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... surgiu nos Estados Unidos com o Sherman Act, em 1890, e evoluiu de formas variadas
em muitos países, com diferentes objetivos.
Defesa da Concorrência:
Objetiva assegurar que o processo competitivo ocorra da melhor forma possível, sem que um
agente econômico tenha o poder de sozinho ou em conjunto com outros deturpar ou criar
obstáculos à produção dos benefícios gerados pela existência da concorrência.
Regulação antitruste: as regras da defesa da concorrência precisam ser válidas para todo
e qualquer setor da economia.
Truste x Cartel
Truste x Cartel
Truste x Cartel
Truste x Cartel
Truste x Cartel
A punição das pessoas jurídicas é complexa e pode ter impacto para além da empresa
que praticou a conduta, quando ela faz parte de um grupo econômico.
Justiça pode ver empresas sob controle comum como grupo econômico (caso em JP).
Quando grupo econômico, o cálculo poderá ter base no faturamento de todo o grupo.
Em alguns casos o CADE pode aprovar sem restrições, mas em outros pode impor
restrições (condições). Ex: Sadia x Perdigão.
Repressiva: condutas consideradas anticompetitivas são investigadas e coibidas.
PENAS: rol de penas aplicáveis pelo Cade por ilícitos concorrenciais incluem:
i. Multas até 20% do valor do faturamento bruto do grupo econômico no ramo de atividade;
ii. Exigência de divulgação da condenação em mídia de grande circulação;
iii. Proibição de contratar com instituições financeiras oficiais (incluindo o BNDES) ou de participar
de processos licitatórios;
iv. Inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor;
v. Recomendação de licença compulsória de patente e outros direitos de propriedade intelectual;
vi. Até mesmo a cisão da sociedade.
Para pessoas físicas, acrescente-se a proibição do exercício do comércio por período de até 5 anos.
Nos casos de Cartel, a conduta, além de ser punível na esfera administrativa pelo Cade, configura
crime contra a ordem econômica, podendo ensejar a pena de reclusão, de 2 a 5 anos e multa.
CONDUTAS COLUSIVAS
Colusiva é toda prática que envolve a coordenação da conduta por mais de um agente econômico.
O que o Cade considera suficiente para comprovar que o cartel existiu: provas diretas ou indiretas.
Prova direta: materializa a conduta, demonstrando que, de fato, houve contato entre as
partes e acordo para a cartelização.
E-mails, agendas, cartões, apresentações e em casos extremos até minutas de
acordos formuladas pelas empresas.
Nos casos da operação Lava Jato, autoridades encontraram evidências de um
“estatuto” montado entre as empresas para organizar as práticas ilícitas, disfarçado
como manual de regras de clubes de futebol e de tênis.
CONDUTAS COLUSIVAS
CONDUTAS COLUSIVAS
Em 2014, o Cade celebrou acordo com a General Motors do Brasil, em que a empresa
concordou em pagar 33 milhões de reais, relativo a um suposto cartel em licitações de
compras de 200 ambulâncias para o Sistema Único de Saúde no Estado de São Paulo.
Para o Cade, um dos principais indícios de fraude e cartel em licitação foram as
propostas das empresas, que eram praticamente idênticas entre si, mudando apenas
alguns detalhes, o valor e o logotipo.
CONDUTAS UNILATERAIS
São ilícitas quando ficar demonstrado seu efeito negativo no mercado, ainda que potencialmente.
Na Lei de Defesa da Concorrência, existe uma previsão que indica que uma posição
de 20% do mercado é considerada apta a ser dominante.
Práticas que geralmente são investigadas pelo Cade são cláusulas de exclusividade:
2. Preço predatório;
3. Venda casada;
4. Entre outras.
A intenção é criar uma corrida entre aqueles que participam do ilícito, para
desestabilizar a rede de confiança e gerar um incentivo à denúncia.
A lei estabelece critérios para que uma leniência seja de fato assinada:
(iii) Por último, deve haver um compromisso de cooperação com as investigações, que
precisa ser concretizado desde o princípio por meio da apresentação de documentos
que comprovem a prática.
Não é suficiente “contar um conto” ao Cade para ter a possibilidade de assinar um acordo.
O guia do Cade cita alguns exemplos de documentos que são considerados hábeis à comprovação:
1. Troca de e-mails entre concorrentes;
2. Troca de e-mails entre pessoas da mesma empresa, relatando os ajustes entre concorrentes;
3. Troca de correspondências entre concorrentes;
4. Troca de correspondências entre pessoas da mesma empresa, relatando ajustes entre
concorrentes;
5. Troca de mensagens de texto e/ou voz eletrônicas (SMS, WhatsApp, Skype etc.);
6. Agendas, anotações manuscritas, cadernos;
7. Gravações;
8. Tabelas e planilhas Excel;
9. Comprovantes de reuniões (atas, compromisso de Outlook, agendamento de salas, reservas de
hotéis, extrato de cartão de crédito, comprovantes de viagens etc.);
10. Extratos telefônicos;
11. Cartões de visita;
12. Editais e atas de julgamento de certames etc.
O CASO SIEMENS
A empresa alemã Siemens foi protagonista de um dos maiores casos de corrupção em
escala global já verificados. Uma investigação nos Estados Unidos identificou que, entre
2001 e 2007, a empresa teve como política de atuação o suborno a autoridades de
diversos países ao redor do mundo, de forma a obter lucrativos contratos públicos.
A dimensão do esquema era tamanha que as investigações chegaram a envolver 60% das
receitas da empresa em operações na Ásia, África, Europa, no Oriente Médio e nas
Américas. Estima-se que a quantia total paga a título de propina teria alcançado a cifra de
1,4 bilhão de dólares. Foram abertas investigações em mais de dez países, e a empresa foi
condenada pela União Europeia (o que a levou a ficar proibida de participar de licitações do
Banco Europeu de Investimentos – BEI – até o final de 2014) e em diferentes países.
Esse escândalo levou a Siemens a uma grande reformulação interna, inclusive com a troca
de boa parte da sua diretoria – em 2007 o presidente da companhia deixou o cargo, além
de outros membros de altos cargos, que também renunciaram. A partir de então, a Siemens
optou por realizar acordos com as autoridades americanas e alemãs, de forma a evitar
mais condenações à empresa e restaurar sua imagem.
O CASO SIEMENS
Como consequência dessa nova política interna, em 2013, a Siemens realizou acordo de
leniência com o Cade, em que denunciou a existência de um suposto cartel do metrô de
São Paulo. A partir das informações obtidas na leniência, o Cade e o Ministério Público
Federal iniciaram uma investigação contra mais de 15 empresas e 100 funcionários
acusados de participar dos fatos denunciados pela Siemens. A investigação ainda está em
curso.
LENIÊNCIA PLUS
LENIÊNCIA PLUS
Apenas a 1ª empresa ou pessoa física que busca a autoridade para relatar uma prática
colusiva pode assinar um acordo.
Requisitos para a celebração do acordo, que sempre precisam ser preenchidos por
qualquer proponente para que a negociação se concretize:
1. O primeiro proponente de TCC pode ter redução de 30% a 50% do valor em relação à
multa esperada;
A vantagem das organizações que têm um programa de compliance bem estruturado para
a celebração de TCCs é evidente.
Como nos casos de leniência, serão capazes de atuar com maior agilidade e precisão;
ACORDOS JUDICIAIS
Terceira possibilidade de negociar com a autoridade, quando o caso já foi julgado pelo
Tribunal e está perante um juiz.
Função de chegar a um consenso quando há uma condenação, que foi levada ao judiciário,
mas é interesse da Administração e da parte encontrar uma solução rápida e eficiente.
O Cade opta por negociar, porque o juiz tem o poder de reformar ou cancelar a decisão.
ACORDOS JUDICIAIS
CONSULTAS
Uma entidade ou pessoa física pode questionar o Cade sobre a licitude de uma
determinada prática comercial antes mesmo de ela ser foco de qualquer investigação.
O questionamento pode fazer referência tanto à prática que ainda não se concretizou
quanto à conduta já em curso.
É preciso descrever uma situação fática real, ainda que futura, e não fazer perguntas
abstratas ou genéricas.
O Cade não aceita consultas sobre práticas que não encontram base em nenhum fato ou
projeto reais.
Caso seja identificada uma prática comercial que a empresa deseja implementar, mas
sobre a qual a equipe de compliance tem dúvidas, é possível perguntar diretamente ao
Cade se de fato a conduta é permitida.
O Cade tornou a preocupação com esses programas quando editou e, 2015 o Guia para
Programas de Compliance Concorrencial.
Traz orientações tanto sobre como estruturar um programa robusto, quanto sobre
algumas condutas puníveis de acordo com a defesa da concorrência.