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Online – CPAD Jovens – 1º Trimestre de 2019 – 10-02-2019 – Lição 6: O pecado da rebelião

Este post é assinado por Rafael Cruz

Texto do dia

Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria.


Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não
sejas rei. 1 Samuel 15.23

Texto bíblico

Números 12.1-14 

1 E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita, que tomara; porquanto
tinha tomado a mulher cuxita.

2 E disseram: Porventura, falou o SENHOR somente por Moisés? Não falou também por nós?
E o SENHOR o ouviu.

3 E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.

4 E logo o SENHOR disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação.
E saíram eles três.

5 Então, o SENHOR desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou
a Arão e a Miriã, e eles saíram ambos.

6 E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o SENHOR, em
visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele.

7 Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa.

8 Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras; pois, ele vê a semelhança do
SENHOR; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?

9 Assim, a ira do SENHOR contra eles se acendeu; e foi-se.

10 E a nuvem se desviou de sobre a tenda; e eis que Miriã era leprosa como a neve; e olhou
Arão para Miriã, e eis que era leprosa.

11 Pelo que Arão disse a Moisés: Ah! Senhor meu! Ora, não ponhas sobre nós este pecado,
que fizemos loucamente e com que havemos pecado!

12 Ora, não seja ela como um morto, que, saindo do ventre de sua mãe, tenha metade da
sua carne já consumida.

13 Clamou, pois, Moisés ao SENHOR, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures.

14 E disse o SENHOR a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada
sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial; e, depois, a recolham.
INTRODUÇÃO

Paz do Senhor querido leitor do nosso site!

A rebelião é como o pecado de feitiçaria porque desvia as pessoas de Deus. O feiticeiro


rejeita Deus, procurando a ajuda de outros espíritos. Da mesma forma, o rebelde rejeita
Deus, desobedecendo a Seus mandamentos.

Quando a Bíblia diz que a rebeldia é como o pecado de feitiçaria, está falando sobre a
rebeldia contra Deus (1 Samuel 15:23). Todos devemos obediência a Deus, porque Ele nos
criou e sabe o que é melhor para nós. Quem desobedece a Deus, sabendo que o que está
fazendo é errado, entra em rebelião contra Deus. Essa pessoa rejeita a autoridade de Deus
em sua vida.

I – UM POVO DE DURA CERVIZ

1 – Inveja na família do líder

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Miriã, mais velha que seus irmãos Moisés e Arão, era profetisa (Êxodo 15:20), esperta,
talentosa e ambiciosa. Arão havia acompanhado Moisés em seu ministério, e fora designado
por Deus para o alto cargo de titular do sacerdócio entre o seu povo, cargo esse que deveria
continuar a ser desempenhado exclusivamente pelos seus descendentes.

O casamento com a cuxita (seu nome não é dado) rebaixou Moisés aos olhos de Miriã e
Arão, de quem Moisés era o irmão mais novo. Parecia ser um problema familiar, mas trouxe
à tona os ciúmes que sentiam pela posição e influência de Moisés sobre o povo e eles
próprios.

Eles então procuraram pôr-se em pé de igualdade com Moisés, declarando que o SENHOR
não havia falado só por Moisés, mas também por eles. No hebraico o verbo “falaram”
(versículo 1) está no feminino singular, indicando que Miriã foi quem tomou a iniciativa.

Antes de criticarmos os outros, pensemos bastante em nossos motivos: muitas vezes o que
justificamos como “crítica construtiva” não passa de ciúmes destrutivos, pois a maneira mais
fácil de nos elevar é baixar a reputação alheia.

O SENHOR mandou que os três saíssem à tenda da congregação (era um assunto de


família). Quando os três chegaram lá, Ele também desceu na coluna da nuvem e se pôs à
porta, chamando Arão e Miriã até a Sua frente. Ele então mostrou que havia uma enorme
diferença entre seu relacionamento com Moisés e o que tinha com seus irmãos: Ele se fazia
conhecer e falava aos profetas (como Arão e Miriã se consideravam) em visão e em sonhos,
mas a Moisés falava frente a frente, claramente, e não por enigmas, porque ele era fiel em
toda a casa de Deus.

No caso de Miriã, ela ficou toda leprosa instantaneamente: prova que era de origem
sobrenatural, um julgamento da parte de Deus. Arão não foi feito leproso, provavelmente
por causa do seu cargo de sumo-sacerdote: o povo precisava dele no tabernáculo. Além
disso, Miriã foi quem havia iniciado a insubordinação.

2 – Teimosia

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E disse-me o Senhor: Dize-lhes: Não subais nem pelejeis, pois não estou no meio de vós;
para que não sejais feridos diante de vossos inimigos.
Deuteronômio 1:42

A mais ultrajante das reclamações de Israel contra Deus era que Ele queria que seus filhos
morressem (Nm 14.31). Entretanto, o Senhor demonstrou Seu amor e Sua fidelidade ao
povo quando protegeu aqueles que tinham menos de vinte anos, a fim de que pudessem
herdar a terra. Naquela época, as pessoas muito jovens eram consideradas completamente
imaturas (Is 7.15), daí serem vistas por seus responsáveis como presas fáceis para os
inimigos. Mas, ao proferir que apenas os meninos poderiam futuramente tomar posse da
terra, Deus mostrou novamente Sua compaixão (Nm 14-18).

Ao declarar pecamos contra o Senhor, os israelitas mostraram pesar, mas não o verdadeiro
arrependimento. Além disso, a ousadia expressa na sentença nós subiremos e pelejaremos
expõe a confiança deles em si mesmos. Logo, observa-se que continuavam ignorando as
ordens de Deus.
O Senhor não protegeria os israelitas. Portanto, a vitória seria impossível. Contudo, pela
afirmação falando-vos eu, não ouvistes […] e vos ensoberbecestes, fica claro que o povo
teve uma atitude arrogante e autossuficiente, pois não se submeteu ao Senhor.

3 – Murmuração

O que fez com que o povo de Israel a priori não herdasse a terra prometida, dentre outras
coisas, foi o espírito de murmuração existente no arraial no período em que peregrinavam
pelo deserto. Ora, a geração do deserto fora uma geração de insatisfeitos. Nada os
satisfazia, reclamavam de tudo e por tudo. Queixavam-se pela falta de carne, dizendo que
no Egito comiam com fartura, resmungavam da escassez de água, da jornada cansativa, do
calor do deserto, das dificuldades do caminho, como também do Maná que caía diariamente
dos céus.

Um dos motivos que levou o povo a murmuração no deserto foi o maná. A título de
esclarecimento maná era parecido com sementes brancas, um pouco amareladas, que caía
durante a noite e no dia seguinte o povo o apanhava, moíam, socavam em pilões,
cozinhavam e faziam pães que tinham o sabor de pão assado com azeite, ou seja, era um
milagre presenciado todo dia por aquele povo, pois se tratava de um alimento vindo do céu
especialmente para suprir as suas necessidades durante a caminhada.

O contexto desse episódio é que Deus tinha libertado aquele povo da escravidão no Egito,
estava provendo as suas necessidades com um alimento espiritual que lhe dava totais
condições e forças de continuar a caminhada, até a nova terra que lhes havia prometido.

Porém aquela gente estava insatisfeita e murmurando pelo fato de sentir saudades das
comidas que tinham no Egito, ou seja, a liberdade, a nova terra que estava por vir, o
alimento que era fornecido durante a viagem, à perspectiva de uma nova vida sem
escravidão, nada disso importava naquele momento, o que realmente tinha valor para eles
eram as comidas egípcias, isto é, o povo estava tão focado no que não tinha que não
conseguia dar valor àquilo que tinha.

II – LÍDERES EM CONFLITO
1 – Insubmissão e desrespeito

Coré (ou Corá), Datã e Abirão ajuntaram 250 líderes da congregação, homens de renome,
contra Moisés e Arão e se rebelaram contra eles. Estes homens, que estavam sob a liderança
de Moisés e Arão, resolveram contestar a autoridade deles. Mas o principal motivo da
rebelião de Coré e seus comparsas está no fato em que eles queriam a autoridade que Deus
dera a Moisés.

Quando Coré, Datã e Abirão se opuseram a Moisés e Arão, a autoridade dos dois líderes era
evidente a todos. Mas eles eram homens malignos, orgulhosos e insubmissos por isso
queriam se auto justificar. Seus questionamentos eram formas enganosas e perigosas de
rebelião. Eles criam estar servindo a Deus através de sua rebelião. Os 250 líderes estavam
convencidos que se opunham meramente a Moisés e a Arão; eles não faziam a mínima ideia
de que isto se estendia a Deus. Em algum ponto eles perderam de vista o caminho e ao
perder de vista a autoridade que Deus deu a Moisés, se levantaram contra o mesmo. Isto é
perigoso porque tal fato é geralmente acompanhado pelo maior julgamento.

Como resultado do castigo a terra se abriu e engoliu os homens com suas famílias, e os seus
seguidores e tudo que possuíam. A terra se fechou sobre eles e foram destruídos. Todo povo
de Israel correu assim que ouviu seus gritos, temendo que a terra os fosse engolir também.
Então o fogo caiu do céu e consumiu os 250 homens que ofereciam incenso. O julgamento
severo sobre estes homens nos ensina que ninguém pode agradar a Deus com insubmissão e
rebeldia.

2 – O memorial dos rebeldes


Esta rebelião teve duas partes. A primeira envolveu Coré, Datã e Abirão com os 250 líderes.
A segunda parte aconteceu no dia seguinte, quando a congregação inteira se levantou contra
Moisés e Arão. E eles murmuraram contra eles dizendo: “Vós matastes o povo do
Senhor,” Nm 16.41,42. Eles ficaram abalados pelo que aconteceu no dia anterior, mas
erraram ao se irarem e culparem Moisés. A rebelião daqueles homens foi tão persuasiva que
nem mesmo o fato de presenciarem a terra engolindo-os fez com que a congregação
entendesse a mensagem da gravidade da situação.

O juízo sobre os duzentos e cinquenta homens foi o mesmo que acontecera antes aos filhos
de Arão que apresentaram incenso indevidamente diante do SENHOR (Levítico 10:2): foram
consumidos por fogo vindo do SENHOR. Ficou Arão, o legítimo titular da posição de sumo-
sacerdote.

A mando do SENHOR os incensários desses homens, feitos de metal, foram fundidos e


convertidos em lâminas para cobertura do altar, por memorial para que nenhum estranho,
que não fosse da descendência de Arão, acendesse incenso perante o SENHOR.

3 – O castigo dos inconformados

Quando a congregação se levantou contra Moisés e Arão, Deus se irou querendo destruir a
todos eles. Mas Moisés e Arão intercederam pelo povo. Como resultado da intercessão, a
nação foi salva, contudo uma praga enviada pelo Senhor matou 14.700 pessoas. Isto foi
muito mais do que o que acontecera no dia anterior.

Sua atitude lhes trouxe ainda maior castigo. É de admirar como o povo aparentemente tinha
dificuldade em compreender que o SENHOR era quem os estava disciplinando para que
aprendessem a confiar nEle e a obedecê-lO. Era realmente um povo de dura cerviz, como o
Senhor havia declarado antes a Moisés (Êxodo 32:9, etc.).

O caminho para a rebeldia começa com a falta de contentamento e o ceticismo, passa para
as reclamações contra as circunstâncias e contra Deus, depois adquire amargura e
ressentimento, seguidos finalmente por rebelião e hostilidade. Vigiemos se estivermos
descontentes, cépticos, inclinados a reclamar ou a ficar ressentidos: estas atitudes nos
levarão a nos rebelar contra Deus e as consequências serão sérias para nós.

III – DEUS MOSTRA A SUA VONTADE


1 – Deus firma a liderança

Parece que o problema foi resolvido até o fim do capítulo 16. Os líderes da rebelião foram
mortos, e quase 15.000 pessoas que os defendiam morreram, também. Mas Deus sabia que
a raiz do problema ainda não foi tirada. As atitudes rebeldes do capítulo 16 refletiram um
desrespeito da autoridade que o próprio Deus deu a Moisés e Arão. Foi necessário arrancar a
rebeldia pela raiz.

O Senhor mandou que os príncipes de cada tribo levassem suas varas a Moisés. Ele
especificamente disse que Arão representaria a tribo de Levi. Esse fato é importante. O
principal líder da rebelião foi um primo de Arão, um levita da mesma família (veja Números
16:1 e Êxodo 6:18,20,21). Entre os levitas, Deus escolheu a casa de Coate para cuidar das
coisas santíssimas (Números 4:2), mas Corá não estava contente com esse papel. Ele
cobiçou a posição de seu primo, e tentou assumir uma posição que Deus não lhe deu. A
primeira lição que Deus ensinou no capítulo 17 foi esta: Arão deve ser respeitado como líder
dos levitas.

2 – Deus honra o líder

Moisés recolheu os cajados e os pôs no tabernáculo, diante do Senhor. Deus disse que o
cajado do homem escolhido floresceria. É claro que isso seria um milagre e um sinal de
Deus, mostrando qual tribo foi selecionada para representar o povo na presença dele. Moisés
voltou no dia seguinte e achou onze bordões normais. A vara de Arão, porém, brotou,
produziu flores e deu amêndoas! Uma vara viva não faria tudo isso numa noite só, muito
menos uma morta! Deus claramente afirmou a sua escolha, para acabar com a rebeldia e as
murmurações do povo de Israel.
A lição para nós não poderia ser mais clara: quem serve verdadeiramente ao Senhor floresce
e frutifica. Isso nos leva a uma inevitável reflexão: Como está a nossa vara? Temos
florescido e frutificado para o Reino de Deus? As varas que não frutificam são lançadas fora e
esta lição foi deixada por Jesus, leia: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê
mais fruto.” (João 15:1,2).

3 – Deus protege o líder

Um comentário importante vem de Champlin:

Essa vara apresentou botões, floresceu e deu amêndoas, (Ver Num, 17:8). Esse
objeto estava associado à arca, e talvez tivesse sido guardado em seu interior, ou
posto na frente da mesma, como lembrete sagrado do poder divino sobre o mal.
Alguns estudiosos pensam que serve de tipo de Cristo, em seu ‘sacerdócio
florescente’.

Em Números, 17:5, empresta a ideia sacerdotal a esse item, Cristo é a ‘raiz que
saiu de terra seca’, que é ideia correlata àquela em que uma vara evidentemente
sem vida repentinamente voltou a dar fruto (ver Is 53:2).

Essa vara era um pedaço de pau, galho da amendoeira, usado, provavelmente, para
conduzir o rebanho. Quando Deus quis dar um sinal ao povo, fez com que a vara de Aarão,
aquela madeira seca e velha, produzisse brotos, flores e frutos. Isso é extraordinário! Qual o
significado da vara de Aarão para nós? Poder de Deus, ação do Espírito Santo, de maneira
que o impossível acontece e maravilhas se realizam. É o poder da ressurreição. O sinal da
vara de Aarão nos mostra a ação de Deus quando já se pensa que é tarde demais. Se já
recebemos o Senhor Jesus e já temos adquirido o conhecimento da Palavra de Deus,
busquemos ainda o batismo e o enchimento do Espírito Santo. Dessa forma, nossa vida
cristã não se resumirá em fé e palavras, mas em manifestação do poder de Deus.

Deus abençoe!

REFERÊNCIAS

Rumo à Terra Prometida – A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números,


Reynaldo Odilo, CPAD, Rio de Janeiro;

https://www.bibliaonline.com.br/acf

Dicionário Bíblico Universal; Universal bible dictionary – A. R. Buckland , Lukyn Williams;

Dicionário Bíblico Wycliffe – Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea – CPAD;

CHAMPLIN, Russel Normam. “O Novo Testamento Interpretado”. Sociedade Religiosa “A VOZ


BÍBLICA”. Guaratinguetá-SP. Vol. V, pág. 578.
http://www.cacp.org.br/

Por Rafael Cruz

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