomando-se uma
linha de transmissão de 230 kV como referência, uma linha de 500 kV custa 1,66 vezes,
porém fornece 6 vezes mais capacidade de transporte e uma linha de 8.700 kV custa 2,5
vezes e sua capacidade de transporte é 13,5 vezes. As perdas na transmissão são
reduzidas conforme a voltagem aumenta estimulando o uso de sistemas de alta
voltagem para grandes distâncias. Quando as distâncias excedem 1.000 km, a
transmissão em corrente contínua é mais econômica, sendo que a sua capacidade de
transmissão é 2,6 vezes maior do que em corrente alternada (Charlier, 2003).
42
Aspectos Econômicos no aproveitamento de energia das marés
O caráter intermitente das usinas maremotrizes, responsável pelo seu baixo fator
de carga, faz com que a escolha por essa fonte nem sempre seja mais adequada do que
uma usina convencional. Por exemplo, o projeto de Severn com 8,6 GW de potência
instalada ofereceria a mesma saída de energia que uma usina convencional de 2 GW
(Elliot, 2004). Em contrapartida, a energia das marés é previsível mantendo uma certa
regularidade a cada ano (a variação anual é menor que 5 %), o que facilita o
planejamento da geração de eletricidade.
43
Aspectos ambientais no aproveitamento de energia das marés
A energia das marés é uma fonte não poluente e renovável, isto é, não emite
gases ou resíduos ao meio ambiente e configura-se como um recurso inesgotável de
energia. Estima-se que uma usina maremotriz deixa de emitir 1 milhão de toneladas de
dióxido de carbono a cada TWh de energia gerada (Hammons, 1993).
44
avaliação final dependerá da relação entre os impactos positivos e negativos decorrentes
da implantação da usina.
Como toda onda, a maré tem altura e período, como mostrado na Figura 3 (o
comprimento de onda depende do período e da geometria do local por onde essa onda se
propaga). Se a onda de maré tem período de aproximadamente 24 horas diz-se que a
maré é diurna e se o período for de aproximadamente 12 horas diz-se que a maré é
semi-diurna. Cada período completo da maré é chamado de ciclo, e num ciclo a maré
apresenta fases. A subida da água é chamada de enchente ("flow" ou “flood”), e a
descida é chamada de vazante ("ebb"). O nível máximo no ciclo é chamado de preamar
("high water") e o nível mínimo de baixamar ("low water").
As marés são causadas por diversos fatores, que podem ser classificados em dois
tipos: a maré astronômica e a maré meteorológica. A maré astronômica se deve a
fenômenos astronômicos, notadamente a força gravitacional da lua e, em menor efeito, a
força gravitacional do sol. A maré meteorológica se deve a fenômenos meteorológicos,
como ventos, pressão atmosférica entre outros.
45
A teoria da maré de equilíbrio, desenvolvida por Newton em 1686, considera a
força geradora da maré como resultante da atração gravitacional dos astros em razão
direta das suas massas e inversa dos quadrados de suas distâncias. Devido à
proximidade da Lua e a massa do Sol, geralmente apenas os efeitos destes astros na
maré terrestre são admitidos em muitas aplicações.
O fenômeno das marés foi, pela primeira vez, explicado através da teoria da
maré de equilíbrio. Nesta teoria, algumas hipóteses são formuladas. A Terra é
considerada esférica e estática, isto é, não há movimento de rotação e a lua é o único
astro que influencia a maré.
A força centrífuga exercida sobre uma unidade de massa d’água devida à rotação
da Terra pode ser descrita como:
KM Terra M Lua
M Terraω 2 aTerra KM Terra M Lua M Luaω 2 aLua
atotal atotal
ω
aTerra aLua
atotal
Figura 2.23: Sistema Terra-Lua - Centros de massa
KM Terra M Lua
M Terraω 2 aTerra = (2.16)
atotal
KM Terra M Lua
M Luaω 2 aLua = (2.17)
atotal
46
Então:
atotal
aTerra = (2.19)
M
1 + Terra
M Lua
2π a3
T= = 2π (2.20)
ω ⎛ M ⎞
KM Lua ⎜⎜1 + Terra ⎟⎟
⎝ M Lua ⎠
Substituindo na equação:
KM Lua
Fcent = − 2
(2.22)
a total
A força de atração gravitacional da Lua tem sempre sua direção e seu sentido
orientados para o centro da Lua. A magnitude desta força é:
KM Lua
FLua = (2.23)
d '2
KM Terra
FTerra = g = (2.24)
r2
47
No sistema da Figura 2.3, o sistema Terra-Lua é apresentado em um plano
coordenado, juntamente com suas respectivas forças de interação. Seja um ponto P na
superfície da Terra, que é atraído pela Terra e pela Lua.
Substituindo:
KM Lua KM Lua KM Terra
Fr = − 2
cos ϑ + 2
cos β + (2.27 a)
d d' r2
KM Lua KM Lua
Ft = − 2
cos ϑ + sen β (2.27 b)
d d '2
48
)
Considerando a relação trigonométrica do triângulo opo' :
d
sen β = sen α = sen ϑ (2.28 a)
d'
d2
cos β = (1 − sen 2 α )1 / 2 = (1 − sen 2 ϑ )1 / 2 (2.28 b)
d '2
E também:
d ' 2 = r 2 + d 2 − 2rd cos ϑ
1 1 1
2
= 2 2
d' d ⎛r⎞ r
1 + ⎜ ⎟ − 2 cos ϑ
⎝d ⎠ d
−1 / 2
⎛ ⎞
⎜ ⎟
1 1⎜ 1 ⎟
= ⎜ 2 ⎟ (2.29)
d' d
⎜ 1 + ⎛⎜ r ⎞⎟ − 2 r cos ϑ ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎝d ⎠ d ⎠
Expandido em série até o termo de 2º ordem:
2
1 1 ⎛ r2 r ⎞ 3⎛ r2 r ⎞
= 1 − ⎜ 2 − 2 cos ϑ ⎟⎟ + ⎜⎜ 2 − 2 cos ϑ ⎟⎟ + ε 2
⎜
d' 2⎝d d ⎠ 8⎝d d ⎠
1 1 r2 r 3 r4 3 r3 3 r2
= 1− 2
+ cos ϑ + 4
− 3
cos ϑ + 2
cos 2 ϑ + ε 2 (2.30)
d' 2d d 8d 2d 2d
Desprezando os termos cúbicos e superiores:
2
1 r 1 ⎛ 1 ⎞⎛ r ⎞ ⎛ 3 1⎞
− 2 cos ϑ − = ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ cos 2 ϑ − ⎟ (2.31)
d' d d ⎝ d ⎠⎝ d ⎠ ⎝ 2 2⎠
Voltando as equações (2.26 a) e (2.26 b), as forças radial e tangencial serão:
3 KM Lua r
Ft = − (sen2ϑ ) (2.32 b)
2 d3
49
Esta aproximação significa que a única ação considerada no sentido radial é a
força de gravidade da Terra. O fenômeno das marés, caracterizado pela sobre-elevação
dos mares, não é causado pela força gravitacional radial da Lua. Entretanto, este é
provocado pelo efeito da componente tangencial, que provoca circulação das massas de
água situadas em grandes latitudes, onde a força geradora de maré é maior, para outras
próximas a Linha do Equador, onde esta força é menor.
Então:
3
3 M ⎛r⎞
Ftn = − gr astro ⎜ ⎟ sen 2ϑ cos A (2.34 a)
2 M Terra ⎝ d ⎠
50
3
3 M ⎛r⎞
Fte = − gr astro ⎜ ⎟ sen 2ϑ sen A (2.34 b)
2 M Terra ⎝d ⎠
A distância zenital Z do astro em questão pode ser expresso como uma função
periódica envolvendo sua declinação δ, seu ângulo horário φ e sua latitude λ.
Ou
cos ϑ = sen δ sen λ + cos δ sen λ cos φ (2.35)
Vastro
3 M ⎛r⎞
[
= gr astro ⎜ ⎟ k1 (1 − 3 sen 2 δ ) + k 2 sin 2δ cos φ + k 3 cos 2 δ cos 2φ
2 M Terra ⎝ d ⎠
] (2.36)
A equação expressa desta forma revela os três períodos nos quais os efeitos da
maré se manifestam: o primeiro termo corresponde ao longo período, que representam
as variações da declinação do astro; o segundo dependente do cos φ é diurno, isto é, de
período próximo ao dia lunar ou solar; o terceiro termo dependente do termo cos 2φ é
semidiurno, de período correspondente a meio dia lunar ou solar. A amplitude dos
termos varia lentamente com a variação da declinação δ e o potencial V varia com a
distância d entre o astro e a Terra.
51
3 KM Sol r 2 ⎛ 1 ⎞ KM Terra
VSol = ⎜ cos τ − ⎟ +
2
(2.37)
2 d Sol 3 ⎝ 3⎠ r2
3 2 ⎡ M Lua ⎛ 1⎞ M ⎛ 1 ⎞⎤
V = ⎜ cos ϑ − ⎟ + Sol3 ⎜ cos φ − ⎟⎥
2 2
Kr ⎢ 3 (2.38)
2 ⎢⎣ d ⎝ 3 ⎠ d Sol ⎝ 3 ⎠⎥⎦
3 ⎡M 1 ⎞⎤
3 3
⎛r⎞ ⎛ 1 ⎞ M Sol ⎛ r ⎞ ⎛
V = gr ⎢ Lua ⎜ ⎟ ⎜ cos ϑ − ⎟ +
2
⎜⎜ ⎟⎟ ⎜ cos 2 τ − ⎟⎥ (2.40)
2 ⎢ M Terra ⎝d ⎠ ⎝ 3 ⎠ M Terra ⎝ d Sol ⎠ ⎝ 3 ⎠⎥
⎣ ⎦
52
Tabela 2.4: Movimentos astronômicos
Fenômeno Período Descrição
Dia sideral 0,9972 dia Em relação às estrelas fixas
Dia lunar 1,0350 dia Em relação à Lua
Mês nodal 27,2122 dias Ciclo norte-sul
Mês tropical 27,3216 dias Revolução sideral da Lua
Mês anomalístico 27,5546 dias Revolução anomalística
Mês sinódico 29,5306 dias Revolução sinódica
Ano tropical 365,2422 dias Revolução sideral do Sol
Perigeu lunar 8,85 anos Revolução do perigeu lunar
Nodo lunar 18,61 anos Retrogradação dos nodos
Precessão dos equinócios 20.900 anos Revolução do perigeu solar (periélio)
O potencial pode ser reescrito como uma série de funções puramente periódicas.
t
V = ΣAn cos(2π − φn ) (2.41)
Tn
As marés astronômicas podem ser previstas por uma análise harmônica dos
chamados componentes harmônicos, que consiste num somatório que leva em
consideração os períodos e as intensidades desses componentes. Já se tem registro de
mais de 390 componentes que influenciam as marés. Na tabela 2.4 estão indicados os
principais componentes harmônicos.
53
A amplitude da maré varia com o tempo em função da periodicidade e respectiva
intensidade dos fenômenos envolvidos. A posição relativa entre sol, lua e Terra interfere
na intensidade da maré, Figura 3. Quando a lua está alinhada com o sol, os efeitos de
força gravitacional se somam, causando maiores amplitudes de maré, sendo chamada de
maré de sizígia (“spring tide”). Quando o sistema lua-Terra-sol faz um ângulo reto, as
suas forças gravitacionais se subtraem, reduzindo o efeito da maré, esta é chamada maré
de quadratura (“neap tide”).
Figura 2.27: As marés de sízigia (luas cheia e nova) e quadratura (luas quarto de crescente
e quarto de minguante)
Além das posições relativas entre a lua, o sol e a Terra, as declinações dos dois
primeiros astros interferem na intensidade da força geradora das marés. Todas essas
características astronômicas aplicadas à latitude de um ponto da Terra, influenciarão na
equação 2.28, afetando a intensidade das marés.
54
propagação seja influenciada pelas profundidades oceânicas. O efeito da aceleração de
Coriolis, responsável pela deflexão das correntes de maré em sentidos distintos nos dois
hemisférios em virtude da rotação da Terra, também é considerada.
O efeito Coriolis causa uma deflexão aparente nas correntes de maré, que no
Hemisfério Norte ocorre para a direita, ou horária, e no Hemisfério Sul, antihorária.
Esses movimentos rotacionais associados à influência da geometria das bacias oceânicas
imprimem um caráter rotatório das ondas de maré em oceano aberto, dando origem aos
sistemas anfidrômicos (Figura 2.28).
Em algumas baías, a altura da maré para montante se torna muito maior que
aquela observada próximo à embocadura. Em algumas situações este fenômeno é
explicado por efeitos de ressonância da onda de maré dentro da baia. No efeito de
56
ressonância, a onda de maré refletida pelo estuário combina-se com a onda de maré que
está entrando, e no caso, do período da forçante ser igual ao tempo que a onda gasta
para viajar até o ponto oposto, refletir e voltar ao ponto inicial, ocorre um movimento
construtivo.
Mas não é apenas o efeito de resonância que pode dar origem a amplificações da
altura da maré dentro de um estuário. Diminuições graduais da largura e profundidade
(de forma que reflexões sejam inibidas) do estuário podem causar um efeito de
afunilamento, concentrando a energia da maré à medida que esta se propaga estuário
acima. Desconsiderando-se os efeitos não lineares e as perdas por fricção na propagação
da maré, a densidade de energia pode ser expressa por:
ρ g A2
E= (2.42)
2
(ρ g A )b2
gh
= const. (2.44)
2
57
No caso brasileiro, o litoral norte e nordeste são muito pouco influenciados pela
maré meteorológica, ao passo que, possuem significativas alturas de maré astronômica
devido a proximidade do equador. Em contrapartida, o litoral sudeste e sul sofrem
bastante influência da maré meteorológica, devido às tempestades intensas no Atlântico
Sul.
Previsão de maré
fH cos(V + u − K ) (2.45)
G = K + kλ ° − ωθz (2.46)
A expressão fica:
58
A altura do nível do mar em função do tempo pode ser escrita como:
59
Turbinas de eixo horizontal com os componentes do gerador instalados em
um bulbo cercado pelo tubo de adução da turbina (bulbo);
Turbinas de eixo horizontal com gerador circular instalado na periferia
(straflo).
(a) (b)
(c) (d)
Além da turbina Kaplan de eixo vertical, dois outros tipos de turbinas hélice
foram criadas, alterando a disposição da instalação do gerador elétrico. Uma delas foi a
turbina bulbo (Figura 2.29 b), projetada em 1933 por Arno Fisher e instalada três anos
depois em um aproveitamento de 168 kW. Tais turbinas são caracterizadas por
possuirem o gerador envolvido por uma carcaça em forma de bulbo instalada no rotor.
60
tradicionais de eixo vertical. As perdas de carga também são reduzidas, o que faz
aumentar o rendimento desta turbina e reduzir problemas de cavitação (Macintyre,
1983). O desenvolvimento das turbinas bulbo e adequação às características locais foi
decisivo para a construção da usina de La Rance em 1966 (Charlier, 2003).
Outra turbina projetada para situações de baixa queda é a turbina axial com
gerador na periferia, patenteada por Leroy Harza em 1919. Em seguida, a Escher-Wyss
manufaturou esse tipo de turbina para aplicações em baixa queda. Esta turbina foi a
precursora da Straflo, também desenvolvida pela Escher-Wyss, a partir de 1974. A
turbina Straflo foi instalada em algumas pequenas centrais hidrelétricas na Europa
Central, até serem empregadas grandes unidades na usina piloto de Annapolis no
Canadá em 1984 (Charlier, 1993, Díez, 2002).
Além das turbinas bulbo e Straflo, a turbina tubular tem um arranjo alternativo
da instalação do gerador. Esta turbina possui as pás do rotor que são conectadas a um
eixo inclinado de um determinado ângulo, que possibilita a instalação do gerador em
uma região protegida do fluxo de água. No projeto da barragem de Severn fora proposto
o emprego das turbinas tubulares (Figura 2.29 d).
61
meses e dispensar a casa de força e o desvio do rio. Além de suas aplicações em
pequenas centrais elétricas, a Hidromatrix (VA Tech, 2007) pode ser empregada em
esquemas maremotrizes de geração na vazante. A Figura 2.30 mostra o aspecto modular
das turbinas Hidromatrix.
Figura 2.31: O esquema Tidal Lagoon com três reservatórios (Fonte: Tidal Electric, 2007)
Figura 2.32: Turbinas hidrocinéticas de eixo horizontal (Fonte: MCT, 2007, Hidrocinetica, 2007)
63
O fator de carga¹ é estimado em 35 a 45 %, sendo maior em 5 % na média do
que em fazendas eólicas. Os fabricantes compreendem a Marine Current Technologies
(MCT, 2007), Tyson Turbines e Northern Territory University.
Figura 2.33: (a) Tidal Fence (b) Turbina Gorlov (Fontes: Blue Energy, 2007 e GCK, 2007)
64
3- Metodologia
65
No caso de modelagem matemática, Hammons (1993) aponta para a utilização
de modelos numéricos implementados em computador digital e que se baseiam na
análise de elementos finitos, no qual cada elemento representa uma área ou um volume
de água descrita por equações deduzidas a partir dos princípios físicos. Ainda,
Hammons (1993) classifica em quatro tipos de modelos matemáticos empregados no
projeto de usinas maremotrizes e Rosman (1997) classifica os modelos matemáticos
combinando seus tipos com as aplicações e simplificações próprias para cada fenômeno
de interesse. De acordo com os autores os modelos podem ser pontual ou 0-D;
unidimensional ou 1-D; bidimensional ou 2-D subdivididos em bidimensional na
horizontal (2DH) de aplicação em estuários verticalmente homogêneos e bidimensional
na vertical (2DV) para aplicações em estuários estratificados; e tridimensional ou 3-D,
podendo ser tridimensional geral (3Dg), o qual inclui todas as equações para aplicação
geral e tridimensional simples (3D), que não inclui gradientes de salinidade para corpos
de água de densidade homogênea, de acordo com Rosman (1997).
66
avanço em razão de suas características superiores aos sistemas anteriores, sendo o
sistema de posicionamento mais utilizado pela comunidade marítima. As vantagens do
GPS consistem na sua exatidão no posicionamento, cobertura global e disponibilidade
ininterrupta inclusive independente das condições meteorológicas.
67
da posição terrestre exata. Adicionalmente, o ecobatímetro pode ser equipado com o
sistema WAAS, disponível apenas na América do Norte e DGPS, o qual apresenta um
aumento de precisão em relação ao GPS. O sistema DGPS – Diferential Global
Positioning System – tem o objetivo de compensar os erros inerentes ao sinal de GPS,
fazendo a triangularização do receptor GPS, satélite e uma estação de referência de
coordenada conhecida, podendo, também, utilizar transmissores existentes do sistema
de radio farol.
68
densidade de tráfego mercante, onde a folga sob a quilha seja menos crítica
e as propriedades geofísicas do fundo sejam menos perigosas à navegação
(como fundo de lama ou arenoso). Os levantamentos desta ordem devem
limitar se às áreas com profundidades menores que 100m;
Ordem 2: destinam-se às áreas com profundidades menores de 200m, não
abrangidas pela Ordem Especial e Ordem 1 e onde uma descrição geral da
batimetria seja suficiente para assegurar a inexistência de obstruções
capazes de colocar em risco as embarcações suscetíveis de transitar ou
operar na referida área. É o critério a ser adotado para uma variedade de
usos marítimos que não justificam levantamentos hidrográficos de uma
ordem mais alta;
Ordem 3: destinam- se a todas as áreas não abrangidas pela Ordem Especial,
Ordens 1 e 2 e onde as profundidades sejam superiores a 200m.
69
• Levantamentos hidrográficos em profundidades entre 30 e 200 metros podem
ser realizados em uma escala menor que 1:50.000, dependendo de vários fatores,
sendo os mais críticos a importância da área coberta, a profundidade e a
configuração do fundo. A escala não deve ser menor que 1:100.000, exceto em
circunstâncias excepcionais.
O zero da régua corresponde ao menor nível que pode alcançar o corpo de água
sem perda da medição. A régua não precisa estar instalada necessariamente no ponto
mais baixo do corpo de água a ser medido, porém esta deve estar situada de maneira que
compreenda todo o intervalo de variação de nível do corpo de água. O nível de redução
é considerado como nível mínimo esperado que o corpo de água, influenciado pelo
regime de água de um rio e das situações extremas de maré. O nível de redução é
considerado como o zero para determinação das alturas de maré.
70
Figura 3.2: Níveis de maré (Fonte: Marinha, 2006)
Figura 3.3: Cotas consideradas num levantamento batimétrico realizado com ecobatímetro
71
Em relação ao posicionamento da sonda, os métodos comumente utilizados são
o método de interseção a vante e através do posicionamnto por satélite. O método de
interseção a vante necessita de estações de apoio em terra, pois consiste na
determinação das posições através de triangularizações entre a embarcação e duas
estações em terra através do emprego de equipamentos típicos de levantamentos
topográficos. Por outro lado, o método de posicionamento por satélites pode utilizar o
sistema DGPS para obter as coordenadas dos pontos a serem sondados e, por essa razão,
dispensa a presença de estações de apoio em terra.
72
n
h(t ) = ho + ∑ fH i cos(Vi + u − K i ) (3.1)
i =1
73
sinal de maré. Neste trabalho, o programa T-Tide (Foreman, 2004) contém um pacote
de 45 constituintes astronômicas e 101 constituintes de águas rasas. Para reduzir o
tempo de cálculo e, também, o custo de processamento, o qual cresce aproximadamente
com o quadrado do número de constituintes incluídas na análise e considerando que em
muitas estações a maioria das constituintes de água rasa é insignificante, o T-Tide
utiliza todas as 45 componentes astronômicas somadas a 24 componentes de águas
rasas. Esta sugestão foi realizada por Godin (Foreman, 2004), por considerar a
quantidade de componentes adequada para um uso geral.
74
equação 3.2, pois este resulta indeterminado. Então se faz necessário adotar um critério
que possibilite encontrar valores únicos e otimizados para Aj e φj, desta forma, o método
dos mínimos quadrados pode ser empregado (Equação 3.3).
M
y (t i ) = C o + ∑ C j cos[2π (σ j t i )] + S j sen[(2πσ j t i )] (3.3)
j =1
N M
T = ∑ { y (t i ) − C o − ∑ C j cos[2π (σ j t i ) + S j sen(2πσ j t i )]}2 (3.4)
i =1 j =1
⎛ N
⎞
⎜
⎜
∑
i =1
yi ⎟
⎟
⎛ N C1 L CM S1 L S M ⎞ ⎛ C0 ⎞ ⎜ N ⎟
⎜
⎜ C1 CC11 L CC1M CS11 L
⎟⎜
CS1M ⎟ ⎜ C1
⎟
⎟ ⎜ ∑ y i cos 2πσ 1t i ⎟
⎟ ⎜ ⎟
i =1
⎜ M M ⎟⎜ M M
⎜
M M M M M
⎟⎜ ⎟ ⎜ N ⎟
⎜ CM CC M 1 L CC MM CS M 1 L CS MM ⎟ ⎜ C M ⎟ = ∑ y i cos 2πσ M t i ⎟
⎜ (3.5)
⎜S SS1M ⎟⎟ ⎜⎜ S1 ⎟ ⎜ i =1 ⎟
⎜ 1 SC11 L SC1M SS11 L ⎟ ⎜ N ⎟
⎜ M M M M M M M ⎟⎜ M ⎟ ⎜
⎜
∑ y i sen 2 πσ 1 i ⎟
t
⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ i =1
⎝ SM SC M 1 L SC MM SS M 1 L SS MM ⎠ ⎝ S M ⎠ ⎜ M ⎟
⎜ N ⎟
⎜ ∑ y i sen2πσ M t i ⎟
⎝ i =1 ⎠
75
Se B = GG T , (3.6)
M
h(t ) = ho + ∑ f j A j cos[2π (V j (t ) + u j (t ) − g j )] (3.8)
j =1
∂ ∂ ∂
V (t ) = iτ (t 0 ) + (t − t 0 ) [iτ (t )] t =t 0 + jS (t 0 ) + (t − t 0 ) [ jS (t )] t = t0 + kH (t 0 ) + (t − t 0 ) [ kH (t )] t = t0
∂t ∂t ∂t (3.10)
∂ ∂ ∂
+ lP (t 0 ) + (t − t 0 ) [lP (t )] t =t 0 + mN ' (t 0 ) + (t − t 0 ) [mN ' (t )] t =t 0 + nP ' (t 0 ) + (t − t 0 ) [ nP ' (t )] t = t0
∂t ∂t ∂t
V (t ) = V (t 0 ) + (t − t 0 )σ (3.11)
76
agrupadas por similaridade, as componentes satélites diferem das componentes
principais somente nos três últimos números de Doodson, expresso na equação 3.12.
d
= (t i +1 − t i ) [∆lP (t ) + ∆mN ' (t ) + ∆nP ' (t )]t =t0 = (t i +1 − t i )(σ jk − σ j ) (3.13)
dt
ciclos/ 356 dias e |∆l|,|∆m| e |∆n| são sempre menores ou iguais a 4 e fazendo (ti+1-ti) ≤
16 dias, ∆jk(ti+1)- ∆jk(ti) resultará menor que 0,03 ciclos. Essa pequena variação conduz a
um comportamento similar no cosseno e seno deste termo e, então, nas correções nodais
f(t) e u(t). Portanto, tais valores podem ser considerados constantes para previsões em
um curto período, por exempo, de um mês. Este artifício economizará tempo e custo de
operação computacional, mantendo uma boa precisão no cálculo.
M
h(t ) = ∑ f j (t16 ) A j cos[2π (V j (t16 ) + (t − t16 )σ j + u j (t16 ) − g j )] (3.14)
j =1
77
M
Dh(t ) = ∑ f j (t 0 ) A j 2πσ j sen[2π (V j (t 0 ) + (t − t 0 )σ j + u j (t 0 ) − g j )] (3.15)
j =1
K 1 + O1
F= (3.16)
M 2 + S2
79
3.3 - Modelo de geração de energia
H b (t ) = H R (t ) − ζ 0 cos ωt (3.21)
∂H R
AR (t ) = −Q(t ) (3.22)
∂t
80
Onde Q é a vazão em m³/s; z é o nível do reservatório em metros e AR é a área
do reservatório em m². Supondo que a superfície do reservatório seja constante para
pequenas variações de volume e integrando a expressão (3.8) em relação ao tempo, são
obtidas as equações 3.23 e 3.24.
T /2 T /2
dz
∫ Q(t )dt = ∫
0 0
dt
AR dt (3.23)
81
4- Estudo de caso: Estuário do Bacanga, São Luís – MA
1.8
1.6
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
Segundo a classificação proposta por Davies (Dyer, 1973), que avalia os efeitos
induzidos pela maré em um estuário, devido à sua amplitude, a ocorrência de marés nas
regiões brasileiras poderiam ser definidas como: macromaré, na região norte (AP, PA e
MA), mesomaré, na região Nordeste (excetuando o MA) e micromaré, na região sudeste
e sul. A Figura 4.2 apresenta as variações de maré nas regiões brasileiras.
82
H = 3,5 a 11 m
H = 1,5 a 3,5 m
H = 1,0 a 1,5 m
H = inferior a 1,0 m
4.1- Caracterização
Baía de
São Marcos
Baía de
São José
Figura 4.3: Localização do estuário do rio Bacanga na cidade de São Luís, Maranhão
83
Figura 4.4: Foto aérea do estuário do rio Bacanga (Fonte: Maranhão, 2006)
A região onde está situada a ilha de São Luís foi formada no período terciário, a
partir da erosão após o plioceno, que resultou no isolamento da ilha em relação ao
terrenos continentais. O processo de insulamento foi acelerado pela ingressão marinha,
formando um golfão aonde passaram a desaguar diversos corpos de água das terras
continetais e da ilha de São Luís. As baías de São Marcos e São José, que circundam a
ilha de São Luís, tomaram as feições atuais após o afogamnto eustático que sofreram no
quaternário. Este processo de formação de rias foi constante em todo o litoral do Pará e
oeste do Maranhão (Ab’Saber apud Bandeira, 2006).
A bacia do Bacanga ocupa uma área de cerca de 110 km² e compreende as sub-
bacias do rio das Bicas (porção norte e noroeste da bacia), igarapé do Coelho (nordeste),
represa do Batatã (leste) e alto Bacanga (sul), conforme apresentado na Figura 4.5. Os
sedimentos presentes nos corpos de água da ilha são, basicamente, arenosos, variando
de areia grossa a média, de características quartzoza. Às margens dos igarapés e do rio
Bacanga estão presentes zonas de manguezais, onde também existem depósitos de
sedimentos argilosos de coloração escura (SEMATUR, 1992).
86
cidade. Em 1973, a inauguração da Avenida Médici dentro dos limites da área inundada
do lago obrigou a manutenção do nível da lâmina de água bem abaixo da sua real
capacidade de acumulação e contribuiu ainda mais para a ocupação de áreas que
naturalmente ficavam submersas na maré enchente, como é o caso dos bairros de
Areinha, Coroado e Coroadinho.
87
• Configurar-se como usina piloto para o desenvovimento de tecnologia e
recursos humanos em projetos que utilizem as marés como fonte de
energia;
• Impor um novo regime de operação à barragem, uma vez que as
comportas do sistema de tomada de água estariam, permanentemente,
abertas durante a geração de energia, contribuindo para o bom
funcionamento do escoamento fluvial;
• Melhorar a qualidade ambiental do reservatório, através do processo de
renovação da água, proporcionado pela geração maremotriz, ocasionando
impacto positivo no ecossistema do estuário;
• Harmonizar a implantação da usina maremotriz aos demais usos do rio
Bacanga, tais como a pesca, a ocupação antrópica, as condições de
habitação, a recreação e o controle de inundações, no contexto do uso
múltiplo de reservatórios;
• Provocar a revitalização da área, através da recuperação ambiental e
paisagística, transformando-a em atrativo turístico que resultaria na
inserção da população local, criação de empregos e geração de renda.
88
livre para variar de acordo com a maré e, desta forma, obter-se-ão os desníveis
necessários para a geração de eletrecidade.
89
5- Resultados
90
• Avaliação da viabilidade física e técnica da implantação de uma usina
maremotriz.
1 10mm
= espaçamento = 50 m (5.1)
5000 espaçamento
91
Logo, o espaçamento das linhas de sondagem resultou em 50 metros. Em relação
ao espaçamento entre as sondagens, a norma da Marinha determina que esta não deve
ser inferior a 5 mm, o que corresponde a 25 m neste caso. Entretanto, considerando a
taxa de amostragem do transdutor de 2 segundos e uma velocidade da embarcação de 4
m/s, o intevalo entre as sondagens seria de, aproximadamente, 8 metros.
x−µ
z= z = 1,96 para 95 %
σ
1,5mm.5000
σ= = 3,75m (5.2)
1,96
92
Quanto à precisão das profundidades obtidas no levantamento, a norma
determina que o erro total na medida não deve exceder 0,3 metros em profundidades de
0 a 30 metros e 1 % das profundidades para aquelas maiores que 30 metros, com uma
probabilidade de 90 %. Neste caso, a variável reduzida z da distribuição normal é igual
a 1,64 e a tolerância (x-µ) deve ser inferior a 0,3 metros. Então, a equação 5.3 calcula o
limite do erro na medição da profundidade.
x − µ 0,3m
σ= = = 0,18m (5.3)
z 1,64
PS = PR – hM (5.4)
Foram empregadas duas réguas graduadas com espaçamento de 0,1 metros para
ser efetuada a leitura das alturas de maré durante os trabalhos de batimetria. A régua
colocada a jusante da barragem possui 7,0 metros e foi fixada no platô da estrutura entre
dois vertedores, na cota 4,56 metros do IBGE. A montante, a régua era menor,
possuindo 4,8 metros, em virtude da variação do nível de água no reservatório ser
menor do que a jusante. Esta foi instalada na cota 6,03 metros do IBGE. As cotas de
instalação de ambas as réguas foram adotadas como referências de nível RN1 e RN2,
respectivamente.
93
A medição foi realizada durante quatro dias, sendo o primeiro destinado à
preparação e montagem dos equipamentos, bem como, a instalação das réguas. Para a
medição da área a jusante da barragem, especial atenção foi dada ao horário das
preamares, concentrando-se a amostragem dos pontos em torno deste período. Desta
maneira, foi assegurado o levantamento de uma maior área. As rotas seguidas pela
embarcação formam transversais ao talvegue do rio, como sugerido para este caso. O
percurso realizado pela embarcação ao longo do levantamento é a apresentado na Figura
5.2.
94
Figura 5.3: Calculadora do algoritmo de Vicenty adaptado para o levantamento batimétrico
95
empregado para a manipulação, espacialização dos dados e, também, cálculo de área e
volume. A Figura 5.5 mostra as linhas isóbatas do reservatório do Bacanga e as Figuras
5.6 e 5.7 apresentam uma visualização tridimensional desta batimetria.
A curva cota x área x volume foi elaborada a partir dos valores encontrados pelo
Surfer para cada nível de enchimento do reservatório. A Figura 5.8 mostra a curva cota
x área x volume para o reservatório.
30
Área (km²); Volume (hm³)
25
20
área (km²)
15 volume (hm³)
10
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0
Cota z (m)
97
As Tabelas 5.1 (a) e (b) apresentam os valores de área e volume do reservatório
para as cotas de enchimento, calculadas a partir do levantamento batimétrico realizado
em 2007 e aquele realizado em 1980 pela Sondotécnica (Eletrobrás, 1980),
respectivamente.
Tabela 5.1 (a) e (b): Áreas e volumes do reservatório em relação à sua cota de enchimento
(a) Levantamento de 2007 (b) Levantamento de 1980 (Eletrobrás, 1980)
cota z (m) área (km²) volume (hm³) cota z (m) área (km²) volume (hm³)
0 0,56 0,64 0 - 0
0,5 0,81 0,99 0,5 - 0,7
1 1,09 1,46 1 1,4 1,6
1,5 1,57 2,11 1,5 1,8 2,8
2 2,48 3,10 2 2,1 3,8
2,5 5,19 4,95 2,5 2,4 5,1
3 5,85 7,72 3 2,7 6,3
3,5 - 10,65 3,5 3,1 7,5
4 - 13,58 4 3,4 9,1
4,5 - 16,50 4,5 3,8 11
5 - 19,43 5 5,2 13,4
5,5 - 22,36 5,5 8 16,6
6 - 25,28 6 11 20,7
6,5 - 28,21 6,5 13,6 26,6
7 - - 7 15,4 32,5
98
Figura 5.9: Levantamento batimétrico do estuário realizado em 2007
(Cotas referenciadas ao zero da DHN)
A proximidade dos valores de altura de maré nas referidas estações pode ser
explicada por se tratar da mesma onda de maré, que se propaga pela baía de São Marcos
com poucas perdas de amplitude, porém apresentando diferença de fase. O registro de
marés do terminal da Ponta da Madeira foi escolhido para a realização da previsão de
marés devido ao fato de cobrir o maior tempo de medição, de janeiro de 1991 a janeiro
de 1996.
100
As Figuras 5.12 (a) e (b) mostram o comportamento das marés em Ponta da
Madeira ao longo de um mês em dois períodos distintos do ano.
3,50
3,00
Janeiro/91
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
Altura (m)
0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
2/1/91 0:00 7/1/91 0:00 12/1/91 0:00 17/1/91 0:00 22/1/91 0:00 27/1/91 0:00 1/2/91 0:00
Data
Figura 5.12 (a): Alturas de maré durante o mês de janeiro em Ponta da Madeira
3,5
jul/91
3
2,5
1,5
0,5
Altura (m)
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
1/7/91 0:00 6/7/91 0:00 11/7/91 0:00 16/7/91 0:00 21/7/91 0:00 26/7/91 0:00 31/7/91 0:00
Data
Figura 5.12 (b): Alturas de maré durante o mês de julho em Ponta da Madeira
Nomes Frequência Amp. (m) erro (m) Fase (°) erro (°)
Na seqüência, uma série de alturas de maré horárias foi criada através do módulo
de previsão de maré. As séries criadas a partir deste processo de previsão de maré
poderão se configurar como suporte para todo o funcionamento de uma usina a ser
implantada. A principal variável na geração de energia hidrelétrica é a altura de queda, a
qual é calculada a partir das alturas de maré atuante, descontando, eventualmente, as
dimensões dos equipamentos, folgas, perdas de carga, entre outros.
Uma análise de fequência das alturas de maré foi realizada com a finalidade de
se determinar as situações extremas de operação da usina. Os valores anuais mínimo e
máximo encontrados para as alturas de maré em Ponta da Madeira foram de 2,4 e 6,2
102
metros respectivamente. A curva de permanência das alturas de maré foi construída a
partir desta informações e está apresentada na Figura 5.13.
7,0
6,0
Alturas de maré (m)
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 20 40 60 80 100
Freqüência (%)
Os resultados obtidos nas seções anteriores serviram como dados de entrada para
elaboração de um modelo matemático de geração de energia. O modelo baseia-se nas
teorias de Bernshtein (1961), Gibrat (1966), Prandle (1984) e Godin (1988), utilizando
as equações de energia hidráulica adaptadas para os esquemas maremotrizes. A energia
gerada dependerá, basicamente, das alturas de queda, das vazões aduzidas e da
eficiência dos equipamentos eletromecânicos funcionando sob essas condições.
103
Este modelo simula a geração de energia a cada hora a partir dos dados de altura
de queda, vazão, níveis, áreas e volumes do reservatório e estuário. As alturas de maré
previstas são a base para o cálculo das alturas de queda bruta. Por outro lado, a
determinação da altura de queda disponível dependerá do conhecimento das estruturas e
equipamentos a serem utilizados na geração hidrelétrica. Os resultados horários do
modelo são subsídios para a operação da usina.
104
Ambas as cotas do reservatório, Zres, e do estuário, Zmar, são funções do tempo,
sendo implementadas no modelo através de lista de dados geométricos do reservatório e
dados de maré, respectivamente. A equação 5.7 apresenta uma formulação deste
cálculo.
105
P = ρ m .g.Q.( Z 50% − Z res ) = 9,81.1025.55,5.(5,7 − 2,5) = 3,14 MW (5.9)
t2
E ciclo = ρ m .g . ∫ ( Z 50% − Z res ).Q.dt = 9,5.10 3 kWh / ciclo (5.10)
t1
6,00
5,00
4,00
níveis (m)
3,00
2,00
1,00
estuário reservatório
0,00
0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00
tempo (h)
106
3500
h = 4,4 m
3000
2000
1500
1000
500
0
0:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
tempo (h)
h = 3,9 m
2500
potência instantânea (kW)
2000
1500
1000
500
0
00
00
00
00
00
00
0
0
:0
:0
:0
:0
:0
:0
:0
7:
9:
1:
3:
5:
7:
11
13
15
17
19
21
23
tempo (h)
107
5000
h = 5,8 m
4500
4000
potência instantânea (kW)
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
01
01
01
01
01
01
1
1
:0
:0
:0
:0
:0
:0
:0
4:
6:
8:
0:
2:
4:
10
12
14
16
18
20
22
tempo (h)
Ao longo de um mês, pode ser observado a variação semanal das marés que
influenciam na geração maremotriz. A descontinuidade na geração é própria de muitas
fontes renováveis, que aproveitam recursos intermitentes da natureza. Obviamente, a
necessidade da complementação com outro sistema de energia é desejável. Todavia, a
energia das marés é a mais previsível entre estas fontes e, por esta razão, o modelo de
geração de energia ora apresentado tem capacidade de estimar a geração de energia
através dos anos.
108
109
p o tên cia in stan tân ea (kW )
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 0
1 2 :0 0
0 :0 1
1 2 :0 1
0 :0 1
1 2 :0 1
0 :0 1
1 2 :0 1
0 :0 1
1 2 :0 1
tempo (h)
0 :0 1
1 2 :0 1
0 :0 2
1 2 :0 2
0 :0 2
1 2 :0 2
0 :0 2
1 2 :0 2
0 :0 2
110
6- Sumário, Conclusões e Recomendações
6.1 - Sumário
111
projetos elaborados posteriormente, como também, indiretamente, fomentaram
desenvolvimento de novas turbinas hidráulicas.
6.2 - Conclusões
Desta forma, uma das principais contribuições desta dissertação foi a de elaborar
uma metodologia replicável para a avaliação de locais favoráveis à implantação de
aproveitamentos maremotrizes. No desenvolvimento de projetos com aplicação desta
metodologia é importante que sejam considerados outros objetivos, além da geração de
eletricidade, como os impactos sociais e econômicos decorrentes da implantação da
obra.
112
As atividades de levantamento de campo, processamento de dados e modelagem
são desejáveis para o processo de avaliação hidroenergética da região selecionada. A
seguir, estão enumerados os principais dados a serem obtidos para a investigação da
viabilidade de uma determinada região:
113
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, o desenvolvimento do projeto
conceitual, com a utilização de turbinas de baixa queda, plataforma flutuante para as
turbinas e considerando, especialmente, as restrições encontradas atualmente, como a
ocupação do entorno, o assoreamento e a degradação das estruturas, faz com que a usina
maremotriz do Bacanga seja tecnicamente possível.
6.3 – Recomendações
114
7- Referências Bibliográficas
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Hidrocinetica, www.unb.br
119
Geometria do
reservatório
Levantamentos Modelo
Morfologia
Batimétricos e Físico
do estuário
Topográficos
Assoreamento
Previsão de
Amplitudes Marés
de maré Modelo de
Medições Levantamentos geração de
Vazão
no Estuário Maregráficos e energia
Oceanográficos
Ondas
Sedimentos
Modelo
Hidrodinâmico
Clima
Levantamentos
Climáticos e Ventos
Meteorológicos
Precipitação
Figura A.1: Fluxograma das atividades para avaliação de locais favoráveis ao aproveitamento maremotriz
120
Anexo 2 – Complexo portuário de São Luís
121