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Libertando Se de Prisoes Espirituais Neuza PDF
Libertando Se de Prisoes Espirituais Neuza PDF
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Editor responsável e Produção Textual: Thiago Baeta Corrêa Revisão: Lucas Pontes Nogueira e Ana
Ribeiro
Capa e Projeto Gráfico: AgnelloVieira.ART.br
Serviços editoriais: Ingrid Vanessa Sanches e Lael Romanini
O texto desta edição acha-se de acordo com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990 - em
vigor desde 2009. As citações bíblicas estão conforme a versão Almeida, Revista e Atualizada no
Brasil, 2ª Edição (RA), da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), a menos de indicação em contrário:
RC – Almeida, Revista e Corrigida, SBB.
ACF – Almeida, Edição Revista e Revisada, Fiel ao Texto Original, da Sociedade Bíblica Trinitariana
do Brasil.
NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje, SBB
NVI – Nova Versão Internacional, Editora Vida.
ISBN 978-85-60796-44-1
2ª EDIçãO 2016
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
O chamado para o ministério ........................................................ 06
Num dos capítulos desse segundo livro, deparei-me com uma abordagem
sobre prisão espiritual. À medida que ia lendo, eu me impressionava com
tudo que era apresentado naquele capítulo, e, em meu espírito tudo se
confirmava. Mas eu ainda não sabia o que fazer com as informações que
estava adquirindo com aquela leitura sobre prisão espiritual.
Quando ouvi isto, concluí que essa história era semelhante a um caso que
John Sandford descreveu no capítulo sobre prisão espiritual daquele livro que
eu havia lido.
A outra ocorrência nesse sentido foi o que me disse Lílian La Torraca, uma
pastora do nosso Ministério:
Esse grupo de oração, que se reúne com a pastora Lílian, é um grupo muito
sério, que leva com muita responsabilidade aquilo que Deus pede. Eles
oraram e me responderam que eu já tinha recebido aquela chave, mas que ela
estava um tanto “enferrujada”, pois não estava sendo usada.
Crendo, então, que Deus me havia dado uma chave espiritual, minha decisão
foi a de utilizá-la. Assim, começaram minhas experiências de tirar pessoas
que se achavam em prisões espirituais, e libertar os algemados.
Quando assumi que tinha recebido uma chave para abrir as prisões dos
aprisionados, pedi perdão a Deus pela minha falta de compreensão e
entendimento espiritual. Então o Senhor proporcionou-me uma experiência
nesse sentido.
Resolvi então ministrar a moça que manifestou esse espírito. Vou chamá-la
de Janaína. E, assim, como Deus faz as coisas bem completas, Ele
providenciou, para estar comigo na ministração, um intercessor que tinha
visão espiritual aberta.
“O Senhor me deu todo tipo de chave. Assim, eu amarro esses demônios, que
estão travestidos de índios e que são guardiães do inferno, que a estão
prendendo nessa gaiola.”
– Neuza, o que vocês fizeram com ela? Ela está totalmente diferente. Pois nós
expulsávamos os demônios diversas vezes, mas eles sempre voltavam. Mas
agora ela está bem.
Ele quis dizer que, depois que ela saiu da prisão, não ocorreu mais nenhuma
manifestação violenta de demônios. Eu lhe expliquei sobre o caso dela, falei
da prisão espiritual em que ela estava, e lhe disse que, realmente, estávamos
tendo novas experiências, através das quais Deus nos estava ensinando acerca
de prisões espirituais.
Presa na escola
Cláudia me disse que não sabia por que gritava à noite. Todas as noites o
fenômeno se repetia. Esse grito acontecia enquanto dormia. E perturbava toda
a família. Cláudia contou-me ainda que, numa fase de sua vida, ela brincava
com o avô, apesar de que ele já tinha morrido e tinha sido enterrado havia
muito tempo.
Quem vinha se divertir com ela, na realidade, era um espírito que dizia ser
seu avô. Enquanto brincava com o “avô”, aparentemente estava tudo bem
com ela. Um dia, porém, ela resolveu parar de brincar com o “avô”, e então
começou a gritar à noite. Isso passou a acontecer repetidamente. O espírito
que dizia ser de seu avô, a perturbava noite após noite.
Depois disto tudo, porém, ela disse que sentia-se como se ainda estivesse
presa. E contou-me que, quando bem pequena, teve uma doença no cérebro, e
o médico disse que ela não ia ter condições de ler e escrever.
A escola tinha uma grade que separava as crianças normais das especiais.
Cláudia não podia passar daquele ponto, pois era considerada especial. Mas
tinha um desejo enorme de passar por aquela porta! Quando tentava
ultrapassar era severamente castigada. As lembranças daquela época eram
muito doloridas.
Eu lhe disse:
– Vamos tirá-la da escola onde você está presa. Veja-se naquela escola. Você
consegue se ver lá?
Ela viu-se na escola. Então Jesus veio, a tomou pela mão e começou a andar
com ela. O portão que a separava dos alunos normais abriuse com Jesus. Ela
foi para o pátio. Ele permaneceu junto dela e andou por toda a escola, e ficou
passeando com ela, mostrando que ela estava livre. Cláudia saiu da prisão
espiritual daquela escola, onde se achava aprisionada.
parte 1
O Ministério de Jesus
capítulo 1
O Ministério de Jesus, a Profecia de Isaías
“E guiarei os cegos pelo caminho que nunca conheceram, fá‑los‑ei caminhar
pelas veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e
as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os
desampararei”. (Is 42.16)
O Profeta Isaías
A família do profeta era uma das mais influentes em Jerusalém. Isaías era um
homem culto que tinha o dom da escrita poética. Por sua nobre conduta, ele
era familiarizado com a realeza, e, por isto, aconselhava os reis no que se
referia à política externa de Judá. Isaías era casado com uma profetiza e tinha
dois filhos.
Quando morreu o rei Uzias, no ano 740 antes de Cristo, Isaías foi chamado
para o ministério profético em meio a uma experiência sobrenatural com
Deus.
Isaías escreve tanto sobre o supremo juízo de Deus como também relata a sua
graça em favor dos homens. O profeta desfrutou de maior influência durante
o reinado de Ezequias.
“Portanto o mesmo Senhor vos dará um si‑ nal: Eis que a virgem conceberá,
e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. Man‑ teiga e mel
comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. Na verdade,
antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que
te enfadas, será desampa‑ rada dos seus dois reis.” (Is 7:14‑16)
Aqui o profeta Isaías diz como Jesus seria chamado, “Emanuel”, que
significa “Deus conosco”. Também relata como Ele seria concebido, e que
agiria na escolha do bem, rejeitando o mal. O cumprimento dessa profecia
teve seu início com o anúncio à virgem e jovem Maria (Mt 1:18,25), ela
conceberia por meio da virtude do Espírito Santo, e não através da relação
com José (Mt 1:16,23).
Foi em uma sinagoga em Nazaré, onde Jesus foi criado, que Ele entrou num
dia de sábado, segundo o seu costume, e dentro da sinagoga levantou-se para
ler o Antigo Testamento, no livro do profeta Isaías que escreveu essa profecia
há 700 anos a.C:
Assim, o antigo déspota estava sendo deposto, juntamente com todos os seus
demônios. E, consequentemente, seus cativos ficariam livres. As portas das
prisões seriam abertas, dando liberdade aos que se encontravam algemados,
aos que estavam aprisionados.
E, desse modo, como Isaías havia profetizado, Jesus confirmou que Ele
estaria apregoando o ano aceitável do Senhor.
Em outras palavras, uma nova época, a era da graça de Deus, a era do perdão
do Senhor, estava sendo inaugurada. Esta época seria a era do perdão, do
jubileu, que se caracterizaria pela remissão das dívidas. Assim, em Jesus, esse
novo tempo poderia ser referido como a era da graça, do perdão, da remissão
– e seria, de fato, o dia da vingança contra Satanás.
Isaías, em sua profecia, anunciou que naquele dia chegaria o consolo aos que
choram, aos que estão em desespero e que não têm esperança:
“(...) a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se
lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tris‑ teza, vestes de
louvor em vez de espírito an‑ gustiado, a fim de que se chamem árvores de
justiça, plantações do Senhor, para que ELE seja glorificado.” (Is 61:2b‑3).
Jesus e o Shemitah
“Plantem e colham em sua terra durante seis anos, mas no sétimo deixem‑na
descansar sem cultivá‑la. Assim os pobres do povo pode‑ rão comer o que
crescer por si, e o que restar fi‑ cará para os animais do campo. Façam o
mes‑ mo com as suas vinhas e com os seus olivais. ‘Em seis dias façam os
seus trabalhos, mas no sétimo não trabalhem, para que o seu boi e o seu
jumento possam descansar, e o seu escra‑ vo e o estrangeiro renovem as
forças. “Tenham o cuidado de fazer tudo o que lhes ordenei’.” (Ex 23:10‑13)
Nas Escrituras, podemos ler que durante o ano em que a nação de Israel não
trabalhava, ela mostrava em quem estava a sua dependência, em Deus! Além
de demonstrar obediência a uma ordenança do Senhor, a razão de os homens
não trabalharem um ano, representava sua total confiança em Deus. O
descanso aponta uma entrega total de nossa vida ao Senhor.
O Shemitah fala de descanso, e dos casos de maldição que a terra entrou, pois
continua em desobediência contra as ordens de Deus. A consequência do
pecado vem. Shemitah também diz respeito à suspensão das cobranças de
tributos, remissão, perdão da dívida. O perdão é o ato principal do Shemitah,
é o sinal para o próximo estágio.
Jesus, e a Redenção
“Ao fim dos sete anos farás remissão. Este, pois, é o modo da remissão: todo
o credor re‑ mitirá o que emprestou ao seu próximo; não o exigirá do seu
próximo ou do seu irmão, pois a remissão do Senhor é apregoada.” (Dt
15:1‑2)
Foi na cruz que Deus revelou todo o seu amor e trouxe a verdadeira remissão.
Os sacrifícios de animais não são suficientes para a redenção. Nem todos os
animais da terra seriam suficientes para trazer a remissão do homem.
Em Cristo, não precisamos mais tomar emprestado para pagar a nossa dívida
de ofensa contra Deus. Ele já nos perdoou na cruz. O ministério de Jesus
também foi o de redimir:
“Para dar ao seu povo conhecimento da sal‑ vação, na remissão dos seus
pecados”. (Lc 1:77)
“Em quem temos a redenção pelo seu san‑ gue, à remissão das ofensas,
segundo as rique‑ zas da sua graça”. (Ef 1:7)
“Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes co‑ metidos, sob
a paciência de Deus.” (Rm 3:25)
“E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo
veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito
veio de muitas ofensas para justificação.” (Rm 5.16)
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abun‑ dasse; mas, onde o pecado
abundou, supera‑ bundou a graça.” (Rm 5:20)
Jesus e a libertação
“Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira
que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então
no mês sétimo, aos dez do mês, fa‑ rás passar a trombeta do jubileu; no dia
da ex‑ piação fareis passar a trombeta por toda a vos‑ sa terra, e
santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos
os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua
possessão, e cada um à sua fa‑ mília. O ano quinquagésimo vos será jubileu;
não semeareis nem colhereis o que nele nascer de si mesmo, nem nele
vindimareis as uvas das separações. Porque jubileu é, santo será para vós; a
novidade do campo comereis. Neste ano do jubileu tornareis cada um à sua
possessão.” (Lv 25:8‑13, negrito da autora)
Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu
conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as
iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com
os podero‑ sos repartirá ele o despojo; porquanto derra‑ mou a sua alma na
morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado
de muitos, e intercedeu pelos transgressores. (Is 53:11‑12).
Vimos que Isaías profetizou, também, que o povo que andava em trevas veria
a luz. Que, assentados em lugares de morte, enxergariam o sol. A alegria da
festa e da celebração voltaria à existência. O abuso dos opressores e a
crueldade dos tiranos acabariam! Novamente, os despojos seriam repartidos
por causa da boa colheita!
Deus nos amou de verdade. Nós somos o alvo do seu amor. Por isto, Ele
enviou o seu Filho à Terra, para nos trazer as boas novas, o seu ano aceitável,
o ciclo celestial do Shemitah. Vamos ler as Escrituras com o coração, a mente
e o intelecto voltados para Cristo, para que a revelação da sua glória possa
nos encher por completo. Que possamos desfrutar das suas bênçãos, mas,
principalmente, do que Ele conquistou na cruz, a nossa libertação de uma
cultura decaída e morta! Que os pensamentos do Espírito Santo possam
encher as nossas mentes, e voltarmos a pensar em santidade! Que o ano
aceitável, o jubileu do Senhor, seja completo em nós, em Cristo Jesus!
Jesus nos tira de todas as prisões espirituais, o evangelho nos aponta o Único
e Verdadeiro Salvador.
capítulo 2
O Evangelho, a Mensagem de Redenção
“Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em
cavernas, e escondidos em cárceres; são postos por presa, e ninguém há que
os livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui!”. (Is 42:22)
O ministério de libertação não é uma nova teologia, nem tão pouco agride a
veracidade do evangelho que nasceu em Cristo.
A Palavra de Deus é a base sólida e única, inspirada pelo Espírito Santo, para
um cristianismo sadio e puro. Através da fé, podemos ver a ação de Deus na
vida do homem e da sua história, nos levando à salvação por meio de Jesus
Cristo. Não há libertação sem a graça de Deus; na verdade, ela é fruto da sua
graça sobre nós. Somente Jesus pode abrir as nossas prisões, Ele é o
mediador entre Deus e o homem pecador. Jesus morreu para nos libertar do
pecado e da sua origem maligna, que nos prende e nos arrasta para um nível
de vida marginal. E, por fim, somente a revelação da Glória de Deus poderá
nos revelar a largura e extensão do seu amor que nos liberta!
Não podemos fugir das Escrituras nem do poder do Evangelho de Cristo, que
é a atuação do seu poder (Rm 1:16).
Evangelho de Mateus
Esse Evangelho é o mais judaico dos quatros outros, e acima de tudo contém
a exposição mais sistemática dos ensinos de Jesus e do seu ministério de cura
e libertação; o que ajudou a igreja, no século II, a usá-lo integralmente no
ensino aos novos convertidos.
Mateus nos relata a boa nova sobre a cura de dois cegos e um mudo, onde
Jesus liberta esses homens.
“E, partindo Jesus dali, seguiram‑no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem
compaixão de nós, filho de Davi. E, quando chegou à casa, os cegos se
aproximaram dele; e Jesus disse‑lhes: Credes vós que eu possa fazer isto?
Disseram‑lhe eles: Sim, Senhor. Tocou então os olhos deles, dizendo:
Seja‑vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. E Je‑ sus
ameaçou‑os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba. Mas, tendo eles saído,
divulgaram a sua fama por toda aquela terra. E, havendo‑se eles retirado,
trouxeram‑lhe um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio,
falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em
Israel.” (Mt 9:27‑33)
Aqui, Jesus recupera a visão de dois cegos, Ele cumpre a profecia de Isaías:
“Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere
os que jazem em trevas.” (Is 42:7). E, Jesus cura um homem endemoninhado,
que estava debaixo do domínio de um espírito maligno mudo.
Evangelho de Marcos
Vamos analisar como Jesus libertava as pessoas de suas prisões. Esse relato
sobre o gadareno e Jesus, escrito por João Marcos, é o mais detalhado. O
Evangelho de Marcos enfatiza mais aquilo que Jesus fez, do que suas
palavras. Marcos nos registra dezoito milagres de Jesus. O escritor nos
mostra Jesus como Filho de Deus e o Messias.
O livro de Marcos foi escrito para os crentes de Roma, na década 60-70 d.C.
Sua intenção era fortalecer as bases dos crentes romanos, e, se fosse
necessário, inspirá-los a sofrer fielmente em prol do evangelho de Cristo.
Jesus tirou o gadareno dos sepulcros (Mc 5:2-3). Nem as algemas, grilhões e
cadeias podiam prender a força demoníaca do gadareno (Mc 5:3-4). Somente
Jesus, e o poder que lhe foi entregue, conseguiu libertar espiritualmente
aquele homem que estava preso por uma legião de demônios (Mc 5:6-14).
Evangelho de Lucas
O evangelho escrito por Lucas foi destinado aos gentios. Ele era médico, e
um leal cooperador do ministério apostólico. Lucas é o único autor não judeu
de um livro da Bíblia. Ele ressalta o ministério de Jesus em sua solicitude
para com os pobres e os socialmente marginalizados, necessitados, mulheres
e crianças. Revelando, assim, a ação messiânica de Jesus de Nazaré.
Lucas nos relata uma situação em que Jesus abre uma prisão espiritual de
uma mulher paralítica.
“E ensinava no sábado, numa das sinago‑ gas. E eis que estava ali uma
mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e
andava curvada, e não podia de modo algum endireitar‑se. E, vendo‑a Jesus,
chamou ‑a a si, e disse‑lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E pôs as
mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.” (Lc 13:10‑13)
Jesus veio para abrir a prisão aos presos. Jesus nos mostra, nessa história, que
algumas enfermidades são efeitos direto da ação ou opressão demoníaca. A
prisão dessa mulher era a paralisia.
Não importa o tempo que estamos presos, pois quando nos achegamos a
Jesus, e fielmente nos rendemos à sua unção messiânica, Ele nos liberta.
Evangelho de João
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is 9:6)
Em seu livro, João nos conta sobre uma das boas novas que Jesus operou: a
ressureição de Lázaro.
“Disse‑lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos
para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que
sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor,
para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou com grande
voz: ‘Lázaro, sai para fora’. E o defunto saiu, ten‑ do as mãos e os pés
ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse‑lhes Jesus: ‘Desli‑
gai‑o, e deixai‑o ir’. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a
Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele.” (Jo 11:40‑45)
Jesus disse que todo aquele que crê nele, não verá a morte, e, ainda que esteja
morto, viverá. Ele veio para abrir as prisões da morte, e nos conduzir à vida.
Não há prisão que Jesus não possa abrir. Ele tem a chave das cadeias, dos
cadeados, das algemas, do hades, e dos lugares mais escuros que não
imaginamos, mas que estão nos lugares tenebrosos e celestiais (Ef 6:12).
O Papel dos Discípulos de Cristo
Nós podemos até chamá-lo de Senhor, e, mesmo assim, não fazermos o que
Ele nos manda (Lc 6:46). Ser discípulo é caminhar debaixo da orientação do
seu Mestre. Durante os três anos do ministério público de Jesus, doze foram
seus discípulos antes de serem apóstolos, e, como discípulos, eles estavam
sob a instrução de seu Mestre e Senhor.
“E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o
que é verda‑ deiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha;
e fecha, e ninguém abre.” (Ap 3:7)
Jesus é a chave que abre todas as prisões, tanto no âmbito físico quanto no
âmbito espiritual. A sua plenitude lhe permite essa obra. Não importa em
qual esfera estejamos presos, Jesus é Suficientemente Poderoso para nos
libertar.
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisí‑ veis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades. Tudo foi cria‑ do por ele e para ele. E ele é antes de todas
as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da
igreja; é o prin‑ cípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo
tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele
habitasse, E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por
meio dele recon‑ ciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão
na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis
estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora
contudo vos reconci‑ liou No corpo da sua carne, pela morte, para perante
ele vos apresentar santos, e irrepreen‑ síveis, e inculpáveis.” (Cl 1.16‑22).
· Profético: pregar as boas novas aos quebrantados, aos pobres, àqueles que
reconheciam a sua necessidade de Deus;
· Sacerdotal: no sentido de curar os quebrantados de coração, curar e
restaurar as pessoas, sanando tanto as feridas de alma como trazendo para
eles a cura física. Intercedendo diante de Deus pelos homens. Oferecendo-se
como sacrifício vivo e aceitável, como Cordeiro que tira o pecado;
“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui es‑ tou vivo para todo o sempre.
Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.18)
Jesus morreu, Ele foi até o inferno e nos tirou da prisão eterna. Através da sua
completa obra de morte e de cruz, Jesus nos libertou de todas as prisões!
Agora, precisamos tomar a decisão de aceitar sair das prisões, pois, a porta já
foi aberta!
Eliaquim era a sombra profética do reino messiânico de Jesus, onde Ele teria
autoridade de governo. A chave de Davi simbolizava o reino de Deus sobre a
Terra. Abrindo as prisões e liberando a céus abertos o Reino de Deus.
Exercendo um domínio em plenitude de paz, revelando a paternidade de
Deus (Jo 14.6).
A Chave É Palavra
“E foram ter com Jesus, e viram o endemo‑ ninhado, o que tivera a legião,
assentado, ves‑ tido e em perfeito juízo, e temeram.” (Mc 5.15).
Conteúdo Bíblico:
· “Tira a minha alma da prisão, para que eu louve o teu nome.” (Sl 142:7)
· “Para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte”. (Sl
102:20)
parte 2
Contexto Bíblico
capítulo 4
A Bíblia e o Aprisionamento Espiritual
“Tu vês muitas coisas, mas não as observas; ainda que tens os ouvidos
abertos, nada ouves. Foi do agrado do SENHOR, por amor da sua própria
justiça, engrandecer a lei e fazê‑la gloriosa. Não obstante, é um povo
roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas e escondidos em
cárceres; são postos como presa, e ninguém há que
Como vimos no texto de Isaías 61, onde o profeta diz que o Messias seria
ungido pelo Espírito do Senhor para proclamar “a libertação aos cativos”, ele
acrescenta: “e a abertura de prisão aos presos”.
“E foram ter com Jesus, e viram o endemo‑ ninhado, o que tivera a legião,
assentado, ves‑ tido e em perfeito juízo, e temeram”. (Mc 5:15)
Não se trata propriamente de expulsar demônios, mas retirar as pessoas de
dentro de prisões.
Abertura de Prisão
A pessoa pode ter tido uma experiência clara da salvação, ter se arrependido,
ter tido uma experiência de novo nascimento (o que significa que ela foi
legalmente liberta do cativeiro), mas ainda não consegue experimentar a
plenitude da vida abundante em Cristo Jesus, por estar espiritualmente
aprisionada numa situação que lhe tinha sido imposta no passado.
É muito comum, por exemplo, uma pessoa ficar aprisionada no lugar onde
ocorreu um abuso sexual. O abuso é um dos pontos mais sensíveis e terríveis
que pode acontecer. Muitas vezes afeta o comportamento futuro de quem foi
abusado, trazendo-lhe uma propensão à prostituição, à homossexualidade, ao
lesbianismo, a diversos vícios sexuais ou à frigidez sexual.
Na prisão espiritual a pessoa não consegue viver uma vida plena, ela enfrenta
muitas limitações. Isto significa que a pessoa pode estar trabalhando,
dormindo, desfrutando de lazer, aparentemente vivendo uma vida normal,
mas ainda há impedimentos internos em sua vida que a deixa presa.
Essa situação não se resolve automaticamente na hora da conversão, assim
como uma pessoa, em muitos casos, não fica imediatamente curada de uma
enfermidade física, pelo fato de receber Jesus como Salvador. Mas, depois de
ter nascido de novo, é claro que pode apropriarse de todas as bênçãos
conquistadas por Cristo na cruz, inclusive a cura física e a libertação de
prisões.
“Ora, àquele que é poderoso para fazer infi‑ nitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, segundo o poder que opera em nós”. (Ef 3:20)
Sim, Jesus declarou que a unção real de um novo soberano, que venceu a
guerra e subjugou o inimigo, está presente, anunciando a libertação aos
cativos do antigo soberano Satanás:
Agora, o novo soberano, Jesus Cristo, anunciou uma nova época em que
mudou o jogo, em que os cativos e aprisionados serão libertos da escravidão,
pois tanto serão afastados os que os oprimiam como eles terão ainda as portas
de sua prisão abertas, e ficarão livres de tudo que os impedia de serem
abençoados.
Na escritura a seguir, o salmista diz que foi o Senhor que o retirou de uma
prisão espiritual:
Em outra ocasião, Davi disse que gostaria de louvar a Deus livremente, mas
para isto teria de sair de uma prisão. Havia algo que o impedia; ele não
conseguia louvar ao Senhor:
Isso nos mostra que a prisão espiritual muitas vezes atua no sentido de
impedir a pessoa de agir e, principalmente, de louvar ao Senhor. Sua vontade
está presa, vale dizer, sua alma está presa.
Você já viu pessoas abatidas, sem ânimo, com uma tristeza que até parecem
que já morreram? Isso pode ser decorrente de uma prisão espiritual. Veja a
Escritura:
“O inimigo persegue a minha alma, aba‑ te‑me até o chão; faz‑me habitar
na escuridão, como aqueles que morreram há muito.” (Sl 143:3 – EC –
ênfase da autora)
E, aqui, mais uma vez as Escrituras nos dizem de forma bem clara que é Deus
quem nos tira das trevas, das sombras da morte, que é Ele quem quebra as
cadeias e as portas de bronze, despedaçando os ferrolhos de ferro que nos
prendiam espiritualmente.
No Salmo 88 o salmista descreve a sua angústia. Suas palavras são tão fortes
que alguns de nós poderiam chegar a pensar que este salmo não se aplica a
um cristão, tamanha a angústia e o desespero expresso nos versos:
Ó Senhor , Deus da minha salvação, dia e noite clamo dian‑ te de ti. Chegue
à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. Pois a
minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte. Sou
contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, atirado
entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais
já não te lembras; são desamparados de tuas mãos. Puseste‑me na mais
profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos. Sobre mim pesa a tua
ira; tu me aba‑ tes com todas as tuas ondas. Apartaste de mim os meus
conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e
não vejo como sair. Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia,
venho clamando a ti, Senhor, e te levanto as minhas mãos. Mostrarás tu
prodí‑ gios aos mortos ou os finados se levantarão para te louvar? “Será
refe‑ rida a tua bondade na sepultura? A tua fidelidade, nos abismos? Acaso,
nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça, na terra do
esquecimento? Mas eu, Senhor, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se
antecipa diante de ti a minha oração. Por que rejeitas, Senhor, a minha alma
e ocultas de mim o rosto? Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o
peso dos teus terrores, estou desorientado. Por sobre mim passaram as tuas
iras, os teus terrores deram cabo de mim. Eles me rodeiam como água, de
contínuo; a um tempo me circundam. Para longe de mim afastaste amigo e
companheiro; os meus conhecidos são trevas. (ênfase da autora)
Mas isso não é verdade, pois o versículo 1 declara ser Ele o Deus da sua
salvação. O versículo 18, na versão ARC, indica com mais clareza uma
condição ainda mais terrível:
“Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu abrirei os vossos se‑ pulcros, e vos
farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. E
sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir os vossos sepulcros, e vos
fizer subir das vossas sepulturas, ó povo meu.” (Ez 37:12-13 - ACF)
Toda Palavra de Deus foi escrita para nossa edificação. De fato, os Salmos
foram compostos com a utilização de uma linguagem poética, composta por
figuras de linguagem, tais como metáforas, metonímias, símiles e outras, que
servem para nos ajudar a compreender o estado real das coisas. Portanto,
quando tratamos de libertação, precisamos estar com nossos ouvidos
espirituais atentos ao que o Espírito Santo está dizendo, muitas vezes por
meio de figuras de linguagem, para podermos entender as realidades
espirituais.
Assim, diante de tudo isso que a Bíblia nos revela, temos de entender que
certas circunstâncias, mediante a ação do inimigo, podem nos ter colocado
numa prisão espiritual, o que passa a limitar o nosso crescimento espiritual e
pode anestesiar a nossa experiência com Deus.
Nossa alma é atingida, e não conseguimos fazer certas coisas que deveríamos
fazer. Nesse caso, sentimo-nos (e estamos!) presos espiritualmente. São
barreiras espirituais que nos foram impostas, e que precisam ser rompidas.
capítulo 5
Funções do Espírito
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vin‑ da de nosso
Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 5:23)
Alma e espírito são, de fato, duas partes distintas em nosso ser. Creio que é
muito importante sabermos como funciona o espírito do homem, pois muitos
são os crentes cujo espírito não está atuando com a plena capacidade que tem,
que lhe foi dada por Deus.
Em outras palavras, podemos dizer que muitos que têm a vida eterna em
Cristo não vivem a dimensão espiritual que Deus lhes concedeu. Será que
podemos afirmar que, para certas pessoas, a vida espiritual é até mesmo
quase inexistente?
Alma e Espírito
Vejamos agora o que nos ensina Jesus quando estava conversando com a
mulher samaritana, aquela com quem se encontrou no poço de Sicar.
Jesus lhe disse que o local de adoração não é importante. O que importa é a
quem adorar e como adorar. Sendo Deus Espírito, disse Ele, é necessário
adorá-lo em espírito e em verdade:
Em outras palavras, isso somente ocorre naquele que é nascido de novo, que
possui o Espírito Santo. Somente este pode realmente ter comunhão com
Deus.
Intuição
Ela nos mostra aquilo que “sabemos” sem conhecer a sua origem, sem que
ninguém nos tenha dito. A nossa mente meramente nos ajuda a “entender” o
que a intuição nos revela. As revelações de Deus e todo o movimento do
Santo Espírito podem ser conhecidos pelos crentes através da intuição. Um
exemplo bíblico dessa verdade vemos no seguinte versículo:
“O próprio Espírito testifica com o nosso es‑ pírito de que somos filhos de
Deus.” (Rm 8:16)
· Ele se faz conhecido por habitar em nosso espírito, onde Ele pode usar as
nossas faculdades intelectuais para trazer o conhecimento da sua existência
absoluta.
Mediante a visão espiritual (que vê aquilo que ainda não existe fisicamente),
a nossa fé é edificada em nossas crenças.
Assim como o corpo capta, do mundo físico, situações que, levadas à nossa
alma, despertam nossas emoções, e também reações (sentimos, dizemos ou
fazemos alguma coisa em razão do que vimos ou ouvimos), semelhantemente
o espírito pode receber intuições que são levadas à alma e que também geram
emoções e outras reações, inclusive a fé, que vem pelo ouvir a Palavra.
Jesus e a Intuição
Cristo, que é inteiramente Deus e plenamente homem, viveu uma vida sem
pecado. Jesus é o nosso modelo para ser seguindo, Ele é a imagem de Deus
incorruptível, onde usou todas as suas faculdades para manifestar o reino de
Deus, e para discernir o ambiente que Ele andava.
“E, suspirando profundamente em seu es‑ pírito, disse: ‘Por que pede esta
geração um sinal?’” (Mc 8:12 ‑ ACF)
Paulo, tendo sido alertado no espírito, isso afetou sua alma, trazendo-lhe
alguma preocupação: “Não tive ... tranquilidade no meu es‑ pírito.” (2Co
2:13)
Discernimento
Quando o discernimento nos aponta para algo que não condiz com o que é
reto, puro, pio, essa informação é levada à nossa alma, que assim reage em
conformidade com a situação, despertando emoções, pensamentos e reações
que se expressam também através do corpo físico.
Assim, por exemplo, o que o nosso “faro” espiritual nos revela pode ser algo
que nos seja de um odor agradável ou que, pelo contrário, seja algo
abominável em nosso espírito. No mundo espiritual o cheiro é agradável
quando o nosso espírito percebe a presença do que é puro, santo, perfeito.
Quando não é agradável, o odor espiritual é algo que nosso espírito abomina.
E por que ele abomina? Porque nele habita o Espírito Santo, que
imediatamente detecta aquele odor desagradável.
“E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que
tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos
seus senhores.” (At 16:16 ‑ ACF)
Como foi que Lucas e Paulo descobriram que a jovem tinha um espírito de
adivinhação? Isso lhes foi mostrado no espírito, pois aparentemente ela
somente falava o que era verdade: “Estes homens, que nos anunciam o
caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.” (At 16:17 - ACF)
Mas, diz o texto, que Paulo ficou “perturbado, indignado” com aquilo.
“Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou
indignado, vol‑ tou‑se e disse ao espírito: ‘Em nome de Jesus Cristo eu lhe
ordeno que saia dela!’ No mesmo instante o espírito a deixou.” (At 16:18)
Outro exemplo temos quando Jesus detectou, em seu espírito, que um dos
discípulos estava com a intenção de traí-lo e que se achava sob a ação de um
espírito maligno:
Seu espírito angustiou-se, pois Ele teve o discernimento, dado pelo seu olfato
espiritual, que Judas estava contaminado espiritualmente. A extrema tristeza,
caracterizada pela ausência do gozo espiritual e pela opressão, foi o que
causou aquele sentimento em Jesus.
De igual forma, quando o discernimento nos revela algo que nos traz gozo
espiritual, esse gozo reflete-se em nossa alma, que nos faz alegrar e move até
os músculos do nosso corpo que nos fazem sorrir. Maria sentiu alegria em
seu espírito e assim declarou:
Comunhão
“Pois os meus pensamentos não são os pen‑ samentos de vocês, nem os seus
caminhos são os meus caminhos”, declara o Senhor. “Assim como os céus
são mais altos do que a terra, tam‑ bém os meus caminhos são mais altos do
que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus
pensamentos”. (Is 55:8‑9)
“Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Rm 8:9b)
Somente depois da regeneração, o espírito recebe a vida verdadeira, pois o
Espírito Santo passa a morar na pessoa, no novo homem.
Já o incrédulo, que não nasceu de novo, recebe em seu espírito, em seu estado
de ignorância por práticas erradas, apenas a habitação de espíritos malignos,
ou seja, de demônios. A pessoa está morta espiritualmente; não tem a vida
eterna. Sua adoração é aos maus espíritos; alguns manifestam ainda “dons
espirituais”, dados pelos demônios, que são contrafações dos dons espirituais
dados pelo Espírito. A pessoa pode ter intuição, discernimento, mas os
agentes desses dons são espíritos impuros. E sua comunhão é com eles.
“E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos,
bus‑ cando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha
casa, de onde saí.” (Mt 12:43‑44a ‑ ACF)
Jesus disse que o demônio tinha uma “casa” no homem de quem saiu.
Obviamente isso significa que ele habitava no homem, vale dizer, no seu
espírito.
Com respeito aos incrédulos, uns são mais contaminados do que outros,
dependendo do grau de envolvimento que tenham tido com as trevas.
capítulo 6
O Espírito Adormecido
“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e
cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite
consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas
lâmpadas.” (Mt 25:1‑4)
Muitos crentes, porém, sabem muito pouco sobre esta situação e, devido a
longos anos de escravidão nas mãos de Satanás, (no tempo anterior à
conversão), não têm uma vida espiritual abundante, com Deus.
Precisamos agora cultivar o temor e tremor diante de Deus (Fp 2:12). Temos
de aprender o que é espiritual de Deus e o que provém da carne.
“...o qual [Cristo], não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora,
mas cren‑ do, vos alegrais com gozo inefável e glorioso.” (1Pe 1:8)
Pessoas não nascidas de novo, que não têm a vida do Espírito Santo em seu
espírito, muitas vezes dizem: “Não sei do que eles estão falando. Eu nunca
senti a presença de Deus”.
Aquele cujo espírito não foi vivificado pela presença do Espírito Santo,
quando se encontra numa reunião de oração em que todos estão levantando as
mãos e louvando a Deus, não sente a presença de Deus e, assim, não
experimenta a plenitude da adoração. Ele não tem a capacidade de senti-la.
Os que já nasceram de novo, mas estão adormecidos espiritualmente, podem
sentir toques momentâneos da presença de Deus, mas esses toques não
permanecem.
Tais pessoas não sabem como banhar no rio de Deus o seu espírito, que está
em necessidade – sendo que a Palavra de Deus diz: “Há um rio cujas
correntes alegram a cidade de Deus” (Sl 46:4). De fato, assim nos exorta o
apóstolo Paulo: “Enchei-vos do Espírito.” (Ef 5:18)
Aquele que está com o espírito vivificado e desperto pode entrar na presença
de Deus e aquecer-se em seu amor, consegue “voar alto”, espiritualmente
falando. Ele “sobe com asas nas alturas” (Is 40:31). A Palavra adquire para
ele um significado especial, pois ele recebe, em seu espírito, a inspiração da
Bíblia. E imagens e pensamentos não solicitados jorram de sua mente, pelo
poder do Espírito Santo.
Aqueles que estão com o espírito morto (não renascidos) dizem: “Procuro ter
as minhas devoções, mas são sempre áridas. Não sinto nada.” Até a leitura
bíblica disciplinada pode tornar-se um deserto. Leitura repetida não traz
nenhuma revelação. Jó diz que é o espírito do homem que lhe dá o
entendimento (Jó 32:8).
Para os que têm o espírito morto, o seu espírito não responde ao Espírito
Santo. Se suas devoções continuam, é meramente por dever.
Assim diz a escritura com respeito ao homem natural, não nascido de Deus:
“Ora, o homem natural não aceita as coi‑ sas do Espírito de Deus, porque
lhe são lou‑ cura; e não pode entendê‑las porque elas se discernem
espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele
mes‑ mo não é julgado por ninguém.” (1Co 2:14‑15)
Um fato importante é que muitos são os crentes que, tendo o Espírito Santo, o
deixam “adormecido”. As Escrituras somente podem ser corretamente
compreendidas no novo homem, nascido da semente de Deus, tendo a
revelação do Espírito em seu espírito. Há os que nasceram no espírito, mas
que não desenvolveram a capacidade de se comunicar, simplesmente porque
não a cultivaram. E há aqueles que, por alguma razão, deixaram-se ficar
aprisionados em alguma circunstância.
Deus fala de diversas formas. Ele usa sonhos proféticos, visões, impressões
no espírito, percepções, odores espirituais. Deus pode também usar sintomas
no corpo físico para comunicar alguma coisa. Deus usa histórias do passado
para nos falar. Deus usa a Palavra e a aplica em circunstâncias específicas
pelas quais passamos. É interessante como Deus se vale de tantas formas para
comunicar-se conosco!
Assim diz o Senhor:
Os nascidos de novo, cujo espírito não está adormecido, têm em seu espírito,
no novo homem, pressentimentos intuitivos – pelo poder do Espírito Santo.
Recebem revelações e têm prazer em andar, passo a passo, mão a mão, com
Deus, pela direção que Ele dá.
Deus nos fala com visões, sonhos e muitas outras maneiras. Ele fala ao nosso
homem espiritual. Ele pode nos dar impressões e devemos ser sensíveis a
elas, para não abafarmos a sua voz. Não somente ouvir, mas devemos
obedecer à voz de Deus. E o homem espiritual tem grande alegria em seguir o
que Deus lhe diz e lhe mostra.
O Poder da Inspiração
Já a pessoa com o espírito desperto toca junto com o seu corpo. Seu espírito
também canta e entoa a música. Uma ilustração disso, tirada do mundo físico,
é a sensível diferença entre engenheiros criativos, que atuam com criatividade
e ousadia, em relação a outros que apenas cumprem a sua obrigação e fazem
o que lhe é pedido.
Muitos de nós nos encontramos pela primeira vez com uma pessoa crente e
sentimos como se já a conhecêssemos há muito tempo. Com essa pessoa
descobrimos que existe uma correspondência espiritual, pois há eco e
ressonância no que falamos (nosso “tato” espiritual está funcionando, dando
esse discernimento). Dificilmente terminamos uma sentença porque o que ela
diz é exatamente o que estamos pensando, ou estamos para dizer. A conversa
torna-se viva e interessante, rápida e divertida. Saímos renovados e queremos
encontrar essa pessoa de novo.
Conviver com uma pessoa com espírito adormecido não somente é solitário,
mas irritante. No nosso relacionamento de família, ou no casamento,
devemos estar sensíveis para verificar onde e como o espírito da outra pessoa
está.
No casamento, viver com uma pessoa que tenta ser boa, mas que não se
relaciona sensivelmente com o cônjuge, pode tornar-se um relacionamento
doloroso e solitário, e até aflitivo.
John Sandford diz ter visto muitos lares destruídos, produzindo pessoas mais
e mais quebradas, fraturadas, cujo espírito nunca foi nutrido para a vida.
Muitas delas não estão suficientemente preparadas para viver um casamento.
Assim, esses infelizes procuram ter encontros impessoais e temporários, por
não serem capazes de entrar no santuário da santidade que há entre os
espíritos de um casal.
Transcender o Tempo
É alguém que, ainda que na igreja chegue a ouvir uma mensagem poderosa
sobre o pecado e o seu juízo, sai do culto e vai diretamente dormir com a
namorada num motel.
Proteger-se de Enfermidades
Conheço pessoas que raramente ficam doentes e que, quando acometidas por
uma enfermidade, suportam tudo muito bem. Enfermidades não têm poder
sobre essas pessoas, que delas logo se desvencilham. Ao enfrentarem uma
condição terminal, mesmo assim permanecem brilhantes e vibrantes. O
espírito delas tudo suporta e é vitorioso. E nunca ficam por baixo das
circunstâncias.
Já isso não ocorre com aquele que não se vale do discernimento, pois o seu
espírito está adormecido. Para ele, a consciência atua meramente depois do
evento, quando então consegue discernir que pecou. Já no caso do não crente,
o discernimento que possui é fruto da ação de espíritos de engano, o que
fatalmente lhe fará cair em erro.
A lei não nos impede de pecar (de transgredir). Mas o amor ao Senhor nos
constrange a não pecarmos. Contudo, ainda assim pecamos.
Pela ação do Espírito Santo em nosso espírito, é este que nos alerta, muitas
vezes, de que estamos para fazer alguma coisa errada e entristecer o Espírito
(Ef 4:30). ELE ainda nos causa dores quando vamos atingir outras pessoas.
O remorso ocorre naqueles que não nasceram de novo e nas pessoas que têm
o espírito adormecido. Porque tal pessoa caminha pela lei, pela mente, pelas
recordações e pelas emoções. O remorso é egocêntrico. Ele nos faz apenas
conscientes de que falhamos em relação ao que deveríamos ser.
“Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente
de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de
Deus.” (1Jo 3:9 ‑ NVI)
Esse texto claramente nos diz que o novo homem, o homem espiritual (aquele
que é nascido de Deus) de fato não peca. Quando pecamos, foi o nosso velho
homem, ainda corrompido, que pecou. E, quando o nosso velho homem peca,
o novo homem, que não se contamina e que permanece em Cristo, clama
dentro de nós!Assim, mesmo depois de renascido, o espírito do homem
natural tem de ser vivificado efetivamente, pois há nele partes ainda
contaminadas, mortas, onde o Espírito Santo não habita. Devemos
desenvolver a nossa regeneração, que vem através da salvação (Fp 2:12).
O crente tem o seu espírito adormecido nas áreas em que o seu espírito não
recebeu a purificação e ainda está contaminado. Seu espírito precisa
purificar-se completamente, para poder encher-se totalmente do Espírito, ter a
plenitude do Espírito Santo. Paulo nos exorta: “Enchei‑ vos do Espírito.” (Ef
5:18).
Se o novo homem não peca (Ef 4:24; 1Jo 5:18), o homem natural peca, pois
está contaminado (Ef 4:22; 1Jo 1:8), e precisa, conforme já foi dito, ser
despojado de nós. Temos de fazer morrer a nossa natureza terrena! (Cl 3:5 -
RA). Sim, o homem natural comete erros, e ainda deixa de fazer coisas que
deveriam ser feitas e pode ser invadido por pensamentos ruins, sentimentos
negativos e até por espíritos impuros (1Ts 5:19).
Por isso Paulo nos exorta a purificarmos tanto a nossa carne (a parte da alma
que está contaminada) como também o nosso espírito (2Co 7;1; 1Ts 5:23).
O novo homem, a parte do nosso ser que nasceu de Deus, este nunca
escolherá pecar. Aliás, diz a Escritura, ele não peca porque o maligno não
consegue nem mesmo tocar nele, pois ele é santo! Isso está em 1 Jo 5:18:
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de
Deus é gera‑ do conserva‑se a si mesmo, e o maligno não lhe toca..” (1 Jo
5:18, ACF)
O apóstolo Paulo nos ensina que aquele que se une com o Senhor é um só
espírito com Ele, e quem se une a uma meretriz torna-se uma só carne com
ela (1Co 6:16-18). Paulo estava apontando para a realidade da união que
ocorre tanto no casamento como em nossa união com Cristo.
A glória marital acontece pelo fato de que o Espírito Santo canta a canção do
amor da criação, através do espírito do marido para a mulher e da esposa para
o marido.
Há uma glória no casamento entre dois nascidos de novo. Esta glória não
ocorre, absolutamente, em uniões extraconjugais. Quando o adultério ocorre
entre crentes, a maior causa desse pecado, em minha opinião, é o fato de
vidas estarem ainda com o espírito aprisionado, contaminado e adormecido.
Lembremo-nos de que todo engano não passa pelo crivo da Palavra de Deus,
e por isso ela é muito importante para analisarmos qualquer discernimento
que venhamos a ter.
Paulo diz que as coisas espirituais “se discernem espiritualmente” (1Co 2:14-
15), e que esta não é uma função do homem natural, e sim do homem
espiritual. Aos que estão com o espírito adormecido, a seguinte Escritura
aplica-se direitinho:
“Desperta, tu que dormes, levanta‑te den‑ tre os mortos [deixa‑te ser
revificado, em teu espírito], e Cristo te esclarecerá [não serás mais
enganado!].” (Ef 5:14)
1. SANDFORD, John; SANDFORD, Paula. The healing of the wounded spirit. Plainfield (NJ, USA),
1984.
capítulo 7
O Reino de Deus e a Libertação
“E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia,
pregando o evangelho do reino de Deus. E dizendo: ‘O tempo está cumprido,
e o reino de Deus está próximo. Arrependei‑vos, e crede no evangelho’.”
(Mc 1:14‑15)
“Mas se é pelo Espírito de Deus que eu ex‑ pulso demônios, então chegou a
vocês o Reino de Deus”. (Mt 12:28)
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisí‑ veis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coi‑ sas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da
igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo
tenha a preeminência”. (Cl 1:16‑18 ACR).
Satanás e seus demônios nunca foram uma ameaça para a expansão do Reino
de Deus na terra. Deus é o Soberano Criador, e satanás e suas hostes são
apenas criaturas, que pelo livre-arbítrio decidiram se rebelar contra Deus. O
nosso adversário é limitado, mesmo possuindo suas habilidades para destruir,
roubar e matar, tudo está debaixo da ordenança de Deus.
[ O Reino de Deus e a Libertação ]
Deus escolheu derrotar o mal, por meio de Jesus Cristo na cruz, e expor as
suas fraquezas através dos cristãos, que reconhecem ser a imagem e
semelhança de Deus, em Cristo Jesus.
Dentro do Reino de Deus, nós podemos guerrear acima do mal, somente com
palavras de comando, como fazia Jesus. Nós estamos assentados com o
Senhor, nas regiões celestiais, diante de nós, o Senhor prepara uma mesa à
frente dos nossos inimigos!
Jesus foi o único que conseguiu, por sua obediência a Deus, despir satanás e
seus principados e potestades, subjugando-os na cruz! Após tê-los vencido,
esmagado o seu poder, Ele entrou na presença de Deus e dos anjos, levando
cativos todos que governam o império das trevas.
Os princípios
capítulo 8
O Novo e o Velho homem, a Regeneração em
Cristo
Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe pelas concupiscências do engano; (Ef 4.22)
É que, pelo novo nascimento, a pessoa passa a ter uma nova natureza, que é
referida pelo apóstolo Paulo como “novo homem”, “homem espiritual” ou
ainda “homem interior”, em oposição à velha natureza, chamada de “velho
homem”, “homem natural”, “homem carnal” ou ainda “homem exterior”.
A ordem dada para nós, nascidos de novo, com respeito ao velho homem, é
no sentido de despojá-lo da nossa vida (Efésios 4.22). Isto significa que,
mesmo depois do novo nascimento, ele ainda está em nós, e precisa ser
despojado.
O fato é que há em nós uma contínua luta entre as duas naturezas, a velha e a
nova.
O velho homem é composto do corpo atual (este corpo que é nascido segundo
a carne, conforme a natureza de Adão), de toda parte ainda contaminada da
alma (que Paulo chama de “carne”), e da parte ainda impura no espírito (com
a presença de impurezas – espíritos impuros).
Paulo deixa claro que despojar o velho homem significa remover, tanto as
impurezas da nossa alma (da “carne”), como as impurezas do espírito:
O corpo físico do crente ainda pertence ao velho homem; também dele fazem
parte as partes contaminadas na alma e no espírito.
Já o novo homem (que nós, nascidos de novo, também somos) pode ser
comparado com o templo de Deus no Antigo Testamento. E, como o Espírito
Santo habita no espírito, podemos dizer que o espírito do novo homem é o
Santo dos Santos.
O quadro que descreve o novo homem (somente existente naquele que foi
regenerado, nascido de novo) é o seguinte:
O HOMEM ESPIRITUAL (NOVO HOMEM)
ÁTRIO SANTO LUGAR CORPO ALMA (glorificado) (na parte pura)
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados. (Is 53.4‑5)
É absoluto que Jesus já levou tudo na cruz, porém, temos a opção de não
aceitar viver essa verdade. Quando nos aproximamos da verdade de Cristo, a
nossa consciência é vivificada, e somos confrontados a confessar os nossos
pecados, pelo conhecimento da verdade. “E conhe‑ cereis a verdade, e a
verdade vos libertará”. (João 8.32)
O Ministério de Cura faz parte do Reino de Deus. A cura vem para encorajar
e animar a alma temerosa e doente. A cura põe em ordem o plano original de
Deus para o homem, em torná-lo à sua imagem e semelhança (Gn 1:26). A
cura divina repara o mal, aponta para o Caminho, a Verdade e traz Vida (Jo
14:6). Jesus manifestou o poder sobrenatural de Deus, e através do Espírito
Santo, Ele conseguiu curar os cegos, abrir a audição dos surdos, desenrolar a
língua do mudo, e fazer o coxo andar. Esse poder sobrenatural está no DNA
da sua Igreja.
Jesus é o mais preocupado em nos tirar das prisões físicas também. O seu
ministério estava intrínseco com a manifestação sobrenatural de Deus na cura
física.
O Ministério de Jesus
“Jesus foi por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as
boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o
povo.” (Mt 4:23)
O Ministério de Jesus também está ligado com a cura física (Is 61; Mt 8:17).
Nós recebemos a ordem para fazermos obras maiores que aquelas feitas por
Jesus Cristo. Precisamos orar pelos enfermos, e crer que Jesus é o Rei da
Cura, e o Cordeiro que levou as nossas enfermidades (Is 53).
Nós, como cristãos, devemos entender que a Cura Divina está relacionada à
libertação, uma vez que a maioria das enfermidades está ligada de uma forma
intrínseca com o pecado e o resultado da queda do homem.
Muitas vezes o pecado é a causa das enfermidades (Jo 5:5-14). Jesus sabia
que a causa da enfermidade daquele homem paralítico estava relacionada ao
pecado. O Senhor o advertiu alertando que a repetição ou permanência no
pecado poderia levá-lo a coisa pior, até mesmo à morte. Vemos que o pecado
pode afetar a constituição física, emocional e espiritual do homem. Quando
confessamos os nossos pecados somos curados (Tg 5:14-15).
A saúde pode ser atacada também pelo agir de satanás. Um exemplo é o caso
da mulher que viveu por dezoito anos presa por satanás, com enfermidade,
andando encurvada (Lc 13:10-16).
A ministração deve ser feita com compaixão e amor, para que Jesus possa
operar:
Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou‑lhes nos olhos, e logo seus
olhos viram; e eles o seguiram. (Mt 20.34)
E, Jesus, saindo, viu uma grande multi‑ dão, e possuído de íntima compaixão
para com ela, curou os seus enfermos. (Mt 14.14)
A Cura é o Resultado da Fé
Temos que orar com fé, e não sermos uma geração incrédula. A Libertação é
pela fé, Jesus perguntava o que a pessoa queria, então Ele agia conforme a fé
daquela pessoa:
E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue,
chegando por detrás dele, tocou a orla de sua roupa; porque dizia consigo:
Se eu tão‑somente tocar a sua roupa, ficarei sã. E Jesus, voltando‑se, e
vendo ‑a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a
mulher ficou sã. (Mt 9.20‑22)
Então respondeu Jesus, e disse‑lhe: Ó mu‑ lher, grande é a tua fé! Seja isso
feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.
(Mt 15.28)
E Jesus, falando, disse‑lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse:
Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo
viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. (Mc 10.51‑52)
Jesus cura a mulher com fluxo de sangue (Mt 9:18-26; Mc 5:22-43; Lc 8:40-
56)
O Dom de Cura
Deus nos deu vários dons, entre eles temos o dom da cura física (1Co 12:28-
30).
Na Bíblia o dom de maravilhas também pode ser o de cura; porém esse dom
de cura física é especifico.
Quando Jesus enviou os seus setenta discípulos para o campo missionário (Lc
10), Ele ordenou que curassem os enfermos:
“Curem os doentes que ali houver e di‑ gam‑lhes: ‘O Reino de Deus está
próximo de vocês’.” (Lc 10:9)
Nós devemos orar pela cura dos enfermos, é uma ordenança de Jesus Cristo,
para a manifestação do Reino de Deus aqui na Terra.
Quando nós oramos “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na
terra como no céu” (Mt 6:10), estamos chamando à existência o Reino de
Paz, onde não há enfermidade. Invocamos a Teocracia, um governo dirigido
por Deus, cujas leis estão para a vida abundante, e não para morte.
Curar é dirigir a nossa fé para o Criador do Universo. Paulo nos aconselha a
procurarmos com zelo os melhores dons (1Co 12:31), e certamente o dom de
cura é um dos melhores.
Marli era um constante embaraço para o seu marido. Ela não imaginava o
quanto ele a amava e a admirava. Mas, para ela, a vida sexual era um peso.
Seria melhor se não a tivesse. Se o marido fosse um pouco mais rude, poderia
ter uma desculpa para fugir dele, para abandoná-lo. Mas ele era alguém tão
gentil e carinhoso que Marli se enchia de desgosto e remorso quando tinha
aqueles pensamentos.
Marli era uma mulher linda e bastante saudável. Raramente tinha uma dor de
cabeça. Ela perguntava a si mesma o que poderia estar bloqueando a sua vida
espiritual, social e sexual. Uma coisa que lembrou foi que havia tido uma
carência de afeto muito grande de seus pais, especialmente do pai. Ela,
também, havia sido molestada sexualmente, na infância, fato já quase
suprimido em sua memória. Ao ser ministrada, diversas vezes, por John
Sandford, ela sempre dizia: “Não estou bem, não melhorou. Não sinto nada.”
Ele resolveu então ministrá-la mais uma vez. O fato é que já tinham feito de
tudo, e já haviam analisado a situação sob diversos ângulos. Não restava nada
a fazer, que já não tivesse sido tentado. Ele, John, era dotado com o dom da
empatia, a capacidade de sentir o que os outros sentem. Assim, ele se
identificava com Marli e sentia o que ela sentia por dentro, e, desse modo,
tentava encontrar a chave para a solução do problema.
Como ele conhecia grande parte das experiências pelas quais ela havia
passado, John pediu permissão para identificar-se inteiramente com ela.
Assim, foi-lhe possível sentir as dores, as alegrias e outros sentimentos que
ela teve no passado, através do Espírito Santo, obtendo uma forte impressão
do caráter e da personalidade de Marli.
Ao ter licença para fazer isso, foi como se tivesse entrado espiritualmente
nela. John Sandford nunca tivera uma experiência semelhante. Ele sentiu-se
totalmente sozinho, pois ninguém estava em casa. Era como se tivesse
entrado dentro de um prédio vazio. Ele disse: “Senti o vazio de um grande
prédio. Eu estava só. O espírito dela não estava lá.”
Jesus veio. John viu Jesus andando, descendo por um túnel escuro, e não
carregava nada - nem luz, nem uma tocha. Jesus era a própria luz. E tudo ia
sendo iluminado, tudo que antes estava no escuro. Jesus foi andando e John o
seguia. Ao chegarem diante de um grande calabouço, com uma porta
enferrujada, trancada, a porta abriu-se, automaticamente, diante de Jesus:
O Senhor a tomou para levar para fora daquele lugar. Marly disse ao
ministrador, mais tarde, que teve momentos de alegria indescritível,
antevendo o que estava para acontecer. Jesus soprava o fôlego de vida nela.
Ela começou a andar com ELE.
John Sandford afirma que a Igreja precisa avançar e atacar o inimigo, tirando
as pessoas do cativeiro em que estão, invadindo os portais do inferno e
libertando os aprisionados.2
Quando o ministrei, constatei que ele estava aprisionado num buraco, que ele
mesmo havia cavado. Aconteceu que, um dia, por volta de seus 10 anos de
idade, ele foi levado ao quarto de um amigo, um lugar todo forrado de fotos
pornográficas. José ficou chocado com o que viu, e isso foi o suficiente para
ser invadido por espíritos estranhos. Naquele dia, o amigo tentou abusá-lo
sexualmente, e pediu-lhe que o masturbasse.
Naquele momento, um dos intercessores teve uma visão; viu José ainda
menino, cavando um buraco e divertindo-se, achando muita graça em estar
dentro daquele buraco. José ria muito. Mais tarde, porém, o intercessor o viu
como adulto, mas ele estava aprisionado numa gaiola de ferro, bem no fundo
daquele buraco. E José não conseguia sair de lá.
O meu entendimento dessa visão é que ele cavou o buraco da sua prisão
quando era jovem (através da masturbação constante, e vendo revistas e
filmes pornográficos). Conforme ele praticava a perversão sexual, formou-se
ao seu redor uma prisão de ferro batido: uma jaula, semelhante ao que o
intercessor viu. E José ficou aprisionado, engaiolado naquela prisão.
Por ter Luís despertado a minha atenção, mais tarde examinei a sua ficha
(formulário que ele havia preenchido para ser ministrado), e verifiquei que
estava quase limpa, isto é, havia bem poucos itens assinalados (que
indicavam compromissos feitos no passado com as trevas, com o pecado).
Nada de diferente ou significativo nela havia. Mas, mesmo assim, eu o
escolhi para ser ministrado. O que eu não sabia era que os demônios vinham
se manifestando nele todas as noites, já por dois anos, conforme fui
informada depois.
Quando recebi Luís para ser ministrado e fomos orar por ele, Deus colocou
em nós uma comoção e um amor muito grande por aquele rapaz. Ele estava
preso, e o intercessor o viu dividido em três pedaços.
A música era algo de suprema importância em sua vida. Luís me disse ainda
que não se sentia bem cantando da forma como o pessoal da igreja cantava,
porque ele se recusava a vulgarizar a música para Deus. Em sua ministração,
logo descobri que ele era idólatra da música. Luís idolatrava James Dean,
Elvis Presley e John Lennon.
Com John Lennon ele aprendeu o desespero, que não existe futuro, a negação
de tudo, que existo porque existo, que nada faz sentido, o deboche, e a
filosofia do engano. Luís lia, cantava e estudava as músicas e as letras de
John Lennon, de um modo desvairado.
Ninguém sabia do seu mundo interior. Só ele sabia e, pela primeira vez, ele
estava se expondo.
E assim Deus foi me mostrando que ele estava preso num castelo que ele
mesmo havia construído para esconder-se. A filosofia daquelas músicas foi o
material que ele utilizou para construir esse castelo. Nele, Luís encontrou um
senhor bem vestido, que o levou a conhecer várias salas. Cada sala
representava algum tipo de música: rock, pop, jaz, neoclássico, etc. Quem o
conduzia tinha um controle de computador e o controlava.
“Você não vai ser nada!” “Se você for por este caminho, vai se dar mal!”
“Você não deve sair de onde está, em hipótese alguma!” “Você nunca vai
fazer bem à sua família!” “Tudo que você quer é errado!” “Tudo que você
gosta é certo!”
Aqueles espíritos estavam gritando, pois sabiam que estavam prestes a perdê-
lo e tinham sido obrigados a devolver tudo o que eles haviam roubado do
rapaz.
Chegou então o momento em que Luís teria de ser tirado daquele castelo.
Antes, porém, ungi com óleo a sua mente.
O direito legal que Luís havia dado ao diabo e aos demônios tinha sido a
idolatria a James Dean. O demônio havia entrado na vida dele através de uma
sentença dada por um pai de santo muito famoso: “A paz como a essência da
vida”.
Luís saiu arrastado e um pouco assustado, então ficou em pé. Viu anjos
sorrindo para ele. Quando viu as mãos que o seguravam, identificou-as como
sendo as mãos de JESUS, por causa dos sinais. Eram as cicatrizes dos cravos,
da crucificação.
Naquele momento Luís começou a chorar, pois não podia acreditar no que
estava vendo. Ele não poderia estar segurando a mão do Salvador... mas
dizia:
- Senhor, eu não mereço, eu não mereço o que estou vendo. Não mereço o
que está acontecendo comigo!
Saindo do castelo, Luís conseguiu completar todas as renúncias das filosofias
daqueles ídolos de música.
Interessante foi o que aconteceu alguns dias depois: Um irmão de Luís
enviou-me um e-mail, dizendo: “Neuza, o que você fez com o meu irmão?
Pois ele está completamente diferente!”
No momento em que Luís foi curado, Jesus o pôs no colo, sendo Luís ainda
bebê.
Luís chorou várias vezes, dizendo que não merecia o que estava vendo. Sua
transformação foi visível, maravilhosa. Em seus dedos, que antes estavam
machucados de tanto tocar, e que até mesmo vertiam sangue, finalmente foi
colocada uma pele nova, e as marcas digitais foram refeitas.
Quando estava sendo carregado por Jesus, viu demônios tentando atacá-lo,
mas eles não conseguiam atingi-lo. Havia uma redoma invisível protegendo-
o, e isso impedia as entidades malignas de o alcançarem. Luís ria e divertia-se
observando os demônios batendo naquela redoma, pois caíam com violência,
ao chocarem-se na redoma de proteção.
O terceiro momento foi a saída dele da sepultura. Luís estava na cova, e Jesus
veio tirá-lo de lá. O próprio Luís foi quem disse: “Tira esta pedra de cima de
mim!”
Vou relatar com mais detalhes como Deus usou diferentes pessoas para
confirmar esta verdade.
Sua irmã gêmea estava enferma, com câncer, e não reagia a nenhuma
campanha de oração, nem a jejuns. Essa pastora orava, perguntando a Deus o
que acontecia com a irmã. Apesar de sua irmã ser evangelista, ao passar um
dia por uma dor insuportável, ela havia ficado presa espiritualmente. O que
tinha acontecido?
Foi então que o apóstolo Chuck Pierce trouxe a palavra de que ela precisaria
encontrar uma chave para tirar sua irmã de onde estava. Quando ela começou
a orar para que Deus lhe mostrasse onde estava essa chave, Deus lhe
respondeu. Dois anjos apareceram diante dela e a conduziram a um lugar
totalmente desconhecido. Ela e os anjos andaram por um longo tempo e
foram parar num lugar que parecia uma enorme prisão; era um calabouço
cheio de quartos.
A pastora passou diante de vários deles e finalmente encontrou sua irmã num
daqueles quartos. Ela estava amarrada. A pastora a tirou de lá e a trouxe de
volta. Mas, logo em seguida, sua irmã ficou com pneumonia. E ela viu então
a Rainha dos Céus assentada sobre o peito da irmã. A pastora precisava
libertá-la das mãos dessa entidade. Pediu perdão pela idolatria da família.
Ao ser retirada das mãos da Rainha, sua irmã tossiu no quarto onde dormia.
A partir daquele momento, ela começou a ficar boa e foi curada
completamente.
Para mim e para a pastora Lílian La Torraca o testemunho dessa pastora foi
algo maravilhoso e incentivador. Pois era uma confirmação de tudo que
estávamos fazendo e ministrando no Brasil, em nosso ministério de
libertação, em obediência a Deus.
Tive muitos sonhos. Sonhei diversas vezes que eu estava saindo da minha
cidade, cada vez usando um meio de transporte di‑ ferente: um trem, um
barco, um navio, um avião, e até um submarino.
Amigos e irmãos em Cristo também sonharam a meu res‑ peito. Uma irmã
sonhou que entrou na igreja procurando‑me. Quando me encontrou, disse:
“Mércia, o que você está fazendo aí? O Rei está chamando! Já está tudo
assinado; o Embaixador a está esperando! Vá!”
Outra irmã estava orando por mim, quando o Senhor inter‑ rompeu a sua
oração e lhe disse: “Ela tem pouco tempo aqui. Na cidade, ore pela sua vida.
Ela vai para tal cidade.” E essa irmã orou: “Senhor, Mércia não gosta de lá.
E o Senhor respondeu: “Ela vai e ficará lá por algum tempo.”
Todos que oravam comigo diziam a mesma coisa: “Prepare a sua mala, já é
hora.”
No início daquele ano o Senhor falou sério comigo, tão sério que decidi ir
para aquela cidade, mas isso aconteceu só no final do ano.
Então pedi em minha igreja a carta para a minha transfe‑ rência para a
igreja da cidade de minha irmã.
Então uma amiga, a Dora, ligou‑me sem saber que eu esta‑ va lá, e me disse
que o Senhor lhe havia mandado procurar‑me, dizendo que eu não estava
bem, e que ela deveria orar comigo.
Então o Senhor disse que eram demônios que vivem sob o solo, dentro da
terra, que prendem as pessoas para que elas não cumpram o “IDE” do
Senhor e que, naquele momento, Ele disse ainda, que eu seria a primeira
pessoa por quem ela iria orar. Dora é minha amiga há muito tempo. Tinha
sido católica carismática. Um ano depois da minha conver‑ são ela aceitou
Jesus, vendo a minha transformação e ouvindo a Palavra.
Então começamos a orar. Dora orou dizendo que era teste‑ munha dos meus
propósitos em servir a Deus e obedecê‑lo. E disse que só o Senhor poderia
revelar a raiz do problema. E aí o Senhor me lem‑ brou que um dia eu tinha
feito uma viagem astral, induzida, num grupo que eu frequentava.
Entrei por um longo corredor, claro, cheio de desenhos e letras nas paredes.
Ela falou novamente: “Procure outra porta.” Achei a porta, e então entrei
num salão grande, dourado, com as paredes tam‑ bém cheias de hieróglifos.
A mulher novamente mandou que procurássemos outra por‑ ta. Entrei e fui
sair num lugar que parecia uma floresta. Havia caminhos. Segui por ali; era
meio escuro. As árvores tinham cipós caindo; o local era bem lúgubre e, no
final do caminho, havia um trono onde um ser estava sentado. Era um ser
meio árvore, meio‑gente. Ele falou comigo e eu respon‑ di, mas não me
lembro do que ele disse, mas entreguei a ele o meu coração. Depois fomos
orientados pela dirigente a voltar pelo mesmo caminho.
Contei isto a Dora e ela me disse que nesse lugar eu ficara presa
espiritualmente. Pedi perdão a Deus por ter feito isso e disse a Ele que eu
queria sair de lá.
Dora orou, e eu vi duas mãos enormes. Eu sabia que eram as mãos de Jesus,
e vi naquelas mãos um coração sendo retirado de lá. Doía muito dentro do
meu peito. Parecia que eu ia morrer. Dora minis‑ trou arrancando aquela
dor e colocando‑a nas mãos de Jesus.
Voltei para a cidade de minha irmã completamente curada. Essa cidade não
é feia, nem as pessoas são horríveis. Não é mais um sacrifício morar lá,
apesar de que eu ainda prefira a minha cidade.
O pastor Cláudio Kelly atendeu a uma menina, de nome Carla, numa situação
de endemoninhamento que ele concluiu ter sido um caso de aprisionamento.
Ele relatou a sua experiência, escrevendo o seguinte:
– Estou sim.
– Enquanto caminha até lá, diga o que você está vendo.
– Pastor, a luz está ficando cada vez mais forte; agora eu vejo uma escada.
– Suba a escada, menina. Ao subir e chegar ao fim da escada, Carla saiu do
seu estado letárgico e voltou ao normal.
O pastor confirmou-me que ela estava aprisionada espiritualmente, mas havia
saído daquela prisão.
Quando os nossos amigos Luci e Mário, que são obreiros em sua igreja, me
ouviram relatar casos de pessoas que foram libertas de prisões espirituais, um
deles me fez o seguinte comentário:
Naquela hora eu não entendi nada. Mas, diante da explanação sobre prisões
espirituais, esta visão passou a fazer sentido.
Por algum tempo havia em mim uma coisa muito estranha. Era um
sentimento muito forte de morte. Um certo dia foi terrível para mim: foi
caracterizado por muita dor, muita angústia e ainda sentimentos de
condenação.
A dor de nada dar certo, de não progredir, de nada definir na minha vida era
muito forte.
Meu sonho prosseguiu. Uma mulher aproximou-se e me disse:
– Deus está dizendo que lhe dará um sinal; com ele, você saberá que chegou
a hora.
Depois eu me achei num outro lugar, pregando também, porém com aquele
mesmo sentimento. Uma mulher aproximou-se e disse a mesma coisa, que
Deus me daria um sinal. Mas agora eu via o sinal materializado em minha
mão. Fui então me sentindo sem forças, e o que estava em minha mão foi
diminuindo, diminuindo, até desaparecer. À medida que isso acontecia, eu
ficava cada vez mais fraca; pensei até que ia cair.
– Eu sei. Sabe por que eu estou num caixão? Foram palavras de pastores que
me aprisionaram espiritualmente...
Essa mulher, que era pastora, só via o caixão do meu aprisionamento e não
sabia a razão. Eu continuei dizendo:
– Mas, me dê a sua mão, eu quero sair desse caixão. Ela ficou um pouco
assustada, e então eu lhe disse:
– Não precisa ter medo. Você tem autoridade para me tirar daqui.
– Eu não posso – disse a pastora.
– Você pode me ajudar, sim, e pode me tirar daqui! – foi minha imediata
resposta.
Como aquela pastora já havia feito o Curso de Libertadores, eu lhe disse
ainda:
– Você se lembra do estudo em que a Neuza fala de prisões espirituais? Dê-
me a sua mão.
Ela, porém, continuou com receio. De repente, surgiu uma mão, não sei de
onde. Eu me agarrei nessa mão e saí do caixão, então comecei a andar. Tudo
isso ainda era no sonho. Quando acordei, isto é, quando abri os olhos, eu
estava andando pela sala, dizendo: “Para esse caixão eu não volto, nunca
mais!”
Foi então que percebi que, na verdade, eu estava andando pela sala. Eram
2h30 da madrugada. Senti um grande alívio e fui comer, pois estava com
fome. A partir daquele dia tenho sentido muita diferença. Entendi que foram
as palavras de condenação, julgamento e a crítica de líderes da igreja que me
haviam aprisionado.
Debaixo de uma Árvore, ao Meditar na Palavra
Naquele momento, porém, ela caiu num buraco, espiritualmente. Ela nem
percebeu que estava tendo uma visão, ou um arrebatamento espiritual. E foi
parar numa área debaixo da terra. O lugar era imenso. Havia milhares de
quartos; parecia uma prisão. Ela viu ali muitas pessoas aprisionadas, em
desespero.
– Estes são aqueles que você vai tirar da prisão – respondeu o Senhor.
Ela não tinha entendido nada, naquele dia. Mas, naquela noite, ela deu o seu
testemunho, dizendo:
das trevas.
O ser humano, em geral, não sabe como lidar com a morte. Muitas pessoas,
que se dizem esotéricas, pretendem resolver a questão da morte, e fazem de
tudo para tentar superar o medo da morte; afinal, ela é o último inimigo a ser
enfrentado. Mas só a Palavra de Deus tem a resposta. Assim expressou-se
Isaías:
A ministração, porém, não foi bem assim. Conforme fui fazendo as perguntas
da entrevista inicial que sempre fazemos para conhecer a pessoa, para
entender a situação e a razão pela qual veio procurar libertação, observei que
a vida daquele rapaz, de fato, estava paralisada. Para ele, o tempo tinha
parado e nada acontecia.
Ele era realmente convertido. Antes de sua conversão, porém, havia sido
empresário de prostitutas e diretor de vários shows de “striptease”, e viajava
por todo o Brasil, dirigindo essa categoria de espetáculos. Mas foi salvo por
Jesus. Ele havia tido, de forma bem clara, a experiência de nascer de novo.
Ele era filho de Deus, sabia do perdão de Deus, entendia o que é a graça de
Deus. Mas a sua vida estava paralisada. Nada acontecia.
Eu lhe perguntei:
– Você foi admirador desse autor?
Ele me disse que havia lido um de seus livros e que chegou a fazer um
exercício ali recomendado. Pedi-lhe então que me descrevesse esse exercício.
Assim ele explicou:
“Ah, sim, aqui está o seu problema...” –, assim pensei eu. E lhe disse:
– Você está aprisionado nesse caixão de defunto que foi criado em sua mente
através desse exercício de imaginação.
Naquela tarde eu o trouxe para fora do caixão, abrindo a porta daquela prisão
espiritual, usando a chave de Jesus que me tinha sido dada.
Se bem que mais à frente vamos tratar disto mais extensivamente, quero
desde já dizer que o processo para tirar alguém de uma prisão pode ser feito
seguindo os seguintes passos:
No caso que acabei de descrever, o rapaz sentiu um grande alívio. Isso foi
apenas um primeiro sintoma da saída da prisão espiritual em que ele estava.
Minha reação foi perguntar a mim mesma: “vou ter de cuidar disso, agora?”
Pedi-lhe então que ouvisse primeiro a mensagem, e depois conversaríamos
sobre o assunto.
“Neuza, a nossa família era composta de quatro pessoas: meus pais, meu
irmão e eu. Com a morte do meu irmão, fomos reduzidos a três. Aconteceu
que nós, literalmente, nos enterramos com ele. A vida não tinha mais sentido
para nós. Mesmo assim eu cheguei a me casar. Mas meu irmão, depois da sua
morte, me aparecia todas as noites e me dizia: ‘Aninha, estou tão sozinho, por
favor, não me abandone!’ ”
Assim, à noite, enquanto o marido estava deitado a seu lado, Ana, em sua
imaginação, ia visitar o irmão.
Na sua mente ela ia até o cemitério e passava longas horas lá, batendo um
bom papo com ele, como se ele ainda estivesse vivo. Isso repetiu-se até o dia
da sua ministração.
Pela misericórdia de Deus, porém, ela entendeu que estava aprisionada e saiu
da prisão. Deus retirou os sintomas do aprisionamento espiritual, e ela passou
a ter prazer no relacionamento com o marido.
Algum tempo depois de liberta da prisão, Ana ficou grávida. Então ela veio
ver-me, feliz da vida, expressando gratidão a Deus por estar livre daquela
prisão espiritual.
Este é o relato de um irmão que me explicou que havia aguardado com muita
ansiedade a realização do Seminário de Libertação e Cura Interior em sua
cidade. Mas, já no Seminário, no sábado pela manhã, subitamente recebeu
um recado de seus pais, dizendo que estavam vindo visitá-lo. Ele foi obrigado
a sair do Seminário para recebê-los no aeroporto.
Por causa disso ele não pôde ser ministrado naquele Seminário, porque um
dos requisitos para ser atendido individualmente é o da pessoa não perder
nenhuma palestra, e ele havia faltado no sábado pela manhã.
Ele ficou triste, decepcionado e com muita mágoa, pois vinha esperando a
oportunidade de ser ministrado já por alguns anos. Algum tempo depois,
porém, ele pôde ser ministrado pessoalmente, para sua alegria. Veja como ele
mesmo relata como tudo aconteceu:
Muito me indignei, porque sabia que precisava de libertação, logo agora que
estava diante de uma equipe realmente habilitada para tal. Por causa disto fui
me distanciando das coisas de Deus e da igreja onde congregava. Aconteceu
ainda que tive um “atrito tolo” com o meu pastor, e então saímos (eu e minha
esposa) daquela igreja, e passamos a frequentar outra.
Após alguns momentos de conversa, ele nos declarou o motivo: “Um dos
ministrantes do evento está pregando heresia.” Quis saber que heresia seria
essa, e a resposta foi que tal pessoa não amava mais a Israel, porque havia
queimado a sua bandeira.
Dissemos então a ele que algumas pessoas da igreja já tinham feito inscrição
para a Conferência, e que não havia nenhuma informação de que não
deveríamos participar. Disse-nos ele então que, no culto à noite, o presidente
falaria sobre o assunto.
Entretanto, nada foi dito no culto a esse respeito. Como não havia uma
confirmação legal do veto, eu e minha esposa inscrevemo-nos para o evento.
Logo após, porém, Deus mudou o rumo dos acontecimentos.
Minha filha pediu-me para levá-la à casa de uma de suas amigas da igreja, e
assim fiz. Depois de deixá-la na casa da amiga, senti vontade de visitar um
dos irmãos da igreja a qual eu antes pertencia – e aí aconteceu algo que muito
me alegrou e também me preocupou.
Disse-me ele: “Eu o convido, juntamente com sua esposa, para participarem
conosco do café da manhã e oração, com a presença da apóstola Neuza
Itioka, que acontecerá na manhã do início da Conferência. Lá estarão
reunidas as lideranças de todas as igrejas que estão trabalhando para a
realização desse evento.”
A apóstola naquele momento não entendeu, mas logo interveio minha esposa
e então ela pôde lembrar-se de que realmente o meu caso carecia de uma
libertação, e que eu não fui ministrado por não ter participado de todo o
Seminário.
Desse modo, para sua alegria, ele foi ministrado naquele dia. Na sua
ministração, ouvi então a história da sua vida. O que ele me relatou foi o
seguinte:
Eu, meus pais e meus irmãos nos amávamos muito: éramos na verdade uma
família muito feliz (e sabíamos disto). Até a idade de 15 anos, eu pouco havia
ouvido falar em morte, em especial de meus familiares.
Ele tinha 17 anos, e estava treinando Karatê com o seu professor, quando este
lhe desferiu um golpe na veia aorta, o que provocou uma hemorragia interna
e o levou à morte.
Eu não conseguia entender por que Deus teria deixado isso acontecer. Pois,
como disse, eu amava muito meu irmão.
Aconteceu que, depois da sua morte, comecei a sonhar todas as noites com
ele. Literalmente, no sonho, eu ia ao cemitério e o desenterrava – e então ele
ficava vivo por um dia (aquelas horas de sonho pareciam ser, na realidade,
um dia). Vivíamos como se ele não tivesse morrido. Minha tristeza vinha
pela manhã, quando eu acordava e verificava que Jorge não estava em casa, e
descobria novamente que ele havia morrido. Então eu chorava e questionava
a Deus:
“Por que o Senhor deixou isso acontecer? Por que não levou a mim? (É claro
que, embora eu gostasse muito de mim mesmo e me achasse muito feliz e
importante, eu admirava muito meu irmão e julgava que ele, por ser exímio
em tudo que fazia, deveria ter ficado e eu ter ido, caso fosse realmente
necessário ir algum de nós).
Após os meus 18 anos, parece que consegui sair dessa situação, adicionando
em minha vida a prostituição, as bebedeiras e também tristezas e decepções.
Eu era muito estudioso, mas não dava mais a devida atenção aos estudos.
Passei a levar a vida de qualquer jeito, embora sabendo qual deveria ser o
procedimento de um jovem para buscar a felicidade.
Naquele tempo o meu desejo era ter bastante dinheiro para poder ter
congelado meu irmão. (Naquela época já se falava em congelamento de
corpos, para guardá-los até que a ciência se desenvolvesse para trazer a
pessoa de volta à vida).
Eu costumava dizer que a minha infância, até os 15 anos, durou uns 50 anos
porque o tempo não passava, ou seja, passava lentamente. As horas eram
preciosas, dava tempo para tudo e eu e minha família éramos literalmente
felizes.
Eu, porém, fazia muitas coisas erradas – como fumar escondido e jogar
baralho – mas eu tinha uma mente brilhante e sentia uma forte admiração por
mim mesmo.
Mas o ponto central da minha libertação foi a descoberta de que por 35 anos
estivera enterrado naquele cemitério – eu era um morto vivo, e não sabia.
Indo até o grande portão do cemitério, para dele sair, olhei para fora e disse:
“Posso sair, mas não vejo nada que possa fazer lá fora”. Ela ministrou então a
minha libertação, e uma força incrível parecia me puxar para trás, para não
sair do cemitério em que eu estava preso. Mas fui liberto por Jesus Cristo de
Nazaré!
Dois dias após a libertação, uma de nossas amigas olhou para mim e
perguntou: “O que você fez, que não tem mais olheiras?”
Transcrevo agora outro caso, de um jovem pastor, que me foi relatado por
escrito. É mais uma história de alguém que, sem saber o que estava fazendo,
envolveu-se com espíritos de morte:
Sou pastor, tenho 27 anos, e há três anos, mais ou menos, estou envolvido no
ministério de libertação, o qual amo. Entretanto, percebo que ainda há áreas
em minha vida que não foram tratadas. Ouvindo a sua palestra de ontem
sobre prisões espirituais, durante todo o tempo fui inquietado em meu
espírito, com a convicção de que eu também havia sido aprisionado
espiritualmente.
Comuniquei isso à minha esposa e lhe disse: “Estou convencido de que fui
aprisionado em algum lugar”. Orei, então, pedindo ao Senhor que me
mostrasse qualquer área do meu passado que ainda não havia sido tratada por
Deus, e, em especial, se eu havia sido aprisionado espiritualmente, ou não.
Eu vivia sentindo dores nas costas, ficando com vontade de ficar deitado,
sempre que possível. Até para realizar uma leitura, para ler, eu me deitava...
Esse pastor, cujo relato termina nesse ponto, foi ministrado e, graças a Deus,
foi liberto. Na hora da sua ministração, ele saiu sozinho. Disse-lhe que ele
havia experimentado o poder de Deus, pois Jesus realmente é a ressurreição e
a vida. Jesus venceu a morte. Ele é a própria chave, para abrir qualquer
prisão.
Vou relatar agora o que me testemunhou uma mulher, a quem vou chamar de
Maria, com respeito ao que aconteceu em sua vida, envolvendo a sua certidão
de nascimento. Foi um caso em que os pais, para resolver uma questão legal
de identidade, emprestaram a certidão de nascimento para uma criança que
não a possuía. O caso ocorreu assim:
No entanto, a prima, que aparentemente tinha mais saúde, quando estava com
três meses, ficou muito doente e teve que ser levada ao médico.
Ela não havia sido ainda registrada, e, assim, os tios, desesperados, pois o
atendimento dela dependia de darem a certidão de nascimento (que ela não
tinha), pediram emprestado a certidão de Maria, para que a filha deles
pudesse ser atendida.
O bebê que foi enterrado levou o nome que era de Maria. Espiritualmente, foi
como se a verdadeira Maria tivesse sido enterrada. Para o mundo físico, foi
apenas um papel que virou uma certidão de óbito, e um outro papel veio a ser
a sua nova certidão. Mas, no mundo espiritual, Maria não existia.
Sua alma estava enterrada e o inimigo achava que podia tomar posse da sua
vida, pois ela estava lá, enterrada, sob suas garras, uma vez que tudo aquilo
havia sido feito com base numa mentira.
Durante todos esses anos, Maria vinha tendo grandes decepções; nada dava
certo. Ouviu muitas palavras torpes que machucavam o seu espírito, o que
veio abalar a sua vida profissional e também espiritual.
Um dia, descobriu que a dona do centro de umbanda – que dizia ser sua
melhor amiga e que conhecia os seus sonhos e desejos
– queria vê-la morta, e queria contratar um bandido para pelo menos deixá-la
entre a vida e a morte, num hospital. Mas Deus nunca deixou de cuidar dela,
pois o bandido não aceitou fazer esse trabalho sujo. Na verdade, o que ele
queria era roubar, não matar. Então, Maria decidiu sair do centro, ao tomar
conhecimento desse fato.
Mas não houve, porém, uma libertação total, pois Maria não havia
mencionado nada do que havia acontecido com a sua certidão de nascimento.
Veja o que aconteceu a partir daí, conforme me relatou a própria Maria:
TESTEMUNHO 2
Aprisionamento pela Feitiçaria
“É este o que fazia tremer a terra e estremecer os reinos? É este o que
transformava o mundo num deserto, arrasava as suas cidades, e recusava
libertar os seus prisioneiros?”
(Is 14:16b-17– SBP)
Quando ministrei numa igreja localizada perto do Grande Rio, fui procurada,
logo no início, por um irmão chamado Rui, que me perguntou: “Por que eu
sonho sempre com águas?”
Normalmente, a primeira coisa que se pensa num caso assim é que a pessoa
deve ter tido algum envolvimento ou pacto com a rainha das águas, em
algumas culturas, ela é conhecida como Yemanjá, no Brasil, ela atua como o
espírito das águas. Tendo isso em mente, eu lhe assegurei que lhe daria uma
atenção muito especial.
Ele me respondeu que não tinha certeza de nada; não sabia nem mesmo se de
fato havia sido consagrado ao boto, ou não. Depois de muitas perguntas, Rui
me falou de um de seus problemas. Contou-me que havia tido, no passado,
muito envolvimento na área sexual, com lascívia e impureza.
Os problemas que Rui enfrentava pareciam ter duas causas principais: uma
sensualidade insuportável e prisão espiritual.
Finalmente, no dia em que Rui foi ministrado, tive de fazer perguntas e mais
perguntas sobre a sua pessoa. A sensualidade e as perversões sexuais
apresentaram-se como problemas evidentes e claros, e pude relacionar um ao
outro.
Com todos esses dados, a minha suspeita de que ele poderia estar preso no
fundo da água foi se confirmando. Assim, Rui foi retirado de uma prisão
sexual e depois ele saiu de debaixo das águas. A prisão na área sexual se
desfez conforme ele confessava os pecados da sua sensualidade, o pecado de
prostituição e de todas as outras perversões, tendo ele feito o desligamento de
alma com as ex-parceiras sexuais. Rui acabou renunciando esses espíritos e
expulsou inúmeros demônios ligados à sensualidade e à imoralidade.
Quando assim começamos a fazer, ele começou a orar em línguas. Foi lindo
ver como aconteceu. Enquanto saía da prisão, Rui fungava o tempo todo,
conduzido por Jesus (um dos intercessores pegou suas mãos), e por fim
expressou um grande alívio.
Entendi que era a pessoa da esquerda. E, assim, procurei o irmão que estava à
minha esquerda, e perguntei-lhe se ele poderia representar o pai do rapaz.
Aquele irmão havia acabado de ver pessoas sendo curadas por um abraço de
pai, e imediatamente se prontificou a isso.
Quando lhe disse: “Rui, abrace seu pai”, ele deu um grito, chorou, e agarrou-
se numa das pernas daquele que representava seu pai e disse:
– Pai, senti muito a sua falta. As pessoas me maltrataram porque o senhor não
estava mais lá; eu não tinha a sua proteção, como os outros meninos!
“Dra. Neuza, eu sou o Rui, aquele que estava preso debaixo das águas pelo
boto. Estou muitíssimo bem. Continuo ainda com a alegria que senti quando
fui tirado de dentro das águas. Eu sempre ouvia dizer que há uma grande
alegria quando aceitamos Jesus como Senhor e Salvador, mas eu não
conseguia senti-la. E, agora, esta alegria tão procurada está comigo, e
alcancei grandes vitórias em minha vida.”
Os meninos também têm o seu dia de festa. Um deles é 5 de maio. Nesse dia,
as famílias que têm um ou mais meninos compram ou confeccionam uma
carpa – um peixe feito de pano ou de qualquer material leve, que possa ficar
ao léu do vento – e a colocam num mastro da casa, pedindo que os
antepassados tornem os meninos tão fortes como uma carpa.
Um dia, quando fui ao Japão para ministrar naquele país, atendi um rapaz que
era filho mestiço de uma brasileira, de linhagem japonesa, com um brasileiro
baiano. Na sua ministração, ele contou que, quando jovem, ainda no Brasil,
foi levado para um bairro longe da sua casa, para uma casa de rituais
orientais, onde teve de submeter-se a um cerimonial. E, como parte do ritual,
ele foi benzido e teve de tomar sangue de uma carpa. E o peixe foi levado
para a sua casa, onde foi preparado e comido por toda a família.
Carolina havia feito um pacto de sangue com o diabo, na porta da sala da sua
casa. Foi um pacto de morte com Lúcifer.
Ela lhe tinha dado a sua alma, o seu corpo e o seu espírito, selando isso com
um corte no pulso, deixando o sangue pingar sobre o chão. Naquele dia, à
meia-noite, ela estava vestida com um vestido preto, e lá na entrada da sala de
sua casa fez uma reza invocando três vezes o bode preto.
E, depois, reforçou esse pacto com velas pretas, acesas para o diabo. Foi um
forte compromisso no mundo espiritual.
Ela sempre se sentiu rejeitada por seus pais. Sabia que seu pai não gostava
dela, mas quando ele ficou doente, com câncer, foi ela, a filha Carolina, que
cuidou dele, e assim passou a conhecer, de verdade, o seu pai. Ele sempre lhe
dizia que a odiava, que ela nunca seria nada e que queria vê-la morta.
Na realidade, porém, quem ela odiava mesmo era a mãe. Sua mãe sempre
declarava, nas discussões, que Carolina era uma desgraçada. E Carolina
desejava que ela morresse. Ferida por pesadas palavras de desprezo e ódio,
Carolina vingava-se, desejando intensamente a morte da mãe. Porque, na
realidade, ela gostava de Coló, a sua mãe de santo.
Carolina queria sair de casa para ficar com Coló. Queria morar com ela, mas
como ainda era menor, não podia satisfazer esse seu desejo. A mãe real e
biológica ainda mandava nela.
Carolina fez também trabalhos para Oxum Maré, para tentar resolver uma
deficiência física. Mas Yemanjá era sua mãe de cabeça. Carolina recebia
benzimentos que eram feitos, muitas vezes, usando o rosário que pertencia à
Vó Cambina, que é uma das manifestações da Preta Velha. O rosário era
passado em todo o seu corpo, amarrando-a e aprisionando-a.
Ela chegou a matar pessoas, através da feitiçaria. As mortes eram feitas por
exus, sob o comando dela. Em menos de dois dias, ela ficava sabendo como a
morte havia acontecido. Carolina teve intimidade com as pombagiras: bebia e
cantava para elas, e lhes dava oferendas. Por vezes era incorporada por elas e,
assim, dava passes, fazia adivinhações, apresentava pedidos de clientes,
jogava cartas e lia mãos.
E, dos caboclos, recebeu passes, bateu cabeça, acendeu velas, fez oferendas,
incorporou, cantou e dançou com eles, deu penachos de presente, deu
perfumes, ofereceu frutas, pombas brancas, fez altar para eles, limpou
imagens e comprou pembas para eles.
Ela tinha de beber sangue, comer coração de boi com mel, doces e acarajé.
Fazia trabalhos com casca de alho e um pó branco. Os trabalhos eram
realizados, principalmente, no corredor da sua casa. Eram feitos cruzeiros de
velas no quintal pelo Exu do Lodo e pelo Exu Veludo, com muita bebida
alcoólica e cigarros. Pó de pemba também era assoprado nos cantos da casa.
Coló, a sua ex-mãe de santo, fez magias e rituais, usando um coco da Bahia,
que foi jogado no quintal da casa de Carolina. Dentro do coco estava o nome
dela, amarrado com fita vermelha e preta, e pulverizado com pólvora.
O Exu do Lodo, por quem ela fora apaixonada, e com quem, na realidade,
havia se casado espiritualmente, constantemente a ameaçava. Um dia, ela
chegou a discutir com ele por quase quatro horas. Ele dizia que ela nunca
poderia sair de lá, porque ele não permitiria isso, pois ela estava amarrada lá.
No decorrer da discussão, o demônio voltou a dizer que, se ela saísse do
espiritismo e o abandonasse, ele nunca a deixaria em paz, até matá-la.
Carolina, no início, chegou a duvidar de tais ameaças, mas depois entrou em
depressão e começou a ter manifestações, tentando matar-se.
Através desses pactos, realizados com sangue em todo o seu corpo, o que isso
acarretou foi que ela foi amarrada e aprisionada mais ainda, espiritualmente,
pelo diabo.
Em sua ministração, pude constatar que um dos pontos mais sérios da sua
vida era não conseguir perdoar-se. Na realidade, ela não se perdoava. Deus
também me mostrou que ela estava presa num departamento do inferno. Ela
havia se colocado dentro de um caixão de morte, por ela mesma arquitetado e
desenhado.
Aquele caixão tornou-se um lugar de prisão, mas dentro do caixão ela sentia-
se segura, e gostava muito de estar lá. Havia se tornado um lugar de muita
comodidade. A cada dia ela sentia-se mais confortável dentro dele. De acordo
com a revelação que recebemos, ela estava presa também numa pedra de
ônix.
Quando ela voltou a si, depois de ter saído das prisões, nós a conduzimos
para fazer todo esse processo.
Foi feita ainda a sua cura interior. Jesus andou com ela e lhe deu o cálice da
paz.
TESTEMUNHO 3
Aprisionamento por Traumas
“Tira de sobre mim o teu flagelo; pelo golpe de tua mão, estou consumido.
Quando castigas o homem com repreensões, por causa da iniquidade,
destróis nele, como traça, o que tem de precioso. Com efeito, todo homem é
pura vaidade.”
(Sl 39:10-11)
Traumas são feridas de alma e, portanto, constituem problemas espirituais,
não físicos. Pessoas traumatizadas precisam de cura. E os traumas são a causa
de muitos aprisionamentos espirituais.
Quando entrava num carro e uma outra pessoa estava dirigindo, eu sentia um
grande pavor. Sempre procurava alertar o motorista sobre possíveis perigos,
fazendo interrupções como “pare aqui”, “olhe o carro ali”, “não chegue muito
perto do carro da frente”. Isso causava grande irritação ao motorista.
Com meu marido a situação era ainda pior. Sempre discutíamos por causa do
excessivo controle que eu tentava exercer para que ele não corresse ou
cometesse alguma manobra que parecesse imprudente.
Todo esse trauma começou quando eu tinha nove anos. Dois anos antes, meu
pai havia falecido e, como minha mãe não sabia dirigir, eu ficava sob a
responsabilidade do motorista da empresa. Um dia, quando ele estava me
levando para casa, o carro perdeu o freio e, para não bater na traseira de um
ônibus, ele jogou o carro para a pista ao lado e acabamos batendo levemente
numa Kombi.
Num domingo, quando toda a família estava reunida em casa, logo após o
almoço, eles decidiram fazer um passeio juntos. A distância era pequena, mas
eu não queria ir, pois andar de carro era um problema para mim.
Era uma luz forte, mas que não me impedia de ver. De dentro dela eu vi sair o
meu Mestre, Jesus. O olhar dele inspirou-me calma. Ele sorria e, com um
gesto leve, estendeu-me a mão. Pude contemplar o meu semblante de pavor
transformar-se num sorriso, e lhe estendi a mão. Ele me levantou e,
percebendo o meu cansaço, carregou-me no colo e tiroume de lá.
Mas meu encontro com Jesus, naquela tarde, no Curso de Libertadores, não
havia terminado. Depois fui levada pelo Espírito Santo ao apartamento onde
morei durante o período em que cursei a Universidade. Foi um período muito
difícil da minha vida.
Minha desobediência levou-me a um outro erro. Hoje entendo que foi mais
um plano do inimigo para tentar matar-me. É que namorei um rapaz não
crente. Esse rapaz ficou obcecado por mim. Eu terminei o namoro, mas ele
não aceitava o término. Assim, esse moço passou a me perseguir.
Foram muitas idas e vindas por causa da insistência dele. Eu também tive a
minha parcela de culpa, mas não é importante contar agora. A perseguição foi
de tal monta, que eu já não mais podia sair de casa. Para onde eu fosse, ele
me perseguia. Quando eu saía, ele vinha atrás. Ele dormia na porta do prédio,
para ver quem entrava e quem saía do meu apartamento. Seguia todos os
meus passos, me perseguia de carro e ainda exercia grande pressão
psicológica sobre mim através de ligações telefônicas, quando eu estava em
casa. Passei a não atender ao telefone. Muitas noites, nem eu nem minhas
colegas de apartamento conseguíamos dormir.
Ele entrou e começou a discutir comigo; portou-se tão mal que precisou ser
retirado de lá, à força.
Já não conseguia dormir; eu passava a noite olhando pelas janelas e por baixo
da porta do apartamento, pois tinha a nítida impressão de que havia alguém
entrando no prédio para matar-me. Andava sempre olhando para os lados
com a impressão de que alguém estava me seguindo.
Também eu brigava muito com o meu marido, porque eu não sabia dizer a ele
o que estava querendo e sentindo. A mesma coisa acontecia na igreja; eu me
fechava para que ninguém chegasse perto de mim. Às vezes não queria ir aos
cultos para não ter de cumprimentar alguém. Não queria conversar. Afinal,
não conseguia comunicar-me. Isso se repetia, na maioria dos lugares aos
quais eu ia. Eu vivia um paradoxo: eu era uma profissional da comunicação
que não conseguia comunicar-se.
Foi então que, naquela mesma tarde – depois da libertação da prisão no carro
–, assim como Jesus me tirou daquele carro, Ele me tirou daquele
apartamento. Com o mesmo olhar, doce e meigo. Desta vez, Ele não me
pegou no colo, apenas desceu as escadas daquele prédio segurando na minha
mão. Mas, eu pude sentir a firmeza da destra fiel do meu Mestre.
Veja agora, mais um testemunho de uma mulher que assistiu à minha palestra
sobre aprisionamento espiritual. Assim ela me escreveu:
Ontem, quando a senhora estava ministrando sobre prisões espirituais, eu me
vi aprisionada num lugar. Após a palestra, depois de explanar como e por que
nós nos aprisionamos, a senhora mandou que se levantassem os que se
sentiam presos espiritualmente.
Depois dessa aula, participei do momento de adoração. Foi nessa hora que
Deus começou a mostrar-me que eu estava aprisionada dentro de uma igreja.
Comecei a sentir muito medo. Minha mãe me levava para a Igreja, mas,
quando chegávamos lá, eu me sentava no banco e dormia durante o culto
todo.
Senti, então, de Deus, dizer à minha pastora que eu estava presa lá e, assim,
juntamente com outras pessoas, sob a ajuda do Senhor, ela me tirou daquela
prisão.
Agora entendo por que eu não conseguia concentrar--me no louvor, por que
não sentia a presença do Espírito em minha vida. Eu não entendia. Mas hoje
entendo.
A pastora foi até ela para ajudá-la a sair daquela prisão, e começou a pensar:
“Como isso pôde acontecer?... Como será que ela entrou nessa?... Meu Deus,
como isso aconteceu? Que devo fazer para tirá-la?”
Havia ainda uma coisa que Cíntia detestava fazer, mas era obrigada a isso
quase que diariamente: ela era incumbida de comprar a bebida para a sua
mãe. Para isso tinha de atravessar toda a vila, indo até o armazém, e trazer a
bebida para a mãe. O povo da redondeza sabia de tudo o que se passava em
sua casa.
Esse ritual de comprar e levar a bebida para a mãe beber, todas as noites,
machucava-a profundamente e a deixava totalmente constrangida. Cíntia
sabia ainda que algo muito mais terrível poderia acontecer contra si, pois,
quando a mãe ficava bêbada, ninguém conseguia domá-la. Quando a mãe
dormia, Cíntia precisava ficar quietinha num cantinho do quarto, onde
ficavam as garrafas. Ela tinha que tomar muito cuidado; não podia fazer
nenhum barulho. E ficava tensa, nervosa, e fazia de tudo para permanecer
quieta, calada, quase que imóvel, no meio das garrafas de bebida, pois a mãe
não podia acordar.
“Eu era muito agressiva...” – assim começou Célia a contar a sua história.
Apesar de ser uma crente que sempre frequentava a igreja e era muito
interessada na transformação da sua cidade, ela tinha um ressentimento
terrível. Ansiedade, tristeza, choro, isolamento, vergonha, tormento, medo e
depressão faziam parte da lista de sentimentos do seu dia a dia. Além disso, o
desejo de morrer, a preocupação, o nervosismo, e também pressentimentos
malignos, irritação e pensamentos de morte produziram nela uma doença
chamada fibromialgia.
Para piorar, Célia tinha ainda insônia, peso na coluna, dores na coluna,
pontadas e dormência no corpo, queimação nas pernas, alteração de visão,
falta de ar, dores de estômago, dores no ovário, nos rins, zumbido no ouvido,
impressão de inchaços na cabeça e no corpo, além de depressão e de estar
obesa.
Ela havia tido uma infância sofrida. Sua mãe a usava para agradar as
vizinhas, deixando-a nas casas delas como se fosse uma empregada. E elas a
tratavam como escrava. Dos sete aos nove anos, Célia ficou como empregada
das vizinhas, quando suas colegas da escola e seus amigos da vizinhança, que
tinham a sua idade, brincavam e curtiam a infância.
Algumas das vizinhas, para quem ela era obrigada a trabalhar, chegavam a
maltratá-la. Essa situação deixou muitas marcas em sua vida. Célia esclareceu
ainda que, na sua juventude, irritava-se profundamente com a mãe, por tudo o
que ela fazia. Em especial, Célia costumava sentir-se mal, e ficava nervosa,
quando sua mãe tentava demonstrar algum carinho, passando a mão na
cabeça dela.
Seu casamento também havia sido um desastre. Célia odiava o marido. Ele
era alcoólatra. Trabalhava o dia todo e, quando voltava para casa, nada fazia a
não ser ficar diante da TV, todas as noites. E bebia cerveja até embebedar-se.
O que deixava Célia muito irritada era o ruído de abrir as latinhas de cerveja.
Quando a ministrei, ela já estava casada havia 25 anos, e confessou que o seu
casamento estava insustentável.
Ela também não tinha nenhum desejo sexual. Ela me disse: “Meu marido é
alcoólatra, não me acompanha na igreja, não cumpre com os seus
compromissos financeiros... tudo isso me deixa nervosa”.
Como Célia não era, de forma alguma, valorizada pelo marido, ela sentia-se
totalmente rejeitada. Com os dois filhos, meninos, o seu relacionamento era
normal. Ela conseguia demonstrar alegria e prazer em estar com eles, e deles
cuidar. Entretanto, com a filha, disse ela, “era terrível”. Célia não conseguia
demonstrar amor para com ela, não conseguia amá-la, e dizia não gostar dela.
Por mais que se esforçasse, era-lhe muito difícil demonstrar amor e carinho
para a filha. O hospital onde ela foi ter o primeiro bebê também se tornou um
lugar de aprisionamento. Célia havia se casado grávida. Ela não queria saber
de sexo com o namorado, apesar de sempre ser assediada por ele. E, um dia,
na brincadeira, encostaram-se e ela engravidou, tendo de se casar.
Naqueles momentos tão importantes para a mulher, quando Célia estava para
dar à luz o primeiro filho, ela teve de enfrentar tudo sozinha. Ninguém veio
ficar com ela no hospital. Não houve ninguém que a acompanhasse; não
recebeu ajuda de ninguém. Seus familiares haviam se esquecido dela. Seu
parto foi horroroso – foi o que ela comentou. Teve dores terríveis. Célia
realmente pensou que ia morrer. As atendentes, bem indiferentes e relapsas,
disseram que era assim mesmo.
Seu marido é considerado um homem bom. Célia disse que ele trabalha
muito, mas o seu defeito é ser muito passivo e depressivo. O pior é que, já há
algum tempo, havia passado a beber. Ele é um bom pai, mas ausente. Ela
tinha de fazer tudo.
Quando Célia foi ministrada, além de ser retirada desses inúmeros lugares em
que ela se achava presa, dei-lhe uma palavra sobre o perdão à mãe, ao marido
e à filha. De fato, todo ressentimento e mágoa, que ela tinha contra a mãe,
haviam sido inconscientemente transferidos ao marido e à filha, acrescidos
ainda de ódio e rejeição.
Pela fé e com a sua libertação da prisão, porém, foi criada uma nova
realidade. Pedi a um pastor, que se achava presente na ministração, que
orasse pelo marido de Célia, pedindo que Deus enviasse uma legião de anjos
para libertá-lo, tirando as vendas dos olhos dele, eliminando dele a vontade
de beber, anulando a passividade e a sua indiferença à vida espiritual. E ainda
pedimos que Deus viesse eliminar toda tristeza, todo sentimento de morte, e
toda depressão. E assim Deus fez.
Célia nos disse que perdoar era muito difícil. Mas ela conseguiu declarar
perdão à mãe, ao marido e à filha, renunciando os espíritos de tristeza, de
acusação, de mágoa, de rejeição, de morte, de culpa e de humilhação, entre
outros.
No dia seguinte, o que ela nos relatou foi que o marido não estava mais
diante da TV, abrindo latas de cerveja e bebendo.
Ela estranhou, e nem mesmo podia acreditar que a sua atitude e o seu
sentimento haviam mudado em relação ao marido e em relação à filha. Célia
começava a ver os resultados de ter saído de suas prisões espirituais.
Desde muito pequena, Cristina não podia contar com a mãe, pois esta estava
sempre drogada e bêbada, e não podia ajudá-la. Até mesmo durante à noite,
Cristina não podia contar com ela, nem mesmo para levá-la ao banheiro.
Cristina acordava, mas sua mãe continuava dormindo. Desse modo, não
tendo como ir ao banheiro, Cristina resolvia o seu problema de maneira muito
simples: urinando na cama.
Como ela dormia num colchão de crina, ela urinava nos quatro cantos do
colchão. Seu problema de todas as noites era, desse modo, resolvido, mas ela
enfrentava ainda um outro problema bem mais vergonhoso, durante o dia. Ela
tinha de levar para fora aquele colchão malcheiroso de urina, para fazê-lo
secar ao sol. Além da vergonha, ela sentia-se incomodada, perturbada pelo
cheiro daquela urina que impregnava o quintal.
Cristina então orou, colocando diante do Senhor tudo que lhe acontecera no
passado: a mãe que se drogava e não cuidava dela, e o seu medo das aranhas
caranguejeiras. Pediu também perdão a Deus por todas as vezes que urinou
nos cantos do colchão.
Cláudio era o filho primogênito de uma amante do seu pai. Era um filho
bastardo. Ao nascer, foi amaldiçoado pela esposa de seu pai, que era bruxa;
esta, fez contra ele todo tipo de feitiçaria, para destruí-lo. Logo depois do seu
nascimento, ninguém sabe como, desceu do telhado sobre ele o que havia
sido usado na feitiçaria contra ele: um animal morto, sangue, velas e outros
apetrechos.
Sua vida era cheia de aflições. Apesar de seus poderes, ele nunca tinha
sucesso em nada, por mais que se esforçasse. Na realidade, os demônios que,
pela bruxaria, tinham legalidade em sua vida, perseguiam-no dia e noite: na
escola, não o deixavam em paz; no namoro, os demônios intrometiam-se; no
trabalho eles roubavam, e Cláudio perdia todas as oportunidades.
Durante a ministração, Cláudio disse que a sua vida era muito amarrada.
Tinha dificuldade para alcançar seus objetivos e projetos na vida. Apesar de
todo o seu esforço e empenho, ele nunca tinha sucesso no trabalho, em suas
realizações ou na família.
O que Deus mostrou, então, foi que havia um pano que o escondia. As
pessoas continuavam não percebendo quem ele era, de fato. Ninguém via
nele a capacidade e a inteligência que ele realmente tinha. Assim, o Espírito
de Deus começou a trazer luz ao que nos era oculto. O pano espiritual que o
cobria (que havia sido colocado por sua mãe em sua infância) foi então
tirado.
TESTEMUNHO 4
Aprisionamento por Abuso Sexual
“Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem
fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem
andareis nos seus estatutos. Fareis segundo os meus juízos e os meus
estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo‑ os, o
homem viverá por eles. Eu sou o Senhor.” (Lv 18:3-5)
Qualquer tipo de abuso pode ser considerado uma causa de aprisionamento
espiritual. O abuso sexual, porém, é um dos eventos que mais prendem
Recebi de uma irmã, de nome Eliane, uma carta em que ela relata o seu
testemunho de libertação de uma prisão espiritual, causada por um abuso. Ela
escreveu o seguinte:
Lembro que chorei tanto, tanto, que mal conseguia respirar. Passei o dia todo
chorando. Chegou a noite e minha mãe não voltava, e eu continuava
chorando. Levaram-me então para uma casa, para comer e dormir.
O que comi foi regado com lágrimas. Depois adormeci, cansada de tanto
chorar. No dia seguinte, quando acordei, a mulher da casa me deu café da
manhã e me disse que minha mãe já estava chegando. Essa mulher tinha um
filho adolescente, que começou a brincar comigo e ganhou a minha
confiança. De repente, o rapaz sumiu. E eu comecei a procurá-lo e o achei no
seu quarto. Estava escuro, pois a janela era de madeira e não tinha vidraça.
Quando o descobri, deitado na sua cama, eu também me deitei ao seu lado.
Ele brincava comigo, mas de repente ele tomou a minha mão e a pôs sobre o
seu órgão genital, e queria que eu o masturbasse. Um grande pavor veio sobre
mim, querendo me sufocar, debaixo daquele cobertor, e eu comecei a
reclamar. Ele me mandava falar baixinho, ficar quieta, caso contrário, me
ameaçou dizendo que me jogaria numa cisterna que havia no quintal. E eu
murmurava baixinho e ele dizia: “Pssiiiu! Fique quietinha, nós só estamos
brincando”.
A mãe dele estava em casa, e parece ter percebido alguma coisa. Então ela
começou a chamá-lo, entrou no quarto e me mandou sair. E falou brava com
ele, e o mandou sair também. Logo depois, a minha mãe chegou, mas eu nada
disse a ela.
Eu comecei a sair, mas, quando olhei para baixo, o chão se movia como uma
esteira, e isso me paralisava e não me permitia sair do lugar.
Foi então que o Senhor Jesus derrubou a parede que estava entre nós e
tomou-me pela mão, tirando-me de lá. Ele me levou para um lugar espaçoso e
sorriu para mim. Não era, porém, a Eliane adulta que estava segurando a mão
do Senhor, era uma menina bem pequena.
Que a senhora possa usar esse meu testemunho em suas palestras, para
libertação e cura de muitas pessoas.
Alina nasceu numa família de uma seita muçulmana: os drusos, que odeiam
Israel. Dizem que os judeus são sanguinários, ladrões de terras; “são um
lixo”. E ainda perguntam: “Por que Deus escolheu Israel? Afinal, que Deus é
esse que escolheu Israel?”
Em sua casa, em seu lar, o que prevalecia era o ódio. Aparentemente, naquele
lar ninguém amava ninguém. Não havia amor, nem demonstração de afeto e
carinho.
Alina tinha apenas cinco anos quando viu o pai e mãe tendo uma relação
sexual. Isso foi muito forte para uma menina dessa idade. Foi uma
experiência traumatizante, pois, para ela, seu pai estava maltratando sua mãe.
O choque foi tão grande que Alina ficou paralisada e presa naquele berço,
onde estava. Ela lembrava-se muito bem da cena.
Quando sua mãe ficou grávida dela, o pai não aceitou a gravidez de forma
alguma. Ele era um homem violento e chutava a barriga em gestação. E a
mãe, por sua vez, cedeu e tentou abortá-la. Assim, o espírito de morte
acompanhava Alina desde a sua infância.
Desde que tomou consciência de sua existência, ela só desejava a morte: não
queria viver, queria morrer. Durante todo o tempo desejava a sua morte.
Tentou suicídio. Disse diversas vezes para si mesma que, se a vida não
mudasse, ela ia morrer.
Mesmo com todo esse passado macabro, um dia ela conheceu Jesus e foi
salva por Ele. Entretanto, ainda depois da conversão, Alina chegou a fazer
um voto estranho: se não conseguisse dois mil reais, até uma determinada
data, que Deus tirasse a sua vida.
Sofrendo ainda muitos sintomas malignos, ela buscou ajuda, e foi ministrada.
Na ministração, foi difícil para ela convencer-se de que deveria viver. Ela
tinha vivido até então (estava com cerca de vinte anos) sem amor e sem
carinho. Era muita rejeição, o sofrimento havia sido muito grande. Por isto
mesmo que, no passado, chegou a tentar várias vezes o suicídio.
Em seu histórico anterior à conversão, um outro ponto por ela ressaltado foi
ter entrado na vida de prostituição, porque queria vingar-se do pai. Queria
machucá-lo. Era um desejo que sempre tinha tido, um forte desejo, o de fazer
um escândalo e ferir seu pai. Os homens escolhidos eram sempre casados ou
separados, com 12 ou 15 anos a mais do que ela. Assim, Alina vingava–se do
pai, que a tinha rejeitado. Ao mesmo tempo, porém, ela procurava o abraço
do pai, porque ela queria ser aceita. Com a vida de prostituição, Alina ficou
grávida, e, assim, não viu outra saída, a não ser praticar o aborto.
Em seguida, Alina começou, dirigida por mim, a pedir perdão por seus
pecados, em arrependimento. Isso não foi nada fácil, e foi feito muito
devagar, a muito custo. Mas ela pediu perdão a Deus pelos pecados que havia
acabado de confessar: a prostituição e a vontade de vingar-se do pai. Ela
dizia: “Senhor, eu desejei vingança, quis vingar, vingar, desejei vingar-me de
meu pai. Mas, por que eu nasci? Eu não pedi para nascer”.
Alina culpou Deus, muitas vezes, pela sua infelicidade, pela sua dor e pelo
seu sofrimento. Num dado momento, para resolver a questão da rejeição,
alguém – representando os judeus – pediu-lhe perdão, como Abraão.
Também foi pedido perdão por Sara ter desprezado e abandonado Agar.
Alina também disse: “Não entendo por que Ismael foi abandonado, se era o
primogênito, e por que Isaque teve todas as regalias, por ser o filho da
promessa”. Ela chorou, e, assim, começou um quebrantamento. Alina estava
presa em seu berço. Ela disse que estava paralisada e presa ali, e não
conseguia caminhar nem mover-se. Ela estava presa lá, onde ela tinha visto
os pais numa relação sexual. A cena era demasiadamente forte para uma
menina de cinco anos. Essa é uma forma de abuso sexual!
Pedimos para que Jesus viesse e entrasse naquele cenário. Ele veio, e ela logo
se colocou nos braços dele. Sorriu gostoso. Mas a cena da relação sexual
acontecia, e então ela chorou e disse: “Papai não vai machucar o nenê? Não
vai machucar?” Ela sofria naquele momento. Ela via o pai como um grande
causador de dor e tinha medo dele. Passamos o sangue de Jesus e a cena
desapareceu.
Em seguida, foi feita a cura com base no Salmo 23, aplicando a Palavra para
aquela criança, que estava no colo de Jesus. Sim, ela foi passear com o bom
pastor. Ficou o tempo todo no colo de Jesus. Ela não andou nas relvas, nas
campinas verdes, porque não queria descer do colo de Jesus.
Quando viu as águas cristalinas, ela quis entrar, mas não queria largar de
Jesus, e assim entrou na água com Jesus, e Ele a lavou naquela água de
refrigério; depois andou pelas veredas da justiça e pelo vale da sombra da
morte, sempre no colo de Jesus.
Então ela viu uma mesa cheia de chocolates e outras iguarias. Era uma mesa
lindamente posta, com muitas taças. Jesus a servia e lhe dava a comida na
boca… e Ele a tomou para dançar. Depois Jesus a levou para uma sala, onde
estava o pai dela.
Ester tinha sido uma menina muito mimada. Sua mãe nunca a deixava
sozinha. Tinha um zelo especial para com a filha, e nunca a deixava a sós, em
nenhum lugar. Nem mesmo com alguém ela poderia ficar. Será que sua mãe
tinha medo de que algum mal pudesse acontecer com a filha?
Ester foi crescendo, cercada de todo cuidado por parte de sua mãezinha
querida. Quando jovem, porém, a mãe, por compromissos que assumiu, teve
de, sistematicamente, ausentar-se de casa num determinado dia da semana, e
Ester foi obrigada a ficar sozinha, naquele dia, semana após semana.
Aconteceu que um primo descobriu que Ester ficava sozinha, em casa, num
determinado dia da semana, e, assim, começou a visitar a prima, todas as
semanas, naquele dia.
Desse modo, semana após semana, Ester foi sendo atacada por sentimentos
de culpa, morte, medo, vergonha, sensação de sujeira e inferioridade. Todas
as semanas, isso se repetia no sofá da sala, e ela se condenava pelo que
acontecia. Sua autoestima foi sendo anulada, paulatinamente. Ela sentia-se
culpada de tudo, sentia-se suja e inferior, e, no seu conceito, era incapaz e
burra.
Foi nessa situação que ela nos procurou para ser ministrada. Analisamos
juntos toda a sua história e oramos, buscando a causa, o que a tinha feito ser
infiel a seu marido.
Ela então descobriu que o abuso tinha sido uma prisão espiritual, que a havia
levado àquele pecado.
Essa prisão a fez convencer-se de que ela era suja e não merecia um marido
tão formoso, tão perfeito. Ela quis provar para si e para todos, em seu
subconsciente, que ela era tão suja quanto uma prostituta, e assim envolveu-
se num adultério.
Vejamos agora o testemunho de alguém que vivia nessa adoração aos poderes
das trevas:
Apeguei-me a vários grupos, bandas e cantores, tais como Raul Seixas, Plebe
Rude, Ira, Capital Inicial, Legião Urbana, Sex Pistols, Ratos do Porão, Black
Sabbath, entre outros. Mas o meu xodó era a banda IRON MAIDEN.
Mas fiquei e, no final da aula, houve uma ministração aos alunos, para que
saíssem de qualquer prisão espiritual em que porventura ainda estivessem
presos.
Então a Dra. Neuza pediu para que os irmãos presentes, que estavam bem,
ajudassem os que estavam com dificuldades. Recebi ajuda, e naquele
momento, o Senhor permitiu que eu tivesse a visão da minha libertação.
Enquanto eu era literalmente carregado por dois ou três irmãos, o Senhor me
dizia com voz firme e suave: “olhe para o lado”.
Olhei e me vi trancado no meu quarto de solteiro, quando ainda morava na
casa de meus pais. Eu estava usando um fone de ouvido, ouvindo Iron
Maiden. E chacoalhava a cabeça, sentindo a presença gigantesca da caveira.
Então, ouvi novamente a voz firme e suave do Senhor: “Agora, olhe para
trás.”
“Você não é dela! Você é meu! E hoje você está livre dessa prisão!”
Foi através da música que Elisa envolveu-se com o satanismo. Ela fazia parte
de bandas e tocava o rock leve: Led Zeppelin, Pink Floyd, Guns n’ Roses,
The Doors, Janis Joplin, Jimi Hendrix, e também o rock pesado: Transmetal,
Iron Maiden, Black Sabbath; Kiss, Nirvana, Anthrax, Destruction, Angra,
Ramones, Ozzy Osbourne, Death Metals, Venon, Slayer, Metallica,
Helloween, Canibals, Ratos de Porão, Devil, Alice Cooper.
Elisa confessou-me que conhecia Satanás desde criança, mas não conhecia
Deus. Ela só conhecia o inimigo. Ela o tinha como alguém que poderia
resolver os seus problemas, e para quem podia pedir favores. E ela fez um
pacto com Lúcifer, o diabo, mesmo sabendo que isso não era bom, que não
era certo fazer isto. O pacto foi feito tirando um pouco de seu sangue e
oferecendo-o a Lúcifer, como expressão de compromisso com ele.
Desde criança ela tinha sensibilidade para saber o que acontecia ao redor. Seu
pai era ausente e nunca estava em casa. Um dia, viu que sua mãe conheceu
um homem, com quem ela conversava. Elisa percebeu que aquele homem
tinha algo de errado. Como seu pai desaparecia viajando sempre para o
exterior, a trabalho, Elisa manteve pouco contato come ele, e não chegou a
conhecê-lo muito bem.
Muito tempo depois, seu pai deixou de viajar, permanecendo em casa. Porém,
não foi capaz de ser um bom marido e um bom pai, pois entregou-se ao
alcoolismo, distanciando-o da família, até que por fim foi embora de casa.
Desde então, Eliza não teve mais nenhum contato com ele.
Sua mãe foi morar com outro homem, e mesmo Elisa não tendo gostado dele,
fora obrigada a morar com seu novo padrasto.
Uma noite, na casa daquele homem, quando a mãe estava dormindo, Elisa,
também já deitada, percebeu que ele se aproximava. E ela sentiu nos poros
que algo terrível estava para acontecer. O homem, percebendo que ela estava
acordada, saiu de mansinho do seu quarto. Mas ela não conseguiu mais
dormir naquela noite.
Elisa contou à sua mãe o que havia acontecido. Sua mãe ficou profundamente
ofendida e muito preocupada com o que poderia ocorrer. Então Elisa notou
que o relacionamento de sua mãe com tal homem, que havia se tornado seu
padrasto, não era mais o mesmo. Depois de algum tempo aquele homem se
matou.
Elisa não sabe o que o levou a suicidar-se. Para ela não ficou claro o motivo,
e considerou até mesmo a possibilidade de o suicídio ter sido causado pelo
fato de que ela o tinha denunciado como um possível abusador sexual.
Depois da morte daquele homem, sua mãe vivia prostituindo-se. Uma vez
ficava com um homem, outra vez com outro. Ela não tinha relacionamento
estável com ninguém, poderia ficar com um homem durante um ano, três
meses ou poucas semanas. Além disto, em alguns períodos sua mãe tinha
múltiplos parceiros.
Elisa precisava de ajuda, mas ainda não conhecia Deus. Satanás, ela
conhecia; mas, de Deus, ela nunca havia ouvido falar. Jesus era-lhe também
um ilustre desconhecido. Um dia, porém, ela teve um encontro com o Senhor.
Depois de conhecê-lo e começar a seguir os seus ensinamentos, ela teve
muitas dificuldades para viver os valores do evangelho.
Elisa abriu os olhos e viu que tudo estava amarrado em sua vida, ela não
progredia em nada. A sua vida profissional parecia estar amarrada. Os
projetos não destravavam.
Como ela vivia cercada pelos espíritos, não era novidade conviver com eles e
invocá-los, para o seu entretenimento e para atender às suas necessidades
pessoais e familiares. Ela não sabia que tudo aquilo estava, dia após dia,
conduzindo-a à sua autodestruição.
Felizmente, Elisa foi liberta do seu estilo de vida, caracterizado pelo canto e
pela curtição do rock pesado. Na verdade, ela passava para uma realidade em
outra dimensão, onde a morte rondava a sua vida.
Na sua conversão, Jesus entrou em sua vida e ela nasceu de novo. Mas o
pacto com Lúcifer tinha de ser quebrado. E ela precisava sair da prisão da
música de adoração a Lúcifer e da invocação de seus demônios.
Ela não tinha ideia de como era a sua prisão, quando um dia teve uma visão.
Elisa viu-se debaixo d’água, e numa caverna, e num deserto desolado, e no
meio de um vale de destruição.
Ela fazia tratamento espiritual semanal com esse guru. Fazia parte também de
uma fraternidade baseada numa filosofia materialista. Soraia ficou sete anos
nessa fraternidade; teve envolvimentos com a Nova Era; e, ainda, uma
pequena passagem pelo espiritismo. Com essas práticas, ela vinha trocando o
dia pela noite, havia 20 anos.
Lilith3 aparecia-lhe sempre para atormentar com insônia. Ela ouvia vozes, e
não raro tinha visões de coisas horríveis. Era como se tivesse um “chip” do
lado da cabeça. Ela sentia que quem a ameaçava era o próprio “chip”. A cada
pensamento, ele apresentava o pensamento oposto. Mas as vozes chegavam a
ter o atrevimento de, até mesmo, ameaçá-la. Por exemplo, uma voz dizia a ela
que alguém por perto estava com uma doença muito grave e que a usaria para
vingar-se dela; a voz fazia de tudo para que ela viesse a sofrer bastante. Sua
situação chegou bem próxima à loucura. Soraia quase não conseguia falar,
nem se expressar; não conseguia fazer coisa alguma. Nesses momentos,
sentia-se abandonada, como se Deus estivesse muito distante, de acordo com
o que afirmava a filosofia materialista.
Soraia também tinha feito parte da Fraternidade dos Amigos, com a filosofia
materialista de George I. Gurdjieff, autor de um livro que apresenta cartas de
Belzebu a seu neto. Esse autor e professor era venerado profundamente por
ela.
Ela ainda se envolveu com Raja Ioga, ou ioga da mente, com pretensão à
Magia Branca chamada Fraternidade ou Ordem de Arica. Soraia passou pela
iniciação, o que durou um dia todo, e onde houve invocações de vários anjos,
de várias cores, plantas e animais, para cada uma das sete partes energéticas
do corpo. A sua mente era usada para mentalizar, usando a força da
imaginação, para situações desejadas, e ela fazia exercícios físicos também.
Pelo grau do seu envolvimento com essas práticas esotéricas, quando foi
ministrada, ela confessou que, embora estivesse há quase sete anos na Igreja
de Jesus Cristo, ela vivia cheia de dúvidas e continuava debaixo de muita
opressão.
Quando ela fez iniciação com o sacrifício de animais, disseram a ela que,
com cada sacrifício, nasceria um ser humano, em algum lugar. Essa pré-
iniciação incluía o exercício da imaginação e, através dela, Soraia entrou em
diferentes dimensões espirituais. Conforme Soraia foi convivendo com o seu
guru, descobriu muitas mentiras na vida desse seu mentor espiritual. Ele era
prestidigitador. A linha do guru era considerada Magia Branca. Dizia ser
mago branco do Templo da Ordem do Limão Branco. Nesses rituais, todos os
participantes ficavam sem roupa; era permitido portar apenas um manto com
ocre. O ritual era feito com 16 pessoas. A reunião, que era realizada uma vez
por mês, deveria ser preparada com requinte. Todos deveriam sentar-se junto
a uma mesa baixa.
Na Índia, Soraia visitou o templo dos macacos; o templo dos órgãos genitais
femininos e masculinos; o templo deusa Káli; e, no Nepal, foi ver o aborto
sendo oferecido para Kashimir e à Deusa Káli.
Ela viu também o moinho de oração que acionava para Buda; visitou o
templo tântrico, um lugar de sacrilégio, e viu a representação de atos sexuais
de animais, de homens e da deusa Shiva com Vishnu. Foi ao mausoléu de
Gandhi, onde teve como que um choque elétrico. O culto no templo consistia
de magia sexual. Na cerimônia era usado o vinho, que era colocado no meio
das pernas. Por meio dos mantras, era feito o despertamento de Kundaline,
fazendo surgir sua “energia”.
Sua conversão foi o início de uma nova busca, e Soraia teve que arrepender-
se de todo esse turbilhão de práticas com as quais ela havia se envolvido.
Então, finalmente, em sua ministração, ela saiu do túnel do infinito. Pois ela
havia se perdido ali, não sabendo para onde ir e dirigir-se.
Passei por um corredor iluminado por tochas e sentia que estava entrando por
algum túnel secreto debaixo da esfinge e da pirâmide de Quéops. Esse
corredor terminava numa sala ampla de mais ou menos 20 metros de largura
por uns 30 metros de comprimento. O teto estava a uns 10 metros do chão. E
não havia chão! O lugar era cheio de água e havia apenas uma passarela
estreita que, após uns 20 metros, dividia-se em três passarelas que
terminavam em três salas diferentes. Escolhi o caminho da esquerda e entrei
numa sala pequena onde havia um trono antigo.
Senti que deveria sentar-me nesse trono e, quando sentei, vi que havia uma
armadura para vestir. Após vestir a armadura, as botas de ferro, e escolher
uma das espadas da parede, fui puxado para fora daquela sala em direção sul,
e pude ver a pirâmide afastando-se e o deserto passando e, de repente, eu
sabia que estava em algum lugar da África, no alto de um grande vulcão
extinto. Dentro desse vulcão havia uma cratera, e nessa cratera um lago. Senti
que deveria tocar naquela água, e bem de perto vi os pingos caindo de minha
mão.
(Mais tarde, soube que realmente existe um vulcão onde eu imaginava que
estava, bem no centro da África, num país chamado Chade.)
Eu caí dentro do lago. Acordei dentro de uma sala escura, que se transformou
numa caverna circular. Não havia saída ou portas, apenas uma poça de água
bem no centro. E ele apareceu para mim pela primeira vez, um ser que era
parecido conosco, mas tinha orelhas pontudas, era careca e muito magro e
alto. Vestia-se com algo parecido com couro preto e no peito havia uma
espécie de símbolo. Sempre que me lembro disso, esse símbolo me parece
com o do super-homem, só que era feito de prata e em relevo. Nós
conversamos, mas não me lembro sobre o quê.
Alguns anos depois, aceitei Jesus como meu Senhor e Salvador, mas o
processo para abandonar os costumes e os sentimentos que herdara da Nova
Era durou mais tempo. Hoje, estou com 29 anos e o que relato a seguir
aconteceu recentemente.
Minha visão foi aberta e eu o vi como ele era realmente. A primeira coisa que
notei foi a sua altura. Era um ser de cerca de 2 metros de altura, e não era
nada humano! Era algo como uma planta negra e peluda, havia uma leve
forma humana; conseguia ver uma cabeça, braços e pernas, mas nada mais.
Não havia olhos, boca nem nada que desse uma ideia de corpo humano. E
percebi que ele havia me mantido preso naquela caverna todos esses anos...
Então a pastora Neuza Itioka pediu a Deus que um anjo me levasse para fora
daquele lugar. E nós saímos calmamente dali, percorrendo todo o caminho de
volta. O que me espantou mais foi que a minha escolta não era apenas de um
anjo. Eram seis pares de anjos, que iam lado a lado, à minha frente, e outros
seis pares iam atrás de mim. Estes, à medida que saíamos, apagavam as
tochas que iluminavam o corredor e, junto com eles, eu saí da Esfinge. Então,
um anjo me trouxe, voando, de volta ao Brasil, e eu abri os olhos. Estava na
saleta da Igreja novamente, onde estava sendo ministrado.
Após essa ministração, senti que a minha vida espiritual passou a fluir com
mais facilidade, embora eu ainda não esteja muito satisfeito comigo mesmo,
pois há muito o que corrigir na minha vida.
Espero em Deus que, se houver algo mais a fazer, Ele mesmo me revele e me
ajude a encerrar esta dura etapa da minha vida e começar uma nova fase ao
lado daquele que me libertou, Jesus Cristo. Bendito és Tu Senhor, nosso
Deus, Rei do universo, que nos deu vida, nos sustentou e nos fez chegar até a
presente época!
Voltei para Jesus aos 38 anos, numa experiência extraordinária com Deus. O
meu casamento foi totalmente restaurado. Estou nos caminhos do Senhor, há
seis anos.
Havia algum tempo, eu tinha fascínio pela minha cama, como acontecia com
Shirley MacLaine. Eu me deitava, cobria-me e era levada por demônios. Era
irresistível. A minha mente ficava totalmente tomada, não conseguia mais
lembrar-me de nada, era como se fosse uma amnésia.
Depois me levaram um pouco mais para baixo de uma terra mexida, como
que se algo tivesse sido enterrado. Na luta para retornar, eu pedia para que
Jesus me guardasse, pois eu o amava e também eu não vivia pecando e o
maligno não podia me tocar. Então imediatamente voltei.
Contei então ao meu marido o que tinha visto, pois queria explicações, e eu
não tinha paz. Fiquei surpresa quando ele me disse que havia sonhado que
algo estava enterrado debaixo da nossa casa e que ele não sabia o que era.
Oramos para que Deus nos revelasse o que era, mas não tivemos
entendimento.
Foi na África do Sul que me encontrei com uma mulher, intercessora, que
estava à procura de uma resposta para a condição espiritual do seu marido.
Ela, porém, não apenas ficou satisfeita com a sua ministração individual, mas
quis levar a bênção de libertação também para o seu marido. A seguir
transcrevo a carta que dela recebi, depois de algum tempo:
Tenho muito o que compartilhar com você; são coisas lindas, grandes
maravilhas de Deus! Estou dançando como um pássaro, em louvor ao Senhor,
porque Ele libertou tanto a mim como ao meu marido John, completamente.
Para ser exata, foi no dia 8 de janeiro, às 4h30 da tarde. Tem sido uma longa
jornada para mim, com meus 21 anos. Mas o Senhor faz tudo no tempo certo,
e nos revelou o que acontecia conosco no mundo espiritual das trevas.
Neuza, no seu livro, “Cristo Nos Resgata de Toda Maldição”, e ainda num
outro livro sobre o assunto, que “casualmente” caiu em minhas mãos,
encontrei toda a informação de que eu necessitava, e que estava procurando,
para a libertação do meu marido e também para completar a nossa libertação,
como casal.
John, meu marido, nunca se sentiu tão livre, como agora, em toda sua vida! E
é incrível, mas, com a libertação dele, eu também fui abençoada e liberta.
Pois os casais são um, e assim o que atinge um, atinge o outro.
Antigamente o meu marido não conseguia ter intimidade com o Pai Celestial
(e até mesmo com o seu próprio pai carnal). Sua família sofre de um mal que
se caracteriza por uma mente dupla.
John sentia uma constante dor de cabeça, tinha confusão mental, sofria com o
esquecimento, tinha tensão nervosa, ansiedade, medo, preocupações e
também tinha certos atributos que são típicos dos que se envolvem com a
Maçonaria. Ele tem uma mente brilhante, e assim o intelectualismo era um
dos valentes que ainda continuava amarrando a sua vida.
Mas Deus nos respondeu, cumprindo com a suas promessas tão fielmente! Eu
fui conduzida por Deus para acordar às 4h30 da manhã, naquele dia 8 de
janeiro. Eu não sabia o que estava para acontecer, embora nós estivéssemos
jejuando e orando por algum tempo para uma completa libertação.
Então fui guiada pelo Espírito Santo para louvar ao Senhor, expressando um
ato profético que anunciava uma grandiosa obra de Deus, que logo iria
acontecer. Eu estava totalmente convencida de que deveria fazer aquilo.
Naquele dia, às 16h30, o pastor Pascoal, que já vinha jejuando e orando por
nós, veio para realizar uma Santa Ceia Profética, com toda família. Sentimos
uma presença maravilhosa do Senhor, que falou através do pastor: “Fale ao
meu servo, que tem visões da Irlanda, que a maldição foi quebrada”.
Foi tremendo! Foi um momento solene entre nós. Todos nós soubemos que
alguma coisa havia acontecido nos lugares celestiais. E o meu marido saiu da
prisão da Maçonaria.
1 “Chacras” são aberturas espirituais feitas no corpo espiritual da pessoa, que se transformam em
portais espirituais para a entrada e saída de demônios ou “energias espirituais”.
2 Um “mantra” é a repetição de um mesmo som, ou de palavras, seguidamente, por um longo tempo.
Seu efeito é invocar espíritos malignos que pretensamente ajudariam a pessoa em alguma situação.
3 Lilith é um demônio referido como “Terror Noturno” no Salmo 91:5 (RA). Outras culturas a chamam
de “Feiticeira da Noite”. É ligada à insônia e com perturbações noturnas. A Bíblia a menciona em Is
34:14.
4 Conforme Ex 20:5, dentre outras escrituras. Sobre esse tema, veja meu livro “Cristo Nos Resgata de
Toda Maldição”.
TESTEMUNHO 7
Aprisionamento pela Imaginação
“Que o Senhor, do alto do seu santuário, desde os céus, baixou vistas à
terra, para ouvir o gemido dos
cativos e libertar os condenados à morte, a fim de
que seja anunciado em Sião o nome do Senhor.” (Sl 102:19-20 – ARC)
Naquela hora, porém, ele me disse: “Neuza, sabe que eu não sinto nada no
culto? Eu sei, pela fé em Deus, pela sua Palavra e promessa, que Ele está lá,
mas eu não sinto nada, não sinto a sua presença”. Minha reação foi de grande
susto, e lhe disse:
-- Lincoln, meu irmão, não me diga que você está aprisionado em algum
lugar! Hoje estarei falando sobre prisões espirituais. Preste bastante atenção,
Deus pode resolver esse seu problema.
Jesus é a própria chave, “As portas do inferno não prevalecerão contra ela [a
igreja]” (Mt 16:18b). E, assim, tendo declarado a abertura das prisões,
ordenamos que todos os que estavam presos saíssem da prisão em que
estavam. Então eu lhes disse:
Mônica viveu sua vida, desde o início, com muita rejeição. Ela foi
abandonada quando nasceu. A família que a adotou não lhe deu um lar em
que ela pudesse sentir-se aceita. Ela foi rejeitada também pela mãe adotiva, e
todos da casa, da nova família, de igual forma a rejeitaram. Assim, um dos
meios para se refugiar da tristeza da rejeição, da insuportável solidão, foi a
leitura.
Chorando, ela veio à frente para explicar que antes estava aprisionada
naquela personagem, e que a sua vida de imaginação era uma fantasia. Mas
agora estava liberta.
Aprisionada na Argentina do “tango”
Quando viajou para a capital argentina, qual não foi a sua surpresa: ela
identificou tudo o que tinha visto na sua imaginação. Tudo era tal qual ela
havia imaginado. Carmem tinha detalhes das avenidas, das casas, dos hotéis,
das esquinas, das praças. E assim, chegou à conclusão de que ela havia feito
viagens astrais, através da sua imaginação, àquela cidade.
Nesse período de jejum e busca intensa por sua libertação, um profeta teve
uma visão de um livro preto descendo do espaço, relacionado com a vida
dela. Era um livro de esoterismo que representava a prisão da sua mente,
relacionada com as iniquidades da família de seus antepassados. Seu pai
havia sido presidente do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento.
Carmem foi sendo liberta aos poucos, conforme ela foi se desligando de suas
viagens astrais.
Ela me respondeu que a coisa mais forte que ela havia experimentado foi a
morte do filho. Depois da morte dele, ela entrou numa profunda depressão.
Então ela foi convidada por uma amiga para ir a um centro espírita, onde
poderia falar com o seu filho falecido.
Júlia participou de várias sessões. Num dia, um espírito apareceu dizendo ser
seu filho e informou a ela que ele estava numa casa, nos ares. Nesse encontro,
aconteceu um diálogo impressionante. O espírito com quem ela dialogou era,
supostamente, o espírito do filho. Júlia lhe disse que sentia muita falta dele e
a resposta do espírito foi que, todas as vezes que ela estivesse se sentindo
triste, solitária, com problemas, ela poderia ir para a casa nos ares onde o seu
filho estava – e assim ela poderia sentir-se protegida.
Toda a sua vida ficou então paralisada: perdeu o emprego, não conseguiu
mais nenhuma atividade, sua vida social desapareceu. E sua vida intelectual
não mais se desenvolveu. Enganada por aquele espírito, a procura daquela
casa nos ares foi se tornando mais frequente.
Pois cada situação difícil a fazia voltar à casa nos ares, e lá ela se sentia
melhor. A volta àquela casa repetiu-se tantas vezes que um dia ela decidiu
permanecer sempre naquela casa.
A decisão de permanecer para sempre na casa dos ares fez com que tudo
ficasse paralisado em sua vida. Seus sentimentos ficaram congelados, e ela já
não mais saía até mesmo da sua casa física.
Na verdade, quando o seu falso filho foi desmascarado, a casa nos ares
começou a partir-se em pedaços e a se autodestruir. Foi nessa hora que entrei
lá para retirá-la. Eu, como ministradora, quando entrei onde ela estava, vi que
Júlia encontrava-se totalmente amarrada numa cadeira, e que ela estava sendo
torturada por demônios. A sala da casa, que tinha um só cômodo, estava
infestada de demônios. Esses demônios são os guardiães que ficam junto dos
aprisionados, para impedirem a libertação da pessoa. Todos eles foram então
amarrados. Júlia foi desamarrada da cadeira e, segurando em sua mão, tirei-a
daquela casa antes que desmoronasse. Com uma rapidez incrível saímos
daquele lugar. Júlia se quebrantou e começou a chorar. Ela estava agora livre.
Aquela casa queimou-se toda, desmoronou totalmente, e agora Júlia podia
viver livre.
“Sou uma das intercessoras deste seminário; minha vida mudou”. Aleluia!
TESTEMUNHO 8
Aprisionamento por Satanismo e Jogos de RPG
“Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu
quando clamei por socorro. Tirou‑me de um poço de perdição, de um
tremedal de lama; colocou‑me os pés sobre uma rocha e me firmou os
passos.”
(Sl 40:1-2)
Todos que se envolvem com o Satanismo ficam presos espiritualmente, de
alguma forma, em razão do comprometimento feito com o próprio Lúcifer e
com os demônios.
A pessoa que se envolve com o Satanismo nem sempre está consciente dos
danos que lhe são causados pelo reino de Lúcifer e das suas ameaças. E,
normalmente, também nada sabe da destruição, da morte e do aprisionamento
espiritual que esse envolvimento por certo lhe ocasionará.
Quem compartilhou a sua história foi um dos que tinham disputado a vaga de
vocalista da banda. Havia dois candidatos para essa posição. Para decidir
quem seria o vocalista, o grupo pensou numa forma bem diferente, criativa e
original. Depois de muitas sugestões e considerações a respeito, um deles
sugeriu que a escolha fosse decidida da seguinte forma:
Cada um dos dois teria que apresentar um quadro que fosse o mais tenebroso
e cheio de suspense e horror possível. Aquele que alcançasse o maior grau de
tenebrosidade em sua apresentação seria eleito o vocalista. Esta ideia foi
inspirada na banda KISS - Knights of International Satanic Society
(Cavaleiros da Sociedade Internacional Satânica). Essa banda matava no
palco, diante do público em delírio, dezenas de pintinhos, pisando-os com
suas botas.
De repente, ele foi tomado por uma estranha força e assim arrancou a cruz do
túmulo e tornou-se extremamente violento, com uma força sobrenatural e
extraordinária, e começou a bater no túmulo com aquela pesada cruz.
Espero que ele seja usado por Deus para levar Jesus aos outros que
participaram dessa sua história.
Os jogos desse tipo, que se caracterizam por atos de matar, destruir, cenas de
violência e uso de poderes mágicos constituem um dos processos mais
perversos e satânicos de aprisionar vidas.
Alguns exemplos de casos reais que a seguir passo a relatar deixarão isso
bem claro.
– Você deve estar aprisionado em alguns dos lugares que visitou através dos
jogos; por exemplo, você deve ter visitado o lago de fogo, labirintos, capelas
horripilantes e fantasmagóricas, não é verdade?
Ele ainda estava aprisionado naquele lugar de fogo e tormento. Tirei o rapaz
daquele lugar, pedindo a Deus perdão por ele ter se deixado levar ao lago de
fogo.
Ele estava aprisionado em diversos lugares dos jogos, e teve de ser retirado
de cada situação. Antes, porém, ele renunciou todos os personagens com os
quais se envolveu; retirou as roupas dos personagens e jogou fora cada uma
das armas. Depois da sua libertação, ele escreveu o seu testemunho:
Eu sempre achei que o RPG (jogo eletrônico de computador) era algo legal;
sempre fui fascinado pela época medieval – por castelos, guerras, armaduras,
etc. – e, desde pequeno, familiarizei-me com o RPG por causa do desenho
“Caverna do Dragão”, onde os personagens principais são seis jovens que, ao
entrarem numa montanha-russa, o trem descarrilha, e eles vão parar numa
outra dimensão.
O desenho é todo baseado em um jogo de RPG que esses mesmos jovens na
vida real jogavam, e o jogo ficou com uma história tão boa que decidiram
fazer a série. Ouvi boatos de que o motivo pelo qual o último capítulo nunca
foi exibido, foi que os jovens descobriram que na montanha russa eles
haviam morrido e estavam em um tipo de inferno, e, assim, não poderiam
mais sair de lá. Também o chifrudo (Satanás) lá contou a verdade dizendo ele
mesmo ser o “Mestre dos Magos”, um dos principais personagens desse jogo.
Ou seja, Satanás estava brincando com eles. Imagine como esses jovens não
ficaram amarrados na vida real devido ao nível de envolvimento com essas
entidades!
Alguns anos atrás, alguns alunos do meu colégio, em torno de seis pessoas,
começaram a se encontrar na biblioteca no horário do intervalo para jogar
RPG. Poucos meses depois, houve o “Olimpet”, tipo de olimpíadas do
colégio. Então o líder da turma do RPG conseguiu um campeonato de RPG.
Como sempre estive interessado, entrei nessa.
Outros jovens, por sua vez, nem têm ideia alguma sobre em que estão
metidos, achando que é tudo fruto da imaginação. Mais tarde, quando tiverem
a oportunidade de trabalhar para denominações satanistas, eles já estarão
aptos para invocar demônios e fazer todo tipo de serviço para Lúcifer.
Portanto, é preciso estar preparado e coberto em oração, pois o RPG é uma
das maiores estratégias de Satanás para atrair os jovens para o seu mundo de
engano e poder maligno.
DOOM I (A Queda)
Nesse jogo, o jogador é um soldado que, inicialmente, luta contra soldados
zumbis. Mais tarde, são encontrados:
· Minotauros chifrudos, sem pelo, de cor rosa, e outro marrom mais forte –
ambos atiram bolas verdes de energia com as mãos.
O objetivo do jogador é subir num elevador que, enquanto sobe, tem-se que
lançar um míssil e acertar uma fenda na parede. Utilizando-se um comando,
pode-se atravessar paredes, indo até essa fenda, quando se encontra a cabeça
de um cara cabeludo, fincada em uma estaca. Até hoje não imagino quem
seja, mas, quando se atira na cabeça, o rapaz abre a boca como se estivesse
agonizando.
No Doom II há uma super arma de plasma, que com muita munição, elimina
todos os inimigos do ambiente.
Nesse jogo, o jogador torna-se um galã de cinema que, com sua pistola, inicia
uma caçada aos alienígenas (aliens) que invadiram o planeta terra. Nos
cenários que se seguem no jogo, encontram-se: Mulheres fazendo striptease
(que podem ser assassinadas, transformando-se numa poça de sangue e em
notas de dinheiro voando).
O jogador pode simplesmente sair da rua com o seu carro e ir pelas calçadas,
atropelando homens, mulheres, velhinhas, cachorros e vacas nas estradas e
nos campos. Ao atropelar, sangue voa no vidro do carro do jogador.
Há como fazer com que o carro emita raios elétricos que façam explodir
todos os seres vivos que passarem por perto, num raio de 100 metros;
também o jogo permite fazer com que os alvos (pedestres e vacas) fiquem
enormes, três vezes maiores que o carro; e também há um recurso para
paralisá-los.
Certa vez, eu estava andando de carro com a minha família. Quando meu pai
parou para esperar algumas pessoas atravessarem a rua, na minha mente eu já
tinha decidido atropelá-las, e então vi o quanto influenciado por aquele jogo
eu estava. Eu simplesmente tinha me apaixonado pela “realidade” do jogo,
pois a programação do mesmo era perfeita
– aceleração, amortecimento, impacto, etc.
Ênfase: Combater o mal com a sua própria força e, no final, ceder à tentação
de ser o próprio Diablo. Os locais virtuais podem transformar-se em portais
para ir ao Sheol, Inferno, Abadom e Abismo.
DEBATES
Não se tratava de alguns poucos casos, mas de muitos. Na época, haviam sido
registrados setenta ocorrências pela NCTV (Liga de Coalizão contra
Violência na Televisão). Não foi por falta de provas, pois os jovens deixaram
cartas e desenhos explicando a razão pela qual davam um ponto final à sua
vida.
Tudo corria bem até que, em 1982, o jovem Irving Lee, de 16 anos, deu um
tiro no coração. Irving havia recebido uma maldição pronunciada por um
companheiro de jogo um pouco antes desse trágico episódio. Irving, como
tantos outros jovens, vivia no mundo do jogo e a fantasia tornou-se mais forte
do que a realidade, acabando com a sua vida.
O TIRO
OBSESSÃO
Não são todos os jogadores do RPG que deixam a fantasia tomar o lugar da
realidade, mas são muitos os que ficam obcecados por esse jogo. A psicóloga
Diane Pizzirusso, de Annapolis, Maryland, diz que o jogo de representar trata
de violência, vingança e roubo.
Ela explica:
“As provas nesses casos são nítidas. Não tenho dúvida de que criar jogos de
fantasia levam os jovens a suicídios e assassinatos. Os jogos tratam de
guerras e de violência sem trégua. Através de entrevistas com jogadores, e
com o material de jogo como base, estou convencido de que este tipo de jogo
deixa os jogadores insensíveis à violência, tornando-os agressivos no
comportamento.”
1 De Knut-Einar Norberg.
TESTEMUNHO 9
Aprisionamento em Calabouços
“Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu
quando clamei por socorro. Tirou‑me de um poço de perdição, de um
tremedal de lama; colocou‑me os pés sobre uma rocha e me firmou os
passos.”
(Sl 40:1-2)
O problema de ter sido rejeitado por seu pai biológico, e a situação de ter tido
um padrasto, por exemplo, já tinham sido resolvidos. Também tinha sido
liberto de uma série de vícios.
Sim, Alberto ainda enfrentava problemas. Intelectualmente ele sabia que era
filho de Deus, pois havia entregue a sua vida a Ele, e tinha feito um
compromisso com Jesus. No entanto, nunca acontecia algo impactante em
sua vida espiritual. Alberto não sentia a presença de Deus, não o sentia nem
mesmo quando lia a Bíblia. Ele apresentava sintomas característicos de
alguém aprisionado espiritualmente.
É certo que pelo menos agora Alberto estava enfrentando a verdade! Não a
mentira, nem a falsidade. Ele havia deixado de fingir, de representar. Agora,
pelo menos, estava sendo verdadeiro, ainda que um tanto revoltado com o
Senhor e com a igreja.
Deus passou a ser, para ele, alguém que estava num lugar longínquo, não o
ajudando nos momentos em que precisava. Deus não estava com ele em sua
necessidade; Deus não respondia ao seu clamor.
Deixei então que ele apresentasse todos os seus argumentos, todas as suas
queixas, todos os motivos que o levaram à situação em que se encontrava. E
ele foi dizendo:
– O que fizeram de mim? Fui abusado sexualmente, e car‑ reguei um
sentimento de culpa. Roubaram‑me! Roubaram o meu pai, a minha mãe,
roubaram a paternidade, a equidade, pois fui tratado com injustiça. Veja
quem eu sou hoje. Estou cheio de trejeitos. Tenho raiva e ódio do que fizeram
comigo, quando me abusaram sexualmente. Fui abusado por um grupo de
rapazes. O primeiro ficou não sei quanto tempo... Foram anos, comigo.
Também fui abandonado por meu pai; fui maltratado por minha mãe; fui
perseguido por um líder da igreja que se recusava ser sombreado por mim.
Quem sou eu hoje? Uma sombra, uma caricatura?
Então eu lhe perguntei: “O que foi?” Ela me respondeu: “Eu estava orando
por você, pedindo para que Deus o tirasse do calabouço”.
Eu não entendi nada, e ela continuou o seu trajeto; não pude conversar com
ela, e ficou por isso mesmo. Mas, agora, você me diz que eu estou num
calabouço!
Ele saiu daquele calabouço sendo levado por mim, e, quando saía da prisão,
ele foi dizendo:
É que sua mente estava sendo tratada. Sua programação mental, seu
raciocínio, estava sendo purificado, tornando-se uma mente sadia, livre de
contaminações. Toda a sua mente estava sendo restaurada por Deus, naquela
hora. Assim, Deus estava intervindo.
Ele começou a rir. Agora era um riso de mudança de mente, era uma
“metanoia”. E, assim, ele disse:
O caso de Beatriz é outro exemplo de alguém que foi preso num calabouço.
Ela era uma de nossas alunas. Assim que a recebi para ser ministrada,
observei que ela era uma jovem muito linda e simpática. Com facilidade ela
foi se abrindo e falando acerca do seu problema, e foi fácil diagnosticar que
ela estava aprisionada num lugar muito especial, num calabouço.
Beatriz tinha sido mais uma das vítimas do abuso sexual na infância. Assim
que este ponto foi trazido à luz, tive então que tratar dessa área de sua vida,
curando suas feridas, seus sentimentos de culpa, de inferioridade, de medo,
de sujeira, de feiura, de burrice...
O ponto, porém, que para ela foi mais dolorido e triste, foi a rejeição que ela
sentiu quando ainda estava para nascer. Ela ouvia sua mãe dizendo: “O que
vou fazer com esta criança, com este bebê? Onde vou enfiar este bebê?!”
Então, ficou para mim muito claro que Beatriz estava aprisionada num
calabouço. Ouvindo o que sua mãe dizia, ela certamente revoltou-se e
recusou-se nascer. E, assim, ela ficou aprisionada espiritualmente naquele
lugar.
– Onde vou enfiar o meu bebê? O que vou fazer com ele? Beatriz começou a
chorar.
Então eu lhe disse que estávamos abrindo a porta daquele calabouço e que ela
iria sair. Ela tomou as minhas mãos e começou a andar, dizendo:
– Este não é o lugar que Jesus planejou para me colocar. Eu não fui destinada
a ficar aqui. Este frio não é para mim. Estou saindo desta prisão!
Sou uma jovem de 27 anos e estou na igreja desde os meus 12 anos. Sempre
fui muito envolvida com as atividades da igreja. Já fui líder de jovens, líder
de célula, e auxiliar da pastora. Organizei vários eventos chamados
“encontros com Deus”. Sempre estou à frente na organização de retiros,
reuniões, e sou uma pessoa de confiança da pastora; muitos na igreja me têm
como referência.
Pertenço a uma família mais ou menos estruturada, mas não como a dos meus
sonhos. Sei que a igreja, da qual sou membro, me ama demais. E tenho um
namorado maravilhoso. Aos meus olhos, ele é um grande homem de Deus.
Tenho certeza de que Deus tem um propósito para a nossa vida. No entanto,
tenho muitos conflitos e não sei por que não me sinto uma pessoa
completamente livre.
Sinto que há muitas cadeias em minha vida, em meu ser, e quero ser livre,
mas não consigo. Há certos sentimentos em mim que eu não gostaria de
sentir. Essa situação me entristece, me traz amargura, e até mesmo sinto que
isto põe em jogo a minha salvação. Vou relatar alguns de meus problemas:
Não consigo amar a minha família. Sinto-me fora do lugar, sinto-me perdida
no meio deles. É como se eles não fossem a minha família. Não sinto
pertencer a ela.
· Quando fiquei sabendo que a minha mãe estava doente, o seu diagnóstico
deixou-me apavorada. Pois ela sempre tratou de gastrite e, de repente, aquilo
virou câncer. Desde então, me persegue a ideia de que eu também vou ser
acometida de câncer, pois, de igual modo faço tratamento contra a gastrite.
Tenho medo de que isso aconteça comigo. Oro e rejeito esses sentimentos,
mas não consigo vencer. E isso me atormenta continuamente.
· Namoro um rapaz que é de Deus. Sinto que ele realmente me ama, mas sou
perseguida pelo sentimento de que, no futuro, serei abandonada por ele.
· Perdi meu pai muito cedo. Sinto carência, sinto falta de proteção. Já
procurei encontrar um pai em Deus, mas tenho dificuldades. Não consigo
chamar Deus de Pai. Não consigo orar usando a palavra “Pai”. Isso é terrível.
Gostaria de sentir a paternidade de Deus, mas ainda não descobri como. Por
favor, me ajude!
Sua mãe, mesmo jamais admitindo que tivesse rejeitado a sua filhinha caçula,
pode inconscientemente ter abrigado esse sentimento. Por certo, também
passou em sua mente, como seria essa nova gravidez, uma vez que ela já se
encontrava numa idade não tão propícia.
A situação era ainda pior na área sentimental. Como ela mesma relatou, Jane
já beirava os trinta anos, mas a sua atitude para com o namorado tinha todas
as características de uma criança que não sabe o que quer. Ela estava em
constante briga com ele. Seu namorado, porém, com muita paciência a amava
e fazia de tudo para conquistá-la. Mas ela o maltratava. E ela dizia:
“Não sei como ele me aguenta, pois nunca estou contente e satisfeita com ele.
Reclamo todo o tempo, por tudo. Se ele está bem, se ele me cerca de carinho
ou tenta me abraçar, rejeito o seu abraço, reclamo e o critico. Se ele atrasa um
pouco nos nossos encontros, eu reclamo, critico, e chego até a xingar...
Certamente é muito difícil para ele. Se ele me ajuda, eu exijo mais; se ele não
me dá atenção, aí sim é que eu critico, brigo, falo tantas coisas, faço
escândalos. Realmente não é nada fácil para ele; ele é bom demais para
mim.”
Eu tinha a chave para abrir aquela prisão. Eu a tirei, agradecendo a Deus por
aquele momento, pois o anjo do Senhor a levaria para fora. Naquela hora,
Jane disse estar si vendo num lugar de muita escuridão. Na hora de sair, viu
paredes escuras, e parecia estar saindo de um corredor estreito, pelo qual ela
tinha de passar.
Um dos pontos cruciais do seu problema foi a ausência do seu pai. Ela teve
que passar pela cura dessa ferida, causada pela perda do pai quando era bem
pequena. Ela não havia recebido o carinho de um pai. Pedi que um dos
intercessores, fazendo o papel de pai dela, a abraçasse, para que ela fosse
curada.
Aquele abraço que ela jamais recebera anteriormente, a fez sentir-se muito
amada.
Jane foi abençoada por Jesus, que a libertou e a curou.
1 Tal como no exemplo bíblico de José, que foi rejeitado por seus irmãos, e foi parar no fundo de um
poço, figura de um calabouço (Gn 37:24).
TESTEMUNHO 10
Aprisionamento pela Religiosidade
“Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me
rodearão, pois me fizeste bem.” (Sl 142:7)
Em contato com milhares de pessoas, dentro e fora do país, fico muitas
Um mal que atinge muitos filhos de Deus é a religiosidade. É isso que tenho
constatado. A religiosidade é uma grande inimiga da nossa fé. Eis aqui uma
história de como a religiosidade pode aprisionar uma pessoa e até conduzi-la
para o inferno.
Como lhe prometi, estou lhe enviando meu testemunho, tal como tudo
aconteceu. Por 27 anos percorri os caminhos dessa denominação. Já li livros
que falam de suas doutrinas heréticas e de seus costumes farisaicos. Mas a
revelação que obtive é muito mais profunda do que tudo que se tem
publicado.
Depois de doze dias assim, dia e noite de um lugar para outro, sem
esperanças de ser socorrida, finalmente minha mãe encontrou um hospital
que me abriu as portas. Uma médica falou com minha mãe que iria me dar
uma injeção para que eu fosse para casa melhor.
Ela aplicou glicose na veia, e a diabete no meu sangue subiu de 600 para
850%, e continuava a subir. Houve uma acelerada hiperglicemia, e não havia
como retirar o sangue das minhas veias. Antes mesmo de chegar ao
laboratório ele coagulava, ficando imprestável para qualquer exame.
Minhas pernas estavam frias, eu não tinha mais veia, por onde receber soro.
Não havia muito que fazer comigo, não havia leitos nem na emergência,
muito menos na UTI. Era o meu fim!
Fizeram todos os exames e fui levada para onde havia muitos aparelhos
estranhos nos quais poderiam ler a minha frequência cardíaca e avaliar o
estrago que aquela hiperglicemia me causara.
Nem sei bem, mas dizem que sofri duas paradas cardíacas e uma respiratória.
Lembro-me de colocarem um cateter em meu pescoço, depois de muito me
furarem, pois não havia mais veias disponíveis em meu corpo.
Mesmo assim, conseguiram achar, e aquele cateter dava saída a quatro tubos
de soro (não glicosado ou glicosado a 5%). Levaram-me então para a UTI, às
pressas; foi um corre-corre naquele hospital. Colocaram em mim uma sonda,
vários fios monitorando o meu coração e um balão de oxigênio, pois eu não
conseguia respirar com facilidade. Eu estava ainda recebendo quatro soros
através daquele cateter no meu pescoço.
Durante três dias fizeram de tudo para salvar a minha vida. Mas, no último
dia, sem que eu soubesse que seria o último, aconteceu comigo um fato
inusitado, que foi “estarrecedor” e, ao mesmo tempo, maravilhoso.
Como pode?! Eu, ali em pé, diante de mim? Diante do meu corpo? O que era
aquilo? Como pode ter acontecido? Não havia explicação; a razão não
explica, a medicina não explica, é ilógico! Eu estava confusa e apavorada.
Demorei olhando o meu próprio corpo, sem vida – não havia fala, não havia
respiração...
Então comecei a gritar, a me bater, a chamar pelo meu próprio nome, queria
voltar à vida, queria entrar de volta no meu corpo. Mas não havia resposta!
Muitas vezes eu me chamei e gritei o meu nome, quantas vezes ordenei que
eu abrisse os olhos e voltasse ao meu corpo... mas nada acontecia.
Era algo terrível: um frio intenso invadiu-me. Era um frio mórbido, gelado;
eu não podia nem imaginar o que seria aquilo. Quando olhei para trás, vi
figuras deformadas, simplesmente irreconhecíveis.
Se você já assistiu ao filme “resident evil”, então você pode saber do que
estou falando, se bem que a deformidade daqueles seres era pior.
Sem compreender o que se passava, comecei a gritar por Jesus; sim, por
Jesus, o Filho de Deus! Durante toda a minha vida eu tinha sido religiosa;
sempre procurava ser boazinha, não roubar, não matar; sempre procurava
fazer o bem; não fumava, não jogava, não tinha vícios, não fazia nada dessas
coisas que todos fazem. E eu me justificava achando-me santa e sem pecado,
digna e merecedora da salvação e das dádivas divinas.
O todo estraçalhado veio a mim, dizendo que não adiantava gritar por Jesus
porque eu pertencia a eles agora. Batiam-me, com toda a raiva e ódio que
sentiam por mim. Lembro-me bem de um deles que havia sido atropelado, ou
seja, era o orientador e causador de atropelamentos. Era o que me batia com
um de seus braços. Doía muito, mas meu desespero era maior ainda que a
dor. Eu não entendia a situação, pois sempre tinha sido bondosa, sempre
acreditei em Deus e em Jesus, o que deu errado?
Bem, na UTI, quando falei com eles, o cabeça, chamado Legião, disse-me
que eram muitos. Eu pude entender que era um regimento de soldados
demoníacos que obedecia à voz de um comando principal.
Uma coisa ficou bem clara e viva em minha mente até agora. Hospital não é
lugar para crente ir. Caso não haja outro recurso, que esteja acompanhado de
orações intercessórias. Que crentes fiéis estejam cobrindo essas vidas com
suas orações e estejam realmente na “brecha” por elas.
Então entendi que eu havia morrido sem salvação! Ali estava eu, perdida para
toda a eternidade! Alguma coisa eu havia feito de errado e perdera a salvação
da minha alma! Meu Deus! E agora? Naquele momento eu senti todo o terror
da perdição: “E ali haverá choro e ranger de dentes”.3 Entretanto, mesmo
assim, eu gritava por Jesus e lhe dizia que tinha sido lavada em seu sangue.
Nessa hora, gritei ao Senhor Jesus, de novo, pela última vez, e me arrependi
de todo o meu pecado, de todo o mal que eu havia cometido; me arrependi da
minha falta de amor e misericórdia, dos anos que passei confessando um
falso cristianismo, das graves mentiras, da religiosidade farisaica em que
tinha vivido por mais de 25 anos.
Achei que não havia mais perdão de Deus para mim e era inútil suplicar-lhe a
sua misericórdia, mas, mesmo assim, confessei os meus pecados e as minhas
maldades não encobri. Chorei. Chorei amargamente, por ter sido tão
orgulhosa, religiosa e incrédula, pois não cria em Deus pelo que Ele é, mas
sim pelo que ouvia dele ou pelo que Ele me proporcionava.
Lembro-me de que, quanto mais eu clamava naquela hora por Jesus, mais os
demônios ficavam furiosos e odiosos, me maltratavam e diziam: “Não
adianta chamar por Jesus, você já é nossa”. De repente, porém, antes que
lançassem mão sobre mim e me arrastassem para o inferno, aconteceu algo
com aqueles seres estarrecedores, que se aproximavam de mim. Eles pararam
e olharam para o alto.
O pavor que havia em mim mudou de lado; agora eram eles que estavam
estarrecidos. Quando também olhei para o alto, vi uma escada descendo
como um tapete, desenrolando-se até chegar a mim. Olhei para os demônios e
eles se afastaram, soltando urros de medo e de raiva. Eu estava no chão, toda
suja, babada, cuspida e ensanguentada.
Meus cabelos eram só gosmas, pois eles me cuspiam o tempo todo. Então
olhei para cima e surgiu um varão, todo de branco, descendo aquela escada,
degrau por degrau, até o último, onde eu me achava, jogada no chão. Ele era
de uma beleza tão excelente e o resplendor era tão intenso que não há
palavras que possam expressar aquela visão tão bela!
No meio do jardim, havia uma fonte de águas cristalinas; parecia cristal, mas,
ao balançarmos com as mãos, elas se moviam. Sentamos num banco e
observei que havia um portão que separava aquele jardim de uma cidade lá ao
longe, e esse rio atravessava aquele portão e passava pelo meio daquela
cidade, e brilhava como ouro.
O anjo de Deus explicou-me que eu não podia passar pelo portão, pois ainda
não era chegado o tempo, e ninguém podia entrar naquela cidade. Ela estava
vazia, só aguardando o dia e a hora de receber seus habitantes reais.
Depois de uma longa conversa, o anjo de Deus me disse que era chegada a
hora de partir. Eu retruquei e disse que não queria voltar; ali havia tanta paz!
Havia bondade, havia amor! O ar era repleto de paz; tudo era tão maravilhoso
e sublime, tão puro e tão reluzente! Mas o varão que estava comigo disse-me
que eu não podia permanecer ali porque ainda não havia chegado a minha
hora, e eu ainda tinha uma missão a cumprir.
Da minha cama, olhei para a janela e pude avistar que o dia estava nascendo,
e eu precisava sair dali. Era chegado um novo dia! Um novo tempo em minha
vida!
Deus virou uma página da minha vida e escreveu uma outra história, um
outro futuro com letras de sangue, o sangue de Jesus Cristo, seu Filho.
Entendi que, naquela cruz, no Calvário de dor, onde Jesus derramou a sua
vida, Ele escreveu a minha história de perdão. Hoje, em minhas veias, o que
corre é o sangue de Jesus; não sou eu mais quem vivo, mas Cristo vive em
mim.5
Saiba que somos um espírito, temos uma alma (nossa mente, intelecto e
vontade) e vivemos num corpo. O nosso espírito é eterno, ele veio de Deus e
para Ele deveria voltar, mas o homem tem escolhido o seu próprio caminho, e
a sua escolha tem sido os prazeres do mundo, a falsa religiosidade, a falsa
piedade, e o pecado.
Durante 25 anos fui religiosa, mas não cristã. Aqueles seres tenebrosos eram
demônios que me lançaram em rosto toda a minha religiosidade e
incredulidade. Então entendi que o Cristianismo não tem nada a ver com
dogmas, nem com costumes, nem com roupas, nem com protocolos, nem
com o modo de falar ou de vestir-se.
Não!... É muito mais do que isso!
Eu sofri a pior tortura que um ser humano pode sofrer: sentir que está
perdido, sem salvação, que tudo acabou, e que só lhe resta o inferno para
viver a eternidade, tendo a sua consciência e o seu juízo perfeitos; sim, o
corpo voltará ao pó, mas a nossa alma e o nosso espírito irão passar a
eternidade no céu ou no lago de fogo – você é quem escolhe. Você terá todo
o domínio sobre a sua consciência, e saberá que você está ali porque a
escolha foi sua! Escolha o melhor! A escolha é sua! Em vida é que decidimos
para onde queremos ir após a morte.
Não se engane! Quando saí daquele hospital, tive uma nova compreensão do
que é ser cristão! E não queira, você, passar por uma experiência como a
minha, para confirmar que é verdade, pois poderá acontecer o pior, pode ser
que você não volte; por isso, faça a sua escolha enquanto você está vivo!
Deixe Cristo cuidar da sua vida, da sua casa, da sua família, dar-lhe carinho,
amor, tudo que o mundo lhe negou; deixe-o cuidar das suas feridas e dores,
deixe que Ele seja Senhor de toda a sua vida.
Entregue a Ele o seu caminho, e peça que Ele seja o seu Senhor e Salvador
pessoal. Só mesmo quem passa por uma experiência assim, tal como eu
passei, é que poderá entender e avaliar o quanto nos custará uma vida cheia
de enganos e pecados.
E quando lhe pedirem a sua alma? O que você terá em depósito? Qual será a
sua justificativa? Não há reencarnação. Está destinado ao homem morrer uma
única vez, vindo, depois disto, o juízo.6 Não existe purgatório; velas e preces
não irão purificar nem iluminar a alma de ninguém, o que fizermos aqui, em
vida, de bem ou de mal, irá nos acompanhar por toda a eternidade.
TESTEMUNHO 11
Aprisionamento por Falta de Perdão: Cur a
Física
“Jesus disse‑lhe: Levanta‑te, toma o teu leito, e anda”. (Jo 5.8)
Meu nome é Alexandre Mesquita Furtado, tenho 51 anos, sou pastor batista,
consagrado através da Convenção Batista Nacional (renovada), professor,
casado, pai de uma jovem de 22 anos, congrego hoje na Igreja Apostólica e
Profética Casa do Pai, em Cabo Frio, cujo Apóstolo é Gesié Azevedo.
Em 27 de fevereiro deste ano, por ocasião do meu aniver‑ sário, jantava com
meus pais, minha esposa e minha filha em um res‑ taurante, quando sofri o
segundo AVC. O primeiro ocorreu há seis anos, em sala de aula, enquanto
me aborrecia com um aluno. Este me deixou uma sequela na perna e
exacerbou um problema congênito no meu pé esquerdo, uma anomalia.
Agora o segundo, fui levado mau ao hospital onde estive em U.T.I. por cinco
dias. Passei quase seis meses em cadeira de rodas a
Quando neste seminário fui curado, creio que primeiro da alma, com o
perdão liberado a quem me fez muito mal. Em seguida do corpo. Ouvi o
Senhor falar a Sua Palavra que está em Mc 2.11 “levanta, pega tua cama e
anda”. Falei com minha esposa que perguntou: “Você tem certeza?” Disse
sim e andei, e quando foi dada a oportunidade a testemunhar a frente, fui,
como a senhora sabe.
O que não sabe é que no dia seguinte, estava agendada mi‑ nha perícia no
DETRAN, na Gávea, Rio de Janeiro, onde seria atestada minha deficiência
física, sendo alterada assim minha carteira de habi‑ litação, e também dado
entrada no processo que se estenderá à Receita Federal, para que eu possa
comprar uma carro automático (que é o que eu posso dirigir por falha na
perna esquerda). Neste caso, há isenção total de impostos que reduz o valor
que varia entre 35 a 38% de descon‑ to na compra. E agora? Eu e minha
esposa falamos com Deus. Tomei a seguinte decisão: Deus me tirou deste
andador, não vou voltar para ele! Vou à perícia, levarei ele juntamente com
exames e laudos e direi que até o dia anterior o usei, mas agora poderia
andar, e se os médicos pe‑ ritos achassem que ainda assim receberia tal
benefício, bem, caso não, andaria em meu carro velho, que minha esposa
dirige para mim, mas desceria dele andando, agora plenamente. E foi o que
aconteceu. Fui e recebi este benefício!
parte 5
Tipos de Aprisionamento Espiritual
capítulo 12
Como as Pessoas se Aprisionam?
“Todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, seja
condenado ou à morte, ou ao desterro, ou à confiscação de bens, ou à
prisão.” (Ed 7.26)
Como as pessoas se aprisionam? É a pergunta que fazemos quando, numa
ministração de libertação, deparo-me com um caso de possível
aprisionamento espiritual. As causas do aprisionamento podem ser muitas. A
escritura acima nos mostra que a quebra da lei de Deus leva ao
aprisionamento.
Ao longo deste livro, creio que muitas dessas causas foram claramente
expostas – os envolvimentos com o pecado, as feridas de alma, os pactos
realizados, e , creio, o leitor deve ter constatado muitas e muitas causas que
levam uma pessoa a ficar aprisionada espiritualmente. Como você pôde
constatar, muitas delas podem estar ligadas a traumas terríveis, que marcaram
a vida da pessoa.
Se, por exemplo, a pessoa declarou: “Nunca mais vou chorar, não vou
demonstrar que estou sofrendo...”, ela pode ter cauterizado o seu sentimento,
mas, mesmo assim, pode estar presa em algum lugar, onde ocorreu o trauma
pelo qual passou. O trauma pode ter sido causado por abusos sexuais, por
molestação sexual contínua; pode ter ocorrido abuso e violência; e pode ter
sido também por presenciar a morte de alguém...
“O ladrão vem somente para roubar, ma‑ tar e destruir; eu vim para que
tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10.10)
Quando a mãe se revolta contra Deus por ter engravidado, abre a maior porta
para Satanás, e, assim, o diabo tem direito legal para roubar a pessoa que foi
gerada, aprisionando-a espiritualmente. Se o bebê é rejeitado, acontece algo
terrível: ele é adotado por um espírito. Pode ser um espírito que atua no meio
esotérico, ou no baixo espiritismo, ou qualquer entidade espiritual. Este
assunto será abordado mais extensivamente nos capítulos seguintes.
Muitos ficam como que enterrados, por não suportarem a dor da realidade.
Como vimos, quando enfrentamos a morte dos queridos, muitos de nós
desejamos nos enterrar com a pessoa amada, porque a separação é
demasiadamente dolorosa. E este desejo intenso transforma-se numa
realidade, e assim a vida para a pessoa torna-se paralisada.
Ela pode “vegetar” no sentido de comer, dormir – mas não se realiza como
profissional, nem como marido ou esposa, nem como filho ou filha. Para
fugir da realidade, que lhe é tão cruel e insuportável, a pessoa deseja morrer.
Filho da Dificuldade
Por exemplo, quando ele comprou um carro, era problema atrás de problema.
Mês após mês o carro apresentava algum defeito. Ele tinha que gastar uma
boa nota pelos consertos, e sempre surgia algum reparo a fazer, uma peça a
trocar, um vazamento, e assim por diante.
Um dia, seu carro parou, mais uma vez, em pleno trânsito. Ele foi para o
acostamento e ficou ali, parado, sem saber o que fazer. Então, Carlos
lembrou-se de que havia trazido consigo uma carta que recebera de sua mãe,
que ele não tinha tido tempo para ler.
Ali parado, sem saber o que fazer, ele pegou aquela carta e a abriu. E viu que
era uma carta em que ela o cumprimentava pelo seu aniversário. Além de
outras palavras, até mesmo cheias de carinho, sua mãe lhe escreveu:
“Meu filho, você foi o filho da minha dificuldade, mas eu o amo muito.”
Mas Carlos, ali no carro, declarou para si e para Deus: “Eu não sou filho da
dificuldade, de jeito nenhum. Quebro o poder destas palavras; não aceito ser
filho da dificuldade!”.
Carlos havia ficado preso naquela frase de sua mãe, que possivelmente havia
sido declarada por ela desde quando ele nasceu.
Um Momento e um Lugar
Além disso, John Sandford2 sugere que façamos algumas perguntas chaves,
que podem nos ajudar a detectar se estamos presos, e o momento e lugar de
nossa prisão espiritual. Vou transcrevê-las a seguir, com leves adaptações.
· Você se torna furioso com alguma coisa? (A pessoa fica furiosa contra as
correntes que o aprisionam.) Você tem dificuldade em permanecer acordado
e acompanhar um culto ungido e vivo?
capítulo 13
Cidades e nações aprisionadas
“Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis
que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança;
Há cidades que se aprisionaram por uma palavra de maldição que foi lançada
por autoridades espirituais, religiosas. Este foi o caso de uma cidade do
estado de São Paulo. Quando essa cidade foi abandonada por um pároco, um
sacerdote romano, ele saiu dela amaldiçoando-a, declarando que ela nunca
prosperaria. A cidade ficou aprisionada por aquela palavra e passou a
apresentar evidências de uma cidade paralisada, pobre, e, na realidade, ainda
hoje, nem o comércio, nem os negócios, nem a educação prosperam.
O Aprisionamento de Israel
“Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar
todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te
exaltará sobre todas as nações da terra. Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus,
virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos: Bendito serás tu na cidade e
bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e
o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Bendito
o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares e bendito, ao saíres.
O Senhor fará que sejam derrotados na tua presença os inimigos que se
levantarem contra ti; por um caminho, sairão contra ti, mas, por sete
caminhos, fugirão da tua presença. O Senhor determinará que a bênção esteja
nos teus celeiros e em tudo o que colocares a mão; e te abençoará na terra que
te dá o Senhor, teu Deus. O Senhor te constituirá para si em povo santo,
como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor, teu Deus,
e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que és chamado
pelo nome do Senhor e terão medo de ti.
O Senhor te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, no fruto dos teus
animais e no fruto do teu solo, na terra que o Senhor, sob juramento a teus
pais, prometeu dar-te. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar
chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda obra das tuas mãos;
emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado.
O Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não
debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te
ordeno, para os guardar e cumprir. Não te desviarás de todas as palavras que
hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, seguindo outros
deuses, para os servires.” (Dt 28.1-14)
“O Senhor te levará e o teu rei que tiveres constituído sobre ti a uma gente
que não conheceste, nem tu, nem teus pais; e ali servirás a outros deuses,
feitos de madeira e de pedra. Virás a ser pasmo, provérbio e motejo entre
todos os povos a que o Senhor te levará.” (Dt 28.36 -37)
Essa advertência foi feita dentro do contexto das promessas que Deus
apresentou ao seu povo, pouco antes da travessia do rio Jordão, antes de
entrarem na terra prometida. O povo de Israel havia recebido de Deus a
promessa de que ele seria um povo peculiar: reino de sacerdotes, e ainda,
como povo escolhido, era o povo da aliança.
O Senhor prometeu amá-lo, honrá-lo, dar-lhe do bom e do melhor da terra.
Deus tomaria como sendo dele as guerras de Israel, e cuidaria dos seus
inimigos, isto é, Ele faria a guerra por seu povo e traria a vitória.1 O Senhor
abençoaria a nação de forma que tudo o que ela fosse realizar seria bem
sucedido. Havia, porém, uma condição, a fidelidade em ouvir a Deus e
cumprir os seus mandamentos.
O cativeiro foi precedido pela invasão dos inimigos, que, vencendo o povo de
Deus, os levaram cativos e escravizados. A nação foi obrigada a viver
literalmente aprisionada, numa situação de escravidão.
Deus fez com que o povo ficasse 40 anos andando pelo deserto para libertá-lo
desse espírito de escravidão. O deserto foi um período de teste, de provação.
Deus quis que o próprio povo se conhecesse, e assim o fez, durante a
travessia das terras áridas do deserto. E lhes disse:
O Aprisionamento do Brasil
Num momento de intercessão, Deus nos mostrou que esta nação, o Brasil,
encontrava-se espiritualmente aprisionada. Este país aprisionou-se pela
idolatria, pela feitiçaria e pelas ofensas e abominações cometidas contra o
próprio Criador. Foram inúmeros os pecados, houve muito derramamento de
sangue e muitos pactos foram feitos com entidades diabólicas. Os
colonizadores, que vieram de Portugal, entregaram esta nação à idolatria da
Rainha dos Céus. Bem antes disso, a feitiçaria feita pelas tribos indígenas, os
primeiros habitantes desta terra, também havia aprisionado a nação.
A feitiçaria caseira e popular que se mesclou com o Catolicismo, a feitiçaria
do Kardecismo e sua mistura com os orixás africanos, e a corrupção
desavergonhada que acontece desde os primeiros anos da nossa história,
foram fatores que acarretaram o aprisionamento do Brasil. A corrupção, em
especial, remonta aos primeiros comerciantes de madeira, de ouro, de pedras
preciosas. A coroa portuguesa recebia somente 35% do que era explorado; o
resto, ou seja, a maior parte, era roubada por atravessadores.
Assim, Deus nos revelou que era necessário fazer um ato profético para tirar,
ou para começar a tirar, o Brasil de sua prisão espiritual. A visão que o
Senhor nos deu foi que nosso país parecia estar fechado num caixão, como se
estivesse numa urna funerária. Assim, em concordância com os dirigentes de
um Congresso de Guerra Espiritual, resolvemos realizar um ato profético
para tirar a nossa nação deste aprisionamento: para retirar o Brasil de sua
sepultura espiritual.
O povo, porém, ainda não conseguia sair da caverna, mas, ainda assim,
dentro dela, eles mudaram de roupa e começaram a preparar-se, limpando-se
de toda sujeira. Depois tirei as cadeias de negros que estavam com as mãos
sobre a pedra, amarrados com correntes; retirei os índios de lugares escuros,
arranquei e tirei as suas cadeias. Todos podiam sair da caverna. Havia muito
movimento em toda a caverna subterrânea.
Em toda a terra havia sujeira, e comecei a limpar com uma grande pá. E,
quando a usava para retirar os dejetos, percebi que o meu instrumento de
limpeza chocou-se com uma rede que estava a um metro de profundidade.
Peguei a rede e comecei a retirá-la; puxava e fazia muita força para retirá-la,
entendi que essa rede atingia todo o país; houve muito movimento em toda a
terra. Foi muito difícil retirá-la. Consegui arrancar a rede e os anjos a levaram
embora. Assustei-me porque, debaixo da rede, havia muito mais lixo do que
na parte que ficava em cima da rede.
Havia lixo de toda espécie, lagartos por todos os lados, sangue escorrendo,
muitos ossos, imagens quebradas. A sujeira era de grande profundidade e
tudo estava escondido pela rede. Era muito mais do que se imaginava, e tudo
estava ligado aos pecados da nação. Conforme iam sendo retiradas as
camadas de sujeira, através da confissão, apareciam outras sujeiras
escondidas, que também foram retiradas. Retiramos uma grande quantidade
de lixo, pois era muito, mesmo. Havia restos de mortos e muitas outras
coisas, e os anjos auxiliavam a levar tudo embora.
Depois, com uma grande pá, tiramos a terra dura, e assim uma terra nova foi
preparada. Esta era uma terra fértil. Descobrimos que, debaixo do solo,
existia muita riqueza escondida e que agora seria encontrada.
Em todo o Brasil, o solo estava sendo preparado para que agora viessem as
sementes. Eu recebi uma parte delas, em minhas mãos, e comecei jogá-las
sobre todo o Brasil, e, aos poucos, elas começaram a brotar. A terra do Brasil,
preparada, começou brotar. Jardins estavam se formando: gramados
apareceram, árvores foram se formando e iam crescendo.
Foi então que a terra se moveu e o solo partiu-se; abriramse portas no chão, e
escadas apareceram; toda a Igreja aprisionada começou a aparecer sobre a
terra que estava preparada para receber o povo e para aconchegá-lo. Foi
maravilhoso ver que todas as pessoas, que viviam sobre a terra, podiam viver
felizes, prósperas e dignas. Tudo era mais colorido e feliz. Em tudo havia
uma luz de várias cores e havia um calor enorme e perfeito nesse lugar. Então
o Brasil entrava no processo de transformação.
Termino este ponto citando uma escritura, que bem pode aplicar-se ao Brasil,
e ao ato profético que foi realizado no XII Congresso de Batalha Espiritual.
O texto é o seguinte:
Lembra-se da história que citei, relatada por John Sandford, sobre Marli? Ela
estava aprisionada num calabouço e só Jesus poderia levar espiritualmente o
ministrador àquele lugar, para tirá-la de lá. Também foram presos num
calabouço, conforme já relatei:
Onde seria exatamente o local de sua prisão? Ainda que não identifiquemos o
local exato daquela prisão, Bruno certamente ficou numa região de trevas:
Sheol, Abadom, ou Abismo.
Por certo não foi numa caverna do mundo natural. Aquele lugar era
espiritual; era mais uma prisão utilizada pelo diabo para prender eternamente
as suas vítimas. O mais importante é que Bruno já saiu de sua prisão.
O caso de Márcio
Quando Márcio tinha dois anos de idade, seu pai foi para o norte do país, e
levou-o a um centro espírita. A entidade espiritual, que lá se manifestou,
declarou categoricamente que Márcio teria uma enfermidade nos olhos e que
“ele perderia uma de suas vistas”.
Assim, a médium passou uma garrafada para que ele se banhasse com o
líquido por ela preparado. Ele não sabia ao certo se seu pai o tinha entregado
às entidades espíritas, ou não, naquela ocasião.
Aos cinco anos, porém, uma vizinha evangélica o consagrou a Jesus. Márcio
sentiu-se tão bem e gostou tanto dessa experiência, que começou participar
das reuniões de uma igreja evangélica, com aquela senhora. Ele se
impressionou, ainda, com o ambiente de paz e alegria que havia entre os
crentes, e ainda sentiu-se muito amado. Ele gostava de cantar para Jesus e
confessou que aquele período da sua vida foi muito bom, alegre e feliz.
Seu pai, como gostava de beber e de ter casos com mulheres, frequentava
boates para divertir-se. Acontece que, um dia, começou a levar também o
filho Márcio, que assim começou a imitar o pai e acabou bebendo bebidas
alcoólicas e prostituindo-se, muito precocemente. E desviou-se totalmente da
igreja.
O “trabalho” foi feito, tal como queria o pai de santo. Márcio pôde ver que a
entidade Preto Velho e a cabocla Janaína apareceram para receber o que
estava sendo feito. Quando terminou o ritual, deramlhe três pedras. Disseram-
lhe que falasse uma palavra-chave, três vezes. Foi-lhe recomendado ainda
que, quando ele estivesse saindo do terreiro, jogasse as pedras para trás, mas
não podia olhar para trás.
Márcio fez exatamente como lhe foi orientado. Ele nem sabia por que estava
fazendo tudo aquilo, e não tinha consciência de que o ritual era, de fato, um
pacto muito sério com o poder das trevas. Ali, naquele lugar do ritual, ele
ficou aprisionado.
Depois disso, a sua vida mudou, e para pior. Márcio não era mais o mesmo.
Começou a usar drogas. Foi tomado por desejos muito estranhos, como
comer carne de defunto, fazer sexo com cadáver.
Ele começou, ainda, a sentir uma grande atração por vampiros e passou a ter
um desejo sexual por eles e por outros espíritos. Márcio não conseguia
namorar moça alguma, uma vez que o espírito de Janaína o dominava e o
forçava fazer sexo apenas com ela. A cabocla Janaína pegava-o pelo braço e
lhe dava de mamar como uma mãe amamenta um filho.
Márcio achava que a solidão lhe fazia bem, e, naquele cemitério, ele sentia-se
em paz.
Havia um encantamento naquele lugar. Pois era ali que ele podia fumar,
drogar-se e descansar. O cemitério para ele havia se tornado um lugar de
escape, em que ele podia fugir dos aborrecimentos, da disciplina, da gritaria
dos pais, da rejeição da família e da sua própria vergonha. Desse modo, o
cemitério tornou-se um lugar em que ele ficou aprisionado, pelo tempo que
nele passou.
Quando Márcio foi ministrado, foi necessário tirá-lo daquele cemitério. Nesse
ponto da ministração, ele começou a gritar e a dizer que não conseguia sair.
Então, ele viu duas mãos negras que saíam da terra do cemitério, e seguravam
os seus pés. Elas puxavam o corpo do Márcio de volta ao cemitério. Nesse
processo, ele via todo o cenário do cemitério. Eram os demônios que haviam
se assenhoreado da vida dele, e sentiam-se no direito de tê-lo como seu
escravo.
Quando Márcio percebeu que não tinha como sustentar o seu vício, começou
a namorar uma traficante. Claro, ele sentia-se péssimo, e assim caiu em
depressão.
Foi então que sua família o abandonou, não queria mais saber dele. Márcio
perdeu tudo e todos, e desejava morrer.
Quando Márcio ficava desesperado, ouvia uma voz que dizia: “Pule da
janela, morra, porque para você não tem mais jeito. Você está fazendo a sua
mulher sofrer”.
Ele tentava obedecer àquela voz e colocava a cabeça para fora da janela, para
se jogar. Alguma coisa, porém, o segurava pelas pernas e ele não conseguia
atirar-se e praticar o suicídio.
Quando Márcio tinha doze anos, um dia, estava no carro com seu pai e sua
mãe, que brigavam aos berros, discutindo e acusando-se um ao outro. A
questão era com respeito aos casos que seu pai vivia tendo com prostitutas e
amantes.
Márcio, que então era um menino, ficou assustado e não quis ouvir nem
participar daquela briga. Doía muito, para ele, ouvir aquelas acusações. Ele
queria fugir dali, pois não suportava ouvir os dois discutirem daquela forma.
Mas o carro ia com grande velocidade, e ele não podia sair. As brigas de seus
pais eram constantes.
Quando ele se lembrava das brigas entre seus pais, sua mente sempre o
levava àquele carro – pois a briga que ocorreu naquele dia no carro o havia
marcado sobremaneira. Desse modo, as gritarias, as acusações vinham-lhe
como se ele estivesse, naquela hora, junto deles, naquele carro.
Em toda a sua ministração, toda vez que Márcio ia tomar uma atitude correta
e significativa – como arrependimento, confissão e renúncia – havia uma
grande reação por parte dos demônios, que faziam de tudo para impedir. Ele,
porém, alcançou a libertação e a cura interior.
Todas essas experiências, e ainda muitas e muitas outras, que não cheguei a citar, simplesmente
confirmam o que tem sido mostrado neste livro: há diferentes prisões espirituais que prendem muitos
dos filhos de Deus, e que delas eles precisam ser libertos.
parte 6
Estilo de Ministração
capítulo 15
Como Sair da Prisão?
“Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro... O nosso Deus é o Deus
libertador; com Deus, o Senhor, está o escaparmos da morte.” (Is 68.18a,20)
Ao longo das páginas deste livro, tenho compartilhado o que fazemos para
tirar pessoas de prisões espirituais. É importante, porém, explanar claramente
o que é feito na prática, porque precisamos entender exatamente o que
acontece, nessas horas. A libertação de prisões é feita pela fé. Nem todos que
ministram a libertação de prisões têm dons de visão espiritual;
Fica claro, mais uma vez, que um dos ministérios outorgados a nós por Jesus
é abrir a prisão espiritual e tirar da prisão os cativos e libertar os que jazem
nas trevas.
“Senhor, não é teu propósito para a minha vida que eu permaneça neste lugar
de prisão. Estou saindo da prisão do vício do alcoolismo, da lascívia e da
sensualidade, da violência e da ira, da inveja, do inferno, da morte, da região
da sombra a morte.”
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que
nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente
com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressus‑
citou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar,
nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para
conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se
glorie. Pois so‑ mos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as
quais Deus de antemão prepa‑ rou para que andássemos nelas.” (Ef 2.4‑10)
Não permito que nenhuma parte da minha alma e do meu espírito fique
aprisionada.” Transfiro a minha intuição, o meu discernimento, e a minha
capacidade de comungar com Deus para os lugares celestiais.
Para dar um exemplo, um dia eu estava ministrando uma moça que estava
aprisionada numa gaiola, numa praia. Então, amarrei os demônios guardiães,
que estavam travestidos de índios, e que tomavam conta dela, para que não
escapasse daquela gaiola. (Este caso foi narrado no início; refere-se à jovem
de nome Janaína). Eu os imobilizei, os coloquei de lado, e, tomando a
autoridade em nome de Jesus Cristo, abri aquela prisão e tirei a jovem para
fora. Depois de tirá-la, coloquei, por sua vez, todos os demônios guardiães
dentro da gaiola e os deixei sob as ordens de Jesus Cristo.
Outro caso que já compartilhei foi o de Luís, no capítulo 10. É aquele rapaz
que estava aprisionado num castelo de música, que ele mesmo havia criado
pela idolatria à música e aos cantores musicais da época. Conforme já relatei,
perguntei-lhe se fazia sentido o fato de que ele poderia estar aprisionado num
castelo virtual, e, então, prosseguimos em tirar o rapaz do seu cativeiro. O
castelo era um lugar muito frio. Nós nos dirigimos ao castelo, Jesus e eu.
Amarramos todos os espíritos que se apresentavam como guardiães da
música, através dos artistas consagrados (pois eram os que até então o
acompanhavam). Abrimos a porta do castelo e ordenei que ele saísse,
segurando as mãos de Jesus. Luís saiu meio arrastado e assustado, e ficou de
pé. Viu anjos sorrindo para ele. Mas, quando viu a mão que o segurava,
identificou que eram as mãos de Jesus, vendo os sinais dos cravos, da sua
crucificação.
Ele fez uma cara assustada, pois não cria no que via, e gritava: “Como pode?
Eu não mereço estar segurando a mão de Jesus”! Começou a chorar, pois, não
podia acreditar no que estava vendo. Ele achava que não poderia estar
segurando a mão do Salvador, e dizia: “Senhor, eu não mereço, não mereço o
que eu estou vendo. Não mereço o que está acontecendo comigo!”
1. Reconhecer o Senhor como aquele que abre a prisão dos aprisionados (Is
61.1).
4. Assim, usando a chave que me foi dada para abrir as prisões, eu abro a
porta e convido a pessoa a sair. Um outro jeito de fazer é convidar Jesus a
entrar na prisão para tomar a mão da pessoa aprisionada para sair.
1. Quando meu pai faleceu, eu quis morrer junto dele; quase me joguei sobre
o caixão dele no dia do enterro, obrigando as pessoas a me segurarem.
Sempre desejei morrer. Muitas vezes, cheguei a ficar imaginando como seria
se eu morresse: como ficariam meus pais e amigos, quem sentiria a minha
falta, quem choraria por mim e iria ao meu enterro, o que fariam com as
minhas coisas. Em minha imaginação, eu ia ao meu próprio enterro para ficar
observando quem realmente gostava de mim. Cheguei até a fazer um tipo de
testamento.
2. Também imaginei que ficaria viúva cedo.
Logo que abaixei a cabeça e comecei a orar, tive a visão de uma cena que eu
já tinha visto, anteriormente, numa ministração de libertação. Naquela
ocasião, o pastor, apesar de muita oração, não conseguiu livrar-me da minha
prisão.
Quando a pastora disse para deixar Jesus entrar, eu pensei: “Duvido que Jesus
entre aqui para me tirar.” Eis que, de repente, não é que eu vi Jesus entrando
naquele quarto escuro e vindo em minha direção?
Ele estava tirando aquela armadura que estava sobre o meu corpo, tirando o
capacete que fechava a minha mente e a minha percepção, libertando os meus
braços e pernas, e finalmente tirando a máscara que estava sobre o meu rosto.
Quando Jesus tirou a máscara de ferro, o meu rosto estava em carne viva,
cheio de feridas. Eu parecia um monstro horroroso! Eu me assustei e disse,
em desespero: “Não, Jesus! Eu não posso ficar assim!” Imediatamente, Jesus
recolocou a máscara sobre o meu rosto. Então olhei para Jesus e Ele retirou
novamente a máscara, e qual não foi a minha maravilhosa surpresa, quando
vi meu rosto lindo, muito lindo, brilhando e sorrindo feliz, resplandecente!
Aleluia, Jesus!
Mas o chão estava cheio dos grilhões caídos e de demônios, e eu tinha muito
medo; não queria pisar no chão. Naquele instante, me veio à mente um
poema chamado “Pegadas na Areia”, que nos diz que, nos momentos mais
difíceis, Jesus nos carrega no colo. Então pedi a Jesus que me carregasse,
pois eu estava com medo e não conseguia andar. Senti, não sei como, que
Jesus me olhou e respondeu, com muito carinho: “Não, minha filha, você
precisa andar sozinha, com seus próprios pés.”
Então criei coragem e entreguei a minha outra mão a Jesus e, como uma
criancinha aprendendo a caminhar, fui andando devagar, sendo segurada por
Jesus.
Finalmente chegamos ao fim da escada onde havia uma porta, que foi aberta.
Da abertura surgiu uma enorme luminosidade, imensa; eu não conseguia
enxergar nada. Só sabia que estava no céu, e Jesus continuava abraçado a
mim. Caminhamos um pouco e não vi nada, só luz e Jesus. Naquele momento
acabou a oração.
Uma alegria e uma paz indescritíveis nasceram dentro de mim. Chorando de
emoção, pensei: “Eu estou com Jesus! Meu Deus, eu estou realmente com
Jesus! E Jesus me ama! Jesus me ama, de verdade!”
Quando fui contar o meu testemunho, todo o meu corpo tremia; minhas mãos
formigavam, e eu estava leve, leve como nunca tinha me sentido, em toda a
minha vida. E com uma paz, uma certeza, uma tranquilidade também nunca
sentidas antes!
1Norman Vincent é um apóstolo inglês, que vive nos EUA, e desenvolve um ministério internacional.
Essa declaração foi afirmada por ele numa palestra.
Uma Palavra Final aos Colaboradores:
Este livro teve o apoio e colaboração de muitos irmãos que estão ligados ao
Ministério Ágape Reconciliação. Alguns dedicam suas vidas para
aconselharem e ministrarem outras pessoas, viajando comigo para outras
cidades e estados do Brasil, bem como para o exterior.
Agradecer à missionária Zilá Palombo, que faz parte da nossa equipe, e pode
nos ajudar a colher outros depoimentos reais, sobre como Jesus pode nos tirar
de todas as prisões, o seu relato está no testemunho 8, Aprisionamento por
satanismo e jogos de RPG, com o tema “Gótico: satanistas amadores”.
Ainda expressar a minha gratidão à pastora Geísa Faleiro Schulze, que tem
acompanhado e ministrado diversas pessoas, que relatam que estavam presas
espiritualmente. Ela compartilha dos depoimentos no testemunho 7,
Aprisionamento pela imaginação, com o tema “Numa casa criada nos ares” e
no capítulo 13 “Cidades e nações aprisionadas”.
E, por fim, mas não menos importante, a equipe editorial, coordenada pelo
jornalista e editor, Thiago Baeta Corrêa, que me ajudou em novos estudos
para a realização dessa nova edição. Sem eles, não seria possível cumprir esse
chamado para escrever os testemunhos vivos, de que Jesus é o nosso
Redentor.
www.AgapeReconciliacao.com.br
1. SEMINÁRIOS AMAR
Seminários realizados em finais de semana.
São realizados em igrejas locais, a convite do pastor. Começam na sexta-feira
à noite, continuam no sábado (o dia todo) e encerram-se no domingo à tarde.
São Compostos por palestras e ministrações individuais e/ou coletivas, dentro
de seus respectivos temas:
2. CENTRO DE TREINAMENTO
Esses cursos são ministrados no período de cinco meses, exceto o Curso de
Conhecimento Bíblico, o qual se estende por dois anos e meio.
Nós, como cristãos fomos chamados para algo além do que pensamos a
respeito do nosso Ministério!
Não devemos ficar nas quatro paredes, mas precisamos nos equipar para
anunciar o Evangelho e tudo aquilo que Deus tem realizado em nós, e por
meio de nós!
Com a visão de ensinar e treinar a Igreja, para novos desafios dentro da era
da globalização, o Ministério Ágape Reconciliação, o convida para participar
do Centro de Treinamento para Líderes.
São ensinos bíblicos e profundos que servirão de apoio à igreja local, bem
como para o desenvolvido do aluno nas questões de oração e intercessão.
2.4 CFP - CURSO FORMAÇÃO PROFéTICA
O curso (CFP) tem como objetivo equipar o Corpo de Cristo, para discernir o
tempo profético.
Todos nós fomos chamados para profetizar. O curso mostrará como o cristão
pode viver de forma espiritual e mover-se no que está no coração e na mente
de Deus. Todas as Escrituras estão inseridas no nível profético.
O curso (CCB) propõe dar as ferramentas básicas para quem deseja conhecer
e entender a Bíblia, numa visão de Batalha Espiritual. Como interpretá-la,
como estudá-la. Mostrar porque ela é necessária e como utilizá-la faz parte do
curso, que apresenta uma visão panorâmica de todos os seus livros que
compõem a Bíblia.
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