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PCC-2466

SISTEMAS PREDIAIS II

Distribuição de Energia Elétrica II:


Dimensionamento e Projeto do Sistema
SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Estrutura Genérica do Sistema

FONTE
Sistema de Fornecimento de Energia
(Geração e Transporte)

Sistema de Suprimento de Energia


(Transformação, Medição e Distribuição)

Medidores Proteção do CD Proteção do CT

Entrada Circuitos de Circuitos


Distribuição Terminais

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Dimensionamento da Entrada
Define-se como ENTRADA a parte da instalação compreendida entre o
ponto de entrega e o equipamento de medição, incluindo as chaves
gerais de proteção. Referência: Livro de Instruções Gerais – LIG/2000

Entrada Subterrânea
Fonte: LIG/2000

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Dimensionamento da Entrada

Entrada Aérea
Fonte: LIG/2000

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA

Caixas de Entrada (medidores)

À depender da aplicação e do dimensionamento das


cargas, são utilizados diferentes padrões para caixas de
entrada (tipo H, I, J etc.), devendo-se consultar a
concessionária local previamente.

Tipicamente, os padrões se dividem em 3 classes:


• Prédios com apenas 1 consumidor;

• Prédios com mais de 1 consumidor, com:


- Medidas agrupadas em um centro de medição.
- Medidas em vários centros de medição.

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA

Montagem de Caixa de Medição (Exemplo)

Caixa Externa tipo L

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Dimensionamento do Sistema
• Definição das Necessidades/Usos;
Tipo de Utilização (residencial, comercial, industrial)
Locação dos pontos de projeto:
projeto
(TUG, TUE, motores, equipamentos especiais, iluminação)

• Cálculo das Cargas (NBR 5410-2004);


Levantamento da carga instalada (prevista) de acordo com as
potências dos equipamentos, com os valores mínimos discriminados
pela NBR5410/2004 , ou pela Concessionária Local - LIG/2000.

• Fator de Demanda;
Nas cargas de projeto, são aplicados fatores de demanda de acordo
com a natureza dos equipamentos, com os valores mínimos
discriminados pela NBR5410/2004, ou pela Concessionária Local -
LIG/2000.
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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA

Dimensionamento do Sistema

O dimensionamento dos circuitos se faz segundo cinco


critérios:
• Em função da corrente de projeto;

• Em função da queda de tensão;

• Em função do aquecimento dos condutores;

• Em função das sobrecargas;

• Em função da corrente de curto circuito.

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DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA

Corrente de Projeto

A corrente de projeto é aquela que circula no circuito


durante o seu funcionamento normal. Pode ser
determinada pela seguinte expressão:

Ib =Pn x a x b x c x d x e

Onde:
Ib é a corrente de projeto (A);
Pn é a potência nominal (kW), soma das potências dos
equipamentos;
a, b, c, d , e, são fatores definidos mais adiante.
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CORRENTE DE PROJETO
Pn - Cargas de Projeto – Residência Unifamiliar
Pedido de ligação para uma residência com 115 m² de área construída, com
1 sala de 2 ambientes, copa, cozinha, 3 quartos, 1 banheiro social, 1
banheiro privativo e garagem.
Relação das Cargas de Projeto Potência
23 TUG (100W) + 7 TUG (600W) 6.500 W
8 lâmpadas fluorescentes 25W 200 W
6 lâmpadas incandescentes 100W 600 W
2 chuveiros elétricos 10.800 W
1 torneira elétrica 3.000 W
1 máquina de secar roupa 2.500 W
1 máquina de lavar roupas 1.000 W
1 geladeira 500 W
1 forno microondas 1.500 W
TOTAL 26.600 W
OBSERVAÇÃO: Carga de Projeto Mínima para iluminação e Tomadas de Uso Geral, de unidade
de consumo em edificações de uso Residencial, ou Flat, de acordo com o LIG/2000: 5W por
metro quadrado de área construída da edificação.
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CORRENTE DE PROJETO
Fator a: incorpora o rendimento e o fator de potência
A seguinte equação relaciona os valores de η, cosφ e a:
(Tabela completa fornecida pelo professor) 1
a=
η × cosφ
Tipo de Carga cosφ η a
Iluminação
Incandescente - - 1,0
Mista - - 1,4
Vapor de sódio à baixa pressão 18 à 180 W 0,85 0,70 a 0,80 1,6
Iodeto Metálico
cosφ não compensado

220V – 230W a 1.000W 0,6 0,90 a 0,95 3,5


380V – 2.000W 0,6 0,90 3,5
Fluorescente
Com starter 18W a 65W 0,5 0,60 a 0,83 3,2 a 2,4
Partida rápida 20W a 110W 0,5 0,54 a 0,80 3,7 a 2,5
Partida instantânea 20W a 40W 0,5 0,65 a 0,75 3,1 a 2,7
Vapor de Mercúrio
220V – 50W a 1000W 0,5 0,87 a 0,95 4,0
Vapor de Sódio a alta pressão
70W a 1000W 0,4 0,9 4,2

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CORRENTE DE PROJETO
Fator b: fator de demanda
Fator de demanda para iluminação e Tomadas de Uso Geral, de unidade
de consumo em edificações de uso Residencial, ou Flat, de acordo com a
NBR 5410/2004:
Potência Instalada de Fator de Considera o fato dos equipamentos não
Iluminação e Tomadas de Demanda operarem todos ao mesmo tempo,
Uso Geral (kW) (%) bem como o fato de não operarem
0a1 86 sempre à potência nominal. Este fator
Acima de 1 a 2 75 só é aplicável aos circuitos de
Acima de 2 a 3 66 distribuição, nunca aos circuitos
Acima de 3 a 4 59 terminais.
Acima de 4 a 5 52
A NBR 5410/2004 apresenta as tabelas
Acima de 5 a 6 45
de Potências e Fatores de Demanda
Acima de 6 a 7 40 para chuveiros, torneiras, aquecedores,
Acima de 7 a 8 35 ferros elétricos, aparelhos de ar-
Acima de 8 a 9 31 condicionado, máquinas de lavar, e
Acima de 9 a 10 27 todos os demais equipamentos.
Acima de 10 24
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CORRENTE DE PROJETO
Fator c: fator de expansão futura

Deve ser estimado em função das previsões de


crescimento de carga. Na falta de outros dados, adotar-
se-á de 1,2 ~ 1,3.

Fator d: fator de partida dos motores

• Para circuitos terminais com 1 motor, adota-se 1,25;


• Para circuitos terminais e de distribuição com mais de
1 motor, aplicar o fator 1,25 apenas no maior motor.

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CORRENTE DE PROJETO
Fator e: fator de conversão de potência em corrente
Partindo das equações fundamentais (P em kW):

P =V ×I , para circuitos monofásicos,

P = 3.V .I , para circuitos trifásicos.

Se define o fator e, como:


1.000 , para circuitos monofásicos,
e=
V
1.000 , para circuitos trifásicos.
e=
3.V
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DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA
Queda de Tensão

É a diferença entre as tensões medidas na origem, lado


da fonte, e no fim, lado da carga, do circuito. Deve ser
limitada à certos valores, dados normalmente em
percentual da tensão nominal da instalação, a fim de não
prejudicar o funcionamento dos equipamentos alimentados.
1
S = 2ρ 2
⋅ (P1.L1+ P 2.L2 + ...)
e(%)V
Onde:
S= seção do condutor em mm2;
1 ohms ⋅ mm 2
ρ = resistividade do cobre = 58 m
e% = queda de tensão percentual
P = potência consumida em Watts
L = comprimento em metros
V = 110 ou 220 V
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DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA
Queda de Tensão

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QUEDA DE TENSÃO

Limite de queda de tensão, de acordo com a tabela 46


da NBR 5410/2004

Instalações Iluminação Outros Usos


Instalações alimentadas 4% 4%
diretamente por um ramal de
baixa tensão, a partir de uma
rede de distribuição pública de
baixa tensão.
Instalações alimentadas 7% 7%
diretamente por subestação de
transformação ou
transformador, a partir de uma
instalação da alta tensão.
Instalações que possuam fonte 7% 7%
própria.

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Seções Nominais (mm²)
Em função da tensão do circuito e da queda de tensão determina-
se a seção nominal dos circuitos.
Os valores são fornecidos pelos fabricantes de fios e cabos, mas
existem valores mínimos definidos pela NBR 5410/2004.
Seções mínimas dos condutores fase de uma instalação

Tipo de Instalação Utilização do circuito Seção mínima do


condutor (mm²)
Cabos isolados Circuitos de iluminação 1,5
Instalações fixas
Circuitos de força 2,5
em geral
Circuitos de sinalização e controle 0,5
Condutores nus Circuitos de força 10,0
Circuitos de sinalização e controle 4,0
Aparelhos específicos Norma do aparelho
Ligações flexíveis com cabos Outras aplicações 0,75
isolados
Circuitos à extra-baixa tensão 0,75
para aplicações especiais
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Queda de tensão em V/A. km
Fio PIRASTIC, cabo PIRASTIC e cabo PIRASTIC FLEX (Pirelli)

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Condutor Neutro e de proteção

Numa instalação predial, os circuitos possuem


condutores denominados:
 Fase:
Fase quando apresentam um potencial elevado em
relação à terra;
 Neutro:
Neutro condutor ligado ao neutro do transformador
da distribuição pública (concessionária);
 Proteção:
Proteção interliga as partes metálicas do sistema, e
as coloca ao mesmo potencial que o usuário, a fim de
protegê-lo contra choques elétricos.
O código internacional prescreve as cores azul-claro para
o neutro; e verde,
verde ou verde-amarelo,
amarelo para o de proteção.

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Condutor Neutro e de proteção

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Dispositivos de Proteção
Empregam-se, nos circuitos elétricos, dispositivos cuja
função precípua é proteger os condutores elétricos
contra algum acidente elétrico do tipo: curto-circuito,
sobre-corrente etc.
Servem também para proteção dos equipamentos
elétricos contra as sobre-tensões.
tensões
Constituem-se, basicamente, por fusíveis e disjuntores.

Dispositivos DR Disjuntores Fusíveis NH Fusíveis Diazed

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Disjuntores termomagnéticos

São dispositivos que:


• oferecem proteção aos fios do circuito –
desligando automaticamente quando da ocorrência de
uma sobrecorrente provocada por um curto circuito
ou sobrecarga

• permitem manobra manual – operando-o como


um interruptor, secciona somente o circuito necessário
numa manutenção.

Os disjuntores termomagnéticos têm a mesma função


que as chaves fusíveis, porém:
• o fusível se queima necessitando ser trocado;
• o disjuntor desliga-se necessitando religá-lo.
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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Disjuntor Diferencial Residual
É um dispositivo constituído de um disjuntor termomagnético
acoplado a um outro dispositivo: o diferencial residual. Sendo
assim, ele conjuga as duas funções:
• a do disjuntor termomagnético, que protege os fios do
circuito contra sobrecarga e curto-circuito e

• a do dispositivo diferencial residual, que protege os


usuários contra choques elétricos provocados por contatos
diretos e indiretos (desliga correntes de pequena intensidade).

Assim, um disjuntor diferencial residual é um


dispositivo que protege:
• os fios do circuito contra sobrecarga e curto-circuito e;
• os usuários contra choques elétricos.
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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Interruptor Diferencial Residual
É um dispositivo composto de um disjuntor
acoplado a um outro dispositivo: o diferencial
residual. Sendo assim, ele conjuga as
duas funções:
• a do interruptor, que liga e desliga
manualmente o circuito e
• a do dispositivo diferencial residual (interno), que protege
os usuários contra choques elétricos provocados por contatos
diretos e indiretos.
Assim, um interruptor diferencial residual é um
dispositivo que:
• liga e desliga, manualmente, o circuito e;
• protege os usuários contra choques elétricos.
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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Recomendação NBR 5410/2004

Quando um disjuntor atua desligando um circuito


ou a instalação inteira, a causa pode ser uma
sobrecarga ou um curto circuito. Desligamentos
freqüentes são sinais de sobrecarga. Por isso,
nunca troque seus disjuntores ou fusíveis por
outros de maior corrente simplesmente.
Como regra, a troca de um disjuntor ou fusível
por outro de maior corrente requer, antes, a
troca dos fios e cabos elétricos por outros de
maior seção.

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Quadro de Distribuição – Equilíbrio de fases

FASE A FASE B

TERRA

NEUTRO

Obs. Tensão Carga Circuito Circuito Carga Tensão Obs.


V W W V
- 115 1100 1 2 400 115 -
- 115 1200 3 Res. - 115 -
Chuveiro 230 2500 4 5 2500 230 Chuveiro

Torneira 230 2500 6 Res. - 230 -

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PROJETO DO SISTEMA
1. Determinar o número de circuitos elétricos e
o tipo de proteção (DTM ou IDR)
A NBR 5410 exige a utilização de proteção diferencial residual
(disjuntor ou interruptor) de alta sensibilidade em circuitos
terminais que sirvam a:
• tomadas de corrente em cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, a
todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a
lavagens;
• tomadas de corrente em áreas externas;
• tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas
internas possam alimentar equipamentos de uso em
áreas externas;
• pontos situados em locais contendo banheira ou
chuveiro.
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PROJETO DO SISTEMA
2. Fazer o traçado geométrico da tubulação.

• Locar o quadro de distribuição (local de fácil acesso e o


mais próximo do medidor);
• Ligar os interruptores e tomadas ao ponto de luz de
cada ambiente.

3. Representar os fios que passam dentro de


cada eletroduto, através de simbologia própria.

4. Identificar a que circuitos pertencem.


• Recomenda-se instalar 6 ou 7 condutores por
eletroduto, para facilitar a enfiação e a retirada
deles.

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA

5. Dimensionamento de Eletrodutos

Os eletrodutos são dimensionados em função da


soma das áreas totais dos condutores que
passam nele. Esta somatória deve ser menor ou
igual à 40% da área do eletroduto.

As áreas dos condutores são obtidas através dos


catálogos dos fabricantes. (Por exemplo Pirelli)

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SISTEMA PREDIAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Dimensionamento de Eletrodutos

Área Externa (mm²) dos fios e cabos PIRASTIC ANTIFLAM e


dos cabos PIRASTIC FLEX

Seção Nominal (mm²) Fio Pirastic Cabo Pirastic Cabo Pirastic Flex
1,5 6,2 7,1 7,5
2,5 9,1 10,8 10,8
4 11,9 13,9 13,9
6 15,2 16,6 20,4
10 24,6 27,3 34,2
16 33,2 27,4 47,8
25 - 56,7 -
35 - 70,9 -
50 - 104 -
70 - 133 -
95 - 177 -
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Documentação de Referência
NBR 5410/2004: Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Instalações Elétricas: 4ª edição


Ademaro A. M. B. Cotrim, São Paulo, Prentice Hall, 2003.

Tabelas Pirelli de dimensionamento de fios e cabos.


www.pirelli.com.br

Livro de Instruções Gerais – LIG/2000:


Estabelece as condições mínimas exigidas para o fornecimento
de energia elétrica em baixa tensão.
www.eletropaulo.com.br

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