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SURSIS E LIVRAMENTO

CONDICIONAL
Manoella de Jesus da Silva

27 DE JANEIRO DE 2021
DIREITO PENAL III
VACARIA/RS
1- Citar os requisitos objetivos para que seja concedida a suspensão
condicional da pena: Citar os requisitos subjetivos para que ocorra
a concessão: Fundamente a resposta:
RESPOSTA: - REQUISITOS OBJETIVOS: Requisitos objetivos para
concessão do sursis são a natureza e quantidade da pena (art. 77, caput) e o
não cabimento da substituição por pena restritiva de direito (art. 77, inc. III). –
Vide art. 44 do CP.
Somente se concede o sursis à pena privativa de liberdade não superior a dois
anos (art. 77, caput). Segundo o art. 80 do CP, não eaplica a suspensão em
caso de condenação em multa e restritiva dedireitos.
Caso o condenado tenha mais de 70 anos, ou por problemas gravesde saúde
(moléstia incurável), poderá ser estendida a suspensão nas penas não
superiores a quatro anos. (art. 77, par. 2º).
No caso de concurso de crimes, sempre deverá se considerar a somadas penas
aplicadas. Excedendo a dois anos as penas cumuladamente aplicadas, não
pode o sentenciado se beneficiar dasuspensão.
Nos crimes que se relacionam com tráfico de drogas, a Lei 11.343/2006, veda
à concessão do sursis, mesmo que a pena seja até dois anos. (art. 44 da Lei
11.343).

- REQUISITOS SUBJETIVOS: Requisitos subjetivos para concessão do


sursis: Estão previstos nos incisos I e II do art. 77 do CP:
a) Que o condenado não seja reincidente em crime doloso;
b) Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social epersonalidade
do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a
concessão do benefício.
Caso o indivíduo tenha sido anteriormente condenado a multa, poderá ter
direito a suspensão, bem como não impedindo à concessão o fato do mesmo
ter sido anteriormente condenado a crime culposo.
O segundo requisito, tem a ver com a falta de culpabilidade do agentecondenado
e, por isso mesmo são analisados os aspectos acima declinados.
Também não deve ser concedido o sursis, para o réu desocupado, sem
endereço certo ou profissão definida.
Espécies:

1) Sursis simples ou comum – Nessa espécie o condenado fica sujeito ao


cumprimento da prestação de serviços à comunidade ou elimitação de fim de
semana, como condição legal obrigatória no primeiro ano de prazo. A
exigência de cumprimento de uma dessas sanções corresponde a uma
verdadeira execução, ainda que parcial,da pena imposta. Essa é a espécie,
agora normal, tradicional mais frequente de suspensão condicional da pena no
direito brasileiro.
2) Sursis especial – Por essa modalidade o condenado fica dispensado do
cumprimento das já referidas penas restritivas de direitos, no primeiro ano de
período de provas (art. 78, par. 2º, do CP). São as seguintes condições: a) a
proibição de frequentar determinados lugares; b) a proibição de ausentar-se
da Comarca onde reside, sem autorização judicial; c) o comparecimento
pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades. Nessa modalidade, o indivíduo a ser beneficiado, além dos
requisitos normais do sursis, também deve ter reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo e se as circunstâncias previstas no art. 59 do CP
sejam amplamente favoráveis.
3) Sursis etário – Produto de emenda legislativa e afinado com osmodernos
princípios do direito penal, privilegiou o cidadão com maissetenta anos. Levou
em consideração o fator velhice, que reduz a probabilidade de voltar a delinquir
e diminui a expectativa de voltar aviver em liberdade de quem, eventualmente,
for encarcerado nessa faixa etária. Para esse tipo de sursis elevou-se o limite
da pena aplicada – superior a dois até quatro anos, inclusive. E, em
decorrência desse limite, o período de provas também é superior: dequatro a
seis anos.
4) Sursis por razão de saúde – Trata-se de nova modalidade de sursis,
acrescida pela Lei nº 9.714/98. A nova redação do par. 2º do art. 77 do CP
deixa claro que “razões de saúde” podem justificar a concessão de condicional,
também para pena não superior a quatroanos, independentemente de idade.
Em outros termos, para direito a esse sursis, não precisa ser maior de 70 anos.
Por outro lado, a questão de saúde, em penas superior a quatro anos, não vão
motivara concessão de sursis

2- Citar e explicar os requisitos objetivos e os subjetivos para que um


indivíduo tenha deferido o seu pedido de livramento condicional:
RESPOSTA: Pressupostos Objetivos.
O primeiro pressuposto objetivo indispensável à concessão do livramento
condicional diz respeito à natureza e à quantidade de pena imposta. O
benefício só pode ser concedido ao condenado a pena privativa de liberdade
e desde que seja ela por prazo igual ou superior a dois anos (art. 83, caput).
Para contagem desse tempo mínimo, permite-se a soma das penas aplicadas
por infrações diversas, ainda que impostas em processos distintos (art. 84).
Lembramos que as penas até dois anos cabe SURSIS.
O segundo pressuposto objetivo é ter o sentenciado cumprido mais de um
terço da pena, se não for reincidente em crime doloso (art. 83,inc. I), e mais de
metade, se o for (art. 83, inc. II). Por força do incisoV, do art. 83, inserido pela
Lei 8072/90, tratando-se de crime hediondo, o livramento condicional só pode
ser concedido se cumpridos mais de dois terços da pena, exigindo-se, ainda,
que o agente não seja reincidente específico em crimes desta natureza.
A lei de drogas (11.433/2006), também exige a mesma quantia de pena
cumprida em caso de tráfico de entorpecentes.
Sempre será considerado para os efeitos de concessão de livramento
condicional, o tempo em que o agente esteve recolhido em prisão provisória.
Presentes os requisitos legais acima declinados, não se exige que o apenado
tenha passado pelas fases de execução da pena, ou seja, regime fechado /
semiaberto / aberto.

Em relação ao direito de livramento condicional, as eventuais penalidades


atribuídas ao apenado, durante a execução da pena, não prejudicam a sua
concessão (Súmula 441 do STJ).
O último pressuposto objetivo é ter o sentenciado reparado, salvo efetiva
impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo crime (art. 83, IV). Não pode
postular o benefício o sentenciado que, nãodemonstrando haver satisfeito as
obrigações civis resultantes do crime, igualmente não faça a prova da
impossibilidade de reparar o dano causado pelo delito.
Pressupostos subjetivos.
Prevê ainda a lei penal pressupostos subjetivos para a concessão dolivramento
condicional.
O primeiro deles é ter o sentenciado bons antecedentes (art. 83, I, segunda
parte). Não ser criminoso habitual, não ter sofrido outras condenações, não ter
sido envolvido em outros inquéritos policiais, etc. Assim, nesses casos, exige-
se (a exemplo do reincidente) deverá cumprir mais de metade da pena para
ter direito.
Como segundo pressuposto subjetivo, deve o sentenciado comprovar
comportamento satisfatório durante a execução da pena (art. 83, III, primeira
parte). O comportamento a que se refere esse inciso é um índice importante
na adaptação social que há de ser aferida por atos positivos do sentenciado.
Convivência com os demais, dedicação ao trabalho, estudos, envolvimento
com drogas, vendas ilegais, etc.

Outro pressuposto subjetivo é ter bom desempenho no trabalho que lhe foi
atribuído e a comprovação de que há aptidão para prover comtrabalho o seu
próprio sustento, ao ser concedido o livramentocondicional. Esse pressuposto
deve ser visto com ressalvas, em virtude de toda realidade carcerária e até
dificuldades de conseguir emprego ao sair. Mas, a promessa de emprego já é
suficiente.
Parágrafo único do art. 83 – “Para o condenado por crime doloso, cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão delivramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinquir.”
Eventualmente (Súmula 439 do STJ) é possível nomear perito para fazer
exame criminológico no apenado, desde que por decisão motivada e
fundamentada.

3- É possível conceder a suspensão, caso o indivíduo tenha sido


anteriormente condenado a pena de multa ou em um crime
culposo?

RESPOSTA:
Haverá a necessidade de o réu não ser reincidente em crime doloso (art. 77,
inciso I). Logo, segundo a jurisprudência, o reincidente em crime culposo pode
obter o sursis:

"Já não é mais condição do sursis ser primário o réu (art. 57, I do CP de 1940).
Após o advento da Lei 7.209/84 (art. 77, I do CP) não importa registre aquele
condenação anterior: desde que não seja reincidente em crime doloso, é de lhe
ser outorgado benefício, preenchido os demais requisitos enumerados no inciso
II do art. 77 do CP" (TJSP - HC - Rel. Dínio Garcia - RT 607/300).

"A reincidência em crime doloso é óbice intransponível à concessão do sursis"


(TJSC - AC - Rel. Tycho Brahe - JC 48/485).

Na lei atual, a condenação anterior por contravenção é irrelevante. Será


analisada a culpabilidade, a vida pregressa, os antecedentes familiares e sociais
bem como os motivos e as circunstâncias de forma que permita a concessão do
sursis. E, por fim, o último requisito de ordem pessoal diz respeito a possibilidade
de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos (arts. 44
e77, inciso III do CP). De modo que, cabível a pena restritiva de direitos, torna-
se inconveniente a concessão do sursis.

4- Quais são as condições legais que o sujeito deverá cumprir para


usufruir do SURSIS
RESPOSTA:
Parágrafo único do art. 83 – “Para o condenado por crime doloso, cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão delivramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinquir.”
Eventualmente (Súmula 439 do STJ) é possível nomear perito para fazer
exame criminológico no apenado, desde que por decisão motivada e
fundamentada.
Condições.
A Lei de Execuções Penais assim determina:

a) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o


trabalho;
b) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
c) Não mudar do território da Comarca do Juízo de Execução,sem
prévia autorização desse.
Além disso, pode o Juiz determinar: (facultativamente)

a) Não mudar de residência sem prévia autorização;


b) Recolher-se à habitação em hora fixada;
c) Não frequentar determinados lugares.

5- Em que situações o livramento condicional concedido a um


condenado deverá ser revogado?

RESPOSTA: O livramento condicional será revogado de forma obrigatória


quandoo sentenciado cometer novo crime durante a vigência do benefício e,
condenado por crime anterior, observado o disposto no art. 84. (soma das
penas).
E, será revogado de forma facultativa, se o sentenciado deixar de cumprir
qualquer das obrigações a que lhe foi determinado. Também, quando for
condenado a pena que não seja privativa de liberdade.

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