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Gêneros,

formas e estilos
Autora
Katia Renner
Sumário
Fazendo gênero.....................................................04
Formas musicais. .......................................................05

Algumas formas musicais.....................................08


Abertura........................................................................ 08
Concerto para solista...................................................... 09
Dança............................................................................ 14
Poema sinfônico............................................................. 17
Sonata............................................................................ 19
Sinfonia......................................................................... 20

Gêneros e estilos populares...................................22


Samba............................................................................ 22
Choro............................................................................ 24
Bossa nova..................................................................... 26
Baião.............................................................................. 27
Rock´n roll...................................................................... 28
Rap................................................................................ 29

Curiosidades.........................................................34
Instrumentos desconhecidos.................................36
Referências...........................................................39
Fazendo
gênero
Uma das maneiras de conhecermos os objetos é por sua forma. Observe que dentro de uma mesma
categoria, como árvores, flores ou frutas, há muita variedade de elementos. Diferentes combinações
enriquecem e especificam uma espécie.
Assim também podemos pensar na música quando o compositor tem diante de
si muitos timbres, sons instrumentais e vocais. Uma composição reúne um con-
junto de elementos sonoros, tornando-se única, mesmo que faça parte de uma
categoria estrutural maior. Cada categoria agrupa obras musicais que com-
partilham elementos semelhantes, sendo assim organizadas por gêneros.
Alguns desses gêneros são definidos por região geográfica, como a músi-
ca brasileira, indiana ou argentina. Outra maneira de agrupar as compo-
sições é considerar a ordem cronológica dos períodos da história ocidental,
como renascença, barroco, clássico etc. Ou então os modos de composi-
ção, como concerto, ópera, sinfonia etc. Outras categorias referem-se aos
estilos, como rock, pop-rock, rap, reggae, jazz, valsa, samba, tango, música
eletrônica, new age etc. Algumas peças musicais não se encaixam em nenhu-
ma divisão, caracterizando-se por conterem elementos diversos, criando a sua
própria distinção.

Riquezas são diferentes

Observando e ouvindo todo esse incrível e surpreendente universo sonoro, podemos considerar
que as divisões – sejam elas por gêneros, estilos e formas musicais – são categorizações para organizar

4 Cultura Musical
a imensa produção musical do ser humano em todas as épocas e lugares. Os

IESDE Brasil S.A.


elementos sonoros são recursos à disposição do compositor, que tem a função
de dar corpo e alma a um conjunto de ritmos, melodias, timbres e harmonias,
construindo assim a sua obra. Uma dica é ficar livre dos preconceitos e se pôr
à disposição para ouvir a música com sentimento e prazer, mas também com
inteligência. A percepção sonora busca descobrir como o compositor realiza a
sua obra, como coloca suas ideias e as desenvolve, sobretudo como usa a sua

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criatividade, inovando e contribuindo para a evolução da arte musical.
Vamos conhecer (ou recordar) algumas maneiras de os compositores darem
forma à sua matéria-prima: o som.
Inicialmente, faremos uma breve análise de algumas formas musicais
da música ocidental.

Formas musicais
Forma musical é a maneira de os compositores arranjarem e ordenarem suas ideias
musicais, resultando na elaboração, modelagem e estrutura da composição. A obra
musical não nasce no vazio, pois cada uma tem o seu projeto, o seu fundamento sonoro
e um sistema de construção.
É importante conhecer a estrutura de uma obra musical para descobrir suas raízes
e as intenções do músico ao desenvolver suas ideias. São diversas as possibilidades de
tornar uma criação interessante, curiosa, bela, arrojada ou inovadora. Devemos lembrar
que o processo de compor envolve o descobrimento de novas combinações sonoras que
se mesclam com ritmos e harmonias na tentativa de superar o que já se conhece. Além dos
elementos da estrutura musical, como a melodia, o ritmo e a harmonia, é necessário pensar
em como dar expressão aos ideais musicais. Não basta ter lindas melodias, ritmos interessantes e
harmonias corretas: é decisivo que haja uma consistência de toda a obra, uma reunião orgânica e equilibrada
das partes isoladas, determinada pela forma.

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Gêneros, formas e estilos musicais 5


Descartáveis e imortais

Quando as composições são simples e de fácil compreensão, pode-se per-


ceber a sua forma rapidamente. São peças musicais que chegam ao agrado
do público ouvinte por conterem alguns elementos que chamam a aten-
ção e agradam. Porém, muitas dessas músicas não permanecem, caindo
no esquecimento. As obras que possuem valor artístico permanecem por
muito tempo pela força expressiva dos seus elementos como uma unidade
determinada pela forma musical. Essas peças são consideradas imortais pois
são ouvidas há muitos séculos.

Repetição e contraste

Repetição e contraste são os elementos básicos usados para dar forma à composição.
A repetição de ideias é necessária para encadear a música, para dar unidade à com-
posição.
Os contrastes resultam da combinação de sons ou da oposição de diferentes pa-
drões sonoros. São infinitas as possibilidades de o compositor contrastar um momento
musical com outro.
te.
omple

6 Cultura Musical
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Coms
As obras que
possuem valor
artístico [...] são
consideradas imortais
pois são ouvidas há
muitos séculos.
Alguns exemplos de contraste

OO Ritmo: um desenho regular e pouco marcado por


OO Altura: sons graves contrastam com agudos.
oposição a outro entrecortado e muito acentuado.

OO Andamento: lento/rápido.
OO Dinâmica: forte/fraco.
OO Caráter: alegre/triste; ligeiro/solene.
OO Harmonia: consonante/dissonante.
OO Timbre: agudos e brilhantes em oposição a sóbrios e
OO Silêncio: em oposição ao som.
profundos.

Vamos ficar atentos para conferir como os compositores se


utilizam desses e de muitos outros recursos sonoros em suas
composições.
Observe o exemplo desses recursos em uma canção.

Rogério Flausino e Wilson Sideral


Fácil
Faixa 25 (CD 2)

Gêneros, formas e estilos musicais 7


Algumas
formas musicais
Abertura
Composição orquestral que serve de introdução a uma obra lírica, a ópera, por exemplo, é como um breve
resumo da história que se desenvolve diante dos olhos dos que a assistem.
Assim, vamos ouvir na abertura da ópera Carmen, os vários contrastes que o compositor traz nesse trecho.
O músico tem, entre outros objetivos, o de apresentar aos ouvintes um breve resumo do que virá a acontecer
no desenrolar do drama. A história terá momentos alegres, de euforia, mas também contará passagens tristes e
melancólicas. Ouviremos tudo isso no primeiro contato musical porque o compositor usará dos diversos recur-
sos para criar interesse, enfatizando e realçando seus personagens e o enredo. Observe os grandes contrastes de
ritmos, os movimentos nas alturas sonoras, o andamento variável, assim como os sons fortes e fracos. Iremos
perceber, pelos timbres dos instrumentos, os momentos alegres e também aqueles mais nostálgicos e até trági-
cos. Quando assistir a uma apresentação, fique atento aos gestos do regente, que tem a tarefa de orientar para
que a orquestra seja o mais expressiva possível.

Iremos perceber,
pelos timbres dos
instrumentos, os
Georges Bizet
momentos alegres e
(1838-1875)
também aqueles mais
Abertura da Ópera Carmen nostálgicos e
Faixa 26 (CD 2) até trágicos.

8 Cultura Musical
A seguir, ouviremos a abertura da ópera O Barbeiro de Se-
vilha, de Rossini. Conta-se que Rossini compôs em menos de
15 dias essa peça, que foi apresentada pela primeira vez em 20
de Fevereiro de 1816, no Teatro Argentina, em Roma, onde o
compositor dirigia a orquestra. Observe o estilo de esplendor e
o fantástico final, concluído com um crescendo que faz maciça
utilização dos metais.
Gioacchino Antonio Rossini nasceu em Pesaro, norte da
Itália, em 1792. Compondo tragédias e comédias com fluência
e talento, revelava-se melhor no lado humorístico da vida. Um
dos seus biógrafos fala da “grande gargalhada que Rossini trou-
xe à música”. Ele fez uma carreira de muito sucesso na Itália
e depois em Paris. Apesar de ter sido vaiado na estréia de O
Barbeiro de Sevilha, essa ópera se transformou em um grande
triunfo e continua sendo até hoje. Gioacchino Rossini
(1792-1868)
Abertura:
Concerto para solista O Barbeiro de Sevilha
Faixa 27 (CD 2)
O termo concerto deriva do verbo latino concertare, que sig-
nifica “rivalizar” e também “conversar”. Como forma musical, o
concerto é uma composição instrumental em que há um diálogo,
mesmo de oposição, entre um ou vários instrumentos e o conjunto
da orquestra. Na forma clássica, iniciada com Wolfgang Amadeus
Mozart, o concerto divide-se em três andamentos: um primeiro
andamento rápido (allegro); um segundo andamento lento (an- [...] O concerto
dante ou adágio) e um terceiro andamento rápido (allegro). Apro-
é uma composição
ximadamente de 1770 a 1785, o concerto se impôs, quase que
instrumental em que
há um diálogo,
só por intermédio do violino, que foi o instrumento solista mais
utilizado. Mas nessa época já haviam sido usados outros instru-
mesmo de oposição,
entre um ou vários
mentos solistas para dialogar com a orquestra, como o violoncelo,
instrumentos e o conjunto
o trompete, a flauta, o fagote, o trompete, a trompa, o oboé.
da orquestra.
Gêneros, formas e estilos musicais 9
Mozart explora muito os recursos dramáticos do piano e
seus concertos para esse instrumento são considerados por
muitos como modelos perfeitos. Seus concertos para violino e
orquestra e os concertos para instrumentos de sopro (de difícil
Wolfgang Amadeus Mozart
domínio técnico) são obras destacadas.
(1756-1791)
Concerto para Clarinete e
Orquestra em Lá Maior, K. 622,
Segundo Movimento: Adágio
Faixa 28 (CD 2) Como nenhum outro na sua época, Mozart vale-se dos re-
cursos tímbricos do clarinete. Nesse movimento (adágio) do
seu Concerto para Clarinete e Orquestra há uma grande ampli-
dão melódica, com melancolia e serenidade. Essa obra foi uma
encomenda do seu amigo e clarinetista Anton Stadler, sendo
composta em 1791. É um de seus últimos trabalhos – Mozart
morreu logo após.
Com Ludwig van Beethoven, o gênero concerto chegou ao
seu apogeu, especialmente no Concerto para Piano em mi be-
mol maior, op. 73, Imperador, de 1811.
Ludwig van Beethoven
(1770-1827)
Concerto para Piano n. 5,
O Imperador, op. 73,
Primeiro Movimento: Allegro

Domínio público.
Faixa 29 (CD 2)

Mozart.
10 Cultura Musical
O concerto Imperador
A tonalidade em mi bemol maior é muito uti-
lizada por Beethoven quando quer exprimir a ideia
de grandeza ou sugerir a ideia de poder. O concer-
to Imperador foi composto quando a Áustria e a
França estavam em guerra e Viena havia sido ata-
cada e bombardeada pelos exércitos de Napoleão.
Beethoven havia dedicado essa obra ao arquiduque
Rodolfo, seu aluno e protetor, que deixou a capital
austríaca com a corte imperial. Sentindo-se deso-
lado, pois havia escrito um “canto de triunfo para
o combate”, o compositor só concluiu o concerto
depois da partida das tropas francesas e da assina-
tura da paz, em 1809.
O Imperador foi apresentado pela primeira vez

Domínio público.
em audição pública em Leipzig, em 28 de novem-
bro de 1811, agradando muito ao público, embora
a crítica tenha considerado sua extensão “um pouco
exagerada”.

Beethoven.

Gêneros, formas e estilos musicais 11


Surgiram concertos para vio-
loncelo compostos por Schumann,
Saint-Saëns, Brahms e Dvorak no
século XIX, o século do concerto
para piano e orquestra, consagran-
do o papel do solista virtuoso e en-
fatizando a interpretação subjetiva
com os compositores Schumann,
Chopin, Liszt, Brahms, Tchaiko-
vsky, Grieg, Weber, Mendelssohn e
Saint-Saëns.
No século XX os concertos ino-
varam na sua forma com Ravel,
Bartók, Rachmaninov, Stravinsky,
Prokofiev, Poulenc, Jolivet, Alban
Berg, Webern, Elliot Carter, Pierre
Boulez, Henri Dutilleux e György
Piotr Ilitch Tchaikovsky
Ligeti.
(1840-1893)
Concerto para Piano e Orquestra
n. 1 em Si Bemol Menor, op. 23
Faixa 30 (CD 2)
O Concerto para Piano e Or-
questra n.º 1, de Piotr Ilitch Tchai-
kovsky, foi dedicado ao pianista e
maestro russo Nicolai Rubinstein,
que considerou essa obra impos-
sível de ser tocada. Depois dessa
recusa, já com outro intérprete, a
sua primeira apresentação foi em
Boston, em 1875.

12 Cultura Musical
Domínio público.
Beethoven.

Tchaikovsky.

Gêneros, formas e estilos musicais 13


Dança
A música de dança é utilizada pelos compositores, tornando-se
peça de concerto, inspirada em ritmos de danças.
Algumas danças como a pavana (dança da corte),
a courante, o minuete e a bourée foram utiliza-
das por compositores como Lully e Bach.
A valsa, derivada de danças camponesas
alemãs e austríacas, surgiu no século XVIII e somente
no século XIX, em Viena (Áustria), essa dança de três
tempos teve seu sucesso com Johann Strauss I e seu fi-
lho Johann Strauss II. Outros numerosos compositores
a utilizaram, como Schubert, Weber, Chopin. A valsa
talvez seja o único estilo que conseguiu se adaptar a uma
escrita complexa mantendo seu caráter dançante. Por esse
motivo, muitos compositores puderam incluí-la em obras
diferentes umas das outras como em sinfonias, bailados ou
óperas. Também como peça refinada, sem outras pretensões,
foi utilizada por Liszt, Ravel ou Schoenberg.

Avalsa, derivada de
danças camponesas Isto
ck P
hot
alemãs e austríacas, sur-
o.

giu no século XVIII


e somente no século
XIX teve sucesso.

14 Cultura Musical
Formas dançantes

Comstock Complete.
A polonaise (dança da corte) foi inspiração para compositores
como Telemann e Bach. A mazurca (dança popular), também de
origem polonesa, serviu ao compositor Chopin para as suas ma-
zurcas, dando-lhes colorido especial.
Entretanto, a polca de origem tcheca, manteve apenas sua
condição de música de divertimento.
Principalmente nas Américas, pela grande convergência étnica,
os séculos XIX e XX favoreceram o ressurgimento das formas dan-
çantes, como o ragtime, o fox-trot, o charleston, o boogie-woogie e,
especialmente na América Latina, o tango, o samba etc.
Monumento ao Rei da Valsa Johann Strauss no
Parque Municipal de Viena, na Áustria.

Johann Strauss II
No belo Danúbio Azul é a composição mais famosa de Johann
(1825-1899)
Strauss II (1825-1899). Estreou em 15 de fevereiro de 1867, em
um baile de carnaval, no salão de uma piscina pública. Original- Danúbio Azul
mente, essa obra tem o nome No belo Danúbio Azul, mas no Brasil Faixa 31 (CD 2)
costuma-se chamá-la Danúbio Azul. Na prática, é o hino da Áus-
tria. Seis meses depois de sua estreia, foi apresentada em Paris nas
festividades de Exposição Universal, triunfando.
Essa famosa peça tem o símbolo do gosto pelo luxo e pela
festa. A partir de 1825, esse estilo de música para dançar teve
uma excelente aceitação em Viena e rapidamente se espalhou por
toda a Europa.
Johann Strauss II
Trischt Trascht Polka, op. 214
Faixa 32 (CD 2)

Gêneros, formas e estilos musicais 15


Bolero, uma composição de Ravel, é a música francesa

Domínio público.
mais tocada no mundo. Foi encomendada pela dançarina Ida
Rubinstein e estreou na Ópera de Paris em 1928, com grande
sucesso. A obra repete 17 vezes um grande tema único, sem o
desenvolver. O tema é introduzido pela flauta acompanhada
por tambor e pizzicati (cordas beliscadas). A cada repetição
ingressa um novo instrumento, como o clarinete, após o fa-
gote, outro clarinete, o oboé etc. O tambor se mantém em
um ritmo constante. A única dinâmica apresentada é um pro-
gressivo crescendo orquestral. À medida que os instrumentos
vão ingressando, a intensidade sonora aumenta, provocando
um belíssimo carrossel de timbres e no final conclui com um
monumental volume sonoro.
O argumento do Bolero para orquestra (1929): a ação
acontece em uma estalagem espanhola. Uma cigana, em pé
em uma grande mesa, inicia um passo de dança e aos poucos
entusiasma-se pelo ritmo da música. Quatro homens se apro-
Maurice Ravel.
ximam da mesa progressivamente, rodeiam a cigana e também
se deixam contagiar pelo envolvente ritmo da peça. A seguir,
podemos verificar o tema (ideia principal) do Bolero.

Tema do Bolero (início).

Joseph-Maurice Ravel
(1875-1937)
Bolero
Faixa 33 (CD 2)

16 Cultura Musical
Poema sinfônico

Jonathan Hornung.
O poema sinfônico é uma composição para orquestra, deter-
minada por uma ideia ou um motivo extramusical descritivo ou
poético. É a chamada música programática, que busca descrever
com sons um sentimento, uma paisagem, um personagem ou ou-
tros temas. Essa música “conta uma história” ou procura meios
para estimular imagens na mente do ouvinte.
Como forma musical, o poema sinfônico se desenvolveu prin-
cipalmente na segunda metade do século XIX. É uma obra escrita
para a orquestra em um só movimento, mas geralmente é mais
longa e de forma mais livre. Franz Liszt (1811-1886) foi o primei-
ro a compor uma série de poemas sinfônicos que são verdadeiras
pinturas românticas, como se fossem quadros mostrando as paisa-
gens de diversos lugares. Por exemplo, escreveu Hamlet (baseado
na peça de Shakeaspeare) e Orfeu (baseado na lenda grega). Várias
obras, desde o Renascimento, já tinham caráter descritivo, mas
durante o período romântico houve intenção de associar a música
à pintura e à literatura.
Como exemplo, vamos ouvir uma peça do compositor tcheco
Antonín Dvořák, que foi um violista talentoso. Nessa obra, po-
dem-se observar as influências da música folclórica.

Antonín Dvořák Estátua de Antonín Dvořák.


(1841-1904)
Dança Eslava n. 2
Faixa 34 (CD 2)

Gêneros, formas e estilos musicais 17


A próxima peça é do compositor russo Modest

Domínio público.
Mussorgsky, e nos traz audácias na orquestração. Sua
intenção foi descrever musicalmente uma assembleia
noturna de feiticeiras, enquadrando em um único
andamento os quatro episódios que a compõem:
reunião das feiticeiras, cortejo do diabo, missa negra
e assembleia noturna das feiticeiras presidida pelo
diabo. Esse ambiente satânico foi alcançado porque
Mussorgsky deu um tratamento diferenciado à or-
questra. Observe os recursos sonoros utilizados, os
quais nos transportam para aquele ambiente.

Retrato de Mussorgsky, por Ilya Repin.

Modest Mussorgsky
(1881-1938)
Uma Noite no Monte Calvo
Faixa 35 (CD 2)

18 Cultura Musical
Sonata
Sonata é uma peça quase sempre instrumental, geralmente em vários mo-
vimentos, para um solista ou um grupo. A sonata surgiu no século XVI, e seu
nome deriva da palavra sonare ("soar"), em oposição à cantata, do italiano cantare
(“cantar”). Os movimentos da sonata têm a sequência de lento-rápido-lento, po-
dendo haver um quarto movimento. Entre os compositores do século XX, já há
o rompimento com o modelo da sonata tradicional.

Ludwig van Beethoven


(1770-1827)
Sonata para Violino em Fá Maior,
op. 24, Primavera, Quarto Movimento:
Rondó, Allegro ma non Troppo
Faixa 36 (CD 2)

19
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Sinfonia
O termo sinfonia significa “reunião de sons”. A maioria das sinfonias apresenta
quatro movimentos, que diferem um do outro pelo andamento e pelo caráter e

OO Primeiro movimento: composto por três seções principais – exposição, em


estão constituídos conforme abaixo.

que o compositor apresenta suas ideias principais, chamadas temas; desen-


volvimento, em que o material apresentado na seção anterior é explorado
em diversas possibilidades musicais; recapitulação, em que o compositor
procura repetir de maneira diferente as ideias apresentadas na exposição e
então ouve-se novamente o tema inicial e em seguida a coda que concluirá

OO Segundo movimento: tem andamento lento, de estilo mais cantável.


o movimento.

OO Terceiro movimento: apresenta um andamento de dança (minueto) em


Mozart e Haydn. Beethoven substitui o minueto por um brilhante scherzo

OO Movimento final: andamento rápido e de caráter ligeiro, fechando a obra.


(brincadeira).
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20
Movimento
O termo movimento é aplicado a qualquer parte de uma obra
musical suficientemente completa em si mesma para ser encarada
como uma entidade, ensina-nos Sadie (1994).

A próxima audição é o primeiro movimento da Sinfonia n. 6 de


Beethoven, a Pastoral.
Ludwig van Beethoven
(1770-1827)
Sinfonia n. 6 em Fá Maior, op. 68, Pastoral:
Allegro ma non Troppo
Faixa 37 (CD 2)

Com essa obra, Beethoven quis evocar um conjunto de atmosferas


do mundo da natureza, com muitos temas, manifestando tranquila be-
leza. A sinfonia evoca os sentimentos de estarmos em meio ao campo,
com riacho, árvores e pássaros em uma total comunhão. Essa é uma
música ilustrativa. Os instrumentos são utilizados para efeitos imitati-
vos, como o canto dos pássaros. O caráter da peça é muito calmo, com
exceção do quarto andamento (“A Tempestade”), mas encerra com um
tranquilo finale. Beethoven estreou a Pastoral juntamente com a Sinfo-
nia n. 5 em 1808, expondo assim os contrastes entre as duas obras.

Na Pastoral instrumentos
são utilizados para efeitos
imitativos, como o
canto dos pássaros.
Gêneros, formas e estilos musicais 21
Gêneros
e estilos
populares
Samba
O samba é uma dança afro-brasileira e uma forma de
música popular. Originalmente, a palavra significava
as danças de roda trazidas de Angola e do Congo
para a América do Sul. No século XIX, o samba so-
freu um processo de urbanização gradual, adquirindo
traços característicos como a marcação binária (dois
tempos) e um ritmo fortemente sincopado (deslo-
camento do acento). O primeiro samba conheci-
do – Pelo Telefone, de Donga (Ernesto dos Santos)
– surgiu no Rio de Janeiro, por volta de 1920.
Outros grandes compositores se seguiram, como
Noel Rosa, Ari Barroso, Lamartine Babo, João
de Barro e Ataulfo Alves.
Há muitas variações do samba, como o sam-
ba de breque, o samba de partido alto, o samba-
canção, o samba-choro e o samba-enredo (utili-
zado nos desfiles das escolas de samba).
oto.
k Ph

22 Cultura Musical
Istoc
O estilo do compositor carioca Jorge Ben Jor, nascido em 1942,
inclui o samba, o rock, o pop, o maracatu, a bossa nova, o rap e
o samba-rock, com letras que incluem humor e sátira. Sua músi-
ca inclui elementos de influência norte-americana como o jazz, o
soul e o funk. Ben Jor utilizou o violão com uma batida rítmica
diferente que ele batizou de sacudin sacuden. Seu suingue também
é resultado de influências africanas que vieram da sua mãe, nascida
na Etiópia.
As letras de suas canções falam de assuntos variados – entre
eles, o futebol e a escola de samba, como vamos ouvir.

Jorge Ben Jor

Photo Rio News.


(1942)
Lá Vem Salgueiro
Faixa 38 (CD 2)

Originalmente, a palavra
samba significava as
danças de roda trazidas
de Angola e do Congo para
Jorge Ben Jor. a América do Sul.
Gêneros, formas e estilos musicais 23
Choro

IESDE Brasil S.A.


Choro, também chamado de chorinho, é um
gênero instrumental que teve seu início por
volta de 1870. Os conjuntos que o executam
são os chamados regionais e os músicos,
compositores e instrumentistas são os
chorões. O choro tem um ritmo agitado
e alegre, sendo considerado a primeira
música popular urbana do Brasil. Instrumentos típicos do choro brasileiro: violão de
sete cordas, violão, bandolim, flauta, cavaquinho
e pandeiro.

Zequinha de Abreu

Domínio público.
O músico, compositor e ins-
trumentista José Gomes de Abreu,
o Zequinha de Abreu, foi um dos
maiores compositores de choros.
Vamos ouvir Tico-tico no Fubá,
peça apresentada pela primeira vez
em 1917. Ela conquistou grande
popularidade e foi incluída em cin-
co filmes estadunidenses pela divul-
gação e gravação da cantora brasileira
Carmem Miranda.
Zequinha de Abreu.

Zequinha de Abreu
(1880-1935)
Tico-tico no Fubá
Faixa 39 (CD 2)

24 Cultura Musical
Pixinguinha

Instituto Moreira Salles.


O próximo choro abordado foi feito para o sa-
xofone de Pixinguinha e a flauta de Benedito
Lacerda brincarem de gato e canário, sendo
gravado pela dupla em 1949.
Pixinguinha (Alfredo da Rocha Via-
na) compôs algumas peças sobre os bi-
chos, explorando sons onomatopaicos
nas melodias, recurso também utiliza-
do pelos compositores e instrumen-
tistas do período de formação da
música popular brasileira urbana.

Pixinguinha.

Pixinguinha
(1897-1973) e
Benedito Lacerda
(1903-1958)
O Gato e o Canário
Faixa 40 (CD 2)

O choro tem um ritmo


to.

agitado e alegre [...]


Pho
ck
Isto

Gêneros, formas e estilos musicais 25


Bossa nova
A bossa nova é um movimento da música popular brasileira surgido no final da década de 1950 e início
de 1960, tornando-se um gênero musical brasileiro conhecido em todo o mundo.

Antônio Carlos Jobim


(1927-1994)
Águas de Março
Faixa 41 (CD 2)

Universo Online.

Divulgação.
Elis Regina.

26 Cultura Musical
Baião
O ritmo nordestino do baião se transformou em um gênero de música popular urbana
a partir de meados da década de 1940, especialmente pelo trabalho de Luiz Gonzaga
e de Humberto Teixeira. Nascido provavelmente dos violeiros da zona rural do Nor-
deste, estruturou-se como música de dança apresentando um ritmo denominado
balanceio. O novo tipo de canção popular brasileira explodiu em 1946, em um
mercado saturado de boleros e sambas-canções, como uma redescoberta da vita-
lidade rítmica.

Luiz Gonzaga
(1912-1989) e
Humberto Teixeira
(1915-1979)
Baião
Faixa 42 (CD 2)

Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989),


conhecido como Luiz Gonzaga, o Rei do
Baião, nasceu em Exu, Pernambuco.
.
na
er
od

Gêneros, formas e estilos musicais 27


M
ra
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Ed
o
çã
lga
vu
Di
Rock´n roll
Rock’n roll ou rock and roll é um gê-
nero musical que surgiu e se definiu no
sul dos Estados Unidos, durante a década de
1950, espalhando-se rapidamente pelo mundo. A sua
evolução permitiu que a partir dele surgissem muitos estilos
musicais diferentes sob o nome geral de rock ("balanço").
O rock nasceu da mistura de três gêneros americanos
– blues, country e jazz – e apareceu pela primeira vez em
1951, agradando muito o público. O sucesso se deu por
ser uma música voltada para a juventude, incluindo batidas
empolgantes, o estímulo à dança e o efeito de suas letras. Com a me-
lodia sendo feita pela guitarra elétrica, a chegada do rock interrompeu
Isto
ck
Ph
oto a moda das baladas suaves e sentimentais, que eram populares nos anos
.
1940 e 1950. O rock surgiu destinado a adolescentes ou sobre adoles-
centes, com letras que abordavam temas comuns da adolescência: escola,
carros, férias e amor.

Samuel Rosa e Chico Amaral


Vou Deixar
Faixa 43 (CD 2)

Esta é a banda Skank. Sua origem é Belo

Weber Pádua.
Horizonte e nasceu em 1991. Seus integrantes
são Samuel, Haroldo, Henrique e Lelo.

28
Rap
A palavra rap vem do inglês rhythm and
poetry, “ritmo e poesia”, uma expressão da
cultura hip-hop. Os antecedentes do rap pro-
vêm de diversas formas de música popular,
incluindo a narração de histórias, como o blues
falado e passagens faladas na música gospel. Sua ori-
gem está associada à Jamaica, por volta dos anos
1960, quando um som era colocado nas ruas dos
guetos para animar os bailes que serviam de fun-
do para as pessoas discursarem sobre questões
sociais e políticas.
No início, o rap era um estilo de dança, surgi-
do no final dos anos 1970, entre adolescentes ne-
gros e hispânicos nas regiões próximas a Nova
York. Transformou-se em seguida no núcleo

Isto
ck P
musical de um fenômeno cultural mais amplo,

hot
o hip-hop: roupas, atitude, linguagem, modo de an-

o.
dar. Uma característica marcante no rap é o uso do
sampling, recurso que consiste em combinar trechos
instrumentais ou vocais de outras músicas, além de
outras fontes sonoras, a eles sobrepondo a fala: com
essa reutilização, os rappers fazem suas colagens.

Gabriel, o Pensador
Até Quando?
Faixa 44 (CD 2)
Weber Pádua.

Gêneros, formas e estilos musicais 29


Até quando

Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta.


Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
e muita greve, você pode, você deve, pode crer.
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver.
Se liga aí que te botaram numa cruz e
Só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer.

Até quando você vai ficar usando rédea?


Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura.

Camila R.
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)


Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Gabriel, o Pensador (Gabriel Contino), nascido em 1974, cantor e


compositor brasileiro de rap.

30 Cultura Musical
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente,
seu filho sem escola, seu velho tá sem dente.
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante,
você tá sem emprego e a sua filha tá gestante.
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo,
você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)


Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia matou o estudante, falou que


era bandido, chamou de traficante.
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
e absolveu os PMs de Vigário

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)


Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Gêneros, formas e estilos musicais 31


A polícia só existe pra manter você na lei,
lei do silêncio, lei do mais fraco:
ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco.
A programação existe pra manter você na frente,
na frente da TV, que é pra te entreter, que é
pra você não ver que o programado é você.

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.


O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar.
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar.
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar.
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar.
Escola, esmola! Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Os antecedentes do rap
vêm de diversas formas
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
de música popular,
Até quando vai ficar sem fazer nada? incluindo a narração de
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
histórias, como o blues
falado e passagens faladas
Até quando vai ser saco de pancada? na música gospel.

32 Cultura Musical
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro,
na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?

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Gêneros, formas e estilos musicais 33


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Curiosidades

34
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Cordofone dedilhado tipicamente sul-


americano, o charango tem origem na guitarra
espanhola. É um pequeno instrumento da família

Divulgação.
do alaúde, com aproximadamente 66 centímetros de
comprimento, tradicionalmente feito com a carapaça de
um tatu.

Instrumentos Desconhecidos
37
Referências

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1990.
CATEGORIA: formas musicais. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
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forma.htm>. Acesso em: 7 fev. 2008.

39
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