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O QUE É ROI?

SAIBA CALCULAR O RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS

Aprenda a identificar se os investimentos feitos pela sua empresa estão gerando retorno através do
ROI, indicador financeiro que retrata sua rentabilidade! Você fez um investimento ou está pensando
em fazer? Não está certo sobre os seus retornos? Essas dúvidas são mais comuns do que você imagina.
Pensando nisso, criei esse artigo sobre o ROI, um indicador financeiro que certamente vai te ajudar a
ter mais segurança na hora de investir! Ficou curioso?

Então continue lendo que você verá:


1. O que é O ROI?
2. Como calcular o ROI?
3. Cálculo do ROI aprofundado
4. Cálculo simples X Cálculo com NOPAT
5. Importância de investimentos
6. Interpretação do ROI
7. Benefícios do ROI
8. Deficiências do ROI
9. Aplicação do ROI

1. O que é ROI?

O ROI, termo vindo do inglês, é a abreviação do termo Return on Investment e conhecido em português
como Retorno sobre Investimento. Esse indicador avalia o retorno daquilo que foi investido a partir de
investimentos próprios e de terceiros.

Ele pode ser usado para calcular um investimento específico. Por exemplo, se você realizou um
investimento em um segmento da empresa e quer saber o retorno em cima do investimento realizado,
o ROI é um bom indicador para você. Entende o porquê é importante saber o ROI de uma empresa?

Ao calcular esse indicador, você consegue perceber se os retornos não estão tão bons quanto você
esperava. Ou seja, se sua empresa está ganhando ou perdendo dinheiro. Além disso através do cálculo
fica mais fácil identificar as possíveis falhas e corrigi-las.

2. Como calcular o ROI?

O cálculo do ROI é bem simples e fácil de fazer, como você pode ver na imagem a seguir:

Podemos exemplificar a fórmula ROI acima de uma forma bem simples.


Vamos supor que para obter uma renda extra, você decida vender docinhos na porta do Restaurante
Universitário da sua faculdade. Para iniciar o negócio, você vai começar vendendo apenas brigadeiros.
Os custos na fabricação do brigadeiro são: 5 Latas de Leite condensado: R$ 18,00 2 Tabletes de
Manteiga: R$ 10,40 2 Latas de achocolatado em pó: R$ 11,60 200 Forminhas: R$ 3,50 4 pacotes de
granulado: R$ 14,50 Custos Totais: 58 reais Supondo que com esses gastos você consiga fabricar 200
docinhos, os quais serão vendidos a R$1,50 cada, seu lucro total será R$300,00.

Considerando que R$300,00 é sua receita, e os seus custos são R$ 58,00, basta aplicar a fórmula vista
acima que teremos o resultado do ROI:

Dessa forma, vemos o quanto a venda do brigadeiro traria um lucro satisfatório, já que você teria um
retorno de 417,24% em cima do seu investimento inicial. Isso mostra que a cada R$1,00 investido, você
terá um retorno de aproximadamente R$4,17.

O exemplo acima, é uma forma simples de exemplificar o cálculo do ROI. Mas, se você é estudioso da
área de finanças ou quer um estudo mais aprofundado, deve ficar atento a uma outra fórmula de
calcular esse indicador, que vamos ver a seguir.

3. Cálculo do ROI aprofundado

Se você chegou até aqui, é porque você realmente tem interesse nesse indicador financeiro. Então,
para esclarecer como é feito este cálculo, vamos analisar a fórmula a seguir:

Provavelmente você está se perguntando o que é NOPAT, certo? Fique calmo, vou explicar tudo que
você precisa saber.

O NOPAT (Net Operating Profit After Taxes) é o Lucro Operacional após Impostos de Renda (IR) e pode
ser calculado de três maneiras distintas:

NOPAT 1: LAJIR (Lucros Antes de Juros e Impostos de Renda) - IR estimado sobre LAJIR;

NOPAT 2: Lucro Líquido + Resultado Financeiro - Benefício Fiscal da Despesa Financeira (Juros);
NOPAT 3: EBITDA - Depreciação - IR estimado. Sendo assim, podemos ver que o NOPAT é a Receita
Líquida menos os Custos e Despesas Operacionais (incluindo depreciação) e diminuindo também o IR.

O investimento também possui mais de uma possibilidade de ser calculado, como você pode ver a
seguir:

Investimento 1: Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido


Passivo Oneroso é composto por todas as dívidas que geram custos financeiros (pagamento de juros);
Patrimônio Líquido: são os valores que os sócios ou acionistas possuem na empresa.

Investimento 2: Ativo Total – Passivo de Funcionamento


Ativo Total é a soma de passivo e do patrimônio líquido.
Passivo de Funcionamento são os Passivos Não Onerosos da empresa, ou seja, que não geram juros,
como salários, encargos, fornecedores, impostos, entre outros.

Agora que você já sabe como calcular o NOPAT e os investimentos, podemos fazer um exemplo para
que você possa entender de maneira mais clara. Para isso, vamos fazer uso da seguinte tabela:

Nela podemos ver o cálculo do Lucro Líquido da empresa através do uso do DRE (Demonstrativo do
Resultado do Exercício). Com esse valor calculado, podemos prosseguir para o cálculo do NOPAT e
também do EBITDA:
Como você pode notar, a diferença entre o NOPAT e o EBITDA é o fato de que no cálculo do EBTIDA
entram os Tributos sobre Lucro e também a Depreciação.

Ou seja, se você subtrair esses valores do resultado do EBTIDA, você irá obter o valor exatamente igual
ao do NOPAT, como já tinha sido dito mais acima.
Agora que temos o valor do NOPAT, podemos utilizar a tabela a seguir para obter o valor do
investimento:

Como foi dito mais acima, o investimento nesse caso foi calculado considerando a soma do Passivo
Oneroso com o Patrimônio Líquido.

Pronto, agora que já obtemos o valor do NOPAT e do investimento podemos fazer o cálculo proposto
inicialmente:

Através do cálculo, percebe-se que esse negócio teria um retorno de 44, 36%. Ou seja, podemos ver
que o retorno não é tão alto assim e você pode elaborar estratégias para torná-lo mais satisfatório.

Vale ressaltar que, quando falamos em investimento, estamos falando de tudo aquilo que foi investido
com o intuito de ter um retorno futuro, mesmo em projetos voltados ao longo prazo. As campanhas de
marketing são um bom exemplo desse tipo de investimento.

4. Cálculo simples X Cálculo com NOPAT

Depois de tudo que você viu até aqui, vou mostrar o porquê os profissionais da área de finanças utilizam
a fórmula com o NOPAT.

Utilizando os mesmos dados fornecidos no DRE adotado, vamos refazer os cálculos da forma mais
simples:
Assim, pegamos a receita e o custo na tabela do DRE:

Dessa forma, temos o novo cálculo:

Assim, vemos que a fórmula mais simples traz um resultado menos preciso. Portanto, se você deseja
fazer um cálculo para um investimento maior, é melhor usar a fórmula com o NOPAT, que vai te
oferecer um resultado mais próximo da realidade.
Mas, se for fazer um investimento menor e mais simples, você pode usar a fórmula mais direta.

5. Importância de investimentos

O investimento é fundamental para os negócios. Ele não é só importante para o desenvolvimento de


novos projetos, mas também na melhoria daqueles que já estão dando certo.

Como vimos nos exemplos anteriores, o resultado final encontrado no cálculo do ROI pode ser
multiplicado por 100 para ter o dado em porcentagem. Dessa forma, você consegue avaliar melhor o
indicador, bem como comparar com outros indicadores da sua própria empresa e também das
concorrentes, permitindo que você elabore estratégias para melhorar constantemente.

6. Interpretação do ROI

A partir do que foi dito até o momento, acredito que você já percebeu que a polaridade desse indicador
é quanto maior, melhor! Pois quanto maior ele for, mais será o retorno do investimento realizado.
Além disso, esse indicador nos permite fazer questionamentos a partir da interpretação dos seus
resultados, como:
• O que você deixou de fazer para o seu negócio ter um retorno maior?
• A partir de agora, o que eu posso fazer para melhorar meu retorno?
• Um segmento do meu negócio tem retorno maior do que outros. Quais estratégias usadas nesse
segmento que posso usar para melhor os outros?
• Os resultados dos meus concorrentes estão melhores, iguais ou piores dos que os meus?
• Se estiverem piores ou iguais, o que posso fazer para melhorar os meus resultados?
• Os investimentos mais altos me dão um retorno maior do que aqueles mais baixos?
• Devo investir mais em um determinado negócio?

Vale lembrar que apesar dos exemplos anteriores terem dado valores positivos, pode acontecer casos
em que ele seja negativo. Isso indicaria o quanto seu negócio está indo mal, pois significa que o
investimento realizado fez com que o investidor perdesse dinheiro.

Mas calma, isso não é o fim da linha, você pode buscar medidas para melhorar o seu resultado e inverter
essa situação.

7. Benefícios do ROI

O principal benefício desse indicador é avaliar se o investimento feito está dando o retorno esperado.
Mas, além disso, o ROI traz outros benefícios que justificam a importância de sempre o analisar.

Quais são eles?


A partir deste indicador a empresa e/ou negócio consegue identificar os segmentos que mais geram
lucro e assim, efetivam vendas e encontram a melhor forma de captar e fidelizar clientes.

Com o avanço tecnológico, a forma como as empresas buscam atrair clientes têm mudado
constantemente, assim como a maneira que as vendas são realizadas. A internet trouxe um novo tipo
de marketing, conhecido como marketing digital e, as vendas, que antes eram feitas apenas
presencialmente, agora podem ser feitas virtualmente. Pensando nisso, as empresas têm investido
cada vez mais em marketing digital, que conta com um leque bem diversificado de ferramentas que
permitem atingir um número significativo de pessoas e levar leads para as empresas.

8. Deficiências do ROI

Como vimos até o momento, o ROI é um indicador financeiro que possibilita verificar o retorno a cada
um real investido. No entanto, o ROI possui deficiências, dentre elas, podemos destacar a
impossibilidade de avaliar a duração do projeto. Ou seja, um projeto que tem um retorno de 12% pode
ser considerado um projeto muito bom no curtíssimo, curto e médio prazo.
Porém, já no longo prazo não podemos dizer que este é um bom retorno.

Além de não levar em consideração a duração do projeto, o ROI não avalia as oscilações devido à
inflação. Logo, um projeto que está tendo um retorno de 12% no primeiro trimestre de um ano e
apresenta um bom retorno em relação ao investimento feito, pode não continuar demonstrando esse
retorno positivo no mesmo período do ano seguinte.

Assim como a inflação, o ROI não leva em consideração a sazonalidade. Mas o que é sazonalidade? É o
fato das vendas e fluxos de caixas não serem uniformes durante todo o ano, havendo pontos de máximo
e mínimo. Por exemplo, você abriu uma pequena fábrica de sorvete e resolveu calcular o ROI para
avaliar como tem sido o seu retorno em cima do investimento feito. Ao calcular, você percebeu que o
retorno atendeu às suas expectativas. No entanto, esse cálculo não levou em consideração que no
inverno o consumo de sorvete cai e, consequentemente, o retorno também.

Além das deficiências já mostradas, há outra relacionada aos valores adotados para o cálculo do ROI.
Enquanto um setor pode fazer o cálculo baseado em um determinado dado, outro setor da mesma
empresa pode realizar usando dados totalmente diferentes, o que geraria um resultado inconsistente.

Para evitar esse tipo de problema, é sempre importante verificar a procedência dos dados utilizados.
Assim, uma empresa pode fazer uma comparação entre os seus diversos setores de forma mais precisa.

Por fim, a partir do que foi dito até o momento, conseguimos destacar as principais deficiências do
resultado do ROI:
• Não leva em consideração a duração do projeto;
• A oscilação da inflação não é considerada no cálculo;
• A sazonalidade também não é considerada no cálculo;
• Dados diferentes são usados pelos diversos setores de uma empresa, gerando dados
inconsistentes;

9. Aplicação do ROI

Até aqui você já viu o que é o ROI, como calculá-lo, seus benefícios e deficiências.

Agora vamos falar sobre a sua aplicação, abordando os desafios e as vantagens de utilizar essa
ferramenta nos negócios e/ou nas empresas.

Um dos principais desafios da aplicação do ROI é que, ao identificar a necessidade de melhoria, tem
que se ser colocado de lado a resistência à mudanças. Ou seja, não se deve ficar pensando apenas no
dinheiro aplicado, nas pessoas alocadas para desenvolver o serviço e nem no tempo gasto, mas é
preciso estar pronto para mudar as estratégias do negócio, adaptá-las ou mesmo descartá-las.
Assim, você evita continuar perdendo dinheiro e energia com algo que não esteja dando um retorno
satisfatório, além de ter uma chance do retorno vir a ser melhor.

A importância de não ser resistente à mudanças, se mostra relevante também quando consideramos a
velocidade que novos produtos e serviços são desenvolvidos, devido aos avanços tecnológicos. Se o
indicador apresenta um bom resultado hoje, não quer dizer que ele vai continuar apresentando um
bom resultado.

Por isso, é importante o acompanhar e verificar as suas variações constantemente. Quando uma
empresa cria o hábito de calcular o ROI com uma certa frequência, ela dispara na frente de suas
concorrentes que não fazem o mesmo. Por quê? Porque dessa forma ela consegue ver quando algo que
estava bom vem caindo e também o caso inverso.

Assim, é possível elaborar estratégias rápidas para solucionar os possíveis problemas.

Portanto, a empresa está seguindo a premissa que precisa sempre gerar lucro. O acompanhamento do
ROI também impacta no espírito da equipe. Afinal, quem não gosta de trabalhar em uma empresa que
se preocupa em manter bons resultados? Acredito que todos nós adoramos e isso dá ânimo para
sempre fazer o nosso melhor.

Finalizando, podemos dizer que acompanhar o ROI precisa se tornar uma cultura da empresa, pois
ajuda a ter uma visão melhor sobre cada segmento da empresa e seus resultados, bem como focar na
melhoria como um todo e não de partes individuais.

Tudo isso facilita na tomada de decisão, pois permite que você conheça melhor seu negócio.

FONTE:
Visita em 26 out 2020
https://www.voitto.com.br/blog/artigo/roi
Carolina Guimarães
Estudante de Engenharia de Produção na Universidade Federal de Juiz de Fora. Membro do
departamento comercial da Sociedade Estudantil da Engenharia de Produção (SEEPRO) por 6 meses.
Bolsista de Iniciação científica por 4 anos, desenvolvendo pesquisas na área de Rede Global de
Produção, com publicação de artigo na revista acadêmica da Universidade Federal do Paraná:
Desenvolvimento e Meio ambiente. Estagiária do Grupo Voitto na área de P&D.

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