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UERJ/FCE
2021
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Ao transformar a terra e o trabalho em mercadorias, faz com que as
atividades humanas e uma parte da natureza tenham valor de mercado, a
moeda que realmente existe é apenas um símbolo de poder de compra, que
normalmente não é produzido, mas é gerado pela criação de bancos ou
instituições financeiras nacionais. Portanto, para produzir trabalho, terra,
moeda à venda: a descrição da mercadoria é completamente fictícia. Polanyi
afirma que o liberalismo econômico está completamente conectado nas
relações sociais, socioeconômicas, culturais e políticas. Para estabelecer um
mercado autorregulado, é necessário que o Estado intervenha na economia e
adote políticas econômicas como trabalho assalariado, taxas de juros e
controles cambiais. Nesse sentido, para ele, o desenvolvimento do mercado
não é um processo natural, ou seja, é inconsistente com a tendência de
autorregulação anterior.
Concluindo, as mercadorias fictícias possuem um mercado real,
indicando que a ficção de bens possui funções sistêmicas. No entanto, o
mercado não pode ser o único regulador do mercado de trabalho, da terra e da
moeda. Portanto, essas mercadorias não podem obedecer à lógica da oferta e
da demanda. Quando isso acontecer, vai gerar conflitos e distorções
econômicas e erosão da estrutura social (insegurança econômica,
desemprego, danos ambientais, inflação ou deflação)
De acordo com essa conclusão, Polanyi identifica as contradições
internas fundamentais do sistema de mercado como o regulador das atividades
sociais e econômicas: o "duplo movimento".
Em seu livro A Grande transformação, lançado em 1944, Polanyi
escreve que “Por um século, as dinâmicas da sociedade moderna foram
governadas por um duplo movimento: o mercado se expandiu continuamente,
mas esse movimento foi respondido por um contramovimento, controlando a
expansão em direções definidas”.
Explicando melhor essa frase do Polanyi, significa que de um lado,
temos o movimento de expansão da natureza social do capitalismo, que visa a
desregulamentação econômica, os direitos de propriedade e a remoção da
proteção social. Por outro, em direção à proteção (contramovimento), onde
tende à regulamentação econômica, proteção social, e não são compatíveis
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com as normas de economia de mercado, porém, Polanyi ainda afirma que
todos os grupos de uma sociedade podem participar do contramovimento. Para
o autor, tanto a liberalização quanto a regulamentação do mercado dependem
do estado, e a reforma do estado.
Um exemplo para ilustrar o duplo movimento, é o mercado financeiro.
Para o mercado financeiro é mais interessante que se tenha um governo liberal
no poder, pois sofreriam menos regulamentações e menos restrições por parte
do Estado. Com isso, seria de costume pensar que o contramovimento teria
uma formatação de políticas de esquerda, porém, os próprios capitalistas
também podem fazer parte do contramovimento. Isso aconteceria no mercado
financeiro quando houvessem incertezas e flutuações produzidas pela
autorregulação, e participariam desse contramovimento pedindo proteções que
ajudariam a aumentar a estabilidade e previsibilidade.
Assim, podemos observar alguns pontos em comum entre Karl Marx e
Polanyi. Ambos evidenciam que a produção capitalista ou nas economias de
mercado não são consequência da natureza humana, criticando a ideia do
mercado auto regulado. Marx ao criar o fetichismo das commodities, e da
criação de riqueza nacional. Enquanto Polanyi revelou a falsidade das
mercadorias fictícias, e através do duplo movimento, tenta comprovar o avanço
da desincrustação econômica, tem um efeito adverso na sociedade,
desencadeando reações de resistência ou autoproteção social.
Além disso, Marx e Polanyi também concordavam tinham o mesmo
pensamento sobre as relações sociais de mercado, mesmo sendo por teses
diferentes. Para eles, a atividade econômica consistia em uma vasta opção de
relações além das que eram características das sociedades de mercado.
Por fim, Polanyi sugere que a economia deveria estar sujeita à uma
autoridade superior, de preferência à democracia, mas também podendo ser
controladas por instituições políticas não necessariamente democráticas, sendo
essa uma crítica totalmente anticapitalista, incluindo economias fortemente
regulamentadas que continuam sendo capitalistas. O que coincide com a
diferenciação feita por Marx entre as formas de produção que visam a
obtenção do valor de uso, e as que visam o valor de troca.
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2)Em setembro de 2008, o banco Lehman Brothers quebrou, com uma
dívida de US$ 768 BI frente à ativos de US$ 639 BI. Caso o Banco Central
e o Tesouro Norte - Americanos não houvessem “entrado em campo” em
seguida, grande parte do sistema financeiro doméstico, e várias
instituições na Europa, teriam perecido.
A Hipótese da fragilidade financeira, de Hyman Minsky, provê uma sólida
moldura conceitual para compreender esses fenômenos: tanto a evolução
da situação do Lehman, e de dezenas de outros bancos e instituições
financeiras nos EUA e na Europa, quanto o “porque” do colapso potencial
não ter ocorrido.
a)Faça um resumo da referida Hipótese, mostrando sua aplicabilidade ao
caso referido.
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situações incentivam os comportamentos. Diante disto, criou-se uma taxonomia
dividida em três comportamentos: (a) Hedge, que projeta o resultado no fluxo
de caixa, do lado da demanda de crédito, resultado apontando condições para
pagar juros e amortização; (b) Especulativa, que projeta um investimento no
fluxo de caixa, em que pagará menos juros, mesmo que não esteja
amortizando, realizando, assim, o investimento; (c) Ponzi, com especulativo
extremo, poderá fazer uma leitura de curto prazo, enxergando a possibilidade
de não pagar juros, nem amortização, acredita-se que no futuro as coisas iram
ser boas.
“Conforme Minsky (1992, p. 7-8), a mistura de finanças
hedge, especulativa e Ponzi em uma economia é o maior
determinante de sua estabilidade. A economia, por meio de seus
regimes de financiamento, passa por períodos de estabilidade e
por períodos de instabilidade, e em períodos de prosperidade
prolongada relações financeiras que se realizam fazem o sistema
passar da estabilidade para a instabilidade.”
Diante deste cenário, essas dívidas compradas eram vendidas para o
mundo a fora, já que empresas de auditoria, controladas pelo governo, ditavam
esses tipos de investimentos sem risco e muito promissor ao rendimento futuro.
Bancos, empresas e civis de todos os continentes compravam essas dívidas,
porém, um fator determinante fez essa bolha inflar.
O atentado de 11 de setembro de 2001 levou ao EUA o caos: as taxas
de juros precisaram ser reduzidas para reanimar a economia e, por isso, o
mercado imobiliário aproveitou o cenário para garantir mais crédito à
população, principalmente aos subprime, e o financiamento a longo prazo de
casas era dado para qualquer pessoa.
“A instabilidade de um regime com predominância de
estruturas de financiamento especulativas ou Ponzi está
relacionada, em grande medida, ao impacto das taxas de juros,
que tendem a se elevar durante o boom. Essa elevação tem
efeitos opostos sobre o preço de demanda e o preço de oferta,
diminuindo a diferença entre eles, podendo mesmo chegar a uma
reversão, o que ocasiona uma interrupção dos investimentos em
nível macro. A queda do investimento provoca mais queda nos
lucros, causando dificuldades para pagar as dívidas acumuladas
anteriormente.”
Porém, no decorrer dos anos, essas prestações foram inflando e, em
2007, o governo dos Estados Unidos decidiu aumentar a taxa de juros para
conter a inflação, e a turma do subprime foi a primeira a deixar acabar,
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começando, assim, um efeito dominó: quem emprestou para o mal pagador
não recebeu e também não tinha mais dinheiro para pagar os investidores. Os
títulos negociados foram despencando e, como consequência, os bancos
começaram a quebrar um a um. Todos os títulos de dívida comprados por todo
o mundo não valiam mais nada
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sobre o mercado cambial dos países emergentes. Levando em consideração
as economias avançadas e emergentes, o último trimestre de 2008, as moedas
dos países emergentes estavam em depreciação em relação ao países
avançados que tinham suas moedas valorizadas. Neste período, nem mesmo
as economias com fundamentos macroeconômicos ficaram isentas de
gravidade do contágio da crise. Vale ressaltar que, no auge da crise, todas as
moedas emergentes foram atingidas de forma indiscriminada.
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3)Uma das teses centrais de Schumpeter, no livro Capitalismo,
Socialismo e Democracia, é a seguinte:
a)Faça um resumo dos argumentos que o autor usa para fundamentar sua
tese, e mostre como se conectam.
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De forma a definir o comportamento da sociedade capitalista
contemporânea, há um distanciamento no que tange o comportamento do
capitalista ao dos séculos passados. Pelas palavras de Schumpeter, enquanto
o burguês tinha como incentivo de sua acumulação a sua família, o empresário
contemporâneo tem como incentivo uma mentalidade hedonista, visando
somente o seu bem estar.
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BIBLIOGRAFIA
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GRUPO
Nome e matrícula:
GUILHERME DE ALBUQUERQUE SILVEIRA
201710015711
Nome e matrícula:
JAIRO FERREIRA E SILVA NETO
201820317111
Nome e matrícula:
MARIANA SOUZA MONTEIRO
201810013511
Nome e matrícula:
MICHELLE GRAFINO DE ARAUJO
201520505111
Nome e matrícula:
THIAGO TELES CUZATE BORGES
201710015411
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