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Resumo: A maioria dos efluentes gerados pelas indústrias são substâncias nocivas aos seres
vivos e ao ambiente pois apresentam metais pesados em sua constituição. Os metais pesados são
causadores de diversas doenças e, devido a sua dificuldade de biodegradação no ambiente,
passam pelo processo chamado magnificação trófica ou bioacumulação, o que distribui esses
íons nocivos ao longo da cadeia alimentar. O grande desafio atualmente para a sociedade e de
forma especial para a sociedade científica é encontrar o equilíbrio entre os processos produtivos
essenciais para os seres humanos e o menor impacto possível ao meio ambiente. Neste trabalho
apresenta-se a eficiência de adsorção da pupunha na remoção de íons de cobre do meio aquoso.
Os resultados foram promissores mostrando que a utilização da pupunha como adsorvente de
íons de cobre pode ser uma alternativa econômica em relação ao tratamento de águas residuárias
convencional.
1. Introdução
A ação humana provoca grandes alterações no meio ambiente, seja de forma positiva ou
negativa (GASPAR, 2003). O crescente consumo, produção e exploração de matérias primas,
como fósseis e minerais, associados ao crescimento da população nas últimas décadas, tem
causado uma série de graves problemas ambientais em função da geração de resíduos contendo
metais tóxicos, como os metais pesados (MOREIRA, 2001).
No Brasil são produzidos os mais diversos subprodutos e resíduos agroindustriais (ex.
bagaços de cana-de-açúcar, caju, coco verde e outras frutas) em virtude da grande produção
agrícola do país. Entretanto, a disposição dos resíduos gerados nestes setores está se
transformando em um sério problema ambiental.
Apesar de uma parte ser utilizada para fins diversos, uma grande quantidade ainda
permanece sem utilização. O aproveitamento industrial do caju é realizado principalmente na
região Nordeste do país. Esse aproveitamento visa, basicamente, o beneficiamento da castanha e,
1
Graduando do curso de Licenciatura Plena em Química da UNIFESSPA. E-mail: helitombaia@hotmail.com
2
Doutora em Química e Professora Adjunta da UNIFESSPA. E-mail: joanaluiza@ufpa.br
2. Revisão bibliográfica
3. Materiais e métodos
Nesse trabalho foi utilizado como reagente o sal Sulfato de Cobre penta hidratado -
CuSO2.5H2O – da marca Nuclear. Para a análise instrumental utilizou-se a técnica de
espectrofotometria UV-VIUS , em um espectrofotômetro Spectrum – SP – 1105, sendo as
medidas feitas nos comprimentos de onda de 650 nm, 675 nm e 700 nm, pois verificou-se na
literatura que o cobre tem maiores valores de absorção nesses comprimentos de ondas.
4. Resultados e discussões
Para verificar qual era a menor concentração de cobre possível de ser detectada por
espectrofotometria de UV- Vis, foram feitas análises para descobrir a menor concentração
possível de ser medida no aparelho de espectrofotometria UV-VIS, obtendo-se como resultado
10-6 mol/L de Cu2+.
Curva de Calibração
0.400 y = 4.38x + 0.0148
R² = 0.993 650 nm
Absorbância
0.300
y = 6.55x + 0.0071 675 nm
0.200 R² = 0.9993
700 nm
0.100 y = 2.94x + 0.0014 Linear (650 nm)
R² = 0.9989
0.000 Linear (675 nm)
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06
Linear (700 nm)
Concentração
Gráfico 1: Curva de calibração dos valores de absorbância versus concentração de Cu +2 na ausência de pupunha
para o comprimento de onda de 650nm, 675nm e 700nm
0.15
Absorbância
0.1
Sem Pupunha
0.05 Com Pupunha
0
0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Concentração
0.250
Absorbância 0.200
0.150
Sem Pupunha
0.100
Com Pupunha
0.050
0.000
0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Concentração
0.35
0.3
0.25
Absorbância
0.2
0.15 Sem Pupunha
0.1 Com Pupunha
0.05
0
0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Concentração
Observou-se graficamente acima que ocorreu adsorção do cobre pela pupunha, pois verificou se
que os valores de absorbância para as soluções de cobre na presença de pupunha foram menores que os
valores obtidos na ausência do bioadsorvente. De acordo com os resultados dos gráficos é possível
observar que o valor assumido pela absorbância cresce com a concentração das soluções, como descreve
a lei de Beer-Lambert, uma vez que o aumento da concentração resulta no aumento do número de
partículas que interagem com a radiação. De acordo com esse mesmo princípio, observou-se graficamente
a relação entre a absorbância e a concentração. Analisando o efeito da pupunha na solução verifica-se que
as absorbâncias das soluções medidas após o contato com a pupunha diminuem indicando que a pupunha
está retirando o cobre da solução, para todos os comprimentos de onda analisados.
Para verificar o quanto de cobre está sendo adsorvido pela pupunha foi feito o cálculo da
concentração retida, como pode ser visto nos Gráficos 5, 6 e 7, a seguir.
Gráfico 5: Percentagem de Cu2+ retida versus concentração de cobre para o comprimento de onda de 650 nm
Gráfico 6: Percentagem de Cu2+ retida versus concentração de cobre para o comprimento de onda de 675 nm
Gráfico 7: Percentagem de Cu2+ retida versus concentração de cobre para o comprimento de onda de 700
nm
Pode-se verificar nos gráficos que a porcentagem de cobre retida foi maior quando as
análises foram realizadas no comprimento de onde de 650nm, com valor em torno de 90% para
solução de concentração inicial de 0,01mol/L de cobre e de 15% para solução de concentração
inicial de 0,05mol/L de cobre. Porém mesmo sendo valores menores, pode-se observar que nos
comprimentos de onda de 675 e 700nm também existe uma percentagem de cobre retida. Tais
resultados indicam que a pupunha está agindo como um adsorvente natural de cobre.
Para verificar a regularidade dos valores medidos fez-se o gráfico do desvio padrão entre
os valores medidos, como pode ser visto a seguir.
(a) (b)
(c)
Gráfico 8: Desvio padrão em relação a média, (a) para 650nm, (b) para 675nm e (c) para 700nm
Foi calculado o valor da absortividade molar () para cada comprimento de onda, como
pode ser visto no Gráfico 10, e verificou-se que quanto maior o comprimento de onda maior o
valor de .
5. Conclusões
Referências:
CRUZ, F. R. A. M., et al. Farinha da casca da banana: Um biossorvente para metais pesados de
baixo custo. Anais da 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Fortaleza,
2009.
GASPAR, A. T. F. S. Bioadsorção de cromo em algas marinhas utilizando coluna extratora.
Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 2003.