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Gilrnar Paulo Henz

Tatiane Miranda Araúj o


Sirlei de Fátima Pereira

Produção
forango no
rito Federal
Gilmar Paulo Henz
Tatiane Miranda Araújo
Sirlei de Fátima Pereira

Produção
de Morango no
Distrito Federal

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( "l'I r1 L:h l li I Illhr.lp.1 21 11 I\)

Todos os direitos re se rvadus .


. \ rCl'n,dll(i .. n.i ... llIr"n/.1,1.1 dc'l.l pllhllc.lç.i" , n.. 1",1" "li elll
r .l rIC·, ,<ln,urul 1I,.(.lç.i" .I.. , dlrc!l()' .IUI,'r.II' l .c·1 n" '1.(,111.

Embrapa H ortali ças


HR ll(,(I km 1). Rfld" l 1.1 Hr,I'IIl.I· \ n.lp(lll,
C.1I:\.l Pu"ul 21~, -lI,)5 I·ln I Br.l 'III.I. DI '
Telefunc' (ól ).),)H5 ·<)(illll . I·.IX ((, 1) .'\53(, · ::'--1-1
Il omep.lge: hrrp: ' 1\\'\I·\\·.cnplu:mhrap.l.hr
E -nl.lil: , .lc(~ cnph.embr.1P.l.hr

C o mitê de Publicações
Prt',I,knte: \,\ 'a rk l' .\ LIrc", :\ a ,cimc'n to
Editor:1 Tc:cnica: \Iirle" rrciu, Lim.1
\kmbrm: -' adi r Bu rge, Pinheiro
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Normalização bibliográfica: ROS:l nl' \lendcs P:l rm:lgn:lni

Di agramaç:iu e C:lp:l: Jose 'l iguei do s Santos


Figura da Cap:l: BigS tock A

D adus Internacionais de C:1talog:1ç:io na Publicaç:iu (C IP)


E mbrapa Ho rtali ças

Henz, Gi lmar Paul o


Produção de mor:lngo no Di strito Federal I Gilmar Paulo
Hen z, Tatiane ~(jra nda ,\raúj o e Sirlei de Fátima Pereira.
-- Braslua : E mbrapa Ho rtaliças, 2009.

88 p. iJ.

ISBN 978-85-86-113 - 19-3

I. ~I o ran go - Produção - Distrito Federal. 11. ~ I orango -


Produção - Diagnós tico. I. Araújo, Tatiane Miranda. 11.
Pereira, Sirlei de Fátima. 111 . Tirulo.

C DD 634.75
~ E mbrapa 2009
',\I /\RI O

Introdução... .. ... .... .. ... ... .... ...... ................. ................ 7

1
CAPÍT LO
O Morangueiro no Distrito Federal ................ 11

CAPÍT LO 2
Perfil dos Produtores .................... ... ................ .... 17

CAPÍ TULO 3
Práticas Culturais ............ ........ .. .................... .. ...... 25

CAPÍTULO 4
. ....................................... . 43
C on t ro1e F 1't ossaru't'arlO

CAPÍTULO5
Comercialização .. ........ ............ ............... ........ ....... 55

CAPíTULO 6
Dificuldades e Desafios .................... ............ ..... 63

Referências Bibliográficas.................................. 77

Anexo ........................................................................ 83
I TRODU ÇÃO

A cultura do morangueiro é tradicional no


Distrito Federal, tendo sido primeiramente introduzida e
conduzida de forma empírica pelos agricultores de origem
japonesa vindos da região de Atibaia, São Paulo, até hoje
o principal pólo de produção de morango naquele estado.
Estes agricultores pioneiros vieram iniciar o cultivo de
hortaliças e de frutas para abastecer o novo mercado do
Planalto Central. Muitos foram assentados pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA,
a partir de 1970, no "Projeto Integrado de Colonização
Alexandre Gusmão (pICAG)", na Região Administrativa
de Brazlândia, atualmente o principal produtor de morango
do Distrito Federal.

A cultura adaptou-se facilmente às condições de


clima e solo do Planalto Central e encontrou um público
consumidor para esta frutinha atraente, de cor bem
vermelha, ácida e doce ao mesmo tempo. O brasiliense
logo acostumou-se com a produção local, com a oferta
concentrada no período da seca, de julho até outubro,
marcada inclusive pela já tradicional Festa do Morango em
Brazlândia, que ocorre todos os anos no mês de agosto,
auge da colheita nesta região.

Os produtores locais sempre contaram com o apoio


técnico da Emater-DF e da Embrapa, muito embora

Cibllar POli/O l-ItnZ I Tatiallt M iranda A raújo / S irl,i di: Fátima P"..ira 7
pouco~ rrohlclll,l~ ~l' IJm rL"t1Il1l'l1rl' li!l1iIJntc~ :1 clIllll1'.1
do 11l0LlngO no D i~trit(l Fednal. 1': ntrl'Ulll(), , 1~~i!l1 C()!l10
outr:1S hortíco!as, a prodllç:l o do Illor:lnglll'iro p;t'~()lI
por grandes transfor!luç(-)C~ tecn()l()gic.l~ L', ,lO Ille ~mo

tempo, nO\'os desahos, Entre estl'~, podL' - ~e ciC1 r O~ Cll~lO~


de produção, ,I inciclcncia de docnças l' rra g:l~, o ll~() de
auwtóx.icos se m re~istro
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para a cu ltura e a cO!lstataç:l o de
resíduos nos fru tos e, CIll 2(l(l9, a LlllCSt:l 0 da LJll ali lb de d a~
mud as e a incid ênc ia do \ 'erm elh ão',

FeL zme nte, existem di\'ersos li\1'os, arti gos cien tíh-
C05 e pubLc ações técnicas sob re a cu ltu ra d o m o rang ueiro
edúados no Bras il, fru ros do traba lh o de d rio s pcsLJui sa-
dores e ex ten sio njstas que at uam nas principaj s regúles
produto ras, Esta pubLcação prete nd e dj sponibili za r info r-
mações atualizadas so bre o m o do de produzi r morango no
Distri to Federal, resLJtanteS d os trabalhos de co nclu sào d e
curso (T CC) realizados pelas fo rm and as em Ag ro no mi a
da s Faculdades Integradas da T erra d e Bras íL a - FTB, T a-
ciane J\uranda Araúj o e Sirlei d e Fácima Pe re ira, em 2009,
sob minh a o ri entação, Neste trabalho d e eqwpe, fo i a\'a-
Lado o perfil d os produ to res e caracterizad os os siste m as
de produção e de p ós -colh eita do m o rango, além de tere m
sido idenciflcados os fato res limitantes, É um a co ntribw -
ção atualizada que visa o aprim o ramento d o CLJcivo do
morang ueiro no Distrito Federal, e que també m p od e ser
aplicada nas demru s regiões p rod uto ra s no Brasil, em es-
pecial, nas áreas o nde a p rodução é feita maj o ritariam ente
p o r pequenos produtores e agricultores familiare s,

CIIII/a/' P H mz
Pesqui sad o r
Embrapa H o rtali ças

8
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o MORANGUEIRO O DISTRITO FEDERAL

A partir do século XVIII, o morango vem sendo


cultivado em jardins e hortas domésticas no Brasil, passando
a ter importância econômica nos Estados de São Paulo e
do Rio Grande do Sul a partir do século XIX (SANTOS;
MEDEIROS, 2003). No Distrito Federal, o seu cultivo
foi iniciado na década de 70 por agricultores japoneses
oriundos da região de Atibaia-SP, assentados pelo INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), no
"Projeto Integrado de Colonização Alexandre Gusmão -
PICAG", na região administrativa de Brazlândia (EMATER
- DF, 2005).

O cultivo do morangueiro começou com pequenas


áreas e plantios rústicos, de acordo com a experiência
dos agricultores pioneiros e as tecnologias de produção
disponiveis à época. A região de Atibaia, em São Paulo,
continua sendo o mais importante pólo de produção de
morango no Estado, onde são adotadas tecnologias avançadas
de cultivo, com a obtenção de altas produtividades. Desde
este inicio pioneiro, particularmente a partir da década
de 1990, o cultivo de morangueiro no Distrito Federal
também acompanhou a evolução tecnológica das regiões
produtoras do sul de Minas Gerais e São Paulo. A partir
desta época, ficou reconhecido o potencial econô mico

Cil",or POlllo H",Z / Todonr /IIirond" AraÚJO / Slrld dr Fátima Perriro 1I


d o ' ulli\'o li · lll or:lll go p:lr:1 :1 rl'g l:I(), c() rll :1 inlr() du ~': I()
til' Il()\ ' a~ ' lIlliv ; lrl' ~ e Oll lr: l ~ ll:c lli ' :I~ d l' cu lli vo, () l llle
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r un li ~ ti o l)i ~ lril o I '' nkr:tI , 1l :'I() O h ~ I : llll e o a lio c u ~ lo d ·
produ(J io (1,()I>1 '5 e l a I. , _(J()S) .

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ali ilud . tio l) i~ 1 ril o I:l'lkr:d, el1l lorno d · I.()()(J mel ro~, e
:'t~ olldiçiies c lim :íl i 'as do Pla n:tl lo Ce n l n tl , o nd e o corren
Iem p 'r:llu ras ma i~ a 1I a~ no ve r~o, l iue fa vo re em a pro d u ~'~o
de mud as, ~eg uid o d e in ve rn o a m e no e se o, (lU ' f:lvo re e
a fl o ra ~(), a rrulili c;I Ç~O e :1 m a ior l lua lid ad e do s frulos.
/\ Iém di s LO, o c ulli vo d o m o r:lIlg uc iro lem um g ra nd e
p:lpe l soc ia l p anl o Di st rit o I:cd e ra l, pela e l 'va d a d em :lnd a
de m ão d e o i ra, yu e re prese nl :! pari ' s ig niri c:ll iv:! do uslo
tOlal d :! ul tura e cOllrribui p a ra a ge ração d e em l rego e
re nd :1 (LOP I ':S e l a I. , 20(5). /\s co ndi ç() es de so lo e c lim a
d i ferem signi ri a ti va m e nte d a luel as da s d ema is regi() es
bras il e iras produl or;ls d e mora ngo, o mo o s ul d e Minas
Ce ra is, São Pn tl o, I ':s pírit o a nlO e Rio C; ra nd e do S ul.
/\ tu a lm e nl e, regiões nào- Iracli io na is eS lão se nd o ava liad :ls
p a ra a produ ção d e m o ra ng ue iro, omo a região d e Ba uru ,
e m São Pa ulo, e o norte d e Minas Cu'a is, yue po ss ue m
climas e tipos d e so lo di stintos (0 1/\ e t a I. , 20(7).

I:s ta pub licação é o res u ltado d e um !cvantame n to


preliminar lo perfi l d os produtores d e m o ra ng ue iro d o
Di str ito Federa l e d e s uas prá ticas agríco las, reali za lo
no p e río d o de junho a o u tubro d e 2009, p o r lTl e io da
a p li cação de qu es ti o nário co m qu estões abertas (s ul jetivas)
e fec had as (obj e ti vas) . /\s questões foram d ist ri buíd as
e m qu atro g rupos co nfo rm e s uas es p ecifi c idad es : p e rfi l

12
~ OC I O " o nt) 1l1 i 'o do ag ri ' li IOI'; pr:11 iCls :lg I'I o l,IS "d!) I:1
las; '0 111 ro l, fil oss:lnit á ri o; 'o l1l er ' i ,il i"" I ~' ao ' 1 r()du ' , I( )
(!\ n 'XO I),

UI 1:1ve rs~() 1 r 'li m ina r lo <'lu esli on;lri o fo i subm 'Iid :1


: I( )S p rodul o res po r d Wls p 'SSOHS 1 ara v;ilid a ao, 1 'o ram

av ,l!i;ld o s ;1 I 'nil ê n -ia, a fa 'ili d;ld ' Ie om l r 'ens,I( ), ()


I 'm l () Ie apli ' ação e a adetlu açã{) d() vo ai ul:í ri o ulili ",;l<.! O,
Co mo result ado, rOf:lm ~ 'il OS ;t1gu ns ajus les ' 'or reçii 's no
<'Iu es li o nilri o, lo rn and o o Ilais simp les, run i{)n al ,ril il de
ap li ar,

() respo ns:ív' l pei;1 ullura do memll1go em ada


pro pri edade fo i en t rev istac.lo indi vic.l ualmen te 1 or m 'i o
cJe visit;\s 1 rese n iais I ara apli ;IÇ1i.O lo qu es t in:írio, Os
p rodut o res foram di vididos de a o rd o om () tamanh o da
~ rea cult iva c.l a om mora ngo (g rand es o u pequ enos) e o
siste ma ck ulti vo utili zado (co nv' ncio nal o u orgâ ni o),
J!c>ram entrev istados 20 proc.lu l'O res, e des l'es apenas um
fo i atego ri za do o mo gra nd e e do is ad(mlm () sistema
o rgâ ni co, Todos os Ic:m ais prod uto res fo ram alegorizaclos
co mo pequ enos produ to res o u agri ' ul to res fa mili ares, qu e
c ul tiva m so ment e 1 ha Ic m o rango, anu alm ente, e adotam
o siste ma de ulti vo co nve n in nal de fo rm a pratica mc: nte
simil ar, sem mui tas va ri ações, Po r esta razão, a pesqui sa
fo i rc:a li zada co m um a am ostra rel ativa mente pequ ena
Ie I rodut, res, mas qu e rc: presc ntam cc: r a de 9(YYí, da
p rodu ção bras ilicnsc: de mora ngo,

( ,lIlI/lIr PtJltlfJ I Imz / 'f'tlliIJl/f' A4imlJ(/(/ /Jf'{uí)') / Sir/"i tlr I 'á/illlll J'crrim 13
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PI: RFIL SÓCIo-Eco l() W CO DOS PROD TORE

o presente levanta mento, realizado em 2009, foram


feita s perguntas sobre a identificação dos p roduto re s e
se u perfil sóci o-eco nô mico (A nexo I), co mo escolarid ade,
ex periência em ag ricultura, situação do respo nsável pela
cultura do morango (proprietário, empregado, meeiro),
área da propriedade, área co m morango, planti o de
o utras cuJturas, ex peri ênci a co m a cuJtura do mo rango na
prop ri edade, data de planti o, adoção de ro tação de culturas,
mão-de-obra dj sponivel (permanente, tempo rári o, familiar,
co ntratado), salári o e o rigem do capital inves tid o (próprio,
empréstimo).

Idade e Escolaridade dos Produtores

No Distrito Federal, a méilla da idade dos


produtores de morangos é de 39 anos, sendo que 19% não
possuem nenhuma escolaridade, 37% poss uem o ensino
fundamental (antigo 10 grau) inco mpleto, 13% possuem
o ensino fundamental completo, e 31 % possuem o ensino
méillo, o antigo 20 grau (Figura 2.1 ).

Cillllor PaI/lo Hmz / Ta/iall' II/irrllldfl Amájo / Siri'; de Fá/illlo p,,.';m 17


o Se m Esco la rid ade
o F und . In com p lc. o
O Fun d . Co mplclO
O E n sin o médi o

F igura 2.1. Escob ri d ~ d e Ill c di ~ do, produ to re, de 1ll0 LlngO do Di, trito
Federal.

Experiência dos Produtores

A médi a de ex peri ência em agricultura é de 21 anos


e a maio r parte dos res po nsáve is pela cultura do mo rango
são os próprios proprietários (81%). O s empregados
respondem pela pro priedade em apenas 19% dos casos
entrevistados.

Uma info rmação mui to interessante é a experi ênci a


médi a de oito anos dos produ tores o rgâ nicos e dos
convencionais com a cultura do morangueiro. Também
pode ser co nsiderado co mo signi fic ativo que um único
produ tor, categorizado como grand e, cultiva o morangueiro
há 20 anos na região.

Mão-de-obra

Para o cultivo do mo rango, o grande produtor


denomjna os trabalhadores de " parceiros", em um to tal de
20 contratados na propriedade, co m um salário mensal de

18
R$ 800,00, e mais d uas pessoas da família. as pequ ena
propri edades no Di stri to r:ede ral, trabalh am em médi a
du as pessoas da famíli a e qu atro traba lh ado res co ntratados
co m um salário médi o mensal de R$ 600,00 . Os p roduto res
do istem a o rgâ ni co têm duas situações di stintas a
res peito da mão-de-o bra: um produto r utili za mão-de-
obra famili ar (três pessoa ) e mais qu atro trabalhadores
co ntratados co m salário de R$ 465,00. O o utro produto r,
qu e ado ta um sistema de culti vo baseado em princípios da
Fu nd ação Mokjti O kada (M.O .A), mantêm quatro pessoas
permanentes para a cultura do mo rango, dois familiares e
du as pessoas co ntratadas para a propriedad e, co m salário
médj o mensal de R$ 600,00.

Origem do capital

A maior parte do capital investido no cultivo do


mora ngo é oriund o dos próprios agricultores (81 %) , sendo
que 13% dos produtores utili zaram recursos do PRONAF
(programa Nac io nal de Agricultura Familiar) e apenas 6%
buscaram emprés timos bancários (Figura 2.2).

o Capital próprio

o PRONAF
o Empréstimos
bancários

Figura 2.2. O rigem do capital dos produ to re s de mo rango do Distrito


Federal.

Cillllar PaI/lo l-I",'\. / Tatiq /l' i1Jim"da /lrf/lÍjO / Sirlti de Fa/lll1f1 P" 71'm 19
Escolaridade e Perfil Sócio-Econômico

E ntre os produtores entrev istados, 37% não


poss uem o ensino fundam ental co mpl eto (10 grau) e 19°;()
não poss uem nenhuma escolaridade. t\ baixa e co larid ade
pode res ultar em li mitações ao acesso a nO\·as info rm ações,
tecnologias e instr uções quanto à utili zação de agrotólUc S
e adubações, dentre ou tros, que poderi am res ultar em
melh o rias no cultivo e manejo da cultura. Es ta qu estão
deve ser co nsiderada também em relação ao serviços de
asslstencia técnica e ex ten são rural aos produto res de
morango. O utro fator que pode esta r associado à qu estão
da bai xa escolaridade dos agricultore s que cultivam
morango no Distrito Federal é a clihculdade de fo rmar um a
associação o u cooperativa que represe nte os interesses do
setor.

A grande mai o ri a dos agricultores (81 %) se


responsabiliza cliretamente pelo cultivo do morango.
° envolvimento direto no gerenciamento da produção
melhora os cuidados com a cultura, que é muito
eXlgente em tratos culturais e demanda cuidados cliários.
Entretanto, a respon sabilidade com a cultura pode
também estar relacionada com a baixa escolaridade, já
que fica clifícil retomar os estudos depois de adulto. Além
clisto, os produtores também estão envolvidos com a
comercialização.

Os produtores de morango do Distrito Federal


enquadram-se na categoria de familiar pelos critérios de
área, renda e força do trabalho do PRONAF, da Secretaria
da Agricultura Familiar (CARVALHO, 2005). De acordo

20 P ltO DuÇAO DE M O ltANGO NO DIST RI TO F EDER," .


co m es te cntenos, a área não pode ser superi o r a quatro
módul os fiscais; a rend a deve se r p rove ru en te em 80%
do pró pri o e tabelecimento; e a fo rça d trabalho deve
se r famili ar, admitind o-se a co ntratação de trabalh ado res
eventuai s e de até do is empregados perman entes.

D entre os p roduto res entrevi tados, a maio ri a é de


pequenos produtores qu e culti vam, em mécLa, 1 ha de
mo rango no sistema co nve nci o nal em propriedades com
área médja de 8 ha. O cultivo do morango é muito oneroso
e depend e de mão de obra permanente, e o plantio em
áreas com mais de um hectare para pequeno s produtores
nào é co mpensador.

C i/mor POli/O H",Z / Tolia", Mimnda A raújo / Sirl,i de Fálima Pereira 21


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C t\Rt\ TER I Z t\ 'Ao DO Sl T I-:l\lt\ D E PRODU Ao

Os produtore de morango do Di strito Federal


foram qu estio nadas obre as práticas agríco las ad tadas
na cul tura para caracterizar o i tema de produção local,
como a fo nte de orientação técnica da produção; origem
das mud a e forn ecedor; variedades plantadas em 2009
e área com cada uma (o u n" de mudas) ; intenção do
produtor em plantar as mes mas vari edade s em 2010; razão
da esco lha das variedades; tamanh o dos canteiros; material
utili zado na cobertura dos canteiros; sistema de man ejo do
solo e adubação ; reali zação de análise de solo; ad ubação e
identiflcação de problemas durante o cultivo; quantidade
de calcári o e tipos de adubos orgânicos utilizados;
adubo N PK (fórmula/ quantidade) e micronutrientes;
fertirrigação; irrigação (método, freqü ência e duração);
modo de determinar a necessidade de água; origem da
água e orientação na utilização da água (Anexo I).

Sistema de Produção

Foram identificados dois sistemas de produção da


cultura do morango: convencional e orgânico. A maior parte

Gi/l1/fJr POli/O H",Z / TfJhaJlf MiraJldtl Arm!io / Sir/ei de Fátima Pereira 25


dos produ ro res de mo rango do D isrriro Federal (> 9()!10)
adora o si tema de culti\'() co m'encio nal, co m a uti liza fio
de fertili za ntes qu ími co ag ro tóxicos para () cOntrole de
p ragas e de doe nça . o mente do is p rodu to res ado tam o
sistema de cu! ti \ ' 0 o rgâ ni co e ta mbém se di fc renciam do s
prod uro res do sistema co m' nci nal pela maio r área méd ia
rotal da pro priedade, (3 ,.5 ha), n le apenas 0,8 ha, em
m ' di a, sào ocupados com a cu ln lra do mo rango.

Tam anho da Área de Produção

D e acord o c m a área cul ti \'ada co m mo rango,


fo i p ssÍvel dividjr o s produt re em do is o-rupo s:
grandes e pequenos produ ro res. penas um produ ro r fo i
caracteri zado co mo grande, ocupand o um a área de 10 ha
co m a cultura do mo rango em um a p ropriedade co m área
rotal de 30 ha. O s demai s produ ro res foram co nsiderado
como pequenos, com um a médj a de 1 ha co m mo rango
em propriedades com ár ea média de 8 ha.

Outras Culturas Plantadas na Propriedade

Os produtores que adotam o sistema de cultivo


convencional, além do m orango, cultivam em suas
propriedades outras espécies oleríco las, com o ceno ura,
beterraba, pimentào, feijão-vagem , tomate, repolh o e
brócolis, entre o utras. O grande produ tor planta apenas
morango, o que lhe dá um a grande vantagem na p rodução
pela especialização e experiência da mão de obra e também
na com ercialização, pelo volume produzido. Os p rodutores

26 P RO Dl <;Ao DE M ORA:-'l.O :-'0 D ISTlUTO F EOLRAL


o rgâ ni os plantam cli ve r as fru ta s, co mo go iaba, laranj a e
ba nana, e horta li ças, co mo bráss ica , cucurbi táceas, batata,
tomate e fe ijão- vage m.

Ro tação de CuJturas

A g rand e ma.io ri a (8 1%) do produto res d e mo rango


faz ro tação de cul turas na pro pri edades e 19% não fazem.
Co mo a cu ltura \0 m rango não é a única cultura ex plorada
pelo agriculto re a propriedades têm, em média, 8 ha,
a ro tação de co m o utras culturas I ríco las é grand emente
facilitada. s produto res faze m o aprove itamento racio nal
da adubação resid ual e também dos canteir os co m
" mulching" apó a elimi nação das plantas de mora ngo,
ao fi nal d cicl o prod utivo, e plantam alface, abobrinh a e
pimentà .

Data de Transplantio

o Di strito Federal, o transplanti o das mudas de


morango para canteiros defi ni tivos ocorre principalmente
nos meses de março (56%) e abril (44%). Para o grande
produtor, também é feito um segundo planti o em setembro
para o cultivo em túnel baixo e, assim, o fertar o produto
no periodo de entressafra, época em que uma unidade com
250 g de frutos chega a custar R$ 6,00 em comparaçao
com R$ 1,50 no periodo regular de safra.

Assistência Técnica

D os produtores de morango do Distrito Federal


entrevistado s, 37% utilizam-se da orientação dos

Gilmar PaI/lo /-1",,- / To/iOltf Mira"M A raújo / Si&i d, Fátima Pmira 27


engenheiros ag r() n omo~ da I:mater-DI; e também de
expe ri encias de anos anteriores; 25" o ~cgllcm experiências
de anos anteriores para a produção ele morango; 25" o
segue m o rientações ele oucros meio!> de di\'Ldga :10 ( rc\· i sta~,
unos, agrà no mos de sr, técnicos ag ríco las, etc.); (; 13"0
segue m o ri entações ape nas dos engenheiros ag rô nomos
ela E mate r-DF (Figura 3. 1).

o Experi ência

Eng. Agr. + experiên cia

o Enge nh eiros Agrônomos

Outros meios

Figura 3.1. .\ ., jqencIJ lecnlca ao' produwres de morango do DI 'lrilO


Federal.

Origem das Mudas

Exis tem po ucos fo rn ecedo res de mud as de


morangueiro no Di strito Federal, se nd o qu e 69% el os
produtores entrevis tados adquiriram mud as de um único
fornecedor, que comercializa mudas proveni entes de São
Paulo em Brazlândia-DF. Os demai s produtores adquiriram
mudas de uma empresa d o município de Bom Princípio-
RS, que importa mudas da Patagônia; de um revendedor
de São Paulo; de um reve ndedor do Paraná, com mudas
oriundas do Chile; e de um revendedor de Taguatinga -
DF, com mudas oriundas de São Paulo.

28 P ROD UÇAO DE M O RANGO NO DI STRlTO F EDE RAL


Variedade Plantada em 2009

I ~m 2()()<),produto rcs do Di trI to Fed t.:ra I


0<;

planraram a~ sq;uintes variedade,,: 'Oso Grandc', ' D ovcr',


'Camino Rea l', 'Ca lif(')rni a', 'Camaro a' e ',\Ibi on'. D c ~ ta ,
a mais cu ltivada cm 2()09 foi 'Oso Grande' e cerca de
3W' dos produtorc. enrrevi stado. plantaram o mente
(j

esta culti\'ar. o~ demai opta ram po r pl antar até qu atro


culti\'ares diferente. na mesma área.

Principai característica de algumas das cu ltivares


mal plantadas no Di stri to Federal (DUART FIL HO e t
aI., 1999):

• Dover: D ese nvo lvida pelo prog rama de


melhoramento da Univer idade da F ló rida - EU .
C ulti va r de dia curto, muito produtiva, baixa
ex.igê nci a em frio, produz fruto c m textura
mLúto firme, proporcionando melhor durabilidade
e resistê nci a ao transporte, quando comparada
às o utras cul tivares. Adequado para mercad os
dj stantes das áreas de prod uçào. Essa cultivar foi
introdu zida no País devido a sua tolerância ao
fungo Co//e/o/riclJ,1tI1 aCl/tcltllTJ1, causador da " Aor
preta", entreta nto, nào se mostrou tão eficiente
em co nruções ambientais brasileiras. Apesar
russo, creruta-se a esta cultivar os méritos pelo
crescimento em área verificado nos últimos anos,
não só no Estado de Mi nas Gerais mas em todo o
Pais.

• 050 Grande: Foi lançada em 1987 pela U ruversid ad e


da Califórru a. C ultivar de ruas curtos e de grande

Gil",,,!, Palllo Hmz / T"ho", /IIirOl/dlJAraríjo / J'irlei dr Fáti",,, Pereira 29


adap tab iudade ambi ental; planta \'igorosa, com
folhas gra nd s e de coloração \'erdc esc ura; ciclo
mecLa no e elc\'ada capacidade produti\'a, rru tos
de ta manh o gra nd e, po lpa de textura firme
no inicio da produ ção e m edi ana no fina l da
colheita, de co lo ração \'erm elh a cla ra e aro mátic a;
epid erm e \' rm elh a clara; sabor subác id o, próprio
para co nsum o " in natura" , To lerante ao mo fo
cinzento (BolIJ'tis c/mrl'a) e susce ptível à mancha de
mjcos ferela (,\ 1j'(ojpbClprella j iLJgtll7C1f) e à antracnose
(CollelolndJIII1l j ragan'ae e C. amtalllll/) ,

• Cam aro sa: Foi lançada em 1992 pela U njversidade


da Califórnia, Culti \'ar de djas curtOS; planta
,'igorosa co m fo lhas g randes e co loração \'e rde
esc ura; ciclo precoce e co m alta capacidade de
produ ção, Frutos de ta m an ho g rande; ep ider me
ver m elh a escura; polpa de textur a hr m e e de
coloração intern a verm elh a brilh ante, escura e
uni for m e; sabor subácido, próprio pa ra co nsum o
in natura e indu strialização, Suscetível à m ancha de
mj cosfarela (Mycosphaerella jragariae) , à antrac nose
(ColletotriclJIIIJ/ fragmiae e C. aculatum) e ao mo fo
cinzento (BOflJ,tis cinerea) ,

• Camino Real: D esenvolvida pelo program a de


m elh oram ento da Universid ade da Cali fórnia,
D avis, Trata-se de uma cultivar de ruas curtos e
porte m eno r, m ais co mpacta, ereta, aberta e m enos
vigorosa que a 'Cam arosa' , Seus fruto s poss uem
melh o r fo rma e tamanho, o que melho ra a
ehciência da co lheita, Além russo, possui excelente
sabo r podendo ser co m erciali zada, tanto p ara o
co n sumo in natura quanto para a indústria.

30 P HOD VçAo D E M URAN GU NO DI STIUTO FFDERt\l .


I~ m 2() IU, 75(1 u dos produtores prete nd em plantar
as mesma varieda \CS c 25 t yu irão sul stituir po r o utras
variedades. 1\ IOLivos pel o qu ais escolheram as va ri edades
plantadas em 2009:

• 25% po r facilidade de p rodu ção;

• 6°/.., po r lispo nibilid adc d mud as;

• 6% P r utrOS mo tivos, como resistênc ia a doenças,


po r exempl .

Tamanho dos Canteiros

o D istrito Federal, os ca n teIros em méclia


apresentam 1,16 m de largura e 0,30 m de altura, co m
0,33 m de djstância entre plantas. Este ti po de ca nteiros,
cobertos por " muJch" de plástico, ta m bém é utilizado nas
demrus regiões ptod utoras de mora ngo no Brasil .

Cobertura dos Canteiros ("mulching")

• 82% dos produtores utili zam apenas " muJch" co m


plás tico preto (Figura 3.2) por ser o mais barato,
não suj ar os frutos, manter a utTÚd ade do solo e
evi tar cres cimento de plantas d aninh as.

• 6% utili zam plástico preto o u branco: de aco rdo


com os produtores, o plástico preto causa
aquecimen to do solo e o plás tico branco (Figura
3.3) auxili a no controle de ácaros e co nserva o solo
mrus frio.

Cil/l/"I' Palllo /-Im" / "(rllia", JIIil'(//u/" Anllijo / 5idá d, Fd/II"" Pm i", 31


• () " 1l1ili /, 11l1 pl.l'tlCO prl' IO L I)r,lle.ld() I Ig ULI 'l ...J ,
p()l' .1 l11h(" '-.I\()reCL1l1 (, liL- ' LI1\(,1\11l1el1[(' d,l '
r.11 / L" .. t!IL 1'.1111 .1 te1l1p 1'.llULI d" "d", ,IU1l1L'I11.11l1 .1
.I CI( , lk 1111cn ) n.~. 1111'1l1 '" L' 111 LIh , '1'.1111 " de'L'I1\ (,I
\ l1l1L'!l(O d .i' pl.ll1l.l"

\p()' .1 1l1l11 /.lCI() d() "l1111lch", l11UllC" pr()dult,rl"


rl'll1'.1l11 l" rL'te" de p1.1'tlCO de" C1Iltcln" e d() .llll p.l1'.1
c ()( )per.H i\ .1 ' de rL'Clcl.l L;ell' de 1l1 .Herl .ll', L
'I1Llu .1111() ()UlrO ,
.1pen,l' re(Jr.llll d(), C.ll1tCI['()' e dC'clrl.llll 11.1 I'ropn ,1
I'ropn ·ll.lde.

Ma ne jo d o Solo

\ mCL1lk ( .')()IIII) d(), I'roduLO rc, fll .11l.lI I'C dc ,010


.1ntc~ d() pl.1mi() d.1' I11UlLl, e utilil:1 ,I' rcc()lllCnd,!C(lL"
,1g roIlÚmic.l' indic.1d,1' 1',11'.1 CO r rCc1() d o ,010, . \ OUlL1
metadc do, prodll(() IT' nJO f.11 ou nunC,l fCI ,1n;ilj,c de
~o l o , pois akg:1111 já conhccc r :1 c,t r utu ra d o '0 10 c , ua,
ncces~idadc~ po r expe r i cncia~ d o~ a no:, .In tcrio rc, c w m b e m
po r já conhece r a l lW1 1l id ad e d a ad ubaçào recome nd ad a
p ara a produção d e m o ra ngo.

F ig ura 3,2, Pl.i"lc(l rlTI!) uu!Jnd" no cululo do 1110L1nl(o, Ih .,/I.indl.t-D I',


2UII'). 1'(lIO: T.ll1.1n~ .\ IILlnd .l \rnulo)

32
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1

,
}, J't;a - j
AI / SEDE

Figura 3 .3 . 1'I.''''ê'' hr.II1(" ultI'/.,do n" (U\tl\" d" mor.lng". Il r.J/l.índJ.I - DI ·,


1 01": T.Jl J.II1l' \1tr.lJld. , \r.l lll"J
21111 1).

Figura 3.4. Pl ás tico prateado utili zado no cu lti\'o do morango, I3raz lândi a-D F,
2()ll<). (Foto: Tati ane ,\ Iirancla i\raujo)
Proble m as ap ós o Pl anti o d a Mud as

o caso de detectarem algum tipo de pro blema com


as plantas, como po r ex mplo, sinto mas de doe nças ou
desbal anço nutrici onal, 81% dos produtores de mo rango
utili zam da sua própria experiência dos anos anterI o res.
Apenas 19% procuram as inclicações de enge nh eiro
.
agro nomo .

Adubação no Cultivo Convencional

Calcário: Todos os produrore co nvenci onais


utilizam, em méclia, 821 kg de calcário por hectare, variando
de 0,5 a 3 tonelada.

Adubação Orgânica: a grande mai o ria dos


produtores utiliza somente esterco de galin ha o u
combinações com outras fontes de matéria orgânica
(Figura 3.5), como por exemplo:

• esterco de galinha, adubo da marca comercial


"Fosmag", farinha de osso e torta de mamona;

• esterco de galinha e torta de mamona;

• esterco de galinha e composto de uma marca


comercial;

• esterco de galinha e farinha de osso;

• esterco de galinha, farinha de osso e torta de


mamona;

• esterco de gado e torta de mamona;

• farinha de osso e torta de mamona.

34 P KODUÇ.\O DI'. I\ IO RANGO () D ISTRITO FI,D~R.\ I


Es t. Frango D Es t. Frango + o utros
D · st. Gado + o utros o O utros
Figura 3.5. Adu bação o rgâ ni ca utili zada no cul tivo conve ncio nal po r
pr duto res cle mo rango cio D istrito fede ral em 2009.

Micronutrientes: os micronutrientes utilizados pela


maioria dos produtores são Yorin®, Idropin 6.0, 49, Boro,
Magnésio, Zinco e produtos da marca comercial Kifol®,
entre outros.

Fertirrigação: os principais produtos utilizados são


KSC 5®, Mape® purificado, produtos Kifol®, Megafor®,
nitrato de cálcio, sulfato de potássio.

Adubação Orgânica: são utilizados na produção


orgânica "bokashi", compostagem, cama de frango,
esterco de gado, farelo de osso, e, geralmente também são
incorporadas ao solo palhas de milho plantado na área
antes da cultura do morango.

Cilmar PaI/lo I-Imz / Tatiam MiftllldtJ Araújo / Siri" de Fátima P"úra 35


Irrigação

Na irrigação (Figura 3.6,) é utili zado o gote jamen to,


em médi a de quatro vezes por semana por todos os
produtore s, co m duração médi a de 40 minu tos por
aplicação, em conjun to co m a as persão co nve ncional (75%
do produtores) em média duas vezes por se mana e duração
média de 18 minutos por aplicação.

Figura 3.6. Irrigação utili zada na produ ção de mo rango, Braz lândi a - DF,
2009. (Foto: Tati ane Miranda Araújo)

Necessidade de água: a maJor parte dos produ-


tores (82%) usa sua própria experiência para determinar a
necessidade de água; apenas 12% utilizam pluviô metros e
6 % seguem indicações agronômicas.

Origem da água: para 75% dos produtores, a água


utilizada na irrigação provem de cisternas, 6% provem

36 P RO D UÇ'\O Dlo i\ IORANGO t'o DI STR ITO F EDE RAL


de eo rregos, e 19(Yt, prove m de o utro s melOS, como por
exe mpl o, d e poços artesianos.

Orientação da utilização da água: a g rand e


maioria (88%) dos produtores segue experiênci as de anos
anteri o re s, 6% segue ori entações dada s po r agrô no mos e
6% segue o rientações de Jj vros o u revi stas.

Caracterização do Sistema de Produção

Os prod utores do D F, independ ente do sistema de


cultivo, baseiam-se, na maioria dos casos, em experiênci as
dos anos anteriores ao invés de buscar novas infor mações
junto à E mater-DF o u outras fo ntes de assistência. A
tend ênci a natural dos produtores é sempre repetir as
práticas culturais dos anos anteriores, o gue limita a adoção
de técnicas mais modernas de cultivo o u inovações geradas
pela pesgw sa.

Como observado neste levantamento, a não


utilização da análise de solo por metade dos produtores
pode causar excessos no uso de corretivos e fertilizantes,
com aumento desnecessário d o custo de produção, além
de possivelmente causar di stúrbios fisiológicos na planta
e contaminação do meio ambiente. Apesar da ineficiência
no uso d essa prática, 82% dos produtores fazem o uso
da rotação de culturas, uma prática que pode melhorar a
es trutura do solo, melhorar o controle de plantas daninhas,
interromper o ciclo de pragas e doenças e diminuir o
esgotamento do solo.

A cultivar 'Oso Grande' foi a mai plantada no Dis-


trito Federal no ano de 2009, por apresentar fruto s grandes,

Cillllor Palllo H f1IZ / Taliam Mirando Araújo / Sirlá de FtÍlitlltl P,reim 37


doces e firmes, com boa aceitação no mercado. Grande
parte dos produtores de morango (69%) comprou as mudas
de um fo rnecedor de Brazlândia, o maior revended or de
mudas da região. Desta forma, os produtores têm poucas
opções para adquirir mudas de outros revendedores e
também para comprar mudas vindas de produtores de
outros estados devido ao custo e dificuldade de transporte.
A maior queixa dos produtores de morango em 2009
(81 %) foi com a ocorrência de um problema nas plantas
identificado como "vermelhão", cuja causa ainda não foi
identificada (HENZ; REIS, 2009).

A maioria dos produtores (75%) u~za a irrigação


por aspersão para a lavagem da poeira nas plantas do
morangueiro em decorrência do clima seco da região
durante a fase de crescimento vegetativo. Entretanto, essa
prática, de acordo com Santos & Medeiros (2003), também
propicia condições favoráveis ao desenvolvimento de
fungos e bactérias na parte aérea da planta e os tratamentos
fitossanitários tornam-se ineficientes, onerosos e com alto
risco à saúde do produtor e do consumidor. Também deve
ser considerada a disseminação de patógenos que ocorre
pelos respingos causados pelo impacto de gotas de água.

Após a retirada das plantas de morango, 62% dos


produtores deixam o "mulching" sobre os canteiros
para o cultivo de outras culturas, como abóbora, pepino,
maxixe, feijão -vagem, pimentão, entre outras hortaliças,
visando o controle de plantas daninhas, evitar a lixiviação
dos nutrientes aplicados e manter o teor de umidade no
solo pela redução de perdas por evaporação (LOPES,
2005). Além disto, proporciona melhor aproveitamento da
área, pois o re síduo da adubação feita para o cultivo do

38 PR( lDuçAo DE M ORANGO ~() DI STRJTO F I ~D l:.RAL


morangueiro é suficiente para o bom desenvolvimento de
outras culturas.

As mudas de morangueiro plantadas no Distrito


Federal, em sua grande maioria, provêm de São Paulo e
a variedade mais plantada em 2009 foi 'Oso Grande', por
possuir boa adaptabilidade, frutos firmes e grandes, sabor
sub-ácido e boa aceitação do mercado para o consumo in
natura.

Grande parte das técnicas de cultivo adotadas pelos


produtores de morango no Distrito Federal é similar a de
outros estados produtores, como tamanho dos canteiros,
densidade de plantio, uso de "mukhing", adubação, entre
outras. A grande maioria utiliza experiências de anos
anteriores para sanarem problemas que ocorrem após o
plantio das mudas, ou seja, não tem o hábito de consultar
engenheiros agrônomos ou outras fontes de informações.

Gdlllar Pall'" H mz / Ta/ia", MiraI/da Ar(}f!Jo / Jidti de Fá/ima P"tira 39


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I
CONTROLE FITOSSANITÁRIO

o presente levantamento realizado em 2009, os


produtores foram questionados acerca das medidas de
controle fitos san.itário adotadas, tais como a incidência
de doenças ou pragas que ocorre m na plantação do
morango; os agrotóxicos (defensivos agrícolas / produtos
quirn.icos /"remédios'') utili zados para co ntrolar as pragas
e doenças; periodicidade das pulverizações; método de
controle do mato dos carreadores; tipo de equipamento
usado para aplicação; utilização de equipamento de proteção
individual - EPI; responsável pelo preparo da mistura
dos agrotóxicos; conhecimento sobre as orientações nos
rótulos das embalagens; responsável pela aplicação dos
agrotóxicos; destino das embalagens de agrotóxicos;
adoção da tríplice lavagem (Anexo 1).

Pragas e Doenças

Entre as doenças e pragas que ocorrem com mrus


frequência no morangueiro no Distrito Federal, foram
citados pelos produtores, por ordem de importância:
• ácaros: 87% ;

Ci/fllflr Pall/o /-II'II Z I Ti,tiall' Mimllda Araújo I Jidá de Fá/ifll" P"reim 43


• Iaga rra-rosca : 68" ti ;
• pulgão: ~5" ,,;
• o ídi o: 25" ti ;
• ri zocto ni a: 25" o;
• "A o r preta" : 18,- " íl.

Fig ura 4. 1. Pl anta ci o mo rangueiro co m sin to mas cle '"'-tr mclhào", Braz landi a
- DF. 2009_ (Foto: T ati ane Mi rand a ,\raújo)

Agrotóxicos

Para o combate das pragas e doe nças na produção


convencional de morango no Distrito Federal, os
agricultore s utili zam vári os agrotóxicos, de diferentes
princípios ativos, sendo o acaricida abamectin o de uso

44 P ROIX-<,Ao DE j\ l ü lv l NGO NO D I, TRJTO FEDERtl L


l1lal ~ frellü entc, ~cguid() pelo fungicida tiofanato I1lctíli co
(h g ura 4. 2) .

• Amista r

• Cc rcob in

D Ridomil
D Manzate

• Sco re

P ó lo

• E nvid o r

O Karatê

• Frowncide

• Vertimec

D D ec is
Figura 4.2. ,\ g rotri,lCo, 1IIi1i 7"dfls no culLi,·o do morango no Di>lri to reder"1
elll 2()(I<).

Produtos utilizados no sistema orgânico: no


combate de pragas e de doenças na produção o rgânica
são utili zados principalmente calda bordaJesa, adubações
foliares o rgâ nicas, bioinseticidas e ó leo de nlm.

Pulverização: em 87% dos casos, a pulverização


e feita antes de aparecerem os sinto mas das doe nças o u
danos de pragas, na freqüênci a média de duas vezes po r
sema na.

Controle das plantas daninhas: em 76% dos


casos, os matos dos carreadores são elirrlinados com capina
manual; os demais produtores (24%) utili zam os herbicidas
das marcas co merciai s Gramaxone® o u Gramoxil®. Os

Gil",,,r Ptllf/O H mz / Ta/im/ f i\limuda ArtJI!Jo / Sirlei rir Fâtilllfl Pt!reirtl 45


rr()dutorl' ~ ()rg.l nIC ()~ c() hrl' lll () ~ C:l rr l'a d()rl" C() !ll p a lh a

r;l ra l'\'iu r () Ct'l',CI!lll'llt() lk pl.lnLI ~ d :lIlinha , ( h g ura 4 ..1),

Figura 4,3 , c'u re:ldor", co hen'" com p ,\lh" p:lr" C\'ll.,r o c r"'Cll11e nW de
pl.,nLl' d"nlnh"" I.lr,111:,nd ... - D I', 211119, (Foto: T:lu ane ,\ Iir.,nd:l t\ra lljo),

Aplicação dos produtos: para a apu cação d os


agrotóx icos, 44% d os prod utores utili zam um a m angueira;
31(1 0 utiu za m p ul ve riza dor costal o u m anguei ra; e 25%
uti Li za m bo m ba elétri ca.

Utilização de Equipamento de Proteção Indivi-


dual - EPI: so me nte 24% dos p rodu to res en trevistad os
utili zam E Pl co mpl eto (Figura 4.4). U ma situ ação co mum
(33%) é o uso parcial de algum a peça do EPl (Figura 4. 5):
43(Yo utiu zam macacão ; 36% utiu zam bo né; 43% utili za m
óc ul os o u másca ra; 50% utili za m lu vas ; e 50% utiu za m bo tas.
Os o utros p roduto res (43°/Íl) não utili zam EPl (Fig ura 4.6),

4(,
UIll ri"co <:\'id <:ntc, IllC "!110 c()n"i dc ra nd () -"e llu C alg un " d ()"
agm t <'>x i co~ elllrr<:ga d() ~ na cu ltu ra do m()ran go rerLen elll
;i classe l() xico lúgica I V (p OUC() u')xic(),,).

o E. P.I. in com ple to


O E .P.I. Co mp leto
O Não uti lizam nada

F ig ura 4 .4. L' uhução de eyLlIpamenlo de proteção ,ndll,dual (I ~ P I ) na


;\ rlJc.I~· .i() dL' dc(cn'I\'( l' ag n c(lla ... no cul! iu) CI H1\'CIlCi0!1;11 de 111fJrango no
D "lrlllJ I·nkr.d .

F ig ura 4 .5. Aplicação de produtos <Iuími os co m uti lização parc ial de E P I,


Brazlilll d ia - D I~, 2009. ( 'oto: Ta ti ane M iranda f\ ralijo)

Cillllar PlIlI/O I Jmt / ~/ 'flli{J/Jf' J\lirrwdo /!rfll!/{) I Sirll'i rir / '"(ílilJ/rI Perl'ira 47
Fi gura 4. 6. ;\ph caçào de agroro"ico' 'em .1 uti liz.1Çào de E P I. Hrnl lándi a -
D F. 2()()9. (Foto: Tatl,lne \ Iir.mu.l ,\r3ÚjO).

Preparo e aplicação dos agrotóxicos: 64% do


pro du tores de morango se respo nsabili zam pelo preparo
dos agro tó x.icos utili zados na produção co nve nci onal e,
em 36% do s casos, esta tarefa cabe ao respo nsável pela
cultura. Na aplicação dos agro tóxicos, a situação se inverte:
em 57% das propriedades o empregado res ponsável pela
cultura se ocupa des ta tarefa e em 43% dos casos é feita
pelo próprio p rodu tor.

Orientações das embalagens dos agrotoxlCOS:


a maior parte dos entrevistados (79%) lê e segue as
orientações dos ró tulos das embalagens dos agro tóxicos
e sabe o que é período de carência. Ce rca de 21 % não lê
o u segue as orientações das embalagens e também não
entendem o que significa período de carência.

48 P R()D L'(,A< > DI - j\ !()!t\ t'\ (A) '0 DI STR IT() F ED ER1\!.
enterrio

fogo

Unid o Receb.

Fig u ra -t .7. J)c'lIno d ~, cmb., L'gcm dc' ,'grol,,,ic,,, uLilin da, no culti\() do
!l1or.lngo no J) I',

Destino das embalagens dos agrotoxlcOS: a


maio r parte dos pro du to res de mo rango do Di stri to Federal
(7 9%) devo lve para a unidade recolhedo ra as embal age ns
dos agro tóxicos utili zados (Figura 4. 7) e os demajs põe m
fogo (14%) o u ente rram as embalagens (7%) . A maj or
parte dos p rodutores (64%) faz a trípuce lavagem e 36%
não fa ze m nenhum tipo de lavagem.

Período de produção: os produtore s mantêm as


plantas produ zindo até oumbro (37%) , novemb ro (13%),
dezembro (6%), ano todo (25%) o u por mais de um ano
(19%) (Figura 4.8).

o outubro

• novembro
D dezembro
O ano todo
37% D > 1 ano

Figura 4.8. r- lês fin al do período de produ ção de !l1o rango no Distri to
Federal.

GillJ/ar I'alllo H",,, I '/à tiallf JIIimllda A rmÍjo / J idfi de Fali",,, l'erPim 49
Produtivid ade : are o urubro de 2009, Fo ram
produzidas em média 5 "cumbuca s" (aprox. 280 g /
unidade) de morangos por planta, aJcançando, durante a
safra aré 1.400 g de fr uros po r planta.

Utilização de túnel baixo: após o utubro de 2009,


87% dos p rod uto res utili za ram túnel baixo e 13% nào
utili zaram .

Plástico sobre os canteiros : a maJOr parte (62%)


dos produrores deix a o plás tico so bre os ca nteiro e os
utiliza m para o cultivo de o utras culturas (Figura 4.9),
co mo por exe mplo, abó bo ra, pepin o, m ax.ixe, feijào-
vagem, pimentào, ervilha, to mate, repolh o e brócolis. Os
demai s produ to res (38%) nào deixa m o plás tico sobre os
canteIrOs.

Fig ura 4.9. Reutili zação do " mulching" do s canteiros de mo rango para o
pl antio de abóbora, Braz lândi a - DF, 2009. (Foto: Tatiane M.iranda Araújo)

50 P ROD u r,A o D I, i\ I O RANGO N O D ISTHITO F EDE RA L


Cont role F it ossanit ári o

D e aco rd o co m os re ul tados do qu estio nári os


apLi cados, o bse rvo u-se qu e existe a preoc up ação em
utili za r produ tos indicados para a cul tura do mo rango pelo
l\lini stéri o da Agricultura, Pecuári a e A bastecimento
1APA). E ntreta nto, co mo também co nstato u-se a
deficiência na in str ução dos produto res, existe a co ntradi ção
de qu e a mai ri a dele (78%) alega ler e seguir as instruções
nos ró ru.] os da embalage ns d os agrotóxicos, fato que não
pro cede co m a pesqui sa reali zada nes te leva ntamento.
Baseado ru sto, infere-se qu e podem es tar sendo utili zadas
dosage ns inadequ adas e também o uso irregular de produtos
indicados para o utras culturas no culti vo do moran go. Al ém
di sto, 43% dos produto res não utili zam os equipamentos
de proteção indi vidual na aplicação de agrotóxicos
alegand o que são desco nfo rtáve is, o que também pode
se r co nseqüência da falta de instrução e conhecimentos da
importância do uso desses equipamentos.

No mês de agosto de 2009, durante a "XIV Festa


do Morango de Brasília", foi inaugurado na DF 430,
em Brazlândia, o Posto de Recebimento de Embalagens
Vazias de Agrotóxicos - PREVA. Até então, muitos
produtores não tinham um destino adequado para as
embalagens, enterrando-as ou ateando fogo, o que não é
aconselhável, pois poluem o meio ambiente. Atualmente,
79% dos produtores devolve as embalagens e 64% têm
o cuidado de fazer a tríplice lavagem para devolver à
PREVA, demonstrando assim, uma maior conscientização
ambiental e seguir as orientações técrucas da Emater-DF.

Gillllflr Palllo Hmz / Totimu J\IIirtllldfl .Arfl/j/o / Jirl,; de Fó/illlo Perfira 51


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P ÓS-C O LH EITA E C O~ [E RC I A Ll ZAÇr\O

No prese nte leva ntamento, reali zado em 2009,


os produ to res de mo rango do Distrito Federal fo ram
co nsultados so bre vári os aspectos que envolvem o período
de p rodu ção e de co lh eita, utili zação de túnel baixo após o
período principal de produç ão, modo de comerci ali zação,
preço médjo de vend a (Anexo 1).

Fig ura 5.1. Co lheita manual de m o r~ngo da cu lti,·ar O so G rande, Braz làndia-
D F, 2007. (Foto: Va neid e de Queiroz Barros).

G tllJIl1r Ptlltlo Hm" / T atlmlf. \ Iiml/da 4~ I ml!lo / Siri,; dt Fati//la Pn"l'lrtJ 55


Produtiyid ade

. \ ll1l-di,1 de produti"idalk d() m()r:mgo produ /i do no


Di~rri[(l Federal l- de I.-WO g de frutll ~ por pLII1l.l ;lIl:' () ll1l' ~
de outubro (Figura .i l ), com a ~:tfra concl'nt rando - ~ l' l'!ll
ag()~to L' ~L'tembr() . . \ partir dI: ()utubro, dL.'\·id() ;\ cln'aç:lo
da temper:ltura L' início do pníodo chu,'o!>o, a cultura enrra
em nO\'a fase n:p;etati,'a, detLTminando () fim do período
produti,·o na rep;i ,lo . .-\p ( ')~ outubro, 8- 11 11 d()~ produt()re~
entre,-istados utilizam túnel bai:\o com () objcti,'o de
prolongar a yida útil das p la nras l ' , as~i m , atender a
dem a nd a do m ercado consumidor loca l. r\ técnica do tLlnel
bai:\a protege as pl a nra~ da chuya, nebLinas o u of\'a lh os
muüo fone, eyitando o molh amenro da~ fo lh as e, como
co n seqüencia, reduz a incidencia de doenças, além de c ri a r
co ndições para pro du zir fruto s de e:\celenre qu a Lid ade com
redu zida utili zação de agrotóxicos (E:-'fBRt\ Pt\, 20(5).

Colheita e Pós-CoLheita

A maio r p a rte d os agricul to res familiares d o Di strito


Federal adota um m es m o siste ma d e m anu seio p ós-co lh ei ta
para o m o ra ngo, co m p eque n as variações, A colheita d os
frutos é feita manualm ente p o r vários trabalhadores, de
preferência nas h o ras menos quenres d o dia, e os frutos
acondicionados em pequenos cestos de madeira (Fig ura
5.2), Em algumas propriedades, os frutos de ste s cestos
são transferido s para caixas de plástico maiores, dispostas
estrategicamente no Limite da lavo ura de um hectare. Em
outras, existe um carrinho de mão especialmente adaptado
para carregar vários cestos simultaneamente até o galpão
de beneficiamento (Figura 5.3). No período em que as
co lheitas são mai s numerosas e com maior volume de

56
I'!'()d uç.l! J, UIll I Llh.tI h.ldo!' c.lmlll h.1 I'lTto do\ co l hed()!'e\,
!l()', c lrre: ld(l1T , d() , C.lillL' ir<J ', L' rec(Jlhl' (J\ ,'rU[(J\ em c, lI '\a\
1l1.1I()rL" e ()\ tr.lll'p()rt:t ,Ite () g. tlp ;(o de hClldiciamcJlto,

F iO"
~
ura 5.2 . CC"dO .... de 1l1Jdclr.\ lIt1!J/;u..l(), n.l c()lhell.l de nlor.IIlt1()
~
no Ol 'truo
1'c'dn,t1. 2(1I1(), (hll() : Ctlm.lr p, I kn / ),

F igu ra 5.3 , Ca rrinho de nüo ad aptado para tran spo rtar cestos de madeira
utilizado> na co lh e ita de morango no Di ,trilO l'eder;l l, 2U09, (Foto: Gilnur
p. l len z),

Gilmar Pafllo Ilm,- / Ta!iaIJ(' , \ firtmda Ara/fIo / Jirlri dr FátilJ/o Pt:,.,nra 57


o~ galp(-)e~ de Ixndici:lml·nto, em geral, ';lO
con~truç(ie~ ~im pk ~ , l()cali i':l da~ ao Iad() da ~ ca~a~ d() s
ag ri cll l tore~, e reIaÚ\·aml·nte pl' n o da pn')pria Ia\"()ura porquc

no Distrito Fcder:u as propriedadcs em llUl" é culti\'ado o


mo rangueiro, têm, em médi a, 8 hectare, de área. Os ga lpôes
de beneficiame n to geralmente têm equipamentos básicos,
como balanças, mesas, cadeiras, bancos e um pellueno
depósito para arm aze nar as embalagens de papelão e as
'cumbucas' de Po litereftalato de Eti leno - PET.

o processo de embalage m é manual e os u aba lhado res


fa zem a class ificação dos fruto s e acondici o namento nas
'cumbucas' de fo rma rápida e de acordo co m critérios
próprios de aparência dos fruto s, tamanh o e g rau de
maruração (Figura 5.4). D e uma maneira ge ral, a camada
superi or da 'c um buca' se mpre é preenchjda co m frutos
de melhor aparência, e na segund a camada são colo cados
frutos com fo rmato irregular, ge ralme nte de tamanh o
menor, e vários g ra us de maru ração. Para o m ercado do
Disuito Federal, os fr utos deve m estar co mpleta mente
maduros (2/ 3 da superfície co m cor vermelha).

As 'cumbucas' são aconrucio nadas em caJxas de


papelão, empilh adas e ar mazenadas temporari amente na
parte majs fresca e protegida do galpão de benefici amento
por um período máxjm o de tempo de 24 h (Figura 5.5).
Não é utilizada nenhuma técruca de p ré-res friam ento ou
de arm azenamento, o que afeta a durabilidade pós-colheita
dos fr utos. Grande parte dos pequenos p rodutores não tem
selo identificado r da origem do p roduto porque revende
para atravessadores. Os demais que poss uem selo, além
da identificação do produtor, como endereço e telefo ne,

58
L()IOCI!l1 :t d ar:t cLI co lhei[ a c durabdlchd c !l1l'di :1 d o~ frL1[()~

de !l10rango cIL- Ul" di a"

Figura SA , ,\ g ncu lwr.1 f, lm llJ ~ r ,lconJiCJona frulo, de mor.mgo (:m 'cumbuca'


de PI:T em g.lIp:i" de hendiCJ:lmenw em Ilra/ I:india- D I', 2111)<). (h >to: Cllmar
p. Ilcn ~ ) .

Figura 5,5, Caixas de papelão co m qu atro 'c um bucas' de P ET utiLi za das


como embalagens do mo rango produ zido em Braz lândia - DF, 2009. (Foto:
Sirlei de Fátima Pereira),

Gi/nJfJr POli/O I-Im" / allf, \ Ii,rllldfl


TahO /I rtJI!Jo / Sirll'i til Fáti",(/ H.'rc'ira 59
Di stribui ção e Co m ercia li zação

N o Di !'tri ro Federal, o s produto re s ele mo rang o


co mercl,wzam
. - 1: se us pro d li toS co m " atra\'essa do res " (?_8" ",
)
em SlIpCrtTlercados (2 7 0 o), na Ceasa ( 19" o), em feiras ( 14° ..),
em "saco!àes" (6" o) e em restaurantes ( 6° ~\) (f igura 5.6).

o Ceas a

O Sup e rme rcad os

D Atrave ssa d o res


D Saco lõ es
D Feiras

• Res taurantes

Fi g ura 5.6. Co merci.diz:1Ç.IU do m o rango prod uzido no D i, triro Federa l em


~ tlil ( ) .

Preço de Venda

o
preço médio recebido pelos produ to res do
D istrito Federal para o m o rango produ zido no sistem a
convenci onal em 2009 foi de R$ 4,60 para a caixa de
papelão com quatro " cumbucas" e o preço méruo da caixa
de morango produ zido no sistema orgâ ruco foi de R$ 16,00.
Com a demand a do consum o por produ tos mais saudáveis,
o valo r do morango produ zido no sistema orgâ ruco é
praticamente três vezes o valor do morango cultivado
no sistema convencional, se ndo que a produtividade no
sistema orgâru co no Distri to Federal é alta devido as
co nru çà es climáticas favoráveis.

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As maJo res d ific ul da les na produ ção de mora ngo,
ide ntificadas pelos I rodu to rcs do Di stri to .'ederal em
20 9, fo ram a eguinte, po r o rd em de impo rtâ ncia
(Figura 6.1 ):

1. incidênci a de praga e d d enças (28%);

2. aqui sição da mud as (24%);

3. custo de embalage ns (24%);

4. necess idade de mão-de-o bra (19%) ;

5. cu stos de p rodu çã elevados (5%) .

o Mudas
O Pragas e Doenças
O Mão-de-obra

• Custo de Produção

O Embalagem

Figura 6.1. Di fi culdades na I rodu çào do mo rango id enti fi cadas pel os


produto res no Disui tO Fedeml em 2009.

Gilll/llr 101110 1-1",<:. / Til/in", II lir(lI/rI" A rutijo / Jid,i ri, Í'ritill/(/ Per.ira 63
In c idência de Praga ' e de Doenças

~\ . sim como OU[r.1~ oknc()Ia~, o I11or.lngueiro é UI11a


planra muito suscetíye l a doenç~1s e pragas, muita~ d e difícil
dia~rnósoc o e conrrok. e que podem cau'ar g ran de , perd a~,
mesmo considerando o ciclo de produção d a cultura
e1ao ,'amenre cuno, Po r e~ta ra7;1o, é compreemí"e\ a grande
preocupação que os agriculto re~ tem com a oco rrencia
de pragas e de doença .. D e modo ge ral , o~ agr icul to re ~
fa mili are d o Di stri to Federal utili za m prc,'cno " amenre
,'ári os agrotóx icos co m receio de p e rd a causa d a~ Iar
pragas e d oe nças, mui to embo ra as co ndi ções c1im áocas
pre,'alentes no pe ríodo d e culti,'o no Pl analto Ce ntraJ se jam
d esfa,'o rá\-eis à m aio r p ane d os agente cau ais d d oe nça,
principalm enre fungos e bact ' ri a , ntreta nto, a incid "nci a
de ácaros é um probl em a b em co nh ecid o na região, tanto
que a irrigação po r go teja m ento é co mp lem e ntad a co m
pel o men os du as aplicaçõe e m a nais d e água po r a per ão
p ara " Ia\'ar" as pl anra e redu zir a popu lação d e ácaro , m
m o nitoramento sistemático d as d oenças e d as p ragas que
ocorrem na região pode aux.ili ar em medid as pre,'en ovas e
ass im redu zir a aplicação d e vários fu ngicida s e in se tic id as
o u pelo meno s no número das ap li cações.

Aquisição das Mudas

o p rocesso d e comp ra de mudas é um a d as etap as


críticas para o sucesso d a cultura d o m orang ueiro p o rqu e
envolve d ecisões gerenci ais relevantes, co m o a qualid ad e
d o m aterial p ro p agativo, o preço unitári o, a di sp o nibilidad e
e a esco lh a d as cultivares, D e aco rdo co m a es timativa d o

64 P RODl'Ç,\O DF tl IOR,\'<"O '" DI STRITO FI D I R,\L


CU tO de produ ào de um hectare: de morango no Di stri to
Federa l, a aqui i ào de mud as corn;spo nd e a 20% do cu to
tOtal (Emate r-DF, 2U08). () ptOdutOre têm uma g rand e
dependência de po uco fornecedore loc:u, que p r ua
vez, ad luúem a mud a d revend edo re do ui de Mi nas
. eraj e de ão Paulo o u mud a impo rtada da rge ntin a
e do hj l ~ rn cida p r mpre a do Ri o Grande do uJ.
mud a a tran po rtada p r ca minh ão, geralm ente
m refrige raçã , e ne ta conrução, podem ap re entar
problema fisiol ' gicos igruficativos poste ri o rm ente. O
'v rm Ihã ", pr blema regi trado no Distrito Federal
em 20 9, apa rentemente, e enquad ra nesta iruação, urn a
vez qu e nenhum patóge n u age nte cau ai associado às
plantas foi identificado até o momento (H E Z; REIS,
2009). eq wpe técruca da mpresa Capixaba de Pesqw sa
gr pecuári a - Incaper lanço u em 2004 a publicação
"Mudas de Morangueiro - Tecnologias para a Produção em
Viveiro" (BALBI O et al., 2004a), um conjunto completo
de informações sobre a produção de mud as em viveiros.
A produção local de mudas de alta qualidade genética,
fi siológica e firossanitária e com preço acessível pode
resolver o u ate nuar este problema e a grande dependência
do Distrito Federal em relação à importação das mudas de
outros estados.

Custo de Embalagens

No Distrito Federal, praticamente toda a produção


local é comercializada em 'cumbucas' de material PET,
com unidades com peso méruo de 250 g, aconrucionadas
em embalagens de papelão que comportam até quatro

Gilll/ar Palllo f-Irn" / Tatiam MiraI/do Ar(l/ijo / Sirlfi de Fotima Pertira 65


unidades, Todas l'stas L·mbalagens nào sao rl'[()rna\'l: I~ l'
acabam gerando um CUS lO adici()nal razoú'TI p()rLlul' s;io
descartadas nos pontos de ,'Cnda do ,'arl'jo. ,-\ s l'lluipe~
dos esc ritúrios locais da Lmater-D F dos ~ Llcll' OS Ru rais
de Braz lândi a e r\Jexandre Gusmão estã() a,'ali anu o ju nto
aos produtOres a pos, ibilidade de trocar as l'mbalagt:ns
de papelão po r o utras feiras de plâstico, rero rn á,'eis e
mais durá,'eis, o que altera ri a a composição ut:' cUStos t:
também a logística de clistribuição e de co merci ali zação,
Esta mudança pode ter maio r impactO para pequenos
produtOres que também se res po nsabiJj za m pelas ,·e nd as.

Necessidade de Mão de Obra

OutrO aspectO marcante da cultu ra do mo rango


e a necessidade de mão de o bra pa ra os tratos culturai s,
especia1mente na s etapas de instalação da cultura e da
colheita (Figura 6.1). O cu stO estimado da exec ução de
serviços e de mão de o bra no Di stri to Federal é cerca de
40% do custo total (ENlAT E R-D F, 2008). No Espírito
Santo, o cultivo de m o rangueiro dem and a um grande
contingente de mão de o bra, es tim ada em 15 pessoas /
ha/ ano, apenas nas o perações de prod ução, colh eita e
manuseio pós-co lh eita, alcança ndo o núm ero 2.400 pessoas
no es tado (BALBI O et aJ., 2004a). Mes m o pagando
salários relativam ente altos, es tá cli fíciJ a co ntratação de
m ão de o bra para a cultura no Distri to Federal pelo fato de
haver m aior o ferta de empregos regulares na região e pela
sazonaJjdade da dem anda.

66
F ig ur:a 6.2. \ gr.tnJe nece"IJ.lde de nü" de ohr.. 11.1 c() l helt~ e uma d a'
[' n nClp.lI' C,.r.IC'ert'IICI' d .• pr"duç;i() de mor .• ng". ( h )[o: T.luane ,\llr~nd,)
\ r.'lIl' J)

Cu s to de Pro du ção

De acordo com a Emater-D F (2008), o custo estimado


de prod ução de morango em um hectare e prod utividade
de 24.000 kg/ ha, equi valente a 20 .000 caixas de 1,2 kg, em
abriJ de 2008, era de RS 51. 502,53, se nd o R$ 31. 132,53
de insum os e R$ 20.470,00 de serviços. A di stribuição
perce ntu al aproximada des tes custos, agrupada po r itens
de di spêndi o, é a seguinte: se rviços/ mão-de-o bra (40%) ,
mud as (20%), embalagens (18%), adubos/ co rretivos
(14%), pl ás ticos para " muJching" (5%), agro tóxicos (3%) .
E m Minas G erais, os custos o peracio nais de um hectare de
mo rango são di stribuidos da seguinte maneira: embalagen s
(43%) ; mecani zados/ mão de o bra (16%) ; mudas (14,5%) ;
fertiJi zantes e co rretivos de solo (14%) ; agrotóxicos (10%) ;

GilJ/lor />(/11/0 J-Irnz / Toliol1f Atirando /!rmyo / Sir/ri de Fá/in/f} Perrira 67


e 2,5 U/ o para o utroS cusros ( l\RV LHO, 2005). Fica cl aro
que algun s iten s d o cuSt de produ ção, como muda e
embalage n , po r ex mplo, rufe r m o bremaneira de o utras
ho rtaliça s.

D esafi os p ara a Produ ção d e Mo ra ngo no Di s trito


Fed e ral

produção de morango no Di trltO Fed eral '


uma importante ativi dade para agricul tores faminare,
prinópalmente po r causa da alta p roduti vidad e d o
emprego imensi \'o de m ão de o bra, g rand o emprego
e renda. E ntreta nto, existe m várias as pectos da cadeia
produtiva de m o ran go local qu e necess itam de ate nção
espeóal para que a ativid ade seja suste ntáve l a m éru
prazo.

Aquisição de Mudas

É inru scutível a importância d a qualidad e e custo


das mudas de m o rangueiro para os produtores d o Distrito
Federal. Até o m o mento, este é um dos principai s entraves
técnicos para a melh oria da produção local, principalmente
po rque o fornecimento das mudas está concentrado em
poucos fornecedores, o que pode representar um risco
para o atendimento de todos os perudos, por exemplo,
no caso de expansão da área cultivada, Estas mudas são
produzidas no sul de Minas Gerais e São Paulo, com
a multiplicação a campo, de forma convencional. No
Distrito Federal, também existe a oferta de mudas de

68 P ROD U \ 0 DI:. i\ I ORANGO i'O DI STRJTO F ED l:.RJ\L


emp re, a" ele ' ;lo Pau lo e elo Ri o Crande elo ui, que
mult..ipli am cu ltivare e..,trangei ra~ por meio ele cu ltura de
tecidos a partir de planta -matrizes importadas do Chj le e
da r\rgentina, om gra nd e qualielade anitária e integridade
ge nérica. O prin ipaJ entrave para a popu lari zação destas
mudas no Di trito ~ eele ra l t o eu cu to unjtário, muüo
elevad quando comparado com a mud as trad icionru ,
principalm en te para agri cul t re familiares que não podem
arca r c m cu to de ptoduçã elevados por c nta do s
ri c s intrín ecos à cultura. P r ques t -e es tratégica, a
pr dução local de mudas por um a empre a u prod utor
e peciali zad deve r incenri vada.

Ori e ntação T écni ca

É preoc upante o comportamento de grand e parte


dos produto res familiares de morango do Distrito Federal
em relação à o rientação técnica. Brasília e região têm um
g rande numero de insritwções que podem auxiliar os
produtore em questões técnicas e políricas relevantes,
como a Emater-D F, a Secretaria de Agric ultura do Distrito
Federal, as unidades da Embrapa (Hortaliças, Cerrados,
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Sede), universidades
públicas e privadas (Universidade de Brasília, U niversidade
Católica de Brasília, Faculdades da Terra de Brasília,
U PIS), ministérios (Agric ultura, Pecuária e Abastecimento;
Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social;
Ciência e Tecnologia), além de vários escritórios do
SEBRAE.

A mobilização deste grande potencial de apoio ao pólo


de produção de morango local depende apenas de melhor

Gil",,,r POli/OHenz / T"tiam Mira"d" AratÍjo / Sirlei de Fátim" Pereira 69


articulação . . \ aruaçào do ,\lin i--rt: ri o do D e<'e m'okime nro
. \ grário - .\ [D.-\
~
do ;\ [jni:.tério do D csen\'()I\'imcn [()
Social - "-lD nest segm ntO, em co njunto com a l--: matcr-
DF, pode er mais efeti"a considerando -~e tlue a g rand e
maioria do produrores de mo rango do Di stri ro Federal
enqu ad ram-. e n s critérios de ag ricul tura familiar do
PROl'\f\ F e ainda tem baixa esc larid ad e, o qu e pode
afetar eu aces o a informações técnicas. L' ma maio r
capacitação técnica des tes produ ro re par ce se r e encial
para sua integração à i temas produtivo de nivei maJS
alros, como a produção integ rada, por exempl o.

Associativismo

A falta de uma cooperati"a o u ass ciação realmente


atIva tem impeclido o progresso coletivo dos produtores
familiares de mo rango do Di strito Federal. É interessante
perceber que, na região dos úcleos Rurais de Pipir ipau e
Taquara, clistante cerca de 60 k.m de Brasília, um a pequena
associação, criada em 1997 e apoiada pela E mater-D F,
logo se tran sformou na Coo perativa Agríco la da Região
de Planaltina-DF (Cootaquara). A Cootaquara atualm ente
têm mais de 100 cooperados que produzem mais de 300
mil kg de produtos hortícolas por mês, com 40 produtos
cliferentes, tornando-se no principal pólo de produção de
pimentão sob cultivo protegido no Brasil (Sinclicato Rural
de Maringá, 2007). O mesmo modelo p ode ser replicado
nos Núcleos Rurais de Brazlânclia e Alexandre Gusmão
com os produtores de morango e que também produzem
outras hortaliças, como alface, tomate, bró colos, couve- flor,
couve, cenoura, beterraba, salsa, coentro, chuchu, entre

70 P RODL'ÇAO Dt ~ I O RM,(,O 1'0 DISTRITO FkDUv lL


out ra~, além de ~ c: r um a re.:giào tradi ciona l ele produ ào ele.:
go iaba. 'c::n amCnLC rc:du ziria O~ c u ~toS dc p rodução pela
comp ra em g rande s quantidade de.: in sumo s, de mudas
e tam bém da e.:m balage n , se m contar o mai o r poder na
comc rciaLiza :lo, hojc pulveri zada po r vários pequ enos
p rodurores o u co nce ntrada em um grand e produto r. t\ fa lta
de um a a sociação o u c o perativa deste produrores te m
impedid o o prog re s coleti\'o e a evoluçã da pr du ção
de mo rango na r gião, se nd o um a ve rd adeira ameaça ao
co mérci o futuro do Di striro Federal em co mp aração co m
o utras regiõc pro du ro ra de mo rango, co m o 1'vun as Gerai s,
Es píri ro anto e São Paulo, qu e comercializam parte de sua
produção n s demai s estados, principalme nte no Centro-
Oeste, lo rd es te e o rte.

Manuseio Pós-Colheita

O manu seio p ós-colh eita do m o rango produzido no


Distrito Federal deve ser aprimo rado urgentemente pois
apresenta uma séri e de problemas que afetam a qualidade
e a du rabilidade dos fr utos. Algumas etapas que precisam
ser aprimoradas a curto prazo são:

• Melho rar a higiene na colheita e manipulação


dos frutos pelos trabalhado res rurais nos galpões
de beneficiam ento dos agriculto res familiares,
m ecüante a adoção de Boas Práticas Agrícolas -
BPA.

• Ado tar critérios tran sparentes e consistentes na


classificação do s frutos po r tamanho, aparência e
grau de m aturação.

Cillllar Palllo I-Ienz / Tntif:'" Miranda Araújo / Sirl,'i de Fátll"a Pereira 71


• Ad otar teCOlcas de pós-co lh eim já consagradas
para o morango, como O pr ' -resfri amento em
tempcrawras proXJm as a O"C em câ mara fria o u
ar frio fo rçado e o armaz namento m camara
fria a 2"C a 3"C e 95% de umidad e relati\'a, com
manutenção da cadei a de frio em camjnh ões co m
sistema de refrige ração durante a co merci alização
e a di stribu.ição para o mercado lo cal .

• Para mercad os mrus ru stante s, é reco m ndado o uso


do pré- resfriamento e arm aze name nto refrige rado
associado ao uso da atmos fera moruficada com
10% a 15% de CO 2.

Rastreabilidade

A adesão a algum tipo de co ntrole de qualidade


ou de rastreabilidade é um fator esse nci al para aum entar a
confiança entre produtores e consumidores de morango.
No Distrito Federal, toda a comercialização é feita em
"cumbucas" de PET com peso variand o de 250g a 300g
em cada uilldade. Muitos produto res ajnda não utili zam
um selo identificador da procedência, co m a composição
centesimal, data da colheita e validade do produto, o que
ocasiona uma série de problemas para os co nsUI1Udores.

No Espírito Santo, por meio de uma iruciativa


da Secretaria de Agricultura e da lncaper junto com os
produtores de morango dos murucípios de Santa Maria
de Jetibá, Domillgos Martins, Castelo, Venda Nova do
lrrugrante, Brejetuba, VargemAlta,Alfredo Chaves eAfonso
Cláuillo, foi criado um selo ("Morangos das Montanhas

72 P ROOL'ÇAU DI' ,\ l o R \ N t,(l NO OI >,.R' TO FI' OLIVI L


do hpírito Santo - <2ualid ade co m Re~ p()ns a bilid aele ") ,
Llue fun iona como um certificado de ra~l re ab ilid a de do
produLO (Sr\ I~ G, 2()()8). I e~te s i ~ tem ~l , a adesão po r parte
do s produ to res é \'o luntúi a <.: sua produ :Oi\) é monitorad a.
r\ pro xim adame nt<.: 90° u dos proJurorcs da região poss uem
o selo de orige m C ~ t\ G, 2UU8) . Idéia s<.: mclhante poderia
se r repli ada para a prod u ão ele mo rango do Di strito
Fede ral, qu e po . ui área m(; no r Co: mai co nce ntrada da
produ ção, inclu sive co m a cri ação de um selo de qualidade
para id entifi ca r o produ to loca l.

Ade ão ao Programa de Produção Integrada do


Morango - PIMo

A adesão d s produtores de m o rango do Di strito


Federal ao Program a de Prod ução Integrada do Morango
- Pli\[ certamente res Iveria um a parte significati va dos
problemas e desafios leva ntados. As Normas T écnicas
E p cíficíls para a produção integ rada do morango já
pubJjcadas (MA PA, 2006) prevê m a capacitação dos
produto res em práticas agríco las, co mo BPA - Boas Práticas
Agríco las e PI - Produção Integ rada; organização dos
produtores e ges tão da PIMo; capacitação em comercia-
Jj zação e morketing, segurança do trabalho; educação
ambiental; o rga nização dos produtores; planejamento
ambiental; cuidados com material propagativo (mudas),
como a utilização de mudas oriundas de viveiros fiscalizados;
cuidados na implantação do cultivo, como definição
de parcela, definição da época de cultivo; localização da
lavo ura, cuidados com rotação de culturas, declividade do
terreno; seleção da cultivar de morango a ser cultivada;

Gil/llnr 1',,"10 H",Z / Ta/iall' /l limllda Amújo / Siriri rle Ftititl/a [>n-rim 73
polinjzação; sistema ue plantio, co m deli ni ;1 0 do número
de linha. de p lanra~ no ca nteiro, alrura dos ca nteiro ~,
bo rd aduras, tú nel baixo o u alto; ferti li í'a ào ; mane jo do
solo; irrigação; qu alid ade da água; manejo ua parte aé rea,
co mo a eliminação de partes doe nte ; adoção de téc nicas
d proteção integrada, co mo 0 f1 P - Mane jo Integrado de
Pragas, utib zação de agro tóxicos regi u ados de aco rd o co m
a legislação \'ige nte e rec iruári o agro nô mi co; u. o de I~ PI e
manutenção de equipam ntOS de aplicação de ag ro tóxicos ;
o bedj ência às reco mend açõ s técnicas no preparo, aplicação
e arm aze namento de agro tó xicos; e fetuar a tríp lice la\'age m
e encamin har as em balage ns de agrotó xico aos centros
de reco lhimento; to mar o cuid ados devid os na co lh eita e
pós-colh eita dos fruto s, urib za r caixas de plás tic lim pas
e rugieni zadas; cujdar da hjgie n na co lh eita; o bedece r
critérios de class ific ação, embal agem e etiq uetagem;
o bedecer às no rm as de tra nspo rte e arm aze nam ento ;
cuidar de as pectos de logística e di stribui ção do produto
para garantir a manutenção da qu ali dade até o po nto fin al
de co nsum o. Com a implantação das práticas preco ni zadas
no sistem a de p rodução integrada é poss ível redu zir o
uso de agro tó xi cos, co m a diminuj ção da quantidades
e do núm ero de aplicações; dimjnuição dos ri scos de
contaminação do solo, água, dos frutos e do próprio
ho mem; aumento da capacitação e pro fi ssio nali zação dos
produtores; o btenção de produtos de melh o r qualidade,
co m co nsequente reco nh ecimento e aumento da co nfiança
do s consumidores.

74 P HODC Au D I.:. h )RJ\ NGO 'O D I::.TRITO F'-.DHt \L


E tudo de Mcrcad

() mo rango tem alto cu~t() d<.: produ ção, simil ar a


out ras o leríco las <..1<.: alto va lo r ag r<.:g_ do, Olmo o cu ltivo de
horta li as híbrid as, o lIu<': impli ca em ri co d<.: in v" timento
no caso de have r alg um p robl<.:ma <-Iu <': afet<.: a produtividade
o u ap arência dos fruto s. Este temor de perda financeira
ocas io nado pela pos ibilid ade de problemas na produção,
leva a ex, ge ro m determinado trato s c ulturai , como
exce os na irrigaçào C:: na aplicação de fertili za ntes e
agrotóxic

A tualm nte, eXiste po uca intençã po r parte dos


agriculto res famiJi are em aprim o rar o m anu seio pós-
co lh eita do mo rango, como po r exempl o, a utiJização de
pré- res fri amento e manutenção da cadeia de fri o até o varejo,
com o tran porte em caminhão refrigerado. Certamente,
um a da maio res limitações é a produção relativamente
pequena das unidad e de 1 ha e a comercialização com venda
direta para mercados menos exigentes. Estes mercados
certamente não teriam como absorver os custos adicionais
do uso de tecnologias mais sofisticadas o u de sistemas de
garantia de qualidade ou rastreabilidade. Incluem-se nesta
categoria o morango desti nado ao mercado in natura para
mercearias, 'sacolões' e pequenos mercados das cidades-
satélites do Distrito Federal, também abastecidos por
vend edores ambulantes e pelo comércio de beira de estrada,
e o m o rango congelado, destinado para agroindústrias de
polpas, restaurantes e lanchonetes.

o
mercado consumidor de frutas e hortaliças
do Distrito Federal e da região é muito diversificado e
complexo por conta dos distintos estratos sociais. Para

Cilll/ar Palllo /-/mz / Tatiam Mirallrlr) Armíjo / Sirlri rle Fálifl,a P,,.,im 75
o mo rango produzido loca lment , falta um estudo maJS
apro fund ado sob re consumidore:, e SU :1~ p rt:fercncia~
e assi m explora r melhor os nichos de me rcado e as
opo rtunidades atualmente ign o radas p<:los produtores,

Considerações Finais

o pó lo produti\"o de mo rango do Di striro Fede ral


aprese nta características altamente fm'o rá\'ei para a
consecução de um arran jo p roduti\'o 10 caJ - APL, em
que o asso ciati \'i smo e a adoção de téc nic as modern as de
produção, co mo o PIMo, e de uma estratégia co mercial
cole ti,"a pode melJl o rar sub stanci almente a r nd a e a
capacidade prod utiva dos agric ul tores familiares I cai s,
respo nsáYeis por mais de 90% da produção de mo rango
brasilien se, U m bo m exemplo a se r seguid é do Es tad o
do Espírito Santo, em que a Secretaria de Agric ul tura e a
Incaper, por meio de várias ações integradas de pesqui sa,
dese m'olvim ento e inovação, im plementaram vaflas
ações de apoio, tai s co mo introdução de variedades mai s
produtivas, produ ção in tegrada, am pliação da p rodu ção de
mudas in vitro, p rograma de mo ni toram ento das lavo uras,
ampliação e capacitação da rede de assistê ncia téc nica,
além do cadas tro de produ to res e a cri ação da marc a e selo
próprios para caracterizar a produ ção capixaba,

Os desafios de tornar o Distrito Federal um grande


pólo de produção de morango, com reco nh ecida qualidade
e co nfi abilidade, es tão apresentados nes ta publicação,
E ntre tanto, para alcançar esta co ndição, é fund amental a
participação ativa dos pró prios agricultores, que co ntam
com uma situação privilegiada em termos de facilid ade

76 P RODL'ÇIO DE ~ I ()R "'CO ' " D I>TR ITO F"D CR l I.


de a e~~o li inform açi)e~
e apoio por I arte de instiruiçôes
pliblica~ locali za da~ no próprio Di sLrito Federal. I::m
a l guma ~ cadeias produtivas de hortaliças, ape ar de um
grande e~for o de instituiçôes públic a~, não houve intere se
por pane do s I rodutores em aderir ao si tema de pro dução
integ rada, como por exemplo, o . produtores de batata do
sul de i\linas Ge rais.

Com certeza, a pres ão do . con umidores por


produto de qualidade, com certificação, tornará o si tema
produtivo de m o rango do Di strito Federal cada vez mais
efic iente e se letivo. As outra regi - es produ toras de morango
n Brasi l já tem várias in.iciativa de valorização de se u
produto local, oc upando eSI aços impo rtantes no m ercad o
nacional. Di strito federal, os produtores d o siste ma
o rgâ n.ico já sabem dj st e aq uele que id entificam seus
produtos co m se los pró prios ta mb ém sentem a cLferença
de estabelecer um elo de co nfi ança en tre os produtores
e os consumid o re . Esta é uma excelente oporturudad e
para um a mud ança sign.ificativa na forma de produzir e
comerciaJjzar o m orango candango, em que todos podem
sair ganh ando.

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hl" / i nde).. r h r ~() pt i()n = c()m _ con I en I & ta ~ k = , ie\l'&id = 2()()()
& ltem id - 15 1. I)uh li cad() em: _<) jun _()()7 . C:()n~u lt ad() em:
_9 / 11 / _()()().

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Ciltnar POlllo I-I mz / TrlfúJllf Mimllrlfl A rtllíjo / Sirlei ri, Fá/ima Pereira 81
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DIAGNÓSTICO DA CULTURA DO MORANGUEIRO NO DISTRITO FEDERAL 2009

Nome: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Tel. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
L o~I : ___________________________________________________

1. Idade: ____ 2. Escola ridade: ______-'3. Experiência ag ricultura (anos): _______


4. Situação do responsável pela cultura do morango
( ) proprietário ) empregado ( ) meei ro ( )_________
5. Área da propriedade: 6. Área com morango (2009):_____________
7. Outras culturas:______________________________________________
8. Há quanto tempo o Sr. planta morango? _ _______________
9. Data de planto (aprolt): 10. Rotação cultura: _ _____________
11 . Mão de obra disponivel (morango)
( ) permanente _ pessoas ( ) temporário ___ pessoas
( ) própria (fam iliar) _ pessoas ) contratado _ pessoas (R$,______,
12. Origem do capilll
( ) próprio ( ) empréstimo ) outro:_______________
13. Quem orienta a produ ção?
) eu mesmo ) revistas e livros ) vizinhos
) agrônomo Emater ( ) revenda ) ol.lros:_ _ _ _

14. Mudas
( ) Compra (fornecedor): _______________________________
( ) Origem das mudas (estado ou pais )_______________________
15. Variedades- Variedades plantadas em 2009 e área com cada uma (ou ?Ide mudas)

16. Vai plantar a mesma va riedade em 2010?__________________________


17. Por que escolheu estas variedades :
) Preço das mudas ) Disponibilidade de mudas
) Facilidade de produção ) Produtividade
) Preço de venda (rrercado) ) Outras:________________________

18. Canteiros
Largura dos canteiros:_______,Altura :_ __ Distancia entre plantas:_ _ _
Cobertura dos canteiros :_ _______________________________________
19. Razão pela qual usa? __________________________________________

Gil",,,,. Palllo 1-lenZ / Ta/iam 1\ li,.(l/Ida AraúJo / Sir/ei d, r ó/ima Perfi/'{} 85


20. Manejo do solo/Adubação
Faz análise de solo? ( ) Sim ( ) Não. porque não vê necessidade
21 . Se Sim. quando (antes . durante, final do plantio) _ _ _ _ _ _ __ _ _ __
( ) usa recomendaçãodo agrônomo ( ) )a conhece adubação
( ) outro _ _ _ __ _ __ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __

22. DepoIs do planlio , como faz se ocorre algum problema nas plantas?
( ) Expenêncla de anos antenoreS; ) Indicação de agrônomos ( ) Outros

23. Na adubação, uliliza:


) calcáno (quanttdade): _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ __ _ _
) adubação orgãntca·_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
( ) adubo NPK (fórmulalquantldade):_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
( ) micronutrientes (tipo Yorin , FTE ):_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
) fertlrrigação (tipo 'KSCl oU KSCS'): _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __

24. Irrigayio
Para irrigação usa ' ( ) Gotejamento ( ) Aspersor ( ) Outro'--_ _ _ _ _ __
Frequência e duração do gote)amento:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Frequência e duração da aspersão:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Como determina necessidade de água? _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Origem da água: ( ) córrego ( ) represa () cistema () _ __ _ _ __
Quem orienta? ( ) eu mesmo ( ) revistasnivros
( ) agrônomo Emater ) re vendalempresa de irriglção

Controle Fitossanitário
25. Quais doenças ou pragas geralmente ocorrem no morango? Por exemplo, ácaro ,
micosferela , fior preta , besouro , cascudinho .. ...

26. Quais produtos/remédios usa para controlar?

27. Quando é feita a pulverização?


( ) semanalmente ( ) antes de aparecer ) depois de aparecer
28. Como controla o mato dos carreadores?

86 P RODL'(,AO DI · I\1 0R \"GO "O DI STRITO FED ERJ\ L


Aplicação de produtos qulmlcos
29 . Oual o tipO de equ ipamento usa pa ra apllação
( ) ma ng ueira ( ) pulvenzador cos tal ( ) outro:_ _ _ _ _ _ _ __

30 . Usa alg uma roupa de proteção- EPI ?


( ) boné ( ) óculos ( ) macacão ( ) Luvas ( ) bota s
31 . Ouem prepara a mistura dos produtos qu lmicos? _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
32 . Lê e segue as onentaçóes das embalagens? _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
33 . Você sabe o que é perrodo de carêncla? _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ __ _ _ _
34 . Ouem faz a aplicação dos produtos qu lmlcos? _ _ _ _ _ _ __ _ __ _ _
35 . O que faz com embalagem de agrotóxlcos? _ _ _ _ __ _ __ _ __ _ __
36 . Faz tríplice lavagem? Sim ( ) Não ( )
37 . Maiores dificuldades com produção de mora ngo
) Mudas ) Pragas e Doenças
) Necessidade de mão de obra ( ) Custo de produçã o elevado
) Comercialização ( ) Embalagens (custo/quantidade )
) Outros_ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _

Produção
38. Até quando mantêm as plantas produzindo (més)? _ _ _ _ __ __ _ _ _
39. Ouantas cumbucas produz por planta (> outubro):_ _ __ _ _ __ _ __
40 . Usa tún el bai xo depois de outubro?_ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ __

41 . Deixa o plástico sobre os canteiro s e usa para outra cultura ?_ __ _ _ _ __

Comercialização
42. Como faz para vender (para quem , como)? _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ __
43. Preço médio da caixa com 4 cumbucas? _ _ _ __ __ _ _ __ _ __ _

Outras observações

Cilfllar P(//IIo I-I",Z / Ti/lirJlle MiraI/ria A r(//!jo I Sirlei rle F'rílllJfa Perfira 87
ISBN 978-85-B6413-1 S-....

Ministério da
Ag ricultu ra. Pecuária
e Abastecimento lL ."Ill

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