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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3

Cadernos PDE

I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
APRENDENDO A LÍNGUA INGLESA ATRAVÉS DO LÚDICO

Autora: Márcia Juliana Munhoz 1


Orientadora: Profª Drª. Samantha Gonçalves Mancini Ramos 2

Resumo

Este artigo apresenta os resultados obtidos a partir da Implementação Pedagógica junto a


alunos do Ensino Fundamental II, com objetivo de apresentar o Lúdico enquanto metodologia
do ensino de Língua Inglesa. As atividades foram elaboradas a partir de estudos bibliográficos
sobre o tema, que constavam a opinião de educadores e estudiosos da área da Educação e de
Língua Estrangeira, enquanto segundo idioma. O trabalho foi incrementado com base nas
opiniões e nas experiências de professores da rede estadual de educação do Estado do
Paraná, que colaboraram com as atividades oferecendo sugestões e críticas para melhoria do
desenvolvimento prático do tema.

Palavras-chave: Língua Inglesa. Metodologia de Ensino de Línguas. Lúdico.

INTRODUÇÃO

O presente artigo divulga os resultados do desenvolvimento de um Plano


de Implementação Pedagógica (doravante PIP), atividade integrante do
Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE), que
objetivou desenvolver materiais didático-pedagógicos para tornar as aulas de
Língua Inglesa mais prazerosas e interativas.
Tais materiais foram especialmente produzidos baseando-se em ações
lúdicas individuais ou em grupo de forma a tornar o processo de ensino e de
aprendizagem um movimento que melhore o vocabulário e concretize-se no
despertar pelo gosto e curiosidade pelo segundo idioma.
O público-alvo contou com alunos de uma turma do 6º ano das séries
finais do Ensino Fundamental do Colégio Estadual “Brasílio de Araújo” - Ensino

1
Professora PDE. Colégio Estadual “Brasílio de Araújo” - Ensino Fundamental, Médio e Profissional da
cidade de Bela Vista do Paraíso/PR. E-mail: mjcorrea@seed.pr.gov.br
2
Professora da Universidade Estadual de Londrina, 2012. E-mail: saramos2007@gmail.com
Fundamental, Médio e Profissional da cidade de Bela Vista do Paraíso, Estado
do Paraná no ano de 2015.
O trabalho foi pensado a partir da seguinte pergunta problematizadora:
Como extrapolar as atividades mecânicas e estruturalistas realizadas durante
as aulas de Língua Inglesa e despertar nos alunos o interesse em aprender
“vocabulário” utilizando a lúdico como base para a aprendizagem?
Tal questão norteou o projeto e a partir dela estabeleceram-se os
objetivos a seguir: 1) potencializar o processo de aquisição da Língua Inglesa
através de recursos didáticos e lúdicos com vistas à ampliação do vocabulário
relacionado ao universo infanto-juvenil e às estruturas que fazem parte da
comunicação em sala, 2) despertar o interesse para aprender a Língua Inglesa;
3) desenvolver a capacidade linguística e discursiva em situações
comunicativas de forma que o aluno pudesse identificar a ideia central do texto
verbal/não verbal e 4) compreender o vocabulário referente ao texto.
Com esta determinação, o PIP buscou desafiar o modelo tradicional do
ensino de Língua Inglesa ao apresentar aos alunos atividades que
possibilitaram esta diversificação metodológica aprender a Língua Inglesa a
partir do lúdico. Em outras palavras, os alunos tiveram a oportunidade de
desenvolver atividades lúdicas e apreciar a construção do conhecimento de
forma agradável a partir desta metodologia que já é apreciada e utilizada por
muitas áreas da educação.

1. REVISÃO DE LITERATURA

A ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas


além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido utilizada como recurso
pedagógico. De fato, a palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina
ludus que quer dizer jogo (ALMEIDA 2009)
No entanto, se este termo estivesse preso unicamente à sua origem,
estaria se referindo apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontâneo.
Entretanto, este conceito, porém, evoluiu e deixou de ser considerado apenas
sinônimo de jogo.
Segundo Luckesi (2002, p. 2), o lúdico faz parte da atividade humana e
caracteriza-se por ser espontâneo e satisfatório. Segundo o autor, o fenômeno
da ludicidade foca a atividade lúdica como uma experiência interna do sujeito
que a vivencia, e define como aquela que propicia a “plenitude da experiência”
(2002, p.27).
Na mesma obra, o autor questiona se uma atividade lúdica é sempre
pensada como uma atividade divertida, sugerindo que pode ser ou não, a
depender de cada indivíduo que a vivencia. Para o autor, o ato de dançar, com
entrega da totalidade do nosso ser, sem pensamentos críticos, sem
julgamentos, conduz a uma plenitude, a um prazer expandido e sem limites.
Dentre as atividades que exemplificam estas ideias estão:
 Vivenciar uma boa conversa, sem barreiras e sem os trejeitos dos
nossos preconceitos, possibilita um bem-estar pleno;
 Produzir um bom texto, com tudo o que ele tem de direito, de metáforas,
alegorias, poesia, argumentação clara, entre outros, dando ao seu autor
um prazer muito grande, na medida em que vivencia a completude de
sua obra;
 Produzir uma tela, através da magia da pintura, dá plenitude a quem
pinta com prazer;
 Brincar dá prazer a quem se dispõe a vivenciar essa experiência
(LUCKESI, 2002, p. 27).
Em suma, compreende-se a ludicidade como uma experiência prazerosa
vivenciada pelo indivíduo, independentemente de ser divertida ou não. Para a
criança, trabalhar a partir de brincadeiras, músicas e leveza na aplicação das
atividades é algo satisfatório, preenchendo seus desejos de aprender e de
brincar ao mesmo tempo, o que facilita sua aprendizagem.
O tema ludicidade e sua importância de ser trabalhada no cotidiano
escolar, como facilitador no processo de aprendizagem e desenvolvimento das
potencialidades afetiva, criativa, social, física e principalmente cognitiva do
aluno.
Para Schütz (2006), a aprendizagem da língua estrangeira tem relação
com a abordagem de ensino tradicional aplicado nas escolas de ensino regular
e em muitos cursos de línguas. Espera-se que o aluno entenda, através da
língua na forma escrita, a estrutura e as regras do idioma, através de esforços
intelectuais e capacidade dedutivo-lógica.
Ainda de acordo com Schütz (2006), nesse processo de aprendizagem
são transmitidos conhecimentos ao aluno a respeito da língua estrangeira,
como se dá o funcionamento da estrutura gramatical dessa língua, seguindo-se
um planejamento didático que inclui memorização de vocabulário, a fim de que
o aluno adquira conhecimentos e tenha um bom desenvolvimento na
aprendizagem. A valorização do aprendizado dá-se na quantidade de acertos
do aluno. O ambiente de ensino não é propício para a espontaneidade, tendo
em vista o ambiente artificial totalmente ausente das práticas que tornariam o
aprendizado mais natural. É necessário que o professor compreenda o
processo de aprendizagem/aquisição para que possa tornar o ambiente da sala
de aula um espaço o mais próximo possível de um ambiente natural, utilizando
procedimentos metodológicos adequados à realidade de cada aprendiz.

Não basta saber ler e escrever; é preciso também fazer uso


do ler e escrever, saber responder as experiências de leitura
e de escrita que a sociedade faz continuamente (SOARES,
APUD SESI, 2003, p. 26)

O ensino e a aprendizagem do vocabulário sempre se mostraram pontos


importantes para as aulas de língua inglesa. Há muito se sabe que aprender
vocabulário não significa aprender listas de palavras. De fato, o texto deve ser
o ponto de partida da aula de língua inglesa como unidade de linguagem em
uso, e a leitura deste deve permitir o estabelecimento das relações do texto
com o conhecimento já adquirido, bem como o reconhecimento das suas
opções linguísticas, a intertextualidade e a reflexão, possibilitando a
reconstrução da argumentação por parte do leitor (PARANÁ, 2008, p. 63 e 65).
Para Busnardo e Braga, citadas nas DCE (PARANÁ, 2008, p. 65) "o
desconhecimento linguístico pode dificultar essa interação com o texto, o que
impossibilita a crítica". Seguindo esse raciocínio, aponta-se que a análise
linguística torna-se importante na medida em que permite o entendimento dos
significados possíveis das estruturas apresentadas, devendo estar
"subordinada ao conhecimento discursivo, ou seja, as reflexões linguísticas
devem ser decorrentes das necessidades específicas dos alunos, a fim de que
se expressem ou construam sentidos aos textos" (PARANÁ, 2008, p. 65).
A importância de trabalhar com léxico e com atividades centradas em
leituras e interpretação de textos é o desenvolvimento da competência lexical
dos alunos. Para Lewis (1993, 1997 apud MONTEIRO, 2008, p. 180), a
"competência lexical do aprendiz de língua estrangeira é fator determinante de
sua maior ou menor proficiência, tanto na linguagem oral quanto na escrita,
mesmo quando domina o aspecto gramatical de modo adequado". Dentre os
suportes teóricos para a elaboração de atividades com vocabulário em sala de
aula, destaca-se a abordagem lexical preconizada por Michael Lewis (1993).
Com base nela, é possível verificar alguns aspectos importantes para o
ensino e aprendizagem do léxico, com a finalidade de auxiliar os alunos em
suas dificuldades quanto ao uso da língua em situações de leitura, oralidade e
escrita. É primordial compreender que é através da interação com o mundo que
o indivíduo adquire a linguagem de maneira subjetiva e social, ou seja, o sujeito
utiliza o sistema de signos vigentes em sua sociedade e deixa-lhe suas marcas
e experiências, produzindo diferentes formas de expressão.
Os resultados dessa interação são positivos, já que os sujeitos falantes
pertencem ao mesmo universo de códigos. Porém, quando a aquisição é de
uma língua estrangeira, os resultados poderão não ser tão positivos, dada a
ocorrência de diversos fatores que interferem no processo de aquisição. A
aquisição de uma língua estrangeira é um processo complexo, diferente do
processo de aprendizagem de uma língua materna. Sendo assim, é de
fundamental importância distinguir aprendizagem de aquisição.
Schütz (2006) define a aquisição da linguagem como um processo de
assimilação natural, subconsciente, que se dá em situações reais de convívio
com outras pessoas, em que o aprendiz é um sujeito ativo, como no processo
de assimilação da língua materna pelas crianças. Através da interação com a
família, com a sociedade, a criança adquire um conhecimento sobre a língua
que permite que ela se comunique. Um bom exemplo de aquisição da língua
estrangeira é o caso de jovens e adultos que participam de programas de
intercâmbio. Viajam para o exterior e adquirem alto nível de fluência na língua
estrangeira que, em muitos casos, assemelha-se à fluência na língua materna.
No entanto, eles adquiriram a fluência intuitivamente, pois, geralmente,
não têm conhecimentos teóricos sobre idioma (não têm noção de fonologia,
sintaxe, verbos e outros). É a interação com as pessoas que lá vivem que lhes
possibilita compreender e ser compreendido naquela língua estrangeira. Já a
aprendizagem é o estudo consciente da gramática, exige o estudo sobre a
língua em uso. O estudante deixa de ser um falante para ser um aprendiz da
língua em estudo no que se refere às suas regras.

2 PRODUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO


PEDAGÓGICO

Buscou-se, durante toda elaboração do material didático-pedagógico,


produzir atividades que pudessem trazer resultados e mudanças na
metodologia do ensino de Língua Inglesa, de forma a atingir também a vida
cotidiana de cada um dos alunos envolvidos.

A professora-autora, pensando em sua prática, decidiu por um tema que


envolvesse o ensino de Língua Inglesa e também o aluno e seu aprendizado,
imaginando o quanto isso poderia interferir nos resultados da aprendizagem,
optando então pelo lúdico, enquanto metodologia mais interessante para os
alunos dessa faixa etária.

Mesmo que possam parecer atividades corriqueiras, o material didático


pedagógico foi pensado com intuito de atingir os seguintes objetivos : 1) a
reflexão crítica do uso da língua inglesa, 2) o acesso à cultura estrangeira a
partir da exploração do idioma, 3) o trabalho com as quatro habilidades
importantíssimas para o aprendizado da Língua Estrangeira, ou seja: listening,
reading, writing e speaking e, especialmente, 4) para servir como subsídio
motivador, a partir de atividades como música e filmes, que deverão contribuir
para o aprendizado e comunicação na língua ensinada.

Foram, então, elaboradas estratégias de ação num cronograma pré-


determinado pela Secretaria de Educação e aprovado pela orientação deste
trabalho. Na sequência, depois de redigido o PIP o, foi elaborada a Unidade
Didática, com as atividades a serem trabalhadas com os alunos, e de onde
poderiam ser obtidos os resultados esperados pelos objetivos propostos

Antes de iniciar qualquer atividade com os alunos, a professora


apresentava o conteúdo para que, no momento devido, as ideias e sugestões
também fossem consideradas, levando em conta que cada material é diferente
e os alunos deveriam experimentar novas estratégias, enquanto ela buscava o
cumprimento dos objetivos praticando a língua inglesa a partir do lúdico.

Este PIP foi desenvolvida durante 32 (trinta e duas) aulas e foi dividida
num cronograma que precisou ser refeito após a paralisação dos professores
estaduais, obedecendo, posteriormente, a novas datas que ficaram distribuídas
de acordo como o novo calendário escolar, implementado logo após aprovação
do material didático-pedagógico.

A primeira etapa do PIP foi a da apresentação do projeto para a escola e


para os alunos e isso aconteceu para que todos tomassem ciência dos
objetivos do trabalho, que estava prestes a começar a ser desenvolvido, e
como a discussão do Lúdico, enquanto metodologia do ensino de Língua
Inglesa pode ser útil para o desenvolvimento do vocabulário e da prática da
língua estrangeira moderna, dentro e fora das salas de aula.

3. OS RESULTADOS OBTIDOS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PIP

No período compreendido entre 25 de agosto a 03 de setembro de 2015,


foram trabalhadas as atividades da Unidade 1, intitulada Greetings, durante 7
(sete) aulas Este foi também o momento de interação, aproveitado para
aprender os cumprimentos. Os recursos utilizados nesta etapa foram: filme,
música, teatro de fantoches e pesquisa na internet, bem como, atividades
impressas que a professora-autora entregou a cada um dos alunos depois das
aulas expositivas e dos demais recursos apropriados.
A partir do filme Magic English os alunos conseguiram fixar o que já
havia sido trabalhado em sala, como pronúncia e escrita dos cumprimentos.
Eles gostaram muito a maioria participou ativamente, sendo necessário à
retomada breve do conteúdo para que toda sala tivesse total aproveitamento.
A relevância de iniciar a disciplina com os greetings se dá pela
importância da comunicação entre as pessoas, assim, ao encontrar uma
pessoa, é necessário iniciar o diálogo com os cumprimentos, saudando-as.
Utilizando os greetings é possível constatar que eles variam conforme o horário
do dia, na necessidade da formalidade, se já se conhece a pessoa, etc.
Deste modo, os greetings podem ser ensinados com maior facilidade, se
compreendida sua importância, pois as crianças se interessam por este tipo de
comunicação. Como no primeiro dia de aula as crianças ficam muito tímidas e
envergonhadas, a professora deve modificar este panorama, tornando a aula
muito descontraída e divertida iniciando com os greetings, pois, a partir deles,
as crianças já conseguem estabelecer um pequeno diálogo em inglês, fazendo
com que assim já se consigam aprender o novo idioma, na prática (LEWIS,
1997).
Segundo Simões (2008), uma ótima alternativa para se ensinar e
apresentar uma outra língua é ensinando-a como cumprimentar nesse idioma.
A música é uma ferramenta divertida e eficaz para isso.

Figura 1: Greetings
Fonte: Arquivo da autora (2015)

Foram realizadas 7 (sete) aulas para o desenvolvimento das atividades


propostas na Unidade 2 do PIP, intitulada de Meeting People. O conteúdo
destas atividades agradou muito os alunos, pois eles gostam muito de
conhecer pessoas e, de acordo com as atividades sugeridas, eles tiveram a
possiblidade de desenvolver um pequeno diálogo entre eles. A professora-
autora se apropriou de estratégias como filmes baixados da internet, pesquisa
sobre os mesmos e da biografia de personagens famosas.
A partir de tais filmes, que mostravam atores conhecidos, os alunos
tiveram a chance de saber informações pessoais de tais personalidades, como,
nome, idade, nacionalidade e profissão. Eles gostaram muito de trabalhar com
os jogadores de futebol e cantores famosos.
Segundo Gomes (2006), o uso de filmes em sala de aula oferece
excelentes oportunidades para aprendizagem em inglês. Por apresentarem
uma grande variedade de elementos visuais em associação com elementos
auditivos, como a linguagem oral, os filmes na sala de aula de LE podem
promover a motivação dos alunos e a prática oral mais autêntica.
Price (1998, apud GOMES 2006), ainda sugere que o uso de filmes
legendados também reforça a habilidade de leitura e a aquisição de
vocabulário ao mostrar contextos para o uso das palavras.
O uso de recursos audiovisuais, como filmes e músicas, auxiliam no
ensino da língua inglesa, já que esta metodologia foge do tradicional, e
proporciona aos alunos, aulas mais descontraídas, dinâmicas, diferenciadas e
menos cansativas. O professor deixa de ser o foco principal e abre caminho
para a participação e interação professor-aluno e aluno-aluno, estabelecendo
um vínculo entre o cotidiano dos alunos e o processo de aprendizagem da
língua inglesa.
A grande vantagem dessa metodologia de ensino é, por ser mais
dinâmica, diminuir o índice de desmotivação, pois rompe com os padrões
tradicionais de ensino, facilitando a aprendizagem, estabelecendo conexão
com o cotidiano dos alunos, expressando elementos relevantes para o ensino
de línguas; com uma linguagem simples e contemporânea, repetições,
integrações das habilidades de leitura, escrita, produção e compreensão oral,
conteúdos temáticos ou temas polêmicos e geração de impulsos internos,
como sensações de prazer e sentimentos diversos (GOMES, 2006).
Utilizando da maneira correta, é possível contribuir para o interesse do
aluno, o que gera bons resultados no processo de aprendizagem, fazendo com
que eles tenham acesso a outras culturas, novos personagens, pessoas, sem
sair da sala de aula.
Figura 2: Meeting people
Fonte: Arquivo da autora (2015)

Em seguida, foram desenvolvidas as atividades da Unidade 3, chamada


de Song and Color,no período de 22 a 39 de setembro, num total de 6 (seis)
horas aula.O trabalho teve início a partir da música What a wonderful world,
quando os alunos foram levados a refletir e compreender o texto musical. Para
isso a audição foi treinada e somente após conseguirem entender a canção, os
substantivos e adjetivos que ela apresentava, foram convidados a realizarem
as atividades propostas pela Unidade Didática.
Eles apreciaram a canção apresentada em duas versões. Sendo que a
primeira versão, na voz de Tiago Iorc, o resultado foi melhor, pois trata-se de
uma versão conhecida por ter sido tema de novela. Enquanto que na versão do
havaiano Kamakawiwo`Ole, eles tiveram dificuldades e necessitaram de mais
atenção à letra. O resultado foi conseguido a partir de diversas retomadas, e a
professora precisou mediar o trabalho, para conseguir desenvolver as
atividades envolvendo as cores presentes na letra da canção.
De acordo com Woyciechowski (2008), o ensino da língua inglesa
através de atividades com música torna possível a contextualização da
aprendizagem, pois o aluno percebe que a música que está estudando na
escola é a mesma que ele ouve no rádio ou na televisão, que a Língua Inglesa
não é mais uma matéria sem sentido. Viabiliza o estudo, o contato e a união
entre culturas diferentes. Cria um ambiente agradável e descontraído,
facilitando a aprendizagem, principalmente para os alunos mais tímidos.
Segundo Lima (2004), primeiramente, o uso das músicas em inglês,
levam à diversidade cultural, mostrando as diferenças entre as nações/culturas,
tomando cuidado para não reforçar preconceitos. Além dos objetivos culturais,
as músicas no ensino de inglês podem ser usadas também para ensinar:
listening, vocabulário, tópicos gramaticais, leitura, expressão oral, produção de
texto e ortografia.
Para Medina (2003), existem diversas evidências de que a música
facilita a memorização de vocabulário de uma forma não intencional, facilita a
escrita e é um meio viável de aquisição de uma segunda língua tanto para
crianças quanto para adultos.
Nunes (2006), relata várias vantagens do uso de música para o ensino
de LE. Conforme a autora, a música exerce magia nas pessoas, pode trazer
lembranças, sentimentos, serve para relaxar, brincar, levar para outros lugares,
distrair, aproximar pessoas e ensinar pronúncia, gramática e compreensão oral.
Segundo Murphey (1994), entusiasta em relação ao uso de música para
o aprendizado de LE, ela favorece a memorização, causa um estado de
relaxamento, é repetitiva, mas sem perder a motivação, serve como pretexto
para discutir cultura, religião, patriotismo, faz parte da vida dos estudantes. Em
seu livro Music and song apresenta uma grande variedade de materiais e
ideias para professores de todos os níveis, inclusive aqueles que nunca
usaram músicas em suas aulas.
A música exerce grande influência no ser humano e faz parte da vida
dos adolescentes. Partir deste gênero textual para contextualizar o aprendizado
da língua inglesa parece natural, devido à grande influência que esta exerce
em nossa sociedade. O uso da música nas aulas de inglês pode motivar os
alunos ao aprendizado deste idioma, incentivando-os a estudar os conteúdos
desta disciplina com mais facilidade (CURY, 2003).
A utilização de música nas aulas é um método de ensino que consegue
incentivar o aluno ao aprendizado do idioma, pois ele percebe que pode
reconhecer na letra da música, muitas palavras que ele já aprendeu e através
de uma melodia, memorizá-la de uma maneira mais eficaz. (MARQUES, 2010).
Figura 3: Song and Colors
Fonte: Arquivo da autora (2015)

Entre os dia 01 e 20 de outubro, foram realizadas as atividades da


Unidade 4, chamada Numbers, que contou com 6 (seis) aulas para o
desenvolvimento de atividades que consistiram em vídeos, textos e músicas, e
que tinham como objetivo a expectativa de que os alunos superassem as
barreiras e aprendessem o idioma enquanto brincavam ao realizar as
atividades.
As atividades contaram com bingo e preenchimento da tabela a respeito
de informações sobre os dados relacionados aos membros da família. Os
alunos desenvolveram rapidamente, e quase sem intervenção, todas as
atividades e a professora pode estender-se para além do conteúdo.
Ensinar números em inglês para os alunos nem sempre é uma tarefa
fácil, assim usando os jogos e maneiras alternativas, mais dinâmicas e
descontraídas facilitam a aprendizagem. Logo, o uso das datas de nascimento,
datas comemorativas tornam o conteúdo mais interessante, fazendo com que
sejam motivados a participar (ZENI, 2007).
Figura 4: Numbers
Fonte: Arquivo da autora (2015)

Para as Atividades da Unidade 5, aplicadas no período de 22 de outubro


a 5 de novembro, dentro dos conteúdo sobre Countries and Nationalities (6
aulas), introduziu-se o tema a partir do vídeo Flags of all countries of the world,
quando então foi diagnosticado o conhecimento dos alunos a respeito dos
países, bandeiras e seus idiomas. Foram utilizados vídeos e música para que,
em seguida, eles desenvolvessem as atividades propostas.
Para esta etapa, muito mais que nas outras, os alunos precisaram de
mediação, sendo que o vídeo precisou ser utilizado em recortes para que eles
mantivessem a atenção. A professora precisou retomar os conteúdos. Todas
as atividades foram contextualizadas e eles foram levados a refletir a respeito
da Guerra e da Paz, conforme proposto no projeto.
Para Nunes (2011), em relação ao aspecto pedagógico, o professor
precisa respeitar as “transformações educacionais” que ocorrem em nossa
sociedade. Dessa maneira, ele deve ter em mente que ele não detém o poder
de transmitir o saber, sendo que deve corresponder às novas formas de
aprendizagem, as quais sofrem influência da tecnologia, por isso o lúdico tem
papel tão relevante no processo de aprendizagem.
Segundo Silva (2011), as atividades lúdicas nas escolas devem trazer
como contribuição melhoria nos resultados dos alunos. É importante dizer que
as atividades lúdicas auxiliariam na busca de melhores resultados por parte
dos educadores que desejam mudanças. Essas atividades seriam
responsáveis por avanços e tornariam a sala de aula num ambiente melhor,
mais agradável.
O estudioso Rego (2000, p. 79), afirma que os jogos, por exemplo,
tornam os ambientes desafiadores, capazes de estimular o intelecto
proporcionando a conquista de estágios mais elevados do raciocínio.

Figura 5: Country and Nationalities


Fonte: Arquivo da autora (2015)

A seguir a professora avaliou se os alunos foram capazes de realizar as


atividades solicitadas, se participaram de todas as ações propostas
argumentando, questionando ou justificando suas dúvidas e se todos se
apropriaram do material ofertado com desejo de aprender. Sendo assim, foram
encerradas as atividades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adesão ao lúdico como metodologia do ensino da Língua Inglesa,


colabora para que o processo de ensino e de aprendizagem construa uma
práxis emancipadora, que é capaz de fazer com que os alunos integrem-se e
tornem-se, eles próprios, instrumentos na aquisição deste conhecimento,
revelando que tal estratégia estimula e constrói as especificidades inerentes a
esta aprendizagem (TEIXEIRA, 1995)
A partir da análise da implementação do PIP, foi possível perceber que o
uso do lúdico como metodologia de ensino/aprendizagem enriquece muito o
ensino da língua estrangeira, em especial o inglês. Pois o lúdico traz à
aprendizagem do aluno, seu saber, sua compreensão do que é mundo e seu
conhecimento. Portanto, o lúdico é essencial para o ensino-aprendizagem de
várias disciplinas. Incluir o lúdico nesse processo é desafiador porque existem
profissionais que não estão preparados para assimilá-lo em suas aulas. Essa
falta de preparo leva à resistência de aceitá-lo e utilizá-lo em sala de aula.
Em relação à Língua Inglesa, o lúdico deverá auxiliar na aquisição da
língua, pois traz à aula um pouco de descontração e deixa o aluno à vontade,
levando-o a se interessar e, consequentemente, a aprender mais.
Dessa forma, torna-se relevante que mais e mais professores sejam
levados a aderir ao lúdico, elemento tão importante à formação do estudante
de língua estrangeira.

REFERÊNCIAS

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