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Aspectos do Brasil pré-colonial (1500-1530)

Inicialmente, é importante salientar que o Brasil, não foi descoberto e sim redescoberto. Relatos nos
mostram de forma clara que outros navegadores já haviam passado pelas terras brasileiras (pinón-
navegador espanhol- 1498) é importante ressaltar também que a chegada frota de Cabral em 1500 foi
intencional, pois quando Vasco da Gama (em 1498) estava navegando pela costa africana para
contorná-la, e do seu lado oposto avistou aves sedentárias que sempre voavam perto de seu ninho.
Isso fez com que Vasco da Gama concluísse que existiam terras para o outro lado.

Sabendo disso quando chegaram ao Brasil, os portugueses usaram nossa terra para reabastecer suas
naus e caravelas com água e comida. Isso ocorria porque o comercio de especiarias com as Índias
estava muito bom na época. A partir de 1530 se iniciou a exploração do pau-brasil. A descoberta do
Brasil impactou de forma desprezível a economia européia. O pau-brasil, principal produto explorado,
era encontrado abundantemente em toda a extensão da Mata Atlântica (que se estendia pela costa
litorânea brasileira). Para explorá-lo havia monopólio régio, isto é, apenas a Coroa ou as pessoas por
ela autorizadas podia exercer essa atividade. O trabalho de extração foi realizado por indígenas, através
do escambo (uma relação de trabalho, na qual uma pessoa recebe um objeto- anzóis, facas, espelhos e
entre outros- ou uma mercadoria como pagamento). O armazenamento do pau-brasil localizava-se em
fortificações que exploravam o território e garantiam as atividades comerciais no local estabelecido, as
chamadas feitorias.

Logo depois da descoberta do Brasil, a Coroa percebeu que era extremamente necessária a criação de
núcleos de colonização e meios de defesa para a colônia portuguesa. Dentre os motivos para essa
preocupação, podemos destacar três:
● Portugal queria garantir a posse de terra, e dela obter produtos para a comercialização com a
Europa;
● Tinha conhecimento de que a Espanha havia encontrado riquezas de uma sociedade antiga no
interior do continente (incas);
● Outros países estavam interessados no Novo Mundo, por exemplo os franceses.

A coroa realizou diversas expedições exploradoras. Primeira expedição foi em 1501, seu comandante
foi o navegador Gaspar de Lemo. Ele viajou pelo litoral e deu nome a vários acidentes geográficos que
encontrou. Na volta, levou os navios cheios de pau-brasil a Portugal. Todos os direitos de exploração do
pau-brasil e seu lucro pertenciam a Coroa portuguesa. Segunda expedição foi em 1503, comandada por
Gonçalo Coelho, também contou com a ajuda de Américo Vespúcio. Foi organizada em função de um
contrato assinado entre o rei de Portugal e um grupo de comerciantes de Lisboa. Destacava-se entre os
comerciantes o rico Fernão de Noronha. O contrato permitia aos comerciantes a extração do pau-brasil,
mediante o pagamento de tributos a Coroa portuguesa e o compromisso de enviar seis navios
anualmente ao Brasil para explorar o litoral e construir feitorias destinadas à proteção do mesmo.

Como o novo continente era dominado pela Península Ibérica- Portugal e Espanha- os outros paises-
Inglaterra, França, Suíça, entre outros- queriam a repartição dos territórios recém descobertos.
Começaram a mandar expedições nestes territórios. O rei de Portugal se preocupou com essas
invasões e como precaução mandou colonizar o novo continente para barrar as expedições. O
expedicionário Martim Afonso de Sousa fundou a primeira vila, a de São Vicente. A população era
formada por pessoas degredadas e marginalizadas no Velho Continente.

Aspectos da formação política-administrativa colonial do Brasil

A escassez de recursos para Portugal no norte da África e Ásia Oriental fez surgir uma necessidade de
novas fontes de lucro, impulsionando novas expedições, dentre elas a de Martim Afonso de Souza.
Essa expedição tinha como objetivo ocupar e povoar o território recém descoberto, tanto é que nessa
expedição foram fundados a Vila de São Vicente e alguns povoados como Santo André da Borda do
Campo e Santo Amaro.

Mas era um desafio muito grande para Portugal, um país tão pequeno ocupar e povoar um território tão
grande, diante da insuficiência de Martim Afonso de Souza, as freqüentes invasões dos franceses e os
gastos excessivos, decidiu-se implantar as capitanias hereditárias. As capitanias hereditárias eram
porções de terras com 50 léguas de litoral cada, que foram concedidas, num período entre 1534 a 1536,
a 12 capitães donatários com o intuito de desenvolvê-las economicamente. Esses donatários não eram
os donos das terras, mas tinham o direito de explorá-las economicamente e o dever de criar vilas e
conceder terras a quem quisesse cultivá-las (essas terras concedidas eram chamadas sesmarias).
Em geral, as capitanias não tiveram êxito, exceto duas delas, a de São Vicente e a de Pernambuco. A
de São Vicente foi bem sucedida, pois teve freqüente intervenção da Coroa, criação de povoados, e
cultivo de cana de açúcar e gado. Já a de Pernambuco se desenvolveu devido principalmente à cana de
açúcar, pois a região apresentava clima propício e solo próspero (massapé), mas também contou com o
fato de ter havido intervenções de seu donatário na criação de povoados e na pacificação dos índios
Tabajaras. A estrutura jurídica das capitanias se baseava em dois documentos principais: a Carta de
Doação, que responsabilizava cada capitão pela posse hereditária de sua capitania; e a Carta Foral,
que determinava direitos e deveres de cada donatário.

A necessidade de criar povoamentos produtivos, até então muito isolados, fez com que Dom João III
criasse o Governo Geral, esse órgão seria responsável por “dar favor e ajudar as capitanias”. Também
foram criadas, em 1550, as Câmaras Municipais, responsáveis pela administração das cidades e das
vilas. Esses órgãos eram compostos por três ou quatro vereadores, dois juízes, um procurador, um
escrivão e um tesoureiro, e tinha como objetivo elaborar e fiscalizar leis, nomear juízes, arrecadar
impostos etc. Como as Câmaras representavam os interesses dos proprietários locais algumas vezes
elas se opunham ao Governo Geral.

O primeiro governador do Governo Geral foi Tomé de Souza, durante seu governo foi criado o primeiro
bispado e a primeira sede de governo, situada em Salvador (na capitania da Bahia). Tomé de Souza
também deveria combater tribos rebeladas, se aliar a tribos sempre que possível, realizar expedições
atrás de minerais preciosos, desenvolver a construção naval e incentivar a transmissão da cultura
européia e do cristianismo aos colonos. A partir daí teve o inicio a pecuária e a cana de açúcar. O
segundo governador do Governo Geral foi Duarte da Costa (governou entre 1553-1558), ele foi
responsável por trazer jesuítas para a colônia, o principal deles foi José de Anchieta, responsável pela
criação do Colégio São Paulo, que após diversos processos de transformação daria origem a vila e
posteriormente a cidade de São Paulo. Durante o governo de Duarte da Costa, o Brasil sofreu uma
invasão francesa no Rio de Janeiro, onde se fundou a França Antártida.

O terceiro governador foi Mem de Sá, ele foi quem expulsou os franceses do Rio de Janeiro e combater
os indígenas que resistiram à colonização, acabando com diversas aldeias do litoral no o século XVI.
Em 1642, houve a criação do Conselho Ultramarino, que tinha como finalidade se ocupar de todas as
matérias e finalidades que se relacionassem à Índia, Brasil, Guiné, Ilhas de São Tomé e Cabo Verde,
todas as partes ultramarinas. Esse órgão se encarregava dos conselhos à administração da fazenda e o
movimento marítimo da Índia. O provimento de todos os ofícios de Justiça e Fazenda, detinha grande
parte do poder político administrativo, assim as câmaras de mãos atadas iam perdendo poder.

Índios, Europeus e Africanos


Os índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual
pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques
(Amazônia) e caraíbas (Amazônia). Eles se alimentavam de pesca e da agricultura de milho, amendoim,
feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca e domesticavam animais de pequeno porte como,
por exemplo, porco do mato e capivara, já que no Brasil não havia espécies como o cavalo, o boi e a
galinha.

Nas tribos indígenas todos tinham os mesmo direitos e recebiam o mesmo tratamento. Apenas os
instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) eram individuais. O trabalho na tribo era
realizado por todos, porém havia uma divisão por sexo e idade. Mas quando os portugueses começam
a explorar o pau-brasil, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo, ou seja, davam
espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. Quando Portugal
chegou ao Brasil logo o dividiu em capitanias hereditárias, com essa invasão, índios e colonizadores
travaram muitas guerras pela posse de terras, mas os europeus tinham uma vantagem, eles possuíam
armas de fogo, com isso, muitos índios morreram.

No final do século XVI, quando o pau-brasil ficou muito escasso os portugueses começaram a trazer
mão de obra escrava negra, que embora a mão de obra indígena tenha sido um elemento importante
para formação da colônia, a mão de obra negra logo a suplantou, sendo essa considerada a principal
base sobre a qual se desenvolveu a sociedade colonial brasileira. Os grandes grupos étnicos dos quais
provinham os negros que eram trazidos ao Brasil eram: os bantos (Congo, Angola e Moçambique), os
sudaneses (Nigéria, Daomé e Costa do Marfim) e, em menor numero, os maleses (sudaneses
convertidos ao islamismo).

A relação formada entre índios e europeus foi baseada na crença dos europeus que sua cultura era
superior, o que significou o início da destruição da maioria das organizações sociais, políticas e culturais
da América indígena. Os europeus submeteram os índios a explorações coloniais de caráter
econômicas, primeiramente realizadas por meio do escambo e, em seguida na tentativa de transformá-
los em escravos. Com isso, pode-se identificar a relação entre índios e africanos, em que um
“substituiu” o outro em quesitos de mão de obra. Assim, por ser um negócio extremamente lucrativo e
por ser mais difícil a captura de indígenas (afinal, não existia o sistema vigente na África), a mão de
obra negra passou a ser usada no lugar da indígena. Os europeus tinham relações com os Africanos e
promoviam guerras entre as tribos para que pudessem comprar os negros aprisionados pela tribo
vencedora.

Economia Açucareira
A metrópole portuguesa parecia disposta transformar o Brasil num imenso canavial, a produção
açucareira tornara-se o objetivo principal da Coroa portuguesa, pois o pacto colonial estruturava as
relações entre a colônia e a metrópole de maneira a canalizar todo o lucro do açúcar para Portugal. A
empresa agrícola açucareira, integrada ao esquema colonial-mercantilistaeuropeu, voltava-se para a
exportação. Por essa razão, produzia-se muito, a fim de obter um amplo retorno que cobrisse o alto
investimento inicial. Essa produção em larga escala era feita em fazendas denominadas engenhos,
explorando-se ao máximo a mão-de-obra utilizada, a fim de aumentar o lucro.

Monocultura, latifúndio, trabalho escravo, produção para o mercado externo – essas eram as principais
características da estrutura econômica brasileira do período colonial. A esse conjunto de características
dá-se o nome de plantation. A unidade de produção era o engenho, que se caracterizava principalmente
por ser um latifúndio, isto é, uma grande propriedade rural. Chegava, em alguns casos, a abrigar cerca
de 5 000 habitantes. A vida no engenho girava em torno da casa-grande, senzala, capela e moenda. Na
casa-grande viviam o senhor de engenho, seus parentes e um bom número de agregados, todos a ele
subordinados. Os negros escravos habitavam uma construção miserável denominada senzala. Na
capela centralizava-se a vida social e religiosa do engenho. O local onde a cana era moída e
transformada em caldo recebia o nome de moenda. De modo geral, a sociedade açucareira no Brasil
era patriarcal, aristocrática e escravista.

Em 1560, o Brasil já contava com um total de 62 engenhos. Um bom engenho tinha 50 escravos, 15
juntas de boi e muita lenha; portanto, necessitava de muito capital. A alimentação para as pessoas e os
animais provinha das plantações, da criação de animais, da caça e da pesca realizadas no próprio
engenho. Aí montavam-se támbem serrarias, onde era preparada a madeira para a construção das
casas, confecçao de apetrechos do engenho e para o mobiliário. O maquinário e as instalações
necessárias à obtenção do açúcar ficavam no engenho propriamente dito, composto de moenda,
caldeira e casa de purgar. Após o corte, a cana era levada para a moenda, onde, triturada, se
transformava em garapa. Condunzindo para a caldeira, esse suco era cozido até engrossar, resultando
no melaço. O melaço ia, então, para a casa de purgar, onde era colocado ao sol para secar, em fôrmas
de barro ou madeira, transformando-se em rapadura. Finalmente, esse açúcar mascavo, em forma de
pães de açúcar, era encaixotado e levado aos navios que iam para a Europa.

Não era raro encontrar destilarias de aguardente funcionando como subsidiárias do engenho. Eram as
engenhocas, isto é, engenhos que produziam exclusivamente cachaça. Essa bebida tinha um
importante papel na economia, pois era elemento de troca no escambo de escravos. No séc. XVI, as
potências européias procuravam acumular capital. A solução para se chegar a um custo baixo de
produção foi a utilização do trabalho escravo. No caso de Portugal essa situação era agravadapelo fato
de o país não possuir excedente populacional que pudesse suprir a colônia. Além disso, os baixos
salários não estimulavam a vinda de colonos para o Brasil.

Assim, os portugueses, que já explravam o mercado africano de escravos, precisam apenas ampliar o
negócio, organizando a transferência dessa mão-de-obra para o Brasil. Ao contrário dos indígenas, os
negros africanos já estavam habituados ao trabalho agrícola, ao pastoreio e à utilização de ferramentas
e instrumentos feitos de metais, além disso eles não conheciam o território o que dificultava fugas e
rebeliões. Tornaram-se a mão-de-obra fundamental da produção açucareira, enquanto os índios
continuaram a ser escravizados prioritariamente nas áreas de economia da subsistência e apenas
ocasionalmente em engenhos. Com isso, o Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI
e XVII, e suas principais regiões açucareiras eram a Bahia, Pernambuco, parte do Rio de Janeiro e São
Vicente (São Paulo).

Mineração
A vila de São Paulo não possuía engenhos de cana-de-açúcar e era uma das vilas mais pobres da
colônia, com isso começaram a realizar as bandeiras, nas quais os bandeirantes (indivíduos que
realizavam as bandeiras) tinham como principais objetivos: encontrar minerais precisos, como o ouro, e
aprisionar índios para trabalhar como escravos nas lavouras de São Paulo ou para ser vendidos aos
donos de engenho. No final do séc. XVII, os bandeirantes encontraram os primeiros indícios de ouro na
região de Minas Gerais, o ouro de aluvião (encontrado nos depósitos de sedimentos nas margens dos
rios devido à erosão).

Com a descoberta do ouro colonos e portugueses moradores da colônia passaram a vir para a região
de Minas Gerais, contribuindo para a povoação do interior da colônia. A Coroa portuguesa, para ter
certa administração, tomava várias medidas, dentre elas a distribuição de lotes para que os
trabalhadores pudessem explorar o ouro, essas regiões de exploração de ouro, onde havia os lotes,
eram chamados de lavras. Essas eram concedidas com por alguns critérios, como conforme o número
de escravos (concedendo até 5,5m² por escravo), e só eram concedidos para o descobridor do aurífero
a Fazenda Real, e os possuidores de mais de 12 escravos. Havia medidas e órgãos reguladores, o
principal deles era a Intendência das Minas, tal órgão criado em 1702, tinha a função de distribuir terras
para a exploração, fiscalizar a mineração e cobrarem impostos pela exploração das jazidas. O principal
imposto a ser cobrado era o quinto, na qual o explorador devia pagar um quinto ao governo de tudo o
que ele obtinha. Outra medida foi implantar as Casas de Fundição, para evitar que o ouro fosse
circulado em pó. Nelas o ouro era fundido, transformado em barras e selado com o selo da Coroa
portuguesa, esse selo identificava que o ouro era quintado, ou seja, tinha sido cobrado o quinto por
aquele ouro. Se acontecesse de alguém ser encontrado com ouro não-quintado, sofria sérias punições,
desde perda de bens até exílio na África.

A mineração não foi unicamente de ouro, em 1729, foi descoberto no Arraial do Tijuco o diamante. Mas
a fiscalização era muito difícil, já que muitos escondiam diamantes para não serem cobrados os
impostos. Em 1771, a Coroa resolveu reassumir a extração de diamante, criando a Intendência dos
Diamantes. Esse órgão tinha amplos poderes em relação à população do distrito diamantino, podiam
confiscar os bens pessoais e controlar a entrada e a saída das pessoas, mas isso não foi o suficiente
para controlar o contrabando de diamantes. As principais áreas de mineração foram: Minas Gerais, em
certa parte de São Paulo e, posteriormente, em Mato Grosso.

A atividade mineradora foi muito mais vantajosa do ponto de vista econômico do que a atividade
açucareira, já que necessitava de menos equipamentos e instalações, mão-de-obra menos numerosa e
investimentos menores. Mas olhando pelo lado dos trabalhadores (escravos), não foi assim, na
mineração muitas vezes eles eram obrigados a ficar o dia inteiro trabalhando com as pernas dentro da
água atoladas no barro, fora os maus tratos e más condições de vida. Também não havia mobilidade
social, pois na teoria se um trabalhador achasse grande quantidade de ouro ou diamante ele
enriqueceria, mas na pratica era diferente, já que a maioria dos locais de exploração pertencia aos ricos
senhores. Embora a economia do ouro tenha se desenvolvido muito, a pobreza foi um fato marcante
para essa sociedade do ouro, alguns diziam que isso era decorrência do extravio, contrabandos, da
falta de qualidade na extração dos metais e da falta de mão-de-obra, outros já diziam que isso decorria
da cobrança excessiva de impostos e da opressão colonial. Um exemplo da opressão colonial é a
derrama, na qual se ao final do ano a população não tivesse pagado 100 arrobas de ouro através do
quinto, os funcionários da Coroa passariam nas vilas e confiscariam os bens pessoais e as
propriedades que servissem para a Coroa.

Mas apesar do Brasil ter descoberto tanta riqueza e a população beneficiada ter incentivado o
desenvolvimento da cultura literária, com o arcadismo (textos com ausência de subjetividade,
racionalismo, forma de soneto, simplicidade, pseudônimos, bucolismo (natureza) e o neoclassicismo),
esse processo de desenvolvimento do Brasil não progrediu, pois a maioria da riqueza foi para o exterior
ou se transformou em um dos belíssimos altares que decoram as igrejas de Minas Gerais.

Pecuária
Durante o período colonial, a empresa açucareira foi o grande investimento dos portugueses nas terras
brasileiras. Contudo, as necessidades de consumo das populações nativas serviram para o
desenvolvimento de outras atividades econômicas destinadas à subsistência. Tais empreendimentos
econômicos ficaram comumente conhecidos como atividades acessórias ou secundárias e costumava
abranger o plantio de pequenas e médias culturas e produção de algodão, rapadura, aguardente,
tabaco e mandioca. Nesse cenário a atividade pecuarista também começou a ganhar espaço com a
importação de algumas cabeças de gado utilizadas para o trabalho nos engenhos de açúcar. Com o
passar do tempo, o crescimento do rebanho de gado acabou causando problemas no interior das
plantações de açúcar, que tinham parte de sua plantação destruída pela ação desses animais. Com
isso, o lucro a ser alcançado com a produção açucareira se incompatibilizava com a incômoda presença
do gado dentro das fazendas.

A questão chegou a ser tratada pelas autoridades metropolitanas, que estabeleceram um decreto que
proibia a realização de qualquer atividade pecuarista nas regiões litorâneas do Brasil. A medida, apesar
de seu caráter visivelmente restritivo, acabou impulsionando a criação de gado no interior do território
de forma extensiva com o uso de pastagens naturais. Segundo algumas estimativas, no século XVII, a
atividade alcançava várias regiões nordestinas e contava com mais de 600 mil cabeças. Além de se
constituir enquanto uma atividade econômica alternativa aos projetos de exploração colonial, a pecuária
também instituiu novas relações de trabalho alheias ao uso da mão-de-obra escrava. Geralmente, a
pecuária necessitava de um pequeno número de trabalhadores e tinha sua mão-de-obra composta por
trabalhadores livres de origem branca, negra, indígena ou mestiça. Além disso, o pagamento pelos
serviços prestados era comumente realizado com o repasse de novos animas que surgiam no rebanho.

Além de servir para o abastecimento da população, a atividade pecuarista também consolidou um


próspero comércio de eqüinos e mulas usados para o transporte de pessoas e mercadorias.
Geralmente, eram organizadas feiras em alguns centros urbanos do interior onde esses animais eram
negociados. Com o surgimento das atividades mineradoras nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a
pecuária ampliou seu mercado consumidor estabelecendo novas frentes de expansão no Nordeste e na
região Sul do território. Além de ocupar uma importante posição no ambiente colonial, a expansão da
pecuária foi de grande importância no processo de ampliação do território. Paralelamente, após a
decadência da atividade mineradora no interior, a pecuária também se consolidou como uma nova
atividade que substituiria o vazio econômico deixado pela escassez das minas

Culturas Complementares
No Brasil colônia não foi a cana-de-açúcar, a mineração e a pecuária que despertaram o interesse dos
colonizadores, outras culturas também foram desenvolvidas, algumas para o comércio e outras para a
própria subsistência, foram elas:

•Mandioca: A mandioca era o alimento básico dos brasileiros, mas nas regiões muito populosas havia
carência desse produto, pois, os senhores de engenho preferiam aumentar a área reservada para a
plantação de cana-de-açúcar e por essa razão a coroa chegou a decretar leis obrigando os donos de
engenho a reservar áreas maiores para o cultivo de mandioca e outros gêneros alimentícios. A
mandioca se tornou o alimento mais utilizado pelos escravos e setores populares. Portanto a mandioca
foi mais utilizada pelas camadas mais pobres da população e, mesmo tendo despertado o interesse dos
portugueses, não chegou a ser comercializada em grande escala.

•Milho: O milho era muito utilizado, sendo mais comum a utilização como farinha ou fubá. Depois de
pilado o cereal era então fervido e comido como polenta. Era mais destinado à subsistência.

•Tabaco: O tabaco ocupava o segundo lugar em exportações no Brasil. O tabaco era assim como a
aguardente, usado no escambo de escravos africanos. Seu cultivo era feito em áreas específicas do
litoral da Bahia e Alagoas. O tabaco desgastava o solo com rapidez, por isso era plantado em currais,
onde o estrume dos animais adubava constantemente a terra.

•Algodão: O cultivo de algodão só servia para fornecer matéria-prima para a confecção de roupas para
os escravos. Sua produção centralizava-se na capitania de Itamaracá e a exportação era mínima,
porém, na segunda metade do século XVIII a procura de algodão aumentou com a Revolução Industrial,
tornando-o um importante produto de exportação.
•Drogas do Sertão: As drogas do sertão eram produtos nativos do Brasil, que na Europa eram
considerados novas especiarias, portanto alcançavam altos preços e por isso houve muito contrabando
entre ingleses, franceses, holandeses e irlandeses. Exemplos desses produtos são: cravo, canela, e
ervas medicinais.

•Comércio de produtos nativos: Comércio de plantas típicas do Brasil que eram encaradas como
especiarias, como, o cravo, a canela, pimenta e ervas medicinais.

•Madeira: Eram retiradas arvores para a fabricação de móveis na Europa, dentre elas o Pau-Brasil, que
além de fornecer madeira fornecia também pigmentos para tingir tecidos e entre outras coisas.
Outra atividade econômica muito lucrativa foi o tráfico negreiro, estima-se que tenham desembarcado
no Brasil cerca de quatro milhões de negros.

Bibliografia:

- “História do Brasil” – Luís César Amad Costa e Leonel Itaussu A. Mello – editora Scipione

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_da_cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar

- “História Global, Brasil e Geral”- Gilberto Cotrim – Editora Saraiva

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