Você está na página 1de 1

Projeto WWEF-Nexus: Fechando

o ciclo da água-resíduo-energia e
alimento, 2018-2020.

Resíduos Sólidos Domiciliares:


Alternativas para o Rural na Política
Nacional de Resíduos Sólidos

Goiânia, 2019

INTRODUÇÃO

“ Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!”


Antoine Lavoisier

Animais, folhas, alimentos e todo tipo de material orgânico se


decompõem naturalmente com a ação de milhões de
microrganismos decompositores, como bactérias, fungos,
vermes e outros, que transformam esses materiais em
nutrientes disponíveis para outras formas de vida.
Com a industrialização e a concentração da população nas
grandes cidades, a sociedade moderna rompeu o equilíbrio da
natureza: enquanto cada vez mais recursos naturais são
extraídos para as atividades industriais, são geradas toneladas
de lixo todos os dias como resíduos das atividades humanas,
contaminando o meio ambiente e proliferando doenças.
Verifica-se que as regiões rurais, ao longo dos anos, seguiram
invisíveis nas iniciativas e serviços públicos em saneamento
básico no Brasil durante anos, incluindo os serviços de manejo
de resíduos sólidos de coleta de lixo, considerados pelas
administrações locais, muitas vezes “inviável” nesses locais.
Devido a isso, os próprios moradores determinam a destinação
final dos resíduos gerados.
Esta cartilha tem como objetivo auxiliar nas atividades do
projeto WWEF-Nexus na divulgação e explicação de boas
práticas no manejo dos resíduos sólidos domiciliares (RDS),
abordando alternativas para regiões rurais, dentro das diretrizes
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela
Lei nº 12.305/2010 e seus dispositivos.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 1
em: www.wwef-nexus.org.

O QUE SÃO RESÍDUOS?

Chamamos de resíduo sólido domiciliar qualquer material


gerado pelas atividades domésticas que em condições ambientes
estão na forma sólida ou pastosa, tais como: a preparação de
alimentos; higiene pessoal; limpeza e manutenção da casa,
quintal e jardins; entre outras.
Muitos materiais que consumimos no nosso dia a dia podem
durar até milhares de anos para se decompor na natureza.

Papel De 03 a 06 meses
Metal Mais de 100 anos
Alumínio Mais de 200 anos
Plástico Mais de 400 anos
Vidro Mais de 1.000 anos
Borracha Tempo indeterminado

Você sabia?
Estima-se que em Goiás
são gerados 268,40
toneladas de RDS 1
diariamente nas
regiões rurais (GOIÁS,2017).

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
2 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS

Cada produto que conhecemos apresenta um ciclo de vida


próprio que consiste nos processos para sua existência, desde a
obtenção de matérias-primas e insumos na natureza, o processo
produtivo, do consumo até a disposição final.

O “lixo” é formado por incontáveis tipos de resíduos


com características físicas e químicas diferentes, por
isso não existe destinação ambientalmente adequada
universal para o lixo. Ou seja, o papel é reciclado com
água, já o vidro precisa do fogo, enquanto o papel
carbono não pode ser reciclado. Por isso existem
diversos tipos de tratamento de acordo com o tipo de
cada resíduo (MMA, 2019).

Nesse ciclo de vida, a redução dos resíduos e seus impactos no


ambiente podem ser reduzidos em suas diversas etapas. Na
etapa da extração dos recursos naturais, por exemplo, pode-se
escolher alternativas renováveis de baixo impacto; na etapa da
industrialização é possível promover processos que consomem
menos água e energia e desenvolver produtos biodegradáveis.

As possibilidades são diversas. A PNRS institui que a


responsabilidade pelo manejo dos resíduos domiciliares é de
competência dos municípios.
Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 3
em: www.wwef-nexus.org.

PRINCÍPIO DOS 3 R’S

O princípio dos 3R’s é apontado como um caminho para


otimizar o ciclo de vida dos produtos, minimizando a extração
de recursos naturais e a geração de resíduos a partir da adoção
de padrões de consumo consciente.
REDUZIR
Consumir menos produtos industrializados de supermercados,
embalagens, canudinhos, papel, e evitar e abolir sacolinhas!
Preferir produtos com menor potencial de geração de resíduos
e tenham maior durabilidade.
REUTILIZAR
Usar novamente as embalagens, por exemplo: os potes
plásticos de sorvetes servem para guardar alimentos ou outros
materiais; os potes de vidro para embalagens de alimentos
podem ser reutilizados para a mesma finalidade.
RECICLAR
Envolve a transformação dos materiais, fabricando um novo
produto a partir de um material usado, por exemplo: produzir
papel reciclando papéis usados.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
4 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS NA ORIGEM

A destinação adequada dos resíduos sólidos domésticos começa


com separação correta logo após seu uso, ou seja, no momento
em que o resíduo é gerado na residência. Em casa podemos
identificar os resíduos em quatro tipos principais, de acordo
com a destinação adequada dada a cada um deles:

Restos de alimentos, cascas, folhas


Orgânicos
e podas.

Papel, papelão, embalagens


Recicláveis
tetrapak, metal, plásticos, vidros.

Resíduos do banheiro, papel


Rejeitos
higiênico e não recicláveis.

Embalagens de agrotóxicos e
Logística fertilizantes, pilhas, baterias,
Reversa lâmpadas, pneus, óleos
lubrificantes, produtos eletrônicos.

O que não vai para o reciclável? “Rejeitos”


Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos,
fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários.
Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço,
canos, espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 5
em: www.wwef-nexus.org.

RECICLAGEM

É transformar materiais já usados em novos produtos que


podem ser comercializados. Exemplo: papéis velhos retornam
às indústrias e são transformados em novas folhas. Os materiais
recicláveis representam 31,9% dos resíduos coletados no Brasil
(IPEA, 2010).
Para que esses materiais possam ser reciclados eles precisam ser
separados em sua origem e destinados para a coleta seletiva,
pontos de entrega voluntários ou cooperativas, conforme é
estabelecido em cada município (BRASIL, 2010).

METAL PLÁSTICO
- Latas de bebidas e alimentos - Embalagens em geral
- Ferragens, esquadrias - Garrafas PET (refrigerantes)
- Fios elétricos - Canos e tubos de PVC
- Arames e chaves - Sacos e sacolas
- Panelas e bandejas - Brinquedos quebrados
- Descartáveis de alumínio - Copos descartáveis
- Objetos de metal em geral - Utensílios domésticos
(alumínio; cobre; aço) - Isopor
Não pode ser reciclado: adesivos, placas de raio X,
Não pode ser reciclado: esponjas e palhas de aço,
acrílico, espuma, embalagens plásticas
latas de aerosóis, latas de produtos tóxicos
metalizadas (salgadinhos e bolachas), embalagens
(tintas, inseticidas, pesticidas, etc), clipes e
plásticas misturadas com papel, papel filme
grampos.
e similares, cabos de panela.

VIDRO PAPEL
- Garrafas - Papel e papelão
- Frascos e potes - Jornais e revistas
(alimentos, remédios, - Impressos em geral
perfumes, etc) - Caixas de papelão
- Recipientes (copos, jarras, - Cartolinas
etc) - Envelopes e sacos de papel
- Fragmentos e cacos dos - Cadernos e rascunhos
itens já citados. - Aparas
Não pode ser reciclado: Lâmpadas, espelhos, Não pode ser reciclado: etiquetas e fitas adesivas,
ampolas de medicamentos, vidros temperados, fotografias, papéis sanitários usados, bitucas de cigarro,
louças, vidros refratários, cerâmicas, porcelanas, papéis metalizados (de bolachas e salgadinhos), papéis
lentes dos óculos, cristais, tubo de televisão e plastificados, papéis encerados ou impermeáveis
válvulas. (fax, carbono, etc), papel vegetal.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
6 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

REUTILIZAÇÃO DAS EMBALAGENS DE VIDRO

Antes de destinar as embalagens de vidro para a reciclagem, elas


podem ser reutilizadas para diversas finalidades, aumentando
assim o ciclo de vida do produto. Dependendo do uso que será
dado ao vidro é necessário que ele passe por processo de
limpeza, higienização, sanitização e/ou esterilização.

Você sabia?
O vidro representa em
média 9% dos resíduos
recicláveis coletados no
estado, o que significa
que são coletadas cerca
de 392,09 toneladas de
vidro por dia
em Goiás (GOIÁS,2017).

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 7
em: www.wwef-nexus.org.

Lembre: potes e garrafas podem ser reutilizados!


Como? Reutilizados para conservar alimentos da produção da
agricultura familiar, tais como: geleias, doces, manteigas, etc.
Nesse caso é necessário que o vidro passe pelo
procedimento de esterilização, para garantir segurança ao
alimento! (KOPF, 2008)

1. Lavar bem os potes com água e detergente neutro;


2. Coloque um pano ou grade de madeira no fundo de uma
panela e arrume os vidros deitados em cima do pano;
3. Encha a panela com água até 2cm acima dos vidros e ferva-os
com a panela tampada por 15 minutos; e
4. Depois os vidros já podem ser usados nos procedimentos de
armazenamento dos produtos.

Importante!
As tampas das embalagens não podem ser reutilizadas na
produção de alimentos, pois perdem a sua capacidade de
vedação para o bom armazenamento do produto e segurança
do alimento, mas podem ser destinadas para a reciclagem.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
8 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

RESÍDUOS ORGÂNICOS

Esses resíduos são gerados principalmente na cozinha durante a


preparação dos alimentos ou após as refeições, e na manutenção
de quintais e jardins. Eles podem ser reaproveitados na
COMPOSTAGEM, em processos que transformam os
RESÍDUOS em adubos, biofertilizantes que podem ser
utilizados hortas, jardins e na agricultura.

Você sabia?
Os resíduos orgânicos representam mais da metade,
51,4% do total dos resíduos gerados no Brasil! E ainda que
o Brasil produz quase 37 milhões de toneladas de resíduos
orgânicos todos os anos, sendo que apenas 1% desses
resíduos é reaproveitado atualmente (BRASIL, 2011).

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 9
em: www.wwef-nexus.org.

COMPOSTAGEM DOMÉSTICA

Compostagem é o processo de decomposição da matéria


orgânica (restos de alimentos, frutas, verduras, cascas,
folhas, podas, entre outros) que acontece naturalmente
pela ação de micro-organismos sob condições aeróbias
(com a presença de oxigênio), resultando em um composto
orgânico rico para o solo, utilizado como adubo em hortas,
pomares e produção agrícola.

Em condições naturais que favorecem e aceleram a degradação


dos resíduos de forma segura (evitando a atração de vetores de
doenças e eliminando patógenos), favorecendo a diversidade e
ação dos organismos (bactérias, fungos, minhocas, etc) que
trabalham na decomposição dos materiais na natureza.

O que pode ser compostado:


• Restos de legumes, verduras, frutas, alimentos;
• Filtro de café, cascas de ovos e saquinhos de chá;
• Galhos, folhas, cascas, podas de arvore;
• Palha seca, grama, restos de jardinagem.
O que não pode ser compostado:
• Vernizes, restos de tinta, óleos, produtos químicos, restos de
produto de limpeza, óleos combustíveis, gasolina, removedores
de tinta, etc.;
• Tocos de cigarro, madeira, carvão, churrasco;
• Fezes de animais domésticos, papel higiênico, fraldas;
• Carnes, peixes, gorduras, queijos e laticínios;
• Vidros, metais, plásticos;
• Couros, borrachas, tecidos.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
10 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

COMO FAZER UMA COMPOSTEIRA

A primeira coisa a se observar é o local onde a composteira será


instalada. O ideal é que ela fique protegida do sol e da chuva em
local arejado, em baixo de uma arvore, por exemplo, evitando
pontos baixos do terreno onde empossa a água da chuva.
A compostagem é um processo natural, pode ser replicada de
várias formas, segundo as condições e materiais disponíveis em
cada local. Alguns dos modelos de composteiras mais comuns
são: em leiras (a), minhocários (b), cercados (c), composteiras
de chão (d), composteiras domésticas (e), pilhas (f).

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)
Fonte: PNCC, 2018; INEA, 2013.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.
11

O importante é entender o processo para fazer de


acordo com as condições locais. Então vamos lá?
Deposite os resíduos orgânicos na composteira sempre
cobrindo-os com folhas secas, palha, serragem e terra (material
seco). É indicado que para cada 1 parte de resíduo orgânico seja
colocada 3 partes de material seco.
Em alguns dias a temperatura começa a subir, indicando que a
decomposição está ocorrendo corretamente. Molhe e revolva
bem o composto sempre que necessário (a frequência vai
depender de cada tipo de composteira) para manter a umidade
e a presença de oxigênio.
Fungos, tatuzinhos, besouros, piolhos-de-cobra, minhocas e
trilhões de bactérias estarão trabalhando para você,
decompondo o material.
Você vai reconhecer que o material está pronto quando:
• Apresentar cor marrom café e cheiro agradável de terra;
• Estiver homogêneo, e não der para distinguir os restos e;
• Não esquentar mais, mesmo após o revolvimento.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
12 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

A função das composteiras é proporcionar boas condições para


a ação dos microrganismos responsáveis pela decomposição dos
resíduos. Para isso é preciso estar atento a alguns fatores
principais:

TEMPERATURA
Varia durante todo o processo de compostagem. A temperatura
ótima para o processo de compostagem deve ser na faixa de 40 a
50ºC, temperaturas inferiores ou superiores retardam a
atividade dos microorganismos.

UMIDADE
É importante para que os microorganismos possam decompor a
matéria orgânica. Para testar a umidade, aperta-se uma porção
do composto com a mão:
• Se escoar a agua em fio, a umidade esta excessiva. É necessário
adicionar mais materiais secos como folhas, serragem e palha.
• Se a mão permanecer seca, falta umidade. É necessário regar o
composto com moderação.

AERAÇÃO
Na compostagem, os microorganismos precisam da presença do
oxigênio para decompor a matéria orgânica. Se não houver
oxigênio, a decomposição sera mais lenta, produzindo odores
desagradáveis. Para garantir a entrada de oxigênio é importante
revolver o material disposto de duas a três vezes por semana
(com exceção da composteira em leiras, que o oxigênio entra de
forma passiva).

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 13
em: www.wwef-nexus.org.

RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO (C/N)


Esses dois elementos são essenciais para a atividade microbiana
responsável pela decomposição dos resíduos. Os resíduos
orgânicos domiciliares são ricos em nitrogênio, enquanto o
carbono é encontrado em grande concentração em folhas secas,
serragem e palha.
Para o balanceamento adequado de C/N é indicado que para
cada parte de resíduo orgânico (nitrogênio) seja misturada 3
partes de folhas secas, serragem e palha (carbono), favorece o
desempenho da degradação biológica.

TAMANHO DOS RESÍDUOS


Materiais grandes demoram mais para serem decompostos.
Para facilitar a decomposição é indicado que os resíduos tenham
de 3 a 4 cm, aumentando a superfície de contato com os
microrganismos.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
14 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

Quadro - Resumo sobre compostagem, problema e solução.

PROBLEMA PROVÁVEL CAUSA SOLUÇÃO


Adicionar material
Muita matéria seca
verde e restos de comida,
(folhas, palha,
molhar com moderação
serragem)
Processo e revirar o composto.
lento Cortar os materiais em
Materiais muito
pedaços pequenos e
grandes
revirar a pilha
Revirar o composto e fazer
Falta de oxigênio uma cama com galhos e
Cheiro de palha no fundo
podre ou
presença de Umidade excessiva Revirar a pilha e adicionar
larvas ou compactação material seco
Cheiro de Adicionar material seco
Muita umidade
ammonia e revirar o composto
Resíduos orgânicos Cobrir bem o composto
Aparecimento descobertos com materiais secos
de animais,
pragas e Presença de restos Retirar esses materiais e
moscas de carne, gorduras revirar o composto
ou laticínios

Pilha muito Aumentar o tamanho da


pequena pilha adicionando materiais
secos e verdes
Adicionar água com
Baixa Falta de umidade
moderação
temperatura
Falta de resíduos Adicionar material verde
orgânicos e restos de comida

Falta de arejamento Revirar o composto

Alta Pilha muito grande Dividir a pilha e revirar


temperatura o composto

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.
15

LOGÍSTICA REVERSA

A logística reversa está prevista na Política Nacional dos


Resíduos Sólidos orientando a responsabilidade do setor
empresarial pelo manejo dos resíduos decorrentes de sua
produção. A Lei nº 12.305/2010, determina que são obrigados a
estruturar e implementar sistemas de logística reversa os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de
luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Assim, os consumidores desses produtos devem procurar a
respectiva empresa responsável pela produção daquele produto
e a Prefeitura Municipal, para saber quais as iniciativas de
logística reversa para destinação adequada dos resíduos em seu
município.
No ano de 2013, por exemplo, foram entregues ao Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) cerca
de 4.500 toneladas de embalagens de agrotóxicos no estado de
Goiás (GOIÁS, 2017). Em 2017 o Inpev recebeu 44.512
toneladas de embalagens vazias, que representa 94% do total
das embalagens primárias comercializadas, sendo que 91% das
embalagens foram enviadas para reciclagem e 9% para
incineração (INPEV, 2018).

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
16 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

REJEITOS

Você sabia?
Cerca de 58% dos domicílios rurais queimam lixos devido a
carência de serviços de coleta de resíduos, um dos riscos à
saúde dos habitantes é a liberação de dioxinas, substância
química com potencial cancerígeno, na qual é decorrente da
queima de materiais plásticos (IPEA, 2010).

O que fazer então?


A deficiência dos serviços públicos de coleta dos resíduos em
regiões rurais faz com que os próprios moradores determinem a
destinação final dos resíduos gerados. Uma alternativa
frequentemente praticada nesses casos é o transporte desses
resíduos pelos moradores até um ponto de entrega junto à
prefeitura, de onde os resíduos são encaminhados pelo
programa municipal de coleta até a destinação final adequada.
Existe ainda um longo caminho pela frente para construir bons
hábitos e alternativas adequadas com a realidade vivida no
rural. Por isso é importante seguir fortalecendo as iniciativas
que vem sendo desenvolvidas e pensar novas possibilidades
para a responsabilidade com os resíduos na promoção da saúde,
do saneamento ambiental e a preservação do meio ambiente.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível 17
em: www.wwef-nexus.org.

Sara Duarte Sacho; Luiza C. Campos; Joachim Werner Zang; Wilson Mozena; Warde Antonieta da
18 Fonseca Zang. WWEF-Nexus, IFG-Goiânia/UFG e University College London, junho 2019. Disponível
em: www.wwef-nexus.org.

Agradecimentos: Execução:

Você também pode gostar