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Capítulo 6

Transmissão digital em banda base

1 Transmissão digital em banda base .......................................................................... 1


1.1 Introdução ......................................................................................................... 1
1.1.1 Vantagens e desvantagens da transmissão digital .................................... 1
1.1.2 Modelo de um sistema de transmissão digital .......................................... 1
1.1.3 Caracterização da informação digital ....................................................... 2
1.1.4 Limitações de transmissão ........................................................................ 3
1.1.5 Diagrama de olho...................................................................................... 4
1.2 Ruído e erros em sistemas de transmissão digital ............................................ 6
1.2.1 Nível de decisão óptimo ........................................................................... 9
1.2.2 Calculo da probabilidade média de erro ................................................... 9
1.3 Filtro adaptado ................................................................................................ 13
1.3.1 Cálculo da Probabilidade de erro do filtro óptimo em função da energia
média por bit ........................................................................................................... 16
1.4 Interferência entre símbolos .......................................................................... 17
1.4.1 Igualação em transmissão digital ............................................................ 20
1.5 Códigos de Linha ............................................. Erro! Marcador não definido.
1.5.1 Introdução ................................................ Erro! Marcador não definido.
1.5.2 Densidade espectral de potência de um sinal digital Erro! Marcador não
definido.
1.5.3 Calculo da densidade espectral de potência do sinal unipolar........... Erro!
Marcador não definido.
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1 Transmissão digital em banda base

1.1 Introdução

1.1.1 Vantagens e desvantagens da transmissão digital

Actualmente os sistemas de transmissão são predominantemente digitais e a tendência é


para se tornarem cada vez mais digitais. Existem várias vantagens da transmissão digital
relativamente à transmissão analógica nomeadamente:
-facilidade do projecto de circuitos digitais e facilidade da sua implementação em
circuitos integrados, os circuitos digitais estão menos sujeitos a distorções que os
circuitos analógicos, os circuitos digitais só operam em estados bem definidos,
normalmente dois estados, um distúrbio deverá ser suficientemente elevado para
produzir uma mudança de estado no circuito digital, enquanto que qualquer
interferência se faz sentir nos circuitos analógicos;
-existência de técnicas de processamento digital de sinal bem desenvolvidas;
-os sinais de saída dos computadores são digitais, os sinais transmitidos nas redes de
comunicação têm tendência para serem predominantemente relativos a troca de
informação entre computadores;
-imunidade ao ruído, considere por exemplo um pulso digital que se propaga numa
linha de transmissão, o pulso ao propagar-se é atenuado, distorcido e é-lhe adicionado
ruído, na recepção o pulso ainda será reconhecido como tal se a sua amplitude
ultrapassar um valor predefinido no instante de amostragem, os efeitos da transmissão
(distorção, atenuação, interferência e ruído) só se farão sentir se ultrapassarem um
determinado limiar, se não ultrapassarem esse limiar o pulso pode ser regenerado, no
caso dos sistemas de transmissão analógicos não existe esta operação de regeneração e
todos os efeitos de transmissão ficarão impressos no pulso.

1.1.2 Modelo de um sistema de transmissão digital


A Figura 1.1 ilustra um sistema de transmissão digital em termos de diagramas de
blocos. O sinal digital ao ser transmitido pelo canal de transmissão é atenuado,
distorcido, é-lhe introduzido ruído e é afectado por interferências. Na recepção o sinal é
filtrado por um filtro passa baixo, que tem por objectivo reduzir o ruído introduzido
pelo canal de transmissão, é amplificado para combater a atenuação e é egualizado. A
operação de egualização consiste na filtragem do sinal por um filtro desenhado com o
objectivo de compensar a resposta do canal de transmissão. Um sinal de sincronismo
recuperado a partir do sinal que chega ao receptor é utilizado como temporizador nas
operações de recuperação do sinal digital no receptor. Para que o sinal digital seja
recuperado numa primeira fase é amostrado por um amostrador de retenção
(Sample&Hold), o passo seguinte é comparar o sinal amostrado com o nível de decisão
(D) e decidir se o símbolo transmitido foi ‘0’ ou ‘1’. De notar que o sinal digital
recuperado é um sinal sem ruído nem distorção mas que pode conter erros, como se
ilustra na Figura 1.2, em sistemas de transmissão digitais os efeitos de transmissão
fazem-se sentir através de erros de decisão.

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Interferência,
ruído, distorção

Emissor 1 Canal de 2 Filtro do receptor 3 Sample &


transmissão +egualizador Hold
+
+amplificador 4

_
D

Síncronismo

Figura 1.1 Modelo de um sistema de transmissão digital.

1 1 0 0 1 1 0 0 Sinal Digital

Distorção

2 Ruído + distorção

3 Filtragem + equalização
Nível de decisão

Sinal de síncronismo
1 0 0 1 1 1 0
5

Erro introduzido

Figura 1.2 Sinais ilustrativos em vários pontos do sistema de transmissão digital


representado na Figura 1.1.

1.1.3 Caracterização da informação digital

A representação de uma mensagem digital em banda de base toma normalmente a forma


de uma sequência de pulsos modulada em amplitude:

x(t ) = ∑ a k p (t − kTs ) ( 1.1)


k

- ak representa o símbolo k pertencente a um alfabeto de M símbolos;


- Ts não é necessariamente a duração do pulso, mas sim a duração entre duas transições
sucessivas do sinal. Taxa ou ritmo de transmissão de símbolo: r = 1/Ts [baud];

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O pulso não-modulado p(t) está sujeito às seguintes condições:

1 t = 0 ( 1.2)
p(t ) = 
0 t = ±Ts ,±2Ts ,...

Por exemplo p(t) pode ser um pulso rectangular Π(t/Ts), ou qualquer outro pulso que
obedeça à condição da equação acima. Esta condição garante que se pode recuperar a
mensagem amostrando x(t) periodicamente nos instantes t = KTs com K = 0, ± 1, ± 2, …
dado que:

x(KTs ) = ∑ a k p (KTs − kTs ) = a k ( 1.3)


k

O sinal y(t) à saída do filtro passa-baixo pode ser descrito da seguinte forma:

y (t ) = ∑ a k ~
p (t − t d − kTs ) + n(t ) ( 1.4)
k

td é o atraso de transmissão, ~
p (t ) é o pulso p(t) distorcido e n(t) o ruído aditivo. Para se
recuperar a mensagem o sinal é amostrado periodicamente:
Se ~ p (0) = 1 :

y (t K ) = a K + ∑ a ~p(KT
k≠K
k s − kTs ) + n(t K ) ( 1.5)

t K = KTs + t d interferência inter-simbólica (IIS)


Sinal Ruído

1.1.4 Limitações de transmissão

Duas das limitações fundamentais na transmissão são a interferência inter-simbólica e o


ruído aditivo. A combinação destes dois efeitos pode resultar em erros na mensagem
regenerada como se ilustra na Figura 1.3.

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y(t)

y(tK)

0
tK t

Figura 1.3 Sinal distorcido depois do filtro passa baixo do receptor.

É possível diminuir o efeito do ruído aditivo diminuindo a largura de banda do filtro


passa baixo à entrada do receptor, no entanto a redução da largura de banda do filtro à
entrada do receptor implica o alargamento do pulso e consequentemente um aumento da
interferência inter-simbólica.

1.1.5 Diagrama de olho


O diagrama de olho é um indicador qualitativo do sistema de transmissão. O diagrama
de olho consiste na sobreposição dos diferentes símbolos transmitidos, como seria
visualizado num osciloscópio com persistência infinita. A figura abaixo mostra um
diagrama de olho para o caso de uma sequência de 8 símbolos medido por um
osciloscópio digital.

a)

tempo

Duração do símbolo

b) c)

Duração do símbolo

Figura 1.4 a) Forma de onda distorcida. b) Diagrama de olho simulado. c) Diagrama de


olho medido.

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A construção do diagrama de olho depende do nº de símbolos adjacentes que interferem


com o símbolo em análise.
Os parâmetros que podem ser avaliados através da observação do diagrama de olho,
como se indica na Figura 1.5:
- instante de amostragem óptimo, que corresponde ao instante de abertura máxima do
olho;
-IIS (Interferência Inter-Simbólica), que é particularmente significativa nos instantes de
amostragem, já que provoca a diminuição da margem de ruído do sistema;
-se o sinal de sincronismo é recuperado no receptor a partir da transição do sinal pelo
limiar de decisão, como acontece normalmente, então a distorção nos cruzamentos pelo
limiar de decisão (jitter) origina um sinal de sincronismo imperfeito e
consequentemente instantes de amostragem sub-óptimos;
-o declive do olho na vizinhança do limiar de decisão, é um indicador da sensibilidade
do sincronismo;
-finalmente as não-linearidades do canal de transmissão podem manifestar-se como
assimetrias no olho.

instante de amostragem óptimo


Distorção nos instantes de
amostragem (IIS)
margem de ruído

Limiar de decisão

Distorção nos cruzamentos por


zero (∆T).
Declive dá a sensibilidade a erros
no instante de amostragem
Intervalo de tempo em que o
sinal pode ser amostrado Jitter (%) = ∆T/Ts x 100

Figura 1.5 Diagrama de olho generalizado.

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1.2 Ruído e erros em sistemas de transmissão digital

Uma das características que tornam os sistemas de transmissão digital atractivos


comparativamente aos sistemas analógicos é serem mais imunes ao ruído. Para testar
esta ideia iremos estudar o desempenho de sistemas de transmissão digital na presença
de ruído.
Vamos considerar um receptor digital como se mostra na Figura 1.6. O canal de
transmissão não distorce o sinal mas introduz ruído Gaussiano de média nula e
variância σ 2 com função densidade probabilidade:

n2
1 −
2σ 2 ( 1.6)
pN (n ) = e
2
2πσ

Regenerador
G(f)=η/2

y(t) y(tk)
FPBaixo Sample &
x(t) H(f) Hold + xr(t)
_
D

Figura 1.6 Receptor digital.


O objectivo do receptor é recuperar os bits originalmente transmitidos com uma
probabilidade mínima de erro.
O sinal que chega ao receptor y(t):

y (t ) = ∑ a k ~
p (t − t d − KT ) + n(t ) ( 1.7)
k

Onde ak é a amplitude do pulso k e ~ p (t ) o pulso recebido, T o intervalo entre dois


pulsos consecutivos.
O sinal depois de ser filtrado por um filtro passa baixo (que tem por finalidade retirar o
ruído fora da gama de frequências do sinal) é amostrado por um amostrador de retenção
(Sample & Hold) no instante tk, tk= kT+τ, 0 ≤ τ ≤ T .
Considerando que o sistema não introduz interferência entre símbolos e ~ p (t k ) = 1 o
sinal recebido no instante de amostragem é:
y (t k ) = a k + n(t k ) ( 1.8)
O passo seguinte é comparar os valores de y(tk) com um nível de decisão D e decidir se
o símbolo transmitido foi ‘0’ ou ‘1’.
 y (t k ) > D ⇒ a k ='1' ( 1.9)

 y (t k ) < D ⇒ a k ='0'
Considerando que x(t) é um sinal unipolar,
 '1' a k = A ( 1.10)

'0' a k = 0

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Vamos considerar Y a variável aleatória que representa y(tk) sendo n a variável aleatória
que representa n(tk).

O problema que se põe é o de:


• dada a observação y(tk) qual foi o símbolo transmitido? ‘1’ ou ‘0’ ?

Existem duas situações hipóteses possíveis, H0 e H1:


 H 0 : y (t ) = n(t ) →Y = n ( 1.11)

 H 1 : y (t ) = A + n(t ) → Y = A + n
H0 corresponde à situação em que o símbolo ‘0’ foi transmitido, nesse caso o sinal no
receptor é composto somente por ruído.
H1 corresponde à situação em que o símbolo ‘1’ foi transmitido, nesse caso o sinal no
receptor é composto pelo ruído adicionado ao nível A.
A função densidade probabilidade de Y, na hipótese H0:
pY ( y | H 0 ) = p N ( y ) ( 1.12)
A função densidade probabilidade de Y, na hipótese H1:
pY ( y | H 1 ) = p N ( y − A ) ( 1.13)
Obtida através da transformação linear de pN(n) com n=y-A

PY(y|H1)

A A

0 0

y(tk) valor do sinal nos instantes de amostragem tk. PY(y|H0)

Figura 1.7 Funções densidade de probabilidade do sinal amostrado nos instantes tk,
quando os níveis 0 e A são transmitidos, respectivamente pY ( y | H 0 ) e pY ( y | H1 )

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O comparador implementa a seguinte regra de decisão:

Escolhe a hipotese H 0 (a k = 0 ) se Y<D


Escolhe a hipotese H 1 (a k = A) se Y>D

Esta regra de decisão ignora a situação em que Y=D, dado que a probabilidade de
ocorrer é muito pequena, caso ocorra alternadamente considera-se H0 e H1.

Caso o ruído adicionado ao sinal seja de tal modo elevado no instante de amostragem, o
comparador ao aplicar as regras de decisão pode cometer erros. Toma uma decisão
errada quando Y<D e o símbolo transmitido tenha sido ‘1’ ou quando Y>D e o símbolo
transmitido tenha sido ‘0’. Considerando Pe1 e Pe0 as probabilidade de erro do
comparador relativas às situações acima mencionadas. As probabilidades de erro do
regenerador são:

∞ ( 1.14)
Pe0 = P(Y > D | H 0 ) = ∫
D
pY ( y | H 0 )dy

D
Pe1 = P(Y < D | H 0 ) = ∫p
−∞
Y ( y | H 1 )dy

A Figura 1.8 ilustra graficamente, as probabilidades de erro Pe0 e Pe1,que correspondem


às áreas sombreadas definidas pelas curvas pY ( y | H 0 ) e pY ( y | H 1 ) respectivamente. A
figura evidencia o papel do nível de decisão, D, no valor dessas probabilidades de erro.
Para diminir a probablidade de erro Pe0 basta aumentar o valor do nível de decisão D, no
entanto esse aumento do nível de decisão irá provocar um aumento de Pe1. Em termos
de desempenho do sistema um erro é um erro, por isso o nível de decisão D, deve de ser
ajustado para um valor que minimize a probabilidade média de erro do sistema Pe.

Pe = P0 Pe0 + P1 P e1 ( 1.15)

Onde P0 e P1 são as probabilidades de ‘0’ e ‘1’ serem transmitidos respectivamente.

pY ( y | H 0 ) pY ( y | H 1 )

0 D A y

Pe1 Pe 0

Figura 1.8 Funções densidade probabilidade condicionadas, nível de decisão e


probabilidades de erro de decisão.

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1.2.1 Nível de decisão óptimo

O nível de decisão óptimo Dopt, deve de minimizar Pe, ou seja:


dPe ( 1.16)
=0
dD

Aplicando a regra de Leibniz para a derivação de integrais obtém-se:


( )
P0 pY Dopt | H 0 = P1 pY Dopt | H 1 ( ) ( 1.17)

Considerando P0=P1=0.5, temos que:

( )
pY Dopt | H 0 = pY Dopt | H 1( ) ( 1.18)
Ou seja Dopt corresponde ao ponto onde as funções densidade probabilidade se
intersectam.

1.2.2 Calculo da probabilidade média de erro

Considerando que o ruído aditivo introduzido pelo canal de transmissão é Gaussiano de


média nula e variância σ 2 , a sua função densidade probablidade pN(n) é:
1 −
n2 ( 1.19)
p N (n ) = e 2σ 2
2
2πσ
A função densidade probabilidade de Y, na hipótese H0, quando o ‘0’ foi transmitido,
Y=n é:
1
y2
− 2 ( 1.20)
pY ( y | H 0 ) = p N ( y ) = e 2σ

2πσ 2
A função densidade probabilidade de Y, na hipótese H1, quando o ‘1’ foi transmitido,
Y=n+A, e n=Y-A, é:
1 −
( y − A )2 ( 1.21)
pY ( y | H 1 ) = p N ( y − A) = e 2σ 2
2
2πσ
Estamos então em condições de calcular Pe0 e Pe1, tendo em conta a função
complementar de erro erfc(k) definida como:
∞ ( 1.22)
2 − x2
erfc(k ) = ∫ e dx
π k

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Figura 1.9 Função complementar de erro erfc(k).

Voltando ao calculo das probabilidades de erro Pe0 e Pe1


∞ ∞ y2 ( 1.23)
1 −
Pe 0 = P(Y > D | H 0 ) = ∫
D
pY ( y | H 0 )dy = ∫
D 2πσ 2
e 2σ 2 dy

D ∞ ( y − A )2
1 −
Pe1 = P(Y < D | H 0 ) = ∫p
−∞
Y ( y | H1 )dy = ∫
D 2πσ 2
e 2σ 2 dy


1 −
y2 ( 1.24)
Pe0 = ∫
D 2πσ 2
e 2σ 2 dy

y dy
Fazendo a mudança de variável x = , obtemos dx = , e o extremo de
2σ 2σ
D
integração x' =

Obtem-se então para a equação ( 1.24)


1 2 1  D  ( 1.25)
Pe 0 = ∫ e − x dx =
2
erfc 
 2σ 
D/ ( 2σ ) π

Análogamente para Pe1 temos:

D
1 −
( y − A )2 ( 1.26)
Pe1 = ∫
−∞ 2πσ 2
e 2σ 2 dy

A A

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PY ( y | H 1 )

0 D A 2A-D 2A

Figura 1.10 Função densidade probabilidade PY ( y | H 1 ) .


Por razões de simetria, como ilustrado na Figura 1.10, o integral na equação ( 1.26) é
equivalente a:
D
1 −
( y − A )2 ∞
1 −
( y − A )2 ( 1.27)
Pe1 = ∫
−∞ 2πσ 2
e 2σ 2 dy = ∫
2 A− D 2πσ 2
e 2σ 2 dy

y−A dy
Fazendo a mudança de variável x = obtemos dx = , e o extremo de
2σ 2σ
A− D
integração x' =

Obtem-se então

∞ ( 1.28)
1 −x2 1  A− D
Pe1 = ∫ π
e dx = erfc
2  2σ 

A− D

A
Como Dopt = (no caso de P1=P2=0.5), temos que:
2
1  A  ( 1.29)
Pe = Pe0 = Pe1 = erfc 
2  2 2σ 

Exemplo:

Considere um sistema digital que transmite pulsos rectangulares unipolares a uma taxa
de transmissão rb=10 Mbit/s e densidade espectral de potência do ruído
η
GN ( f ) = = 2 × 10 − 20 W/Hz. Qual a potência média do sinal que chega ao receptor para
2
que no máximo ocorra um bit errado por hora.

1º Calcular qual é a probabilidade de erro do sistema:


durante 1 hora----- são transmitidos 3600 × 10 × 10 6 = 3.6 × 1010 bits
durante 1 hora só um bit é detectado erradamente logo

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1
Pe = ≈ 3 × 10 −11
3.6 × 1010

A partir do gráfico de erfc(k) verificamos que 3 × 10 −11 , corresponde a um valor de


k ≈ 5 , como num sistema de transmissão unipolar, em que os ‘0’s correspondem ao
nível 0 de tensão e os ‘1’s correspondem ao nível A de tensão, como foi deduzido
A
anteriormente temos que ≈5
2 2σ

2º Potência do sinal média recebida


Pr = P0 Pm 0 + P1 Pm1
onde P0 e P1 são as probabilidades de transmissão dos ‘0’s e ‘1’s respectivamente e Pm0
e Pm1 a potência média dos ‘0’s e ‘1’s respectivamente.

A
0 1

1
Tb = = 0.1 µs
rb

1 A2
Pr = 0.5 × 0 + 0.5 ×
Tb ∫
Tb
A 2 dt =
2

2º Potência do ruído recebido no receptor, Pn

Consideramos que o filtro passa baixo do receptor é um filtro ideal com largura de
banda B = rb / 2 = 5 × 10 6 MHz


η
Pn = ∫G
−∞
N ( f ) H r ( f )2 df =
2
× 2 B = 2 × 10 −20 × 2 × 5 × 10 6 = 2 × 10 −13 W

No entanto a potência do ruído também pode ser calculada no domínio temporal atendo
a que o ruído é um processo ergódico e estacionário:
[ ]
Pn = n 2 (t ) = E n 2 (t ) = σ 2
temos então que:
σ = 2 × 10 −13 = 4.5 × 10 −7 V

3º Calculo de A
A
Da relação = 5 , podemos tirar o valor de A = 2 × 5 × 2 × 4.5 × 10 −7 = 6.3 µV
2 2σ
E logo cacular o valor da potência média necessária

Pr =
A2
=
(
6.3 × 10 − 6 )2 ≈ 506 pW
2 2

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1.3 Filtro adaptado

Nesta secção iremos responder à questão:

Qual o filtro do receptor que origina uma menor Probabilidade de Erro do sistema ?

Como já referido na secção 1.2 um receptor deve de incluir um filtro passa baixo, que
tem por objectivo limitar o ruído introduzido pelo canal. Este filtro não deverá causar
interferência intersímbolica e deverá minizar a Pe do sistema, ou seja deverá maximizar
a relação sinal ruído no instante da decisão.
Vamos considerar que o canal de transmissão introduz ruído branco sem introduzir
distorção. O sinal transmitido tem uma duração limitada τ , e está centrado no instante
t=kT,
x(t ) = a k p(t − kT ) ( 1.30)
p(t) é o pulso elementar com as seguintes características p(0)=1, p(t)=0 para |t|> τ / 2 , e
τ <T.
Para que a Pe seja mínima é necessário que no instante em que se efectua a decisão tk, a
razão da amplitude do sinal, y(tk), e o valor eficaz do ruído, (r.m.s), σ , seja máxima.
y(t ) ( 1.31)
Maximizar k
σ
Que é equivalente a maximizar a relação
2
 y (t k )  ( 1.32)
Maximizar  

 σ 
2
 y (t ) 
De seguida iremos escrever a relação  k  em função da função de transferência do
 σ 
filtro passa baixo, H(f)
y (t ) = ℑ −1 ( X ( f )H ( f )) ( 1.33)

∞ ( 1.34)
y (t ) = ∫
−∞
X ( f )H ( f )e j 2πft df

No instante t=tk, temos que:


∞ ∞ ( 1.35)
j 2πft k j 2πft k
y(t k ) = ∫ X ( f )H ( f )e df = ∫ ak P( f )H ( f )e df
−∞ −∞
A potência do ruído
∞ ∞ ( 1.36)
2 2 η 2
σ = ∫ H(f ) GN ( f )df =
2 ∫ H( f ) df
−∞ −∞
O nosso objectivo é então maximizar a razão:

2 ( 1.37)

j 2πft k
ak2 ∫ P( f )H ( f )e df
2
y (t k ) −∞
=
2 ∞
σ η 2
2 ∫ H( f ) df
−∞

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Podemos utilizar a desigualdade de Schwarz1 para encontrar a função H(f) que


maximiza a razão fazendo:
η ( 1.38)
V(f )= H(f )
2
j 2πft k
a H ( f )P( f )e a P( f )e j 2πft k
W *( f ) = k = k
V(f ) η
2
Obtendo-se o majorante quando
η 2 ( 1.39)
H(f ) = kP* ( f )e − j 2πft k
2 η
Ou seja quando
2 ( 1.40)
H opt ( f ) = k P* ( f )e − j 2πft k
η
A esta função de transferência corresponde à resposta impulsional hopt(t)
 2k  2k ( 1.41)
hopt (t ) = ℑ−1  P* ( f )e − j 2πft k  = p (t k − t )
η  η

No caso em que o ruído de canal é branco a resposta impulsional do filtro adaptado é


uma réplica do sinal x(t) atrasada de tk e definida no sentido reverso do tempo. O atraso
tk, corresponde ao atraso entre a chegada do pulso e o instante que o pulso depois de
atravessar o filtro H(f) atinge o seu valor máximo, tk é um parametro que pode ser
escolhido pelo engenheiro. Por vezes o filtro óptimo obtido por este método é um filtro
não causal e por isso físicamente irrealizável.

No desenho do filtro óptimo, de modo a obter-se uma resposta normalizada dimensiona-


se o filtro adaptado do seguinte modo:
1 ( 1.42)
hopt (t ) = p(t k − t )
τ eq

2
Onde τ eq = ∫ p (t )dt e tk = τ / 2 .
−∞

1
Desigualdade de Schwarz
∞ 2
*
∫ V ( f )W ( f )df ∞
−∞ 2

≤ ∫ W(f ) df
2
∫ V(f )
−∞

−∞
A igualdade verifica-se quando V ( f ) = kW ( f ) , k uma constante.

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O atraso t k = τ / 2 foi escolhido por ser o atraso mínimo para que a resposta impulsional

2
do filtro seja causal e a constante de proporcionalidade τ eq = ∫ p (t )dt foi escolhida de
−∞
modo a que a amplitude de pico à saída do filtro seja ak.
∞ ( 1.43)
y (t ) = hopt (t ) * x(t ) = ∫ hopt (w)x(t − w)dw
−∞

1
= ∫τ
− ∞ eq
p (t k − w)a k p (t − w)dw

ak
=
τ eq ∫ p(t
−∞
k − w) p (t − w)dw

= ak t =tk

O pico do sinal recebido ocorre atrasado de τ / 2 em relação ao início do pulso. Apesar


do filtro óptimo introduzir atraso não introduz interferência intersimbolica. A Figura
1.11 ilustra estas considerações para o caso do pulso rectangular, neste caso τ eq = τ .

x(t)

a) ak

t
0 t0 t0+τ
hopt(t)

1/τ
b)
t
0 τ t0

y(t)
c)
ak

t
0 tk-τ tk tk+τ

Figura 1.11 Filtro adaptado para pulso rectangular. a) Pulso à entrada do receptor. b)
Resposta impulsional do filtro adaptado. c) Saída do filtro adaptado.

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1.3.1 Cálculo da Probabilidade de erro do filtro óptimo em função da energia média


por bit

Como vimo na secção a probabilidade de erro de um sistema digital binário unipolar é


1  A 
Pe = erfc  , onde A é a amplitude do sinal no instante de amostragem y(tk), no
2  2 2σ 
caso de um receptor que utiliza o filtro óptimo temos que y(tk)=ak, e que o canal
η
introduz ruído branco com densidade espectral de potência temos que:
2
A energia média por bit
∞ ( 1.44)
A2
Eb = ak2 ∫ p 2 (t )dt = ak2τ eq = τ eq
2
−∞

A potência de ruído à saída do filtro Pn



2

2
( 1.45)
2 η η
Pn = σ = ∫ H opt ( f ) G N ( f )df =
2 ∫ hopt (t ) df =
τ eq
−∞ −∞
Obtendo-se
1  Eb  ( 1.46)
Pe = erfc 

2  2η 

É a probabilidade de erro mínima que só é obtida quando se utiliza um filtro adaptado.


A resposta impulsional do filtro adaptado para um dado pulso elementar pode ser
implementada usando elementos passivos, no entanto é necessário alguma perícia para
se conseguir h(t ) ≈ 0 para t > τ que se o filtro não introduza interferência inter-
símbolica. No caso do pulso elementar ser rectangular, o filtro adaptado pode ser
implementado por um circuito de Integrate&Dump o qula está representado na figura. O
reset do integrador deverá de ser efectuado no instante tk.

Regenerador

y(t) Sample & y(tk)


x(t) tk Hold + xr(t)
∫ dt D
_
t k −τ
G(f)=η/2

Reset
Figura 1.12 Esquema de um receptor incluíndo um filtro Integrate&Dump

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1.4 Interferência entre símbolos


Para além do ruído outra fonte de erros em sistemas digitais é a Interferência Inter -
Simbólica (IIS). A escolha dos impulsos utilizados como suporte à transmissão de
símbolos em sistemas digitais é um aspecto determinante do desempenho desses
sistemas. Por exemplo, os canais de banda limitada induzem o alargamento dos
impulsos como se mostra na Figura 1.13. Se a entrada for uma sequência de impulsos
rectangulares, então a resposta a cada um dos impulsos vai interferir com os seguintes
(região sombreada), o que se traduz na ocorrência de IIS.

Entrada Função de transferência do saída


canal
|H(f)|

0 T f 0 T

Figura 1.13 Espalhamento temporal introduzido por um canal de largura de banda


limitada.
Analisando isoladamente dos outros fenómenos presentes num sistema de
comunicações, a IES poderia ser eliminada simplesmente por um aumento de largura de
banda do canal de transmissão. Contudo, esta solução além de representar um
desperdício de largura de banda, pode introduzir demasiado ruído adicional o que
causaria um aumento da probabilidade de erro do sistema.
Nesta secção iremos estudar este assunto, procurando moldar a forma dos impulsos de
modo a eliminar a IES, mas mantendo a largura de banda de transmissão o menor
possível. Começaremos por considerar o sinal digital x(t).


x (t ) = ∑ a p(t − kT )
k = −∞
k s
( 1.47)

onde
-ak é a variável aleatória discreta que modela a fonte digital
-Ts não é necessáriamente a duração do pulso, mas sim a duração entre duas transições
sucessivas do sinal. Taxa ou ritmo de símbolo: r = 1/Ts [baud];
O pulso não-modulado p(t) está sujeito às seguintes condições, que garantem no
domínio temporal zero Interferência Inter-Símbolica:

1 t = 0 ( 1.48)
p(t ) = 
0 t = ±Ts ,±2Ts ,...
Num sistema de transmissão digital em que o canal de transmissão tem uma largura de
banda limitada, é devido à limitação de largura de banda que este canal introduz
distorção severa se os pulsos utilizados fossem rectangulares, já que o espectro de um
sinal digital rectangular é infinito.
O objectivo desta secção é estudar pulsos cuja forma introduz IIS mantendo a largura de
banda o menor possível, por isso iremos impor a condição do pulso ter um espectro de
largura de banda limitada B, assim o espectro do pulso elementar P(f) obedece à
seguinte condição:

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P( f ) = 0 f ≥0 ( 1.49)

Uma limitação fundamental da transmissão digital é a relação entre a IIS, a largura de


banda e a taxa de transmissão dos símbolos símbolos ( que está relacionada com o
ritmo binário).
Em 1924 Harry Nyquist estabeleceu o seguinte critério:

Considerando um canal ideal passa-baixo com largura de banda B, é possível transmitir


símbolos independentes a uma taxa r ≤ 2B baud sem IIS. Não é possível transmitir
símbolos independentes a r > 2B.
A utilização da taxa de símbolos máxima permitida (r = 2B, ritmo de Nyquist) pelo
critério de Nyquist envolve a utilização de um pulso especial, o pulso sinc:
( 1.50)
p (t ) = sinc(rt ) = sinc(t Ts )

Cujo espectro é a função rectangular:


1 f  ( 1.51)
P( f ) = Π 
r r
O pulso sinc possui características que fazem com que:
-Não haja influência do filtro passa-baixo, com largura de banda B ≥ r/2, no sinal visto
que P(f) = 0 para | f | > r/2. Assim, este pulso não sofre distorção devido ao filtro passa-
baixo e por isso pode-se ter r = 2B;
- Não haja interferência inter-simbólica, embora p(t) não seja limitado no tempo, visto
que este tipo de pulso é igual a zero nos instantes t = ± Ts, ± 2Ts, ….

Figura 1.14

Instantes de amostragem Instantes de amostragem

Figura 1.15 Amostragem sem e com Interferência Inter-Símbolica (IIS).

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Na prática, o pulso sinc não é realizável (espectro ideal passa-baixo e depende de modo
crítico da precisão temporal no instante de amostragem). Os problemas de sincronização
são resolvidos usando pulsos com uma forma designada por coseno elevado com um
factor de excesso de banda α entre 0 e 1.
r 1
Factor de excesso de banda: B = Bmin (α + 1) com Bmin = =
2 2Ts

Frequência de Nyquist
1
fN =
2Ts

a) Espectro do pulso para |f| >0. b) Forma do pulso.

Figura 1.16 a) Espectro do pulso coseno elevado e forma do pulso.

1
O pulso coseno elevado permite transmitir a uma taxa de transmissão de r = , sem
2Ts
IIS, no entanto a largura de banda necessária para transmitir os pulsos é de
B = Bmin (α + 1) . A expressão matemática do espectro do pulso coseno elevado é:

Ts 0 ≤ f < f N (1 − α ) ( 1.52)


 
T π f π 
P( f ) =  s 1 − sin  −  f N (1 − α ) ≤ f ≤ f N (1 + α )
 2   2αf N 2α 
0 f ≥ f N (1 + α )

No domínio temporal temos que:

cos(παt Ts ) ( 1.53)
p(t ) = 2
sinc(t Ts )
1 − (2αt Ts )

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1.4.1 Igualação em transmissão digital

Independentemente do tipo de pulso escolhido existe sempre alguma IIS, resultado das
imperfeições do filtro, conhecimento incompleto das características do canal, etc. Para
combater estes efeitos negativos utilizam-se técnicas de igualação. Estas técnicas têm
por função ‘igualar’ garantir que a IIS é nula ou desprezável nos instantes de
amostragem, não sendo necessário ‘igualar’ o sinal em todo o tempo.
Um ‘igualizador’ é um filtro cuja função de transferência é tal que se obtém à saída um
sinal Peq(f) com IIS nula ou desprezável.

canal Igualador
Peq(f)
~
p(t )
Hc(f) I(f)
Pi(f)

Peq ( f ) = Pi ( f )H c ( f )I ( f )

Peq ( f )
I( f ) =
Pi ( f )H c ( f )

Figura 1.17 Representação esquemática da metodologia utilizada na implementação de


um ‘egualizador’. Pi(f) espectro do pulso à entrada do canal, Hc(f) função de
transferência do canal de transmissão e I(f) função de transferência do filtro
‘egualizador’.

Os filtros egualizadores são normalmente filtros transversais como se mostra na


Figura 1.18.

~
p (t )
Ts Ts … Ts

c-N cN


peq (t )

Figura 1.18 Igualizador transversal com 2N+1 coeficientes.

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O filtro transversal representado na


Figura 1.18 tem 2N+1 ‘taps’ e um atraso total de 2NTs. A saída do filtro, no domínio
temporal, é dada por:

N
peq (t ) = ∑ c ~p (t − nT
n=− N
n s − NTs )

Por exemplo para t=0, quando N=1 o caso do exemplo a seguir temos que

peq (0 ) = c−1 ~
p (0 + 1Ts − 1Ts ) + c0 ~p (0 − 0Ts − 1Ts ) + c1 ~
p (0 − 1Ts − 1Ts )
= c−1 ~
p (0 ) + c0 ~
p (− Ts ) + c1 ~
p (− 2Ts )

Está de acordo com a figura 1.18

Quando se considera um tempo de amostragem tk = kTs + NTs , isto quer dizer que k=0
corresponde ao tempo de amostragem t0=NTs
N N
peq (t k ) = ∑ cn ~p(kTs − nTs ) = ∑ cn ~pk −n
n=− N n =− N
( 1.54)

onde cn são os coeficientes do filtro e ~


p (t ) o sinal distorcido à entrada do egualizador.

Isto quer dizer que k=0 corresponde ao tempo de amostragem t0=NTs, se o objective for
encontrar a saída do filtro em t=0, para o filtro do exemplo, isto corresponde a k=-1 e
temos que t=0 corresponde a tk=-1=-1Ts+Ts=0 e assim pela equação 1.54 temos que :

peq (t = 0 ) = peq (tk = −1 ) = c−1 ~


p−1− ( −1) + c0 ~
p−1− ( 0) + c1 ~
p−1− (1)
=c ~ p (0 ) + c ~
−1 p (− T ) + c ~
0 s p (− 2T )
1 s

Temos a mesma solução! E a dúvida do Manuel está esclarecida!!!

Os coeficientes são calculados de modo a eliminar a IIS no instante de amostragem, tal


que:
1 k = 0 ( 1.55)
peq (t k ) = 
0 k = ±1,±2,...,± N
Trata-se de um egualizador ‘zero forcing’, tem como objectivo eliminar a IIE nos
instantes de amostragem.
Os coeficientes cn são calculados a partir da equação de matrizes:

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 ~p0 L ~
p −2 N  c − N  0 
 M M   M  0 
    
~p N −1 L ~
p − N −1   c−1  0 
~      ( 1.56)
~
 pN L p− N   c0  = 1 
~p N +1 L ~
p− N +1   c1  0 
     
 M M   M  0 
~ L ~
p0  c  0 
 p2 N  N  

Exemplo:

Considere o sinal, representado na figura abaixo, à entrada do egualizador. Calcule os


coeficientes de um filtro transversal com 3 taps utilizado na egualização.

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~
p (t )
~
p 0 = 1 .0

~
p−1 = 0.1 ~
p2 = 0.1
Ts

~
p−2 = 0.0 -Ts
~
p1 = −0.2

~
p (t )
Ts Ts

c-1 c-0 c1


peq (t )

No instante tk=0, k=0, teremos à saída do filtro equalizador


c−1 p0 + c0 p −1 + c1 p−2

No instante tk=Ts, teremos à saída do filtro equalizador

c−1 p1 + c0 p0 + c1 p −1

Utilizando a equação que matrizes definida em ( 1.56), temos que:


 1.0 0.1 0.0 c − 1  0
− 0.2 1.0 0.1  c  = 1
  0   
 0.1 − 0.2 1.0   c1  0

Temos então o seguinte sistema de equações

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c−1 + 0.1c0 = 0
− 0.2c−1 + c0 + 0.1c1 = 0
0.1c−1 − 0.2c0 + 1c1 = 0

Obtendo-se:

c−1 = −0.096 ; c0 = 0.96 e c1 = 0.2

à saída do filtro teremos, nos instantes tk:

t = −Ts peg (−Ts ) = 0.1× (− 0.096 ) + 0 × 0.96 + 0 × 0.2 = 0.01


t=0 peg (0) = 1.0 × (− 0.096 ) + 0.1× 0.96 + 0 × 0.2 = 0
t = Ts peg (Ts ) = −0.2 × (− 0.096 ) + 1.0 × 0.96 + 0.1× 0.2 = 1
t = 2Ts peg (2Ts ) = 0.1× (− 0.096 ) − 0.2 × 0.96 + 1.0 × 0.2 = 0
t = 3Ts peg (3Ts ) = 0 × (− 0.096 ) + 0.1× 0.96 − 0.2 × 0.2 = 0.06
t = 4Ts peg (4Ts ) = 0 × (− 0.096 ) + 0 × 0.96 + 0.1× 0.2 = 0.02
t = 5Ts peg (5Ts ) = 0 × (− 0.096 ) + 0 × 0.96 + 0 × 0.2 = 0

Como se ilustra na figura, de notar que o pulso egualizado se encontra atrasado de Ts


segundos em relação ao pulso não egualizado.

peg (t )
1.0

-Ts Ts t

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