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Já faz anos que uma das principais demandas dos brasileiros é a melhoria dos serviços de
saúde e educação. Esses serviços possuem qualidade inferior àquela esperada pela maior parte
da população. Uma solução frequentemente apresentada para essa questão é o aumento dos
gastos do governo com essas áreas. Em 2014, por exemplo, foi sancionada pela presidente
Dilma Rouseff uma lei que coloca como meta para o governo atingir gastos equivalentes a 10%
do PIB em educação, em um prazo de 10 anos.
Mas afinal, o problema é mesmo pouco dinheiro? Quanto de dinheiro público já é destinado
para essas áreas tão importantes? É isso que vamos mostrar neste texto.
Para um país de renda média como o Brasil, pode-se dizer que esse volume de gastos em
saúde é razoável. Por outro lado, se comparado com países mais desenvolvidos, ainda deixa
muito a desejar. Entenda por quê:
O Brasil é o único país entre as dez maiores economias do mundo que em que os gastos
privados, feitos pelos planos de saúde e famílias, superam os gastos públicos;
Além disso, os gastos públicos com saúde por habitante são menores do que a média
mundial. Isso demonstra que sim, ainda se gasta relativamente pouco com saúde no país.
QUANTO É GASTO EM EDUCAÇÃO?
Assim como acontece com a saúde, a Constituição também determina pisos de gastos com a
educação para o Executivo federal, estadual e municipal. A União precisa alocar 18% de
sua receita líquida para essa área, enquanto estados e municípios devem destinar 25% da
receita líquida e transferências constitucionais.
A educação também conta com os recursos da contribuição salário-educação, cobrada de
empresas em geral e entidades públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência.
Esses recursos são investidos em projetos e ações voltadas para o financiamento da educação
básica. Um terço dos valores fica com a União, enquanto os dois terços restantes são
distribuídos proporcionalmente entre municípios e estados.
O nível de gastos com a educação pública no Brasil tem melhorado, mas ainda deixa a desejar.
Veja alguns dados que reforçam isso:
Em 2016, a educação teve investimento igual a 5,2% do PIB, o que é igual à média dos
membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE, composta em geral por países desenvolvidos);
Segundo Marcos Mendes, consultor legislativo do Senado, entre 2004 e 2014, o gasto
do Governo Federal em educação teve aumento real de 130%;
Durante o primeiro mandato de Dilma, houve um crescimento real de 9,2% ao ano nos
gastos dessa área;
Além disso, um relatório de 2016 da OCDE revelou que o Brasil foi o terceiro país que
mais realizou investimentos na área de educação nos últimos anos, em um grupo de 38
países. 16,1% dos investimentos públicos foram canalizados para a educação, superior
aos 11,3% de média dos membros da organização.
Apesar desses dados positivos, um indicador revela que ainda deixamos muito a desejar no
investimento da educação: em termos gastos por aluno, o Brasil ainda está muito atrás.
Segundo relatório de 2016 da OCDE, gastamos anualmente US$ 4.318,00 por estudante (desde
o ensino fundamental até o superior). A média da OCDE é de US$ 9.317,00. Ou seja, apesar dos
recentes incrementos, ainda há espaço para maiores aportes para a educação brasileira, se
tomarmos por base países desenvolvidos, que gastam proporcionalmente muito mais dinheiro
em seus estudantes.
CONCLUSÃO
O nível de gastos em saúde e educação no Brasil cresceu bastante na última década. Entretanto,
esse crescimento poderia ser ainda maior: países mais desenvolvidos geralmente destinam mais
recursos para essas áreas. Proporcionalmente, os gastos ainda não alcançaram níveis desejáveis,
especialmente na saúde.