Você está na página 1de 14

A Controladoria como Ferramenta de Gestão para a Tomada de

Decisão no Intuito da Continuidade das Pequenas e Médias


Empresas

Daiane de Jesus Brito


(Fundação Visconde de Cairu, Bahia, Salvador, Brasil)
E-mail: daibrito82@hotmail.com.

Ediane Aires Porto


(Fundação Visconde de Cairu, Bahia, Salvador, Brasil)
E-mail: edianeayres@hotmail.com
Resumo
O presente trabalho busca evidenciar as contribuições referentes à implantação
do setor de Controladoria em empresas de pequeno e médio porte, garantindo
o auxílio necessário e mais adequado ao processo de tomada de decisão; bem
como verificar as funções e conceitos básicos de Controladoria e de quem a
executa, demonstrando como a implantação da mesma pode beneficiar o
processo produtivo das entidades nas quais é disposta, além de avaliar quais
os instrumentos utilizados nestas atualmente para seu melhor aproveitamento
no mercado. Destarte, optou-se em desenvolver um método de pesquisa com
enfoque bibliográfico, baseado em conteúdos disponibilizados em livros, artigos
científicos e internet, referentes às pequenas e médias empresas na cidade de
Salvador, Bahia, na qual se constatou os benefícios trazidos pela Controladoria
na gestão das empresas.
Palavras-chave: Controladoria. Gestão Empresarial. Pequenas e Médias
Empresas. Tomada de decisão.
1.INTRODUÇÃO

O âmbito que apresenta grande importância na gestão de empresas é a


controladoria, uma vez que avalia e reuni todos seus outros setores. Por conta
da globalização, criou-se ampla rivalidade nos mais variados ramos de
negócios, assim, é necessário um gerenciamento cada vez mais eficaz nas
organizações, em virtude da inconstância econômico-financeira.
Assim sendo, faz-se necessário o preparo das empresas para competir
com bons preços e qualidade, realizando os serviços com menores custos na
prestação de serviços e distribuição de produtos. Entretanto, o intuito da
maioria das empresas é auferir lucros, mas no atual panorama econômico de
carência de crédito, queda no consumo e alta concorrência pelo cliente, à
gestão empresarial eficaz se torna ferramenta essencial para promover
competitividade nas empresas. Para concretizar tal concepção, é
imprescindível que o gestor possua conhecimento a respeito de todas as
informações sobre seu empreendimento, além de adotar uma postura criativa e
inovadora no mercado, perpetuando seu empreendimento.
Frente as peculiaridades constantes no processo organizacional é
necessário o entendimento acerca da seguinte questão: “como a implantação
da controladoria pode proporcionar o fomento de pequenas e médias
empresas, principalmente no que tange o processo de tomada de decisão? ”
É mister ressaltar que diante da atual conjuntura econômica, apenas
terão prosperidade as organizações que apresentarem competência
administrativa para conduzir as reviravoltas do mercado, assim, torna-se
indispensável a utilização de ferramentas da controladoria, pois estas geram
confiabilidade, velocidade, segurança e agilidade na produção de informações
úteis a tomada de decisões. Dessa forma, a controladoria por meio de sua
gestão estratégica, que inicia no planejamento estratégico, passando pelos
planos de ação, orçamentos e avaliação de indicadores de desempenho são
fundamentais para a continuidade empresarial.
A controladoria possui como propósitoauxiliar o empreendedor na busca
do sucesso organizacional. Assim, ainda que não esteja constituída em um
departamento próprio, consta presente praticamente em todas as entidades, e
é vista como uma unidade administrativa importante para manutenção do bem-
estar financeiro das empresas, pois, ela detém dados úteis ao processo de
tomada de decisão.Dessa forma, esses dados devem ser analisados, gerando
informações e relatórios para a gerência fundamentaras decisões, garantindo
sejam tempestivas, oportunas e acertadas.
Oliveira, Perez Jr e Silva (2014, p. 8) consideram que “as funções e
atividades exercidas pela moderna controladoria tornaram-se fatores vitais para
o controle e planejamento a médio e longo prazos de qualquer tipo de
organização, com ou sem fins lucrativos”. Dessa forma, consideram como
indispensáveis a utilização de tais ferramentas, uma vez que o processo
decisório é influenciado diretamente pela atuação da controladoria no âmbito
de planejamento e controle.
Neste contexto, o presente estudo acadêmico colaborará com o ramo da
ciência contábil por esclarecer aspectos essenciais à controladoria estratégica
e sua contribuição à gestão empresarial. É mister destacar que, por meio da
visão literária de diversos autores, consubstanciado com a prática da
organização do presente estudo, será realizada uma pesquisa de campo
identificando a importância do auxílio da controladoria no contexto
organizacional.
A partir dos métodos utilizados pretende-se galgar a continuidade e
prosperidade empresarial, refletindo no fomento econômico e social, por meio
da geração de postos de trabalho, desenvolvimento da comunidade,
credibilidade institucional e o progresso social que o setor privado dispõe. A
feitura deste trabalhojustifica-se de forma prática, por conta da necessidade de
garantir a eficácia e segurança das informações disponibilizadas aos gestores
quanto à tomada de decisão, buscando a otimização dos resultados gerada por
uma gestão proativa.

2. CONTROLADORIA
2.1 funções e os conceitos básicos da controladoria

A controladoria é uma ferramenta gerencial que colabora e auxilia o


empreendedor na obtenção do sucesso organizacional, ainda que não
constituída em um departamento próprio, está presente praticamente em todas
as entidades, e é reconhecidamente uma unidade administrativa importante
para manutenção do bem-estar financeiro das empresas, pois, ela detém
dados úteis ao processo de tomada de decisão, assim, entende-se que esses
dados devem ser trabalhados, para que a partir deles sejam geradas
informações e relatórios para a gerência embasar o processo decisório,
garantindo que as decisões sejam tempestivas, oportunas e acertadas.

De acordo com Oliveira, Perez Jr e Silva (2010, p. 6) “as funções e


atividades exercidas pela moderna controladoria tornaram-se fatores vitais para
o controle e planejamento a médio e longo prazos de qualquer tipo de
organização, com ou sem fins lucrativos”. Os autores consideram como
essenciais a utilização de tais ferramentas, pois o processo decisório é
influenciado diretamente pela atuação da controladoria no âmbito de
planejamento e controle.

Após a revolução industrial surge a necessidade das empresas de


mensurar seus recursos empregados nos processos produtivos de suas
fábricas e o direcionamento das decisões baseadas em informações mais
precisas, com isso cria se o primeiro sistema de gestão de custos, com a
chegada das estradas de ferro as organizações se expandem nas extensões
territoriais, o que acarretou a necessidade de apuração e gerenciamento de
indicadores contábeis e financeiros que confirmassem a atuação das unidades
de produção.

A necessidade de geração de informação de forma sólida e precisa para


a tomada de decisão nas empresas foi um dos grandes fatores para que a
controladoria começasse a ganhar espaço no meio empresarial.

A controladoria surge, nas grandes corporações norte-americanas, a


partir da necessidade das empresas em manter controles internos mais rígidos
a partir do processo de globalização e do fomento dos conceitos de
Contabilidade Gerencial, porém no transcorrer da história a dinâmica
mercadológica exigiu o avanço dos conceitos de Contabilidade, acrescentando
análises, relatórios e indicadores que realmente trouxessem uma visão
holística e fosse útil no processo decisório empresarial, com isso as grandes
corporações foram forçadas a mudarem seus hábitos e desenvolverem
estratégias cada vez mais eficientes, com o intuito de se manterem
competitivas no mercado.

Segundo Perez Junior (2013), "Controladoria é otimizar os resultados


econômicos da empresa por meio de um sistema de informações baseado num
modelo de gestão". Tal modelo consiste no encontro de informações
financeiras, contábeis, fiscais e administrativas,com objetivo de traçar um
planejamento bem definido voltado para o avanço nos resultados da empresa.

Observa-se que as organizações empresariais atuais, estão em busca


de aprimorar seus resultados de forma significativa, elas procuram
constantemente ferramentas capazes de conduzir a gestão do negócio da
melhor forma possível. As empresas querem a garantia que estão sendo
produtivas e que vão oferecer produtos e serviços com qualidade aos seus
clientes.
Oliveira, Perez Jr e Silva (2009, p.6), traz uma abordagem de forma
clara sobre o conceito anterior:

“Fatores como a atual competitividade do mundo dos negócios, a


globalização da economia, a abertura das fronteiras comerciais, a
crescente preocupação com a ecologia, os níveis preocupantes de
corrupção em algumas nações, os aspectos sociais, entre outros,
exigem gerenciamento cada vez mais eficiente e eficaz das
entidades. ”

Partindo desse contexto, no qual as mudanças de mercado exigem


objetivos e metas claras, além de uma forte necessidade de alcance desses
pontos estratégicos é que surge a controladoria.

A controladoria pode ser conceituada segundo Oliveira, Perez Jr e


Silva (2009, p.5) como, “o departamento responsável pelo projeto, elaboração,
implementação e manutenção do sistema integrado de informações
operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade”. E pode atuar
em todas as áreas da empresa, pois busca melhorar, cada vez mais, os
controles internos, a reduzir os custos de produção, mapear todas as
atividades exercidas pela entidade, para que, a partir disso, possam exercer o
controle e como consequência evitar que sejam feitos muitos desvios.

A controladoria utiliza-se das informações fornecidas pelas áreas que


compõem uma organização, trabalha de forma estratégica e transforma esses
dados em estratégias de desenvolvimento organizacional, ou seja, ela aparece
no contexto atual como, uma ciência estratégica, alguns autores enxergam a
controladoria como uma evolução, ou modernização da contabilidade gerencial,
funciona basicamente, da seguinte forma: ela observa e controla a
administração dos vários departamentos, essa avaliação deve ser constante e
eficiente; com esse controle ela extrai informações; identifica pontos onde está
havendo falha dentro da empresa; em seguida planeja de forma eficaz a
resolução de cada problema identificado; faz relação desses novos objetivos
com o planejamento já existente e passa aos gestores todo o levantamento
obtido e as possíveis soluções.

As empresas podem ter a Controladoria como uma fundamental


ferramenta de gestão, pois através desta é que, será possível contribuir em
todas as etapas do processo de gerenciamento e controle das atividades
desenvolvidas pela empresa, objetivando sempre de forma holística o
crescimento desse ambiente empresarial.

Com surgimento dessa nova área, faz nascer um perfil de profissional


diferenciado e inovador, o controller. A palavra Controller originou-se a partir da
palavra controle, que segundo Souza (2010, p. 58), significa: “meios para se
atingir um fim, buscar a direção planejada, exercer verdadeiramente o
controle”.

Esse profissional passa a ser um membro ativo da área de


planejamento da organização, e deve interagir em todos os âmbitos da
empresa, para que seja capaz de oferecer aos gestores informações que
auxiliem na elaboração da melhor estratégia de gestão. Oliveira, Perez Jr e
Silva (2009, p.10), “cabe ao controller assessorar o principal executivo e os
demais gestores da definição estratégica, fornecendo informações rápidas e
confiáveis sobre a empresa”. Esse novo perfil profissional exige um
conhecimento amplo de gestão estratégica, planejamento, finanças, recursos
humanos, fiscal, contábil, mercado externo, marketing, logística, câmbio, dentre
outras informações.

O profissional de Controladoria necessitase antecipar frente aos


problemas, aferindo e propondo ações de melhoria, sempre com foco na
mitigação dos riscos, bem como na aplicação de ações de correção e
contingência dos mesmos.

As informações apresentadas pelo Controller devem ser apresentadas


de forma clara e direta, gerando dados de forma simples, mas ao mesmo
tempo completos, que permitam, embasar e nortear o processo decisório do
executivo ou dono da empresa, fornecendo informações relevantes para que o
caminho selecionado seja o mais viável e favorável para a empresa, além
destes o profissional da controladoria deve ter vasto conhecimento nas áreas
de contabilidade, financeira e administrativa, ter uma afinidade com apuração e
análise de dados, e ter como foco e objetivo dentro da empresa a redução de
custos e avanço dos resultados internos, seja ele financeiro e/ou operacional.
Em suma, fica comprovado a importância que tem a Controladoria em
um mundo organizacional nos tempos atuais, e de um profissional que assuma
uma posição ardilosa e imprescindível para as empresas que querem alcançar
de forma rápida e eficiente os seus objetivos, bem como minimizar ao máximo
a subjetividade na tomada de decisões.

Autores Objetivos da Controladoria


Attiê, 2000 Assegurar conhecimento válido e suficiente para elaboração de
dados econômicos, realizados através dos gestores, a fim de
aumentar a eficácia da empresa como um todo, evitando riscos
e diminuindo as perdas.
Catelli, 2001 Ensejar o desenvolvimento da gestão econômica dentro das
empresas, ao tempo que a vincula com as suas áreas de
responsabilidade, para assimilar as principais variáveis que
decorrem desse envolvimento. Ademais, descobrir como melhor
se consolida um modelo de gestão a uma determinada questão
empresarial.
Oliveira, 2010 Considera que as ferramentas disponibilizadas pela
Controladoria são essenciais para o controle das questões que
envolvem as empresas e planejamento dos objetivos dentro
delas.
Padoveze, 2012 Definir o melhor modelo de gestão através da tomada de
decisão baseada na análise do obstáculo e, conseqüentemente,
das tentativas do seu melhor aproveitamento; verificar a
legitimidade das informações, a fim de firmar um modelo seguro
e confiável para os usuários nas organizações, sejam elas
empresariais ou não.
Perez, 2013 Conferir utilidade e confiabilidade às funções da Controladoria
no processo decisório para a resolução dos obstáculos e para o
aperfeiçoamento da gestão.
Souza, 2010 Considera necessária a existência da Controladoria e de um
profissional que a conduza de acordo com suas particularidades
e funções, sendo elas primordiais para o bom funcionamento
das organizações e a obtenção do fim desejado.
Torres, 2012 Apresenta a necessidade, dentro das empresas, de um modo de
contribuição às tomadas de decisões. Indica a importância de
ferramentas que contribuam para a gestão das empresas, sendo
assim, úteis e confiáveis. Ademais, a gestão deve analisar erros
e acertos das empresas, sejam eles pertencentes à parte delas,
ou ainda, gerais.
Wood, Jr., 2005 Destaca ferramentas, principalmente tecnológicas, que
favorecem a disseminação de informação por toda a empresa,
tornando-se, logo, integrada, independentemente do setor, em
tempo e conteúdo real.
Quadro 1 – Objetivos da Controladoria
Fonte: Elaboração própria
2.2 Controller

O profissional da controladoria não é eficiente tão somente em virtude


do conhecimento que lhe cabe, para Paulo Schmidt (p.25, 2002), o controller
deve ser reconhecido pelas características humanas que lhes são
desenvolvidas, tais quais: a capacidade de liderança, ética profissional,
capacidade de comunicação e poder de síntese, inclinação para a cooperação
e para a disponibilização, imparcialidade, ponderação e discrição, visão
sistêmica, capacidade de persuasão e consciência de suas próprias limitações.
Não somente esses atributos podem resumir tudo o que o profissional da
controladoria deve ser, mas ficam como premissas de um profissional de
controladoria cobiçado no mercado. Além disso a grande capacidade de
liderança do controller remete à condição de ter o respeito dos outros líderes
que existem na organização, pondo em pauta informações e ideias que por ele
foram apuradas, pois o controller possui maior visão sobre os processos da
empresa e conhecimento para sistematizar todos os fatos incorridos nos
períodos para ascender soluções. Na hora de traçar um planejamento o
controller deve ter voz ativa para que sua opinião seja respeitada, afinal, ele é o
responsável por centralizar os processos em prol do objetivo principal da
empresa:

(...) O conhecimento geral das operações da empresa, além


de permitir ao controller o melhor exercício, requer dele que exerça
ascendência sobre os outros profissionais, no sentido de possibilitar
ser por estes procurado quando necessitarem de apoio para à
tomada de decisão que possa afetar a empresa como um todo
(NASCIMENTO; REGINATO, 2010, p.143).

Segundo Srour (2008, p. 7), a ética do profissional está pautada nos


paradigmas pré-estabelecidos pelos indivíduos que compõe a organização. E
no caso do controller seu comportamento deve ser proporcional, se não maior,
à responsabilidade que lhe cabe, devido ao fato de lidar com uma carga
elevada de informações da empresa que atua, sendo imprescindível o zelo e o
bom uso destas, afinal, o controller tem autonomia para intervir direta e
indiretamente no processodecisório da entidade, sendo isso, consequência do
fornecimento de informações por ele processadas. O bom uso das informações
remete a ideia de o profissional não usar tais informações para benefício
próprio ou de terceiros, mas sim para o bem da organização.

Autor Objetivo do “Controller”


Schmidt, 2002 Valorizar o profissional da controladoria pelos aspectos que lhes
são inerentes e também por àqueles que lhes são
desenvolvidos, visto que o controller é o principal responsável
pelo andamento e prosperidade do setor e, logo, de toda a
empresa. Além disso, este profissional representa o apoio a
outros profissionais, além da organização empresarial, sendo
necessário que a empresa forneça os instrumentos necessários
requisitados pela Controladoria.

2.3 A Controladoria na Gestão Empresarial

O processo de controle empresarial traz desencadeia em uma série de


instrumentos gerenciais que proporcionam suporte, principalmente em período
de crise, ao desenvolvimento interno das empresas. (TORRES, 2012)
Esses instrumentos foram desenvolvidos ao longo do tempo para
gerarem soluções simples e de baixo custo, mas que podem aumentar a
produtividade, aumentar o valor agregado, possuindo um eficaz controle de
qualidade e consequente satisfação do cliente. Dessa forma, torna-se possível
obter a maximização do resultado econômico da empresa. (TORRES, 2012)
É mister ressaltar que para cada necessidade existe uma ferramenta
adequada, aplicáveis na maioria das atividades empresariais, das quais podem
ser uma solução simples ou complexa, dispendiosa ou não, dependendo de
cada situação concreta e do ambiente interno e externo no qual estão
inseridas. (TORRES, 2012)
Assim, existe a necessidade de se observar todo o conjunto do problema
inerente a empresa dentro de sua realidade atual e em todos os seus aspectos,
uma vez que nos sistemas prontos podem ser ignorados os aspectos internos
da empresa, sendo responsável, na maioria dos casos, pelo insucesso na
implantação dessas soluções. (TORRES, 2012)
De acordo com Padoveze (2003) a metodologia utilizada na tomada de
decisão, constitui-se a partir de três grandes etapas, quais sejam: o exame ou
análise do problema, o desenvolvimento ou desenho de cursos de ação e a
implementação da decisão. Assim, os modelos a serem adotados, devem estar
coerentes à decisão tomada.
A compreensão do mapeamento de processos da empresa é
fundamental, para implantação de qualquer ferramenta de apoio à decisão.
Assim sendo, o mapeamento do fluxo de valor é toda ação necessária para
trazer um produto por todos os fluxos essenciais a cada produto. Mapear o
fluxo de valor é uma ferramenta essencial (SHOOK, 2003, p. 3 e 4.).
As modernas ferramentas de gestão empresarial, como os sistemas
integrados do tipo ERP (Enterprise Resource Planning), pressupõem uma
máxima na gestão da empresa, através da universalização informacional e
fatores de estrutura processuais, sendo administrados já por eles (WOOD JR,
1999).
São alguns exemplos ferramentas: Mapeamento de Processos (BPM),
Orçamento Empresarial, Gerenciamento de Filas de Espera, Produção Enxuta,
Indicadores de Gestão pela Qualidade, Relatórios de Gestão Contábil-
Financeira, Sistemas de Administração da Produção – SAP, Gestão das
Restrições (TOC), Gestão de Custos, Indicadores de Desempenho de Gestão
Estratégica (BSC).
Destarte, o uso integrado de ferramentas gerenciais e o mapeamento
dos processos podem contribuir para a melhoria do resultado empresarial.
Assim, faz-se necessária novas pesquisas com análises quantitativas e
comparativas entre empresas que utilizam ferramentas gerenciais e empresas
que não utilizam ferramentas gerenciais de forma integrada, para fins de
evidenciação de resultados econômicos comparativos (TORRES, 2012).

2.4 Benefícios dos controles internos

A controladoria possui a responsabilidade de coletar informações e


monitorar as atividades desenvolvidas pelas empresas, coordena os processos
de planejamento, controla e analisa o desempenho atual e a tendência do
comportamento futuro das organizações, uma vez que possui como intuito a
proteção ao bom desenvolvimento e continuidade eficiente das organizações.
Dessa forma, a controladoria gera informações necessárias para a
tomada de decisão em nível gerencial, para promover um alinhamento
estratégico dos seus objetivos assegurando para que a empresa galgue seus
resultados e garanta vantagem perante as outras empresas.
A controladoria realiza o controle interno para obter planejamento
organizacional e analisar todos os métodos e procedimentos adotados dentro
de uma empresa, com o intuito de salvaguardar seus ativos, gerar dados
contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a aderência às
políticas definidas pela direção, com o objetivo de evitar fraudes, erros,
ineficiências e crises nas empresas. (BORDIN; SARAIVA, 2005)
O controle interno possui uma relação direta com as demais funções do
processo administrativo: planejamento, organização e direção. Assim,
representa o reflexo de todo conjunto das demais funções administrativas,
propiciando a mensuração e a avaliação dos resultados da ação empresarial.
(BORDIN; SARAIVA, 2005)
A utilização do controle interno torna-se indispensável para a
estabilidade e segurança da empresa, assim como, para resguardar o
administrador na sua tomada de decisões. Dessa forma, os processos
adquirem maior celeridade e se tornam de fácil entendimento para todos os
usuários, tanto internos quanto externos que fazem uso dessas informações.
(BORDIN; SARAIVA, 2005)
O controle interno traz como uma de suas abordagens a segregação de
responsabilidades para se obter um controle interno eficaz, além disso utiliza
sua abrangência nos níveis estratégico, tático e operacional, assim como a
inserção do controle interno em cada um destes níveis. (BORDIN; SARAIVA,
2005)
O controle estratégico normalmente se refere aos aspectos globais, os
quais envolvem a empresa como uma totalidade e sua dimensão de tempo é o
longo prazo. Sendo assim, traz aspectos genérico e sintético. Já o controle
tático se refere aos aspectos mais restritos da empresa e sua dimensão de
tempo é o médio prazo. Não é tão abrangente e genérico como o controle
estratégico. Diferentemente, o controle operacional é o subsistema de controle
realizado ao nível da execução das operações. Refere-se aos aspectos mais
específicos, como as tarefas e operações. Sua dimensão de tempo é o curto
prazo e é direcionado para a ação corretiva imediata. (BORDIN; SARAIVA,
2005)
Os principais objetivos do controle interno é salvaguardar os ativos,
elaborar os dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução
ordenada dos negócios da empresa, evitando quaisquer perdas e riscos
devidos a erros ou irregularidades. (ATTIE, 2000, p.117).
Ademais, cabe salientar que seu intuito é o de promover a eficiência
operacional, provendo-se de todos os meios necessários à condução de
tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e
uniforme. (BORDIN; SARAIVA, 2005)
Portanto, torna-se possível os entendimentos de as empresas poderão
ser alcançados efetivamente a partir de um controle interno adequado a
realidade concreta de cada empresa, sendo observados todos os seus
aspectos essenciais.

3. Conclusão
Em suma, o setor de controladoria é fundamental no processo de
tomada de decisão das organizações, principalmente as empresariais, visto
que são aquelas que melhor aproveitam e beneficiam-se das contribuições do
setor. Contudo, é, ainda, primordial, que o profissional responsável por este
esteja engajado e envolvido, não só às funções e atividades do setor, bem
como às demandas que emanam de toda a empresa.
Ainda, é fundamental pela sua capacidade de coordenar a prosperidade
da empresa. Uma controladoria comprometida consegue, diante da
instabilidade mercadológica mundial relacionada ao processo de globalização,
estabelecer a menor volatilidade possível nos altos e baixos das solicitações
mundiais de mercado.
Logo, o setor carece também de uma metodologia que estabeleça
diretrizes, a fim de serem úteis e suprir às exigências da referida empresa no
momento e espaço que condiz. Isto é, buscar, através de uma inspeção dos
obstáculos inseridos na empresa e nas áreas que se conectam com esta, um
aperfeiçoamento no controle destes problemas. Disponibilizam-se dados,
através da análise, e estabelecem-se ferramentas necessárias para, assim,
consolidar um melhor modelo de gestão destes e obter o fim esperado.
Referências:

ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: Atlas,


2000.

BORDIN, Patrícia; SARAIVA, Cristiane Jardim. O Controle Interno como


ferramenta fundamental para a fidedignidade das informações contábeis.
19 f. Revista Eletrônica de Contabilidade. Ed. Especial – 1º Simpósio de
Iniciação Científica dos Cursos de Ciências Contábeis, Universidade Federal
de Santa Maria, 2005.

FIGUEIREDO, Sandra. Contabilidade e a gestão empresarial: a


controladoria. Revista Brasileira de Contabilidade ano XXIV, Fortaleza, nº 93,
mai./jun. 1995.

NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO Luciane. Controladoria


instrumento de apoio ao processo decisório. São Paulo: Atlas, 2010.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque e sistemas


de informação contábil. São Paulo: Atlas, 1997.

SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa.


Porto Alegre: Bookmann, 2002.

SHOOK, John. et al. Aprendendo a enxergar: mapeando o fluxo de valor


para agregar e eliminar o desperdício. Lean Institute Brasil, São Paulo, 2003.

SOUZA, Luiz Carlos de. Controladoria aplicada aos pequenos negócios.


1.ed. (2008), 2.reimpr. Curitiba: Juruá, 2010.

SROUR, Robert Henry. Ética empresarial : o ciclo virtuoso dos negócios. 3.


ed. São Paulo: Elsevier, 2008.

TORRES, Adilson. et al. Apoio da Tecnologia da Informação e


Comunicação como Estratégia Competitiva na Gestão da Cadeia de
Suprimentos. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Revista Gestão
Industrial, v. 8, n. 01, p. 22-37, 2012.

WOOD JR., Thomaz. Modas e modismos gerenciais: o caso dos sistemas


integrados de gestão. Série de Relatórios de Pesquisa, NPP, Núcleo de
Pesquisas e Publicações. Escola de Administração de Empresas de São Paulo,
FGV. Relatório n. 16/1999.

Você também pode gostar