Você está na página 1de 10

Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais – CTRN

Unidade Acadêmica de Engenharia Civil – UAEC

Laboratório de Saneamento

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS

Relatório apresentado à disciplina de


Laboratório de Química da Água da
Unidade Acadêmica de Engenharia Civil
do CTRN da UFCG como requisito
básico para aprovação na citada
disciplina.

Autores: Deilton Vasconcelos Figueiredo Lopes

Felipe Almeida Soares

José Ginetom da Silva Araújo

Osmar Arruda de Macedo Júnior

Campina Grande-PB, 03 de março de 2016


RESUMO

Muitos estudantes pensam que a densidade é apenas o resultado de uma operação


aritmética de divisão entre a massa e o volume de uma substância, mas esse conceito é
muito mais amplo e está relacionado a outros, como compressão e empacotamento. Por
exemplo, quanto maior for o empacotamento dos átomos, mais densa é a substância. Da
mesma forma, quanto maior for a compressão sobre um objeto, maior será a sua
densidade. Nesse trabalho serão abordados apenas os aspectos mais diretos e as técnicas
de laboratório mais comuns envolvidas na determinação da densidade de sólidos e
líquidos, mas vale a pena buscar um detalhamento mais profundo sobre o conceito de
densidade. O experimento proposto, de caráter conceitual e metodológico, tem uma
duração prevista de duas horas de atividades em laboratório, com baixo grau de risco.

Palavras-chaves: Densidade, laboratório, sólidos, líquidos, substância.


1. INTRODUÇÃO

As propriedades das substâncias podem ser classificadas como intensivas e


extensivas. As propriedades intensivas não dependem do tamanho da amostra, enquanto
as propriedades extensivas dependem do tamanho da amostra. As propriedades
intensivas são mais úteis, já que uma substância exibirá sempre a mesma propriedade
intensiva, independentemente da quantidade que estiver examinada (Brady e Humiston,
1986). A densidade de uma substância é uma propriedade intensiva, obtida pela razão
entre duas propriedades extensivas (Atkins e Jones, 2001). Esta grandeza é definida
como a razão entre a massa de uma determinada substância, que, no processamento
mineral, pode ser uma amostra de rocha, minério ou mineral, e o seu volume. (Atkins e
Jones, 2001).

Ademais, a densidade é função dos raios dos átomos e íons que constituem os
materiais, quer dizer, depende da forma como esses constituintes arranjam-se na sua
estrutura. Assim, o peso atômico do potássio é 1,7 vezes maior que o do sódio, e a
densidade do KCl (1,98) é menor que a do NaCl (2,17). A diferença dos raios atômicos
entre o K+ (1,33) e Na+ (0,98) justifica essa diferença e explica o pronunciado efeito
sobre o volume dessas substâncias cristalinas. Entretanto, as variações periódicas da
densidade com o número atômico não se repetem igualmente com a periodicidade dos
números atômicos. Essa discrepância pode esclarecer porque a faixa de valores da
densidade dos minerais varia desde pouco mais de 1,0 até 23,0, valores que são
encontrados em alguns minerais, como aqueles do grupo do ósmio.

Matematicamente, a densidade (d) é a razão entre a massa de uma substância


(m) e o seu volume (V). (Atkins e Jones, 2001).

massa do corpo
d=
volume do corpo

A densidade relativa de uma substância pode ser obtida pela razão entre a sua
densidade e a densidade de uma substância estabelecida como padrão (Andrade et al.,
2006.). O padrão usualmente escolhido é a água, cujo valor da densidade é 1,00000
g/cm³ a 4o C. Assim, quando se afirma que se um material tem densidade igual a 3,18,
significa dizer que esse material é 3,18 vezes mais denso que a água.
A densidade aparente de uma substância é aquela determinada no ar, sem
referenciar as flutuações do mesmo. Já a densidade real de uma substância é medida no
vácuo. O termo densidade refere-se à densidade relativa ou real, um número
adimensional. A densidade aparente da água a 20 °C é 0,99715 g/cm³ e a densidade real
na mesma temperatura é 0,99823 g/cm³. (Salvagnini, 2006).

Cabe lembrar que as denominações em inglês specific gravity ou relative density


correspondem em português, à densidade relativa ou simplesmente densidade. (Dana,
1969). Entretanto, o termo em inglês density corresponde, em português, ao peso
específico, ou seja, o peso por unidade de volume. (Dana, 1969).

A densidade dos líquidos pode ser determinada analogamente à densidade dos


sólidos, medindo-se a sua massa e determinando-se o seu volume. Entretanto, no caso
dos líquidos, uma alteração relativamente pequena na temperatura pode afetar
consideravelmente o valor da densidade, enquanto que a alteração de pressão tem que
ser relativamente alta para que o valor da densidade seja afetado. (Sienko, 1972).

A densidade de sólidos e líquidos, segundo o Sistema Internacional de Unidades


é expressa em quilograma por metro cúbico – kg/m 3. Entretanto, é mais comumente
expressa em unidade de gramas por centímetros cúbicos – g/cm3, ou em gramas por litro
- g/mL.

Joseph L. Lagrange (1736 - 1813) desenvolveu uma técnica que possibilita


encontrar uma função que passe por determinados pontos conhecidos, chamada
interpolação de Lagrange. Utilizando-se desta técnica, é possível aproximar funções
sabendo-se apenas alguns de seus pontos, e assim descobrir quaisquer valores que
dependam das mesmas variáveis que os pontos já conhecidos. Este método é importante
quando se deseja descobrir valores para diferentes condições, tendo-se um grupo de
controle com valores já conhecidos.

Esta técnica é que foi utilizada para encontrar a função necessária para completar
o terceiro experimento realizado e analisar os dados nele obtidos.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

2.1. Densidade relativa de sólidos


Os materiais utilizados foram: balança (digital e mecânica), pinça, proveta, 3 metais
e água destilada.

Pesou-se um dos metais na balança digital e depois pesou na balança analógica  e o


mergulhou na proveta contendo 7 mL de água. A diferença entre o novo volume e os 7
mL iniciais fornece o volume do metal. Com esses dados obteve-se a densidade do
metal1

Com os outros dois metais o procedimento foi parecido, pesou-se e mediram-se os


volumes em seguida calculou-se sua densidade.

2.2. Densidade relativa de liquido puros

Os materiais utilizados foram: picnômetro, densímetro, balança e álcool etílico.

Uma das formas para obter a densidade de líquidos puros é com a utilização do
picnômetro. já que seu volume não muda, basta colocar o liquido  no picnômetro e
depois fazer a pesagem lembrando de fazer a diferença do peso do picnômetro cheio
pelo valor dele vazio.

2.3. Densidade relativa da mistura de líquidos

Os materiais utilizados foram: água destilada, álcool etílico, proveta e densímetro.

Na bancada do laboratório havia sete provetas com concentrações diferentes de


álcool; na primeira proveta havia apenas água destilada, a segunda, terceira, quarta,
quinta e sexta era uma mistura de água com álcool tendo o conhecimento da
concentração do álcool nessa mistura.

Primeiro colocasse o densímetro na proveta que contém 100% de água destilada e


com a leitura do densímetro obterá o resultado da densidade, nesse caso
aproximadamente 1 g/mL. Em seguida é feito o mesmo nas outras provetas que contém
misturas com concentrações diferentes (10%, 20%, 40%, 60% e 80%, respectivamente)
e obterá o valor da densidade referente a mistura.
Por fim é feito o mesmo com a mistura que contém concentração desconhecida, com
o objetivo de descobrir a concentração de álcool. Com os valores das concentrações e
valor das suas densidades é feito uma função/gráfico para entender seu comportamento,
com isto é só substituir o valor da densidade encontrada da densidade sem concentração
conhecida e com os cálculos é descoberta a sua concentração.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Densidade dos sólidos

Nos sólidos, foi obtido as massas conforme descrito na tabela 1, em relação às


duas balanças (digital e mecânica); os volumes, por sua vez, se encontram descritos na
tabela 2; e a densidade, também considerando as duas balanças distintas, foi calculado e
os seus respectivos resultados estão mostrados na tabela 3.

Tabela 1 – Massa dos sólidos.

Amostras Balança digital Balança mecânica

Amostra 1 9,6 g 9,7 g

Amostra 2 5,1 g 5,3 g

Amostra 3 8,7 g 9,1 g

Tabela 2 – Volume dos sólidos.

Amostras Volume

Amostra 1 0,8 mL
Amostra 2 1,8 mL

Amostra 3 0,9 mL

Tabela 3 – Densidade dos sólidos.

Amostras Balança digital Balança mecânica

Amostra 1 12 g/mL 12,13 g/mL

Amostra 2 2,83 g/mL 2,94 g/mL

Amostra 3 9,67 g/mL 10,11 g/mL

Deve-se ressaltar que a amostra 1 continha em sua superfície uma camada de um


elemento estranho, provavelmente de silicone, fato este que fez com que houvesse uma
variação muito grande entre o valor real da densidade do elemento e o valor da
densidade que foi obtido.

3.2. Densidade dos líquidos

Usando o picnômetro, a densidade do álcool etílico obtida foi de 0,773 g/mL, se


utilizando da equação da densidade. O picnômetro utilizado continha uma capacidade
de 26 mL. A tabela quatro mostra a massa do picnômetro e do álcool etílico.

Tabela 4 – Massa do álcool e do picnômetro.

Massa

Picnômetro vazio 26,9 g

Picnômetro com álcool etílico 47 g

Álcool etílico 20,1 g


Obs.: A massa do álcool etílico foi obtida através da subtração da massa do picnômetro
preenchido com o álcool pela massa do picnômetro vazio.

Usando o densímetro, foi obtido a densidade das misturas dos líquidos, como
retratado anteriormente. A tabela 5 descreve a densidade obtida para cada mistura, com
sua respectiva concentração de álcool etílico em água.

Tabela 5 – Concentração e densidade da mistura entre água e álcool etílico.

Concentração 0% 10% 20% 40% 60% 80% Indefinida

Densidade
0,997 0,985 0,970 0,947 0,904 0,853 0,865
(g/mL)

Para se encontrar a concentração indefinida da mistura, foi encontrada uma função


através do método de interpolação de Lagrange, função esta demostrada na equação (I),
onde foi usado os três últimos pontos, pois se que essa concentração estará nesse
intervalo, e aproximou-se uma função do segundo grau que liga esses pontos. Feito isso,
encontrou-se o valor de c (concentração) correspondente ao D (densidade) indefinido.

D ( c )=0,01 c 2−0,0115 c+0,1009 (I)

A densidade da mistura com concentração indefinida foi de 75,556%.

4. CONCLUSÃO

Para cada experimento, encontrou-se resultados com resultados bem próximos


do real. Para densidade de sólidos, constatou-se uma densidade de 12g/mL para a
Amostra 1, e levando em consideração a sua coloração, conclui-se que trata-se de
chumbo ou uma liga com concentração alta deste material. Analogamente, na amostra 2,
a densidade encontrada foi de 2,63g/mL, levando-se a crer que trate-se de alumínio,
enquanto o valor da amostra 3 (9,67 g/mL), junto da sua coloração, indica que seja
cobre ou uma liga composta majoritariamente deste elemento.
No experimento de picnometria, o valor encontrado para a densidade do álcool
etílico foi de 0,7731 g/mL, encontrada através da razão entre a massa de álcool etílico e
o volume conhecido do picnômetro (26 mL).

Para o experimento com o densímetro, após encontrar-se a função do gráfico


correspondente, determinou-se o valor de 75,556% de concentração para a mistura de
água e álcool etílico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Atkins, P. e Jones, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio


ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001, p.39-40

Brady, J. E. e Humiston, G. E. Química Geral, vol. 1, 2ª ed., Rio de Janeiro: Livros


Técnicos e Científicos, 1986, p.14-17.

Andrade, J. C.; Custódio R. e Collins, C. H. www.chemkeys.com/bra/md/eddns-


2/adddds-3/adddd-3.htm> acesso em: março, 2016

Salvagnini, W. www.hottopos.com.br/regeq3/densidad.htm> acesso em: março, 2016

Dana, J. D. Manual de Mineralogia, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1969.

Sienko, M.J.; Plane, R.A., “Experimental Chemistry”, 4th. edition, McGraw-Hill, New
York, 1972, pp.31-35.

Interpolação de Lagrange e ajuste de curvas, disponível em <


http://www.im.ufrj.br/dmm/projeto/projetoc/precalculo/sala/conteudo/capitulos/cap115s
1.html> acesso em: março, 2016

Você também pode gostar