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Material de Estudo Física e Matemática

Tutor: Fábio Carvalho dos Santos. Estudante de Engenharia Mecânica, UFF-Niterói.

Ano: 2020

TÍTULO:
FÍSICA SABER MAIS,
DE ALUNO PARA
ALUNO

CAP.1 A Alvorada da
Matemática e da Ciência.
1.1 RESUMO DA HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA E DA CIÊNCIA.

Não é o objetivo deste material fornecer detalhes da


história da ciência, contudo é importante entender
esse resumo, pois ele pode dar uma breve noção da
importância da ciência na evolução da espécie humana
e na formação das primeiras civilizações.

1.1.1 APÓS UMA LONGA CAMINHADA, O DESCANSO.

Antes das primeiras cidades surgirem, nossos


1
antepassados eram nômades . Embora muitos animais
possuíssem noção de quantidades e distâncias, a
espécie humana possuía um cérebro com uma grande
habilidade de processar informações e aprender. O
aprendizado é dado pela capacidade de trabalhar e
organizar as informações. Outra habilidade exclusiva
do gênero humano era a comunicação avançada, que
contribuiu na construção de uma linguagem e esse

1
Tribo ou etnia que não se fixa em lugares e vive mudando. Ref.: Dicionário Online.
aprendizado começou a ser transmitido para gerações
futuras.
Na breve história da raça humana na Terra, fenômenos
da natureza parecem se comportar em ciclos. O Sol nasce
e se põe, as fases da Lua, as constelações, as estações
climáticas, as cheias dos rios. Aprender a fazer
contagens para medir o tempo foi muito importante para
prever eventos, embora a razão destes acontecerem
fossem incompreendidas e as respostas estavam no
2
misticismo . Divindades passaram a ser a razão dos
eventos. Apesar do apego da humanidade em escolher
respostas místicas para os fenômenos, as técnicas de
contagem do tempo para prever eventos tornaram as
tribos mais eficientes nas suas atividades de coletar
os alimentos e buscar abrigos.
Outro grande avanço desses povos mais antigos foi a
ideia de relacionar objetos. Podemos dizer que tudo
começou com o número 1. Não havia um símbolo para ele,
mas um objeto poderia representá-lo, podendo ser uma
pedra. Assim, um pastor podia contar suas ovelhas,
relacionando cada ovelha a uma pedra.
No futuro destes grupos nômades, contar o tempo
ajudaria na mudança dessa estrutura para uma mais fixa
em seu território. Os humanos não só contavam, mas
enxergavam padrões e faziam relações. Desenvolveram a
habilidade da agricultura, conhecendo e prevendo qual
era a melhor época para plantar e para colher. As
primeiras civilizações surgiram.

2
Tendência para crer em entidades ou forças sobrenaturais. Ref.: Dicionário Online.
1.1.2 MATEMÁTICA PARA OS MEUS PROBLEMAS, O
EGITO

Antes, a matemática foi usada para contar e medir o


tempo. Medir grandes distâncias também era possível
através de unidades conhecidas, por exemplo, a
distância de um braço. Era muito comum usar partes do
corpo humano para representar distâncias. Mas na
medida que a humanidade se fixava e se expandia, a
matemática precisou se desenvolver para ajudar na
administração neste novo modelo.
No Egito tivemos uma grande evolução na forma de
trabalhar a matemática. Com um grande número de pessoas
para administrar, foi necessário desenvolver uma
linguagem dentro da matemática, então surgiram
símbolos para representar certas quantidades. Estes
símbolos representavam objetos comuns e eram pouco
úteis para fazer contas.

Figura 1: Símbolos usados pelos egípcios para representar quantidades.

Fonte: Mundo Educação.

Página: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/sistema-numeracao-
egipcios.htm
As operações como somar e multiplicar também foram
desenvolvidas, embora eles fizessem a multiplicação de
forma muito diferente. Estas operações possibilitaram
os egípcios calcularem áreas, surgindo assim a
3
topografia . Este tipo de cálculo era muito importante,
pois os impostos (isso mesmo, essa pode ter sido a
primeira praga do antigo Egito) cobrados aos donos das
terras era proporcional a área que eles usavam para
plantar.
Formas geométricas recebiam bastante atenção, em
4
especial o triângulo retângulo . Junto com a noção de
quantidades proporcionais, estas ideias acabaram sendo
muito bem empregadas na construção, e não só de
pirâmides. Embora não se conhecia o Teorema de
5
Pitágoras , por alguma razão eles já conheciam o
6
Triângulo Pitagórico e aplicavam este tipo de
triângulos em suas obras, pois sabiam que sempre iriam
obter um ângulo de 90 graus.

5 15
3 9

4 12

Figura 2: Exemplos de Triângulos Pitagóricos. Esta relação entre seus lados


tornava possível sempre obter um ângulo reto e era muito empregado nas
construções.

3
Descrição detalhada e precisa de um lugar, um terreno etc. Ref.: Dicionário Online.
4
Triângulo que possui um ângulo reto (90°) e dois ângulos agudos. Ref.: Dicionário
Online.
5
Relação dada em triângulos retângulos, onde o quadrado da maior distância é igual a
soma do quadrado das outras duas distâncias menores.
6
Triângulo retângulo, onde o maior lado é um número múltiplo de 5, o segundo maior
lado é um número múltiplo de 4 e o último lado é um número múltiplo de 3.
Ainda no Egito, outras estruturas da matemática
surgiram, sempre com o objetivo de resolver algum
problema. No momento que surge uma civilização,
problemas de economia também surgem. A economia é um
conjunto de práticas adotadas para lidar com os desejos
infinitos das pessoas diante de seus recursos
escassos. Um dos primeiros problemas de matemática
documentado no Egito era a divisão de 9 pães para 10
trabalhadores. Não havia como usar números inteiros
para resolver este tipo de situação e isso pode ter
impulsionado o surgimento das frações.
Os egípcios também já calculavam áreas de círculos,
7
milênios antes do conhecimento do número π (Pi). Eles
ocupavam o espaço do círculo com retângulos. O cálculo
era bastante grosseiro e tinha bastante imprecisão.
Para diminuir esta imprecisão, bastava usar retângulos
menores. Essa forma de calcular áreas de curvas, usando
retângulos, é aplicado no Cálculo Diferencial e
8
Integral , muito importante para a ciência. Em
linguagem mais simples, quando a largura de cada
retângulo for muito fina, a áreas de todos eles
resultarão em um número muito próximo do valor da área
do círculo.

7
O símbolo π representa um número muito importante para fazer cálculos envolvendo
curvas. Para obter a aproximação deste número, devemos dividir a distância que
corresponde o perímetro de uma circunferência com o seu diâmetro.
8
É um ramo importante da matemática, desenvolvido a partir da Álgebra e
da Geometria, que se dedica ao estudo de taxas de variação de grandezas (como a
inclinação de uma reta) e a acumulação de quantidades (como a área debaixo de
uma curva ou o volume de um sólido). Ref.: Wikipédia.
Figura 3: Exemplos da forma de calcular a área de círculos, usando retângulos com
áreas conhecidas. Os retângulos não cobrem toda a área do círculo, mas quando são
usados retângulos menores, eles passam a cobrir melhor o círculo, sobrando menos
espaços. Podemos observar isso nestes dois círculos.

Embora todo grande avanço da matemática no antigo


Egito estivesse voltado para solucionar problemas
encontrados nesta civilização, na administração e
construção, registros antigos mostram que a matemática
também teve importância cultural. Em um tempo sem a
poluição luminosa que temos nos dias de hoje, o céu
noturno exibia toda a sua majestosa beleza. Um vasto
espaço escuro repleto de estrelas. Observar o céu e o
movimento dos astros tinha relação forte com a cultura
do povo. Não havia distinção entre astronomia e
astrologia.

1.1.3 OLHO POR OLHO

Outra grande civilização avançou com a matemática


9
foram os Babilônios . Estes fizeram grandes avanços na

9
A babilônia foi uma antiga área cultural e estatal, localizada na região
centro-sul da Mesopotâmia (atual Iraque). Um pequeno Estado governado
pelos amorreus surgiu em 1 894 a.C.
contagem do tempo (a divisão da hora em 60 partes
iguais, sendo estes os minutos, e a divisão de cada
minuto em 60 partes iguais, sendo estes os segundos)
e desenvolveram técnicas para solucionar diferentes
problemas (um passo a passo). Essas técnicas eram
ensinadas em escolas com exercícios. O desenvolvimento
da matemática na região foi muito importante para o
comércio, para tratar com pesos e medidas. Mas para
esse povo, a matemática tinha uma grande importância
na cultura.

1.1.4 DIVERSIDADE E LIBERDADE: LIVRE ESTOU!

Na região da Jônia, atual Turquia, 25 séculos atrás,


o rumo da ciência estava para mudar. Houve conflitos
entre ciência e religião. Apesar de grandes
civilizações já existirem na Europa, na Ásia e na
África, nestas haviam uma grande relação entre
política e religião. No misticismo eram encontradas as
respostas para tudo que ocorria na natureza. Surgiram
ritos para agradar os Deuses, que manipulariam a
natureza e tinham poderes para castigar. Mas a Jônia
era distante o suficiente de qualquer império. Havia
portos e mercadores dos 3 continentes se reuniam.
Eles trocavam mercadorias, mas também haviam trocas
de ideias. Um choque de culturas diferentes deu brechas
para os questionamentos. Uma pessoa na capital de um
grande império poderia ser punida por questionar um
ritual, mas a Jônia era livre.
Questionar é a base da ciência. O cientista não tem
todas as respostas, ao contrário que muitos podem
imaginar. Ele deve ser humilde para aceitar suas
dúvidas e questionar é o primeiro passo para chegar em
alguma resposta. Liberdade para pensar fez da Jônia um
grande centro de ideias. Mercadores, turistas e
filósofos se encontravam nos portos.

1.1.5 FINALMENTE, GRÉCIA! MATEMÁTICA ALÉM DOS


PROBLEMAS. MAS ELES NÃO ESTAVAM SOZINHOS

Na antiga Grécia, a matemática se desenvolveu


bastante, assim como o debate de ideias. A matemática
ganhou um status divino, estando presente nas
esculturas, na arquitetura e nos textos. Não só foi
usada para solucionar problemas, como nas civilizações
mais antigas, mas nesse momento era a matemática pela
matemática. Se ela tinha um status divino, então ela
também deveria estar presente na natureza.
Impossível desconsiderar o grande e tão conhecido
Teorema de Pitágoras. Em suas viagens em busca de
10
conhecimentos, Pitágoras percebeu que os egípcios já
usavam triângulos retângulos em suas construções. Mas
estes triângulos tinham uma relação muito comum, pois
obedeciam a regra dos Triângulos Pitagóricos (vale
lembrar que estes não eram chamados assim até a época
do Pitágoras). Ele se questionava na razão dos lados
medindo 3,4 e 5 unidades, em um triângulo, faria este

10
Foi um filósofo e matemático grego Jônico, que viveu por volta de 570 a 490 a.c.
obter sempre um ângulo de 90 graus. Ele também observou
o mesmo na Babilônia, inclusive registrado em uma
tabela de argila chamada de Plimpton 322, onde haviam
várias relações de números que formariam triângulos
retângulos. Mas ele se questionava qual era a regra
que relacionaria esses números. Essa pergunta levou
até a formulação do Teorema de Pitágoras.

c
a 𝑐 2 = 𝑎2 + 𝑏²
b
Figura 4: O TEOREMA DE PITÁGORAS

Além de promoverem o status da matemática e tentarem


usa-la para discutirem ideias, talvez a maior
contribuição dos gregos, além dos grandes filósofos
com nomes que brasileiros não colocariam em seus
filhos, é a demonstração. O Teorema de Pitágoras foi
obtido por uma demonstração e através dela daria para
formar todos os tipos de triângulos retângulos. Essa
adoração pela matemática resultou na formação dos
Pitagóricos (não era uma banda de rock inglesa), que
seguiram os ensinamentos de Pitágoras, mas em um nível
próximo a uma religião. Estávamos em um ´período onde
as respostas precisavam ser racionais, tais como os
números também eram. Todo número que era racional
𝑝
poderiam ser escritos na forma de fração, ou seja, ,
𝑞
onde 𝑝 e 𝑞 são números inteiros. Mas vamos olhar o
seguinte problema:

1 c

1
Aplicando o Teorema de Pitágoras, temos,
𝑐² = 12 + 1²,
Ou seja,
𝑐² = 2.
Qual número que multiplicado a ele mesmo resultaria
em 2? Quando um grupo que se assemelha a uma seita e
acredita em um mundo racional se depara com esse
problema, isso poderia significar a ruína da própria
crença do grupo. O resultado é conhecido como um número
irracional, isto é:
𝑐 = 1,4142135623 …
Era um número impossível de ser escrito na forma de
fração e, ao invés dos Pitagóricos abraçarem a nova
ideia, eles preferiram esconder este problema e
perseguiram todos aqueles que questionavam. Mas a
existência deste tipo de número não poderia ser
escondida para sempre.
Embora os gregos antigos não tenham sido os primeiros
a usarem os elementos para descrever a matéria, eles
tentaram escrever uma geometria para estes elementos
11
(terra, ar, água e fogo), usando poliedros regulares .
Cada poliedro representando um elemento. A matemática
possibilita apenas a existência de 5 poliedros
regulares (chamados de Platônicos). O quinto poliedro

11
São objetos geométricos de 3 dimensões, formada por polígonos regulares, em suas
faces. Polígonos são todas as figuras fechadas por lados.
representaria o elemento além dos 4, o Éter, que seria
o próprio cosmos, ou o Universo.

Figura 5: Os 5 poliedros regulares representando os elementos.

Surgiram pensamentos sobre a matéria e sobre o vazio.


Surgiu o nome átomo, que significa indivisível, por
ideias filosóficas (não havia condição de fazer
experimentos, naquela época, para comprovar a
existência do átomo, isso é óbvio). Apesar do nome ter
surgido na antiga Grécia, por volta do século IV a.c,
através dos filósofos Leucipo de Abdera e Demócrito de
Abdera (não eram irmãos, se é isso que você pensa,
Abdera é o nome de uma cidade). O conceito de átomo já
havia surgido na Índia, mais de um século antes, e era
estudado em nas escolas. Inclusive, estudantes
indianos já trabalhavam com a ideia de que os átomos
se combinavam para formar objetos mais complexos.
Muitas coisas eram discutidas na Grécia, afinal
haviam 3 continentes e muitas civilizações repletas de
ideias e conceitos novos, mas gregos perceberam a
importância de demonstrar. A ideia era simples:
através do que já seria conhecido, você deduziria
coisas novas. Mas haviam conceitos que não poderiam
ser demonstrados. Para estes eram dados o nome de
axiomas, que eram ideias inquestionáveis,
estabelecidas como verdades. Partindo destes axiomas,
teoremas eram demonstrados. Por sua vez, teoremas já
demonstrados eram usados para criar novos teoremas.
Também na Grécia surgiu um tema bastante debatido
nos dias de hoje. A Terra esférica! Embora já fosse
debatido nos tempos de Pitágoras, cerca de 300 anos
depois, um grego chamado Eratóstenes observou um farol
numa cidade chamada Siene, durante o Solstício de
Verão. Ao meio dia, as sombras nesta cidade
desapareciam, pois, os raios de luz incidiam
exatamente de cima. Em Alexandria havia outro farol,
porém, na mesma data e no mesmo horário as sombras não
desapareciam. Havia uma explicação exemplificada na
figura abaixo:
Raios de luz

Siena

Alexandria

O fenômeno ocorria por conta da curvatura da Terra.


Conhecendo a distância entre os dois faróis, o
comprimento destes, o comprimento da sombra do farol
da Alexandria, ele percebeu que correspondia a um
ângulo de 7 graus na curvatura. Uma volta completa
corresponde a 360 graus, então usando uma regra de 3,
ele obteve a medida de 39.700 km para a circunferência
da Terra. Hoje sabemos (ou deveríamos saber) que o
valor mais exato é 40.008 km. Apesar de não contar com
instrumentos precisos para medições, um grego que
viveu 300 anos antes de Cristo já calculava a
circunferência da Terra com um valor muito próximo do
exato, mas ainda hoje ainda tem gente que quer
acreditar na Terra plana. Vai entender...
Existe um livro muito famoso para a geometria,
escrito mais de 2 mil anos atrás, OS ELEMENTOS (tenta
pensar o seguinte: nesses últimos 2 mil anos, a ciência
chegou em teorias e muitas delas sofreram mudanças até
os dias de hoje, no entanto as demonstrações neste
livro não sofreram nenhuma alteração). Este livro foi
escrito por Euclides (sem o da Cunha, por favor!), que
foi um grande professor de matemática na Alexandria.
Partindo dos axiomas, Euclides demonstra todos os
teoremas da geometria, agora chamada de Geometria
Euclideana, inclusive o motivo de se haver apenas 5
poliedros regulares. Sem dúvida, é um livro
fascinante!

1.1.6 A EXPANSÃO DO IMPÉRIO ROMANO: TUDO PELA GUERRA,


MAS O CONHECIMENTO RESISTE
Ainda na Grécia, mais de 200 anos antes de Cristo,
viveu Arquimedes. Ele era apaixonado pela matemática,
física (neste momento, debates filosóficos sobre
fenômenos da natureza levaram ao surgimento da física,
que é o estudo sobre a natureza) e astronomia (além
das buscas por questões envolvendo os astros,
desenvolvimento de pontos de orientação importantes
para a navegação, entre outras coisas, a astrologia
ainda estava ligada nesta ciência). Arquimedes
resolvia problemas que levaram na construção de
catapultas. Seus estudos contribuíram muito para a
engenharia e para a guerra, mas ele sempre fazia tudo
isso apenas pelo seu amor a matemática (tipo o Thanos
querendo matar geral porque é apaixonado pela
personificação da morte). Trabalhou sobre o conceito
12
de Centro de Gravidade , muito importante para a
física. Também se especializou no cálculo de volumes.
Mas neste período, o império romano estava se
expandindo e dominaram sua cidade, Siracusa. Enquanto
resolvia um problema de matemática na areia de uma
praia, Arquimedes foi morto por um soldado romano.
Juntamente com o Euclides, suas obras enriqueceram a
13
Biblioteca de Alexandria .
Durante a expansão romana, grande parte do
conhecimento reunido até então foi preservado, mas
acabou estagnado. Para o império romano, todo
desenvolvimento científico deveria ter proveito

12
Na física, o centro de gravidade ou baricentro de um corpo é o ponto onde pode ser
considerada a aplicação da força de gravidade de todo o corpo formado por um conjunto
de partículas. Ref.: Wikipédia.
13
Foi uma das mais significativas e célebres bibliotecas e um dos maiores centros de
produção do conhecimento na Antiguidade. Ref.: Wikipédia.
14
bélico . O exemplo dessa prática são os próprios
algarismos romanos, que eram muito ruins para se fazer
contas.
Mas o conhecimento da humanidade foi passado para
outras gerações, embora nas regiões dominadas pelo
império romano ela tenha evoluído lentamente, mas
continuaram desenvolvendo a matemática no Oriente. Mas
a maior prova da resistência destes conhecimentos,
ainda no império romano, estava na Alexandria, 400
anos depois de Cristo. Enquanto o fundamentalismo
cristão havia se expandido nesta região, havendo
conflitos com os pagãos, uma mulher herdava o
conhecimento (tinha que ser uma mulher!!!). O nome
dela era Hipátia, era professora de matemática e
filósofa. Era uma mulher pagã com forte influência na
política e tinha conflitos com o bispo da região. No
último conflito, ela foi perseguida por cristãos,
torturada, morta e seu corpo foi queimado na fogueira.
Tal evento marcou o fim da Antiguidade Clássica.

1.1.7 ENTRADA PARA A ESCURIDÃO, NA EUROPA, MAS A LUZ


PERMANECE ACESA NO ORIENTE

Pouco tempo após a morte da Hipátia, a Europa entra


no período conhecido como Idade das Trevas. Uma
escuridão cobriu a luz do conhecimento e o
fundamentalismo cristão domina a moral da sociedade
europeia. A igreja era a única responsável por

14
Referente a guerra.
responder toda questão sobre a natureza e a vontade de
Deus era a resposta para tudo. Quem questionasse
poderia ser preso, torturado e morto. Este período
durou cerca de mil anos, no entanto, na Ásia e no
Oriente Médio, a matemática e a ciência encontraram
refúgio. Foram criados os algarismos que usamos nos
dias de hoje, que facilitou muito na forma de escrever
os números e calcular. O zero como um número foi de
grande importância na evolução das técnicas de
calcular. Surgiram soluções para problemas que
15
envolviam equações quadráticas . O nome Bhaskara ainda
assusta algumas pessoas, mas este indiano resolveu um
problema que incomodava os gregos, 500 anos antes de
Cristo.

Referências:
1) Wikipédia;
2) Cosmos (Carl Sagan), documentário;
3) A História da Matemática – A Linguagem do
universo, documentário;
4) Vida matemática, documentário.

Todos estes documentários podem ser encontrados na


plataforma YouTube.

15
Equações do tipo ax²+bx+c=0.

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