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PENAL E PROCESSUAL PENAL.

AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. VENDA DE PRODUTO IMPRÓPRIO PARA
CONSUMO (ART. 7º, IX, DA
LEI 8.137/1990). ALEGADA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO
DO DOLO. SÚMULA
7/STJ. CONSEQUÊNCIAS VALORADAS NEGATIVAMENTE.
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A Corte de origem constatou que o réu agiu com dolo, ao
adulterar
as bebidas alcoólicas vendidas por sua empresa, e com
efetiva
consciência da ilicitude de sua conduta (e-STJ, fls. 597-
598).
Assim, a inversão do julgado, no ponto, demandaria o
reexame do
conjunto fático-probatório dos autos, providência inviável
nesta
instância especial, nos termos da Súmula 7/STJ.
2. O elevado alcance da bebida produzida de maneira
imprópria (que
era bastante popular no local e época dos fatos), atingindo
maior
número de consumidores, autoriza a valoração negativa
das
consequências do delito.
3. Agravo regimental desprovid
RSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO
QUALIFICADO. MEDIDAS
CAUTELARES ALTERNATIVAS. FATOS DATADOS DO ANO DE
2006. IMPOSIÇÃO DE
MEDIDAS EM JULHO DE 2019. AUSÊNCIA DE FATOS
NOVOS. VIOLAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA CONTEMPORANEIDADE. RECURSO
PROVIDO.
1. Hipótese na qual, em razão do suposto cometimento do
delito de
homicídio qualificado, datado de 26/7/2006, foram
impostas ao
recorrente, em 18/7/2019, medidas cautelares de: a)
comparecimento
mensal em juízo para informar suas atividades; b)
proibição de se
ausentar da comarca (área posteriormente ampliada para o
Estado); c)
proibição de ausentar-se do país, devendo depositar seu
passaporte
perante o juízo; d) monitoramento eletrônico.
2. A despeito da inequívoca ciência da investigação que
pesava sobre
si desde 2006, o recorrente manteve sua residência na
cidade do Rio
de Janeiro e, embora tenha se mudado de endereço, indo
residir em
outro bairro, não há notícias nos autos de dificuldades à
sua
localização. Não consta, ademais, registro de qualquer
outra prática
delitiva por parte do acusado, de 53 anos de idade, com
atividade
lícita e residência fixa.
3. Ademais, a despeito da inidoneidade da
fundamentação apresentada,
o recorrente de fato recolheu seu passaporte, apresentou-
se em juízo
na forma determinada, bem como requereu previamente a
extensão da
área de monitoramento, a fim de exercer suas atividades,
respeitando
as medidas impostas. Portanto, não há quaisquer
elementos que
justifiquem as medidas impostas - as quais, ademais, já
duram mais
de 1 ano e meio, extrapolando o razoável.
3. "Pacífico é o entendimento de que a urgência intrínseca
às
cautelares, notadamente à prisão processual, exige a
contemporaneidade dos fatos justificadores dos riscos que
se
pretende com a prisão evitar. A falta de contemporaneidade
do delito
imputado ao paciente e a não ocorrência de fatos novos a
justificarem a necessidade de segregação tornam a prisão
preventiva
ilegal, por não atenderem ao requisito essencial da
cautelaridade".
(HC n. 493.463/PR, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta
Turma, julgado
em 11/6/2019, DJe 25/6/2019).
4. Recurso provido para revogar as medidas cautelares
impostas.
Acórdão
EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO
ADMINISTRATIVO. PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ABSOLVIÇÃO NA ESFERA
CRIMINAL POR
AUSÊNCIA DE PROVAS. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS
ADMINISTRATIVA E
PENAL.
1. Ao contrário do que agora alega o recorrente, este nem
sequer foi
denunciado pelo crime de violação de sigilo profissional
(art. 325
do CP), bem como não houve reconhecimento de negativa
de autoria do
fato delitivo, mas sim absolvição por falta de provas, a qual
não
enseja qualquer reflexo na esfera administrativa, em razão
da
independência entre as instâncias.
2. Não há nos autos prova pré-constituída de abuso de
poder ou
ilegalidade. Antes, remanesce a penalidade administrativa
fundada no
art. 74 da legislação doméstica, não impugnada pelo
recorrente, mas
suficiente, por si só, para manter a sanção de demissão.
3. A absolvição na ação penal não produz efeito no
processo
administrativo disciplinar, salvo se a decisão criminal
proclamar a
negativa de autoria ou a inexistência do fato. Precedentes.
4. Não há abuso no ato do Governador, no que se lastreou
em parecer
da Assessoria Jurídica do Gabinete do Procurador-Geral do
Estado, em
modo de fundamentação per relationem.
5. O objeto da impetração do mandado de segurança se
limita às
razões de fato e de direito do caso concreto. Ademais, a
busca de
correlação entre ilícitos atribuídos ao impetrante e a
terceiros
demandaria dilação probatória, incompatível com a estreita
via
mandamental.
6. Recurso ordinário não provido.
Acórdão

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