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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
FISCALIDADE

Guião Estudo IRS

Este guião apresenta os principais aspetos a ter em conta no estudo do IRS, omitindo frequentemente as
exceções ou casos particulares.

1) Incidência real
Determinar quais os rendimentos que fazem parte das categorias de rendimento referidas no art.º 1.º e
determinar os rendimentos que não estão sujeitos a IRS. (art.º 1.º - art.º 12.º-A)

2) Incidência subjetiva
Determina quem são os sujeitos passivos, o conceito de agregado familiar, possibilidade de declarar os
rendimentos por agregado familiar (conjunto) ou em separado, tratamento dos rendimentos obtidos no
estrangeiro, nas regiões autónomas e rendimentos auferidos por estrangeiros em Portugal (esta última
parte é mais complexa) e imputação especial de rendimentos aos SP. (art.º 13 – art.º 20.º).

3) Determinação do rendimento regra geral


art.º 22.º - este artigo é muito importante refere que em regra a tributação dos rendimentos é feita pela
totalidade dos rendimentos, contudo o n.º 3 e 4 refere situações em que não é obrigatória o
englobamento de determinados rendimentos e o n.º 5 refere o tratamento dos rendimentos quando o SP
não opta pela exclusão do n.º 3.

4) Determinação dos rendimentos líquidos de cada categoria de rendimentos.


Em termos prático, aos rendimentos previstos no ponto 1), denominados rendimentos brutos, é possível
realizar determinadas deduções, denominadas deduções específicas, obtendo-se desta forma o
rendimento líquido de cada categoria. O rendimento sujeito a IRS é pois o rendimento líquido e não o
bruto (ver esquema IRS).
Os art.º 25.º até ao 55.º determinam o modo como se apura o rendimento líquido de cada categoria e a
possibilidade de deduzir as perdas do ano anterior. Cada tipo de categoria tem uma forma diferente de
apuramento do rendimento líquido. Devem procurar através do estudo desses artigos e da resolução dos
problemas da ficha prática n.º 1 perceber o modo como se apura esse rendimento.

5) Liquidação (apuramento) do IRS.


O IRS é apurado pela AT tendo por base os rendimentos declarados através da declaração de IRS. Analisar
quem é obrigado a entregar a declaração, quem está dispensado e alguns casos especiais em termos de
entrega dessa declaração (art.º 56.º a 66.º).

6) Taxas
O somatório dos rendimentos líquidos de cada categoria denomina-se rendimento coletável. Ao
rendimento coletável aplica-se a tabela de taxas previstas no art.º 68.º para se obter o que se denomina
de Coleta. A aplicação do art.º 68.º tem uma técnica definida no n.º 2 desse artigo que necessitam de
saber aplicar (serão resolvidos vários casos práticos de aplicação desse artigo).
No caso dos casais que optam por declarar os rendimentos em conjunto temos de aplicar o art.º 69.º.
Para além dos rendimentos sujeitos às taxas gerais, existem determinados rendimentos que estão
sujeitos a taxas liberatórias previstas no art.º 71.º e taxas especiais previstas no art.º 72.º. A principal
diferença entre essas duas taxas é que os rendimentos previstos no art.º 71.º não necessitam em regra
de serem declarados, existindo, em certos casos, a possibilidade de os declarar (aumentando o valor do
rendimento coletável). O imposto é retido no momento do pagamento do rendimento, recebendo o
rendimento líquido (rendimento bruto – retenção na fonte art.º 71.º = rendimento líquido).
Os rendimentos sujeitos à taxa especial têm de ser obrigatoriamente declarados e são tributados em
separado à taxa previsto nesse artigo.
Por fim, existem ainda taxas de tributação autónoma que incidem sobre determinadas despesas
contabilizadas pelos trabalhadores independentes (art.º 73.º)
Em suma a colecta total será igual ao imposto apurado com base nas taxas gerais + taxas especiais + taxas
autónomas.

7) Deduções à colecta
Ao valor da colecta apurado nos termos do ponto 6) é possível deduzir determinados montantes,
denominados “Deduções à Colecta”. As principais deduções estão elencadas no art.º 78.º e são
desenvolvidas nos artigos seguintes (78.º-A até 87.º). Para além das deduções previstas no IRS o EBF,
prevê algumas situações que permitem deduzir um determinado montante à colecta (nomeadamente
art.º 21.º e 61.º a 65.º).
É necessário ter em conta que existe normalmente para cada tipo de dedução um limite máximo e existe
ainda um limite global previsto no n.º 7 do art.º 78.º. O objetivo deste ponto é procurar perceber como
se calcula o montante de cada dedução prevista nos artigos referidos.

8) Pagamento do IRS
O IRS é geralmente pago durante o ano através da figura da Retenção na Fonte e Pagamentos por Conta
(rendimentos categoria B). Estes pagamento funcionam como adiantamento por conta do imposto desse
ano. No ano seguinte, após a entrega da declaração e após apurar o IRS é pago o valor em falta ou é
devolvido o valor pago a mais.
Os art.º 97.º a 101.º explicam o conceito de RF, os rendimentos sujeitos e não sujeitos, a taxa aplicável e
o prazo de pagamento dessas RF. O art.º 102.º o conceito de pagamentos por conta e cálculo do mesmo.

9) Obrigações acessórias
Este ponto aborda as principais obrigações acessórias em sede de IRS. A maior parte dessas obrigações
aplicam-se aos trabalhadores independentes (rendimentos categoria B) (art.º 112.º a ). É de salientar o
acordo 119.º que se relaciona com as RF, referidas no ponto anterior.

10) Apuramento do IRS


Após a compreensão dos conceitos anteriores é possível através da resolução dos problemas de
apuramento do IRS aplicar uma parte significativa dos conceitos descritos anteriormente. Deverão
resolver a ficha prática 2 e 3, para consolidar a matéria e para perceber a mecânica do apuramento do
imposto.

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