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16.2. A Delegação de Compet~nclas Executivas O Presidente ou o Diretor-Geral ou oDiretor-Presidente (CD l) eos dtmais mtmbros do
umselho Diretor ou da Diretoria (CD 11) ser4o braslltíros, de reputaçãoilibada,formação
Com.o ~oi salientado a_nte.riormente, uma das características princip<is& univmitdria e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos qut serão nomeados,
ad~un.1stração por agencias consiste na independência técnica às mesma devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, ap6s aprovação
atn~u1da ~ra tomar decisões diante das situações concretas, Semainrd- pelo Senado Federal, nos termos da a/{neaf do inciso III doart. 52 da Constltuiç4o Federal.
rênc1a hicrarquica de órgãos da Administração Direta.
Em outras palavras, as agências exercem de maneira independemcp Tanto a Iniciativa do Executivo para a criação da agência como o processo
~ela da competência do Poder Executivo, a qual, antes de sua criaçl-0,eSll!I de nomeação de seus dirigentes prestam-se à legitimação das competências
incorporada à Administração Direta. executivas pela mesma exercidas.
Nessa esteira de raciocínio, para que os entes reguladores posS3lD I~
mente exercer sua atividade administrativa, é imperioso, antcs demaisniJi. 16 4
qdue lhes tenham sido delegadas competências executivas para aconSê(Viil · • A Criação da Agência Federal de Revisão de Atos Fiscais
e suas tarefas.
Para a reali - d
das a ên . ~çao .e ~a~ delegação executiva, é imperioso que alei e«"\
d -'·"' ~as breves linhas precedentes fez-se alguns apontamentos básicos acerca
"""'_! cias seia de m1c1ativa do Presidente da República, uma i·eiqut~ dc\aspe~tos relevantes das agências reguladoras, caracterizadas como entes
t""'maOPoderl -IS·1 t ' d 'd' - . 'd d ·eró!J.st~ e egatarlos de competências executivas para, com independência técnica,
Ad . . ~õ
nun1stração Dir
ªl\'O eet 1rpelaseparaçaodeat1vr a esex
. • d ..,,Je~
auuarem e
m setores específicos.
o·iantc do exposeta, o que violaria o princípio da separaçao os· ia!dc1
t""' ..it
- Embora não seja comum na ordenação administrativa brasileira, cremos
cela da . to, tendo em vista que as agências são delegatar. ,, .,:o
competencia ex · de IJll" "'" ~ue ªmesma justificativa que levou à criação das agências reguladoras de seto-
es econ • · den
ecuuva, sua criação ou extinção deve ser J?et• . omicos fundamenta a criação de uma agência indepen te com com-
pe~~cia exclusiva para a revisão de atos administrativos-tributários praticados
... ecretaria da Receita Federal (lembre-se sempre que se tomou como
..-atad1gma, neste trabalho, o processo admmmraovo
. . . em àmb"1to r.~
u:uerai)·
459
se
dcsen\'olve.
Norma
!mente se tratam de órgãos subordinados à Ad 1 .
é .d
quais tal~'"I\
m nistr
Pt'
ci••lllq
e(l\ se
us qua
1.otereSSC~
dros com que se evitaria a criação de um inevitável conflito de
' .
que pode levar à corrupção do Julgador administrativo e à chamada
•dmlnlstrativa".
uando cal subordinação exerci a por vias lndlret ação~"" dvocacia.
mesmoq d ti as,0 0 ., •a d em vista a necessidade de se resguardar a Imparcialidade desses
cas oportunida esse trans orme o proeesso d 1utr31...
que cm mUl _ . . a lllln' ..,. Tcn
. o • haveria que se Ih es proteger contra ações que visem constranger
instrumento de protclaçao da inevitável dlscu•••-. , ,. •rcvisores ' sua função pu'büca, o que se mia '-~
um mcrO . . ........., JUd: , • iode garantindo-lhes estabilidade
administrativo de eXJgênc1a fiscal. ~do, etefCIC .
o d 'bilidade de vencimentos.
A..
~ •
lm com vistas a superar esse paradigma, a alternativa
. quescpr
1rre utl . . ,
e Por óbvio, considerando ainda a lmporthc1a da função que seria atribuída
substituição do Conselho Administrativo de Recursos Flscals(lem1Jr~f1 c!ncla a mesma deveria ser composta por Câmaras ou Turmas com
que neste trabalho estamos usando como paradigma 0 proc ~ ,e~aag ' 1 ,
. revisores cada, sendo o ju gamento, portanto, colegiado, nos moldes de
trativo fiscal federal) por uma agência delegatárla da atribui~S:i.d1'!~ cinco Ih d . .
como funciona atualmente o Canse o A mmlsuau\'o de Recursos Fiscais,
legalidade dos atos administrativos de exigência fiscal.' l?lliir1 subtraindo-se, entretanto, o chamado "voto de qualidade" do presidente das
Essa formatação jurídica traria ao órgão administrativo deti!Ório Turmas, 0 qual perderia mesmo sua função cm razão da composição das Q.-
1
cessirla lndtpendéncia tlcnica, a qual passaria, sem sombra de dúvld • roaras por um número lmpar de revisores.
Instrumentos de seleção dos julgadores (revisores). u,pct. Da mesma forma que as agências reguladoras, a agfocla de que se cogita
Assim, a agência criada nos moldes ora propostos não dcveriatcr11a11 deveria ser criada como uma autarquia especial,'° sendo vinculada ao Minis-
revisores membros dos quadros de fiscais da Fazenda Nacional,mui!OlllClll tério da Fazenda - embora completamente Independente deste.
ha\'cndo·sc que falar na necessidade de participação de pessoas indb!ispr Na última edição deste livro, apresentamos os comentiriosabalxo,os quais
entidades representativas de categorias econômicas. Tratando-scdcipi refletem ideias que, nos últimos anos, abandonamos. Nada obstante, como
decisora de natureza eminentemente técnica, seus quadrosdevcriam1c11m esta matéria é um tema ainda cm evolução, antes de apresentarmos a maneira
postos por Intermédio da realização de concurso específico, do qual poderia como vemos o tema hoje, transcreveremos as ideias que vinhamos sustentando:
(Xlrticipar pessoas com comprovada experiênci<1 na área tribud.ria(u~cooo Como nao haveria de se cogitar do exercício de poder hierárquico da Ad·
fiscal ou procurador da Fazenda, seja como advogado, etc.). Tendocnu\stli ministração Direta sobre as decisões da agência, seria aquch legitimada para
lmportància da tarefa a ser desempenhada por esses profissionais,~ contestar judicialmente tais decisões, conforme delineado quando da anfüsc
cxlgir um mlnimo de dez anos de experiência. da coisa julgada adminlstrat.lva, empreendida no oita\'O capitulo.
Por fim, uma vez estruturado o novo processoadminiStr3th'Oascrsubmctl·
do à Agência Federal de Revisão de Atos Fiscais (esta seria uma denominação
NI """ m><ltikK,;o)'à
t
ose """e negar a similitude existente ent re a proposu ora apresentad' ea~;llO rr1.<=>t • Corno leciona ÜD•TE MtDAUAR: "A expttsdo rutJrquiasdt rrttmu1p«l•l 1urgiu. pela rrtmclrt
por Giuuro oi ULHÔA CANTO em seu Anteprojeto de Lei Orgin\ca do P ~' l'ct,111L<1S.S40 de 28.ll 1968 •rt 4' paulndlcarum1duiormaslnstltuclon1lsduunl«!1ld1dc1
notada mente quando se anali•a os d Ispositivos constantes no Titulo 111 do rcfcrldo_A~ooà•~ púh!·icis. Nem esta
' lei nem• o Dcc
' •·lc\' 200/67 t-su~kccnm a diícttn~:a gcn1cnuc as aut &MUIU
.,
tntam dos Conselhos de Recursos Fiscais. Ao analisar tais dlsposlçõ<s,opt~~ ~· ~\lns e as autarqul1$ de rtgl~c csp«lal. As o0<ts ta.rJ.Ctctbtic.as d1s 61tim-u ~lo de::::
"""''"·o Titulo Ili reformula a enrutura dos atuais Conselhos de eonuillu•11l; .lllfl' kt quc lnnltulr cada uma ou de uma lei que abnnj• um conluntodclas (comooa><tt
<onhitltuiçlo do, Conselhos de Recursos Fiscais que os substltulrío,cm moldtld 1 ,,.,.!# iut.irriu1
P°''<><' .. unlversltlrlas' -- •
<on <cimento fc '
rckv1ncl:a aoci·erclcl• 'J '/• , , 1ododlrlgentt.Por•n<..»•
st nkos aos seus lntcgrintcs, e emprestem
t anto no que toe à 1
, •o ccrne,..-
1 a 1nd1CI\ , r<'~
•• •.adlícrcnçadcreglmcestinomododcescolhaounom<' r•, doE -·ti.....Por
•~l•ttn 1 d
do Senado Fed ' s qua \fie ações exlgldu e ao processo J• respcct v ndl(l(I• to<il 1'>' ~
'"lc:s n0
e• e m>nd>tododlrlgcnt<• lnsu.cetlvcld eccssa,,10 noutodou.e1c
·-· fi
' ""• (Dtmtt
nlt l gC"stlo nancc1ta.-
iuncl eral, como à remunerarão que lhes scri dcvld• e olndepc Gllb<l'°l< ..\-' : grau menos Intenso dos controles. Por 't'CtCS. no toca
1t1t11ruu ti
onar10• (/> ' do par 'ª ""MoJtrno, 2001, p. 81).
Cant I"' romso Tributdrlo: Ant<proJcto de Lei Orglnlca elabora
o, ,,,4, p. 79).
nlstrall''O. . h de Idéias, pader-se-ia examinar, por eltemplo ~hccendo ª studo, ressalvada a competéncia do órgão julgador de cúpula,
Nessa lin. •a de •ecursos contra as dec1soes
. - da re1erlda
' ' a P<>ss;t.~
ag~nci
~~e
ui p0 pr. ·e falar em violação ao principio do duplo grau por supressão de
1 terpos1çao • adir ' h• que s . • . n ã o pod e s1gnl
. 6. cara necessidade de
de n rior Tribunal de Justiça ou o Supremo Tribunal F d e~~ n•º .13 como visto, esse pnnc1p10
nt'Tance o 5upe . . Fd . e era•
r·· os. rante 05 Tribunais Regionais. e era IS, uma veiquc, tendo.se'QI.-. • (ànC •
1ns . . d i . .
da questão por mais e uma nstanc1a, mas sim 0 direito a ver a
men pe.nd........vlenteeinsâtucionalizadodecontmleadmlni<-.
uumento1 •i-"- ~..tnl)~
'"1" •P ·
rec1ação
uescão so
. 1
lucionada pela cone mais a ta com competfocia para se manifestar
• haveria que se cogitar de nova dlscussfo judicial lniciaA-. ~ q d terminada pretensão.
fiscais, nao "' doi., • sobred eundo-se essa estrutura, o 1·dea1sena · que se estabelecesse regra deter-
essa medida evitar-se-la o que acontece em nosso slscc ~.
e~ •pós pelo mcnosm!s longos anos de .
discussão -~ li
adminístr•tk";. . A ~o a obrigatoriedade da discussão administrativa da legalidade do ato
qua1' . d. . 1 pod .b . l no<>!olt 1111
"ª~ e'nela fiscal como requisito
ulterior questionamento JU 1c1a , e ocontn u1me ,e tam~rnaF ,
se desfazer dos arquivos referentes ao procc~so adminlstrati"º·
terão os mesmos qualquer valia no curso da discussão judicial.
jl;: deex1g
0osm ºI
.
de admissibilidade da discussão 1'udicial,
des do que foi estabelecido no passado pela Emenda Constitucional
n•7/77. . .
Assim se procedendo, é desperdiçado todo um processo reali?adold>, Pela própria natureza das modificações que seriam decorrentes da Imple-
devido processo legal, em que presentes a ampla defesa e o contraditQ,,. mentação da sistemática proposra, a qual passa pela redefinição das compe·
um evidente atentado ao principio da eficic!ncia. Esse esudo de oois.ssáa t~cias dos órgãos do Poder Judiciário para conhecerem das lides tributárias,
Importante crítica de JAMES MARINS, nos seguintes termos: seria necessária modificação do Texto Constitucional, com a consequente
adaptação da legislação complementar e ordinária.
No Bnuil, mtrttanto, rontrarfJJndo as m:omrndafi!ts dt no= maú brillwn:a.,. Tudo o quanto foi exposto acima se encontra parcialmente= linha com
juri:!iw,atmnosoStgUínttsúttma:a)dwnredtamtrrNtrsiastmmatlriatri!Wri.ln. os idéias que já na década de sessent:i eram defendida.s por GILBERTO DE
lnJrptn4cnltrttNtrt a aJministraf40 e o judici.ário, pois o mrtterialprodtlZIJo t.1olrio4'a ULHÕA CANTO, d e quem se enrai a seguinte passagem que, mesmo longa,
ttndosoadmínlJtrari.-o não éaproveitado pelosjufzes; b) via de regra a tropa adminillmir merece ser transcrita em sua integralidade:
sommttéutil quando, oque raramtntt arontece, vena o contribuintt; c)seorontrihttiot.•I"
Ia rtf!<l, se •i dmotado tm suas prtttnJ«s nopro.:tSJO adminúlTiltí"° (muitasl't:61fÍ'• Ttm sido frisado que a atual sisttmdtlc• dt pro.:esso trlbutJrlo br.uíltiro, no âmbito
tr4mirtd< 1Tâ,91'atroou maúanol), rtpropl!t todo o smpttít6rio pmntu inlUiW~ frdml, Importa superposlçlfo dtfase> admlnlstratí»a t judicial, nesu se roJmJo fro<tder
tmmaiscintoouoltoa1U1Sdtdesgastedoapartlhoestatal;á)ruloeristtafandamt11~~ •uma ruomposiç6o compltta daqutla, e, tm cada qual, ha\'tndotonJições suficitntts fJra
nia dt inst4ntias" sendoptla slngtla rtgra de que oprocessojudicialprtfereaoadiruru<mJtl' tspantoso alongamento. Com efeito, no tstdgio promsual administrativo, allm do ttmpo
que St ptrdt ntl o profarlmento da dtcis<To de primtinJ instdnrfJJ, hí, na ugunJJ, o rtrorro
Diante de$SC quadro, o apro,·citamento do processo desen,'Qkidop<rd' proprwmente dito, e um tsdrúxulo ptdiJo dt monsídmçlfoaomtfl1lomng/ho. Dtpoildt
A~ Federal de Revisão de Atos Fiscais seria imperati\'O, depe~; '::-ºIsso,ttndo sido a dtdslfo daquelt órgJo tomadJ por maioria, roJtrd'" reformada relo
sua i~plementaç!o, de uma maior compatibilização entre 0 proce~i Jidll tnlstro da Fazrnda o que de per se jd i uma abtmtçJo, qut rtJu: o tribunal a uma
<ondtçao suba1trma t 'quase'humi/hantt.'
seguido no processo administrativo e aquele subjacente ao proeess<>JU
Por outro lado, st o contribuintt l >'tntido na irulânciJJ arimlnistranwt, podt tlt """
. MA ~NS, Ja~, A
• M~id ç ' 1 Microrcformu do Processo Trlbutirlo o Arrolamtnt ,_ ....,,.,.
~ a autcJ1 A l ' J ·ntw1•w·
·-""'
o~dt11il'"".'."...11
'.::'a 9U<stdo perantt O }udiddrlo, tm promso '{Ul Sl inicf4 relo juiz singular< .roht, tm
<mbrso ordíndrio, ao Tribunal Fedtral de Rtrorsos, ondt, nY11tualmrntt,aibeo mvrro ih
argos, um se aludir ao extraortfindrio para o Suprtmo Tribunal Fedtrol, nas hlp6t~s
Volvnu, Sio r, i,,'. S<a . ln: ROCHA, Yaldlr de Oilvelra (Coord). J'ro<NIOA '"' Prti11s1
u · Dlalttlca, 1998, pp. 95 .96, as na Constltuiç6o.
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eom er.cito,
· uma vez criada a Agência Federal de Revis.o
• de Acos fjsCl!I N·
p· ªºconcordamos Integralmente com esta proposta do Professor Aurélio
l)(i.i
arcformul 3 d 15 dequadl.q itanga, uma vez que segundo cremos não poderia a mesma ser lmplemen·
. aç o o processo tributário que me parece ma ª 'Ih scrilº tada se , ' d r.
'"Cnt1lada orlg'ina1mente pelo Professor Aurélio Pitanga se·xas
1 o. · 111~
fl \'CJ lll que antes as modificações estruturais aqui considera as 1ossem
3
tratamento d- 'b 13 rblcra1·
~te novo ente como uma espécie de tn una ·~u
O!tv, ,a FllffO, Aur~ilo Pitanga. Arblmgcm cm Olrcllo Trtbutlrlo. ln: ROCHA, VaWd
Ir e
•proemo Trlbu14rio• A L. 0 d< Ulbl>'
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1
(Coord.). Grandts Qutsta<s Atuais do Dlrtlto TrlburJrlo: 11' Vofumt. Slo Paulo: Obl~rlca,
Jlll.61-<.l. · nt<pr<>1<todc Lei Orglnka elaborado por Gil""" ·P. 21-22.
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•• form, pro e me or. enamoschamando de Novo CARF - no•'O ,.0 c!J fl.I Pós.•1'• o terna, ver: ROCHA Scrglo Andn!. V. Lti i Dt<iJJo: A Scgurançi J•rfdlu l'l>ssfrtl na
Põsta neste te • . d d Mlnist<fl •Ode ld •
compon0 por I • .o. • mlnlstratlvamentc Independente o rn •de. Rlode Janclrcx Lumcnjurfs.2017.
1
u gadores sclcctonados por concurso publico espccffico-
4'6