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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
O Ibura é o terceiro maior bairro do Recife. O nome, em tupi, remete as muitas fontes de
águas existentes no local, significa "água que arrebenta". O censo de 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que mais de 50 mil pessoas moram no
local, em um território de 1.125,3 hectares. O bairro sofre com os altos índices de
criminalidade e a falta de saneamento, que colaboram para que o Ibura tenha o menor Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital pernambucana, 0,732. Ao todo, 21 vilas
compõem o bairro, uma delas, a Ilha das Cobras, ficou popularmente conhecida como Vila do
Sesi após a instalação de uma escola do Serviço Social da Indústria.
A pesquisa também perguntou qual é o principal tema que eles, os jovens, devem
discutir com os pais ou responsáveis. A educação apareceu em primeiro lugar, com 45%,
seguida da violência, com 32%; drogas, 31% e desigualdade e pobreza com 27%. A religião
aparece em quinto lugar, com 24%. Mais da metade dos jovens brasileiros, 51%, já perdeu um
amigo ou familiar de forma violenta. Ainda de acordo com os dados, a espiritualidade é o
valor considerado mais importante para os jovens, somando 40%. O respeito às diferenças
aparece em segundo lugar, com 39%. A religiosidade ainda aparece com 10%.
Religião e educação estão intimamente ligadas no Brasil desde muito tempo. Para o
sociólogo francês Forquin (1993), a educação supõe a comunicação, a transmissão e a
aquisição de alguma coisa. Desse modo, ao falar de educação, é possível descentralizar o
processo dos espaços formais, estabelecendo uma conexão com outros fatores culturais, entre
eles a religião, que é adotada enquanto território educacional:
Quer se tome a palavra ‘educação’ no sentido amplo, de formação e socialização do
indivíduo, quer se a restrinja unicamente ao domínio escolar, é necessário
reconhecer que, se toda educação é sempre educação de alguém por alguém, ela
supõe sempre também, necessariamente, a comunicação, a transmissão, a aquisição
de alguma coisa: conhecimentos, competências, crenças, hábitos, valores, que
constituem o que se chama precisamente de ‘conteúdo’ da educação (Forquin, 1993,
p.10).
A partir dos encontros, os pequenos alunos tiveram acesso à alfabetização por meio da
leitura de textos bíblicos, que sempre são feitos antes do início da aula. Após constatar os
graves problemas relacionados a falta de saneamento, foi necessário também que os jovens
trabalhassem a questão da higiene pessoal e o processo de higienização dos instrumentos de
sopro. Noções de responsabilidade foram repassadas aos alunos quando eles se tornaram
portadores e cuidadores das próprias flautas que utilizavam e, a cada encontro dominical, o
trabalho foi sendo remodelado para atender as demandas identificadas, como a escolha de
músicas com letras que tratassem da importância de uma cultura de paz.
5. CONCLUSÃO
A experiência da juventude pentecostal fora dos templos ganhou uma proporção além
do devocional, mas também social. Com a música cristã utilizada como instrumento de
mudança na vida dos moradores da Lagoa da Conquista, o principal objetivo dos encontros
com as crianças passou a ser, por meio da educação não-formal, tentar diminuir a influência e
a prática da educação informal. Quando tratamos aqui de educação informal, falamos do
conjunto de experiências aprendidas de forma até mesmo involuntária, por assimilação de
práticas e costumes de acordo com o meio social em que se vive. Não é incomum, por
exemplo, encontrar crianças e adolescentes fazendo uso de entorpecentes na comunidade de
Jagatá.
REFERÊNCIAS
CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2000.