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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3

Cadernos PDE

I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
AS DIFERENTES FORMAS DE TRABALHAR A MÚSICA NA LÍNGUA
ESTRANGEIRA MODERNA (LEM)

Beatriz Olivia Milleo de Siqueira1


Luciano Vitor Dias Liberato2

RESUMO: O presente artigo traz uma síntese das atividades desenvolvidas no


Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, edição 2014/2015, na área de
estudos de Língua Estrangeira Moderna, com ênfase em Língua Inglesa. Este artigo
tem como objetivo resgatar não só o interesse dos alunos pela Língua Estrangeira
Moderna, mas motivá-los mostrando-lhes que o que veem, ouvem, leem, está direta
ou indiretamente relacionado à necessidade da aprendizagem e conhecimento de
um idioma bem como toda a carga cultural que os acompanha. Para isso foram
desenvolvidas atividades que visassem estimular os alunos da importância da
língua estrangeira para a fim de ampliar o seu conhecimento e com isso passarem a
ter mais oportunidades de acesso a informações sobre o mundo, despertando assim
o interesse pela língua inglesa, utilizando e reconhecendo-a como um meio de
aprendizado, de organizar e produzir diferentes tipos de textos escritos a partir da
música.

Palavras- chave: música; motivação; LEM; inglês

1 INTRODUÇÃO

Ensinar uma língua estrangeira é um grande desafio para os professores,


principalmente quando trabalha-se com jovens adolescentes que estão em fase de
novas descobertas, os quais para eles, o inglês é uma língua difícil de aprender e
entender, pois eles os mesmos já veem o idioma de forma idealizada como algo
quase inatingível.
Primeiramente, é necessário entender que a língua inglesa não é um fim,
mas um caminho que podemos seguir para refletir e crescer nas discussões sobre
diversos assuntos que envolvem o nosso e outros países. Desta forma, com o
cenário contemporâneo que traz consigo a grande falta de interesse e a

1
Professora PDE, do Colégio Estadual São José, Lapa – PR; e-mail: bmilleosiqueira@gmail.com
2
Professor Mestre em Educação UFPR. Orientador; e-mail: theonelu@gmail.com
desmotivação nas aulas de língua inglesa, faz necessário buscar-se novas maneiras
de como torná-las mais palatáveis e atrativas aos alunos.
Tais jovens adolescente convivem diariamente com a língua inglesa,
“curtindo” as músicas de sucesso internacional, mas a maioria não sabe o que está
cantando, fato que torna importante o ensino através do uso de atividades com
música as quais permitem contextualizar, dando sentido à aprendizagem.

De acordo com os PCN’s (2000)

“A aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna qualifica a compreensão


das possibilidades de visão de mundo e de diferentes culturas, alem de
permitir o acesso à informação e à comunicação internacional, necessárias
para o desenvolvimento pleno do aluno na sociedade atual.” ( p.11)

A língua, manifestada tanto pela prática oral ou pela escrita, permite–nos


interagir com textos de vários gêneros, contemplando ambos os casos, que formam
o discurso, sempre com um objetivo que vai além da superficialidade das palavras
ou frases incoerentes.
Nesse sentido, a música para além do seu estado de arte, pode ser um
agente facilitador no ensino e aprendizagem dos educandos. Ela pode funcionar
como um instrumento motivador desse meio, despertando o interesse do aluno,
ajudando-o no processo de desenvolvimento do seu conhecimento em diversas
áreas, propiciando debates sobre temas polêmicos como: violência, paz,
preconceito, sexo e etc, permitindo o contato e a união entre culturas diferentes.
Ao ensinar o idioma estrangeiro, deve-se demonstrar ao educando que,
antes de qualquer coisa, vivemos num mundo que apresenta diferenças culturais,
nas quais há diferentes tipos de sujeitos que possuem diferentes desejos, raças,
classes sociais, nacionalidades e representações socioculturais. Por isso, de acordo
com a LDB/96 a importância de se respeitar o outro e valorizar aquilo que se tem,
construindo uma ideia crítica do mundo em que se vive.
Deve-se provar ao educando que, ao ensinar o idioma estrangeiro, antes de
qualquer coisa, vivemos num mundo com diferenças culturais, com diferentes tipos
de sujeitos que possuem diferentes desejos, raças, classes sociais, nacionalidades
e representações socioculturais. Por isso, a necessidade de se respeitar o outro e
valorizar aquilo que se tem, estabelecendo uma ideia crítica do mundo em que se
vive.
2 Revisão Bibliográfica

Considerando-se que situações comunicativas são estabelecidas a partir da


utilização de diferentes gêneros textuais e também que há uma incessante procura
e preocupação com o desenvolvimento de um ensino mais contextualizado, no qual
os conteúdos estejam articulados com elementos que façam parte do cotidiano e da
realidade dos estudantes, tem-se como possibilidade a utilização de gêneros
textuais como uma das alternativas de propostas inovadoras no campo da Língua
Estrangeira Moderna que pode vir a trazer melhoria para o ensino desta segunda
língua.
Para Kleiman, “quanto mais conhecimento textual o leitor tiver, quanto maior
for sua exposição a todo tipo de texto, mais fácil será a sua compreensão”. (2002
p.10) ), uma vez que o conhecimento de mundo abrange noção de vocabulário,
pronúncia de palavras, normas e usos da língua.
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Estaduais (2008) mencionam que

“Para tal, o professor levará em conta que o objeto de estudo da Língua


Estrangeira Moderna, a língua, pela sua complexidade e riqueza, permite, o
trabalho em sala de aula com os mais variados textos de diferentes
gêneros.” ( p. 61)

Para tanto, o professor deve utilizar-se de toda a variedade possível de


atividades, variar suas metodologias e tornar a aula mais dinâmica, para que os
alunos passem a prestar mais atenção, sintam-se estimulados com a aula e, como
resultado, aprendam o conteúdo.
Esta estimulação promove a motivação do aluno que torna-se um fator
importante para o sucesso da sua aprendizagem na língua estrangeira sendo, deste
modo, necessário que haja ao mesmo tempo, o seu envolvimento.
Gardner (1985, p.10) define a motivação como a “dimensão na qual um
indivíduo trabalha para aprender a língua por causa de um desejo de assim fazê-lo
e a satisfação experimentada nesta atividade”. Assim sendo, quando o aluno
encontra este sentido em uma de suas aulas, a motivação é despertada.
Nessa direção, o que pode ser feito, no contexto escolar, é o
reconhecimento das competências desses alunos, fazendo com que os mesmos
identifiquem que as possuem, entendendo desta forma que todos são possíveis da
experimentação da capacidade de aprenderem esta nova língua.
Desta forma, desperta-se o interesse, ao fazer com que o educando
perceba que pode sempre aprender cada vez mais, propiciando assim um certo
aguçamento do ânimo e sua vontade de ampliar seus conhecimentos. Assim, o
professor precisa tentar descobrir o que já motiva o aluno e o que ele pode usar em
sala de aula para despertar ainda mais a sua motivação.
Nesse sentido, no contexto escolar a música tem a finalidade de aprimorar,
motivar e facilitar a aprendizagem do educando, fazendo com que ele se envolva e
aprenda de uma maneira mais prazerosa da que comumente está habituado.
Tal como explica Faria (2001, p. 24) “A música como sempre esteve
presente na vida dos seres humanos, ela também está presente na escola para dar
vida escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso
de criação e recreação”.
A música então torna-se um instrumento facilitador no processo de ensino e
aprendizagem e a escola, enquanto espaço institucional para construção de
conhecimentos socialmente construídos, pode se ocupar em promover a
aproximação dos estudantes com outras propriedades da música que não aquelas
reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma estudos
comprovam que a partir de experiências musicais, o educando organiza seu
pensamento levando-o ao desenvolvimento de sua inteligência e consequentemente
mais conhecimento será adquirido.
Percebe-se que quando inseridas canções em sala de aula, os alunos
fazem uso da ludicidade, criando coreografias e tornando assim, um processo
facilitador ao aprendizado.

Conforme Stefani (1987),

“a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem mergulhadas em um


oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a música,
sem dar conta disso. Ouve-se música porque faz com que as pessoas
sintam algo diferente, se ela proporciona sentimentos, como alegria,
melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, pode-se
dizer que faz com que a pessoa se sinta mais atraída pela atividade, é a
forma de envolver o seu ouvinte, e assim acabar levando experiências da
vida que constituem um fator importantíssimo na formação do caráter do
indivíduo”.

A partir da proposição da autora acima, Lima (2004) menciona que:

“Devemos usar músicas em inglês primeiramente visando à diversidade


cultural, mostrando as diferenças entre as nações/culturas, tomando
cuidado para não reforçar preconceitos. Além dos objetivos culturais, as
músicas no ensino de inglês podem ser usadas também para ensinar:
listening, vocabulário, tópicos gramaticais, leitura, expressão oral, produção
de texto e ortografia. O uso de objetivos culturais proporcionará uma
imersão do estudante em diferentes culturas e, ao mesmo tempo, poderá
ser associado a objetivos didático-pedagógicos secundários, direcionados
às competências como listening, speaking, reading, and writing, na mesma
atividade com canções”. (2004, p. 22)

No que diz respeito às Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, elas


dão destaque ao uso de textos verdadeiros que possuem relação com a realidade e
interesse dos educandos, levando-se em consideração não apenas a natureza
linguística, mas os fins educativos a partir da discussão de assuntos polêmicos,
admitindo ao educando ampliar o seu conhecimento de assuntos específicos e de
mundo e ainda refletir sobre a sociedade socioeconômica, politica e cultural do seu
país bem como o papel de seus habitantes enquanto cidadãos.

Nessa perspectiva, o documento relata que:

“Dessa forma, ao ensinar uma Língua Estrangeira, alunos e professores,


percebem ser possível construir significados além daqueles permitidos pela
língua materna. Os sujeitos envolvidos no processo pedagógico não
aprendem apenas novos significados nem a produzi-los, mas sim aprendem
outras maneiras de construir sentidos, outros procedimentos interpretativos
que alargam suas possibilidades de entendimento do mundo.” (DCE’s, 2008
p.60)

Sendo assim, é importante que o coletivo da escola subsidie os alunos com


saberes que lhes possibilitem realizar uma leitura crítica do mundo, tendo a certeza
de que é primordial investir esforços no aproveitamento mais efetivo da pesquisa em
sala de aula.
Gainza (1988, p.22) afirma que “A música e o som, enquanto energia
estimula o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‘a ação e
promovem nele uma multiplicidade de conduta de diferentes qualidade e grau”.
Assim, a música não pode estar desconectada do processo ensino e
aprendizagem da escola, sendo esta vivência musical para o educando, agradável.
Ele aprende novos conceitos, desenvolvem diferentes habilidades, melhora a
comunicação, promove a criatividade e a capacidade de concentração.
Outro benefício que a música nos traz é que ela é uma excelente maneira
de deixar os alunos mais à vontade em relação à produção oral, pois não acreditam
que conseguem falar inglês ou ficam receosos de falar errado e fazendo a atividade
em grupos eles perceberão que podem falar em inglês participando assim das aulas
na língua estrangeira e percebendo que podem falar inglês mesmo que seja apenas
um pouco.
Cabe ao professor buscar meios que o auxiliem a ser, cada vez mais, uma
pessoa conhecedora da música. O fato de somente passar a ter contato com a
música, conhecer bandas, cantores e tipos de música pode auxiliar o professor a
tornar-se mais confiante ao trabalhar com atividades musicais. O próprio aluno pode
ajudar nesta tarefa ao propor músicas a serem trabalhadas, ao expressar seus
gostos musicais e fazer comentários sobre seus conhecimentos.
Conhecemos a alegria que os jovens encontram em comunicar-se com
outros jovens ou pessoas, graças a suas músicas executadas ou simplesmente
ouvidas, pois vivem, acolhem e levam em conta a diversidade cultural, e sendo
assim a utilização de diversas atividades lúdicas, prazerosas, torna-se fundamental
para o entretenimento da turma, e incentivo para a aprendizagem.

3 Metodologia

No sentido de colaborar com a prática dos professores de Língua


Estrangeira bem como de estimulá-los a enriquecer suas próprias propostas de
trabalho prazerosas e significativas com a música, foi elaborada uma unidade
didática voltada ao desenvolvimento de atividades que visassem estimular os
estudantes a compreender, por meio da música, a importância da língua estrangeira
a fim de ampliar seu conhecimento e com isso passarem a ter mais oportunidades
de acesso a informações sobre o mundo, despertando assim o interesse pela língua
inglesa, utilizando e reconhecendo-a como um meio de aprendizado, de organizar e
produzir diferentes tipos de textos escritos a partir da música.
Como docente de Língua Estrangeira Moderna, em específico aqui, Língua
Inglesa é possível constatar o desinteresse que os educandos têm em relação ao
aprendizado de uma nova língua. A partir do entendimento desta dimensão, de
rejeição ao novo é que foram pensadas as atividades referentes a Unidade didática
proposta.
Esta atividades não poderiam estar desconexas do processo de ensino e
aprendizagem da escola e deveriam considerar que a música é uma das maneiras
pelas quais se pode apreender um novo idioma. Dotado do uso de vários gêneros
textuais e de diferentes metodologias, tais atividades melhorariam, então, seu
interesse no desenvolvimento de diferentes habilidades, aprimorando sua
comunicação e promovendo a criatividade e a capacidade de concentração.
Desta maneira, foram apresentadas as atividades aos educandos
demonstrando suas finalidades. Tais propostas, num primeiro momento, geraram
animação ao se perceber a possibilidade de se trabalhar com atividades
diferenciadas que promoveriam uma motivação. Esta motivação, daria espaço para
o vislumbramento da capacidade de se produzirem textos escritos, os quais
quebrariam a perspectiva conteudista de ensino.
Algumas atividades foram pesquisadas e adaptadas à realidade do
meio escolar em questão pois no colégio no qual foram implementada as atividades,
o funcionamento do ensino não segue a lógica tradicional, compartimentalizada em
seriação, mas sim, com o funcionamento em em blocos, na qual trabalha-se com os
alunos apenas 06 meses.
Agregando-se ao curto espaço de tempo de ensino e aprendizagem, outro
fator torna-se importante ressaltar, a visão dos alunos sobre o ensino da língua
inglesa: estes veem o aprendizado de uma nova língua como algo muito longe de
sua realidade, pois a utilizam apenas para ouvir música ou em jogos no celular
ficando assim um distanciamento entre aluno X língua inglesa.
As atividades foram elaboradas em três etapas. Primeiramente foi
trabalhado a atividade 1 chamada “Different, but not unequal”, no qual foi
apresentado um vídeo sobre divisão de gêneros, na qual os alunos refletiram sobre
os papéis sociais. Em seguida foram separadas equipes com cinco alunos sendo
realizado um debate sobre o tema em português. Em um outro momento foram
apresentadas tiras “Comics Strips”, da “Coleção Turma da Mônica” com o Cebolinha
em papéis sociais invertidos, fazendo uma comparação com o vídeo, com perguntas
para serem respondidas em inglês e compararem as diferenças e semelhanças nas
respostas encontradas com seus colegas. Nesta etapa, houve a apresentação de
dificuldades por parte dos alunos para escreverem em inglês.
Na segunda atividade chamada “Beauty patterns of men and women” a sala
foi divida em equipes com cinco integrantes, na qual foram recortadas revistas e
realizada a colagem em cartolinas com imagens que ilustrassem o que significaria
ser MAN/WOMEN, respondendo oralmente as questões abaixo:

a) What are the differences found in pictures?


b) What are the similarities and differences associated by the beauty
patterns of men and women?
c) In your opinion what it looks like a good looking?

Nesta atividade houve participação total da turma, embora apresentassem


dificuldades em expressarem-se em inglês, muitos debateram sobre as imagens
selecionadas, questionando sobre as aparências das figuras. Na sequência foi
exibido um vídeo de uma propaganda que retrata a beleza da mulher. Após a
apresentação do vídeo os alunos apresentaram suas opiniões, gerando um debate
sobre o mesmo. Esse debate foi interessante, pois alguns alunos refletiram sobre os
padrões de beleza, que permeiam a sociedade.
Na sequência, cada aluno recebeu uma folha com adjetivos em inglês com
questões objetivas, para fazer sua descrição textual de si mesmo sem escrever
seus nomes. Assim, os alunos fizeram suas descrições e os textos foram recolhidos
pela professora e distribuídos aleatoriamente entre eles, para que descobrissem
quem era o autor do texto, colocando o nome do colega. Em seguida foi pedido que
eles lessem os textos, no qual neste momento, houve resistência por parte de
alguns.
A atividade apesar da resistência e da dificuldade na organização de ideias
e na tradução dos textos produzidos por eles, obteve significação, pois estes foram
envolvidos com a pesquisa de mais adjetivos para que pudessem utilizar na
construção de seus textos com a ajuda do google tradutor e dicionários físicos.
Na terceira atividade chamada “Time to sing” foi trabalhado a música “If
were a boy”- Beyoncé, na qual a atividade a ser desenvolvido foi o listening. Os
alunos escutaram a música e responderam questões referentes a ela. Então, os
alunos assistiram ao vídeo e em duplas receberam impresso uma estrofe da música
(neste passo, a música havia sido recortada em fatias e distribuídas aleatoriamente)
para que eles reorganizassem em folhas de papel a sequência correta e assim
compreendessem o significado geral da estrofe recebida produzindo textos em
inglês e apresentassem suas conclusões para a turma.
Como já foi citado, os alunos apresentaram dificuldades nas produções
textuais e na apresentação devido à timidez e ao medo de pronunciar errado, mas
mesmo assim alguns alunos o fizeram. Em seguida cada equipe recebeu a letra da
música para que pudessem verificar se haviam reorganizado a estrofe como no
original e a partir daí discutiu-se sobre a importância da leitura para que se pudesse
desenvolver e ampliar a estrutura linguística e vocabulário dando assim coerência
ao texto.
Em continuidade, a classe foi dividida em dois grandes grupos: aqueles que
concordavam e os que discordavam com o tema da música e do vídeo, no qual
teriam que observar a inversão de papéis masculinos versus femininos sendo que
cada um deveria possuir argumentos para defender sua ideia usando como modelo
o começo de frases indicadas na atividade e, baseados nos argumentos, deveriam
criar um pequeno texto para defender sua ideia e apresentar para a classe gerando,
assim, um debate.
Neste momento foi decidido que seria melhor escolher um representante de
cada grupo para que fizesse a defesa , sendo feita a tentativa de falar em inglês, no
entanto, como os discentes não tem domínio da língua, o debate foi feito em
português. A atividade foi produtiva ao levar em consideração as opiniões dos
alunos acerca da letra e do vídeo da música com alguns deles colocando-se no
lugar da mulher e vice-versa. Aproveitando este momento, foi conversado sobre a
próxima atividade que seria um poema, onde eles trocariam os papéis.
Na produção do poema, os alunos receberam uma folha com o titulo “If were
a .....”, com frases para que eles completassem e aqueles que se sentissem a
vontade poderiam apresentar para a turma. Esta atividade foi realizada com
algumas dificuldades, pois muitos dos alunos não sentiram interesse em produzir o
poema e ler para a turma, talvez por timidez ou mesmo por não possuir o domínio
da língua.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Integrando as atividades do PDE, o projeto implementado possibilitou uma


colaboração no ensino e aprendizagem de Língua Inglesa buscando possibilitar aos
alunos diferentes formas de compreensão textual.
Estas atividades foram produzidas a partir da metodologia da pesquisa
qualitativa com recorte na pesquisa ação para que pudessem ser desenvolvidas as
atividades em grupo.
O que se pode perceber é que o professor precisa motivá-los desde o início
de sua vida escolar, visto que os alunos apresentam dificuldades que podem ser
superadas se forem bem trabalhadas com atividades diferenciadas que agucem o
interesse pela língua estrangeira.
Desta forma, o professor deve ser um conhecedor, um pesquisador de
novas maneiras de ensinar, utilizando-se de estratégias de ensino que levem os
alunos a compreender melhor e se tornarem capazes de produzir diferentes tipos de
textos, pois sabemos que ensinar gramática e vocabulário é importante para que
possamos aprender uma língua, porém, a música não deve ser escolhida somente
para isso.
Faz-se necessário considerar outros aspectos, como seu tema, por exemplo
e não ser somente uma fonte para se preencher lacunas para que se trabalhe
listening ou somente uma fonte para se preencher o tempo e com isso. Neste
sentido, as atividades foram pensadas para que a música pudesse ser utilizada de
outra forma e não apenas como um pretexto, mas como um texto que possui
significado e que nos faz refletir sobre outros assuntos ou coisas que não
percebemos ou não queremos perceber.
Mesmo com poucos recursos, o professor pode fazer da música uma forma
do aluno refletir sobre o mundo e despertar em cada um de nós a consciência de
nosso papel.
Todas as atividades apresentaram dificuldades para serem realizadas. Foi
percebido que os alunos já vêm desmotivados desde o ensino fundamental,
apresentando um nível baixo de aprendizagem em relação à língua estrangeira.
Percebe-se então a dificuldade na produção textual, na oralidade (o medo
de “falar” errado), na apresentação das atividades para a classe, devido à timidez e
insegurança.
Em linhas gerais, verifica-se que o projeto conseguiu superar um tanto
destas dificuldades, uma vez que proporcionou trabalhos com diferentes tipos de
gêneros, os quais não estavam habituados a trabalhar.
Sendo assim, utilizar a música é uma forma de superar essa barreira, além
de auxiliar e estimular o prazer pela língua inglesa tornando o processo de ensino e
aprendizagem bem mais fácil e interessante de aprender. Nesse sentido, a música
não pode estar desconectada e a vivência musical para o educando é geralmente
agradável, pois estes aprendem novos conceitos desenvolvendo novas habilidades,
melhorando a comunicação, promovendo a criatividade e a capacidade de
concentração.
Percebe-se, desta maneira, que a música é uma arte que vem sendo
esquecida, mas que deve ser retomada nas escolas, pois favorece um aprendizado
de sucesso e desafios durante a atividade, estimulando emoções e sentimentos de
acordo com a capacidade que ele possui, auxiliando de forma significativa na
aprendizagem, como um rico instrumento que pode fazer a diferença em sala de
aula.

REFERÊNCIAS

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___________Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Brasileira


Básica. Parecer n.04/98de 29de janeiro de 1998. Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB -– Lei nº 9394/96

FARIA, Marcia Nunes. A música, fator importante na aprendizagem. Assis


Chauteaubriand – Pr, 2001. 40f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia) –
Centro Técnico Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP/CAEDRHS.

GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3 ed. São


Paulo: Summus, 1988.

GARDNER, R. C. (1985). Social psychology and second language learning: The


role of attitudes and motivation. London: Edward Arnold

KLEIMAN, A. Texto & Leitor: aspectos cognitivos da leitura. 8.ed. Campinas:


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STEFANI, Gino. Para entender a música. Rio de Janeiro: Globo. 1987

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