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Belo Horizonte
Novembro 2007
ii
iii
Resumo
iv
Abstract
The BHTelessaúde is a telehealth project focusing on primary care and used by pro-
fessionals from areas like medicine, nursing and dentistry from the Basic Health Units
(BHU) of Belo Horizonte city, Minas Gerais. Despite the great importance and variety
of services available from the project, they are not often used by the health units. The
revised literature shows that usability problems in the Telemedicine applications di-
rectly interfere in its use and acceptance. Thus, this study aims to evaluate the usability
of computer systems used in the Telemedicine services of the BHTelessaúde, knowing
the profile, the views and the problems faced by users during the interaction with these
systems. The organization and direction of the evaluation is assisted by the DECIDE
framework, that is responsible by the definition of the evaluation methods and the
practical guidance of the work. A predictive evaluation is realized through techniques
of Walkthrough Cognitive and field study by combining evaluation techniques, such as:
individual interviews, observation, focal group and questionnaires for the definition of
the user profile and satisfaction. During the analysis of the data problems were found
with respect to the introduction of technology, technical problems and usability. The
results are grouped by techniques and point the user’s reviews and satisfaction related
to the systems.
v
Agradecimentos
Agradeço à Deus por todo o carinho e cuidado, por toda a força e coragem, por não
desistir de mim e por me mostrar que “Tudo posso, Naquele que me fortalece! ”
Ao Santo Inácio de Loyola e ao papa João Paulo II, pela intercessão junto à Jesus
Cristo durante minhas diversas dificuldades.
Ao amor da minha vida, Wagner, pela presença amiga, por estudar comigo, por
todo carinho, amor e por sempre me motivar e mostrar que sou capaz!
À minha mãe e minha irmãzinha, Bel, pelo incentivo, apoio, amizade, orações, por
acreditar em mim e ter demonstrado o quanto me amam.
Ao grande amigo, pai, irmão... Padre Jacaúna, grande incentivador de meus estudos
e a presença da minha famı́lia durante o tempo em que fiquei longe de casa.
À minha orientadora professora Ana Maria Cardoso, que direcionou com sabedoria
meus trabalhos, me motivou e abriu novos caminhos.
À professora Raquel de Oliveira Prates que, com muita presteza, me forneceu in-
formações e conselhos que foram motivadores e essenciais para a realização deste tra-
balho; e à professora Lucila Ishitani por toda contribuição.
À Giovana, por toda informação e suporte.
À Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, especialmente aos gestores do
BHTelessaúde, à Janaı́na e usuários que contribuı́ram com suas informações.
Ao reitor da Unimontes, prof. Paulo César Gonçalves de Almeida, pelo apoio e
confiança; aos professores Reinaldo Teixeira, Wilson Atair Ramos, Tânia Marta Maia
Fialho, Mário Melo e servidores da Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos
e da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unimontes.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, pelo
apoio financeiro.
E a todos que foram a presença e a voz de Deus para que eu não desistisse em meio
às grandes dificuldades!
vi
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Usabilidade e Sistemas de Telemedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Objetivo do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Abordagem Adotada e Organização do Texto . . . . . . . . . . . . . . 7
2 Revisão de Literatura 8
2.1 Interfaces Computacionais e a Interação Humano Computador (IHC) . 8
2.2 Usabilidade de Sistemas Computacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Avaliação de Interfaces Computacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4 Métodos de Avaliação de Usabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4.1 Métodos Analı́ticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4.1.1 Avaliação Heurı́stica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4.1.2 Percurso Cognitivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.4.2 Métodos Empı́ricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.4.2.1 Testes em Laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4.2.2 Estudo de Campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3 Telemedicina e o BHTelessaúde 32
3.1 Telemedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.1.1 Evolução Histórica da Telemedicina . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.1.2 Aplicações da Telemedicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1.3 Teleconsultoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.2 BHTelessaúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.2.1 Descrição dos serviços oferecidos pelo BHTelessaúde . . . . . . . 39
3.2.2 Infra-estrutura Tecnológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
vii
Sumário viii
4 Metodologia 43
4.1 Definição do Método de Avaliação de Usabilidade (UEM) . . . . . . . . 44
4.2 Definições práticas da Avaliação Preditiva . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.1 Fase Preparatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.2 Etapa de Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3 Definições Práticas do Estudo de Campo . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.3.1 Entrevista em grupo (Grupo focal) . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.3.2 Entrevistas Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.3.3 Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.3.4 Questionários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5 Resultados e Discussões 73
5.1 Resultados decorrentes do Percurso Cognitivo . . . . . . . . . . . . . . 73
5.2 Resultados decorrentes do Grupo Focal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
5.2.1 Problemas relacionados à introdução de tecnologia . . . . . . . . 75
5.2.2 Problemas Técnicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.2.3 Problemas de Usabilidade do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais . . . . . . . . . . . . 76
5.3.1 Análise dos Usuários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
5.3.2 Resultados decorrentes da Análise das Entrevistas . . . . . . . . 80
5.3.2.1 Introdução Tecnológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
5.3.2.2 Usabilidade do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
5.3.2.3 Problemas Técnicos (uso do equipamento) . . . . . . . 85
5.4 Resultados decorrentes da Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4.1 Introdução Tecnológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4.2 Usabilidade do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4.3 Problemas Técnicos (uso de equipamento) . . . . . . . . . . . . 87
5.5 Resultados decorrentes do Questionário de Satisfação do Usuário . . . . 88
5.5.1 Análise da Categoria:Telas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.5.2 Análise da Categoria Terminologia e Informação do Sistema . . 92
5.5.3 Análise da Categoria Aprendizagem e utilização do Sistema . . 94
5.5.4 Análise da Categoria Multimı́dia e Teleconferência . . . . . . . . 96
5.5.5 Nı́vel Geral de Satisfação com o sistema . . . . . . . . . . . . . 99
5.5.6 Média Geral dos Ítens Avaliados por Categoria . . . . . . . . . 100
C Questionários 110
Sumário ix
5.1 Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Tela por perfis de usuário. 88
5.2 Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Terminologia por perfis
de usuário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.3 Comparação das notas dos ı́tens da Categoria de Aprendizagem e Uti-
lização do Sistema por perfis de usuário. . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.4 Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Multimı́dia e Telecon-
ferência por perfis de usuário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.5 Comparação das notas do nı́vel de satisfação com o sistema por perfis
de usuário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Lista de Sı́mbolos e Abreviaturas
Introdução
Entretanto, apesar de se ter esse grande avanço tecnológico, ainda há uma grande
resistência por parte dos profissionais de saúde no uso de sistemas de Telemedicina
[Gaggioli, 2005]. Avaliar os fatores responsáveis por esta resistência não é uma tarefa
fácil e, nestes casos, a primeira questão que surge está diretamente relacionada à usa-
bilidade do sistema implantado.
duas interfaces, uma para o paciente ou provedor remoto e outra para o consultor
[Ackerman et al., 2002]. Porém, os projetos de Telemedicina ainda têm seus desenhos
mais centrados na própria tecnologia do que nas necessidades concretas da população e
dos profissionais de saúde [Martinez, 2000]. Isso faz com que as tecnologias, geralmente
empregadas nesses projetos, sejam de difı́cil uso e nem sempre suportem as necessidades
de seus usuários.
1.2 Motivação
Em Belo Horizonte, os serviços de Telemedicina têm sido implantados através do pro-
jeto BHTelessaúde. O BHTelessaúde é uma rede dirigida para o suporte assistencial
e a educação permanente dos profissionais da saúde pertencentes às Unidades Básicas
de Saúde (UBS) do municı́pio. O seu modelo se baseia em teleconferências e telecon-
sultorias.
A teleconsultoria médica é um serviço utilizado para discussão de casos clı́nicos e
obtenção de uma segunda opinião médica. Ele é usado pelos profissionais das Unidades
Básicas de Saúde (UBS) e especialistas do Hospital das Clı́nicas (HC) da Universidade
Federal de Minas Gerais e do Centro de Especialidades Médicas (CEM). Os profissionais
das UBS agendam discussão de casos e compartilham imagens e informações contidas
no prontuário eletrônico do paciente através de um software especı́fico, em tempo real.
Tabela 1.1: Distribuição de Centros de Saúde por Distrito Sanitário (Secretaria Mu-
nicipal de Saúde de Belo Horizonte - abril/2007).
1.2 Motivação 5
A sua implantação teve inı́cio no ano de 2004, no Distrito Sanitário da região Oeste
de Belo Horizonte, em 14 UBS. Em abril de 2007 já se encontra implantado em 121
UBS, como mostra a Tabela 1.1.
Apesar da expansão e do tempo de implantação do projeto, o número de telecon-
sultorias realizadas ainda é muito pequeno. No perı́odo de abril/2004 a junho/2006,
foram feitas apenas 127 teleconsultorias, uma média de 4,7 teleconsultas/mês. Assim
como na literatura revisada, a freqüência de utilização dos serviços de Telemedicina no
projeto BHTelessaúde ainda é baixa.
No caso do projeto BHTelessaúde, que é focado na atenção primária, profissionais
da área da saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Belo Horizonte, além de
receberem capacitação permanente através de teleconferências, discutem casos clı́nicos
e obtêm segunda opinião por meio de serviços de teleconsultoria. Os serviços de
Telemedicina interferem diretamente no custo do cuidado ofertado. De acordo com
[Santos et al., 2006] a implantação desse serviço proporcionou uma redução significa-
tiva de tempo e despesas com locomoção de pacientes, diminuindo as demandas para
assistências secundárias e terciárias. A Figura 1.1 nos mostra que dentre todos os
casos discutidos nas teleconsultorias on-line a grande maioria permaneceu nas UBS,
sem a necessidade de serem encaminhadas a outros nı́veis, como acontecia antes da
implantação do sistema.
Figura 1.1: Resultados do uso de Teleconsultorias on-line nas UBS em Belo Hori-
zonte).Adaptado de [Santos et al., 2006].
1.3 Objetivo do Trabalho 6
O presente trabalho faz parte de um estudo mais abrangente, financiado com re-
cursos da FAPEMIG e conduzidos por pesquisadores da PUC Minas, cujo tı́tulo é
“Avaliação da Usabilidade das TIC’s e uso da informação nos serviços de telessaúde: a
experiência de Belo Horizonte”1 . Seu objetivo é avaliar a implantação e implementação
do serviço de Telessaúde nas dimensões da usabilidade dos recursos tecnológicos e do
uso da informação com vista à satisfação do usuário e fomento do aprendizado indivi-
dual e coletivo.
1
Relatório ainda não publicado e entregue à Fapemig em maio de 2007.
1.4 Abordagem Adotada e Organização do Texto 7
Revisão de Literatura
Décadas Caracterı́sticas
50 Interface no nı́vel de hardware para engenheiros. Reunia vários painéis
com chaves e mostradores que controlavam conjunto de registros internos.
60-70 Interface no nı́vel de programação. Linguagem de programação Cobol,
Fortran.
70-90 Interface no nı́vel de terminais - linguagem de comando
80 Interface no nı́vel de interação de diálogo - GUIs, multimı́dia
90 Interface na configuração do trabalho - sistemas trabalhados em rede,
groupware
2000 Interface torna-se empregnada - tecnologia Bluetooth, dispositivos
móveis, telas interativas, tecnologia embutida, etc.
Preece et al. [Preece et al., 2002] resumem a evolução da área de IHC, caracteri-
zando cada década desde os anos 50, como mostra a Tabela 2.1:
O objetivo da área de IHC é a “produção de sistemas utilizáveis, seguros e fun-
cionais” ([Rocha and Baranauskas, 2003], p.17). Para que esses objetivos sejam al-
cançados é necessário o envolvimento e a contribuição de diversas áreas de conhec-
imento. Dentre as principais destacamos ([Preece et al., 2002, Preece et al., 2005];
[SIG, 1992]; [Shneiderman, 1998]):
A Usabilidade, ainda de acordo com [Nielsen, 1993], pode ser definida como uma
combinação de algumas caracterı́sticas, denominados atributos de usabilidade. Esses
atributos abordam basicamente dois aspectos: a tarefa e as caracterı́sticas individuais
dos usuários. São eles:
• Eficiência (Efficiency): uma vez aprendido o uso da interface, o usuário tem que
possuir um elevado nı́vel de produtividade em sua utilização.
• Erros1 (Errors): a taxa de erros do sistema deve ser a mı́nima possı́vel e, caso
ocorra, estes devem ser de fácil recuperação, sem haver perda de trabalho.
Outros fatores que apóiam o conceito de usabilidade descritos por [Dix et al., 2004]
e [Preece et al., 2005], são:
refere às propriedades reais do objeto que são percebidas e determinam como este objeto
pode ser usado, de maneira óbvia, sem a necessidade de rótulos. Para [Norman, 1999]
existem dois tipos de affordance: a real, disponı́vel nos objetos reais onde são óbvias e
não precisam ser aprendidas; e a percebida, que são as convenções aprendidas, usadas
nas interfaces de usuário que estão na tela.
Outros princı́pios de design empregados por Norman, e que estão totalmente in-
terligados são ([Shneiderman, 1998]; [Rocha and Baranauskas, 2003]; [Norman, 1999];
[Preece et al., 2002, Preece et al., 2005]):
• Bom modelo conceitual: possibilitar que o usuário consiga prever o efeito das
suas ações junto ao objeto.
Segundo Preece ([Preece et al., 2005]) “os princı́pios de design são utilizados para
informar um design, enquanto os princı́pios de usabilidade são utilizados especialmente
como base para avaliação”. Esses princı́pios quando aplicados a um problema são
chamados de heurı́sticas. Eles serão descritos na Seção 2.4.1.1.
Quando operacionalizados de forma mais especı́ficas, os princı́pios são denominados
regras ([Preece et al., 2005]). Como exemplo, temos as Regras de Ouro para Projeto de
Interfaces (Eight Golden Rules of Interface Design), criadas por [Shneiderman, 1998],
que são:
A avaliação não pode ser vista apenas como uma etapa no processo de desenvolvi-
mento da interface. Ela deve ocorrer durante todo o ciclo de desenvolvimento, em um
processo iterativo, conforme mostra a Figura 2.3. Seus resultados devem ser utilizados
para a melhoria gradativa da interface ([Hartson and Hix, 1989]).
2.4 Métodos de Avaliação de Usabilidade 16
• O grau de risco que seu controle oferece (por exemplo, risco de uma interface para
um sistema de controle cirúrgico × sistema de consulta de notas na internet) e a
experiência do avaliador.
3. Minimizar a carga de memória do usuário: evitar que o usuário tenha que relem-
brar informações utilizadas em um diálogo anterior. Instruções para o uso do
sistema devem ficar visı́veis na tela ou serem facilmente recuperadas quando
necessário.
8. Boas mensagens de erros: informar ao usuário qual foi o problema e como corrigi-
lo.
9. Prevenir erros: sempre que encontrar uma mensagem de erro, verificar se este
não poderia ser evitado.
10. Sistema de ajuda e documentação: mesmo sendo melhor um sistema ser usado
sem o auxı́lio de documentação, é necessário fornecer sistema de ajuda e docu-
mentação. Estas informações devem ser fáceis de localizar, focadas na tarefa do
usuário e não extensas.
A realização da avaliação heurı́stica deve ser realizada por 3 a 5 avaliadores, já que
um único avaliador nunca é capaz de encontrar todos os problemas de usabilidade de
uma interface.
Inicialmente, a avaliação ocorre de forma individual, em sessões de uma a duas
horas. Os avaliadores percorrem a interface pelo menos duas vezes, detectando pro-
blemas de conformidade com um conjunto de heurı́sticas. Cada problema detectado é
relatado e justificado. Após a sessão individual é feita uma reunião com os avaliadores
na qual eles irão discutir suas avaliações, identificar o grau de severidade dos problemas
encontrados e sugerir soluções.
O grau de severidade (ou gravidade) é necessário para priorizar as correções dos
problemas mais sérios. Ele é calculado observando a freqüência com que o problema
ocorre (se é comum ou raro), o seu impacto junto ao usuário (se o usuário o supera facil-
mente) e sua persistência (se os usuários são incomodados pelos problemas repetidas
vezes).
A avaliação heurı́stica pode ser realizada nas fases inicias do projeto de interface de
usuário, a fim de encontrar problemas de usabilidade que possam ser atendidos como
parte do processo iterativo [Nielsen, 1993].
Terminadas essas definições segue-se para a fase de análise. Nesta fase o avaliador
percorre as seqüências de ações para cada tarefa e, a cada ação, tenta responder às
seguintes questões básicas:
4. Se a ação correta for executada os usuários perceberão que foi feito um progresso
em relação à tarefa desejada?
isso deve-se ter atenção para a escolha das tarefas e dos usuários, além das diferenças
entre equipamentos da situação real e dos testes.
Os usuários participantes do teste devem representar ao máximo os usuários reais
do sistema. O ideal é que sejam usuários reais, mas como isso nem sempre é possı́vel,
deve-se escolher participantes que tenham as mesmas caracterı́sticas, como: idade,
nı́vel educacional, experiência com computadores e o domı́nio da tarefa.
Os avaliadores devem ter bons conhecimentos sobre a aplicação e a interface. Além
do mais, devem estar sempre prontos a lidar com problemas que afetem o teste. As
tarefas devem ser representativas e dar cobertura razoável das partes mais significativas
da interface. Elas devem ser tão realistas quanto possı́vel e inseridas no cenário de uso.
Devem possuir grau de dificuldade gradativo para dar uma maior segurança ao usuário.
Além de serem pequenas para que o usuário consiga completá-la no tempo previsto do
teste.
Geralmente é realizado um teste piloto entre um pequeno grupo (de uma a três
pessoas) para refinar procedimentos definidos.
Tipicamente, o teste de usabilidade possui quatro fases [Nielsen, 1993]:
1o . Preparação: o avaliador certifica que a sala do teste está pronta para o experi-
mento, que o sistema computacional está em estado inicial que foi especificado
no plano de teste e que todos os materiais, instruções e questionários estão
disponı́veis. Enfim, o avaliador garante que tudo estará pronto antes do usuário
chegar.
4o . Sessão final: após o teste os usuários são convidados para fazer comentários e/ou
dar sugestões, normalmente respondendo a um questionário especı́fico.
A localização remota e distribuı́da dos usuários está fazendo com que testes de
usuários sejam feitos remotamente, no ambiente natural de trabalho. Para isso, ferra-
mentas têm sido criadas e testadas, como por exemplo o Webcat, Webvip e o Visvip,
de [Scholtz, 2001].
2.4 Métodos de Avaliação de Usabilidade 25
• Avaliar a tecnologia.
a) Técnica de Observação
Observar a interação de usuários com o sistema é uma técnica simples e bas-
tante popular para coletar informações sobre usuários reais ([Dix et al., 2004];
[Nielsen, 1993]). O emprego desta técnica é útil em qualquer fase do desen-
volvimento da interface. Durante o inı́cio do projeto a observação auxilia no
entendimento das necessidades dos usuários e, em fases posteriores, ela examina
se o produto satisfaz às necessidades dos usuários [Preece et al., 2002]. Durante a
observação o avaliador pode atuar como um participante a fim de aprender o que
os usuários fazem e o porque o fazem. Esta forma de observação muitas vezes é
confundida e até considerada sinônimo da etnografia (Atkinson,(1994) citado por
[Preece et al., 2002]) que, para alguns autores difere da observação participativa
por consistir em uma abordagem de interpretação mais aberta. Outra forma de
2.4 Métodos de Avaliação de Usabilidade 26
permitindo que as pessoas dêem suas opiniões, enquanto outro pesquisador (ob-
servador) valida a investigação.
[Preece et al., 2002] descreve como vantagens do grupo focal o baixo custo, o
fornecimento de resultados rápidos e a facilidade de ser trabalhado. Como desvan-
tagem, a demanda de um moderador habilidoso, para que não se gaste tempo em
questões irrelevantes.
Os dados coletados durante as reuniões de grupo são de natureza qualitativa.
Portanto, podem ser utilizados os mesmos métodos de análise empregados na
observação e entrevistas não-estruturadas.
d) Técnica de Questionários
Os questionários são uma técnica de coleta de dados semelhantes às entrevistas,
porém, menos flexı́veis. Eles podem ser impressos em papel ou apresentados
interativamente em um computador. Podem ser enviados pelo correio, por email
ou acessados em um endereço web ([Nielsen, 1993]; [Preece et al., 2002]).
O seu uso on-line está se tornando cada dia mais comum ([Preece et al., 2002]).
Isto se dá pelo fato de sua eficácia em atingir de um grande número de pessoas
de forma rápida e fácil. Este tipo de questionário pode ser baseado na web ou
enviado por e-mail. Os questionários enviados por e-mail têm a vantagem de
atingir usuários especı́ficos, o que não acontece com os baseados na web. Porém,
os baseados na web possuem a vantagem de serem mais flexı́veis em seu projeto
de design (podendo incluir menus instantâneos e suspensos, telas de ajuda, etc.)
e proporcionam validação imediata. De forma geral, os questionários on-line têm
as seguintes vantagens [Preece et al., 2002]:
Telemedicina e o BHTelessaúde
3.1 Telemedicina
A palavra telemedicina resulta da junção dos termos “tele”, originada do grego, que
significa: à distância; e “medicina”, que tem sua origem do latin mederi, significando:
cura. Dessa forma, telemedicina significa medicina à distância ou cura à distância.
Segundo [Bacic, 2001], a Telemedicina está na interseção das áreas da medicina,
tecnologia da informação e telecomunicações. A Organização Mundial de Saúde (OMS),
a define como sendo a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em
que a distância é um fator crı́tico; tais serviços são providos por profissionais da área
da saúde, usando tecnologias de informação e de comunicação para o intercâmbio de
informações válidas para diagnósticos, prevenção e tratamento de doenças e a contı́nua
educação de prestadores de serviços em saúde, assim como, para fins de pesquisas e
avaliações.
Para a American Telemedicine Association (ATA) a Telemedicina é a troca de
informações médicas entre uma localidade e outra, através dos meios de comunicação
eletrônica, visando a melhoria da assistência à saúde.
A sua primeira definição formal foi dada em 1971, por Bird. Para ele a Telemedicina
é uma prática da medicina que utiliza uma interação de sistema de comunicação áudio-
visual sem a confrontação habitual médico-paciente [Tulu and Laxminarayan, 2005].
A partir de então, outras definições formais foram surgindo na literatura e todas se
referindo, de forma geral, à provisão de serviços médicos utilizando tecnologias de
informação e comunicação.
Em toda a literatura revisada encontramos vários termos usados para designar a
utilização das tecnologias da informação e comunicação como ferramenta para a saúde.
3.1 Telemedicina 33
3.1.3 Teleconsultoria
Teleconsultoria é um serviço da Telemedicina que proporciona a “Segunda opinião”
médica. Segundo [Sabbatini, 1999], “Segunda opinião” é um termo usado pelos serviços
médicos para designar uma consulta adicional com outro médico ou grupo de médicos.
Esta consulta é solicitada pelo paciente ou pelo médico que o está atendendo. Porém,
em ambos os casos esta consulta é realizada pelo médico e não diretamente pelo pa-
ciente. São colocados em discussão casos raros, de difı́cil diagnóstico ou que englobem
mais de uma especialidade médica [Hickson, 2003].
A teleconsultoria é requerida para sanar dúvidas quanto à certeza de um diagnóstico
ou sobre qual a conduta mais conveniente a ser seguida em uma determinada situação.
Ela é um parecer técnico, emitido por um médico, em resposta à solicitação feita por
outro médico e dirigida diretamente deste para aquele.
Ela permite que médicos residentes em locais distintos e de poucos recursos possam
interagir com médicos especialistas para discutirem a respeito de casos de pacientes.
Esta facilidade de comunicação faz com que hospitais e postos de saúde tenham acesso
3.2 BHTelessaúde 38
a uma segunda opinião médica especializada, ainda que a distância, podendo permitir
diagnósticos mais rápidos e precisos.
3.2 BHTelessaúde
Desde 2004, recursos de telessaúde estão sendo implantados nas unidades de assistência
básica à saúde (UBS) de Belo Horizonte através do projeto BHTelessaúde. Este projeto
é o resultado da parceria entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), através
da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), a Universidade Federal de Minas Gerais, o
Ministério da Saúde e, a União Européia via projeto lis1 .
O BHTelessaúde é voltado para as equipes de saúde da famı́lia (PSF) e atenção
primária. Ele é o pioneiro nesta área aqui no Brasil e está servindo como base para
o projeto nacional de telessaúde, a Rede Universitária de Telessaúde - RUTE. Seu
objetivo é a promoção da educação permanente em serviço e o suporte assistencial aos
profissionais das UBS, nas áreas da medicina, enfermagem e odontologia.
As UBS são distribuı́das entre os nove Distritos Sanitários (micro-regiões) de Belo
Horizonte, como mostra o mapa da Figura 3.1. Em abril de 2007, o projeto já se en-
contrava implantado em 141 UBS de oito Distritos Sanitários e envolvendo 502 equipes
de saúde da famı́lia (PSF).
1
lis - Aliança para a Sociedade da Informação: Programa da Aliança Européia que tem como
objetivo reforçar a parceria entre os paı́ses da Comunidade Européia e da América Latina, no campo
da sociedade da informação. http://ec.europa.eu/comm/europeaid/projects/alis
3.2 BHTelessaúde 39
Figura 3.1: Distritos Sanitários onde já foram implantados o BHTelessaúde (Fonte:
SMSA/PBH em abril de 2007).
b) Hardware
Em cada UBS existe uma infra-estrutura básica de hardware composta por um
microcomputador com kit multimı́dia e webcam. Os equipamentos especı́ficos
para a videoconferência seguem o padrão H323 e estão alocados nas unidades de
ensino e na SMSA. Eles são destinados especificamente para as videoconferências
internacionais. As salas de telessaúde nas instituições de ensino da UFMG e
SMSA possuem estações de trabalho similares às existentes nas UBS, câmaras
digitais, equipamentos de videoconferência, scanners e servidores.
c) Softwares
São utilizados os softwares Lotus Sametime e o aplicativo Gestão de Teleconsul-
torias.
O Lotus Sametime é um software de videoconferência multiponto desenvolvido
pela IBM, para a transmissão de imagens, dados e voz integrando o compar-
tilhamento do prontuário eletrônico com as imagens médicas necessárias. Ele é
utilizado na transmissão das teleconferências formativas e nas teleconsultorias
on-line.
O aplicativo Gestão de Teleconsultorias foi desenvolvido pela equipe da SMSA,
com o objetivo de dar apoio às solicitações e agendamentos das teleconsultorias
on-line e off-line. O sistema está hospedado em plataforma Linux. Ele foi de-
senvolvido através da metodologia UML - Unified Modeling Language, em três
camadas, utilizando linguagem PHP e banco de dados MySQL.
O ambiente operacional com os servidores e softwares de gerenciamento de tele-
conferências - Lotus Sametime, estão instalados na SMSA, sob monitoramento
da PRODABEL.
Capı́tulo 4
Metodologia
b) Tarefas avaliadas
As tarefas escolhidas foram:
Figura 4.3: Interface do Gerenciamento de Casos Clı́nicos pronta para receber um novo
cadastro.
4.2 Definições práticas da Avaliação Preditiva 50
Figura 4.5: Interface para Pesquisar Casos Clı́nicos após encontrado o registro desejado.
4.2 Definições práticas da Avaliação Preditiva 52
Passo 6. Solicitar uma nova teleconsulta off-line (clicar no botão ‘Nova Tele-
consulta off-line’), Figura 4.7.
Figura 4.7: Interface de visualização das Teleconsultas off-line já solicitadas para o
caso clı́nico.
4.2 Definições práticas da Avaliação Preditiva 54
Passo 9. Retornar para a tela principal do caso clı́nico (clicar no botão ‘OK’),
Figura 4.10.
Passo 5. Voltar para a tela inicial de cadastro do caso clı́nico (clicar no botão
‘OK’), Figura 4.13.
Cada técnica utilizada determinou o tipo de dado coletado e a forma como seria
analisado, interpretado e apresentado, conforme será apresentado na seção de resulta-
dos.
a) Usuários participantes da avaliação Os atores identificados nos sistemas de
Telemedicina e suas respectivas funções foram:
Com base na definição dos atores e na categorização geral dos usuários foi ela-
borada uma classificação dos usuários dos serviços de Telemedicina do BHTe-
lessaúde, conforme a Tabela 4.5.
Tabela 4.6: Médicos-Usuários por UBS da Região Centro-Sul. Fonte: SMSA / maio
2007.
c) Tarefas avaliadas As tarefas foram escolhidas com base nos objetivos a serem
alcançados. São tarefas tı́picas e gerais, conforme mostra a Tabela 4.7.
Fase 1: Seleção da amostra de usuários Por ser um grupo com caracterı́sticas se-
melhantes (médicos generalistas), o único critério adotado para a escolha dos
usuários e a quantidade a ser entrevistada foi a disponibilidade que o usuário
teria em poder participar da entrevista. Assim, dentre os vinte e um usuários
primários na região Centro-Sul, foram realizadas dez entrevistas individuais, dis-
tribuı́das por UBS, conforme mostra a Tabela 4.8.
3
Grupo Responsável pelo Projeto Avaliação da Usabilidade das TIC‘s e uso da informação nos
serviços de telessaúde: a experiência de Belo Horizonte.
4.3 Definições Práticas do Estudo de Campo 68
– Facilidade de uso.
3. Uso no dia-a-dia
• Interação com o sistema
• Dificuldades e facilidades encontradas
4. Segurança:
• Percepção em relação à confiabilidade dos dados no sistema.
• Recuperação de erros.
1a Análise inter-sujeitos: etapa onde as respostas dos entrevistados, para cada item do
roteiro, foram comparadas em busca de recorrências. Essas recorrências foram
transformadas em categorias (êmicas4 ) que demonstraram os valores do grupo de
entrevistados.
2a Análise intra-sujeitos: etapa onde foi realizada nova leitura e análise do discurso de
cada entrevistado. Nesta etapa foram identificados contradições, inconsistências,
conflitos individuais e o que é importante individualmente.
Após a segunda etapa retornou-se à primeira e o processo foi refeito por várias
vezes, possibilitando detectar informações importantes que poderiam passar des-
percebidas. A Figura 4.18 ilustra este processo de análise.
4.3.3 Observação
A observação dos usuários durante as teleconsultorias teve o objetivo de verificar como
os usuários interagiam com o sistema e quais os problemas que estes enfrentavam
durante a interação.
A atuação do avaliador durante as teleconsultorias foi a de observador externo,
anotando suas impressões e procurando causar a menor interferência possı́vel nas ativi-
dades dos usuários. A interação do usuário com o sistema foi gravada utilizando o
software Snag It.
4
Abordagem êmica: interpretação de depoimentos a partir de categorias que emergem das falas
dos entrevistados.
4.3 Definições Práticas do Estudo de Campo 71
b) Atores: quais as pessoas que estão envolvidas na atividade, seus detalhes relevantes
e o local onde se encontram fisicamente.
c) Atividades: o que os atores estão fazendo e por quê, identificando o humor de cada
um com relação à atividade (antes, durante e após a teleconsultoria).
d) Eventos especiais: eventos que não fazem parte da rotina normal, se aconteceram,
como e por quê.
Esta estrutura foi uma adaptação do modelo de Colin Robson, citado por
[Preece et al., 2005] que, apesar de bem abrangente (contém ı́tens que observam tanto
o contexto como o humor das pessoas), não supria as necessidades de observação no
caso especı́fico.
A tarefa escolhida para a observação foi a participação de uma teleconsultoria on-
line pelo médico solicitante. Esta foi escolhida pelo fato de necessitar de agendamento
prévio e assim facilitar a observação. Além de ser a tarefa principal do sistema.
A escolha das teleconsultorias e usuários participantes se deu em função das so-
licitações agendadas por estes usuários no perı́odo da pesquisa (janeiro a maio de 2007).
A observação foi realizada durante quatro teleconsultorias em UBS diferentes, conforme
Tabela 4.9, e cujos usuários eram considerados experientes (já haviam participado de
pelo menos três teleconsultorias).
4.3.4 Questionários
Dois tipos de questionários foram aplicados. Um para traçar o perfil do usuário e outro
para estruturar informações sobre problemas de usabilidade e determinar o grau de
4.3 Definições Práticas do Estudo de Campo 72
satisfação dos usuários com relação aos sistemas. Eles foram aplicados logo após a
entrevista individual.
Estes questionários foram baseados no QUIS - Questionaire for User Interaction
Satisfaction, pelo fato de este questionário proporcionar uma avaliação da satisfação
subjetiva dos usuários com relação a aspectos especı́ficos da interface. Os questionários
desenvolvidos se encontram no Apêndice C.
Em termos de questões o questionário foi composto de 25 questões fechadas que
foram agrupadas em 5 categorias: Tela, composto por 4 questões; Terminologia e
informação do sistema, com 5 questões; Aprendizagem e utilização do sistema, também
com 5 questões; Multimı́dia e Teleconferência, com 10 questões; e uma questão sobre a
satisfação geral com o sistema. Para cada questão foi utilizada uma escala de diferencial
semântico com cinco nı́veis, variando de 1 (menor nota) a 5 (maior nota).
O questionário também incluiu uma questão aberta que possibilitou que os usuários
deixassem seus comentários a respeito de algum item não abordado.
Sua primeira versão foi aplicada durante o grupo focal como um teste piloto. Após
identificar pontos a serem ajustados o questionário foi alterado possibilitando sua
aplicação efetiva durante as entrevistas individuais.
A análise dos questionários foi realizada utilizando cálculos estatı́sticos simples sobre
os itens de cada categoria avaliada, como será visto no Capı́tulo 5.
Capı́tulo 5
Resultados e Discussões
força o usuário a clicar em uma opção desnecessária para ter acesso às opções das
tarefas do sistema, o que pode causar confusão para usuários novatos.
é muito demorado e exige muita paciência do usuário que necessita de auxı́lio técnico
para concluı́-lo.
Apesar do grupo destacar a facilidade do uso do sistema, eles ainda precisam de
auxı́lio técnico para interagirem com a interface e admitem necessitarem de mais treina-
mento. Essa necessidade também foi identificada em outros projetos de telemedicina,
citados por [Tanriverdi and Iacono, 1999] e [Gaggioli, 2005].
Dos dez usuários entrevistados seis são do sexo feminino e quatro do sexo mas-
culino, sendo nove médicos e um enfermeiro1 , o M04 representado com zero tempo de
1
Responsável por toda a interação do sistema, desde a verificação de disponibilidade de especia-
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais 77
Figura 5.3: Quantidade de uso das principais funções do BHTelessaúde pelos usuários
entrevistados.
Com exceção dos usuários M07 e M09, que foram considerados usuários novatos
no uso de computadores, todos os demais podem ser caracterizados como usuários
experientes, conforme os dados apresentados nos gráficos das Figuras 5.3 e 5.4.
A análise do perfil dos usuários levou em consideração o seu domı́nio em relação ao
uso do sistema computacional (BHTelessaúde), ao uso de computadores (ferramentas de
escritório e Internet) e ao domı́nio da aplicação (área médica), segundo recomendações
de [Nielsen, 1993].
De acordo com a análise do perfil desses usuários, foram definidas quais as re-
spostas que seriam analisadas, visando a homogeneidade do grupo , conforme sugere
a metodologia do MEDS. Essa homogeneidade levou em consideração os usuários ex-
perientes nas três dimensões citadas, como demonstrado na Figura 5.6, que resume as
Figuras 5.4, 5.3, 5.2 e 5.1.
Assim, o grupo de entrevistas analisadas foi composto pelos usuários M01, M02,
M05, M06, M07 e M08. Com exceção do M07 que não possui nenhum domı́nio no uso de
computadores e é considerado um usuário novato, todos os demais foram classificados
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais 80
Quando eu ouvi falar dessa possibilidade de discutir casos pela internet eu achei
que ela seria uma ferramenta útil (...) facilitaria os serviços. (M01)
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais 81
(...) uma integração com o especialista, com rapidez de discussão (...) você iria
conseguir contactar com o especialista e discutir o caso (...) mais fácil para o pa-
ciente, você não iria colocá-lo em uma fila de espera, ia estar resolvendo o problema
dele de forma mais fácil. (M05)
(...) a gente tinha muitos casos e a gente tem muito estrangulamento para encami-
nhar (o paciente) para o especialista. E eu percebi que isso (BHTelessaúde) seria
uma coisa muito útil, ia facilitar, ia ajudar muito a otimizar o sistema. (M08)
Para eles, o fato de estar sanando dúvidas junto aos especialistas, não só auxilia
o paciente, mas também contribui para a sua formação.
(...) um sistema aberto com teleconferências até com médicos do exterior e também
com médicos do Hospital das Clı́nicas, então a expectativa era melhorar a minha
formação para atender melhor, atualizar. (M05)
(...) muito mais fácil pra mim quando tiver uma dúvida, hoje em dia, pegar um
livro, ler, estudar e aı́ achar a solução... Às vezes, consultar um colega aqui mesmo.
Então, é muito mais ágil, como se diz, problema de clı́nica conversar com a clı́nica,
conversar com a ginecologista, com outro colega. É muito mais fácil essa coisa local
porque ah, tem que agendar uma videoconferência... entendeu? (M02)
Temos uma dificuldade de máquina. Por exemplo, nós aqui, temos uma máquina na
sala da gerência. Quando você vai lá, ta sempre ocupada. (...) se for depender de
eu achar um buraquinho no meu atendimento para subir lá (na gerência), esperar
que o auxiliar administrativo libere a máquina para eu ir e buscar (a listagem das
ofertas de especialistas para solicitação de teleconsultas), eu acho que desanima.
(M07)
No começo era muito difı́cil porque tinha um computador que ficava designado
para a telessaúde, o computador marcava consulta que fica em uma sala de adminis-
tração. Essa sala tem três mesas, fica a assistente social, funcionário administrativo
e outros. Então a gente deslocava essas pessoas e ficavam muito mal humorados.
Depois eu já tive vontade de desistir várias vezes, cheguei a informar que não ia
usar mais não. (M08)
Por outro lado, a fala do M01 reforça a importância de se ter disponı́veis máquinas
exclusivas para a teleconsultoria quando em sua colocação vê a instalação do
computador da sua UBS, em sua sala, como uma facilidade de uso.
A facilidade (no uso do sistema) foi essa de, no caso, (o computador) ser instalado
na minha sala. Então quando o paciente não veio, começo a mexer, páro, pego,
deixo guardado o prontuário para no intervalo digitar. (M01)
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais 83
A maior dificuldade que eu vejo no uso desse sistema é quando você vai solicitar
um especialista que você vai conversar pessoalmente com ele você tem que ter um
preparo grande. A sensação que você tem de não fazer pergunta boba. Então você
tem que estudar bem o caso antes para levar só as dúvidas que você não conseguiu
resolver. (...) Mas quando você tá frente a frente com o especialista você já tem
que levar o caso mais adiantado, trabalhado, para você levar só o que você não deu
conta. Esse é o objetivo de tirar dúvida com o especialista. (M01)
Tempo pra isso. Tempo pra gente falar: agora vou usar a teleconsulta. Por exemplo,
quando o médico tal tá disponı́vel para discutir um caso a gente não tem esse tempo
reservado na nossa agenda. A gente abre uma ‘brecha’. Então seria interessante
ter tempo pra isso. Entendeu? Tempo pra gente elaborar a consulta e fazer as
perguntas e tempo pra assistir as coisas que vem de lá (teleconferências médicas).
Tempo realmente não é favorável não. Uma coisa a mais sem ter diminuı́do nada.
(M05)
Eu ainda acho que o sistema é subutilizado (...) talvez pela questão da dinâmica
do PSF2 que é uma demanda grande, a gente atende muito. (M07)
a) A aprendizagem do sistema
A aprendizagem do sistema, de forma geral foi considerada fácil, especialmente
por aqueles usuários com experiência no uso de computadores. Eles atribuı́ram
esta facilidade de aprendizagem às suas práticas computacionais.
Então, por ter alguma experiência não achei nada complicado. (M01)
Eu não sei se é por causa da geração que a gente mexe muito com computador foi
muito tranqüilo.Teve uma pessoa aqui e mostrou pra gente como seria e foi muito
fácil. (M05)
Porém, encontramos em uma das falas uma contradição com relação a esta faci-
lidade por este tipo de usuários.
Eu tenho prática em informática não sou especialista, mas eu tenho prática. Tentei
todos os caminhos possı́veis, mas não consegui. (M06)
Por outro lado, a fala do M07, demonstra que esta facilidade em aprender a usar
o sistema não se atribui somente a usuários experientes no uso de computadores.
Achei muito fácil. Aquela tela cadastro do usuário que abrem ı́cones lateralizados
assim, achei fácil e aı́ depois tem o caso e a gente mandava, gostei muito, eu não
tive dificuldade nenhuma. E olha que eu não tenho computador em casa. Eu não
tenho muita familiarização com computador não. Eu achei bem fácil (M07)
A questão assim de, às vezes você fica um tempo sem usar, uns minutinhos ali para
você lembrar o que se tem que fazer e resolver. Isso é fácil, é bem resolvido, também
não tem problema não. (M05)
Treinamento foi tranqüilo. Pra mim é fácil embora a gente às vezes esquece como
é que faz. Porque do treinamento até a primeira vez que a gente faz demora um
tempo. Mas como tudo em informática a gente vai fuçando e acha o caminho (M06)
Eu acho que a parte teórica foi passada, manual, aquela receitinha de bolo pra
fazer mais difı́cil. Aı́ na hora em que a gente vai fazer a gente encontra algumas
dificuldades (...) (M08)
(...) A minha maior dificuldade foi com a liberação do microfone (o usuário tem
que clicar no botão ’liberar microfone’) e as câmeras.(M07)
A transmissão de imagem de exame, por exemplo, é uma coisa que deveria ser mais
prática, mais facilitada. Porque se você quiser mostrar um caso com RX ou com
ultrassom, pra passar isso pro computador é complicado.(M05)
Pra mim foi errado aquele liberar e solicitar microfone (botão onde os usuários
solicitam a fala uns aos outros). Parecia lá aquele ‘negocim roxim branquin’ e aı́
ela não me ouvia. Teve momento que a gente não conseguiu fazer. Aı́ a gente
teve que interromper e fizemos por telefone, pelo contato por telefone tivemos a
continuação. (M07)
A primeira (teleconsultoria) fui eu que agendei, só que agora eu não consigo agendar.
Então tem que ficar telefonando. (...) Então eu ’saı́ fora’ do sistema informatizado
para poder realizar os agendamentos (M06)
A questão do uso da mı́dia que é um pouco difı́cil. Pelo menos da minha parte, eu
não tenho experiência nenhuma no uso de câmara, conversar com vı́deo, a gente
não sabe bem que hora que fala, demorou um ’tiquim’ pra resolver, porque ficar a
vontade na frente da câmara isso é uma coisa, uma novidade. (M01)
5.3 Resultados decorrentes das entrevistas individuais 86
A webcam é colocada pelo digitador daqui, pra te falar a verdade eu nem sei colocar
uma webcam (M06).
(...) A gente não consegue colocar a webcam de uma maneira que a gente visualize
bem. (M07)
E, às vezes, também o computador dá problema. Teve uma vez que, no meio da
teleconferência (a conexão) caiu e nós tivemos que continuar por telefone. Problema
de conexão (M02).
Grande parte das teleconsultas o suporte da prefeitura fica acessı́vel também por
chat, qualquer dúvida, digita. (M01)
Essa coisa é que eu tenho dificuldade (lidar com erros do sistema). Eu liguei pro
(risos) ah, por telefone estava (o técnico) sempre disponı́vel e conversei com ele (...)
e me orientou e aı́ eu fiz. Quando acontece algum erro eu tenho certa dificuldade
pra conduzir aquilo e aı́ eu pego o telefone 7719 e peço ajuda (risos)... (M08)
(...) o bom do sistema é que ele tem como acessar minha máquina a partir da
SMSA. Então, isso ajuda muito. Eu ligava pra ele (técnicos) e falava: ”técnico1,
técnico2, eu estou com tal dificuldade”aı́ ele falava assim “me dá o numero que está
na torre de sua máquina” aı́ eu dava e eles entravam e conseguiam ver a tela em
que eu estava trabalhando, isso eu achava maravilhoso! (risos) Resolvia o problema
naquela hora! Não impedia que a gente prosseguisse! Eu achava isso fantástico!
Igual eu te falei, somos fãs do projeto. (M07)
5.4 Resultados decorrentes da Observação 87
Problemas de instabilidade nas conexões também foram observadas nos vı́deos (re-
sultantes da gravação da interação), além da baixa qualidade das imagens transmitidas
e áudio ruidoso.
Tabela 5.1: Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Tela por perfis de usuário.
5.5 Resultados decorrentes do Questionário de Satisfação do Usuário 89
Tabela 5.2: Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Terminologia por perfis de
usuário.
Tabela 5.3: Comparação das notas dos ı́tens da Categoria de Aprendizagem e Utilização
do Sistema por perfis de usuário.
5.5 Resultados decorrentes do Questionário de Satisfação do Usuário 90
Tabela 5.4: Comparação das notas dos ı́tens da Categoria Multimı́dia e Teleconferência
por perfis de usuário.
Tabela 5.5: Comparação das notas do nı́vel de satisfação com o sistema por perfis de
usuário.
Figura 5.7: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no uso de com-
putadores para os ı́tens da categoria Tela.
Figura 5.8: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Uso do Sistema
para os ı́tens da categoria Tela.
Figura 5.9: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no domı́nio da
aplicação para os ı́tens da categoria Tela.
Figura 5.10: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no uso de com-
putadores para os ı́tens da categoria Terminologia e Informação do Sistema.
Figura 5.11: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no uso do Sistema
para os ı́tens da categoria Terminologia e Informação do Sistema.
5.5 Resultados decorrentes do Questionário de Satisfação do Usuário 94
Figura 5.12: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Domı́nio da
Aplicação para os ı́tens da categoria Terminologia e Informação do Sistema.
Figura 5.13: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Uso de Com-
putadores para os ı́tens da categoria Aprendizagem e Utilização do Sistema.
Figura 5.14: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Uso do Sis-
tema para os ı́tens da categoria Aprendizagem e Utilização do Sistema.
5.5 Resultados decorrentes do Questionário de Satisfação do Usuário 96
Figura 5.15: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Domı́nio da
Aplicação para os ı́tens da categoria Aprendizagem e Utilização do Sistema.
Figura 5.16: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Uso de Com-
putadores para os ı́tens da categoria Multimı́dia e Teleconferência.
Figura 5.17: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Uso do Sis-
tema para os ı́tens da categoria Multimı́dia e Teleconferência.
Figura 5.18: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes no Domı́nio da
Aplicação para os ı́tens da categoria Multimı́dia e Teleconferência.
Figura 5.19: Comparação das notas dadas entre novatos e experientes com relação ao
nı́vel de satisfação com o sistema.
Figura 5.21: Média geral dos ı́tens avaliados da categoria Terminologia e Informação
do Sistema.
Figura 5.22: Média geral dos ı́tens avaliados da categoria Aprendizagem e Utilização
do Sistema.
Figura 5.23: Média geral dos ı́tens avaliados da categoria Multimı́dia e Videocon-
ferência.
A média geral do nı́vel de satisfação dos usuários com o sistema ficou em 85. Esta
nota demonstra que, apesar das falhas detectadas através dos baixos ı́ndices, os usuários
se encontram, de um modo geral, satisfeitos com o sistema.
Capı́tulo 6
Termo de Consentimento
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Comitê de Ética em Pesquisa
Eu,
__________________________________________________________________________,
portador(a) do CPF: _________________________, declaro para os devidos fins que
participarei, por livre e espontânea vontade, da pesquisa de campo “Avaliação de Usabilidade
em Sistemas de Telessaúde”, nas estratégias de investigação: entrevista semi-estruturada e
questionário, coordenadas pela pesquisadora Kátia Adriana Alves Leite.
Estou ciente que a referida pesquisa tem como objetivo avaliar a usabilidade das
ferramentas computacionais utilizadas no Sistema BHTelessaúde, e que seus resultados buscam
verificar o efeito da interface junto ao usuário do sistema, considerando os aspectos da
facilidade de aprendizagem, facilidade de uso, eficiência e produtividade, utilidade,
flexibilidade, segurança no uso e satisfação.
_______________________________ _______________________________
Entrevistado(a) Kátia Adriana Alves Leite
Mestranda em Informática
PUC Minas
Apêndice B
3. Comentar sobre o papel das teleconsultorias nas práticas de saúde bem como seus
temas abordados. A Telemedicina trouxe alguma modificação nas estratégias de
lidar com casos clínicos complexos?
a. Entender a importância das teleconsultorias para os profissionais da saúde,
bem como descobrir como os participantes encaram os temas abordados
nelas. É importante, nesta etapa, identificar como eles participam na
escolha dos temas.
5. A prática tradicional possue suas características próprias, passos devem ser seguidos
e posturas tomadas. Com a possibilidade de mediação pela tecnologia surgem novas
formas de fazer, algumas podem ser conflitantes ou totalmente conciliadas. Vocês
percebem algum desnível ou incompatibilidade entre a inovação usada e seus
processos de trabalho?
a. Identificar a compatibilidade entre a prática profissional e o uso da
telessaúde. Verificar de que ordem essas incompatibilidades são: de tempo,
etc.
7. Toda inovação tecnológica, por mais promissora que seja, estará sempre
condicionada a aceitação de seus usuários, aceitação essa que é influenciada por
diversos fatores, e entre eles as vantagens e desvantagens apresentadas pela
tecnologia. Quais seriam as vantagens e desvantagens do sistema de BH
Telessaúde?
a. Reflexão individual para que sejam discutidos os pontos, levando em conta
a adaptação das necessidades, as limitações e possibilidades do sistema
para a realidade de BH. Abre-se para exposição dos pontos relacionados
pelos participantes, incentivando a discussão e verificando a convergência
desses aspectos discutidos.
Passo 4: síntese
Questionários
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO PARA O USUÁRIO FINAL
DADOS DO PARTICIPANTE
1. Faixa de idade:
( ) menos de 30 anos ( ) 41 a 50 anos
( ) 30 a 35 anos ( ) 51 a 60 anos
( ) 36 a 40 anos ( ) mais de 60 anos
Tela
Multimídia e teleconferência
13. Configuração do ambiente Difícil 1 2 3 4 5 Fácil N/A
14. Tempo para estabilização da conexão Muito longo 1 2 3 4 5 Suficiente N/A
15. Velocidade de conexão Lento 1 2 3 4 5 Rápido N/A
16. Qualidade das fotos transmitidas Ruins 1 2 3 4 5 Boas N/A
17. Qualidade das imagens transmitidas Ruins 1 2 3 4 5 Boas N/A
18. Qualidade do áudio Muito ruidoso 1 2 3 4 5 Totalmente audível N/A
19. Saída de som Inconstante 1 2 3 4 5 Uniforme N/A
18. Áudio sincronizado com vídeo Nunca 1 2 3 4 5 Sempre N/A
19. Utilização de chat on-line Difícil 1 2 3 4 5 Fácil N/A
20. Transmissão de arquivos Difícil 1 2 3 4 5 Fácil N/A
Satisfação com o sistema
21. Nível de satisfação com o sistema Insatisfeito 1 2 3 4 5 Satisfeito N/A
Comentários (indique o número do item que deseja comentar na frente do comentário / utilize o verso da folha, se
necessário)
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