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Por volta do Séc. XVI, o tipo de atividade artesanal, onde o artesão era o proprietário de sua
oficina, de suas ferramentas e matérias primas e funcionava como um pequeno produtor
independente, tinha sido largamente substituído, pelo sistema de trabalho doméstico. No início
o comerciante oferecia a matéria prima ao artesão independente e lhe pagava uma quantia para
transformá-la em produtos acabados. Essa relação vai se modificando gradualmente, sendo que
cada vez mais o artesão perdendo o controle dos meios de produção (matéria-prima,
ferramentas e local de trabalho). Chegando a ponto do artesão-trabalhador vender apenas seu
próprio trabalho. Assim se consolida o trabalho doméstico. Sendo as indústrias têxteis, as
primeiras em que o trabalho doméstico se desenvolveu. Dessa forma os fiandeiros, tecelões e
tintureiros se encontravam numa situação em que sua capacidade de sustentar a si próprio e sua
família dependiam dos capitalistas comerciantes proprietários das tecelagens. Sendo assim com
o controle do processo de produção, estão criadas as condições para a consolidação do sistema
de produção capitalista. BIBLIOGRAFIA HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico. 7ª
ed. Rio de janeiro, Campus, 1989. WHITE, Jr. Lynn. Medieval Tecnology and social Change. 24ª
edition, Oxford, Clarendon Press, 2002. P 71-72
No início da época mercantilista, quase toda a produção ficava a cargo do trabalhador que ainda
eram donos de seus próprios meios de produção e os controlavam. Os capitalistas eram,
basicamente, mercadores e seu capital (K) consistia em dinheiro (geralmente moedas em ouro)
e estoques das mercadorias a serem vendidas. Portanto, era natural que os autores
mercantilistas vissem as trocas e ou as compras e vendas como fonte dos lucros . É claro que
estes lucros eram trocados por mercadorias que representavam uma parte do excedente, mas a
parte desse excedente que cabia ao mercador não era, naquele período inicial, conseguida
através do controle do processo produtivo. Os senhores feudais ainda controlavam, de modo
geral, a produção e ficavam com o excedente. O resultado da troca entre os mercadores e os
senhores feudais era uma divisão do excedente entre os dois grupos. Portanto, do ponto de vista
dos mercadores, eram as trocas, e não a produção, que geravam seus lucros. O capital do
mercador era a propriedade dos meios de compra, transporte e venda, ao passo que o capital
industrial (produtivo) consistia na propriedade dos meios necessários para a produção. Neste
período, o capital industrial era bastante insignificante e pouco visível enquanto que o capital
comercial era difundido e significativo. Portanto, foi a incapacidade intelectual ou teórica que
fez com que os autores mercantilistas considerassem a compra e vende como fonte de lucros, em
vez da produção. Suas idéias refletiam a realidade econômica da época em que descrevem.
O capital do mercador gerava lucro, quando o preço pelo qual ele vendia uma mercadoria era
suficientemente alto para cobrir o preço pago por ela, mais as despesas de manuseio,
armazenagem, transporte e venda da mercadoria e, mais ainda, um excedente sobre estes
custos. Este excedente era justamente o lucro do mercador. Portanto, compreender os
determinantes dos preços pelos quais as mercadorias eram compradas e vendidas era crucial
para compreender os lucros do mercador. Os primeiros pensadores medievais tinham afirmado
que o preço de uma mercadoria tinha que ser suficiente para cobrir os custos diretos de
produção de um artesão e ainda permitir que ele conseguisse um retorno sobre seu próprio
trabalho, suficiente para manter-se no estilo de vida tradicionalmente reputado como sendo
adequado para os artesãos. M outras palavras, os preços eram determinados pelos custos de
produção, inclusive uma remuneração implícita e apropriada do trabalho do artesão. Os
primeiros mercantilistas, de modo geral, abandonaram essa orientação sobre o custo de
produção para a compreensão dos preços e se concentraram no ponto de venda para analisar os
valores, Um estudioso das idéias mercantilistas concluiu que, apesar de haver uma vasta gama
de diferenças em aspectos específicos, existem três noções importantes sempre presentes em
quase todos os primeiros registros escritos mercantilistas sobre a teoria do valor. • A primeira é
o “valor” ou “valor natural” das mercadorias - que era, simplesmente, seu preço de real de
mercado. • A segunda refere-se às forças da oferta e da procura , que determinavam o valor de
mercado. • A terceira é que os autores mercantilistas quase sempre discutiam o “valor
intrínseco” ou valor de uso como o fator mais importante do valor de mercado. No início do
período mercantilista havia uma continuidade ideológica entre as defesas intelectuais das
políticas mercantilistas e as primeiras ideologias que defendiam a ordem econômica medieval.
Esta confiava na ética cristã paternalista, que justificava extremas desigualdades de riqueza,
com base no argumento de que Deus escolhera os ricos como guardiães benevolentes do bem-
estar material das massas. A Igreja Católica tinha sido a instituição através da qual este
paternalismo tinha sido posto em prática. À medida que o capitalismo foi se desenvolvendo, a
Igreja foi ficando mais fraca e os governos das nações-estado que iam ficando mais fortes. Dessa
forma a sociedade ia gradualmente substituindo cada vez mais a Igreja Medieval pelo Estado,
como a instituição que deveria cuidar do bem-estar público.
Nasceu na escócia, onde viveu quase toda a sua vida. Cursou as universidades de Glasgow e
Oxford (1737-1746) e foi professor em glasgow de 1751 à 1764. Em 1776, publicou sua obra mais
importante An Inquiry into the Nature and auses of the Wealth of Nations (geralmente chamada
A Riqueza das Nações). Smith se distigue de todos os economistas que o antecederam, não só
por sua formação acadêmica e pela vastidão de seus conhecimentos, como também porque foi o
primeiro a elaborar um modelo abstrto completo e relativamente coerente da natureza, da
estrutura e do funcionamento do emergente sistema capitalista. Conseguiu enxergar claramente
as ligações entre as principais classes sociais, os vários setores de produção, a distribuição da
riqueza e da renda, o comércio, a circulação de moedas, os processos de formação de preços e os
processos de crescimento econômico.
a) O CONTEXTO HISTÓRICO DAS IDÉIAS DE SMITH
O modo de produção capitalista, após ter afinal, quebrado os grilhões do feudalismo e superado
o período transitório do mercantilismo, atingiu seu clímax e revelou mais claramente suas
características sócio-econômicas intrínsecas na Revolução Industrial, que ocorreu primeiro na
Inglaterra e na Escócia, por volta das últimas três décadas do século XVIII e começo do Séc.
XIX, e difundiu-se por muitas partes da Europa Ocidental no início do Séc XIX. A Inglaterra do
Século XVIII tinha uma economia com um mercado bem desenvolvido, onde o preconceito
tradicional contra o mercado capitalista, em termos de atitudes e ideologia, já estava muito
enfraquecido. Na Inglaterra daquela época, maiores quantidades de produtos industrializados a
preços mais baixos significavam lucros sempre crescente. Assim, a busca do lucro, estimulada
pela crescente procura externa, foi o motivo da virtual explosão de inovações tecnológicas
ocorridas em fins do século XVIII e no início do século XIX – e que, além de transformarem
radicalmente toda a Inglaterra, acabaram por transformar quase todo o mundo.
A teoria de Smith era acima de tudo uma teoria normativa. Sua principal preocupação era
identificar as forças sociais econômicas que mais promoviam o bem-estar humano e, com base
nisso, recomendar políticas que melhor promovesse a felicidade humana. A definição de Smith
de bem-estar econômico era bastante simples e direta. O bem-estar humano dependia da
quantidade do “produto do trabalho” anual e do “número dos que deveram consumi-lo”. Smith
elaborou um modelo que delineava os componentes do capitalismo. O capitalismo era dividido
em dois setores básicos de produção – a agricultura e a indústria. A produção de mercadorias
exigia três grupos distintos de insumos: • A terra (inclusive os recursos naturais); • O trabalho e
o • Capital. As três principais classes sociais do capitalismo – Os proprietários de Terras, os
trabalhadores e os capitalistas – correspondiam a estes três grupos. Cada uma das três classes
recebia uma forma distinta de remuneração monetária: aluguéis, salários e lucros. O
pressuposto de que todo comportamento econômico se baseia em motivos egoístas e
gananciosos deverá tornar no grande fundamento da economia neoclássica dos sécs. XIX e XX.
No contexto dessa teoria da História, o capitalismo representava o estágio mais alto da
civilização e atingiria seu ponto culminante, quando tivesse evoluído para um estado em que o
Governo tivesse adotado uma política de laissez-faire (deixa fazer) permitindo a concorrência e
o livre jogo da oferta e da procura regulassem a economia, que ficaria quase que completamente
livre das restrições do Governo.
BIBLIOGRAFIA
HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico. 7ª ed. Rio de janeiro, Campus, 1989.
HEILBRONER, Robert. História do Pensamento Econômico. Os Economistas. Nova Cultural.
24ª Ed. 1996.
3. KARL MARX
Muito poucos pensadores na História formularam idéias, tanto sobre questões intelectuais
quanto sobre questões práticas, que tenham tido um impacto equivalente ao das idéias de Karl
Marx (1818-1883). As influências intelectuais, políticas, econômicas e sociais de suas idéias são
suficientemente conhecidas e não precisam ser mais elaboradas neste artigo. Como todos os
gênios intelectuais, desde o tempo dos antigos gregos até hoje, ele formulou um sistema
intelectual completo e integrado, que inclui concepções bem elaborados sobre a ontologia e
epistemologia , a natureza humana, a natureza da sociedade, a relação entre o indivíduo e o todo
social e a natureza do processo da História social . A análise de Marx sobre o capitalismo foi
elaborada de modo mais completo em sua obra em três volumes intitulada O capital. Só o Vol. 1
foi publicado enquanto ele ainda era vivo (em 1867). Rascunhos e anotações, que deveriam ser
reescritos e que foram publicados nos Vols. 2 e 3, foram escritos, quase todos, em meados da
década de 1860 (antes de ele ter completado o Vol. 1) e ainda não estavam acabados quando
Marx morreu em 1883. Foram organizados, ordenados e publicados por Friedrich Engels (o Vol.
2 em 1885, e o Vol. 3 em 1894). Marx escreveu muitos outros livros, panfletos e artigos, em que
analisava o capitalismo; de particular importância foi uma série de sete cadernos de anotações,
escritos em 1857 e 1858, que eram rascunhos de muitas análises que deveriam ser publicadas
em O Capital e de outros tópicos que Marx pretendia incluir numa obra mais ampla ainda, da
qual O Capital ea a primeira parte. Essa anotações foram publicadas em alemão, sob o título de
Grudrisse der Kritik der Politischen Ökonomie (fundamentos da Crítica da Economia Política).
A tradução inglesa destes cadernos de anotações foi publicada sob o título de Grundrisse.
O fato de que a mais valia foi criada na esfera da produção poderia ser confirmado se
examinássemos cuidadosamente a o processo de produção de mercadorias: 1º Estágio: O
capitalista aparece como comprador.... seu dinheiro é transformado em mercadorias... 2º
Estágio: consumo produtivo das mercadorias compradas pelo capitalista. Ele age como
capitalista produtor de mercadorias; seu capital passa pelo processo da produção. O resultado é
um mercadoria de valor maior do que os elementos que entraram em sua produção. 3º Estágio:
O capitalista volta ao mercado como vendedor; suas mercadorias são transformadas em
dinheiro... portanto a fórmula do circuito dinheiro-capital é: Mo-Me...P...Me’-Mo’, com os
pontos indicando que o processo de circulação é interrompido, e Me’ e Mo’ representando Me e
Mo acrescidas da Mais-valia.
A força de trabalho, então, era a capacidade de trabalhar ou trabalho potencial. Quando a força
de trabalho era vendida como mercadoria, seu valor de uso era, simplesmente, a execução do
trabalho - a concretização do trabalho potencial. Quando o trabalho era executado, era
incorporado à mercadoria, dando-lhe assim, valor. Portanto, a única fonte possível de mais-valia
era a diferença entre o valor do poder de trabalho como mercadoria e valor da mercadoria
produzida, que incorporava o trabalho concretizado (ou o valor de uso consumido da força de
trabalho). A força de trabalho era uma mercadoria absolutamente única; seu consumo ou uso
criava novo valor, que bastava não só pra substituir seu valor original, aomo também para gerar
mais-valia. É obvio que a força de trabalho era um mercadoria que tinha que ser examinada com
maior cuidado. A existência da força de trabalho como mercadoria dependia de duas condições
essenciais. Primeiramente, A força de trabalho pode aparecer no mercado como mercadoria
somente se e na medida em que seu dono - o indivíduo que tem força de trabalho - a oferecer à
venda no mercado de trabalho. Entretanto terá que ser, sem qualquer impedimento, o dono de
sua capacidade de trabalho, isto é de sua pessoa. Caso contrário estaria vendendo a si próprio e
se transformando em escravo. A Segunda condição essencial... é... que o trabalhador, em vez de
ficar na posição de vender mercadorias nas quais seu trabalho está incorporado, fica obrigado a
oferecer à venda como mercadoria a própria força de trabalho, que só ele tem. Para que um
homem possa vender outras mercadoria que não seja sua capacidade de trabalho, terá,
obviamente, que ter os meios de produção, como matérias-primas, implementos, etc... Não se
pode fazer botas sem couro. Portanto, para a transformação de dinheiro em capital, o dono do
dinheiro terá que se encontrar no mercado com o trabalhador livre, livre em duplo sentido:
como homem livre, pode dispor de sua força de trabalho como sua própria mercadoria e, por
outro lado, não tem qualquer outra mercadoria pra vender e lhe falta tudo que é necessário para
o uso de sua capacidade de trabalho. Esta era, a característica que definia o capitalismo, que o
diferenciava de uma sociedade de produção simples de mercadorias. O capitalismo existia
quando, em uma sociedade que produzia mercadorias, uma pequena classe de pessoas – os
capitalistas - tinha monopolizado os meios de produção e onde a grande maioria dos produtores
diretos – os operários – não podiam produzir independentemente, por não terem eles qualquer
meio de produção. Os operários eram “livres” para fazer uma destas duas escolhas: morrer de
fome ou vender sua força de trabalho como mercadoria. Assim, o capitalismo não era inevitável
nem natural e eterno. Era um modo de produção específico, surgido em condições históricas
específicas e que tinha uma classe que dominava, em virtude de sua capacidade expropriar mais
valia dos produtores das mercadorias.
O processo de acumulação do capital criou uma classe de operários que nada mais tinha a
vender além de sua força de trabalho. O que os operários produziam – o capital - passava a
controlá-los. A continuação do processo de Acumulação estendeu o domínio do capital sobre um
numero cada vez maior de operário e intensificou o controle do capital sobre todos os
assalariados. Na opinião de Marx, todo o processo tinha efeitos extraordinariamente perniciosos
sobre os operários. Não podiam tornar-se serem humanos emocional, intelectual ou
esteticamente desenvolvidos. Em uma sociedade capitalista, o trabalho tornou-se mera
mercadoria ser comprada, desde que pudesse ter lucro. O fato de o trabalhador poder ou não
vender sua força de trabalho escapava completamente ao seu controle. Ele dependia das
condições frias e totalmente impessoais do mercado. O produto do seu trabalho também estava
totalmente fora da vida do trabalhador, sendo propriedade do capitalista. Marx usou o termo,
Alienação para descrever a condição dos homens nesta situação. Eles se sentiam alienados ou
divorciados do seu trabalho, de seu meio institucional e cultural e de seus colegas. As condições
de trabalho, o objeto produzido e, na verdade, a própria possibilidade de trabalhar eram
determinados pela classe numericamente pequena de capitalista e pelos seus cálculos de lucro e
não por necessidade ou aspirações humanas. Os efeitos desta alienação podem ser melhor
resumidos nas próprias palavras de Marx. No sistema capitalista, todos os métodos de aumento
da produtividade social do trabalho são empregados à custa do trabalhador; todos os meios para
o desenvolvimento da produção se transformam em meios de dominação e de exploração dos
produtores; mutilam o trabalhador, transformando-o num fragmento de homem, degradando-o
ao nível de apêndice de uma máquina, destruindo todo o remanescente encantamento de seu
trabalho e transformado-o em um trabalho árduo e detestável; tiram dele as potencialidades
intelectuais do processo de trabalho, na medida em que a ciência é aplicada, no trabalho, a um
despotismo odioso por sua mesquinharia; transformam sua vida em uma vida de trabalho e
arrastam sua esposa e seus filhos para o domínio do capital idolatrado. Todos os métodos de
produção da Mais-valia são, ao mesmo tempo, métodos de acumulação; toda extensão da
acumulação se transforma, e novo para desenvolvimento desses métodos. Segue-se, portanto,
que , na medida em que o capital é acumulado, a sorte do trabalhador, quer seu pagamento seja
alto que baixo, tem que piorar. A lei estabelece uma acumulação da miséria correspondendo à
acumulação de capital. A acumulação de riqueza em um pólo é, ao mesmo tempo, acumulação
da miséria, da agonia do trabalhador árduo, da ignorância, da brutalidade e da degradação
mental do pólo oposto.
BIBLIOGRAFIA
Em sua acepção primitiva, a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde os
agentes econômicos realizavam suas transações. Os textos de história econômica citam grandes
mercados da antiguidade, como o de Marselha, no Mediterrâneo; de Bizâncio e Calcedônia, na
Ásia; de Náucratis, no Egito; de Veneza e de Gênova, na Itália medieval. Por tradição histórica,
esse conceito chegou até os dias atuais. Cidades interioranas tradicionais que têm, pelo menos,
porte médio, ostentam a igreja, a praça pública, o coreto a prefeitura e.... ele o Mercado. Aí estão
os elementos fundamentais da vida em sociedade. O mercado permanece, por tradição, como
um lugar definido, especialmente edificado, para o encontro de produtores e consumidores.
Nesses mercados locais , geralmente o que mais se vende são produtos, também locais
destinados a suprimentos básicos. Mas o conceito de mercado, em sua acepção econômica mais
ampla, está bem distante dessa tradição. Como Galbraith observa, mercado, agora é uma
abstração. Já não existe a conotação geográfica. Executivos de grandes empresas industriais ou
do setor financeiro falam das dificuldades com que eles defrontam no mercado. E eles não estão
referindo a nenhum lugar, mas a abstração econômica. A figura 8 sintetiza este tipo de
abstração. Ai separamos o mercado em duas categorias de referência: o de produto e o de
fatores. Nos dois casos, o mercado define-se pela existência de forças aparentemente
antagônicas; as da procura e as da oferta. Quando ambas ocorrem simultaneamente, definam
um mercado. Quando há procura por trabalhadores e pessoas dispostas a trabalhar; Quando a
pessoas aplicando e outras procurando empréstimo nos bancos; quando, enfim, recursos
humanos, financeiros e de capital são ofertados e procurados, podem-se dizer que há um
mercado de recursos. Ou então mais especificamente, mercado de trabalho, mercado financeiro,
mercado de capitais. Todos são abstrações, que dizem respeito à oferta e à procura dos recursos
correspondentes. Figura 1. O conceito econômico de mercado: a coexistência de suas forças
aparentemente antagônicas, as da procura e as da oferta. 4.2 CLASSIFICAÇÕES DOS
MERCADOS As classificações de mercado são determinadas a partir de um conjunto de
elementos diferenciadores: O número de agentes envolvidos; As formas de comportamento
dos agentes; A natureza do fator de produção ou do produto. As classificações mais simples de
estruturas de mercado fundamentam-se apenas no número de agentes envolvidos em cada um
dos dois lados – o da procura e o da oferta. A classificação proposta em 1934 por H Stakelberg é
deste tipo, ela está sintetizada no quadro abaixo.
A CLASSIFICAÇÃO DE STACKELBERG
A CLASSIFICAÇÃO DE MARCHAL
CLASSIFICAÇÃO DE MARCHAL
O MUSEU DE VALORES - criado pelo Banco Central com a finalidade principal de contribuir
para a preservação da memória nacional no que diz respeito aos meios de pagamento, partindo-
se do princípio de que o dinheiro é importante forma de expressão da cultura de um povo e
registro indispensável para a sua História Econômica. Para tanto, reúne, ordena e conserva
cédulas, moedas e outros documentos e objetos que, de algum modo, exprimam valor
monetário. Com a finalidade de mostrar e divulgar seu acervo, o Museu promove exposições
permanentes, temporárias e itinerantes; desenvolve programas de integração com escolas.
Coleções: acervo do Museu de Valores compõe-se de moedas, cédulas e outros valores
impressos, barras de ouro, medalhas e curiosidades numismáticas ligadas ao dinheiro e à
tecnologia de sua fabricação. Essas peças e objetos são classificados em conjuntos que formam
as seguintes coleções: • Moedas e cédulas brasileiras O Museu de Valores possui uma das mais
completas coleções de moedas e cédulas brasileiras, com peças representativas de todos os
períodos da história do país. Esta coleção inclui exemplares de extrema raridade, como é o caso
da chamada "Peça da Coroação", da qual foram cunhadas apenas 64 moedas, para comemorar a
coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil, em 1822. • Moedas e cédulas estrangeiras O
dinheiro revela muito da identidade cultural de cada povo - seus costumes, seus valores,
personagens históricos, tipos humanos, recursos econômicos, fauna, flora. Reunindo desde
antigas moedas chinesas até os mais recentes valores lançados por diversos países, a coleção
estrangeira do Museu de Valores permite acompanhar a evolução tecnológica do dinheiro no
mundo e as transformações por que passaram os diversos povos no decorrer do tempo. • Outras
coleções Outras coleções reúnem objetos que guardam afinidade com o universo dos valores
monetários, como medalhas, condecorações, sinetes, pesos monetários e mercadorias que já
foram utilizadas como meios de pagamentos. Incluem também peças representativas dos
processos de fabricação do dinheiro, em suas diversas etapas, formando uma coleção de
Tecnologia: desenhos originais, matrizes, cunhos, discos monetários, papéis de segurança,
estudo de cores, folhas progressivas etc. • Ouro O Banco Central do Brasil é o órgão responsável
pela Reserva-ouro do país. Em razão disso, o Museu tem condições de expor ao público
exemplares de barras de ouro, pepitas e outras curiosidades que mostram a beleza, a raridade e
a utilidade desse metal precioso que sempre provocou fascinação no ser humano. Em destaque,
pode-se ver a maior pepita de ouro já encontrada no Brasil: pesa 60,820 kg (52,332 kg de ouro
contido) e foi encontrada no garimpo de Serra Pelada, no Estado do Pará.
A BOLSA DE VALORES
As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse
público. Atuam como delegados do poder público, tendo ampla autonomia em sua esfera de
responsabilidade. Além do papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas
registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação
constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu
controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às aplicações de curto e longo prazos, através
de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de
valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo, à
poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste
apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.
A empresa quer dinheiro (mais dinheiro) - Para evitar os altos juros cobrados em cima dos
empréstimos pelos bancos, uma empresa coloca ações à venda e atrais novos sócios. Eles podem
comprar ações ordinárias nominativas (ON), que dão direito a voto nas reuniões dos acionistas,
ou preferenciais nominativas (PN), que não dão direito a voto, mas têm preferência da hora da
distribuição dos dividendos. O investidor tem dinheiro Pessoas, empresas ou bancos querem
multiplicar o dinheiro que têm nas mãos. Eles compram (em uma corretora) ações de uma
empresa que acaba de abrir o seu capital ou lançar novas ações. O dinheiro vai direto para a
empresa, sem passar pela Bolsa de Valores. Por isso, esse mercado é chamado de primário.
Bancos, corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários ficam com a incumbência de por no
mercado as ações. dinheiro muda de mãos Ações compradas no mercado primário podem ser
vendidas na Bolsa de Valores. É o mercado secundário. As partes só podem negociar por meio
de uma das corretoras associadas à Bolsa, que cobram taxas de 0,5 a 2% do valor da operação.
Os negócios são fechados por computador ou pelos funcionários que a corretora tem na Bolsa -
os operadores. A comodidade das ações menos disputadas São a maioria no mercado, mas
representam apenas 15% do dinheiro que circula na Bolsa de Valores. Pertencem a cerca de 530
empresas e são compradas ou vendidas por meio de computadores ligados à Bolsa - o Sistema
Eletrônico de Negociação. Ações mais disputadas: É aí que o bicho pega... As corretoras
mantêm operadores na Bolsa para comprar e vender ações das empresas mais cotadas. É aquela
rapaziada estressada, que sua muito e fica gritando até a exaustão. Eles recebem ordens da
corretora por telefones sem fio, e fazem os negócios aos berros em um ambiente chamado
pregão.
Mudanças nas taxas de juros Se elas caem, a bolsa sobe. Investidores tiram o dinheiro de
aplicações que rendem juros e aplicam na Bolsa. Quanto mais procuradas, mais as ações têm seu
preço aumentado. A situação inversa também e verdadeira. Inflação Quando ela sobe, a Bolsa
cai. Os investidores abandonam o mercado de ações e aplicam na poupança ou outros
investimentos mais estáveis. Não vale a pena correr os riscos da Bolsa se podem contar com um
rendimento seguro mensalmente. Boatos, fofocas e outras falcatruas Eles podem movimentar
os preços para cima ou para baixo. Os mais comuns se referem à troca de ministros, pedidos de
concordatas de empresas privadas ou privatizações de estatais. Em abril de 1995, por exemplo, a
hipóteses de privatização da Telebrás fez o Ibovespa disparar 28,02% em relação ao mês
anterior. Crises externas A economia de outros países pode repercutir na Bolsa. A crise
mexicana, no final de 1994, fez o Ibovespa cair 10,77% em janeiro e 15,81% em fevereiro do ano
passado. O México se deu mal porque estimulou as importações, reduzindo impostos. O
consumo de importados cresceu e as empresas sentiram. No Brasil, a política era semelhante.
Temeu-se uma repetição da novela mexicana e os investidores deram no pé. Planos
econômicos Sempre que o governo inibe ou estimula o consumo, a Bolsa pipoca como milho na
panela. Com o Plano Real (junho de 1994), ela subiu e atingiu um pico de 26,85% de alta, em
agosto. Como a população comprava muito, as empresas lucravam mais. Ações eram uma boa
pedida. Em setembro, o governo acabou com os consórcios e criou impostos bancários
compulsórios. O consumo despencou e a Bolsa pegou carona. Em outubro, caiu 12,51%.
Investimentos estrangeiros Eles promovem altas e baixas na Bolsa. No começo de 1994, o PT
estava na frente na campanha presidencial e isso assustava os investidores brasileiros, pois
poderia significar um freio nas privatizações. Mesmo assim, a Bolsa subiu 70% entre dezembro
de 1993 e fevereiro de 1994. É que, nesse período, fundos de pensão norte- americanos
investiram 1 bilhão de dólares na Bolsa. Operadores anti-éticos Ao saber do interesse de um
cliente de sua corretora por determinada ação, ele compram lotes dessa ação. Assim, aumentam
o peço da ação e ganham um dinheiro garantido, uma vez que a venda está praticamente
acertada. Esses operadores são conhecidos como “ratos". Quando descobertos, eles podem
sofrer suspensões - que não ultrapassam 15 dias. Para saber mais: Filmes: • "Wall Street - Poder
e Cobiça" , Abril Vídeo, 1987 (procurar na locadora na estante “Aventura”). • Com o dinheiro dos
outros, Warner, 1991. (procurar na locadora na estante “Comédia”). Publicações • Revista
Bovespa, da própria entidade. • Revista Superinteressante.