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Paralelismo e Perpendicularidade
EP
Terceiro Ano - Médio
BM
Autor: Prof. Angelo Papa Neto
Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto
O
l da
rta
Po
1 Retas paralelas Por sua vez, isso implica que θr = θs , pois ambos os
ângulos estão entre 0 e 180◦.
Na aula sobre a equação da reta vimos que, se uma reta
r não é paralela ao eixo das ordenadas, então ela admite
r s
uma equação reduzida da forma
y = mx + q, (1)
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onde m é o coeficiente angular e q é o coeficente linear da
reta.
Lembremos que m = tg θ, onde θ é o ângulo que a reta
r faz com a parte positiva do eixo das abscissas, medido
no sentido anti-horário. Já o coeficiente linear q é a orde- θ θ
nada do ponto onde a reta r encontra o eixo das ordenadas
(figura 1).
BM
r
Figura 2: as retas r e s são paralelas.
(0, q)
O quarto vértice desse paralelogramo.
b
P
C
da
b
A
esperar que elas tenham o mesmo coeficiente angular. De
rta
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Da mesma forma, podemos calcular o coeficiente angular Sejam α e β os ângulos formados pelas retas r e s, res-
da reta s, pois ela é paralela à reta que passa por A e B: pectivamente, com o eixo das abscissas (veja a figura 4),
de modo que mr = tg α e ms = tg β.
2−1 1
ms = = . O ângulo β é a medida de um ângulo externo do
3−1 2
triângulo retângulo formado pelas retas r e s e pelo eixo
A reta r passa pelo ponto B, de coordenadas (3, 2), e tem das abscissas. Pelo Teorema do Ângulo Externo, sua me-
coeficiente angular mr = 3; logo, sua equação é y − 2 = dida é igual à soma das medidas dos ângulos internos não
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3(x − 3). Simplificando, obtemos adjacentes:
r : y = 3x − 7. β = α + 90◦ .
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Para encontrar as coordenadas do ponto P , devemos re- Da trigonometria, sabemos que sen (α + 90◦ ) = cos α e
solver o sistema formado pelas equações das retas r e s. cos(α + 90◦ ) = −sen α. Logo,
Fazendo isso, encontramos x = 4 e y = 5 como solução.
Portanto, o ponto P tem coordenadas P = (4, 5). cos α 1 1
ms = =− =− .
−sen α tg α mr
Portanto, obtemos
rta
tg β = tg (α + 90◦ ). (3)
b
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r
Duas retas não verticais r e s são perpendiculares se, e
somente se, o produto de seus coeficientes angulares é
Q
igual a −1.
b
P
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sem o uso de trigonometria.
O C
Na figura 5, os triângulos OAB e OQC são semelhantes
(pelo caso AA de semelhança de triângulos). Realmente, A
ambos tais triângulos são retângulos, e os ângulos ∠OBA
e ∠OCQ, tendo lados mutuamente perpendiculares, são B s
congruentes (analisando as somas dos ângulos internos dos
triângulos BP Q e OCQ, concluı́mos que as medidas de
∠OBA e ∠OCQ são ambas iguais a 90◦ − OQC). b
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Da semelhança entre os triângulos OAB e OQC, segue
que
OQ OC Figura 5: os triângulos OAB e OQC são semelhantes.
= . (4)
OA OB
Agora, sejam y = mr x + qr e y = ms x + qs as equações
reduzidas das retas r e s, respectivamente. Então, nas
notações da figura 5, temos imediatamente que
Uma das aplicações mais interessantes do critério de
OQ = qs e OB = −qr . (5) perpendicularidade de duas retas é fornecer uma demons-
Por outro lado, fazendo y = 0 em ambas tais equações,
obtemos como resultados as abscissas dos pontos A e C,
de forma que
O tração bastante simples da concorrência das alturas de um
triângulo. Nesse sentido, após ler o exemplo a seguir, su-
gerimos ao leitor compará-lo com a demonstração apre-
sentada na Proposição 3.11 do item [2] das Sugestões de
qr qs Leitura Complementar.
OA = − e OC = − . (6)
mr ms
da
Exemplo 2. Prove que as três alturas de um triângulo se
Substituindo (5) e (6) em (4), obtemos: encontram em um único ponto, chamado ortocentro do tri-
qs −qs /ms angulo.
= .
−qr /mr −qr Prova. Sejam A, B e C os vértices do triângulo, e escolha
Dessa igualdade segue que um sistema cartesiano de coordenadas com origem em B
e tal que C esteja situado sobre o eixo das abscissas (veja
qr qs a figura 6).
−qr qs = .
l
mr ms
rta
mr ms = −1. (7)
Reciprocamente, suponha que mr ms = −1. Como (5)
Po
P
cluı́mos que a igualdade (4) também é válida.
Essa última relação, juntamente com o fato de que os
ângulos ∠AOB e ∠QOC são ambos retos, nos permite
concluir (pelo caso LAL de semelhança de triângulos) que
os triângulos OAB e OQC são semelhantes. B xA C
Em particular, ∠OAB e ∠OQC são ângulos congruen-
tes, o que implica que os ângulos ∠OQC e ∠OBA são com- Figura 6: as três alturas de um triângulo são concorrentes.
plementares. Isso mostra que o triângulo BP Q é retângulo
em P , de sorte que as retas r e s são perpendiculares.
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Então, sendo (xA , yA ), (xB , yB ) e (xC , yC ) as coordena- Dicas para o Professor
das de A, B e C, respectivamente, temos xB = yB = 0 e
yC = 0. Dois encontros de 50 minutos cada são suficientes para
Podemos supor, sem perda de generalidade, que ABC cobrir o material desta aula.
não é retângulo (porque?). Em particular, as retas AB e A condição de paralelismo entre retas pode ser explorada
AC não são verticais, de forma que têm coeficientes angu- com a construção de paralelogramos, como no exemplo 1,
lares respectivamente iguais a ou de outros polı́gonos que tenham lados opostos paralelos.
EP
Caso você queira evitar o uso de trigonometria na
yB − yA yA dedução do critério para a perpendicularidade, pode se-
mAB = =
xB − xA xA guir o caminho delineado no final da página 2 e começo da
página 3. Este é apenas uma das maneiras de se chegar a
e esse resultado (outra é exibida nas vı́deos aulas). De qual-
yC − yA yA
mAC = =− . quer modo, é necessário utilizar semelhança de triângulos,
xC − xA xC − xA
ainda que de modo indireto.
Agora, seja hAB a reta suporte da altura relativa ao lado
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AB. Sendo perpendicular à reta AB, o critério de perpen-
dicularidade de duas retas garante que hAB tem coeficiente
angular igual a Sugestões de Leitura Complementar
1 xA
− =− . 1. E. L. Lima et al. A Matemática do Ensino Médio, vol.3.
mAB yA
Coleção do Professor de Matemática, Editora S.B.M., Rio
Analogamente, sendo hAC a reta suporte da altura relativa de Janeiro, 1998.
ao lado AC, temos que seu coeficiente angular é 2. A. Caminha. Tópicos de Matemática Elementar, vol.2.
O Geometria Euclidiana Plana. Coleção do Professor de Ma-
1 xC − xA temática, Editora S.B.M., Rio de Janeiro, 2013.
− = .
mAC yA
xC − xA xA
rta
· x = − (x − xC ) ⇔
yA yA
⇔ (xC − xA )x = −xA (x − xC ) ⇔
⇔ xC x − xA x = −xA x + xA xC ⇔
⇔ x = xA .
Po
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