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Neubern 317
Resumo
O presente trabalho parte de uma crítica às pesquisas contemporâneas sobre hipnose e dor crônica,
nas quais não é conferida ênfase ao papel do sujeito no processo terapêutico. Procura destacar como
as técnicas hipnóticas favorecem a emergência da condição de sujeito junto a pacientes portadores de
dores crônicas. Partindo de breves ilustrações clínicas, destaca-se como as técnicas promovem uma
condição de protagonismo desse sujeito, que assume uma postura ativa diante do processo, e como
proporcionam visibilidade a experiências e narrativas que possuem considerável potencial terapêutico,
embora comumente sejam marginalizadas pelos discursos dominantes. As técnicas são discutidas em
torno de três eixos: a aceitação e o rapport, o conto de historias e as subversões da linguagem.
Conclui-se considerando que as técnicas favorecem o desencadeamento de recursos e
potencialidades, valorizam o saber e as ações do sujeito e não se mantêm restritas à noção de dor
como fenômeno orgânico.
Palavras-chave: Hipnose; Dor Crônica; Sujeito; Subjetividade
Abstract
This paper has as its starting point a criticism of contemporary research on hypnosis and chronic
pain in which emphasis is not given to the role of the subject in the therapeutic process. It seeks to
demonstrate how hypnosis techniques can contribute to the emergence of the subject in patients
suffering from chronic pain. Using short clinical examples one shows how these techniques enable
the subject to take an active role in the process and how they bring out experiences and narratives
that have considerable therapeutic potential, while still being typically marginalized by mainstream
medical rhetoric. The techniques are addressed in three general categories: acceptance and rapport,
story telling, and language subversions. One concludes considering that the techniques are in favor of
triggering resources and potentials, placing value on knowledge and actions of the subject and not
remaining restricted to the notion that pain is a purely organic phenomenon.
Keywords: Hypnosis; Chronic Pain; Subject; Subjectivity
1 Contato: mneubern@hotmail.com
posto que esse corpo se torna um espaço de emoções e significados, ela se torna passível
inscrição da cultura, um portador de de influência pela ação humana, o que
significados vividos, um território proporciona perspectivas interessantes para
privilegiado da existência (Csordas, 2002; o estudo da hipnose em suas dimensões
Merleau-Ponty, 2006; 2008). Como a técnicas e relacionais.
experiência do sujeito com seu corpo passa Numa ótica semelhante, torna-se
a significar algo para ele (Gonzalez Rey, possível conceber o papel do sujeito de
2007; Lakoff & Jonhson, 1999; Johnson, outra forma no contexto do tratamento.
2007), torna-se possível integrá-la às tramas Rompendo com uma noção determinista e
da vida social, a suas relações com a cultura passiva, que caracteriza o indivíduo face ao
e o dia a dia da pessoa. Desse modo, discurso médico dominante, a condição de
independente das diferenças entre tais sujeito (Gonzalez Rey, 2007; Neubern, 2010)
perspectivas, elas apontam para uma implica numa dimensão de protagonismo
qualificação do corpo enquanto processo que o coloca na condição de ator do
vivido, de modo que a experiência de dor processo terapêutico que, malgrado as
passa a ser concebida sob uma nova ótica, determinações sofridas, possui um poder de
(Neubern, 2009a; 2010) na qual, além dos recriá-las e transformá-las em certa medida.
automatismos e aprendizados corporais, Como o contexto não se constitui numa
relaciona-se às questões com as quais o perspectiva ambientalista, formado por
sujeito lida em seu cotidiano. Ela pode variáveis reificadas, mas como um conjunto
configurar elementos da relação da pessoa de registros simbólicos e vividos que
com seu emprego ou a perda dele, com seus perpassam a relação entre as pessoas
papéis e heranças na família, sua dinâmica (Bourdieu, 2000; Morin, 1991), o sujeito é
interativa no casamento, suas rupturas de atravessado por tais influências, mas as
projeto de vida, suas crenças religiosas e as reconstrói de maneira a criar novos
pressões ou distâncias em que é situada em processos e formas de relação nas interações
suas redes sociais. Como a dor, em que toma parte. Desse modo, embora
independente de qual seja sua causalidade, seu poder de ação e construção possua
constituiu-se enquanto subjetividade2, limites, ele estabelece uma relação dialética
configurada em sentidos subjetivos, com o contexto, já que este pode favorecer
sua emergência, ao mesmo tempo em que o
2
Subjetividade, na perspectiva aqui adotada, é a sujeito pode também atuar de modo a
constituição psíquica do sujeito e implica na produção
influenciar o contexto e, talvez, até
de sentidos subjetivos produzidos a partir da dialética
do sujeito com os diferentes momentos de inserção no proporcionar que se transforme em termos
mundo sócio-cultural (Gonzalez Rey, 2007). Ela se
organiza numa ótica configuracional, isto é, sistemas terapêuticos.
subjetivos que integram processos cognitivos e
Tal perspectiva é de grande relevância
emocionais, de onde emergem os sentidos. Nesta
perspectiva, a dor crônica será aqui concebida como para o estudo das relações entre hipnose e
experiência subjetiva, mesmo que possua causalidades
físicas (Neubern, 2009a). dor crônica, pois rompe com o naturalismo
É neste ponto que há uma ênfase numa (Erickson & Rossi, 1979). Trata-se de uma
posição relaxada e confortável, em que ela apropriação que implica a geração de
pode apreciar a rosa (e refletir a situação de processos emocionais, redes de significados
outro ângulo), como na possibilidade de se e sentidos subjetivos que conferem o teor
mover até a rosa (ir até a irmã), isolar seus pessoal do paciente a tal produção e
espinhos (proteger-se dos perigos de estabelecem uma relação dialógica com suas
assumir sozinha as responsabilidades) e ações no cenário social, de modo a influir
apreciar aquele momento (isto é, exercendo em suas formas de relacionar e
o papel de cuidadora da família, tão compreender o mundo e os outros. Isso
importante para ela). Assim, em contraste permite que a experiência de dor possa se
com a rigidez com que se via nas relações transformar, assumindo novos contornos,
familiares, o conto a situou numa posição relações e formas para o paciente, uma vez
flexível em que há a possibilidade do que passa a integrar novos processos de
movimento, da reflexão e da leveza, sem que produção subjetiva.
precisasse abrir mão de responsabilidades e
tarefas importantes para ela. Não foi sem Subversões da Linguagem e
razões que, embora tivesse assumido a Inconsciente
frente dos cuidados da irmã, ela reuniu a Outra dimensão importante da linguagem
família, e conseguiu propor uma negociação hipnótica, que ocorre embutida na
produtiva com seus membros que puderam coreografia corporal do rapport e atua como
dividir as responsabilidades de cuidado com modelador de grande valia do contexto, é
sua irmã, reduzindo em muito a ansiedade e um uso de linguagem específico que parece,
a intensidade de suas dores. em larga medida, contar com uma forma
No entanto, ao mesmo tempo em que interessante de subversão da linguagem: as
essa linguagem oferece várias alternativas de referências indiretas ao inconsciente. Seja
reconfiguração da experiência de dor, não pelo uso excessivo de palavras e pronomes
há qualquer apelo para que o paciente indefinidos, que parecem funcionar como
produza um insight, principalmente diante índices (Peirce, 1998), seja pelas repetições e
do terapeuta que, numa perspectiva redundâncias, seja pela atribuição de
tradicional, espera por associações intenção e poder a outras partes do sujeito,
específicas que comprovem a pertinência de o processo de construção das sugestões se
suas intervenções e teorias (Neubern, 2004). passa com referências a uma instância além
O que importa é que a história se das deliberações conscientes do sujeito que
transforme numa produção legítima do é situada na condição de quem possui
paciente, de maneira a se tornar um sabedoria e poderes capazes de criar algum
processo apropriado por ele que, mesmo tipo de solução para atender as demandas
permanecendo inconsciente, pode ser do sujeito. Em certas circunstâncias, as
acionado e utilizado no dia a dia a seu favor referências a tal dimensão ou instância
ocorrem por meio da técnica do conhece esse sofrimento ... e pode senti-lo ... e
respirar fundo, ouvindo seu inconsciente ... e aí em
entremeamento (Erickson, 1966), ou seja, a seu corpo ... fluindo o ar ... perceber como está essa
repetição e a quebra da sequência das dor ... que forma tem ... e como seu inconsciente ...
respirado com suavidade ... pode chegar e ajudar a
expressões de sofrimento do sujeito por transformar essa dor ....
meio da interpolação de outras experiências
Essa técnica consiste na ênfase
presentes no acervo de aprendizados e
(geralmente num tom de voz diferenciado)
experiências da subjetividade do paciente.
conferida a determinados trechos da fala
Esse tipo de técnica é particularmente útil
(daí o itálico) que são interpolados entre
em situações de crise na qual o paciente
trechos que espelham ou repetem as falas e
parece se encontrar tão profundamente
expressões do paciente, passando as
paralisado pelo sofrimento que se sente
sugestões, de forma indireta, de que existe
arrastado pela sequência de expressões, de
uma sequência paralela de experiências
modo a não lograr uma solução para tal
àquela expressada pelo paciente. Essa
situação. Tal experiência assemelha-se a uma
sequência aponta para uma dimensão de
sensação de arrastamento, em que o sujeito
corporeidade ou sabedoria além do
parece ser tomado por torrentes emocionais
pensamento deliberado do sujeito –
de modo a não conseguir pensar ou agir de
portanto, inconsciente – mas que, ao mesmo
outra forma.
tempo, não se constitui como algo externo a
Assim, ao se remeter à traição do marido,
ele, já que se encontra em sua subjetividade
que fez com que contraísse uma doença
e pode se tornar acessível ao sujeito. Como
venérea, Dona Clara, 50 anos, expressava-se
ilustrado no trecho acima, isso pode ser
entre gritos e choros que a induziram a um
notado quando as sugestões se referem a sua
transe espontâneo e muito sofrido: “...
própria respiração e ao seu inconsciente, que
(choros e gritos)... ele é um monstro
se afigura como instâncias que podem
(choros)... um monstro... depois de tantos
chegar e ajudar a transformar essa dor.
anos (choros)... olha só o que me fez...
Nesse ponto, o entremeamento pode
como isso dói... que ódio! Que ódio!...”. Tais
oferecer algumas possibilidades
expressões, emitidas repetidamente,
interessantes, sendo que a primeira delas
passaram a ser acompanhadas por socos e
parte da responsividade que caracteriza o
arranhões dirigidos contra o próprio corpo,
rapport entre terapeuta e paciente. Uma vez
de maneira que o terapeuta se colocou a
que se encontram vinculados por essa forma
segurar suas mãos de forma suave e firme,
de relação, ao repetir as expressões do
estabelecendo uma continência para
paciente, o terapeuta passa a acatá-las, mas
protegê-la. Simultaneamente, ele utilizou as
também a emiti-las como sugestões, o que
seguintes palavras:
consiste num convite um tanto bizarro à
... sim, ... um monstro ... um monstro ... respire ...
um ódio grande .... suavemente ... um ódio grande primeira vista, de que o paciente reproduza
... suavemente respirando ... que te fez sofrer muito novamente as experiências que tanto o
... respire suavemente ... sofrer muito ... e você
lembrar de alguns momentos de sua infância luto, e uma experiência de vida e aquisição
em que, junto com sua irmã, comia arroz de prazer que se contrapõe à sua vivência de
doce e tomava café ao pé do fogão de lenha falta de gosto pela comida e pelas coisas da
de sua casa na roça, o que era muito vida em geral.
prazeroso para ambas. Tal relato é Desse modo, a própria figura da irmã, no
importante para a compreensão deste presente configurada em sua subjetividade à
processo, uma vez que, explicitamente, ele dor, à perda pela morte e ao desgosto, é
tem a criança como objeto, é a ela que se resgatada por ela mesma em termos desses
refere em seus diferentes momentos de aprendizados que remetem a uma infância
aprendizado sobre o doce. Porém, em sua prazerosa, cheia de aprendizados, de bons
vivência durante o transe hipnótico (ou seja, momentos e rica em trocas afetivas. Assim,
no interpretante) a paciente toma essa figura o objeto designado aparece nas sentenças
geral – a criança – e a traduz em suas ligado a uma série de outras experiências e,
próprias experiências, relembrando em suas vivências imaginárias, relaciona
momentos de grande importância de sua essas experiências positivas à figura de sua
infância muito ligados à figura principal de irmã, que é resgatada em novas
sua demanda clínica (a irmã). Há aqui, possibilidades de configuração. Esse
portanto, uma subversão interessante conjunto de sugestões permitiu a evocação
promovida pela experiência subjetiva da de experiências da própria história de Dona
paciente que transforma o objeto da Marina que puderam retomar maior espaço
sentença em sua própria figura, quando em seu mundo vivido de modo a favorecer
ainda menina, e o faz por um movimento o início de um processo de reconfiguração
próprio sem qualquer ordem expressa do da experiência quanto à figura de sua irmã.
terapeuta. Já o seguinte conjunto de sugestões
No entanto, é importante destacar um remete a essa alteração do sujeito das
aspecto de grande valia nesse momento do sentenças, que se tornam potências ativas,
processo que obedece a uma estrutura de além da atenção e das deliberações
conto de histórias. O objeto designado com conscientes do paciente, que podem atuar
o qual ela se identifica – a criança – aparece sobre ele de maneira a auxiliá-lo na
ligado a experiências de aprendizado (o que modificação de sua experiência de dor
remete a um movimento progressivo da crônica.
experiência subjetiva) e de prazer (o que é E você está aqui e minha voz chega até você... e
uma parte sua talvez possa ir para outro lugar,
situado como um aprendizado importante como quando olhamos para o horizonte e nos
da constituição subjetiva de uma pessoa). projetamos em nossas lembranças... vemos cenas...
imagens... e sentimos como se nossos pensamentos
Assim, ao se identificar com tal objeto, ela fossem embalados por uma leveza... e podemos ficar
ali... vivendo um tempo que parece não passar... e a
acaba evocando em seus próprios recursos outra parte sua fica aqui e trabalha a minha voz...
uma experiência dinâmica e crescente, que do jeito que ela sabe... e fico pensando o que seu
inconsciente já pôde mostrar pra você... cada vez
se contrapõe à vivência de paralisação do que você pensa numa parte de seu corpo, você pode
perceber o que acontece com ela... agora... se você situaram na condição de quem, numa
pensa em sua mão... você pode perceber os músculos
que se soltam... talvez os batimentos cardíacos... o posição confortável e relaxada, pode exercer
sangue correndo por dentro e esperar... o que seu algum tipo de ação sobre seu corpo,
inconsciente vai mostrar e fazer com sua mão... seus
braços... pensando em cada parte dele, e aguardando
imagens e processos, embora não saiba nem que apenas sofria a ação da dor, para uma
cogite saber por quem ou pelo o quê, nem posição em que alguma ação, mesmo que
como essa força, que age sobre ela, pequena, se tornasse possível. É dessa
proporcionou tal processo dissociativo. Essa forma que a dor sai da condição de uma
mesma força ou instância, que aparece na entidade, como no discurso biológico, para
numa vivência que, ao contrário da dor, é Por outro lado, essa nova pauta interativa
sua corporeidade, à medida que lhe permitiu que ele poderia realizar facilmente, foi
distinto, onde seu corpo pôde resgatar que estaria prestes a acontecer. Tal sequência
No entanto, o jogo interativo que se (como poder pensar numa parte do corpo) e
estabeleceu, por meio desse conjunto de aquilo que é colocado de forma indefinida
sugestões, entre a paciente, seu corpo e seu (aquilo que será feito pelo inconsciente)
1983). Assim, apesar de o termo “dor” não humana dos sujeitos, nela implicados como
aparecer explícito em nenhum momento protagonistas. Sustenta-se que a
desta sequência de sugestões, foi ela quem consideração dessa dimensão é fundamental
justificou o acontecimento daquela relação para a modificação terapêutica eficaz do
terapêutica, constituindo-se como um dos contexto e das experiências de dores
principais elementos da configuração de seu crônicas dos pacientes, tanto pela
sofrimento. Ela se tornou, desse modo, o complexidade dos registros simbólicos nelas
alvo ou o objeto implícito das sentenças implicados, como pela necessidade do
para o qual deveriam ser voltados todos os protagonismo dos sujeitos no processo
recursos mobilizados pelas sugestões, mas terapêutico (Neubern, 2009a; 2010). Daí
que, possivelmente, não eram de decorre que a produção das técnicas
conhecimento da paciente que também hipnóticas e a emergência da condição de
esperava curiosamente por eles. Cumprindo sujeito não são originárias de fenômenos
com a profecia inerente a tais sugestões, extraordinários, nem da inspiração em
Marina se surpreendeu ao perceber que seus metáforas distantes da realidade das pessoas,
braços haviam desenvolvido uma analgesia como o computador ou o laboratório
que aliviou consideravelmente suas dores (Goolishian & Anderson, 1996), mas de
naquela região e o fato de poder repetir tal atividades tipicamente humanas, como
procedimento em casa foi um indicador entrar em relação empática com o outro,
significativo de mudanças em suas relações contar histórias e brincar com a linguagem
com tais dores. de modo a poder explorá-la, torná-la um
jogo e até subvertê-la.
Considerações Finais Desse modo, a aceitação e o rapport
Uma conclusão central possível para a tornam-se importantes instrumentos
presente discussão é a de que a terapêuticos uma vez que situam a relação
transformação do contexto para as pessoas entre terapeuta e pacientes de acordo com
que padecem de dores crônicas consiste, uma pauta muito distinta do modelo médico
sobretudo, numa retomada da subjetividade habitualmente destacado nas pesquisas
humana, seja na consideração com relação correntes sobre dores crônicas (Jensen &
às suas experiências, seja na forma de se Patterson, 2006). Implicam,
engajar nas relações terapêuticas com as fundamentalmente, na existência de um
mesmas. Na compreensão aqui interesse legítimo sobre a pessoa do paciente
desenvolvida, as técnicas hipnóticas e sua experiência de dor crônica – ponto
rompem com algumas noções tradicionais que jamais pode ser menosprezado, sob o
que associam as sugestões ao engano, à farsa risco de um abalo irreparável nas
e à ilusão (Neubern, 2009b; Stengers, 2001), possibilidades de intervenção – que resulta
para serem situadas como elementos que se em duas consequências de grande relevância
constroem e são qualificados pela condição terapêutica. Primeiramente, ao demonstrar
como potência viva e embutida nas trocas surgem, mas também pela chance que se
relacionais. O entremeamento, a princípio, confere aos protagonistas (terapeuta e
costuma causar estranhamento nas pessoas, paciente) de acessar o que não foi pensado
uma vez que rompe com as formas lineares ou buscado como caminho terapêutico
e corriqueiras de pensar e se expressar sobre possível. Mais que isso, no fundo parecem
uma dada situação. A repetição da sequência transmitir a mensagem de que existe algo
de expressões do paciente intercalada por especial no sujeito que, mesmo que ele
sugestões que remetem à outra ordem de pareça desconhecer, pode ser acessado de
experiências pode incutir uma sensação de modo a fazer com que adquira uma nova
espanto ou estranheza, mas, ao mesmo condição de poder sobre a experiência que o
tempo, evocar recursos e potencialidades paralisa, machuca e tanto o faz sofrer. Em
além daquilo que o sujeito havia pensado e suma, tal tipo de relação com o inconsciente
concebido de forma deliberada sobre seu parece implicar o curioso paradoxo de
problema. De modo similar, quando se mergulhar o paciente numa fonte
inverte o sujeito das frases na construção da desconhecida (e, de certa forma, mágica)
sugestão, existe o espaço para a emergência que, apesar de estranha a ele e ao terapeuta,
do desconhecido, de algo que parece vir de pode proporcionar elementos para que ele
fora, se apossar de partes do corpo ou da se constitua como sujeito de seu próprio
mente e possuir um poder de influência processo.
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