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Direito Fiscal

2º ano – II Semestre
Assuntos que a professora disse que cairão no exame: benefícios fiscais; direito
fiscal internacional e europeu.

A técnica fiscal: resumo


Abreviaturas:
CIRS: Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
CIRC: Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
CIVA: Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
CIEC(s): Código dos Impostos Especiais de Consumo
CIMT: Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis
CIMI: Código do Imposto Municipal sobre Imóveis
CIS: Código do Imposto de Selo
AT: Autoridade Tributária
LGT: Lei Geral Tributária

Os requisitos fundamentais do imposto são a unilateralidade de o caráter


vinculativo/obrigatório.
O objetivo da tributação é a arrecadação de receita para a cobertura de gastos públicos
essenciais, bem como a redistribuição da riqueza e o controlo da economia e da
sociedade.
Taxas: [Art. 4º/2º, LGT] As taxas assentam na prestação concreta de um serviço
público, na utilização de um bem do domínio público ou na remoção de um obstáculo
jurídico ao comportamento dos particulares. Ele possui um caráter sinalagmático, em
razão da contraprestração. Critério da cobertura dos custos e equivalência/ganho
privado.

Interpretação e integração de normas fiscais:


Não há grande desvio relativamente aos padrões de interpretação do Código Civil e
do Código do Processo Civil – normas de direito substantivo e de direito processual.
Qual o princípio de interpretação das normas fiscais? Há várias classificações:
- interpretação literal/gramatical: a norma pode ser interpretada literalmente
(leitura da norma, olhar para a letra da norma)
- interpretação substantiva/teleológica: páginas 33 e 34 – recorre-se a uma série de
métodos e instrumentos que facilitam a compreensão da substância da norma, olhar
para o sentido da norma, o que é que o legislador pretendeu resolver, a norma tem 2
elementos fundamentais – os factos juridicamente relevantes e a solução legal,
previsão e estatuição, saber a posição da norma na hierarquia das normas (isto é
relevante para saber se existe uma norma superior à qual está subordinada), vamos
olhar à história do preceito (elemento histórico) que é consultar os trabalhos
preparatórios no Diário da Assembleia da República e ver os preâmbulos (elemento
sistemático) é remeter-nos para outros contextos e outros lugares do texto legal,
enquadrar a norma na secção do Código.

Incidência: pode ser material ou pessoal. A material diz respeito à base tributável
[rendimento, despesa, patrimônio] e o pessoal se refere à qualidade do contribuinte.
Tipos de taxas:

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1. Nominal ou efetiva: a primeira é definida na lei, a segunda resulta da relação
entre imposto a pagar e base tributável;
2. Progressiva, regressiva e proporcional:
a. Taxa regressiva será menor quanto maior for o rendimento sujeito;
b. Taxa progressiva aumenta conforme aumentam os rendimentos
sujeitos a imposto;
c. Taxas proporcionais podem também ser reconhecidas por flat tax, ou
seja, taxas únicas. Estas taxas caracterizam-se por cada pessoa
contribuir proporcionalmente, de acordo com os seus impostos, para o
bem comum.
3. Médias e marginais:
a. Taxas médias: a proporção do total do rendimento que vai para
imposto;
b. Taxas marginais: o valor que vai para imposto de cada euro adicional
que se ganha.
4. Específicas e ad valorem:
a. Específicas: incidem sobre a quantidade de mercadoria, assim, quando
a quantidade aumenta, aumenta a taxa;
b. Ad valoram: incidem sobre o valor da mercadoria.
Liquidação é a operação de determinação ou cálculo do rendimento ou matéria
coletável e sujeição deste à taxa respectiva do imposto, ela pode ser efetuada pelo
contribuinte [autoliquidação] ou pela administração tributária.
O pagamento pode ser realizado pelo próprio contribuinte, terceiro substituto ou
responsável tributário.

Os princípios fiscais
1. Neutralidade: eliminar imposto que penalize mais uma pessoa do que outra,
mesmo que os resultados sejam distintos. Exigências: redução de taxas
marginais e adoção de bases tributárias gerais com poucos benefícios fiscais;
a. Em sede de IVA: proíbe a dupla tributação.
2. Equidade: definição discutível. Critério da capacidade de contribuição do
contribuinte para o sistema.
a. Equidade horizontal: igual imposto para igual capacidade;
b. Equidade vertical: maior imposto para maior a capacidade.
3. Não-discriminação: tratar igualmente o que é igual, e diferentemente o que é
diferente. É um princípio que precisa de um caso concreto. Ele é importante
para evitar tratamento discriminatório especialmente pela atribuição de
benefícios fiscais exclusivamente a residentes e nacionais;
4. Territorialidade: os estados exercem a sua jurisdição fiscal sobre todos os
bens, pessoas e transações conectados com o seu território. Há dois critérios
em Portugal:
a. Existência de estabelecimento estável no território português;
i. Estabelecimento estável: é uma entidade de natureza
económica, não tem personalidade jurídica mas pode ter
personalidade tributária – sujeito que tem direitos e obrigações
de natureza tributária. A personalidade tributária decorre da
jurídica, ainda que seja passiva. CIRC, Art. 5º/1: Considera-se
estabelecimento estável qualquer instalação fixa através da qual
seja exercida uma atividade de natureza comercial, industrial
ou agrícola.

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b. Definição e tipos de rendimentos sujeitos a retenção na fonte a taxas
reduzidas.
5. Residência: o Estado da residência do contribuinte toma em consideração para
efeitos de cálculo da sua dívida fiscal, a totalidade dos seus rendimentos, ainda
que obtidos noutros Estados.
a. CIRS tem vários critérios, mas o principal é critério da permanência,
quando a pessoa singular está presente no estado pelo período mínimo
de 183 dias em qualquer período de 12 meses.
b. CIRC tem dois critérios:
i. Sede;
ii. Direção efetiva: critério eminentemente económico. É um
critério alternativo e que pressupõe a identificação do local. A
autoridade tributária olha para uma série de critérios,
nomeadamente onde se reúnem os corpos dirigentes, onde são
tomadas as decisões.
6. Transparência: visa reduzir ao mínimo as situações de exceção e abolir
concomitantemente, o número de isenções específicas ou casuísticas e a
atribuição de benefícios fiscais a certos contribuintes ou transações em
particular. Esse princípio combate os paraísos fiscais e os regimes fiscais
preferenciais:
a. A configuração do paraíso fiscal exige um dos seguintes fatores:
i. Isenção total de imposto ou taxas nominais;
ii. Ausência de troca de informações e sigilo bancário;
iii. Falta de transparência, especialmente na atribuição de
benefícios fiscais;
iv. Ausência de prática efetiva ou real de atividades.
b. Os regimes fiscais preferenciais tem as seguintes características:
i. Isenção total de imposto ou taxa reduzida;
ii. Aplicação de benefícios fiscais ou regimes fiscais mais
favoráveis exclusivamente a não residentes;
iii. Falta de transparência;
iv. Ausência de troca de informações e sigilo bancário.
7. Reciprocidade: aplicação exclusiva internacional. Quando estados negoceiam
tratados sobre dupla tributação, pretende-se um equilíbrio entre os benefícios e
os custos fiscais alcançados pelos estados envolvidos no processo de
negociação. Pode ser geral [relativa a todo o sistema fiscal] ou específica [trata
apenas de uma categoria de rendimento]. Em relação à hierarquia dos tratados
de dupla tributação, uma corrente afirma que ele está no mesmo nível
hierárquico da CRP, outra afirma que eles possuem valor superior. A profa.
afirma que do ponto de vista do ordenamento jurídico interno, têm de respeitar
o valor supremo, que é a CRP. Sendo estes tratados instrumentos bilaterais
denotam esta reciprocidade – reduzir ou atenuar os impostos. Se um Estado
atenua impostos no seu território, então o outro tem também de transpor para o
seu território essa mesma redução;
8. Simplicidade: determina leis fiscais claras, objetivas e sistematizadas em um
só documento, bem como o combate a elementos burocratizantes e ao
excessivo formalismo. Visa a redução das situações de favorecimento de certo
tipo de contribuintes e se relaciona com o princípio da transparência;
9. Nacionalidade: o Estado da nacionalidade exerce plena jurisdição fiscal sobre
o contribuinte;

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10. Eficiência: Conceito discutível. Relaciona-se ao princípio da neutralidade,
pois, a eficiência no sentido econômico só será alcançada com um sistema
neutral. Em sentido mais amplo, ele abarca os princípios da simplicidade,
reciprocidade, transparência e não-discriminação;
11. Não retroatividade:
a. Perspectiva constitucional: CRP, Art. 103/2. Os impostos são criados
por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes. 3. Ninguém pode ser obrigado a pagar
impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que
tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não
façam nos termos da lei. Há um consenso quanto à impossibilidade de
aplicar retroativamente novos impostos, alterações de bases fiscais ou
taxas. Quanto à retroatividade das disposições relativas ao pagamento
e cobrança de impostos, alguns autores defendem que o princípio pode
ser afastado quando se tratar de disposições que visem aumentar a
eficiência e segurança;
b. Perspectiva do direito civil: sabe-se que um contrato é regido pela
mesma lei a partir da sua lavratura, mesmo que essa lei seja revogada
(prolongamento da lei antiga para o presente);
c. Perspectiva do direito fiscal: LGT, Art. 12/1 - As normas tributárias
aplicam-se aos factos posteriores à sua entrada em vigor, não podendo
ser criados quaisquer impostos retroactivos. 2 - Se o facto tributário for
de formação sucessiva, a lei nova só se aplica ao período decorrido a
partir da sua entrada em vigor. 3 - As normas sobre procedimento e
processo são de aplicação imediata, sem prejuízo das garantias, direitos
e interesses legítimos anteriormente constituídos dos contribuintes. 4 -
Não são abrangidas pelo disposto no número anterior as normas que,
embora integradas no processo de determinação da matéria tributável,
tenham por função o desenvolvimento das normas de incidência
tributária;
i. Quanto aos impostos sobre consumo, o desfasamento temporal
entre os fatos tributáveis e a ocorrência dos seus efeitos não
levanta dúvidas quanto à aplicação do princípio;
ii. Quanto aos impostos sobre o rendimento, ou patrimônio, ou os
impostos “periódicos”, cujos fatos e efeitos se produzem ao
longo do ano civil, qualquer alteração legal neste período pode
causar dúvidas. Por exemplo, se as taxas de IRS [imposto
periódico] mudaram a meio do ano, esta alteração é uma lei
retroativa ou não? Há debates, mas se considera que sim. Pois,
o legislador diz-nos o seguinte: temos a definição do imposto
(feita a 1 de janeiro), pelo que os efeitos começam a produzir-
se no dia 1 de janeiro, indo até 31 de dezembro. Contudo,
temos subitamente uma alteração da lei, vai ter efeitos
retroativos esta alteração da taxa: pelo menos a 1 de junho. Se
de 1 de janeiro até 30 de maio temos uma determinada taxa,
então teremos a alteração a partir de 1 de junho, o efeito dos
impostos periódicos mantém-se até essa data, pelo que só a
partir da dita data é que os rendimentos são tributados sob a
nova taxa. Mas é, ainda assim, duvidoso: alterações a meio de

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um ano fiscal, violam o princípio da não retroatividade (nos
impostos periódicos).
d. Perspectiva do direito penal ou contraordenacional fiscal: aplica-se as
regras do direito penal geral;
e. Perspectiva internacional e da UE: a retroatividade é aceite se prescrita
pela legislação internacional ou da UE, de acordo com o art. 8º da
CRP.

Princípios jurisdicionais fiscais são os que regem o exercício da soberania fiscal do


Estado, são os princípios da territorialidade, residência e nacionalidade.

Madeira e Açores: regime fiscal preferencial (off-shore). Os não residentes não


pagam IRC ou veem-no reduzido. Contudo, para o preenchimento desta categoria (de
off-shore) é necessário que se exerça uma determinada atividade económica (a
contrário, do que acontece com os paraísos fiscais, nos regimes fiscais preferenciais
ou também designados por off-shores, as empresas têm de ser licenciadas, atividades
de natureza produtiva).

Os impostos sobre o rendimento


1. Noções fundamentais:
a. Sujeito passivo [incidência pessoal/subjetiva]: sociedade civil sob
forma comercial e comercial, cooperativa, empresas públicas, pessoas
coletivas de direito público ou privado e pessoas singulares;
i. Entidades irregulares: heranças jacentes, sociedades irregulares,
etc;
ii. Estabelecimento estável: é uma entidade de natureza
económica, não tem personalidade jurídica mas pode ter
personalidade tributária – sujeito que tem direitos e obrigações
de natureza tributária. A personalidade tributária decorre da
jurídica, ainda que seja passiva. CIRC, Art. 5º/1: Considera-se
estabelecimento estável qualquer instalação fixa através da qual
seja exercida uma atividade de natureza comercial, industrial
ou agrícola;
b. Regime de transparência fiscal [incidência material/objetiva]: em razão
das características específicas das sociedades civis não comerciais,
sociedades de profissionais, sociedades de simples administração de
bens, etc., e do fato da prestação de serviço ser essencial, estando o
sócio indissociavelmente ligado à sociedade, pretende-se fazer
coincidir fiscalmente o sócio e a sociedade. Assim, o rendimento da
sociedade é tributado unicamente ao nível do sócio, ignorando-se a
estrutura societária. Ressalta-se que a sociedade ainda mantém
obrigações declarativas e contabilísticas;
c. Atividades ilícitas [incidência material/objetiva]: os impostos sobre o
rendimento incidem sobre todos os rendimentos, mesmo que
provenientes de atividades ilícitas;
d. Base tributável [incidência material/objetiva]:
i. Resumo histórico:
1. Teoria da fonte ou do rendimento-produto: rendimento
é o produto obtido durante certo período através da

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participação na atividade produtiva [não abrange o
rendimento ocasional, nem o ganho e perda de capital];
2. Teoria do acréscimo patrimonial ou teoria do
rendimento acréscimo, teoria do balanço, teoria do cash
flow;
3. Teoria da imputação do rendimento;
4. Teoria do rendimento de mercado.
ii. Portugal adota a teoria do rendimento-acréscimo: sujeita a
imposto as mais-valias ou acréscimos de poderes aquisitivos
obtidos sem esforço ou pelo acaso da sorte. Lucro é a diferença
entre os valores do patrimólio líquido no fim e no início do
período de tributação.
e. Realização [incidência material/objetiva]: são tributáveis apenas os
rendimentos auferidos e o preço efetivamente recebido, excluindo-se
os rendimentos latentes e ainda não recebidos;
i. No caso de trespasse de um estabelecimento comercial, foi
considerado para efeitos tributários apenas o preço
efetivamente recebido pelo trespassante.
f. Diferimento e tributação das mais-valias [incidência material/objetiva]:
i. As mais-valias estão na categoria G e ela foi inserida pelo
legislador com base na teoria do rendimento acréscimo, assim,
esses rendimentos incertos ou aleatórios são objeto de
tributação. Ex.: Temos um determinado bem móvel ou imóvel
que compramos por 100. O imóvel valoriza de 100 para 150,
temos uma valorização, uma mais-valia. Mantemos o imóvel,
seria uma mais-valia latente ou realizada? É latente, não há
movimento jurídico. Esta mais-valia latente transforma-se em
mais-valia realizada aquando da alienação, quando vendemos o
imóvel.
ii. CIRS, art. 10/1. Constituem mais-valias os ganhos obtidos que,
não sendo considerados rendimentos empresariais e
profissionais, de capitais ou prediais, resultem de: a) Alienação
onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afectação de
quaisquer bens do património particular a actividade
empresarial e profissional exercida em nome individual pelo
seu proprietário; b) Alienação onerosa de partes sociais,
incluindo a sua remição e amortização com redução de capital,
e de outros valores mobiliários; c) Alienação onerosa da
propriedade intelectual ou industrial ou de experiência
adquirida no sector comercial, industrial ou científico, quando
o transmitente não seja o seu titular originário; d) Cessão
onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a
contratos relativos a bens imóveis; e) Operações relativas a
instrumentos financeiros derivados, com excepção dos ganhos
previstos na alínea q) do n.º 2 do artigo 5.º
2. Imposto sobre o Rendimento dos sujeitos passivos [IRS]: imposto que incide
sobre o valor anual dos rendimentos dos contribuintes singulares, depois de
efetuadas as correspondentes decuções.

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a. Incidência pessoal/subjetiva: contribuinte individual residente em
território português [princípio da residência]. Caso o contribuinte tenha
residência no estrangeiro, aplica-se o princípio da territorialidade.
b. Incidência material/objetiva: rendimento líquido total é a soma dos
rendimentos específicos do contribuinte após as deduções permitidas
pela sua categoria de rendimento, considerando as deduções à coleta
que é calculada após efetuadas as deduções e aplicação da taxa [técnica
do englobamento].
i. Deduções específicas: na categoria A [trabalho dependente] são
dedutíveis sem limite as contribuições obrigatórias para a
segurança social, na categoria E [rendimentos de capitais] não
há deduções específicas, na categoria F [rendimentos prediais]
são dedutíveis impostos prediais e gastos com o prédio;
ii. Deduções à coleta: diretamente relacionados com a política
social, familiar e cultural. Ex.: Gastos com saúde, educação e
pensão de alimentos;
iii. Resumo do cálculo do IRS: rendimento ilíquido, deduções
específicas de cada categoria (remissão para o CIRC na
categoria B), rendimento líquido de cada categoria, aplicação
da taxa, obtenção da coleta, deduções à coleta e imposto final.
c. Taxas: progressivas a partir de um “mínimo de existência” e afastada
quando há taxas liberatórias ou especiais.
d. Liquidação: autoliquidação, o contribuinte declara os rendimentos que
aufere e realiza o cálculo do imposto a pagar [sistema de self-
assessment];
e. Pagamento: técnica da retenção na fonte, isto é, se atribui a certas
entidades a capacidade de arrecadação de imposto que
subsequentemente será repassado ao Estado;
i. Retenção na fonte provisória é chamada de “pagamento por
conta”.
3. Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas [IRC]: imposto que
incide sobre o lucro das pessoas coletivas que exerçam, a título principal e de
caráter continuado, uma atividade econômica.
a. Incidência pessoal/subjetiva: pessoa coletiva com sede ou direção
efetiva em território português. Ainda assim, aplica-se o princípio da
territorialidade quanto aos rendimentos de estabelecimentos estáveis,
imóveis situados em Portugal e transmissão onerosa de participações
sociais de empresas portuguesas.
i. Isenções: entidades ou atividades que prossigam fins de
interesse público, social ou cultural, sempre que os rendimentos
auferidos se destinem aos fins para que foram criadas e em caso
algum se distribuam, direta ou indiretamente, rendimentos ou
lucros entre os sócios ou associados.
b. Incidência material/objetiva: totalidade dos rendimentos da pessoa
coletiva, inclusive os obtidos no estrangeiro, isto é a dedução ao lucro
tributável dos prejuízos e benefícios fiscais aplicáveis.
i. Rendimento: derivado de operação de qualquer natureza em
consequência de uma ação normal ou ocasional, básica ou
meramente acessória;

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ii. Gastos: todos aqueles comprovadamente indispensáveis para
obter o rendimento sujeito ao IRC. Assim, não são dedutíveis
os gastos não documentados, confidenciais ou ilícitos, juros
superiores à taxa de juro interbancária, etc. Além disso, há
dedução para a depreciação de bens do ativo fixo [ressalta-se
que terrenos e obras de arte não são depreciáveis].
4. Tributação dos lucros: os sistemas fiscais. Trata-se de discutir soluções para o
problema da dupla tributação dos lucros distribuídos.
a. Sistema fiscal é o conjunto de impostos que vigoram no estado. A
análise dos sistemas fiscais em sentido estrito pressupõe as interações
entre diferentes impostos (IRS e IRC neste caso) e entre diferentes
categorias de rendimentos e de regimes.
b. A tributação das empresas [IRC] e dos sócios [IRS] toca em pontos
importantes, como a tributação dos dividendos (CIRS – categoria E,
rendimentos de capitais), das mais-valias (CIRS – categoria G,
rendimentos e incrementos patrimoniais) e dos lucros.
c. Lucro é a diferença de rendimentos e de gastos da pessoa coletiva. Ele
pode ser distribuído, ocorre que nesta situação haverá dupla tributação.
Afinal, em razão de ser uma situação positiva da pessoa coletiva, o
lucro está sujeito ao IRC [taxa de 21%], além disso, os dividendos
[lucro distribuído ao sócio] se enquadram na categoria E, para fins de
IRS [taxa de 28%], a qual não admite deduções específicas. Portanto,
constata-se uma dupla tributação econômica, considerando a tributação
da sociedade e dos sócios, que totaliza a taxa de 49%.
d. Teorias que buscam solucionar essa questão de dupla tributação:
i. Teoria clássica:
1. Afirma que há 2 sujeitos diferentes – sociedade e sócio
– e ambos devem ser tributados. Ocorre que essa teoria
trata apenas da perspectiva jurídica e não resolve a
situação, pois, continuará havendo dupla tributação
econômica quando o lucro for distribuído.
ii. Teorias integrassionistas: elas incluem os rendimentos obtidos
com a tributação das pessoas coletivas na base tributária das
pessoas singulares. Há as teorias da imputação e da isenção,
dentre outras.
1. Problemática da mais-valias: as teorias integrassionistas
buscam eliminar o problema da dupla tributação dos
dividendos, mas não resolvem a dupla tributação
econômica das mais-valias;
2. Há a dupla tributação das mais-valias, quando o lucro
retido na sociedade é valorizado. A valorização é
tributada como mais valia, contudo, o lucro da
sociedade está sujeito ao IRC;
3. Assim, aplicando as teorias integrassionistas, teremos
uma discriminação entre as empresas que retém lucros e
as que distribuem [pois aquelas terão tributação da
mais-valia].
5. Medidas anti-abuso: são correções à matéria coletável que visam combater as
práticas abusivas, de forma a evitar erosão da base tributável.

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a. Portugal possui uma disposição geral anti-abuso [LGT] e disposições
especiais [CIRC];
i. LGT, Art. 38/2 – São ineficazes no âmbito tributário os actos
ou negócios jurídicos essencial ou principalmente dirigidos, por
meios artificiosos ou fraudulentos e com abuso das formas
jurídicas, à redução, eliminação ou diferimento temporal de
impostos que seriam devidos em resultado de factos, actos ou
negócios jurídicos de idêntico fim económico, ou à obtenção de
vantagens fiscais que não seriam alcançadas, total ou
parcialmente, sem utilização desses meios, efectuando-se então
a tributação de acordo com as normas aplicáveis na sua
ausência e não se produzindo as vantagens fiscais referidas.
b. Condutas tributáveis:
i. Ilícitas: crimes e contraordenações previstos no Regime Geral
das Infracções Tributárias [RGIT];
ii. Lícitas: condutas não tipificadas.
1. Planeamento legítimo: utilização de benefícios fiscais;
2. Planeamento abusivo: utilização de prática abusiva;
3. Planeamento agressivo: implica a utilização de vários
comportamentos abusivos.
c. Preços de transferência: visa evitar a manipulação da base tributável,
através do aumento ou diminuição dos preços acordados entre partes
relacionadas entre si, com o fim de redução ou eliminação da carga
fiscal. Assim, as empresas devem praticar preços de mercado. Caso o
contribuinte não pratique preços de mercado, ele será notificado, e
caso não resolva a situação, o Estado procederá com a correção à
matéria coletável, de forma a aumentar o imposto.
i. Sujeito passivo:
1. Critério jurídico: todos sujeitos à imposto;
2. Critério econômico: prima facie, alguns contribuintes
não serão sujeitos passivos em razão de não possuírem
obrigações declarativas essenciais para prova em sede
de preços de transferência;
3. Aplica-se tanto às pessoas singulares quanto coletivas,
bem como às entidades isentas ou sujeitas a regimes
especiais.
ii. Ônus da prova: o contribuinte tem de provar que praticou um
preço de mercado. O contribuinte tem a obrigação de
demonstrar que o método utilizado é o mais razoável e
adequado aos fatos e circunstâncias apresentados. Por outro
lado, a Autoridade Tributária [AT] tem de provar que as
correções foram adequadas, isto é, provar a transação
ficcionada ou presumida bem como os pressupostos do desvio
relativamente à transação efetivamente realizada pelo
contribuinte.
1. LGT, Art. 74/1 - O ónus da prova dos factos
constitutivos dos direitos da administração tributária ou
dos contribuintes recai sobre quem os invoque. [...] 3 -
Em caso de determinação da matéria tributável por
métodos indirectos, compete à administração tributária

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o ónus da prova da verificação dos pressupostos da sua
aplicação, cabendo ao sujeito passivo o ónus da prova
do excesso na respectiva quantificação.
d. Subcapitalização [ou limitação à dedutibilidade de gastos financeiros]:
i. as empresas podem distribuir ou reter os lucros. O
comportamento abusivo combatido ocorre quando uma
empresa produtiva decide que, a fim de não pagar impostos, irá
contrair dívidas para se endividar intencionalmente, assim, gera
poucos lucros, pagando poucos impostos. O excessivo
endividamento leva a empresa ao prejuízo e a isenta de IRC.
ii. Equaty financing: método de levantamento de capital pela
venda das ações da companhia ao público, investidores
institucionais ou instituições financeiras. É o financiamento da
empresa através da retenção dos lucros.
iii. Medida antiabuso: as empresas só podem contrair empréstimos
até um determinado montante. É estabelecido uma base
porcentual e EBITDA [Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization] limitadora, conforme o art. 67
do CIRC.
iv. CIRC, art. 67/1. Os gastos de financiamento líquidos
concorrem para a determinação do lucro tributável até ao maior
dos seguintes limites: a) € 1 000 000; ou b) 30% do resultado
antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento
líquidos e impostos.
e. Imputação dos lucros: a prática abusiva combatida é a da pessoa
coletiva que regista a sede em “paraíso fiscal” ou regime preferencial a
fim de não pagar impostos. A medida anti-abuso é imputar os lucros da
pessoa coletiva aos sócios residentes nos países de tributação regular.
i. Regime preferencial: regimes de baixa tributação [inferior a
60% da nossa tributação]. Há dois critérios para a sua
identificação: I – Material: quando a taxa efetiva é nula ou
reduzida; II – Formal: portaria que define os “paraísos fiscais”.
6. O sistema de segurança social: considerações fiscais
a. A segurança social visa, através de fontes de financiamento
[trabalhadores + empregadores + transferência do orçamento do
Estado], o pagamento de pensões e despesas de saúde;
b. Três pilares da segurança social:
i. Primeiro pilar: é obrigatório e é o sistema público, ele garante a
todos os cidadãos o direito a uma pensão, independentemente
da forma como estes contribuíram para o sistema
[universalidade].
1. Há dois regimes, o regime geral ou contributivo e o
regime não contributivo;
2. Quanto ao regime fiscal dos trabalhadores dependentes:
a. Os trabalhadores residentes ou não estão sujeitos
ao IRS – sendo que as contribuições obrigatórias
à segurança social não são dedutíveis para os
não residentes;
b. Os residentes têm o direito de dedução das
contribuições obrigatórias ao rendimento bruto

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para fins de IRS, visto que a tributação é
diferida para o momento em que os valores
forem pagos em forma de pensões;
c. Quanto à base tributária [incidência material], o
IRS incide sobre toda a remuneração do
trabalho, seja verba regular ou não, por outro
lado, a base de incidência contributiva considera
apenas as verbas periódicas e certas. Código
contributivo, art. 46/5 - Constituem base de
incidência contributiva [...] todas as que sejam
atribuídas ao trabalhador, com caráter de
regularidade, em dinheiro ou em espécie, direta
ou indiretamente como contrapartida da
prestação do trabalho.
ii. Segundo pilar: é facultativo e é o regime complementar de
segurança social criados pelo empregador para os seus
trabalhadores;
iii. Terceiro pilar: é facultativo, são os planos de pensões abertos e
compreende os Planos de Poupança Reforma [PPR].
c. Naturaza das contribuições obrigatórias para a segurança social:
i. Natureza jurídica de impostos, pelos motivos:
1. Não há mais um verdadeiro orçamento autônomo e boa
parte do dinheiro vem de outras rubricas orçamentais, o
que é a tendência para o futuro;
2. Aplica-se regras novas às prestações atuais dos
beneficiários, inclusive novas eventualidades, o que não
era considerado durante a carreira contributiva;
3. A correspetividade cronológica falha pois as
contribuições de hoje não são o penhor do benefício do
amanhã.
ii. Carga fiscal global [taxa] de 34,75% dividida entre o
empregador [23,75%] e o trabalhador [11%];
1. Ressalta-se que o montante pago pelo trabalhador é
objeto de dedução específica em sede de IRS e o
montante pago pelo empregador é utilizado em conjunto
com os outros gastos para aferir a situação de lucro ou
prejuízo, isto é, o gasto é dedutivo em sede de IRC.
iii. Estão sujeitos ao pagamento de contribuições obrigatórias
[sujeito passivo] todos os que deem emprego ou que prestem
trabalho;
iv. Pagamento: O empregador realiza o repasse para o Estado da
sua contribuição obrigatória [23,75%] e da contribuição
obrigatória do trabalhador [11%], a qual é retida na fonte;
d. Quanto ao trabalhador independente, o Código Contributivo determina,
a aplicação de uma base de incidência contributiva real, não obstante a
conversão aritmética do rendimento do contribuinte em remuneração
convencional. A base de incidência contributiva é uma percentagem do
rendimento relevante do trabalhador independente, obtido no ano civil
anterior, e imputado proporcionalmente ao respectivo mês. A taxa

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geral garante o pagamento da reforma. Se o trabalhador pretende a
cobertura de outras eventualidades, deverá optar por outras taxas.

Impostos sobre o consumo


1. Impostos aduaneiros:
a. Dentro do território aduaneiro da União Europeia [UE] temos
circulação de mercadorias livre de impostos aduaneiros;
b. Código Aduaneiro da União Europeia [CAU]:
i. Jurisdição sobre o território político dos estados-membros, com
algumas exceções;
ii. Mercadorias:
1. Da União: obtidas no território aduaneiro, importadas
em livre prática [é a atribuição do estatuto comunitário
às mercadorias não comunitárias, corresponte ao
conceito de importação], obtidas no território a partir de
outras mercadorias da União;
2. Não-UE: conceito por exclusão.
iii. Direitos de importação/exportação são os direitos aduaneiros
devidos aquando da importação/exportação de mercadorias;
iv. Classificação pautal: a União Europeia adota uma Pauta
Aduaneira Comum, o que permite o tratamento unificado das
trocas com países terceiros. A fixação dos direitos autônomos e
convencionais aplicáveis às importações e exportações é feita
de acordo com a classificação dos vários tipos de mercadorias
nos códigos numéricos [códigos pautais] da chamada
Nomemclatura Combinada, que inclui oito dígitos [ainda há
mais dois acrescentados pela Comissão a Pauta Integrada das
Comunidades Europeias – TARIC];
v. Origem das mercadorias é relevante para a classificação pautal;
vi. Valor aduaneiro: [art. 69 a 76 do CAU] via de regra,
corresponde ao valor transacional da mercadoria, isto é, o preço
efetivamente pago ou a pagar pelas mesmas, quando são
vendidas para exportação com destino ao território aduaneiro
da União. Deve incluir todos os gastos com a mercadoria,
inclusive o IVA e possível IEC [?];
vii. Destinos aduaneiros: as mercadorias com destino ao território
aduaneiro da Unão devem ser cobertas por uma declaração
sumária de entrada.
viii. Operador econômico: pessoas singulares ou coletivas
registrada. CAU, art. 9/1 Os operadores económicos
estabelecidos no território aduaneiro da União devem registar-
se junto das autoridades aduaneiras responsáveis pelo lugar
onde estão estabelecidos;
1. Operador econômico autorizado é o operador
econômico com privilégios.
c. Incidência pessoal/subjetiva: operador econômico;
d. Incidência material/objetiva: se relaciona com a classificação pautal,
são mercadorias importadas e algumas exportadas que o Estado deseja
desencorajar a exportação, por exemplo o ouro, obras-primas, algumas
moedas, etc.

12
e. Taxas: há três tipos:
i. Taxas ad valoram: incidem sobre o valor da mercadoria;
ii. Taxas específicas: incidem sobre a quantidade de mercadoria,
assim, quando a quantidade aumenta, aumenta a taxa;
iii. Taxas mistas.
f. Liquidação: oficiosa.
2. Impostos Especiais de Consumo [IECs]: são impostos comunitários que visam
influenciar o comportamento dos contribuintes, nomeadamente a redução do
consumo e a utilização mais eficiente dos recursos naturais.
a. Incidência pessoal/subjetiva: operador econômico.
i. Depositário autorizado: Conceito em sala – Pessoa singular ou
coletiva que está registrada perante as autoridades aduaneiras e
que de fato movimenta mercadorias ou as armazena, ele
adquire as mercadorias e as deposita nos entrepostos fiscais
antes de ocorrer a introdução no consumo. Conceito no livro –
Pessoa singular ou coletiva autorizada pelas entidades
competentes de um Estado-membro a, no exercício da sua
profissão, produzir, transformar, deter, receber e expedir, num
entreposto fiscal, produtos sujeitos ao imposto especial de
consumo em regime de suspensão do imposto;
1. O depositário autorizado deve prestar uma garantia, no
caso dos entrepostos fiscais, destinada a cobrir os riscos
inerentes à introdução no consumo de produtos no
estado de poderem ser utilizados como produtos sujeitos
a IEC;
2. Também deve manter atualizada, no entreposto fiscal,
uma contabilidade das existências em sistema de
inventário permanente, com indicação da sua
proveniência, destino e os elementos relevantes para o
cálculo do imposto.
ii. Entreposto fiscal: todo e qualquer local onde sejam produzidas,
transformadas, detidas, recebidas ou expedidas pelo depositário
autorizado, no exercício da sua profissão, em regime de
suspensão do IEC, mercadorias sujeitas ao referido imposto,
sob certas condições fixadas pelas autoridades competentes do
Estado-membro em que se situa esse entreposto fiscal;
iii. Regime de suspensão: CIEC, art. 21/2 – o regime fiscal
aplicável à produção, transformação, detenção e circulação dos
produtos sujeitos a impostos especiais de consumo não
abrangidos por um procedimento ou regime aduaneiro
suspensivo, em que é suspensa a cobrança dos referidos
impostos;
iv. Destinatário registrado: pesosa singular ou coletiva autorizada
pela autoridade aduaneira a receber, não podendo deter nem
expedir, produtos sujeitos a impostos especiais de consumo que
circulem em regime de suspensão do imposto;
v. Expedidor registrado: CIEC, art. 31/1 – [...] pessoa singular ou
coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, no exercício da
sua profissão e nas condições estabelecidas no presente Código,
a expedir produtos sujeitos a impostos especiais de consumo

13
em regime de suspensão do imposto, do local da sua
importação e na sequência da introdução em livre prática [...];
b. Incidência material/objetiva: produtos [não incide sobre serviços].
i. Em nível comunitário, determina-se que os IECs incidam sobre
produtos energéticos e eletricidade, álcool e bebidas alcoólicas
e tabacos manufaturados;
ii. Em nível português, acrescenta-se a tributação de sacos
plásticos e bebidas açucaradas;
iii. A aplicação dos IECs não exclui a aplicação do IVA, sendo que
o IVA é calculado sobre o valor do produto, o que inclui o IEC;
iv. Exigibilidade: introdução no consumo, isto é, quando a
mercadoria sai do entreposto fiscal. CIEC, art. 8/1 – O imposto
é exigível em território nacional no momento da introdução no
consumo dos produtos referidos no artigo 5.º ou da constatação
de perdas que devam ser tributadas em conformidade com o
presente Código;
1. Ressalta-se que a detenção com vista à entrega ou
afetação às necessidades de um operador que exerça de
forma independente uma atividade econômica ou às
necessidades de uma entidade de direito público que
tenha lugar num Estado-membro que não seja o da
introdução do consumo, dará lugar à exigibilidade do
IEC nesse Estado-membro.
v. Os produtos que circulem em regime de suspensão deverão ser
acompanhados pelo documento administrativo eletrônico,
podendo ser dispensado no caso de produtos que circulem
exclusivamente em território nacional.
vi.
c. Taxas: é a que estiver em vigor na data da exigibilidade, pode ser ad
valorem, específica ou mista.
d. Liquidação: oficiosa. O operador econômico envia uma declaração à
autoridade aduaneira na qual consta qual a mercadoria e o preço. A
liquidação é realizada pela autoridade aduaneira e comunicada por
simples via postal, devendo enviar até o dia 20 de cada mês o
documento único de cobrança referente às introduções no consumo
verificadas no mês anterior [art. 11/1, CIEC].
e. Pagamento:
i. O IEC é pago a cabeça pelo operador econômico, seja o
depositário autorizado ou o que introduz a mercadoria no
consumo.
ii. A tributação é realizada no Estado-membro em que o produto
foi adquirido ou consumido pelo particular para fins pessoais e
transportado pelo próprio;
f. Isenções: há isenções para relações diplomáticas, organismos
internacionais, forças de membros da OTAN, etc.
3. Imposto sobre o Valor Acrescentado [IVA]: incide sobre cada operação
realizada e é calculado sobre o preço do bem ou serviço à taxa aplicável ao
referido bem ou serviço, inclusive os impostos que já incidiram sobre o
respectivo objeto.
a. Breve perspectiva histórica:

14
i. Impostos monofásicos: incidem sobre uma única fase do
processo de produção/distribuição dos bens. São de fácil
administração, mas estimulam a fraude fiscal por incremento de
transações em circuito paralelo. Estimula a não-faturação.
ii. Impostos cumulativos: incidem sobre todas as fases do
processo de produção/distribuição dos bens, operando em cada
uma delas sobre o valor pleno da transação. Os operadores
passaram a minorar os seus efeitos por meio da integração de
circuitos;
iii. O IVA, imposto comunitário, pressupõe a sua aplicação nos
Estados-membros. A sua estrutura fundamental é comum, mas
as taxas e isenções não estão harmonizadas;
b. Incidência pessoal/subjetiva: operador econômico, qualquer pessoa que
exerça de modo independente e em qualquer lugar uma atividade
econômica [requer habitualidade], seja qual for o fim ou o resultado
dessa atividade.
i. O IVA é devido pelas pessoas registradas para efeito de IVA no
Estado-membro em que o imposto é exigido; pelos sujeitos
passivos destinatários de serviços, nos termos previstos na
Diretiva; pelas pessoas que efetuem aquisições
intracomunitárias de bens tributáveis e ainda por todas as
pessoas que mencionem o imposto numa fatura;
ii. Ressalta-se também são tributadas as operações ocasionais ou
isoladas relacionadas com atividades econômicas;
iii. CIVA, art. 2/1 - São sujeitos passivos do imposto: a) As
pessoas singulares ou colectivas que, de um modo
independente e com carácter de habitualidade, exerçam
actividades de produção, comércio ou prestação de serviços,
incluindo as actividades extractivas, agrícolas e as das
profissões livres, e, bem assim, as que, do mesmo modo
independente, pratiquem uma só operação tributável, desde que
essa operação seja conexa com o exercício das referidas
actividades, onde quer que este ocorra, ou quando,
independentemente dessa conexão, tal operação preencha os
pressupostos de incidência real do imposto sobre o rendimento
das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o rendimento
das pessoas colectivas (IRC);
iv. Entidades públicas que realizem atividade econômica lucrativa
estão sujeitos ao IVA;
v. Há dois tipos de contribuintes:
1. Contribuinte direto: operador econômico. Ele recebe o
imposto e entrega ao estado;
2. Contribuinde de fato: consumidor. É quem paga o preço
sobre o qual recai o IVA.
vi. Obrigações fiscais: há obrigações declaratórias e de registro;
vii. Jurisprudência:
1. Quem apenas detém obrigação e frui de seus
rendimentos não é sujeito passivo de IVA;

15
2. Mesmo as primeiras despesas de investimentos
efetuadas para a formação de uma empresa podem ser
consideradas atividades econômicas;
3. Parques de estacionamento nas vias públicas e os
parcómetros juntos aos estacionamentos utilizados pela
câmara municipal não estão sujeitos ao IVA, pois o
organismo público está no exercício de funções na
qualidade de autoridade pública.
c. Incidência material/objetiva: transmissão na qualidade de proprietário
de um bem tangível a título oneroso, bem como a prestação de
serviços, que são as operações efectuadas a título oneroso que não
constituem transmissões, aquisições intracomunitárias ou importações
de bens
i. Preço: A base de incidência material é o preço. O preço é a
contraprestação. Pressupõe-se a transmissão onerosa. O preço
tem de cobrir os custos de produção e o ganho do operador
econômico [margem de lucro]. Além disso, os impostos que
tenham recaído sobre determinado produto são componentes do
preço e sujeitos a IVA [jurisprudência]. Assim, considera-se no
preço todos os impostos anteriores que tenham incidido sobre o
produto, exceto o próprio IVA.
ii. Exigibilidade do imposto:
1. Ocorre no momento da transmissibilidade ou colocação
à disposição dos bens ou da prestação dos serviços, bem
como no momento da emissão da fatura. Na ausência da
fatura, o prazo para pagamento do imposto se inicia
após a transmissão/prestação.
2. CIVA, art. 7/1 - Sem prejuízo do disposto nos números
seguintes, o imposto é devido e torna-se exigível: a)
Nas transmissões de bens, no momento em que os bens
são postos à disposição do adquirente; b) Nas
prestações de serviços, no momento da sua realização;
3. CIVA, art. 8/1 - Não obstante o disposto no artigo
anterior e sem prejuízo do previsto no artigo 2.º do
regime do IVA de caixa, sempre que a transmissão de
bens ou a prestação de serviços dê lugar à obrigação de
emitir uma fatura nos termos do artigo 29.º, o imposto
torna-se exigível: a) Se o prazo previsto para a emissão
da fatura for respeitado, no momento da sua emissão.
iii. Isenções:
1. Isenções tem por fundamento o interesse geral ou
interesses específicos, mas sempre visam o interesse
público;
2. Normas anti-abuso e penais prevalecem sobre as
isenções;
3. As isenções são subordinadas ao princípio da
prevalência da substância sobre a forma e o princípio da
transparência;
4. Previstas nos arts. 9 a 15 do CIVA e art. 132 e ss. da
Directiva 2006/112/CE;

16
5. Isenção de IVA para exportações;
a. CIVA, art. 14/1 - Estão isentas do imposto: a)
As transmissões de bens expedidos ou
transportados para fora da Comunidade pelo
vendedor ou por um terceiro por conta deste;
iv. Deduções: o direito à dedução surge no momento em que o
imposto dedutível se torna exigível.
1. Localização das operações tributárias: regra geral,
aplica-se o princípio do consumo, ou seja, a tributação é
feita no local [país ou território] do consumo do bem ou
prestação do serviço.
v. Jurisprudência:
1. Locação de autocaravanas [trailers] pode ser
considerada atividade econômica;
2. A compra e venda de ações e outros títulos no âmbito
da gestão dos bens de um trust de beneficência não são
consideradas atividade econômica;
3. Restaurantes que vendem pratos para serem consumidos
no local realizão prestação de serviços, não entrega de
bens;
4. Tocar música em via pública não constitui prestação de
serviço a título oneroso e não é sujeita a IVA;
5. No caso de um produto entregue pelo fornecedor em
troca da prestação de um serviço, o valor tributável será
equivalente ao preço pago pelo fornecedor para obter o
produto;
6. O valor tributável de uma máquina de jogos a dinheiro
[prestação de serviços] será o que efetivamente o
explorador do serviço obter, isto é, desconta-se os
valores pagos a prêmio;
7. Para um operador econômico que difere o pagamento
do preço até a entrega, mediante o pagamento de juros,
os juros serão considerados no valor tributável;
8. Os valores retidos pelo operador de cartão de crédito
devem ser incluídos no valor tributável;
9. Na venda de um vale-presente, o IVA incidirá sobre o
valor pago pela compra do vale, não sobre o valor
nominal dele;
10. Advogado sediado em país que lhe garante isenção não
tem direito a requerer o reembolso do IVA pago pela
prestação de serviço em país no qual não goza da
isenção;
11. São tributáveis as operações de alojamento por curta
duração de pessoas que não sejam familiares ou amigos;
12. Já caiu na prova: Acórdão do tribunal de justiça de 22
de junho de 1993 [processo C-333/91] uma empresa
que não é sujeito passivo do IVA quanto ao conjunto
das suas operações pode deduzir do montante do
imposto de que é devedora o montante do imposto que
pagou, no limite do pro rata que resulta duma fração

17
que inclui no denominador o montante total do volume
de negócios relativo às operações que conferem direito
a dedução e às que não conferem esse direito. Os
dividendos de ações devem ser excluídos do referido
denominador. Isto é, devemos dividir o volume dos
negócios que a empresa precisa pagar imposto pelo
volume de negócios em que ela deduz o IVA. O
resultado dessa divisão é o valor limite para a dedução;
13. Via de regra o direito à dedução é provado com a
apresentação da fatura original, contudo, pode-se
admitir outros meios de prova que demonstrem a
existência da transação;
14. Uma nota de crédito emitida pelo destinatário dos bens
e dos serviços pode fazer prova da transação que gera
direito à dedução.
d. Taxas: proporcionais aplicáveis quando o imposto se torna exigível.
i. Taxa normal: 23%;
ii. Taxa intermediária: 13%;
iii. Taxa reduzida: 6%.
e. Liquidação: autoliquidação.
i. O operador econômico vende o produto ou serviço, o
consumidor adquire o produto/serviço. O operador econômico
emite uma fatura. O operador econômico está obrigado a emitir
fatura por cada venda de bem ou prestação de serviço. A fatura
obedece a alguns requisitos: I – Identificação do operador
econômico; II – Identificação do produto vendido ou seviço
prestado; III – Identificação das taxas.
ii. O operador econômico emite a fatura, liquida o IVA, o
consumidor paga o imposto e o operador econômico repassa o
dinheiro ao Estado;
iii. O operador econômico tanto recebe o IVA pelas suas vendas
quanto paga IVA pelas suas aquisições.
iv. O operador econômico tem que separar as faturas de suas
vendas e suas aquisições. Assim, o IVA final será calculado a
partir do IVA que receber os consumidores, menos o IVA que
paga com suas aquisições. Pode resultar num reembolso ou no
pagamento do imposto.
v. Essa autoliquidação segue um método chamado de dedutivo ou
método das faturas.
f. Regimes especiais: Dentre eles, destaca-se o regime de isenção a
sujeito passivo cujos rendimentos forem iguais ou inferiores a 10.000 €
em um exercício fiscal [um ano]. Crítica-se esse limite pois ele é
reduzido demais para as empresas e dificulta a competitividade das
pequenas empresas.
g. Ressalta-se que o princípio da neutralidade visa proibir a dupla
tributação em sede de IVA.

Impostos sobre o patrimônio


1. Introdução:
a. Remontam o século XIV;

18
b. Ao nível de incidência material aparece como pilar principal a terra;
2. Noção de patrimônio:
a. Patrimônio fiscalmente relevante: toda a manifestação de riqueza
exteriorizada quer pela propriedade, quer pelo uso e fruição de certos
bens, imóveis ou móveis sujeitos a registro, bem como pelos atos de
aquisição onerosa ou gratuita daqueles bens que se encontram
igualmente sujeitos a tributação em sede própria;
i. Exclui-se do conceito os bens de domínio público ou
insuscetíveis de apropriação individual.
3. Noção de valor patrimonial tributário:
a. Impostos:
i. Estáticos: relativos à posse e titularidade;
ii. Dinâmicos: relativos à transmissão.
b. No âmbito do Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI], um dos
critérios para o cálculo do valor patrimonial tributário são os seguintes
fatores [CIMI, art. 38]:
i. Valor base dos prédios edificados;
ii. Área;
iii. Critério da afetação ou utilização;
iv. Localização;
v. Qualidade e conforto;
vi. Vetustez [velhice].
c. No âmbito do Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de
imóveis [IMT], o valor patrimonial tributário resulta do valor do ato ou
contrato, se insuficiente, utiliza-se o critério do IMI;
d. Crítica: essa fórmula não realça os fatores do estado de conservação e
a especial determinação do coeficiente de vetustez no caso de
realização de obras de beneficiação.
4. A reforma fiscal buscou o aumento da receita fiscal com a progressiva
atualização dos valores matriciais; combate à fraude com o cruzamento de
informações entre IRC, IMI e IMT; combate ao planeamento fiscal abusivo,
com a tributação mais pesada de imóveis em “paraísos fiscais” e a utilização
de presunções em IMI e IMT. Eliminou o imposto sucessório, agora as
transmissões gratuitas estão reguladas no Código do Imposto de Selo [IS] e
CIRC;
5. Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI]:
a. Incidência pessoal/subjetiva: pessoas singulares e coletivas, seja o
proprietário, arrendatário, possuidor e os que estão em situação de
domínio ou controle;
i. Via de regra, incide sobre o proprietário do imóvel. Caso o
imóvel tenha usufruto sobre si, o responsável pelo pagamento
do IMI será o usufrutuário. Ele responde em primeira linha. Só
se ele não for encontrado ou não pagar é que será chamado o
proprietário.
b. Incidência material/objetiva: patrimônio bruto do contribuinte numa
base anual;
c. Liquidação: oficiosa.
6. Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de imóveis [IMT]:

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a. Incidência pessoal/subjetiva: pessoas singulares e coletivas, seja o
proprietário, arrendatário, possuidor e os que estão em situação de
domínio ou controle;
b. Incidência material/objetiva: transmissões a título oneroso do direito
de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens
imóveis situados no território nacional. Exemplos de objetos de
transmissões que ensejam o imposto:
i. Prédios;
ii. Usufruto;
iii. Servidão;
iv. Superfície;
v. Dação de bens imóveis em pagamento;
vi. Quinhão hereditário que contenha bem imóvel;
vii. Permutas de bens imóveis [pela diferença de valores];
viii. Direito a determinadas águas;
ix. Entrada de sócio com bem imóvel para constituir o capital
social;
x. Benfeitorias;
xi. Acessão e expropriação por utilidade pública;
xii. Arrendamento com cláusula de aquisição da propriedade ou
longo prazo [>30 anos];
xiii. Compra de ação de sociedade que tenha imóvel titulado na
participação social;
xiv. Outorga de procuração que confira poderes de alienação de
imóvel ou de partes sociais.
c. Liquidação: autoliquidação.
7. Imposto de Selo [IS]:
a. Incidência pessoal/subjetiva: pessoas singulares e coletivas, seja o
proprietário, arrendatário, possuidor e os que estão em situação de
domínio ou controle. O IS é aplicável às pessoas singulares, à exceção
de cônjuges, descendentes e ascentendes, a uma taxa proporcional de
10%. Quando for pessoa coletiva, se aplica o IRC.
b. Incidência material/objetiva: CIS, art. 1/1 – [...] todos os atos,
contratos, documentos, títulos, papéis e outros factos ou situações
jurídicas previstos na Tabela Geral, incluindo as transmissões gratuitas
de bens. 2 – Não são sujeitas a imposto as operações sujeitas a imposto
sobre o valor acrescentado e dele não isentas. transmissões gratuitas de
bens móveis e imóveis. Exemplos de atos e transmissões imobiliárias
onerosos:
i. Arrendamento e subarrendamento;
ii. Trespasse;
iii. Licitação de bem imóvel;
iv. Exploração de recurso geológico do estado;
v. Garantias [ex, hipotecas];
vi. Licenças [ex, estabelecimentos comerciais];
vii. Atos notariais [ex, escrituras, procurações e
substabelecimentos];
viii. Publicidade [ex, cartazes, catálogos e reclamos].
c. Liquidação: oficiosa e autoliquidação.

20
i. No âmbito das transmissões gratuitas a liquidação é oficiosa,
pois compete aos serviços centrais das finanças essa liquidação,
nos termos do artigo 25º do CIS, nomeadamente à figura do
chefe das finanças, prevista no artigo 33º do CIS. Já nos termos
do artigo 28º do mesmo diploma legal, não deixa de haver uma
obrigação declarativa – liquidação oficiosa.
ii. Relativamente à liquidação do imposto sobre atos e contratos
ocorre a autoliquidação, pois as instituições financeiras, e
maioritariamente os notários, substituem-se à AT, nos termos
do artigo 23º/1 do CIS.
8. Jurisprudência:
a. Conceito de prédio: usualmente os prédios são classificados em
urbanos, rústicos e mistos. Recurso 317/12 de 27/11/12: “a mera não
afetação ou não destinação normal de um prédio rústico, situado fora
de aglomerado urbano, a uma utilização geradora de rendimentos
agrícolas não basta, por si só, para desclassificar o prédio como rústico
e classificá-lo como urbano [...]”;
b. Conceito de valor patrimonial tributário relativo aos prédios urbanos:
recurso 763/15 de 27/4/16: “o dever legal de fundamentação deve
responder às necessidades de esclarecimento do destinatário,
informando-o do itinerário cognoscitivo e valorativo do respectivo ato
e permitindo-lhe conhecer as razões, de facto e de direito que
determinaram sua prática”.

Benefícios fiscais
1. Introdução:
a. Os princípios da neutralidade, simplicidade e transparência fiscal
impõem a eliminação ou redução progressiva de incentivos ou
benefícios fiscais;
i. Princípio da neutralidade exige uma base tributária geral;
ii. Princípio da simplicidade e o princípio da transparência exigem
o fim das situações de exceção que tornem o sistema mais
complexo.
b. Há incentivos especiais e excepcionais para as atividades industriais ou
de investigação e desenvolvimento e em áreas de interesse público
relevante ou social.
2. Os benefícios fiscais: definições
a. Sendo os benefícios excepcionais, eles não devem ser atribuídos
arbitrariamente e sem um controle rigoroso da despesa ou receita
fiscal;
i. CRP, art. 106/3. A proposta de Orçamento é acompanhada de
relatórios sobre: [...] g) Os benefícios fiscais e a estimativa da
receita cessante.
b. Há um Estatuto dos Benefícios Fiscais [EBF], mas também há
benefícios fiscais atribuídos de modo avulso [ex.: contratos fiscais,
depreciações e amortizações aceleradas e regimes especiais de dedução
de gastos ou prejuízos fiscais] ou inseridos em diplomas fiscais
especiais [ex.: investigação e desenvolvimento, investimento, etc.];
c. Classificações:
i. Quanto à aplicação:

21
1. Automáticos: resultam diretamente da lei;
2. Dependentes de reconhecimento: pressupõem um ou
mais atos posteriores de reconhecimento. Somente após
o ato administrativo é que o benefício fiscal será devido
[efeito ex nunc].
ii. Quanto ao critério de aplicação:
1. Objetivos: respeitantes ao rendimento;
2. Subjetivos: consideram a qualidade do sujeito passivo.
iii. Quanto à região:
1. Nacional;
2. Regional;
3. Local.
d. Formas:
i. Isenção: pode ser classificada:
1. Quanto ao critério de aplicação:
a. Objetiva: em função do rendimento;
b. Subjetiva: em função do contribuinte.
2. Quanto ao efeito:
a. Total: incide sobre a totalidade do rendimento;
b. Parcial: incide sobre apenas parte do
rendimento.
ii. Redução de taxa, ex.: rendimentos prediais;
iii. Dedução à matéria coletável;
iv. Dedução à coleta [crédito de imposto].
3. A ‘causa social’ e o papel das entidades não lucrativas
a. As Organizações Não-Governamentais [ONGs]
i. Os seus benefícios fiscais são de tipo subjetivo;
ii. Estas associações são isentas de imposto, mas não são isentas
de fiscalização;
iii. Elas devem ter contabilidade organizada e devem fazer
algumas declarações;
iv. A isenção não dispensa as obrigações contabilísticas e
declarativas.
v. As ONGs podem ser forma jurídica de associação, fundação ou
cooperativas.
b. I&D [Investigação e Desenvolvimento] – Regime fiscal
i. Isenção do IRS na atribuição de bolsas;
ii. Empresas: o CIRC estabelece regimes de maior redutibilidade
de gastos com a redução à coleta;
iii. Desde o tempo da ditadura esses benefícios fiscais existem;
iv. Reduções de gastos relativos a determinados equipamentos.
Majora-se os gastos para um valor superior ao gasto efetivo.
Isso causa a redução à coleta;
v. Exemplo: a dedução de despesas de educação e formação
profissional [dedução à coleta] do sujeito passivo e dos seus
dependentes em sede de IRS [CIRS, art. 78, nº. 1, c].
c. Benefícios fiscais especiais para as zonas francas da Madeira e da ilha
de Santa Maria:
i. EBF, art. 33/ 5 - São isentos de IRS ou de IRC: a) Os
rendimentos resultantes da concessão ou cedência temporária,

22
por entidades não residentes em território português,
exceptuados os estabelecimentos estáveis aí situados e fora das
zonas francas, de patentes de invenção, licenças de exploração,
modelos de utilidade, desenhos e modelos industriais, marcas,
nomes e insígnias de estabelecimentos, processos de fabrico ou
conservação de produtos e direitos análogos, bem como os
derivados da assistência técnica e da prestação de informações
relativas a uma dada experiência no sector industrial, comercial
ou científico, desde que respeitantes a actividade desenvolvida
pelas empresas no âmbito da zona franca;
d. Benefícios fiscais contratuais:
i. Benefícios fiscais concedidos por meio de contrato celebrado
entre o governo português e uma entidade que pretenda
desenvolver um programa de investimento.
e. Código Fiscal do Investimento: busca-se racionalizar a concessão de
benefícios fiscais contratuais em prol de projetos de investimento
produtivo e projetos de internacionalização relevantes;
f. Incentivos e benefícios fiscais ao patrimônio cultural:
i. EBF, art. 44/ 1 - Estão isentos de imposto municipal sobre
imóveis: [...] n) Os prédios classificados como monumentos
nacionais e os prédios individualmente classificados como de
interesse público ou de interesse municipal, nos termos da
legislação aplicável.
g. Benefícios fiscais relativos à proteção do ambiente:
i. EBF, art. 44-A/ 1 - Ficam sujeitos a uma redução de 50% da
taxa de imposto municipal sobre imóveis os prédios previstos
na alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Código do Imposto
Municipal sobre Imóveis que sejam exclusivamente afetos à
produção de energia a partir de fontes renováveis.

O direito fiscal internacional


1. Introdução
a. Primeira convenção sobre dupla tributação firmada entre Portugal e
Reino Unido [1968];
b. Adesão à European Free Trade Association [EFTA] e aumento no
número de convenções [1968-1974];
c. Instabilidade econômica e estagnação [1974-1986];
d. Adesão à Comunidade Econômica Europeia [1986] e o aumento no
número de convenções.
2. As convenções de dupla tributação:
a. Objetivos:
i. Evitar a dupla tributação:
1. A dupla, ou múltipla, tributação jurídica internacional
ocorre quando o rendimento de um contribuinte é
sujeito a imposto em duas ou mais jurisdições fiscais;
2. A dupla, ou múltipla, tributação econômica
internacional ocorre quando apenas o mesmo
rendimento é tributado em mais que um Estado.
ii. Evitar a fraude e a evasão fiscal.

23
b. A aplicação do princípio da residência por um Estado sujeitará a
imposto todos os rendimentos do contribuinte residente, inclusive os
rendimentos auferidos em outro Estado e que já foram nele tributados,
por força do princípio da territorialidade;
c. Principais métodos para combater a dupla tributação:
i. Método de crédito: [redução à coleta] permite que todos os
impostos pagos no Estado de proveniência dos rendimentos
sejam creditados contra impostos a pagar no Estado onde reside
o contribuinte;
ii. Método de isenção: isenta de tributação interna os rendimentos
com proveniência num outro Estado;
iii. Método da dedução [menos importante]: impostos pagos no
estrangeiro são aceites como despesas ou gastos fiscais pelo
país de residência.
d. Método para combater a fraude e a evasão fiscal: cooperação entre os
países com a troca de informações fiscais:
i. Princípio da transparência: impõe a troca efetiva de
informações fiscais e a ausência ou abolição do segredo
bancário;
ii. Princípio da proporcionalidade: protege o contribuinte por
impedir comportamentos abusivos por parte das administrações
fiscais, nomeadamente a utilização de fishing expeditions, a
violação do princípio da colaboração, ou preterição de
formalidades legais essenciais na obtenção de informações
fiscais.
e. Interpretação destes tratados deve considerar:
i. Os princípios interpretativos presentes na Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados (1969):
1. Art. 31 (regra geral de interpretação);
2. Art. 32 (meios complementares de interpretação);
3. Art. 33 (interpretação de tratados autenticados em duas
ou mais línguas);
ii. Os princípios presentes na Convenção Modelo da OCDE:
1. Princípio de que a legislação interna só é aplicável a um
nível secundário quando o termo a ser interpretado não
estiver definido na convenção e considerando que ela
não vede a sua utilização, nos termos do [art. 3, (2),
convenção].
iii. Princípio da boa-fé, o qual é aplicado mesmo ao nível das
negociações.
f. Princípio da reciprocidade: tem por objetivo a obtenção de um
equilíbrio entre os benefícios e os custos fiscais alcançados pelos
Estados contratantes.
3. Estabelecimento estável:
a. As sociedades não residentes com um estabelecimento estável no país
pagam imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas relativamente
aos lucros imputados a esse mesmo estabelecimento estável, isso se
fundamenta no princípio da territorialidade;

24
b. Estabelecimento estável: qualquer instalação fixa ou representação
permanente através das quais seja exercida uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola;
4. Hierarquia legal das normas internacionais:
a. A CRP está no mesmo nível que as normas de direito internacional
[alguns doutrinários dizem que as normas de direito internacional são
superiores à CRP], isto é, as normas de direito internacional são pelo
menos superiores às leis.
5. Rendimentos que se beneficiam da redução de taxa de retenção na fonte:
a. Dividendos;
b. Juros;
c. Royalties.
6. Pensões: não há retenção no país da fonte, apenas no país de residência.

O direito fiscal europeu


1. O processo de coordenação fiscal na União Europeia:
a. O relatório ‘Newmark’:
i. Primeiro estudo fiscal [1960];
ii. Quanto aos impostos diretos: sugere um único imposto sobre
rendimento das pessoas singulares que fosse integrado ao
imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas;
iii. Importância da transparência fiscal e simplificação das
estruturas fiscais.
b. O relatório ‘Segré’:
i. Sugere a eliminação da dupla tributação, das barreiras fiscais
ao investimento e maior transparência fiscal.
c. O relatório de Van den Tempel:
i. Estudo sobre os impostos sobre o rendimento das pessoas
singulares e coletivas na Comunidade que recomenda a adoção
de um sistema fiscal clássico.
d. O relatório ‘Ruding’:
i. Sugere a fixação de um nível mínimo de imposto sobre as
empresas, a criação de regras comuns para uma base comum de
imposto, bem como o incentivo à transparência dos incentivos
concedidos pelos Estados.
e. O Tribunal de Justiça da União Europeia [TJUE]:
i. Destaque no século XX pelo combate às estruturas fiscais
protecionistas que dificultava a harmonização da tributação
indireta, bem como pela aplicação do princípio da não-
discriminação no âmbito da tributação direta;
ii. Princípio da não-discriminação:
1. O TJUE possuia uma jurisprudência sólida no sentido
de que esse princípio proibe não só a discriminação
baseada na nacionalidade, mas também qualquer forma
de discriminação dissimulada, inclusive a discriminação
baseada na residência;
2. Contudo, muitos estados baseiam seus sistemas
tributários na tributação mundial de residentes e
tributação na fonte dos não-residentes;

25
3. De forma que as alterações introduzidas ao Tratado de
Roma mantêm essa distinção e vedam a discriminação
em razão da nacionalidade.
iii. De um lado, temos os sistemas fiscais nacionais buscando
sustentar as suas estruturas fiscais internas, do outro, temos o
TJUE, vistando a implementação das liberdades fundamentais;
iv. Caso Avoir Fiscal:
1. O TJUE considerou que para efeitos fiscais gerais as
filiais francesas de empresas estrangeiras deveriam ser
tratadas similarmente às nacionais.
v. Os Estados têm utilizados as disposições anti-abuso como meio
para aplicar tratamento fiscal discriminatório, através da
aplicação desproporcional do ônus da prova ao contribuinte,
exigência de documentação excessiva, etc.;
vi. O princípio da não-discriminação e o da reciprocidade:
1. As convenções sobre dupla tributação são subordinadas
ao princípio da não-discriminação, contudo, é muito
difícil identificar as redes de convenções de
determinado sistema fiscal nacional e constatar se o
tratamento discriminatório ocorreu;
2. Ocorre que a eliminação da dupla tributação
internacional requer bilateralismo e algum grau de
discriminação entre os estados membros;
3. Apesar de serem louváveis os esforços em prol de um
sistema nacional fiscal único para a UE, deve-se
considerar que esse objetivo talvez seja inalcançável,
afinal, mesmo em países como a Alemanha e EUA há
tributação desuniforme;
4. O TJUE aceita o tratamento fiscal discriminatório
relativo ou justificado, mas rejeita o absoluto ou
injustificado:
a. Relativo ou justificado: tratamentos que são
aceitos em razão da coerência do sistema fiscal,
da política sobre convenções sobre dupla
tributação ou manutenção de regimes fiscais
particulares concebidos exclusivamente para
funcionar a nível nacional ou internacional;
b. Absoluto ou injustificado: são disposições
específicas ou regimes, quando um exercício
comparativo entre residente vs. não residente
pode ser realizado e as consequências fiscais
total ou até parcialmente determinadas, tanto a
nível nacional como comunitário.

As infrações tributárias
1. Licitude vs. Ilicitude:
a. O planeamento fiscal, abusivo e agressivo são condutas lícitas;
b. Os crimes e as contraordenações são condutas ilícitas, pois estão
previstas no Regime Geral das Infrações Tributárias [RGIT].
2. Classificação prevista no RGIT:

26
a. Crimes tributários:
i. Crimes tributários comuns;
ii. Crimes aduaneiros;
iii. Crimes fiscais;
iv. Crimes contra a segurança social.
b. Contraordenações:
i. Contraordenações aduaneiras;
ii. Contraordenações fiscais.
3. Devem ser aplicados os princípios previstos no Código Penal e no Regime
Geral das Contraordenações;
4. As infrações tributárias assentam no conceito tradicional de culpa que
conforma todo o direito penal e contra-ordenacional;
5. Autonomia: a ilicitude tributária aparece autonomizada no sistema jurídico
português, com a sistematização legal geral plasmada no RGIT. Assim, há
autonomia em relação ao Código Penal, contudo, ele é um dos diplomas
subsidiariamente aplicáveis;
6. Competência: as infrações tributárias são matérias de competência dos
tribunais comuns, não dos tribunais administrativos e fiscais;
7. Inclui-se no âmbito das infrações tributárias a não entrega das prestações
obrigatórias devidas ao Estado em sede de segurança social;
8. Medidas preventivas realizadas pela autoridade tributária a fim de combater a
ilicitude e o abuso fiscal:
a. Relatórios fiscais sobre a fraude tributária em Portugal;
b. Publicação no site da autoridade tributária da lista de contribuintes
devedores.
9. Princípio da transparência;
10. Importância da troca de informações entre os estados, especialmente com as
convenções sobre dupla tributação, para o combate às infrações tributárias;
11. O legislador português optou por uma definição ampla de fraude tributária
incluindo tanto as ações como omissões do contribuinte tipificadas na Lei que
tenham por finalidade a não liquidação ou pagamento do tributo, obtenção
indevida de benefícios tributários e pedidos de reembolso ou outras vantagens
patrimoniais suscetíveis de causarem diminuição das receitas tributárias:
12. O caráter patrimonial do bem jurídico protegido [obtenção de receitas fiscais]
serve de baliza para a diferenciação entre crimes e contraordenações
tributários:
a. Vários ilícitos tributários não constituem crimes e qualificarão como
contraordenações devido ao fato de a vantagem patrimonial ilegítima
não exceder determinados valores, influenciando também os valores
ilegitimamente obtidos a determinação da pena a aplicar ao infrator.
13. Consequências no caso de prática dos ilícitos:
a. Crime: multa e prisão;
b. Contraordenação: coima.
14. As “penas acessórias” se revelam como um importante recurso de prevenção e
correta reparação do dano patrimonial provocado pela ilicitude tributária,
especialmente nos casos de insuficiência econômica ou patrimonial do
contribuinte:
a. RGIT, art. 16 [Penas acessórias aplicáveis aos crimes tributários] São
aplicáveis, cumulativamente, aos agentes dos crimes tributários as
seguintes penas acessórias:

27
a) Interdição temporária do exercício de certas actividades ou
profissões;
b) Privação do direito a receber subsídios ou subvenções
concedidos por entidades ou serviços públicos;
c) Perda de benefícios fiscais concedidos, ainda que de forma
automática, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela
administração da segurança social ou inibição de os obter;
d) Privação temporária do direito de participar em feiras,
mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras
públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão,
promovidos por entidades ou serviços públicos ou por
instituições particulares de solidariedade social
comparticipadas pelo orçamento da segurança social;
e) Encerramento de estabelecimento ou de depósito;
f) Cassação de licenças ou concessões e suspensão de
autorizações;
g) Publicação da sentença condenatória a expensas do agente
da infracção;
h) Dissolução da pessoa colectiva;
i) Perda de mercadorias, meios de transporte e outros
instrumentos do crime.

Direito contabilístico
1. O direito contabilístico pode definir-se como um conjunto de normas
específicas, que se autonomizam das normas fiscais, embora existam pontos
de interseção ou aplicação cumulativa;
a. A base tributária do IRC é determinada com a contabilidade;
b. As principais normas de direito contabilístico são o Sistema de
Normalização Contabilística [SNC] e as Normas Internacionais de
Relato Financeiro [IFRS]. Além dessas, também há normas de direito
contabilístico dispersas em outros diplomas.
2. Diferença entre lucro contabilístico e lucro fiscal:
a. Lucro contabilístico: lucro baseado na contabilidade;
i. Inclui ganhos latentes, como, por exemplo, um imóvel
pertencente à empresa que foi valorizado;
ii. Inclui todas as espécies de gastos, mesmo os supérfluos.
b. Lucro fiscal: é o resultado da aplicação das regras fiscais aos lucros
contabilísticos;
i. Inclui apenas ganhos realizados, como, por exemplo, um
imóvel que foi valorizado e transferido onerosamente;
ii. Inclui apenas gastos previstos em lei, isto é, usualmente são
abrangidos apenas os gastos indispensáveis.
c. Obs.: O tratamento diferenciado em sede contabilística e fiscal é
frequentemente criticado, nomeadamente pelos custos excessivos
resultantes de uma dualidade de organização e apresentação de
informação e potenciar distorções econômicas ou financeiras.
3. Os planos plurianuais das empresas devem ser adequados aos períodos
fiscais/exercícios econômicos [no caso do IRC], os quais têm a duração de um
ano [1º de janeiro a 31 de dezembro];
4. O IRC objetiva tributar o lucro real da pessoa coletiva;

28
5. O direito contabilístico possui várias missões, sendo a mais importante, a de
fornecer uma visão objetiva e clara da realidade econômica ou financeira da
empresa.

ARTIGOS IMPORTANTES DA LEGISLAÇÃO

EBF
Art. 2/1 [excepcionalidade dos benefícios fiscais. Conceito de benefício fiscal,
despesa e respectivo controlo].
2/2
2/3
2/4
5/2
16/1 [fundos de pensões]
Facultativo 20, 20-a, 33, 39-a
45
51
58 exemplo de isenção de natureza objetiva
59 defesa do meio ambiente
59-f cinema
61 e ss exemplo de reduções à coleta. Donativos às ONGs.

CIMI
Art. 1/1 “incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos”;
Art. 2/1 “prédio é toda fração do território...”
Art. 5/1 e 2
7/1
8/1 e 2
Facultativo: 12/1; 13/1; 13/a/1
38/1 valor patrimonial tributário dos prédios urbanos
93/1 cadernetas prediais
112/1 taxas proporcionais
Facultativo: 112/a redução; 120/1 prazo para pagamento; 135/a e ss
113/1 liquidação

CIMT
Art. 1/1 e 2 transmissões onerosas de imóveis
Art. 2/ 1 e 2 incidência objetiva
4 incidência subjetiva. Esse artigo só é importante até a parte do “... pelos adquirentes
dos bens imóveis.”
Art. 12/1 valor...
17/1 taxas
19/1 liquidação.

LGT
Art. 3 [classificação dos tributos]
4 [objetivos]
11 [normas de tributação]
15 [personalidade tributária]
22/ 1 e 2 [responsabilidade tributária]

29
33 [definição]
34 [definição]

Lei do planeamento fiscal abusivo [DL nº. 29/2008]


Art. 1
2
3 [definição de planeamento fiscal] [IMPORTANTE]
14

CIRS
Preâmbulo
Art. 1
2/ 1 e 2
3/1
5/1 e 2
8/1 e 2
9/1/a
10/1/a e b
11
13/ 1 e 2
15/ 1 e 2
16/ 1, 8 e 9
18/1/a e e
22/1
25/1 e 2
18/ 1, 2 e 3
31/1
32
40-A/1
41/ 1 e 2
43/1
44/1/ a e f
53/1
57/1
58/1
58-A/1
68
68-A
69
70/1
71/1/a
72/1/e
73/1
75
78/ 1 e 2
99/1
102/1
112/1

CIRC

30
Preâmbulo
Art. 1
2/ 1 e 2
3/ 1/ a e c
4/ 1 e 2
5/ 1 e 2
6/ 1 e 3
8/ 1
9/ 1
10/ 1 e 2
14/ 3
15/ 1/ a
18/ 1
20/ 1
23/ 1
23-A/ 1/ b, d, e
29/ 1 e 2
39/ 1/ a
52/ 1
63/ 1
66/ 1
67/ 1
86-A/ 1
87/ 1
87-A/ 1
89

CIVA
Preâmbulo
Art. 1/ 1
2/ 1/ a
7/ 1
8/ 1
16/ 1
18/ 1
19/ 1/ a
27/ 1
53/ 1
Listas e anexos!

CIEC
Art. 1
2
4/ 1/ a
5/ 1
6/ 1 e 7
7/ 1
8
9/ 1/ a – e; 9/ 2/ a
10/ 1 – 3

31
10-A/ 1
11/ 1
12/ 1
21/ 1 e 2
22/ 1
24/ 1
28/ 1
31/ 1
35/ 1
36/ 1

Código Aduaneiro da União [CAU]


Art. 3
4/ 1 e 2
5
9/ 1
38/ 1, 2, 3 e 6
39
56/ 1, 2/ a
57/ 1
69
70/ 1 e 2

Regime Geral das Infracções Tributárias [RGIT]


Art. 1
2
12
13
16
23
26
28

Código Contributivo
Art. 10
11
14
15
24 [importante associar os artigos aos seus respectivos capítulos]
27
44
53
132
151
162
163
168

32

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