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De origem japonesa - a palavra TSUNAMI designa ondas oceânicas de grande

altura. Embora sejam erroneamente denominadas de ondas de maré, as tsunamis


não são causadas por influência das forças de maré (forças astronômicas de
atração do Sol e da Lua).
São ondas de grande energia geradas por abalos sísmicos. Têm sua origem em
maremotos, erupções vulcânicas e nos diversos tipos de movimentos das placas do
fundo submarino. Portanto uma boa definição para a TSUNAMI seria uma onda
sísmica que se propaga no oceano.

Historicamente, é no Oceano Pacífico onde ocorreram a maioria das TSUNAMIS, por


ser uma área cercada por atividades vulcânicas e freqüentes abalos sísmicos. Ao
norte do Oceano Pacífico, desde o Japão até o Alasca, existe uma faixa de maior
incidência de maremotos e erupções vulcânicas que originariam as tsunamis mais
freqüentes do nosso planeta. Na recentemente levantada hipótese sobre o perigo
de um maremoto de grandes proporções, ele seria tão catastrófico quanto maior for
presumida explosão vulcânica nas Ilhas Canárias, local onde foi detectada
importante atividade sísmica no subsolo.
Uma analogia a esse processo seria uma panela de pressão que tem a sua válvula
reguladora obstruída enquanto aumenta o calor interno gerado pelo fogo. A pressão
interna vai aumentando proporcionalmente ao acúmulo de energia potencial. Este
processo tem continuidade até que ocorra uma ruptura em algum ponto da
estrutura da panela redundando em uma explosão, ou seja, na liberação
instantânea de grande quantidade de energia.
No caso das Ilhas Canárias foi observado um aumento da atividade
sísmica/vulcânica no interior da ilha. Como a mesma estava inerte a várias dezenas
de anos, o topo do cone vulcânico, que é a própria ilha, se consolidou de tal forma
que se extinguiu o respiro ou válvula de alívio da pressão interna do vulcão. Assim,
quanto mais sinais ela der de atividade vulcânica no seu interior maior será o risco
de haver uma erupção vulcânica de grandes proporções. O tamanho da onda
tsunami gerada será proporcional à quantidade de energia transmitida ao mar no
momento da erupção.
Por outro lado, uma erupção vulcânica não é um evento comum e, se levarmos em
conta outros fatores, veremos que a probabilidade de formação de uma onda
tsunami destruidora é pequena. Outro fator a ser considerado é a distância do
litoral brasileiro, especificamente dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará,
Maranhão, Piauí, Pará e Amapá, em relação à Ilhas Canárias. São
aproximadamente 4,500 km/h, o que equivaleria a 8 horas de percurso até chegar
ao litoral brasileiro.
Assim, quanto maior for a distância entre a origem (epicentro) e o litoral de
impacto, maior será a perda de sua intensidade por espalhamento e mesmo
dissipação de sua energia. Outro fator de reflexão é que quanto menor for a
profundidade das zonas por onde a onda propaga maior vai ser a redução de sua
energia pelo atrito com o fundo submarino.
Se somarmos a probabilidade e os registros históricos de erupções e/ou abalos
sísmicos em ilhas do Oceano Atlântico, que são mínimos, veremos que as chances
de ocorrer um acidente ambiental de grandes proporções são baixas.
Desta forma, antes do Brasil, Portugal, Norte da África e o arquipélago de Cabo
Verde serão as vítimas potenciais devido à proximidade do epicentro da eventual
explosão vulcânica, recebendo diretamente o impacto da onda de grande altura.
Por outro lado se existe a probabilidade é preciso ter cuidado de alterar para as
possíveis conseqüências do fenômeno. A conjunção de fatores intervenientes pode
provocar estragos catastróficos, daí a importância de que a população seja
informada e que as autoridades competentes tomem as devidas precauções. Um
bom exemplo desse tipo de política de seguranças é o desenvolvimento através de
informações de satélite pela Organização Meteorológica Mundial - OMM.
Devido a freqüência da ocorrência de tsunamis no Pacífico, existe uma rede
internacional de sismógrafos ao longo do cinturão de fogo que altera para a
formação de qualquer onda catastrófica. Como resultado dessa iniciativa nenhuma
morte foi contabilizada com a passagem de uma tsunami no Havaí em 1957. Já a
tsunami de 1946, com altura inferior à de 1957, causou inúmeras vítimas fatais
pela ausência de um sistema de alerta. A última tsunami registrada foi em 2004 na
Ásia e deixou mais de 300 mil mortos.
Portanto, medidas preventivas são muito menos onerosas e possíveis de serem
tomadas do que medidas corretivas, muito mais dolorosas. O medo é gerado pela
ignorância, o respeito é gerado pelo conhecimento.

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