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Há uma lógica viciosa e intransponível no porquê de alguns coração serem muito grandes
(girafas) ou de alguns rins terem um rácio de filtração diferente (animais no deserto), no
sentido de viver para deixar o máximo de copias dos nossos genes na próxima geração.
Da mesma forma que podemos otimizar o tamanho do coração da girafa devido ao tamanho
do seu pescoço, também podemos otimizar as nossas estratégias comportamentais.
Hoje:
Nas reportagens da BBC e Nathional geohgraphic é comum vermos comentários de que somos
a única espécie a matar por prazer. Mas por volta dos anos 70, alguns investigadores foram até
aqueles moldes que nós temos de achar que os bebés são queridos e por isso são significativos
para reduzir a agressão. Biologistas ao estudar espécies constataram infanticídio e, de repente,
não é apenas a espécie humana que mata. E constatam-se padroes neste infanticídio
competitivo:
- costuma ser homens adultos que matam crianças;
- não é aleatório quem mata quem – é mais provável que seja o filho de outros machos >
estratégias competitivas para impedir o sucesso reprodutivos dos outros;
- outro padrao encontrado é que o intervalo médio de partos entre mulheres é maior que o
tempo médio de um homem de alto escalão. Significa que se você é um tipo de baixo escalão,
e andou no ginásio todo este tempo e agora está finalmente em posição de iniciar o macho
alfa e dominar todo o grupo e, caramba, toda fêmea do grupo tem um recém-nascido que vai
cuidar dos próximos dois anos e meio e elas não ovularão por cerca de três anos e você só será
um alfa por cerca de apenas 1 ano e meio – em média, o tempo em que você estará apto para
ser reprodutivamente ativo é menor que o tempo que as fêmeas da mesma espécie cuidam
dos filhos e por isso não ovulam e ainda surge a lógica de “vai e mata os filhos” por 2 razoes:
matando-os estamos a diminuir o sucesso reprodutivo de outros machos e, alem disso, a
femea por já não ter de cuidar do filho, irá ovular brevemente. Isto é um padrão encontrado
em algumas espécies de macacos, leões e gorilas da montanha.
Animais não se comportando para o bem das espécies ou do grupo com esta estratégias de
seleção individual.
Flutuação do rácio sexual como uma função do contexto social: o rácio oscila sempre entre os
50-50% independentemente do género em menor numero, porque esse será imediatamente o
preferível – condições ecológicas pobres, puxa-nos para este sentido: porque há circunstancias
em que faz sentido ter muitas filhas e aí os machos são valiosos porque não há muitos deles. A
logica então é mudar e começar a ter machos. E com uma predominância de machos, começa
a fazer sentido começar a ter fêmeas > nós temos seleção dependente da densidade. O mais
comum é o menos desejado = rácio de flutuação sexual.
- papel do parentesco: nestas especies de torneio em que temos um macho de alto escalão
acasalando com muitas fêmeas. Mas e em circunstancias que uma fêmea acasala com
múltiplos machos (poliandria)? Quando isso acontece temos um tipo de adelphic polyandry -
quando vemos dois leões partilhando isso, é muito provável que sejam irmãos. E a questão vai
bater aos humanos, será que existe algum tipo de poliandria nos humanos, tal como há
poligamia? Sociedades tibetanas tradicionais onde existe adelphic polyandry em que uma
mulher casa com um homem e com todos os seus irmaos - esse é um padrão que você tem em
áreas agrícolas muito empobrecidas, onde você tem um problema - você tem cinco filhos. E
com um padrão de herança de terras onde você dividiria a terra entre os cinco filhos, isso
colocará cada um deles abaixo do nível de subsistência, e o que você precisa fazer é ter uma
maneira que elas permaneçam como uma unidade reprodutiva para que você não divida a
terra / tentando impedir que as pequenas parcelas sejam divididas.
- competição intersexual – os interesses reprodutivos de qualquer indivíduo pode não ser
exatamente o mesmo que o indivíduo que ele ou ela acasala. Aqui temos o exemplo de
espécies em que o macho é migratório. São espécies de torneio; um macho aparece durante
uma estação de acasalamento; muita agressão; etc e ele acasala com uma femea e ela tem um
filho. O macho irá partir no dia seguinte, em outras palavras, ele não tem nenhum
investimento na saúde reprodutiva futura daquela femea, enquanto ela tem. Ela ficaria
encantada por esta prole prosperar e prosperar, mas talvez não à custa de sua futura
reprodução = diferentes estratégias reprodutivas entre macho e femea.
Genes impressos: genes que terão diferentes manifestações; que trabalham diferente
dependendo de qual dos pais veio; em 1990 começaram a notar um perfil diferente nos
indivíduos com uma mutação e uma doença em particular; temos duas doenças e a mesma
exata mutação no mesmo gene, o que se passa aqui? Se você tiver este gene deste pai, você
tem esta doença; se tiver daquele outro pai, você tem a outra doença. Metilação: você metiliza
o gene no genoma de um dos pais e não no outro – é um mecanismo genético de fazer os
genes trabalharem diferentemente dependendo de qual dos pais ele vem. Há um gene
impresso que se vem de um dos pais, ele faz o que tem a fazer, se vem do outro pai, ele é
silenciado, nunca trabalhada (é metilizado ao silencio). Um investigador começou a notar que
quando olhamos para os genes impressos, quando eles estão activos, se eles vierem do pai,
eles tendem a ser genes que promovem o crescimento fetal, incrementa o metabolismo do
feto e melhora o seu desenvolvimento; quando olhamos para os genes impressos das femes,
eles são genes que tendem a atrasar o desenvolvimento fetal. O que temos aqui? Que a
competição intersexual joga precisamente aqui.
Um dos genes impressos, ativo no macho, que codifica para a proteína chamada fator de
crescimento semelhante à insulina – é uma das coisas que faz o feto crescer mais. Em
contrapartida, a fêmea tem um gene impresso oposto que codifica o gene para o recetor do
factor de crescimento semelhante à insulina. E o que esta versão faz é criar um receptor
menos responsivo. O macho empurra para mais desse factor e ela tem um recetor que não é
responsivo. Por ex, um outro par de genes impressos, um do pai e um da mae e o que vemos é
a versão do pai que promove a invasão da placenta até o útero/invasão do feto até à parede
uterina e a versão da femea desacelera isso. E se tivermos uma doença onde o gene do macho
relevante para isto, sofre uma mutação e é posto fora de ação? Apenas temos a versão da
femea que diminui a implataçao fetal no utero - temos uma doença em que ovos fertilizados
não são implantados; se contrariamente tivermos uma mutação na versão feminina, e a versão
masculina está a invadir o feto mais e mais = cancro do útero, porque está a crescer fora de
controle sendo solicitado pelo feto.
Foram encontrados genes impressos que não trabalham senão apenas após o nascimento e
que trabalham no cérebro. o derivado do sexo masculino faz coisas aos bebês como
amamentar mais - portanto, consuma mais calorias da mãe. e a versão feminina tende a
atenuar alguns dos reflexos de sucção.
Seleção de grupo – primeira versão foi em 60’s por Marlin Perkins. Hoje a seleção de grupo
está se tornando diferente em duas versões:
1º Temos um grupo de população e algo acontece (qualquer coisa biogeográfica) para que
cause um sub-grupo dessa população que se isola deles – algo isola uma pequena parte
daquele grupo grande (um rio que já não existe / um muro). A população primeira, irá
reproduzir consoante os seus padroes e o sub-grupo irá reproduzir consoante os seus padroes.
Uma caraterística do grupo mais pequeno é que eles serão mais
consanguíneos/inatos/naturais que a população primeira, simplesmente porque são mais
pequenos. Terão um grande grau de parentesco entre indivíduos; níveis de cooperação serão
maiores no sub-grupo, por causa do elevado numero de parentesco – temos um elevado grau
de cooperação dirigido pela seleção de parentesco > como esse tipo de sistema cooperativo
tem uma recompensa maior, você obterá uma cristalização para que todos – primos de 2º e 3º
grau - tenham que ser tão cooperativos quanto os irmãos são uns com os outros... vamos ter
de fixar um traço de cooperação neste sub-grupo a níveis elevados. Enquanto a população
grande continua nos seus “jogos selvagens”. Se algo acontecer – alguns eventos biogeográfico
reversível - para que o sub-grupo se reintegre novamente na população, nessa grande
população haverá um núcleo de animais que estão cooperando dentro de uma larga massa
que não está a cooperar e, por tudo o que sabemos sobre altruísmo reciproco, sabemos que o
pequeno núcleo irá começar a competir com a grande massa. A cooperação terá de cristalizar
para fora – os animais terão de se juntar nestes padrões de cooperação – porque o núcleo irá
superá-los = efeito fundador. A dada altura o que temos é um fenómeno de seleção de
parentesco a se tornar um fenómeno de altruísmo reciproco.
Portanto como é que saltamos para o inicio da cooperação em populações sem parentesco /
não relacionadas? Usando populações fundadoras inatas/puras/naturais para levá-lo até lá.
Em algumas cidade, há alguns comércios por ex, em que esse subgrupo de pessoas que
trabalha aí estão relacionados/eles fazem algo cooperativo/eles fazem empréstimos a juros
baixos – como resultado, eles são mais bem sucedidos no negocio. E eles quando são
reincorporados vê-se que existe uma força económica que toda a gente terá de se juntar a
este negocio de confiar uns nos outros/de empréstimos com juros baixos/de “eu confio em ti
como um irmão”
2º A pode dominar B, mas grupos de B dominam grupos de A (ex galinha A é agressiva e mete
muitos ovos. Galinha B é passiva e sem agressões mas não poe muitos ovos. A galinha A tem
mais probabilidade de passar copias dos seus genes. Mas se formos a ver grupos de galinhas A,
em que todas são agressivas, vemos que por stressarem-se umas as outras e magoarem-se,
começam a ter baixos níveis de fertilidade). Temos um individuo que nao consegue ser
competitivo por uma característica sua; mas enquanto coletivo, as mesmas caraterísticas que
podem ser desvantajosas num nível diádico, conseguem competir com os outros.
Aqui temos seleção de grupo na forma clássica. Se você fizer empréstimos
indiscriminadamente com juros baixos para todos na terra, estará muito facilmente entrando
nessa categoria B/se você faz parte de um grupo que faz empréstimos com juros baixos, de
repente você compete/supera o outro.
Seleção multi-nivel: por vezes a seleção ocorre inteiramente ao nível de um único gene; por
outras palavras, tenha um gene com mutações suficientemente más e não importará a
quantidade de bons genes que estão consigo, porque a seleção será decidida inteiramente
com base em um gene.
Muito mais comum é a seleção ao nível individual/uma agregação do genótipo trabalhando em
termos do fenótipo com todas as diferentes caraterísticas lá.
Mas o que isto introduziu em algumas circunstâncias foi a seleção ao nível do grupo – e nunca
é ao nível de como as características individuais jogam individualmente num grupo, mas sim
como essa característica desempenhada individualmente surge como um comportamento de
grupo, que você obtém seleção de grupo.
Em todas as coisas em que temos estado a pensar - essa noção básica de aplicar as regras
darwinianas a respeito de porque as girafas precisam ter corações de certo tamanho –
aplicadas ao comportamento, há três recursos que estão surgindo com algumas criticas:
O primeiro é a noção de heritabilidade de características: há heritabilidade na
tendência para raptar crianças no momento estratégico certo; na tendência para
decidir que gostamos de machos com plumas enormes e brilhantes; na tendência para
decidir que a sua filha deve estar no ranking mais alto do grupo…. Há uma noção de
heritabilidade nas caraterísticas comportamentais que são transversais a todas estas
discussões.
Noção de adaptabilidade - se alguma característica emergiu da obscuridade
evolutiva / se alguma caraterística tiver sido selecionada > seleção implica adaptação.
A noção de que tudo o que vemos tem uma explicação de adaptação, razão pela qual
emergiu evolutivamente.
A terceira noção não é um estado explicito, mas está implícita em tudo acerca disso –
a noção de que estas mudanças evolutivas são graduais - a cada geração, se entrar em
uma melhor estratégia comportamental para interpretar o dilema do prisioneiro, você
deixar 1% mais cópias de seus genes do que todos os outros, voltará em 100 zilhões
de gerações e essa característica terá se espalhado. Tudo isto acontece de geração em
geração, por isso as mudanças da evolução estão acontecendo em passos graduais.
Estas noções diferentes tem implicações politicas diferentes: será o rapto uma psicopatologia
humana ou uma estratégia competitiva; será que as crianças são mais prováveis de serem
mortas por padrastros que por pais biológicos; será que isso representa algo em termos
socioeconomicos em famílias com padrastros vs a biologia natural da competição de genes…
Desde o primeiro diz, os críticos anteriormente referidos que puseram em causa tudo isso,
foram todos associados a interesses políticos: todos eram brancos, machos do sul (EO Wilson
de Alabama, Robert Trivers, Irven DeVore, todos eram brancos do sul da América. Enquanto
Gould e Lewontin eram marxistas do nordeste. Não é interessante que as suas noções de como
a evolução funciona, enfatiza a naturalidade de um sistema que os relembra das desigualdades
que eles têm? Não é interessante que eles enfatizem a naturalidade de um sistema em que
eles são os que mais beneficiam desta noção de que “isto é natural” ?