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Durante a Idade Média, a visão teocêntrica do mundo fez com que os valores religiosos
impregnassem as concepções éticas, de modo que os critérios do bem e do mal se
achavam vinculados à fé e dependiam da esperança de vida após a morte. No entanto, a
partir da Idade Moderna, culminando no movimento da Ilustração, no século XVIII, a
moral se torna laica, secularizada. Ou seja, ser moral e ser religioso não são polos
inseparáveis, sendo perfeitamente possível que um homem ateu seja moral, e mais
ainda, que o fundamento dos valores não se encontre em Deus, mas no próprio homem.
KANT
A razão prática diz respeito ao instrumento para compreender o mundo dos costumes e
orientar o homem em sua ação. Analisando os princípios da consciência ética, Kant
conclui que a vontade humana é verdadeiramente ética quando regida por imperativos
categóricos. O imperativo categórico é assim chamado por ser incondicionado, absoluto,
voltado para a realização da ação tendo em vista o dever.
Neste sentido, Kant rejeita as concepções éticas que predominam até então, as quais
norteiam a ação ética a partir de condicionamentos como a felicidade e o interesse. Por
exemplo, para Kant, não faz sentido agir bem com o objetivo de ser feliz ou evitar a dor,
ou ainda para alcançar o céu ou não merecer punição divina. Para Kant, o agir ético se
funda exclusivamente na razão. A lei ética que a razão descobre é universal (válida para
todos seres humanas) e necessária (não poderia ser diferente), pois é ela que preserva a
dignidade dos seres humanos. A lei ética, ou o critério ético, fundamental para Kant,
poderia ser sintetizado na seguinte afirmação:
“Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio
universal de conduta” (Imperativo categórico)
- para Kant, a normal- não roubar- se enraíza na própria natureza da razão; pois se
aceitarmos o roubou como algo válido, elevando a máxima ao nível universal, haverá
uma contradição: se todos podem roubar, não há como manter a posse do que foi
furtado.
BENTHAM